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APOSTILA TEORIAS ECONÔMICAS Elaboração: Professor Pedro R. Lima Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS TEORIAS ECONÔMICAS 1.1 A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONOMICO 1.1.1 MERCANTILISMO 1.1.2 FISIOCRATAS 1.1.3 ESCOLA CLASSICA 1.1.4 ESCOLA NÉOCLASSICA 1.1.5 NEOLIBERALISMO 2 PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS 2.1 CONSUMIDORES 2.2 PRODUTORES 2.3 MERCADOS COMPETITIVOS 2.3.1 CONCEITO 2.3.2 CLASSIFICAÇÃO DE MERCADOS 2.3.3 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA UM MERCADO COMPETITIVO 2.4 EQUILÍBRIO DE MERCADO 3 ESTRUTURAS DE MERCADO E ESTRATÉGIA COMPETITIVA 3.1 ESTRUTURAS DE MERCADO 3.1.1 MONOPÓLIO 3.1.2 OLIGOPÓLIO 3.1.3 POLIPOLIO 3.1.4 MONOPSÔNIO 3.1.5 OLIGOPSONIO 3.1.6 POLIPSONIO 3.1.7 CONCORRENCIA DE MERCADO 3.1.7.1 PERFEITA 3.1.7.2 MONOPOLÍSTICA 3.1.7.3 IMPERFEITA CARTEL TRUSTE DUMPING HOLDING AÇÃO GOVERNAMENTAL E ABUSOS DE MERCADO GRAU DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA NO BRASIL 3.1.8 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE MERCADO 3.2 ESTRATÉGIA COMPETITIVA 3.2.1 O EQUILIBRIO DE NASH 3.2.2 A TEORIA DOS JOGOS – UMA BREVE INTRODUÇÃO 3.2.2.1 O INTUITIVO AGORA SISTEMATIZADO 3.2.2.2 A RELAÇÃO COM ESTRATÉGIAS 3.2.2.3 DISCUSSÃO – BILHETE MICHAEL JACKSON 3.2.2.4 OS USOS DOS JOGOS ESTRATÉGICOS 3.2.2.5 TRES DEFICIENCIAS DA TEORIA DOS JOGOS 3.2.3 A ESTRATÉGIA COMPETITIVA DE MICHAEL PORTER 3.2.3.1 AS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS (O DIAMANTE) A AMEAÇA DE NOVOS CONCORRENTES A PRESSÃO DE PRODUTOS SUBSTITUTOS O PODER DE BARGANHA DOS COMPRADORES O PODER DE BARGANHA DOS FORNECEDORES A RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES 3.2.4 AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS 3.2.4.1 A LIDERANÇA GERAL DOS CUSTOS 3.2.4.2 A DIFERENCIAÇÃO 3.2.4.3 O ENFOQUE 3.2.5 A CADEIA DE VALOR DE MICHAEL PORTER Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 3 3.2.5.1 AS CINCO ATIVIDADES PRIMÁRIAS 3.2.5.2 AS QUATRO ATIVIDADES SECUNDÁRIAS DE APOIO 4 INFORMAÇÃO, FALHAS DE MERCADO E PAPEL DO GOVERNO 4.1 FALHAS DE MERCADO 4.1.1 AGENTE ECONOMICA 4.2 INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA 4.2.1 INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA E MEIO AMBIENTE 4.2.2 SELEÇÃO ADVERSA 4.2.3 RISCO MORAL 4.2.4 COMPORTAMENTO DE MANADA 4.3 CONCORRÊNCIA IMPERFEITA 4.4 EXTERNALIDADES 4.5 ATRIBUIÇÕES ECONOMICAS DO ESTADO 4.5.1 AS 3 FUNÇÕES DO ESTADO 4.5.1.1 TAXA 4.5.1.2 SANÇÃO 4.5.1.3 ISENÇÃO FISCAL 4.5.1.4 SUBSÍDIO 4.5.1.5 CERTIFICAÇÃO 5 A EMPRESA DE COASE 5.1 TEOREMA DE COASE 5.2 OS CUSTOS DE TRANSAÇÃO E A TEORIA DA EMPRESA 5.3 A NOVA TEORIA DA FIRMA - SINOPSE 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 4 1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS TEORIAS ECONÔMICAS 1.1 A Evolução do pensamento econômico O mercantilismo O mercantilismo refere-se ao conjunto de idéias que denominou o discurso econômico do início do séc. XVII até finais do séc. XVIII, para as quais as relações comerciais entre países tinham grande importância. Os mercantilistas eram um grupo díspar, integrado por comerciantes e empresários que, na realidade, defendiam seus próprios interesses. A falta de coesão dos mercantilistas pode explicar a ausência de instrumentos de análise comuns e a escassa comunicação entre os seguidores desta doutrina. As idéias mais comumente defendidas pelos mercantilistas resumem-se nos seguintes pontos: 1. Proibição de todas as exportações de ouro e prata e manutenção de todo dinheiro nacional em circulação. 2. Impedir, de todas as maneiras, as importações de bens. 3. Que, dentro do possível, as importações se limitem às matérias-primas utilizadas para elaborarem produtos finais no país. 4. Que se busquem as oportunidades para vender os excedentes de manufatura de um país aos estrangeiros, em troca de ouro e prata. 5. Que não se permita nenhuma importação se existir um equivalente do bem importado no país. 6. Que as importações indispensáveis sejam obtidas em troca de exportações. 7. Que as matérias-primas que se encontram no país sejam utilizadas nos produtos manufaturados nacionais, pois os bens acabados têm mais valor que as matérias-primas. Os autores mercantilistas caracterizaram-se por um profundo interesse pelo mundo real. Isto os levou a procurarem que os recursos da nação pudessem ser empregados de tal maneira que aumentassem o poder do Estado. Sob essa ótica, o tema mais importante para os mercantilistas era o comércio e as finanças internacionais. Os mercantilistas produziram a primeira consciência real da importância monetária e política do comércio internacional. Neste processo criaram o conceito de balança comercial, que incluía partidas visíveis e invisíveis (fretes, seguros etc.). A escola fisiocrata Os primeiros intentos de sistematização da ciência econômica se devem aos fisiocratas. Os fisiocratas elaboraram uma doutrina natural da vida econômica. Preocuparam-se especialmente com a circulação ou distribuição do produto social. Os fisiocratas argumentavam que o principal direito do homem consiste em desfrutar dos resultados de seu trabalho, sempre que tal direito possa harmonizar-se com o dos demais. Daí a idéia de que os governos não devem interferir nos assuntos econômicos mais do que o imprescindível para proteger a vida e a propriedade e para manter a liberdade de contratação. Nesse sentido, atribui-se ao francês Vincent de Fournay (1712– 1759) a famosa frase laissez faire, laissez passer, que significa liberdade para a atividade mercantil e comércio exterior livre. Para os fisiocratas, a agricultura era o único setor genuinamente produtivo da economia capaz de gerar excedentes, dos quais dependiam todos os outros setores. Por isso, preconizavam a melhora dos sistemas de cultivo, para aumentar a produtividade da agricultura. Dessa forma, aumentaria a proporção destinada aos proprietários de terra, o que posteriormente faria aumentar a demanda de produtos dos artesãos e a riqueza da nação. Para os fisiocratas, a riqueza de uma nação dependia de sua capacidade de produção e não de suas reservas de ouro e prata. Começam aqui os estudos sobre forças reais que permitem o desenvolvimento econômico. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 5 A escola clássica O período de vigência clássica pode situar-se entre 1776, ano em que se publica a Riqueza das Nações. De Adam Smith, e 1871, quando aparecem as obras clássicas dos marginalistas W. Stanley Jevons e Carl Menger. Entre os precursores da escola clássica cabe destacar os fisiocratas. A doutrina clássica identificou-se freqüentemente com o liberalismo econômico. Os elementos essenciais da escola clássica são a liberdade pessoal, a propriedade privada, a iniciativa individual e o controle individual da empresa. Os riscos fundamentais do pensamento clássico podem ser resumidos nos seguintes pontos: A norma básica da doutrina clássica foi o laissez faire (deixa fazer). O melhor governo é o que intervém menos. O mercado livre e competitivo determina a produção, os preços e a distribuição de renda. Os clássicos consideravam que a economia se auto-regulava e tendia para a utilização de todos os recursos sem a necessidade de intervenção de poderes públicos. Os clássicos, com exceção de Ricardo, destacavam a existência de uma harmonia de interesses. Cada indivíduo, ao procurar alcançar os próprios interesses, servia aos interesses mais elevados da sociedade. A escola clássica exaltava os homens de negócio, pois esses eram os que realizavam a acumulação de capital, istoPor exemplo, as empresas aéreas nunca recuperam a perda de receita dos bilhetes não vendidos. Portanto, sofrem pressão para vendê-los, mesmo com grandes descontos. O produto ou serviço é visto como uma commodity, para a qual o comprador tem diversas opções, e o custo de troca de marca ou fornecedor para o comprador é baixo. Nesses casos, os compradores estão atrás de preço e serviço, e a concorrência é acirrada. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 24 A capacidade deve ser acrescentada em grande incrementos. Em alguns setores, como o de produção de cloro e cloreto de amônio, as empresas não podem - pelo menos não com eficácia em termos de custos – acrescentar capacidade de produção em pequenos incrementos. Resultado: provavelmente o setor sofrerá drásticas variações entre períodos de excesso de capacidade, quando as empresas têm a habilidade de fabricar mais do que o mercado poderia absorver, e subcapacidade, quando a demanda é maior do que a capacidade de produção da empresa. A subcapacidade leva a decisões de expandir a capacidade. O acréscimo de capacidade se dá necessariamente em grandes incrementos, gerando excesso de capacidade o que, por sua vez, leva a reduções de preço e à maior concorrência. Os concorrentes têm estratégias, origens, personalidades, etc., diferentes. Porter observa que as empresas estrangeiras tornam o ambiente competitivo complexo porque abordam um negócio com metas e objetivos diferentes dos das empresas nacionais já sedimentadas. O mesmo se aplica a empresas mais novas, menores, operadas pelos proprietários, que podem ser mais agressivas e estar dispostas a assumir mais riscos. Há muito em jogo. Por exemplo, a concorrência entre os operadores de telefonia de longa distância nos Estados Unidos foi particularmente acirrada nos primeiros anos que se seguiram à desregulamentação do setor, pois os rivais partiram do pressuposto de que dispunham de um tempo limitado para conquistar clientes e ganhar participação de mercado. Acreditavam que, depois que as pessoas tivessem escolhido um operador de longa distância, seria difícil convencê-las a mudar. As barreiras à saída são altas. Talvez seja caro para uma empresa, dos pontos de vista estratégico e/ou emocional, desistir e sair do negócio, sendo assim, as empresas podem continuar competindo mesmo quando o negócio deixa de ser lucrativo para elas. Porter cita os seguintes exemplos de barreiras à saída: Equipamentos caros e especializados dos quais seria difícil se desfazer Um acordo trabalhista cujo rompimento implicaria altos custos Laços emocionais dos gerentes e proprietários com o negócio Restrições a demissões e fechamentos de fábricas que são comuns em países estrangeiros. 3.2.4 As estratégias competitivas genéricas Porter escreve: "Estratégia competitiva é sinônimo de tomar atitudes ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável em um setor, a fim de lidar com as cinco forças competitivas e, assim, obter um retorno superior sobre o investimento." Embora admita que as empresas encontraram muitas formas diferentes de concretizar isso, Porter insiste na existência de apenas três estratégias bem-sucedidas e internamente coerentes para ter um desempenho superior ao das outras empresas. Essas estratégias genéricas são: 3.2.4.1 A liderança geral de custos Em algumas empresas, os gerentes dedicam grande atenção ao controle de custos. Embora não negligenciem a qualidade, o serviço e outras áreas, o principal tema da estratégia dessas empresas é o baixo custo em relação aos seus concorrentes. O baixo custo proporciona a essas empresas uma defesa contra as cinco forças competitivas de diversas formas. Porter explica: “Sua posição de custos proporciona à empresa uma defesa contra a rivalidade dos concorrentes, pois seus custos mais baixos significam que a empresa ainda pode gerar retornos após seus concorrentes terem investido seus lucros para combater a rivalidade. Uma posição de baixo custo defende a empresa contra compradores poderosos, pois os compradores podem exercer seu poder apenas para reduzir os preços até o nível do próximo concorrente mais eficiente. o baixo custo proporciona uma defesa contra os fornecedores,oferecendo mais flexibilidade para lidar com os aumentos de custos. os fatores que levam a uma posição de baixo custo normalmente proporcionam barreiras substanciais à entrada em termos de economias de escala ou vantagens de custo. Finalmente, uma posição de baixo custo normalmente coloca a empresa em uma posição favorável com relação aos substitutos relativos a seus concorrentes no setor. Assim, uma posição de baixo custo protege a empresa de todas as cinco forças competitivas, pois a barganha só pode continuar ocasionando a erosão dos lucros até que os do próximo concorrente mais eficiente sejam eliminados e porque os concorrentes menos eficientes sofrerão primeiro diante das pressões competitivas”. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 25 Obviamente, a liderança de custo não é a estratégia mais adequada para todas as empresas. Porter afirmou que as empresas que desejam buscar a liderança de custos como estratégia precisam ter uma alta participação de mercado com relação aos seus concorrentes ou então possuir outras vantagens, como o acesso favorável à matéria-prima. Os produtos precisam ser projetados de modo a serem de fácil produção, e uma empresa de baixo custo seria sábia se mantivesse uma ampla linha de produtos afins e reduzisse a carga sobre os produtos individuais. Além disso, a empresa de baixo custo tem que cortejar uma ampla base de clientes; ela não pode perseguir nichos de mercado pequenos. Mesmo assim, depois que consegue a liderança de custos, a empresa deve ser capaz de gerar altas margens de lucro; se reinvestir esses lucros de forma sábia na modernização de equipamentos e instalações, deve ser capaz de sustentar durante algum tempo sua posição de baixo custo. Porter citou a Texas Instruments, a Black & Decker e a Du Pont como empresas que fizeram exatamente isso. Como já seria de se esperar, Porter avisou que havia algumas desvantagens e perigos associados à liderança de custos. Embora o alto volume muitas vezes leve a menores custos, as economias não são automáticas e os gerentes de empresas de baixo custo têm que estar sempre alertas para garantir a obtenção das economias prometidas. Os gerentes precisam estar atentos à necessidade de sucatear ativos obsoletos, investir em tecnologia e administrar constantemente o negócio tendo como base os custos. Por fim, há o perigo de um novato ou um antigo rival imitar a tecnologia ou os métodos de controle de custos do líder e ganhar vantagem. A liderança de custo pode ser uma reação eficaz às forças competitivas, mas nada é garantido. 