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3 - Miologia

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MIOLOGIA 
Sistema locomotor - Músculos 
João Chrysostomo de Resende Jr 
2015-1 
Conceituação 
Os músculos constituem a parte ativa do 
sistema locomotor, sendo os órgãos 
responsáveis pelos movimentos que os 
animais são capazes de executar. Tais 
movimentos resultam da contração de 
células altamente especializadas, as fibras 
musculares. 
Etimologia 
• O vocábulo latino musculus - diminutivo de 
camundongo - provavelmente originou-se do 
fato de a contração muscular lembrar o correr 
de um ratinho ou camundongo sob a pele. 
 
 
• Já a raiz grega para camundongo e também 
para músculo é myos, daí originando-se 
termos como miologia (estudo dos músculos), 
miosite (inflamação do músculo), mialgia (dor 
muscular), etc. 
Classificação 
Baseando-se no tipo de fibras musculares 
que os formam, os músculos são 
classificados, do ponto de vista morfológico e 
fisiológico, em três categorias: 
 
• músculo liso; 
• músculo esquelético; 
• músculo cardíaco. 
Músculo liso 
O músculo liso é encontrado na parede de 
vísceras, na parede de vasos e em alguns 
outros órgãos, como a pele (músculo 
eretor do pelo) e o bulbo do olho 
(músculos ciliar e esfíncter da pupila). 
• Suas fibras são fusiformes e desprovidas 
de estriação transversal. 
• O movimento resultante de sua 
contração é lento e de controle 
involuntário. 
Músculo cardíaco 
O músculo cardíaco é um tipo especial de musculatura estriada 
encontrado na parede do coração. 
 
• Suas fibras são longas, ramificadas e anastomosadas; 
• além da estriação transversal típica, apresentam estrias 
especiais denominadas discos intercalares. 
• Sua contração, rítmica e vigorosa, tem controle involuntário. 
 
Músculo esquelético 
Os músculos esqueléticos são aqueles que, em sua 
grande maioria, se prendem em partes do esqueleto, 
resultando de sua contração movimentos de porções 
mais ou menos amplas do corpo. 
 
• Suas fibras são longas, não anastomosadas e 
possuem uma típica estriação transversal. 
• Sua contração, geralmente vigorosa e rápida, ocorre 
sob controle voluntário. 
 
Constituintes do músculo estriado 
esquelético em mamíferos 
• 75% de água 
• 18% de proteínas 
• 7% de carboidratos, gorduras ( em 
animais de engorda pode 
compreender até 20%), sais minerais 
e outros compostos. 
 
Músculos esqueléticos 
Localização 
 Em sua grande maioria, apresentam-se bem individualizados, 
dispondo-se ao longo do esqueleto e cruzando uma ou mais 
articulações. Da contração destes músculos resulta o movimento 
dos segmentos ósseos nos quais se prendem. 
Músculos esqueléticos 
Localização 
 Alguns músculos esqueléticos, no entanto, não se encontram 
diretamente ligados ao esqueleto, mas são superficiais e estão presos 
à pele. São os chamados músculos cutâneos e sua contração provoca, 
nesses casos, o movimento da própria pele. 
 
Músculos esqueléticos 
Localização 
 
Há ainda outros músculos esqueléticos que se 
encontram guarnecendo orifícios naturais de 
vísceras, a exemplo do músculo orbicular da boca e 
o músculo esfíncter externo do ânus. 
Estrutura macroscópica 
Na estrutura de um músculo esquelético, além das fibras musculares propriamente 
ditas, encontra-se tecido conjuntivo frouxo. Este tecido conjuntivo mantêm unidas 
as fibras musculares, estando organizado de modo a formar três bainhas: 
• Endomísio – envolve cada fibra muscular individualmente. 
• Perimísio - envolve cada feixe de fibras musculares. 
• Epimísio - envolve o músculo como um todo. 
Dependendo do estado nutricional e da raça do animal, especialmente em bovinos, 
uma quantidade maior ou menor de gordura deposita-se nas bainhas conjuntivas 
intramusculares. 
Estrutura do 
músculo 
esquelético 
Partes do músculo esquelético 
• Ventre é a parte 
média, carnosa, 
formada pelos 
feixes musculares 
propriamente 
ditos do músculo. 
• Tendões são as 
extremidades, 
formadas por 
tecido conjuntivo 
denso, pelas quais 
o músculo se 
prende nos ossos 
ou cartilagens. 
Em músculos largos e 
laminares, no entanto, 
os tendões 
acompanham a forma 
do ventre muscular e 
apresentam-se como 
lâminas largas e finas, 
passando a denominar-
se então aponeuroses. 
Aponeurose 
 
