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Resenha do Circumplexo

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O artigo resenhado consiste na apresentação do modelo circumplexo da personalidade do autor Donald Kiesler, abordando sobre a história, contribuições de outros autores para a estruturação do modelo e instrumentos de medidas originados dele. Além, discutir a adaptação brasileira do modelos, os resultados obtidos e as contribuições para aplicação nas áreas de avaliação psicológica e de intervenções terapêuticas.
A Rosa das Interações pode se ser considerada a antecessora do modelo Circumplexo de Kiesler. E tinha como objetivo esclarecer como a psicoterapia poda transformar de forma profunda a personalidade do cliente e a teoria da personalidade que subsidia esse modelo foi baseado na obra do psiquiatra norte-americano Sullivan (1953), autor com inúmeras contribuições para o modelo Circumplexo. A Rosa das interações tem dois eixos centrais e entorno destes estão agrupados todos os comportamentos interpessoais e também possuía níveis que em cada um era representado como uma faixa do circumplexo. 
Para avaliar a personalidade das pessoas era necessário um determinado instrumento diagnóstico. Um check list de comportamentos interpessoais foi publicado por alguns autores para o preenchimento do modelo. E isso era importante, pois descrevia as características matemáticas necessárias para ordenar os segmentos no círculo. Suas primeiras aplicações foram realizadas na terapia de grupo e a tradução de transtornos psiquiátricos em termos interpessoais autorizam representar os perfis destes transtornos no circulo.
Existe uma importante diferença entre o Circumplexo de Kiesler e a Rosa de Leary, pois o primeiro citado não considera os níveis intrapsíquicos que constituíram a Rosa. No modelo Circumplexo significa as dimensões interpessoais em termos de atos concretos e observáveis. Outro ponto interessante segundo o autor é no estudo das interações numa dinâmica de grupo, pois, podem proporcionar ao terapeuta oportunidades de aprendizagem de novas dimensões interpessoais em pacientes com transtornos de personalidade. Assim o terapeuta sugere ao paciente a possibilidade de superar suas limitações, induzindo atitudes interpessoais novas.
Para observar o comportamento dos indivíduos se utilizam os inventários Check Listo f Interpersonal Transactions – revised (CLOIT-R) e o Check Listo f Psychotherapy Transactions- revised (CLOPT-R). Esses possuem 96 proposições que descrevem comportamentos interpessoais observáveis, que devem ser marcados como presentes ou ausentes pelo sujeito, o interagente ou observador. Também existe o Formulário de Autoclassificação que permite o sujeito a descrever o seu próprio comportamento típico nas interações com pessoas em geral ou com uma determinada pessoa. E o Formulário do Transator utilizado em situação na qual um interagente expõe o comportamento interpessoal da pessoa, com quem ele possui interações frequentes. Além, de outros formulários como o do Observador quando o observador externo responde pelo comportamento de outros interagentes. Todos esses citados são as medidas das atitudes para o Circumplexo de Kiesler.
Devido à escasses de instrumentos com capacidade de medir os padrões interpessoais com as características propostas pelo CLOIT-R, Couto, Van Hattum, Vandenberghe e Benfica propuseram publicar uma versão brasileira do modelo. Assim foram necessárias inúmeras verificações para descobrir se versão traduzida era realmente adequada para descrever os padrões de comportamento característicos de tipos de relações interpessoais como os propostos pela versão original, e também foi verificado se o vocabulário era compreensível para população brasileira.
Os autores responsáveis pela adaptação do modelo para versão brasileira propuseram um estudo com o objetivo de verificar a possibilidade de existir diferenças significativas entre os gêneros nas dimensões que compunham a forma adaptada do CLOIT-R e com as quais variáveis elas poderiam estar associadas. Além, de que com os resultados obtidos outras revisões possibilitaram o surgimento de mais uma nova versão dos formulários, que foram denominados CLOIT-II. Esses novos formulários permitiram realizar estudos com o objetivo de investigar as prováveis mudanças em suas propriedades psicométricas, sendo que determinadas literaturas estão em fase de avaliação por periódicos especializados nacionais enquanto outros estão ainda em preparação.
Por fim, chega-se a conclusão que as contribuições do modelo circumplexo para o estudo da personalidade reside na sua definição da personalidade em termos de processos interpessoais. Essa escolha pode ser justificada por obter através da teoria interpessoal e nos estudos sobre comunicação e interação. Segundo os autores da adaptação brasileira o modelo interpessoal demostra uma proposta compreensiva da personalidade como resultante dos resultantes dos relacionamentos interpessoais. Assim, existe a possibilidade do modelo ser usado como abordagem complementar a modelos dimensionais. Pode afirmar que o Circumplexo deixou em evidência uma face da personalidade que nenhum outro modelo aborda.
Outra afirmativa que pode ser feita é o Circumplexo ser um modelo de personalidade mais adequado para estudar a influência de dinâmicas de grupo, trabalho em equipes ou terapia de grupo sobre pessoas. Uma realidade brasileira é a falta de instrumentos para pesquisa em todas estas áreas, assim o modelo Circumplexo e outros instrumentos tem papel importante para novos estudos inovadores.
Referências
VANDENBERGHE, L. COUTO, G. HATTUM, A.C. O Circumplexo de Kiesler interpessoal da personalidade. Local e data desconhecidos.

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