3.2.4.2 A diferenciação Porter sugeriu a diferenciação como uma alternativa à liderança de custos. Com a diferenciação, a empresa se preocupa menos com os custos e tenta ser vista no setor como tendo algo de singular a oferecer. A Caterpillar, por exemplo, enfatiza a durabilidade de seus produtos, os serviços, a disponibilidade de peças de reposição e a excelente rede de revendedores para se diferenciar de seus concorrentes. A Jenn-Air faz o mesmo, oferecendo características únicas em seus produtos. A Coleman faz o mesmo em equipamentos para camping. Ao contrário da liderança de custos, onde só pode existir um verdadeiro líder no setor, pode haver muitos diferenciadores no mesmo setor, cada um deles enfatizando um atributo diferente dos de seus rivais. A diferenciação exige alguns trade-offs em relação ao custo. Os adeptos da estratégia de diferenciação precisam, necessariamente, investir mais em pesquisa do que os líderes em custos. Têm que ter melhores projetos de produtos. Têmque usar em seus produtos matéria-prima de melhor qualidade e, muitas vezes, mais cara. Têm que investir mais no serviço ao cliente. Além disso, têm que estar dispostos a abrir mão de parte da participação de mercado. Embora todos possam reconhecer a superioridade dos produtos e serviços do adepto da estratégia de diferenciação, muitos clientes não podem ou não querem pagar por eles. Uma Mercedes, por exemplo, não é para todos. Entretanto, afirma Porter, a diferenciação é uma estratégia viável. A lealdade à marca oferece uma certa defesa contra os rivais. A singularidade do adepto da diferenciação forma uma barreira contra a entrada dos novatos. Suas margens de lucro mais altas proporcionam alguma proteção contra os fornecedores, pois a empresa tem fundos para buscar alternativas. Existem poucos substitutos ao produto que o diferenciador oferece e, conseqüentemente, os clientes têm menos opções e menor poder de barganha. Por outro lado, da mesma forma que a liderança de custos, a diferenciação implica determinados riscos. Se a diferença entre os preços cobrados pelos concorrentes de baixo custo e o diferenciador se tornar muito grande, os clientes podem abandonar o diferenciador em favor de um rival de menor custo, que ofereça menor diferenciação. O comprador poderia decidir sacrificar parte das características, serviços e singularidade oferecidos pelo diferenciador a fim de obter economias de custo. Segundo, o que diferencia uma empresa de outra um dia pode deixar de existir no dia seguinte. O gosto dos compradores pode mudar. A característica única das ofertas do diferenciador pode sair de moda. Finalmente, os rivais de menor preço poderiam imitar o diferenciador a ponto de atrair para si seus clientes. Por exemplo, a Harley-Davidson, nitidamente uma adepta da estratégia de diferenciação em nome de marcalimagem em grandes Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 26 motocicletas, poderia ficar vulnerável à Kawasaki ou outros produtores japoneses de motocicletas que oferecem motos semelhantes por um custo menor. 3.2.4.3 O enfoque A estratégia genérica final de Porter é o enfoque. Nesse caso, uma empresa corre atrás de um determinado comprador, linha de produto ou mercado geográfico. "Embora as estratégias de diferenciação e baixo custo almejem concretizar seus objetivos em todo o setor, a estratégia de enfoque como um todo se desenvolveu em torno de acertar muito bem um único alvo." Por exemplo, a Porter Paint concentra-se em servir ao pintor profissional, deixando para outros concorrentes o mercado consumidor. A principal diferença entre a estratégia de enfoque e as outras duas é que uma empresa que adote a estratégia do foco decide conscientemente competir apenas em um pequeno segmento do mercado. Em vez de tentar atrair todos os compradores oferecendo-lhes baixo custo ou características e serviços únicos, a empresa que utiliza a estratégia de enfoque busca servir a um único tipo de comprador. Servindo a esse mercado limitado, a empresa que utiliza a estratégica do enfoque pode buscar a liderança de custos ou a diferenciação com as mesmas vantagens e desvantagens dos líderes de custo e dos diferenciadores. O perigo de ficar no meio-termo. Uma empresa tem, portanto, três opções estratégicas - liderança de custos, diferenciação ou enfoque. A última é dividida em duas sub-opções - foco no custo ou foco na diferenciação (ver Figura 1). VANTAGEM ESTRATÉGICA BAIXO CUSTO SINGULARIDADE A L V O TODOS OS CLIENTES 1 – LIDERANÇA 2 - DIFERENCIAÇÃO DE CUSTO SEGMENTO DE MERCADO 3 - ENFOQUE 3a - FOCO 3b - FOCO NO NA CUSTO DIFERENCIAÇÃO Figura 1 – Estratégias genéricas de Porter Segundo Porter, essas são três abordagens eminentemente viáveis para lidar com as forças competitivas, aconselhando os gerentes a adotarem apenas uma delas. Caso contrário, as empresas ficariam "presas no meio-termo", sem estratégia de defesa. Tais empresas careceriam da "participação de mercado, investimento de capital e determinação para participar do jogo de baixo custo, da diferenciação necessária para eliminar a necessidade de uma posição de baixo custo ou do enfoque para criar diferenciação ou uma posição de baixo custo em uma esfera mais limitada". Uma empresa assim perderia clientes de alto volume que demandam baixo preço e perderia clientes com margens altas que demandam características e serviços únicos. A empresa presa no meio termo teria baixos lucros, uma cultura empresarial pouco definida, arranjos organizacionais conflitantes, um sistema de motivação ineficaz e assim por diante. Porter argumenta que em vez de se arriscar a enfrentar circunstâncias tão adversas, os gerentes seriam aconselhados a escolher uma das três estratégias. Mas como? Analisemos o terceiro e último conceito essencial de Porter - a cadeia de valor. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 27 3.2.5 A cadeia de valor de Michael Porter "Não podemos entender a vantagem competitiva sem analisar a empresa como um todo", escreve Porter. As verdadeiras vantagens das estratégias de custo e diferenciação devem ser encontradas na cadeia de atividades realizadas por uma empresa para oferecer valor aos seus clientes. E Porter sugere que você se volte para a cadeia de valor para conduzir uma detalhada análise estratégica e chegar a sua escolha. Figura 2 – Cadeia de valor genérica de Michel Porter Fonte: Michael E. Porter, Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance (Nova York: Free Press, 1988), p. 87, fig. 22. Porter identifica cinco atividades primárias e quatro atividades secundárias que constituem a cadeia de valor de toda empresa (ver Figura 2). 3.2.5.1 As cinco atividades primárias são: Logística de entrada. Atividades associadas ao recebimento, armazenamento e distribuição de insumos, como manuseio de material, armazenagem, controle de estoques, programação de veículos e devoluções. Operações. Atividades associadas à transformação de insumos no produto final, como usinagem, embalagem, montagem, manutenção de equipamento, teste, impressão e operações da instalação. Logística externa. Atividades associadas à coleta, armazenagem e distribuição física do produto aos compradores, como armazenagem de produtos acabados, manuseio de material, operação de entrega, processamento de pedidos e programação. 4. Marketing e vendas. Atividades associadas ao fornecimento de uma forma pela qual os compradores possam adquirir o produto e induzi-los a fazê-lo, como publicidade, promoção, venda, cotação, seleção de canal, relacionamento no canal e definição de preços. 5. Serviços. Atividades associadas à oferta de serviços com o intuito de ampliar ou manter o valor do produto, como instalação, reparo, treinamento, fornecimento de peças e ajustes ao produto. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 28 O Quadro 1, que se segue, apresenta um resumo das diversas formas possíveis de cooperação a partir das cinco categorias de inter-relações empresariais propostas por PORTER (1990). Quadro 1: Formas possíveis de cooperação Categorias de Inter-relações Fonte de Inter-relação Formas Possíveis de Cooperação Aquisição . Insumos adquiridos . Aquisição conjunta Tecnologia . Tecnologia comum dos produtos . Tecnologia comum dos processos . Tecnologia comum em outras atividades de valor . Um produto incorporado a outro . Interface entre produtos . Desenvolvimento conjunto de tecnologia . Projeto de interface conjunto Infra-estrutura . Necessidades comuns de infra-estrutura da empresa . Capital comum . Levantamento compartilhado de capital (financiamento) . Contabilidadecompartilhada . Assessoria jurídica compartilhada . Relações com o governo compartilhadas . Contratação e treinamento compartilhados Produção . Localização comum de matérias-primas . Necessidades comuns de suporte de fábrica . Logística interna compartilhada . Atividades indiretas de produção compartilhadas Mercado . Comprador comum . Canal de compras comum . Mercado geográfico comum . Marca registrada compartilhada . Venda cruzada de produtos . Pacote de vendas . Departamento de marketing compartilhado . Rede compartilhada de serviço/suporte Fonte: Adaptado de PORTER (1990 pp. 310, 311) 3.2.5.2 As quatro atividades secundárias ou de apoio Aquisição. Atividades relacionadas à compra de matéria-prima, suprimentos e outros itens consumíveis, além de máquinas, equipamentos de laboratório, equipamentos de escritório e instalações físicas. Desenvolvimento da tecnologia. Atividades relacionadas à melhoria do produto e/ou processo, incluindo pesquisa e desenvolvimento, projeto de produtos, pesquisas de meio, concepção do processo, concepção dos procedimentos de serviço e assim por diante. Gestão de recursos humanos. Atividades relacionadas ao recrutamento, contratação, treinamento, desenvolvimento e remuneração de pessoal. 4. Infra-estrutura da empresa. Atividades como gerência geral, planejamento, finanças, contabilidade, questões governamentais, gestão da qualidade e assim por diante. Obviamente, argumentou Porter, essas são apenas as atividades realizadas em uma cadeia de valor genérica. Cada categoria genérica pode e deve ser dividida em atividades separadas, específicas a uma determinada empresa. Por exemplo, a principal atividade de marketing e vendas poderia ser desmembrada em gerência de marketing, publicidade, administração da força de vendas, operações da força de vendas, preparação da literatura técnica e promoção. E essas atividades distintas poderiam ser desmembradas em outras mais. O propósito de toda essa "desagregação", como diz Porter, é ajudar as empresas a selecionarem uma Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 29 das três estratégicas genéricas e isolar as áreas potenciais de vantagem competitiva que uma empresa poderia ter para lidar com as cinco forças competitivas únicas aos setores e empresas. Por exemplo, escreve Porter: “Cada categoria pode ser vital para a vantagem competitiva, dependendo do setor. No caso de um distribuidor, a logística interna e a logística externa são as mais importantes... Para um banco, que concede empréstimos a empresas, marketing e vendas são o segredo para a vantagem competitiva, refletido em como os empréstimos são agrupados e seu preço definido. Para um fabricante de copiadoras de alta velocidade, o serviço representa uma importante fonte de vantagem competitiva... Nas fábricas de chocolate e nas empresas de energia elétrica... a aquisição de cacau e combustível, respectivamente, são de longe o determinante mais importante da posição de custos (e, portanto, da estratégia)... Em uma siderurgia.., a tecnologia de processo (desenvolvimento) da empresa é o fator mais importante para a vantagem competitiva.” Em suma, as fontes de vantagem competitiva em qualquer empresa estão lá, em sua cadeia de valor. Tudo que os gerentes têm a fazer é analisar - passo um, passo dois, passo três -, elaborar gráficos e analisar o custo de suas próprias empresas, para depois fazer o mesmo para seus concorrentes. No final, surgirá uma estratégia perfeita. 4 INFORMAÇÃO, FALHAS DE MERCADO E O PAPEL DO GOVERNO 4.1 Falhas de Mercado Uma Falha de Mercado ocorre quando os mecanismos de mercado, não regulados pelo Estado e deixados livremente ao seu próprio funcionamento, originam resultados econômicos não eficientes ou indesejáveis do ponto de vista social. Tais falhas são geralmente provocadas pelas imperfeições do mercado, nomeadamente informação incompleta dos agentes econômicos, custos de transação elevados, existência de externalidades e ocorrência de estruturas de mercado do tipo concorrência imperfeita. Essas falhas, no contexto normativo, podem ser corrigidas por políticas públicas, com legislação, taxação, por exemplo. Outras formas de correção das falhas que decorrem da função estatal está o controle dos preços por meio do tabelamento e fixação do preço mínimo. 