 
Tendão 
Representação esquemática da 
formação do tendão a partir do tecido 
conjuntivo interposto entre as fibras 
musculares 
Tendão Feixe de fibras 
musculares 
Representação esquemática da 
construção de um tendão 
Liebich, 1999 
Contração 
muscular 
 
 
“Engavetamento” das proteínas 
Actina e Miosina 
Origem e Inserção 
Toda vez que um músculo se contrai, uma de suas extremidades 
permanece fixa enquanto a outra se desloca. A extremidade 
muscular que permanece fixa durante a contração denomina-se 
origem ou cabeça e aquela que se desloca constitui a inserção ou 
cauda do músculo. Todavia, como estes termos são 
convencionais, existem muitas situações em que se torna difícil 
determinar se uma extremidade corresponde à origem ou à 
inserção de um músculo. De qualquer forma, nos músculos dos 
membros torácicos e pelvinos, a origem é sempre a extremidade 
proximal e a inserção a extremidade distal. 
Bainhas sinoviais 
Em determinados locais, especialmente nos membros, os tendões correm em 
estreito contato com extensas superfícies ósseas. Nesses locais, formam-se então, 
em torno dos tendões, estruturas saculares alongadas, as bainhas sinoviais, 
dotadas de uma parede membranácea conjuntivo-sinovial e contendo em sua 
cavidade um líquido semelhante ao líquido sinovial. Estas bainhas facilitam o 
deslizamento dos tendões pela redução do atrito entre eles e as superfícies ósseas. 
Elas são bastante vascularizadas e podem ocasionalmente inflamar-se, sendo a 
inflamação das bainhas sinoviais denominada tenossinovite. 
Bolsas sinoviais 
As bolsas sinoviais são também estruturas saculares de parede 
conjuntivo-sinovial e contendo líquido tipo sinovial, porém situadas 
entre um tendão e uma saliência óssea ou entre a pele e uma 
saliência óssea. À semelhança das bainhas, as bolsas sinoviais 
auxiliam nos movimentos pela diminuição do atrito entre as partes 
em contato. A inflamação das bolsas sinoviais denomina-se bursite. 
BAINHAS E BOLSAS 
SINOVIAIS NO 
MEMBRO TORÁCICO 
DE BOVINO 
Vista dorsal e palmar 
Fáscias 
As fáscias são lâminas de tecido conjuntivo 
denso que envolvem os músculos, nas 
diferentes regiões do corpo. Elas funcionam 
como bainhas para contenção dos músculos, 
mantendo-os em sua posição e assim 
tornando mais eficiente a ação muscular. 
Distinguem-se uma fáscia superficial e uma 
fáscia profunda. 
Fáscia superficial 
A fáscia superficial, também 
conhecida como tela 
subcutânea, é a camada de 
tecido conjuntivo denso 
situada logo abaixo da pele, 
recobrindo em conjunto os 
músculos de uma 
determinada região do 
corpo. Dependendo do 
estado nutricional do 
animal, nela acumula-se 
maior ou menor quantidade 
de tecido adiposo. 
Fáscia profunda 
A fáscia profunda 
compreende lâminas 
conjuntivas mais densas e 
brilhantes que envolvem 
diretamente os músculos, 
separando-os uns dos outros 
por meio de septos 
intermusculares. As fáscias 
constituem meios pelos quais 
os nervos e vasos atingem os 
músculos. 
Nomenclatura 
Os músculos esqueléticos são denominados 
baseando-se em critérios variados, tais como: 
 
• Posição no esqueleto 
• Forma 
• Direção de suas fibras 
• Número de suas cabeças 
• Número de seus ventres 
• Ação que executa 
Posição no esqueleto 
• braquiocefálico 
 
• intercostais 
 
• peitorais 
 
• iliocostal 
Forma 
• Trapézio 
 
•Rombóide 
 
• Serrátil 
 
• Grande 
 
• piriforme 
Direção de suas fibras 
 
• reto 
 
• oblíquo 
 
• transverso 
Número de 
cabeças 
• Bíceps 
• tríceps 
• quadríceps 
 
 
Número de ventres 
• digástrico 
Ação que executa 
• Flexor 
 
• Extensor 
 
• adutor 
 
 
• tensor

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