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126 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 Em uma fase posterior, são traçadas linhas que unem pontos com o mesmo valor do geopotencial (ver Capítulo I), chamadas isoípsas. A Fig. III.16 mostra, esquematicamente, um aspecto das isoípsas de 1500 e 1560 mgp da superfície isobárica de 850 mb (850 hPa). Recorde-se que, quando o geopotencial é expresso em metros geopotenciais (mgp), possui praticamente o mesmo valor numérico da altitude (m). Logo, as curvas equipotenciais de uma superfície isobárica traduzem, geometricamente, sua topografia (tendo o mesmo significa- do das curvas de nível nos levantamentos altimétricos). 7.4 - Centros de alta e de baixa pressão. Observando-se uma carta contendo a representação do campo da pressão à superfície do globo (Fig. III.15) constata-se, muitas vezes, a presença de uma ou mais isóbaras fechadas, concêntricas ou não, delimitando uma área aonde a pressão é maior que em qualquer outro ponto à sua volta. Tais núcleos de pressão mais elevada são denominados centros de alta pressão, centros anticiclônicos ou, simplesmente, anticiclones (indicados, nas cartas, pela letra A). Por sobre esses centros, as superfícies isobáricas apresentam-se com concavidade voltada para baixo (Fig. III. 17). Deduz-se, de imediato, que, por se tratar de uma área de maior pressão, o ar à super- fície tende a afastar-se dela (há divergência de massa à superfície) e, ao fazê-lo, é substituído pelo ar que procede de camadas mais elevadas da atmosfera. Daqui se infere, ainda, que, por sobre um centro de alta pressão, o movimento vertical do ar se verifica de cima para baixo (movimento subsidente). É importante analisar como se estabelece a circulação horizontal nas vizinhanças de um centro de alta pressão. Ali, a tendência inicial de qualquer parcela de ar é mover-se radial- mente, afastando-se do centro para a periferia, em virtude da componente horizontal da força do gradiente de pressão, atuante sobre a unidade de massa do ar. Uma vez iniciado o movi- mento, entra em ação a aceleração de Coriolis, agindo perpendicularmente à direção do movi- mento, desviando-o para a esquerda no Hemisfério Sul e para a direita no Hemisfério Norte. A direção do deslocamento da amostra de ar será, desse modo, aquela definida pela resultante dessas duas acelerações. Como conseqüência, o vento observado não será per- pendicular às isóbaras (radial), mas inclinado em relação a elas, estabelecendo-se uma circu- lação no sentido horário, no caso do Hemisfério Norte, ou anti-horário, no caso do Hemisfério Sul (Fig. III.17). O ângulo com o qual o vento cruza as isóbaras vai depender, também, das demais forças atuantes, dentre as quais o atrito (causado pela rugosidade natural da superfí- cie) e a aceleração centrífuga (decorrente da própria curvatura do movimento da amostra con- siderada). Nas cartas isobáricas, um centro anticiclônico apresenta-se como uma ou mais isoípsas fechadas, limitando uma área onde o geopotencial é máximo. Isso se verifica exatamente por causa da curvatura convexa da superfície isobárica em questão. Observando-se o campo da pressão ao nível médio do mar (Fig. III. 14) podem ser fa- cilmente encontradas, também, configurações constituídas por uma ou mais isóbaras fechadas que delimitam áreas onde a pressão atmosférica é menor que em qualquer ponto circunjacen- te. Esses núcleos de menor pressão são chamados centros de baixa pressão, centros ciclôni
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