4.1.1 Agente Econômico Um agente econômico é um indivíduo, conjunto de indivíduos, instituição ou conjunto de instituições que, através das suas decisões e ações, tomadas racionalmente, influenciam de alguma forma a economia. Tradicionalmente são considerados como agentes econômicos os seguintes: Famílias - tomam decisões sobre o consumo de bens e a oferta de trabalho; Empresas - Tomam decisões sobre o investimento, sobre a produção de bens intermédios e de consumo e sobre a procura de trabalho; Estado - Toma decisões de consumo, de investimento e de política econômica; Exterior - representa todos os agentes externos à economia e questão e toma decisões sobre todas as questões anteriores. 4.2 Informação assimétrica Em economia, Informação assimétrica é um fenômeno que ocorre quando dois ou mais agentes econômicos estabelecem entre si uma transação econômica com uma das partes envolvidas detendo informações qualitativa ou quantitativamente superiores aos da outra parte. Essa assimetria gera o que se define na microeconomia como falhas de mercado. Nos manuais de introdução à microeconomia, os fenômenos de informação assimétrica mais abordados são: a seleção adversa, o risco moral e o herd behavior. A informação assimétrica, uma característica que impede o funcionamento perfeitamente concorrencial do mercado, existe quando um dos agentes de um mercado tem uma informação relevante enquanto o outro, por sua vez, não a possui. A existência dessa assimetria faz com que os agentes econômicos não aloquem seus recursos da maneira mais eficiente possível, ou seja, em um cenário first-best. Isso ocorre devido à http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/agenteeconomico.htm http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/externalidades.htm http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/concorrenciaimperfeita.htm http://wapedia.mobi/pt/Pol%C3%ADticas_p%C3%BAblicas http://wapedia.mobi/pt/Legisla%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Taxa%C3%A7%C3%A3o http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/familia.htm http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/bem.htm http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/estado.htm http://wapedia.mobi/pt/Economia http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%B5es http://wapedia.mobi/pt/Qualitativa http://wapedia.mobi/pt/Quantitativa http://wapedia.mobi/pt/Assimetria http://wapedia.mobi/pt/Falhas_de_mercado http://wapedia.mobi/pt/Microeconomia http://wapedia.mobi/pt/Sele%C3%A7%C3%A3o_adversa http://wapedia.mobi/pt/Risco_moral http://wapedia.mobi/pt/Herd_behavior Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 30 incerteza em relação ao comportamento do outro agente envolvido na troca, e assim, sobre o retorno esperado da transação. Por isso, um indivíduo pode estar disposto a abrir mão da eficiência alocativa para minimizar o risco e a incerteza da troca. Os impactos distributivos gerados pela informação assimétrica podem ser analisados pela renda informacional despendida, ou seja, o quanto deve ser pago para se proporcionar os incentivos suficientes para superar as perdas geradas pelos riscos causados por essa assimetria. Desse modo, pode-se dizer que existe um trade off entre eficiência alocativa e extração de renda, que é gerado pela informação incompleta. Por causa da informação assimétrica, a firma não maximiza o valor social da troca, mais precisamente, de seu lucro. Essa falha na alocação eficiente dos recursos não deve ser considerada uma falha no uso racionalde recursos da firma. A eficiência alocativa é apenas uma das partes do objetivo do principal (Laffont e Martimort, 2002). A informação imperfeita e custosa dá às firmas poder de mercado, prejudicando a resposta do mercado às variações na qualidade e nos preços. Ela faz com que a curva de demanda se torne menor do que infinitamente elástica, dando poder às firmas de aumentar seus preços marginalmente, porém, sem perder todos os seus consumidores (Stiglitz, 1989). 4.2.1 Informação Assimétrica e o Meio Ambiente Do mesmo modo que a assimetria de informação pode ocorrer sobre uma qualidade privada de um bem ou sobre as preferências de um agente econômico, ela pode afetar também um bem público. Os efeitos negativos gerados pela produção e pelo consumo sobre o meio-ambiente, quando não internalizados pelos consumidores, empresas ou governos devido à falta de informação, aparecem como externalidades. A presença de externalidades negativas, por sua vez, afeta negativamente o bem-estar social por levar a uma alocação em um nível sub-ótimo do bem “meio-ambiente” ou “qualidade ambiental” pela sociedade. O Teorema de Coase foi o primeiro a apontar para a importância do fornecimento de informação para se resolver de maneira eficiente um problema de externalidade ambiental. Quando a poluição é ineficiente, impõe custos nas vítimas maiores que os custos de controle dessa poluição, ou seja, o benefício marginal de despoluir excede o custo marginal. Deste modo, dados os direitos de propriedade, as vítimas irão se mobilizar para chegar a um acordo com o poluidor em que a alocação da poluição seja eficiente. Caso haja um problema de informação assimétrica, nem todos os agentes estarão cientes dos custos diretos ou indiretos da poluição, o que impede que os agentes cheguem a uma solução ótima. Diminuindo os custos de obtenção da informação, se reduzem os custos de transação, aumentando a possibilidade de participação de todos os agentes afetados pela externalidade. 4.2.2 Seleção adversa Seleção adversa é um fenômeno de informação assimétrica que ocorre quando os compradores "selecionam" de maneira incorreta determinados bens e serviços no mercado. Exemplo: Um dos exemplos mais abordados nos manuais de introdução à microeconomia é dos mercado de carros usados. Suponha que nesse mercado existem dois tipos de bens: carros usados de alta qualidade (uvas) e os de baixa qualidade (limões). Os compradores estão dispostos a comprar uma "uva" por $2500 e um "limão" por $1500, pelo lado dos vendedores uma "uva" só é vendida por $2200 e um "limão" por $1200. Os compradores, que não possuem as informações completas sobre a qualidade dos carros, estimam que nesse mercado metade deles são "uvas" e a outra metade, "limões". Dessa forma o preço que eles estão dispostos a oferecer em um carro nesse mercado é de (0,5)x2500 + (0,5)x1500, ou seja, eles estão dispostos a oferecer $2000 em um carro usado. Os vendedores, que possuem as informações completas sobre seus carros, não venderão carros de alta qualidade por esse preço, só vendendo os "limões". A consequência é que o mercado será inundado por carros usados de baixa qualidade já que a esse preço é muito vantajoso para os donos de "limões" venderem seus carros e extremamente desvantajoso para os donos de "uva", pois os compradores selecionaram "incorretamente" o produto por falta de informação. http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%A3o_assim%C3%A9trica http://wapedia.mobi/pt/Microeconomia Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 31 4.2.3 Risco moral O conceito de risco moral (ou Moral Hazard) se refere à possibilidade de que um agente econômico mude seu comportamento de acordo com os diferentes contextos nos quais ocorre uma transação econômica. O risco moral é relacionado à informação assimétrica, uma situação na qual uma parte na transação possui mais informações que a outra. Um caso especial de risco moral é chamado problema agente-principal, onde uma parte, chamado de agente, age no interesse da outra parte, chamada de principal. O agente pode ter um incentivo ou tendência de agir inapropriadamente do ponto de vista do principal, se os interesses do agente e do principal não estiverem alinhados. O agente normalmente tem mais informações sobre suas ações ou intenções do que o principal, porque o principal normalmente não pode monitorar perfeitamente o agente. Bons exemplos de risco moral ocorrem na contratação de seguros e na admissão de novos funcionários. No caso do seguro uma empresa seguradora de carros não tem como monitorar o comportamento daqueles que contrataram seus serviços. Antes de fazer um seguro o agente evitava transitar em bairros com alta incidência de roubos, conferia se a porta estava realmente trancada, em suma seu comportamento, antes, revelava ser muito mais cuidadoso com a posse do bem do que agora, com o carro coberto contra roubo pela seguradora. O mesmo pode ocorrer com funcionários que estão sendo admitidos por uma empresa. Antes da contratação o empregador não tem informações seguras sobre o desempenho do candidato ao cargo, seu compromisso em ter um bom desempenho. Antes o candidato poderia parecer ser uma boa contratação para a empresa, uma vez admitido ele pode começar a chegar atrasado, não apresentar um desempenho satisfatório. Uma forma de minimizar o risco moral se dá por intermédio das chamadas sinalizações. Uma seguradora pode exigir dos donos de veículos o uso de GPS, alarmes, trancas especiais, etc. Pode cobrar um prêmio maior se o dono do carro residir em um bairro com alta incidência de roubo ou se ele tiver menos de 30 anos de idade, pois essa faixa etária é responsável por uma parcela maior de acidentes, etc. Uma empresa pode exigir de um candidato ao emprego referências de outros empregadores, pode exigir certas qualificações profissionais ou mesmo experiência na função. Todas essas sinalizações minimizam a falta de informações das empresas e conseqüentemente o risco moral. 4.2.4 Comportamento de manada Comportamento de manada é um termo usado para descrever situações em que indivíduos em grupo reagem todos da mesma forma, embora não exista direção planejada. O termo se refere originalmente ao comportamento animal; por analogia, também se aplica ao comportamento humano, em situações tais como a ocorrência de uma bolha especulativa. Neste caso, diz respeito ao comportamento de agentes econômicos, em um contexto de informação assimétrica ou incerteza, quando uma grande parcela dos agentes participantes de um dado mercado não tem informações suficientes para a tomada de decisão - acerca do mercado de ações, mercado cambial ou o mercado de crédito, por exemplo - e cada agente decide imitar a decisão de outros, supostamente mais bem informados, ou seguir a maioria. 4.3 Concorrência Imperfeita Situação de mercado entre a concorrência perfeita e o monopólio absoluto - e que, na prática, corresponde à grande maioria das situações reais. Caracteriza-se, sobretudo pela possibilidade de os vendedores influenciarem a procura e os preços por vários meios (diferenciação de produtos, publicidade, localização, dumping). http://wapedia.mobi/pt/Moral_Hazard http://wapedia.mobi/pt/Agente_econ%C3%B4mico http://wapedia.mobi/pt/Transa%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Econ%C3%B4mica http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%A3o_assim%C3%A9trica http://wapedia.mobi/pt/Contrato http://wapedia.mobi/pt/Seguro http://wapedia.mobi/pt/Funcion%C3%A1rio http://wapedia.mobi/pt/Empresa http://wapedia.mobi/pt/Seguradora http://wapedia.mobi/pt/Carro http://wapedia.mobi/pt/Roubo http://wapedia.mobi/pt/Bem_(economia) http://wapedia.mobi/pt/GPS http://wapedia.mobi/pt/Alarme http://wapedia.mobi/pt/Faixa_et%C3%A1ria http://wapedia.mobi/pt/Acidente http://wapedia.mobi/pt/Empregador http://wapedia.mobi/pt/Qualifica%C3%A7%C3%A3o_profissional http://wapedia.mobi/pt/Qualifica%C3%A7%C3%A3o_profissionalhttp://wapedia.mobi/pt/Experi%C3%AAncia http://wapedia.mobi/pt/Bolha_especulativa http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%A3o_assim%C3%A9trica http://wapedia.mobi/pt/Mercado http://wapedia.mobi/pt/Mercado_de_a%C3%A7%C3%B5es http://wapedia.mobi/pt/C%C3%A2mbio http://wapedia.mobi/pt/Cr%C3%A9dito http://wapedia.mobi/pt/Dumping Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 32 4.4 Externalidades Externalidades, também chamadas economias (ou deseconomias) externas, são efeitos positivos ou negativos - em termos de custos ou de benefícios - gerados pelas atividades de produção ou consumo exercidas por um agente econômico e que atingem os demais agentes, sem que haja incentivos econômicos para que seu causador produza ou consuma a quantidade referente ao custo de oportunidade social. Na presença de externalidade, o custo de oportunidade social de um bem ou serviço se difere do custo de oportunidade privado, fazendo com que haja incentivos não eficientes do ponto de vista social. Portanto, externalidades referem-se ao impacto de uma decisão sobre aqueles que não participaram dessa decisão. A externalidade pode ser negativa, quando gera custos para os demais agentes - a exemplo, de uma fábrica que polui o ar, afetando a comunidade próxima. Pode ser positiva, quando os demais agentes, involuntariamente, se beneficiam, a exemplo dos investimentos governamentais em infra-estrutura e equipamentos públicos. Coase (1960) argumentou que as externalidades existem devido a ausência de mercado e direitos de propriedade bem definidos. Por exemplo, no caso de poluição de água, porque nem a indústria nem a comunidade detêm a água que está sendo poluída e, por isso, falta um mercado: o mercado da poluição. Neste mercado alguns agentes estariam dispostos a pagar para ver a quantidade de produção de poluição reduzida, quer dizer, a poluição teria um preço. Se a poluição de uma indústria infere custos aos moradores que vivem próximos a ela. Internalizar essa externalidade significa incluir os custos causados pela poluição para que se usufrua dos resultados de sua produção. Mas quem paga por isso? Caso a indústria tenha os direitos legais de poluir o rio, a própria comunidade pode estar disposta a pagar pela instalação de um filtro que diminua as emissões. O princípio usualmente adotado é o do “usuário pagador”, ou seja, quem polui, ou faz uso indireto da poluição, paga pelos custos externos causados a terceiros. Sendo assim, é possível que externalidades sejam superadas e eliminadas sem a presença do estado, desde que os custos de transação sejam baixos. Entretanto, nem sempre isso ocorre, dando margem para o estado intervir em casos de externalidade. A informação assimétrica pode fazer com que uma externalidade não seja percebida, como é o caso de produtos que produzem externalidades negativas em seus processos produtivos enquanto seus consumidores não o sabem, fazendo com que tomem decisões de compra que não seriam tomadas caso houvesse informação completa. Para superar esses problema, esquemas de certificação ambiental são opções eficientes para que consumidores possam internalizar externalidades produzidas pelo seu consumo. Custo de transação é o custo incorporado por terceiros em uma transação econômica. Os custos de transação, impostos, por exemplo, causam impacto sobre a oferta e demanda de um mercado, pois o valor pago pelo comprador não é inteiramente repassado ao vendedor. De acordo com JL Pondé, J Fagundes, M Possas(1997), a teoria dos custos de transação demonstra que movimentos de integração vertical e práticas contratuais que organizam as interações dos agentes nos mercados não constituem necessariamente tentativas de limitar a concorrência. A especificidade de ativos e do oportunismo faz com que a coordenação da interação entre os agentes por relações mercantis puramente competitivas apresente ineficiências. O estabelecimento de cláusulas de reciprocidade, restrições contratuais a condutas das partes e a iniciativas de integração ou quase- integração ao longo das cadeias produtivas constituem, freqüentemente, inovações institucionais que buscam gerar ganhos de eficiência. A incorporação do instrumental analítico oferecido por esta teoria nos procedimentos utilizados pelas autoridades antitruste para avaliar condutas e situações potencialmente anticompetitivivas tem uma forte justificativa, que consiste em evitar que o desenvolvimento, pelos agentes privados, de formas mais eficientes de realizar a coordenação de suas interações seja restringida por uma pressuposição errônea de que contratos ou estruturas organizacionais diferenciados tenham motivações e efeitos anticompetitivos. http://wapedia.mobi/pt/Custos_de_transa%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%A3o_assim%C3%A9trica http://wapedia.mobi/pt/Certifica%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Custo http://wapedia.mobi/pt/Economia http://wapedia.mobi/pt/Oferta_e_demanda http://wapedia.mobi/pt/Mercado Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 33 Isso não significa, vale notar, que a abordagem tradicional da política deva ser alterada no sentido de restringir seu escopo, eliminando controles sobre alguma área, ou abrir mão de algum instrumento de atuação, mas sim que um leque maior de elementos deve ser utilizado na avaliação da adequação de se realizar determinadas intervenções na operação dos mercados. 4.5 Atribuições Econômicas do Estado De uma forma geral, a teoria das finanças públicas gira em torno da existência das falhas de mercado que torna necessária a presença do governo, o estudo de suas funções, da teoria da tributação, do controle e do gasto público. As falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance o ótimo de Pareto, ou seja, o estágio de welfare economics, ou, estado de bem estar social através do livre mercado, sem interferência estatal, são estes: A existência dos bens públicos que são consumidos por diversas pessoas ao mesmo tempo, exemplo são as ruas e praças, os bens públicos são de consumo indivisível e não excludente, assim, uma pessoa adquirindo um bem público não tira o direito de outra adquiri-lo também; A existência de monopólios naturais: monopólios que tendem a surgir devido ao ganho de escala que o setor oferece, exemplo: água e energia, o governo acaba sendo obrigado a assumir a produção ou criar agências que impeçam a exploração dos consumidores; As externalidades: uma fábrica pode poluir um rio e ao mesmo tempo gerar empregos. Assim, a poluição é uma externalidade negativa porque causa danos ao meio ambiente e a geração de empregos é uma externalidade positiva por aumentar o bem estar e em tese diminuir a criminalidade. O governo deverá agir no sentido de inibir atividades que causem externalidades negativas e incentivar atividades causadoras de externalidades positivas e o desenvolvimento, emprego e estabilidade: principalmente em economias em desenvolvimento a ação governamental é muito importante no sentido de gerar crescimento econômico através de bancos de desenvolvimento, criar postos de trabalho e da buscar a estabilidade econômica. 4.5.1 As 3 funções do Estado Neste sentido, consolidando as características acima, pode-se elencar três Atribuições Econômicas do Estado são elas as funções alocativas, distributivas e estabilizadoras. Função Alocativa: Relaciona-se à alocação eficiente de recursos tanto de receitas quanto da economia gerada pela qualidade do gasto público por parte do governo a fim de oferecer bens públicos, exemplo as rodovias, segurança e os bens semi-públicos ou meritórios, exemplo: educação, saúde, infra-estrutura. Portanto, não basta apenas incrementar a arrecadação e reduzir despesas desnecessárias, é preciso também manter em níveis eficazes o controle e a responsabilidadeda gestão fiscal de forma que haja melhor alocação destes recursos. Função Distributiva: É a redistribuição de rendas realizada através das transferências constitucionais dos impostos e dos subsídios governamentais. Um bom exemplo é a destinação obrigatória destes recursos para as ações de saúde e educação. Função Estabilizadora: É a aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos. O orçamento público é um importante instrumento da política de estabilização. No plano da despesa, o impacto das compras do governo sobre a demanda agregada é expressivo. No lado da receita têm-se o volume e também a variação existente entre a receita orçamentária e a renda nacional. Desta forma, segundo o economista Musgrave, este sistema fiscal possui uma flexibilidade própria que responde às mudanças na economia, mesmo que não ocorram variações na política fiscal (mudanças de alíquotas tributárias ou na legislação dos gastos governamentais). Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 34 Esta flexibilidade embutida no sistema fiscal é responsável por reações automáticas que, em algumas circunstâncias, refletem nas metas visadas pela política do setor público. Exemplo atual foi o aumento recorde da arrecadação da União mesmo com o fim da CPMF. É certo que na esfera federal foram adotadas algumas políticas fiscais para compensar a provável perda da CPMF, mas mesmo assim o incremento da arrecadação superou todas as expectativas. Fato este oriundo também de políticas de desenvolvimento e até mesmo do próprio crescimento econômico do país. Além dos instrumentos fiscais, a política de estabilização utiliza outros de cunho monetário com vistas no controle da oferta monetária. Entre as principais medidas podem ser citadas: manutenção de determinados níveis de recursos disponíveis para aplicação pelos bancos, controle da taxa de juros e lançamento de títulos públicos. Normalmente, cabe ao Estado criar ou estimular a instalação de atividades que constituam externalidades positivas (como a educação), e impedir ou inibir a geração de externalidades negativas. Isto pode ser feito através de instrumentos tais como taxação e sanções legais ou, inversamente, renúncia fiscal e concessão de subsídios conforme o caso. 4.5.1.1 Taxa Taxa é a exigência financeira a pessoa privada ou jurídica para usar certos serviços fundamentais, ou pelo exercício do poder de polícia, imposta pelo governo ou alguma organização política ou governamental. É uma das formas de tributo. Um conceito bastante similar é de tarifa. Em tarifa o serviço prestado é facultativo, e o pagamento é coletado indiretamente pelo Estado, através de terceiros. Exemplos de taxas são as taxas de recolhimento de lixo urbano, pedágios em rodovias estatais, etc. 4.5.1.2 Sanção O vocábulo sanção provem do latim santio, sanctionis, de sancire (estabelecer por lei), possuindo o vocábulo, etimologicamente, dois significados distintos, segundo ensina o professor Maurício Benevides Filho (in A sanção premial no Direito, Ed. Brasília Jurídica, Brasília, 1999). O primeiro vincula-se ao processo legislativo, sendo ato de competência exclusiva do Presidente da República, onde este adere ao projeto de lei votado no Poder Legislativo, apondo sua aprovação e encaminhando-o para promulgação e publicação. Já na segunda acepção representa a consequência positiva ou negativa prevista em lei para determinado ato praticado por um indivíduo. Realizada certa ação ou omissão prevista na norma jurídica, a retribuição será a aplicação de uma sanção igualmente nela prevista, podendo ser uma punição (pena) ou um incentivo (prêmio). 4.5.1.3 Isenção fiscal Isenção fiscal é a dispensa de tributo por meio de lei, realizada pelo ente federativo competente para instituí- lo. Não há efetivação do lançamento tributário, embora ocorra o fato gerador e consequentemente se instaure a obrigação tributária. A isenção fiscal pode ser uma forma de incentivar investimentos privados no desenvolvimento de áreas de interesse público. A isenção pode ser concedida: Em caráter individual - concedida por lei mediante solicitação do sujeito passivo, que terá de cumprir alguns requisitos constante na norma concedente. Em caráter geral - também depende de lei, mas é genérica e não traz requisitos a serem cumpridos pelo sujeito passivo. http://wapedia.mobi/pt/Estado http://wapedia.mobi/pt/Taxa%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/San%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Isen%C3%A7%C3%A3o_fiscal http://wapedia.mobi/pt/Subs%C3%ADdio http://wapedia.mobi/pt/Exerc%C3%ADcio_do_poder_de_pol%C3%ADcia http://wapedia.mobi/pt/Tributo http://wapedia.mobi/pt/Tarifa http://wapedia.mobi/pt/Tarifa http://wapedia.mobi/pt/Latim http://wapedia.mobi/pt/Legislativo http://wapedia.mobi/pt/Lei http://wapedia.mobi/pt/Norma http://wapedia.mobi/pt/Tributo http://wapedia.mobi/pt/Lei http://wapedia.mobi/pt/Fato_gerador http://wapedia.mobi/pt/Investimento Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 35 Pode ser ainda: a) Condicionada - quando concedida mediante o cumprimento de determinados requisitos exigidos pela lei. b) Incondicionada - quando a lei apenas descreve a hipótese de concessão da isenção. c) Por prazo certo - se a lei determina o prazo que o sujeito passivo terá direito à isenção. d) Por prazo indeterminado - se a lei não define o prazo de concessão do benefício. 4.5.1.4 Subsídio Subsídio é nas ciências econômicas, o fornecimento de fundos monetários a certas pessoas. Subsídios governamentais fornecidos a empresas (comércio e indústrias) possuem o intuito de abaixar o preço final dos produtos vendidos por tais companhias, para que estes produtos possam competir com os produzidos em outros países a preços menores (entre outras razões, por causa dos menores custos de mão-de-obra e de diferenças de taxas cambiais). Subsídios também podem ser dados com outros objetivos. Por exemplo, subsídios governamentais podem ser dados às pessoas de baixa renda para o auxílio da compra de uma casa própria. Os subsídios governamentais às empresas são comuns em países desenvolvidos, cujos produtos são sensivelmente mais caros do que similares fabricados em países em desenvolvimento, assim abaixando o preço final dos produtos vendidos por tais empresas. Mas também são usados em países pobres. O subsídio é uma forma de apoio monetário, concedida por uma instituição/entidade/pessoa a outra individual ou coletiva, no sentido de fomentar o desenvolvimento de uma determinada atividade desta ou o desenvolvimento da própria. 4.5.1.5 Certificação Certificação é a declaração formal de "ser verdade", emitida por quem tenha credibilidade e tenha autoridade legal ou moral. Ela deve ser formal, isto é, deve ser feita seguindo um ritual e ser corporificada em um documento. A certificação deve declarar ou dar a entender, explicitamente, que determinada coisa, status ou evento é verdadeiro. Deve também ser emitida por alguém, ou alguma instituição, que tenha fé pública, isto é, que tenha credibilidade perante a sociedade. Essa credibilidade pode ser instituída por lei ou decorrente de aceitação social. O certificado é o documento que corporifica a certificação. Formas de Certificação Eles podem ser realizados para as seguintes finalidades: Atestar a qualificação de um profissional (como Certified Information System Security Professional e Security+), Atestar a qualidade e funcionalidade de produtos, serviços, processos produtivos, por exemplo, nas áreas de segurança de computadores e software (ISO/IEC 17799 e Common Criteria), em sua qualidade (ISO 9000) e na gestão ambiental de empresas (ISO 14000). Certificação Ambiental Doponto de vista de políticas públicas, os selos de certificação ambiental são instrumentos que se destinam a educar consumidores sobre os impactos ambientais da produção, uso e descarte de produtos, levando a uma mudança no padrão de consumo e assim reduzir seus impactos negativos sobre o meio ambiente. Para que selos ambientais possam atingir seus objetivos de política ambiental, os consumidores ao considerar as informações contidas no selo, dando preferência a produtos certificados, podem contribuir para a eliminação de atividades ilegais, predatórias ou de alto impacto sobre o meio ambiente. Os selos certificadores diminuem os custos de busca por informação, influenciando o número e o peso dado para os atributos considerados por um consumidor durante seu processo de decisão. Por tanto, se um consumidor tiver informação suficiente e confiável para diferenciar produtos de baixa qualidade dos de alta qualidade, ele terá uma disposição extra a pagar de sobre os produtos de alta qualidade. Inversamente, a http://wapedia.mobi/pt/Economia http://wapedia.mobi/pt/Dinheiro http://wapedia.mobi/pt/Governo http://wapedia.mobi/pt/M%C3%A3o-de-obra http://wapedia.mobi/pt/Casa http://wapedia.mobi/pt/F%C3%A9_p%C3%BAblica http://wapedia.mobi/pt/Sociedade http://wapedia.mobi/pt/Lei http://wapedia.mobi/pt/Certificado http://wapedia.mobi/pt/Profissional http://wapedia.mobi/pt/Certified_Information_System_Security_Professional http://wapedia.mobi/pt/Security%2B http://wapedia.mobi/pt/Produto_(economia) http://wapedia.mobi/pt/Servi%C3%A7os http://wapedia.mobi/pt/Seguran%C3%A7a_de_computadores http://wapedia.mobi/pt/Qualidade_de_Software http://wapedia.mobi/pt/ISO/IEC_17799 http://wapedia.mobi/pt/Common_Criteria http://wapedia.mobi/pt/ISO_9000 http://wapedia.mobi/pt/Gest%C3%A3o_ambiental http://wapedia.mobi/pt/ISO_14000 http://wapedia.mobi/pt/Pol%C3%ADticas_p%C3%BAblicas http://wapedia.mobi/pt/Consumidor http://wapedia.mobi/pt/Impactos_ambientais http://wapedia.mobi/pt/Consumo http://wapedia.mobi/pt/Pol%C3%ADtica_ambiental http://wapedia.mobi/pt/Prefer%C3%AAncia_do_consumidor http://wapedia.mobi/pt/Meio_ambiente http://wapedia.mobi/pt/Informa%C3%A7%C3%A3o Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 36 provisão de informação pode também levar a uma redução na disposição a pagar por bens de baixa qualidade. De uma maneira geral, políticas de provisão de informação têm como objetivo principal minimizar a falha de mercado causada pela informação assimétrica entre empresas e consumidores. As vantagens de implementação dessas políticas são a seguir enumeradas resumidamente: Redução de custos de informação - A provisão de informação pelo governo reduz os custos de ação coletiva, o que permite aos agentes aumentarem seu poder de barganha e pressão sobre firmas poluidoras. A nova informação pode mudar a relação de custos e benefícios de ações contra poluidores. Choque - A provisão de informação incentiva ação coletiva quando o comportamento ambiental observado é pior do que o esperado. Nesse caso o que mudaria não seriam os custos de ação, mas a percepção de que os níveis ambientais estão abaixo dos níveis aceitável pela população. Uma conseqüência disso pode ser a mudança no valor da empresa poluidora no mercado. Vergonha/medo - A possibilidade de disseminação da informação faz com que o desempenho de uma firma melhore devido ao temor de ser considerada de „baixo desempenho‟ por grupos de pressão e pela mídia. Comparação - A provisão de informação permite à população comparar o desempenho de diferentes empresas no tocante ao dano ambiental que cada uma delas provoca. Agenda governamental - A informação não é dada para atender à demanda de grupos de interesse, mas apenas para alertar as pessoas de que o dano ambiental é um motivo de preocupação do governo. Validade As certificações geralmente precisam ser renovadas e reavaliadas periodicamente por um órgão regulador certificador, que será responsável pela credibilidade dos métodos de avaliação do certificado. O certificador pode tanto ser um órgão público, quanto uma empresa privada independente. Certificados podem, inclusive, ser dados pelas próprias empresas que os utilizam, principalmente como apelo publicitário, o que pode ser caracterizado como cheap talk, ou seja, um apelo sem credibilidade garantida. 5 A EMPRESA DE COASE 5.1 Teorema de Coase O Teorema de Coase é uma teoria desenvolvida pelo economista Ronald Coase (Prêmio de Ciências Econômicas, 1991), que busca resolver as externalidades, provocadas nos mercados. Basicamente, segundo o Teorema de Coase, se os agentes envolvidos com externalidades puderem negociar (sem custos de transação) a partir de direitos de propriedade bem definidos pelo Estado, poderão negociar e chegar a um acordo em que as externalidades serão internalizadas. Coase concebeu seu primeiro artigo, “The Nature of the Firm” quando, ainda universitário, partiu da sua nativa Inglaterra para uma viagem pelos Estados Unidos. Ele era um socialista na época, e decidiu fazer uma visita a Norman Thomas, um eterno candidato presidencial pelo Partido Socialista. Coase também visitou a Ford e a General Motors, o que o instigou a pensar no seguinte enigma: como os economistas podem dizer que Lênin estava errado em achar que a economia russa pode ser administrada como uma grande fábrica se as grandes firmas nos Estados Unidos parecem tão bem administradas? Para responder a sua própria pergunta, Coase teve um insight fundamental sobre o motivo porque as firmas existem. As firmas são como economias centralmente planejadas, escreveu, mas diferente dessas elas são formadas por causa das escolhas voluntárias das pessoas. Mas por que as pessoas fazem essas escolhas? http://wapedia.mobi/pt/Falha_de_mercado http://wapedia.mobi/pt/Falha_de_mercado http://wapedia.mobi/pt/A%C3%A7%C3%A3o_coletiva http://wapedia.mobi/pt/Cheap_talk http://wapedia.mobi/pt/Economista http://wapedia.mobi/pt/Ronald_Coase http://wapedia.mobi/pt/Pr%C3%A9mio_de_Ci%C3%AAncias_Econ%C3%B3micas http://wapedia.mobi/pt/Pr%C3%A9mio_de_Ci%C3%AAncias_Econ%C3%B3micas http://wapedia.mobi/pt/1991 http://wapedia.mobi/pt/Externalidades_(Economia) http://wapedia.mobi/pt/Mercado http://wapedia.mobi/pt/Externalidades_(Economia) http://wapedia.mobi/pt/Custos_de_transa%C3%A7%C3%A3o http://wapedia.mobi/pt/Direitos_de_propriedade http://wapedia.mobi/pt/Estado http://wapedia.mobi/pt/Externalidades_(Economia) Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 37 A resposta escreveu Coase, está nos “custos de transação (na época ele usou a expressão “marketing costs”). Se não houvesse custo para usar o mercado, as firmas não existiriam. As pessoas fariam apenas transações diretas. Mas porque existe custos envolvidos no uso do mercado, o processo de produção mais eficiente às vezes ocorre dentro de uma firma. Sua explicação sobre a razão para a existência das firmas é atualmente aceita e deu origem a todo um corpo de estudos sobre o assunto. O artigo de Coase foi citado 169 vezes em revistas acadêmicas entre 1966 e 1980. "The Problem of Social Cost", o outro artigo de Coase vastamente citado (661 citações entre 1966 e 1980), foi ainda mais revolucionário. Na verdade, deu origem à matéria chamada Direito e Economia. Os economistas a.c. (antes de Coase) de virtualmente todas as estirpes políticas aceitavam a idéia do economista Arthur Pigou de que, digamos, se o gado de um fazenda destrói a plantação de cereais da fazenda vizinha, o governo deve impedir que o fazendeiro permita que seu gado se mova livremente ou pelo menos tributá-lo pela sua atividade. Do contrário, acreditavam os economistas, o gado iria continuar a destruir plantações porque o fazendeiro não teria incentivos para impedi-los. Mas Coase contestou a interpretaçãoconvencional. Ele indicou que se não existissem obrigações legais para o fazendeiro, e se os custos de transação fossem zero, os dois fazendeiros poderiam chegar num acordo mutuamente benéfico. O dono da plantação poderia pagar o dono do gado para diminuir seu rebanho. Isso ocorreria, dizia Coase, se os prejuízos causados por um aumento no rebanho superassem os ganhos advindos desse aumento. Se, por exemplo, aumentar o seu rebanho em um animal gerasse um retorno de dois dólares para o pecuarista, e esse animal adicional causasse um prejuízo de três dólares para a plantação, o agricultor estaria disposto a pagar o dono do gado até três dólares para que ele se livrasse do animal. Um acordo mutuamente benéfico seria firmado. Coase ponderou sobre o que aconteceria se o judiciário condenasse o fazendeiro pelo dano causado pelo seu gado. Os economistas a.c. imaginavam que o tamanho do rebanho seria afetado. Mas Coase demonstrou que a única coisa afetada seria a riqueza do pecuarista e do agricultor. A quantidade de gado e o prejuízo sobre a plantação permaneceriam iguais. Nesse caso, o agricultor insistiria que o pecuarista lhe pagasse pelo menos três dólares pelo direito de ter um animal extra se movimentando em sua fazenda. Mas como esse animal valia apenas dois dólares para o pecuarista, ele estaria disposto a pagar somente até dois dólares por esse direito. Desse modo, o rebanho não seria aumentado - o mesmo resultado que teríamos se o pecuarista não fosse condenado. Esse insight era impressionante, mostrando que o argumento em favor da intervenção governamental era mais fraco do que pensavam os economistas. Mas os amigos de Coase na Universidade de Chicago, Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 38 orientada para o livre-mercado, perguntavam-se, segundo George Stigler, “como um economista tão perspicaz poderia ter cometido um erro tão óbvio”. Assim, chamaram Coase, que então estava dando aulas na Universidade da Virgínia, para vir a Chicago discutir. Eles jantaram na casa de Aaron Diretor, o economista que fundara o Journal of Law and Economics. Objetamos fortemente a essa heresia. Milton Friedman foi quem falou mais, como de hábito. Também foi quem pensou mais, como de hábito. Após duas horas de discussão, os votos passaram de vinte contra Coase e um a favor para vinte e um a favor. Que noite fantástica! Depois, lamentei não ter tido a clarividência de gravá-la. Foi o próprio Stigler quem chamou o insight de Coase “o teorema de Coase”. Naturalmente, como os custos de transação nunca são nulos e às vezes são muito altos, os tribunais ainda são necessários para a adjudicação entre agricultores e pecuaristas. Além disso, se as partes envolvidas adotarem certos comportamentos estratégicos, isso pode impedi-las de chegar a um acordo ainda que os ganhos dele advindos superem os custos de transação. Então, por que os economistas ficaram tão excitados com o Teorema de Coase? A razão é que ele os fez olhar de modo diferente para vários assuntos. Um exemplo: o divórcio. A economista H. Elizabeth Peters mostrou empiricamente que o fato de um estado possuir barreiras tradicionais ou facilidades para o divórcio não afeta a taxa de divórcios. Isso contraria o senso comum, mas está de acordo com o Teorema de Coase. Se a soma dos ganhos líquidos do casamento é considerada negativa pelo casal, então não há acordo sobre a distribuição dos ganhos líquidos do casamento que possa mantê-los juntos. Nenhuma das leis tradicionais do divórcio melhorou a posição de barganha das mulheres. Um marido que quisesse a separação muito mais do que sua esposa poderia compensá-la para obter o divórcio. Não surpreende, pois, que as leis que facilitam o divórcio fizeram com que as mulheres separadas ficassem em pior situação financeira, exatamente como a ausência de responsabilidade para o pecuarista de nosso exemplo piorou as coisas para o agricultor. Coase também perturbou o saber estabelecido quanto aos bens públicos. Os economistas freqüentemente oferecem o farol de navegação como exemplo de bem público que só o governo tem como fornecer. Esse exemplo é escolhido não a partir de informações sobre os faróis, mas a partir da visão apriorística de que os faróis não poderiam ser uma propriedade privada que desse lucro. Coase mostrou, com um olhar detalhista para a história, que os faróis na Inglaterra do século XIX eram privados e que os navios pagavam por seu uso quando chegavam ao porto. Coase recebeu seu doutorado da Universidade de Londres em 1951 e emigrou para os EUA, onde foi professor da Universidade de Buffalo de 1951 a 1958, da Universidade da Virgínia de 1958 a 1964, e da Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 39 Universidade de Chicago de 1964 a 1979, quando se aposentou. Hoje Coase é senior fellow de Direito e Economia na Universidade de Chicago. 5.2 Os custos de transação e a Teoria da empresa Em célebre artigo intitulado The Nature of the Firm, publicado em 1937 e determinante na entrega do Prêmio Nobel de Economia em 1991, Ronald COASE procurou suprir essas lacunas por meio da investigação das razões que levavam determinadas atividades econômicas a serem organizadas em empresas. De modo específico, buscou avaliar os motivos pelos quais, em alguns casos, a alocação de recursos era coordenada pelo mecanismo de preços, no mercado, e, em outros casos, pela direção do empresário, na empresa. Ronald COASE parte da premissa, genericamente aceita por economistas, de que, no mercado, a direção dos recursos econômicos é orientada pelo mecanismo de preços, que coordena a alocação dos fatores de produção entre diferentes usos. No entanto, sustenta que essa lógica não se verifica em várias situações encontradas no mundo real e não explica, por exemplo, a alocação de recursos ocorrida dentro das empresas. Uma descrição mais apurada do sistema econômico, portanto, pressuporia a verificação das razões que levam à existência das empresas, vistas como uma forma alternativa de organização econômica e alocação de recursos em relação ao mercado. Para Ronald COASE, enquanto fora das empresas o mecanismo de preços direciona a produção, que é coordenada por uma série de transações realizadas no mercado, dentro das empresas essas transações são, em alguma medida, eliminadas e substituídas pela coordenação do empresário, responsável pela direção da produção. As empresas, portanto, são sistemas de relações nos quais um empresário substitui, em maior ou menor grau, o mecanismo de preços na alocação de recursos. Destarte, elas surgem quando os custos incorridos com a utilização do mecanismo de preços, ou seja, com a obtenção de insumos por meio de transações realizadas no mercado, puderem ser reduzidos pela formação de uma organização coordenada por um empresário. Esses custos consistem, em linhas gerais, na incerteza que caracteriza as relações de mercado, abrangendo as negociações para aquisição e as assimetrias de informação sobre preço e natureza dos insumos, os riscos de descumprimento dos contratos e a impossibilidade de prever todos os eventos futuros que poderão afetar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, em especial daqueles de longa duração. Em última análise, portanto, é a eliminação de incertezas que leva determinadas atividades a serem organizadas internamente na empresa, que será tanto maior quanto mais transações de mercado forem substituídas por transações internas. Assim sendo, caso a obtenção dos insumos no mercado seja mais custosa, eles serão produzidos internamente na empresa; caso seja menos custoso adquiri-los no mercado, a sua obtenção permanecerá fora da empresa. Embora a premissa não seja absoluta, em regra o empresário buscará alocar ofornecimento dos insumos na esfera interna da empresa quando os custos de produção forem inferiores aos custos de aquisição no mercado. Desse modo, a escolha entre organizar a produção no mercado ou na empresa, enquanto estruturas econômicas alternativas decorre dos custos de transação. Trata-se da Lei da Maximização dos Resultados, pressuposto psicológico-comportamental do sistema econômico de mercado, a partir do qual os economistas clássicos do final do século XVIII e início do século XIX cunharam a figura do homo oecconomicus, indivíduo racional interessado em maximizar seus próprios interesses. Sobre o tema, veja-se Fábio NUSDEO, Curso de Economia: Introdução ao Direito Econômico, cit., pp. 114-116. Essa premissa constitui a base teórica da análise econômica do direito, apêndice da microeconomia neoclássica que utiliza métodos e conceitos da teoria econômica para examinar e resolver problemas jurídicos. O trabalho de Ronald COASE sobre os custos sociais-as externalidades negativas causadas pelas atividades econômicas (i.e. os efeitos que prejudicam terceiros estranhos à atividade econômica) – costuma ser apontado como marco teórico inicial da análise econômica do direito. No texto intitulado The Problem of Social Cost, publicado originariamente em 1960, Ronald COASE analisa a influência das regras jurídicas Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 40 sobre o funcionamento do sistema econômico e critica os teóricos neoclássicos que sustentavam que os custos sociais, enquanto falhas de mercado eram casos de indispensável regulamentação. Para ele, a existência de externalidades negativas decorrentes de uma atividade econômica não demanda, por si só, a necessidade de regulamentação, pois as falhas nessa ação estatal podem gerar, em muitos casos, custos sociais maiores e resultados piores que a simples manutenção das externalidades negativas (cf. The Problem of Social Cost, in The Firm, the Market, and the Law, cit., pp. 95-156). Embora tenha rejeitado a idéia da inexistência de custos nas transações realizadas no mercado, Ronald COASE demonstrou seu argumento a partir da formulação de uma situação hipotética em que tais custos seriam nulos. Nessa hipótese, considerando a Lei da Maximização dos Resultados, ele sustentou que as regras jurídicas não teriam efeito sobre as alocações de recursos. Desde então, a proposição segundo a qual, diante da ausência de custos de transação, as regras jurídicas não têm efeito sobre as alocações de recursos, passou a ser designada como Teorema de Coase (cf. The Firm, the Market, and the Law, cit., pp. 1-31). A consolidação teórica da análise econômica do direito ocorreu alguns anos mais tarde, em 1973, com a publicação da obra Economic Analysis of Law, de Richard POSNER. Nessa obra, o autor sustenta que o mercado é integrado por agentes econômicos racionais com objetivos definidos: consumidores que buscam maximizar utilidades e produtores que procuram maximizar lucros. Partindo dessa premissa, cara aos economistas neoclássicos, Richard POSNER conclui que, com a possibilidade de intercâmbio e interação entre os agentes econômicos, os recursos serão destinados aos seus usos mais rentáveis, obtendo-se um resultado de equilíbrio. O sistema jurídico, por conseqüência, deveria ter por objetivo precípuo reproduzir as condições ideais de mercado e remover os custos de transação para maximizar a riqueza social. (cf. Economic Analysis of Law, 4ª ed., Boston, Little, Brown and Company, 1992). Na teoria econômica, essa premissa tem sido objeto de críticas em razão da falha do argumento de que agentes econômicos racionais sempre realizam trocas destinadas a maximizar resultados. Sobre o tema, veja se Amartya SEN, Sobre Ética e Economia. São Paulo, Companhia das Letras, 1999. Na teoria jurídica, a eficiência econômica como objetivo social tem sido objeto de críticas por desconsiderar questões de justiça distributiva. Sobre o tema, veja-se Rodrigo Costenaro CAVALI, Análise Econômica do Direito e Justiça Distributiva, in Estudos de Teoria Geral do Direito (coordenador Ivan Guérios Curi), Curitiba, Juruá, 2005, pp. 87-97. A teoria da empresa de Ronald COASE oferece uma explicação para os movimentos de concentração e desconcentração empresarial e um critério objetivo para diferenciar as atividades realizadas na empresa das relações estabelecidas no mercado. Enquanto as primeiras são coordenadas pelo empresário, segundo uma lógica de direção e autoridade, as últimas são governadas pelo mecanismo de preços e submetem-se a uma lógica de negociação e consenso. Não se pode descurar, todavia, que as relações de mercado são mais eficientes quando existe elevada influência da empresa contratante sobre as atividades da empresa contratada, ou seja, quando o mecanismo de preços é substituído, ao menos em parte, pela direção da empresa dominante. A importância e o pioneirismo da teoria de Ronald COASE, relativamente à comparação entre o mercado e a empresa como formas alternativas de organização econômica, são destacados por Oliver WILLIAMSON: “Ronald Coase’s classic 1937 article expressly posed the issue of economic organization in comparative terms. Whereas markets were ordinarily regarded as the principal means by which coordination is realized, Coase insisted that firms often supplanted markets in performing these very same functions. Rather than regard the boundaries of firms as technologically determined, Coase proposed that firms and markets be considered alternative means of economic organization (…). Whether transactions were organized within a firm (hierarchically) or between autonomous firms (across a market) was thus a decision variable. Which mode was adopted depended on the transaction costs that attended each.” (The Economic Institutions of Capitalism: Firms, Markets, Relational Contracting, New York, The Free Press, 1985, pp. 3-4). Os custos de transação são, em síntese, “the costs of measuring the valuable attributes of what is being exchanged and the costs of protecting rights and policing and enforcing agreements.” (Douglass C. NORTH, Institutions, Institutional Change and Economic Performance, Cambridge, Cambridge University Press, 1990, p. 27). Uma transação ocorre quando “a good or service is transferred across a technologically separable Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 41 interface. One stage of activity terminates and another begins.” (Oliver E. WILLIAMSON, The Economic Institutions of Capitalism: Firms, Markets, Relational Contracting, cit., p. 1). Cf. Eduardo Secchi MUNHOZ, Empresa Contemporânea e Direito Societário: Poder de Controle e Grupos de Sociedades, São Paulo, Juarez de Oliveira, 2002, pp. 188 e 205. Essa influência, exercida por via contratual, visa justamente reduzir os custos de transação do mercado e decorre de uma forma alternativa de organização empresarial, não baseada na propriedade do capital, mas no controle externo da atividade contratada. Nesse sentido, relações de execução continuada e longa duração, como as de fornecimento, franquia, distribuição e agência, podem ser consideradas, em alguma medida, uma situação híbrida entre a empresa e o mercado. O principal exemplo dessa forma de organização empresarial encontra-se nos consórcios modulares ou virtual organizations, unidades formadas pela terceirização de atividades importantes para a empresa, que passam a ser desenvolvidas por fornecedores externos. As relações contratuais mantidas com esses fornecedores, contudo, não se submetem ao mecanismo de preços, próprio do mercado, mas continuam sob a direção da empresa. O objetivo dos consórcios modulares, nos quais a empresa torna-se um centro de confluência de vários fornecedores, é a redução de custos, obtida com o repasse de determinadas atividades a fornecedoresexternos, que torna a produção mais flexível por permitir que cada agente econômico dedique-se às funções que tem condições de desempenhar de forma mais eficiente. 5.3 Sinopse - A Nova Teoria da Firma As teorias econômicas tradicionais entendem a firma como uma função de produção, ou seja, uma relação mecânica entre insumos e produtos, associados a uma determinada tecnologia. Desde a década de 30, este conceito foi revisto por Ronald Coase, Prêmio Nobel de Economia, possibilitando uma visão bem mais realista da empresa moderna. A firma é entendida pela Economia das Organizações ( ou Nova Economia Institucional ou Nova Teoria da Firma ) como uma relação orgânica entre agentes, que se realiza através de contratos, sejam eles explícitos, como os contratos de trabalho, ou implícitos, como uma parceria informal. Apesar dessa idéia não ser tão nova e ser tão importante para a compreensão atual do funcionamento das organizações, ela é pouco estudada nos cursos de economia e administração. A teoria econômica, tal como ainda é ensinada na maioria dos cursos no Brasil, é voltada para a compreensão do funcionamento dos mercados e não para o funcionamento das organizações. Por outro lado, a teoria das organizações ensinada na maioria dos cursos de administração no Brasil tem caráter meramente descritivo, sem desenvolver teorias que permitam entender as razões ou as relações causais pelas quais uma organização se multidivide, sub- contrata atividades ou o que induz o crescimento vertical da firma. Assim, fica difícil para os profissionais formados nestes cursos explicar os processos de reengenharia das organizações, por faltar uma teoria que lhes dê o suporte necessário. Na visão tradicional, o mecanismo de preços é o único alocador de recursos na economia. Se assim fosse, não haveria nada que pudesse ser feito para melhorar a arquitetura das organizações. A partir da idéia, também desenvolvida por Coase, de que os mercados também têm custos associados ao seu funcionamento, surge a possibilidade para ampliar os preceitos neo-clássicos de minimização de custos, antes associados apenas aos custos mensuráveis dos fatores de produção, passando a incorporar os custos de transação, definidos como os custos de mover o sistema econômico. Aí estão incluídos tanto os custos de achar quais os preços relevantes, que por sinal são perfeitamente incorporados pela teoria tradicional, como outros custos de desenho, estruturação, monitoramento e garantia da implementação dos contratos. Dessa forma, a firma moderna pode ser entendida como um conjunto de contratos entre agentes especializados, que trocarão informações e serviços entre si, de modo a produzir um bem final. Os agentes podem estar dentro de uma hierarquia, que é o que convencionalmente chamamos de firma. Podem, entretanto, estar fora dessa hierarquia, relacionando-se extra-firma, mas agindo motivados por estímulos que os levam a atuar coordenadamente. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 42 As relações contratuais estejam elas ocorrendo entre firmas ou dentro delas, carecem de algum tipo de coordenação. Se ocorrerem dentro das firmas, entende-se que o coordenador poderá ser o empresário, cujos objetivos em geral são bem definidos. Se ocorrerem entre firmas, naturalmente surgirá a questão da divisão dos resultados. Mesmo quando as transações ocorrerem dentro das firmas, existe o problema a respeito dos direitos de propriedade sobre os resíduos, que são parcialmente definidos contratualmente entre os empregados e os acionistas. Isso nos leva a indagar a respeito da formatação eficiente dos contratos, de tal modo que a arquitetura da firma reflita um arranjo que induza os agentes a cooperarem visando a maximização do valor da empresa. Dessa forma, surge a necessidade de compreender-se quais os elementos associados à formatação e desenho dos contratos, definição de direitos de propriedade sobre os resíduos, formas de monitoramento e cláusulas de ruptura contratual. Tais são os elementos relevantes para a Teoria dos Contratos, que permitem a busca de um desenho da arquitetura das organizações. * Esta sinopse foi baseada, com trechos extraídos, no artigo "Economia das Organizações" de Décio Zylberzstajn. 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUSTEIN. I., Economia de empresas. São Paulo: Ed. Atlas. 2007. 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Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 43 TEISL, Mario. ROE, Brain. HICKS, Robert. „Can Eco-Labels Tune a Market? Evidence from Dolphin-Safe Labeling‟. Journal of Environmental Economics and Management, Vol 43, 2002. The Nature of the Firm, in The Firm, the Market, and the Law, cit., pp. 33-55, (Setembro de 2005) "Economics in a Full World". Scientific American. VARIAN, Hal R.; tradução [da 6ª edição original] de Maria José Cyhlar Monteiro; Microeconomia; Elsevier; Rio de Janeiro - 2003. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2002 WILLIAMSON, Oliver E.. Economic Organization: Firms, Markets and Policy Control. New York, New York University Press, 1986. 310p. WILLIAMSON, Oliver E.. The Economic Institutions of Capitalism. 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A escola Neoclássica Um corpo teórico mais tarde chamado de 'economia neoclássica' ou 'economia marginalista' se formou entre 1870 e 1910. A expressão economics foi popularizada na língua inglesa por economistas neoclássicos como Alfred Marshall, como substituto para 'economia política'. A economia neoclássica sistematizou a oferta e demanda como determinantes conjuntos do preço e da quantidade transacionada em um equilíbrio de mercado, afetando tanto a alocação da produção quanto a distribuição de renda. Ela dispensou a teoria do valor-trabalho em favor da teoria do valor-utilidade marginal no lado da demanda e uma teoria mais geral de custos no lado da oferta. Na microeconomia, a economia neoclássica diz que os incentivos e os custos tem um papel importante no processo de tomada de decisão. Um exemplo imediato disso é a teoria do consumidor da demanda individual, que isola como os preços (enquanto custos) e a renda afetam a quantidade demandada. Na macroeconomia é refletida numa antiga e duradoura síntese neoclássica com a macroeconomia keynesiana. A economia neoclássica é a base do que hoje é chamada economia ortodoxa, tanto pelos críticos quanto pelos simpatizantes, mas com muitos refinamentos que ou complementam ou generalizam as análises anteriores , como a econometria, a teoria dos jogos, a análise das falhas de mercado e da competição imperfeita, assim como o modelo neoclássico do crescimento econômico para a análise das variáveis de longo-prazo que afetam a renda nacional. A Economia Neoclássica é uma corrente de pensamento econômico, para qual o Estado não deveria se intrometer nos assuntos do mercado, deixando que ele fluísse livremente, ou seja, o Liberalismo econômico. Surgida em fins do século XIX com o austríaco Carl Menger (1840-1921), o inglês William Stanley Jevons (1835-1882) e o suíço Léon Walras (1834-1910). Posteriormente, se destacaram o inglês Alfred Marshall (1842-1924), o sueco Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o estadunidense Irving Fisher (1867-1947). Pode ser dividida entre diferentes grupos, como a escola Walrasiana, a escola de Chicago, a escola austríaca. O modelo de Macroeconomia proposto pelos clássicos, que acreditavam na “mão invisível” do mercado, consagraram três princípios como fundamentos da macroeconomia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marginalismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Marshall http://pt.wikipedia.org/wiki/Oferta_e_demanda http://pt.wikipedia.org/wiki/Oferta_e_demanda http://pt.wikipedia.org/wiki/Utilidade_marginal http://pt.wikipedia.org/wiki/Microeconomia http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomada_de_decis%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Macroeconomia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=S%C3%ADntese_neocl%C3%A1ssica&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_ortodoxa http://pt.wikipedia.org/wiki/Econometria http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogos http://pt.wikipedia.org/wiki/Falhas_de_mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Competi%C3%A7%C3%A3o_imperfeita http://pt.wikipedia.org/wiki/Competi%C3%A7%C3%A3o_imperfeita http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Modelo_neocl%C3%A1ssico&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_econ%C3%B4mico http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Renda_nacional&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_econ%C3%B4mico http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81ustria http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Menger http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Stanley_Jevons http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Walras http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Marshall http://pt.wikipedia.org/wiki/Knut_Wicksell http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia http://pt.wikipedia.org/wiki/Vilfredo_Pareto http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9rica http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Irving_Fisher&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Escola_Walrasiana&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Chicago http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_austr%C3%ADaca http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_austr%C3%ADaca http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 6 As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, ou seja, quando a demanda e a oferta por mão-de-obra se igualam; As variáveis reais da economia e os preços relativos seguem trajetórias diferentes e independentes da política monetária, ou seja, a quantidade de moeda não afeta a capacidade produtiva e laboral de uma economia; A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral dos preços. Para os economistas filiados à esta corrente, o progresso técnico torna o fator trabalho mais produtivo e, desde que a oferta de trabalho reaja positivamente ao salário-real, elevará o nível de emprego e o salário real e levar a uma queda no nível de preços. Neoliberalismo Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo. Características do Neoliberalismo (princípios básicos): Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país; Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho; Política de privatização de empresas estatais; Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização; Abertura da economia para a entrada de multinacionais; Adoção de medidas contra o protecionismo econômico; Desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas; Diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente; Posição contrária aos impostos e tributos excessivos; Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços; A base da economia deve ser formada por empresas privadas; Defesa dos princípios econômicos do capitalismo. Críticas ao neoliberalismo Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional. Pontos positivos Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pre%C3%A7os_relativos&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_monet%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda http://pt.wikipedia.org/wiki/Pre%C3%A7oshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Microeconomia http://www.administradores.com.br/artigos/michael_porter_o_estrategista_da_academia/20297/ http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechosimprime.asp?origem=3&id=51 http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechos.asp?origem=TT&id=42 http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechosimprime.asp?origem=3&id=49 http://timesonline.typepad.com/science/2009/07/will-your-michael-jackson-tickets-be-worth-more-than-a-refund.html http://timesonline.typepad.com/science/2009/07/will-your-michael-jackson-tickets-be-worth-more-than-a-refund.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogoshttp://www.suapesquisa.com/profissoes/economista.htm http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo/ http://www.suapesquisa.com/historia/dicionario/privatizacao.htm http://www.suapesquisa.com/globalizacao http://www.suapesquisa.com/o_que_e/protecionismo.htm http://www.suapesquisa.com/capitalismo http://www.suapesquisa.com/o_que_e/empresas_multinacionais.htm http://www.suapesquisa.com/paises/brasil Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 7 2 - PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS 2.1 Consumidores A Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os consumidores tomam decisões de compra e como eles enfrentam os tradeoffs 1 e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências. Os principais instrumentos para a análise e determinação de consumo são a curva de indiferença e a restrição orçamentária. Para a Teoria do Consumidor, as pessoas escolhem obter um bem em detrimento do outro em virtude da utilidade que ele lhe proporciona. Bem substituto é o nome dado na Economia a um bem que possa ser consumido em substituição a outro. Por exemplo, margarina e manteiga são em geral consideradas bens substitutos, uma vez que exercem basicamente a mesma função. É raro encontrar bens que sejam substitutos perfeitos, os quais o consumidor aceita substituir, um pelo outro, a uma taxa constante; em outras palavras, o consumidor é indiferente ao escolher entre bens substitutos perfeitos. Na prática, diferenças de funcionalidade e fatores subjetivos afetam o quanto um bem pode ser substituído por outro. Bens complementares são o oposto de bens substitutos. O conceito de bens substitutos é valioso para os economistas pois permite a previsão do comportamento do consumidor frente a alterações no mercado. Sabe-se que um aumento de preços de um bem leva a uma maior demanda por seus bens substitutos; na escolha entre dois bens substitutos, o consumidor prefere consumir o mais barato. 2.2 Produtores Em administração e microeconomia, Firmas são organizações que produzem e vendem bens e serviços, que contratam e utilizam fatores de produção, que podem ser classificados em primárias ou secundárias. A Teoria da Firma, ou Teoria de Empresa, foi um conceito criado pelo economista britânico Ronald Coase, em seu artigo The Nature of Firm, de 1937. Em 2009, o economista Oliver Williamson ganhou o prêmio Nobel por estudos sobre os limites da firma. Segundo essa teoria, as firmas trabalham com o lado da oferta de mercado, ou seja, com os produtos que vão oferecer aos consumidores, como bens e serviços produzidos. As firmas são de extrema importância para os mercados, pois reúnem o capital e o trabalho para realizar a produção e são as responsáveis por agregar valor às matérias-primas utilizadas nesse processo, com uso de tecnologia. As empresas produzem conforme a demanda do mercado e a oferta é ajustada por aqueles que estão dispostos a consumir. A Teoria da Firma não tem como objetivo o interesse de definir a empresa do ponto de vista jurídico ou contábil. A empresa é vista com uma unidade técnica de produção, propriedade de indivíduos ou famílias que compram fatores de produção para produção de bens e serviços. Segundo a teoria microeconômica, a Teoria da Firma se subdivide em: 1 Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria http://pt.wikipedia.org/wiki/Microecon%C3%B4mica http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradeoff http://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma_da_escolha http://pt.wikipedia.org/wiki/Restri%C3%A7%C3%A3o_or%C3%A7ament%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Prefer%C3%AAncia_do_consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Curva_de_indiferen%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/Restri%C3%A7%C3%A3o_or%C3%A7ament%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Utilidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia http://pt.wikipedia.org/wiki/Margarina http://pt.wikipedia.org/wiki/Manteiga http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Subjetividade http://pt.wikipedia.org/wiki/Bem_complementar http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Demanda http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Microeconomia http://pt.wikipedia.org/wiki/Fatores_de_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido http://pt.wikipedia.org/wiki/Ronald_Coase http://pt.wikipedia.org/wiki/1937 http://pt.wikipedia.org/wiki/2009 http://pt.wikipedia.org/wiki/Oliver_Williamson http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Nobel http://pt.wikipedia.org/wiki/Oferta http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Demanda http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Oferta http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito http://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_Produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Fatores_de_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Microeconomia http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 8 Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação de fatores adquiridos pela empresa em produtos finais para a venda no mercado. Estuda as relações entre as variações dos fatores de produção e suas conseqüência no produto final. Determina as curvas de custo, que são utilizadas pelas firmas para determinar o volume ótimo de oferta. Teoria dos Custos: A teoria dos custos aborda conceitos como Custo econômico, Custo total, Custo Marginal e Custo médio. Naturalmente, o objetivo de uma firma é produzir a quantidade desejada com o mínimo de custos. Teoria dos Rendimentos: Em vez de focar uma minimização dos custos a um dado nível de produção, uma firma pode também procurar a maximização de seus lucros. A verdade é que, ao se minimizar os custos, automaticamente estar-se-á maximizando os lucros de uma empresa. A Teoria dos Rendimentos abrange conceitos como a Receita total, a Receita média e a Receita marginal. 2.3 Mercados Competitivos 2.3.1 Conceito: Os mercados ocorrem onde os produtores e consumidores encontram-se para trocar bens e serviços. 2.3.2 Classificação do mercado: Um mercado pode ser classificado de várias formas e em diferentes escalas, variando de um lugar onde as pessoas possam comprar suas mercadorias, onde possam juntos trocar bens por dinheiro ou outros bens, ou um grupo de consumidores e produtores que compram e vendem um dado conjunto de mercadorias num certo período de tempo. Exemplos: o Local: um mercado de produtores de frutas no Mercado São Sebastião; o Nacional: vendas de automóveis; o Global: muitos bens são transacionados globalmente, e os preços são afetados pelas vendas nos mercados em todo o mundo. Exemplo: soja, suco de laranja, café. 2.3.3 Condições necessárias para um mercado competitivo: i. Grande quantidade de produtores e consumidores de bens; Exemplo: mercado dos produtos agrícolas ii. Direito de propriedade bem definidos; Exemplo: ao comprar um carro, você é dono dele por direito; o ar puro não pode ser comprado. Existe um mercado paravenda de automóveis, mas não existe um mercado para venda de ar puro. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 9 iii. Existência de competição; Exemplo: o consumidor, ao decidir comprar uma marca de carrro, por exemplo Fiat, você não comprará outra marca de carro, Chevrolet por exemplo. Estes bens são concorrentes no mercado de automóveis. Portanto, existe uma rivalidade entre os fabricantes de automóveis, os quais tentam atrair os consumidores para adquirir seus produtos. iv. Os mercados são excludentes; Isto significa que os consumidores e produtores podem ser excluídos do mercado dependendo da demanda, oferta e outros fatores. Exemplo: Aos preços vigentes, alguns consumidores podem ser excluídos do mercado de automóveis por falta de poder aquisitivo. Alguns produtores também estão excluídos do mercado por que não podem produzir carros a preços competitivos, ou seja, a níveis que possa obter lucro (RT – CT > 0). v. Não há coerção; Ambos, consumidores e produtores, podem ser capazes de fazer escolhas livremente sem serem coagidos a adquirirem certos produtos. Exemplo: os monopólios, uma única empresa ofertando um bem, tais como a CAGECE na serviço de abastecimento de água, poderia forçar os consumidores a pagarem preços elevados por ser a única empresa a prestar este tipo de serviço no mercado. Informação é barata e fácil de ser obtida. Exemplo: Os consumidores deveriam saber os preços dos produtos em todos os supermercados antes de fazer suas compras, de tal forma a não comprar produtos com preços acima do preço de mercado. 2.4 Equilíbrio de Mercado: O equilíbrio de mercado ocorre quando a oferta de produtos iguala a demanda. Os economistas usam a curva de oferta e demanda mostrada na figura abaixo para descrever este equilíbrio. Figura 1: O equilíbrio da demanda e oferta. Obs: P* e o preço de mercado; Q* é a quantidade comprada neste mercado. A curva de demanda tem declividade negativa enquanto a curva de oferta tem declividade positiva; Em economia, os preços são baseados no conceito de margem. Um valor marginal descreve o valor do próximo bem ou produto comprado ou vendido. Exemplo: Se você comprar um quilo de feijão por R$ 5,00, você terá que pagar outros R$ 5,00 por mais um quilo de feijão. O custo marginal de comprar outro quilo de feijão é R$ 5,00. Parece claro, que produtores e consumidores, cada um “puxando a brasa para a sua sardinha”, acabam definindo um ponto de entendimento. Esse ponto – o ponto de equilíbrio – tende a se formar sempre que o mercado específico do bem ou serviço em questão funcionar plenamente. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 10 Ou seja, se houver concorrência entre os produtores e também entre os consumidores, e se ninguém dispuser de informações privilegiadas que possa usar contra o outro lado na negociação. Mas, um mercado assim não será um modelo irreal? 3 ESTRUTURAS DE MERCADO E ESTRATÉGIA COMPETITIVA 3.1 Estruturas de Mercado As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características: a) Número de empresas que compõem esse mercado b) Tipo do produto (se são idênticos ou diferenciados) c) Barreiras ou não quanto ao acesso a esse mercado De acordo com a importância da empresa no mercado e a homogeneidade do produto ofertado, os mercados podem ser classificados em: 3.1.1 Monopólio Caracteriza-se pela existência de um único vendedor. O monopólio pode ser legal ou técnico (de direito ou de fato). Condições: a) Unicidade: Há apenas um vendedor, dominando inteiramente a oferta. O monopolista detém total poder para influenciar o mercado; b) Insubstitutibilidade: O produto da empresa monopolista não tem substitutos próximos, similar ou sucedâneo; c) Barreira: A entrada de um novo concorrente no mercado monopolista é impossível (viscosidade de mercado). d) Poder: a expressão "poder de monopólio" é empregada para caracterizar a situação privilegiada em que se encontra o monopolista quanto às variáveis de mercado de "preço" e "quantidades". O poder é exercido sobre ambas, com objetivos diversos: manter a situação do monopólio, maximizar os lucros ou controlar reações públicas à situação monopolista. e) Extrapreço: Devido a seu pleno domínio sobre o mercado, os monopólios dificilmente recorrem a formas convencionais de mecanismos extrapreço, para estimular ou desestimular comportamentos de compradores. Quando os monopólios recorrem a expedientes extrapreço, os objetivos são mais de natureza institucional, ligados, por exemplo, à melhoria de imagem pública, do que econômicos. f) Opacidade: Os monopólios, são por definição, opacos (“caixas pretas”). O acesso a informação sobre fontes supridoras, processos de produção, níveis de oferta, resultados, etc, dificilmente são transparentes e abertos. Caracteriza-se por ser impenetrável. 3.1.2 Oligopólio É o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em que, apesar de existir um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado Ex: indústria automobilística, indústria química de base, siderúrgica, de papel e celulose; Serviços bancários, indústria de eletrodomésticos. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 11 3.1.3 Polipólio É o mercado em que existe um grande número de vendedores de produtos iguais, semelhantes ou sucedâneos entre si. 3.1.4 Monopsônio É o mercado em que há apenas um único comprador. Ex. Região em que há diversos produtores de leite e uma Cooperativa que compra seus produtos, que tem condições de impor o preço. 3.1.5 Oligopsônio Existência de um pequeno número de compradores ou ainda em que, embora haja um grande número de compradores, uma pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das compras ocorridas no mercado. Ex: Indústria automobilística, constituída por um pequeno número de empresas, tem um poder oligopsolista em relação à indústria de auto-peças. 3.1.6 Polipsôniio Existência de um grande número de compradores de uma determinada linha de produtos no mercado. Mercado fluido. 3.1.7 Concorrências de Mercado 3.1.7.1 Concorrência Perfeita Caracterizado pelos seguintes fatores: a) Grande número de pequenos vendedores e compradores: Cada um, individualmente, representa muito pouco no total do mercado (mercado atomizado) b) O Produto transacionado é homogêneo: Todas as empresas participantes do mercado fabricam produtos rigorosamente iguais, que não se distinguem por qualidade, marca, rótulo, etc (produto padronizado). c) Mobilidade: Qualquer empresa pode entrar e sair do mercado a qualquer momento, sem qualquer restrição das demais concorrentes, tais como práticas desleais de preços, associações de produtores visando impedir a entrada de novas empresas, etc; A mão de obra e outros insumos utilizados na produção podem facilmente ser deslocados da fabricação de uma mercadoria para outra; d) Permeabilidade: Não há barreiras para entrada ou saída dos agentes que atuam ou querem atuar no mercado. Não há barreiras técnicas, financeiras, legais, emocionais ou qualquer outra; e) Transparência: Não há qualquer agente que detenha informações privilegiadas. Todos têm acesso e todos pactuam em igualdade de condições, de decisões dela decorrentes. Se, por exemplo, uma empresa obtiver uma inovação tecnológica no processo produtivo, as outras saberão deste fato imediatamente; f) Preço-limite: Nenhum vendedor de produto ou recurso pode praticar preços acima daquele que está estabelecido no mercado, resultante da livre atuação das forças de oferta e procura. Em contrapartida nenhum compradorApostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 12 pode impor um preço abaixo do de equilíbrio. O Preço-limite é dado pelo mercado. Defini-se impessoalmente. Resulta das forças que nenhum agente é capaz de comandar. Como se percebe, o mercado de Concorrência Perfeita não é facilmente encontrado na prática. Os que mais se aproximam são os mercados de produtos agrícolas. O Mercado de Concorrência Perfeita é estudado pelos economistas para servir de Paradigma (referencial de perfeição), para análise dos outros mercados. 3.1.7.2 Concorrência Monopolística Trata-se de um mercado em que, apesar de haver um grande número de produtores, (e, portanto, ser um mercado concorrencial), cada um deles é como se fosse monopolista de seu produto, já que este é diferenciado dos demais. A diferenciação se dá por meio das características do mesmo, tais como: qualidade, marca (griffe), padrão de acabamento, assistência técnica, etc. Características principais: a) Competitibilidade: é elevado o número de concorrentes com capacidade de competição relativamente próximas; b) Diferenciação: O produto de cada concorrente apresenta particularidades capazes de distingui-los dos demais e de criar um mercado próprio para ele. c) Substitutibilidade: Trata-se de um atributo que fica exatamente entre a insubstitutibilidade do monopólio puro e a plena homogeneidade da concorrência perfeita. A substituição não é perfeita. d) Preço-prêmio: A capacidade de cada concorrente controlar o preço depende do grau de diferenciação percebido pelo comprador. Depende também de outros fatores, tais como: localização dos demais concorrentes, esforço mercadológico, capacidade de produção, disponibilidade do produto, etc.. A diferenciação, quando percebida e aceita, pode dar origem a um preço-prêmio, gerando resultados favoráveis e estimuladores. e) Baixas barreiras: Há relativa facilidade para ingressos de novas empresas no mercado. A diferenciação é praticamente a única dificuldade. 3.1.7.3 Concorrência imperfeita Situação de mercado entre a concorrência perfeita e o monopólio absoluto. Corresponde à grande maioria das situações reais. Caracteriza-se pela possibilidade dos vendedores influenciarem a demanda e os preços por vários meios: Cartel O cartel representa um acordo, um ajuste, uma convenção, de empresas independentes, que conservam, apesar desse acordo, sua independência administrativa e financeira.O Cartel tem como precípuo objetivo eliminar ou diminuir a concorrência e conseguir o monopólio em determinado setor de atividade econômica. Os empresários agrupados em cartel têm por finalidade obter condições mais vantajosas para os partícipes, Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 13 seja na aquisição da matéria-prima, seja na conquista dos mercados consumidores, operando-se, dessa forma, a eliminação do processo normal de concorrência. Truste Truste é definido como sendo um tipo de estrutura de mercado em que várias empresas, já detendo a maior parte de um mercado, combinam-se ou fundem-se para assegurar esse controle estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro. Os trustes são proibidos por lei em muitos países. Dumping Dumping é uma palavra da língua inglesa sem correspondente nas latinas, sendo, portanto, mantida a sua grafia. Na acepção original significa despejar, descarregar lixo. Dumping corresponde, para a Economia e Direito, ao ato empresarial de despejar produtos no mercado de país alheio, com preço abaixo do praticado no mercado próprio, de modo a causar dano ou ameaça de dano a indústria nacional. Holding É um grupo que controla um conjunto de empresas por meio da compra da maior parte de suas ações. A holding não produz, ela apenas administra, já que é a majoritária. A formação de holdings é considerada o estágio mais avançado do capitalismo. A Legislação Nacional muito faz, mas dificilmente conseguirá eliminar completamente o controle oligopolista dos mercados nas economia capitalistas. O que muito tem ocorrido, são as grandes fusões para melhorar as negociações no mundo globalizado. Ação governamental e abusos de mercado: CADE= CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DIREITO ECONÔMICO, é uma autarquia ligada ao Ministério da Justiça, que tem por objetivo julgar processos administrativos relativos a abusos do poder econômico, bem como analisar fusões de empresas que podem criar situações de monopólio. Grau de concentração econômica no Brasil: Uma medida comumente usada para verificar o grau de concentração econômica é calcular a proporção do faturamento das quatro maiores empresas de cada ramo de atividade, sobre o total faturado no ramo respectivo. Quanto mais próximo de 100% , maior o grau de concentração no setor. Quanto mais próximo de 0%, menor o grau de concentração e maior a concorrência no setor. Maiores concentrações brasileiras : aço 100 % , fumo 91%, amianto 88%, cervejas 86 % . Mais competitivos : Fiação 20%, confecções 23 % . 3.1.8 Principais características das estruturas de mercado: CARACTERÍSTICA CONCORRENCIA PERFEITA MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO CONCORRENCIA MONOPOLISTA QUANTO AO NÚMERO DE EMPRESAS MUITO GRANDE SÓ HÁ UMA EMPRESA PEQUENO GRANDE QUANTO AO PRODUTO PADRONIZADO HOMOGENEO NÃO HÁ SUBSTITUTOS PODE SER PADRONIZADOU DIFERENCIAD DIFERENCIADO QUANTO AO CONTROLE SOBRE PREÇOS NÃO HÁ POSSIBILIDADE CONSIDERAVEL DIFICULTADO PELA INTERDEPEN-DENCIA HÁ POSSIBILIDADES QUANTO AO MARKETING NÃO E NECESSARIO CAMPANHA INSTITUCIONAL E VITAL E CONSIDERAVEL QUANTO AS CONDIÇÔES DE INGRESSO NÃO EXISTEM OBSTÁCULOS IMPOSSIVEL CONSIDERAVEIS OBSTACULOS SÃO RELATIVAMENTE FACEIS Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 14 3.2 Estratégias Competitiva 3.2.1 Equilíbrio de Nash Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Equilíbrio de Nash representa uma situação em que, em um jogo envolvendo dois ou mais jogadores, nenhum jogador tem a ganhar mudando sua estratégia unilateralmente. Para melhor compreender esta definição, suponha que há um jogo com n participantes. No decorrer deste jogo, cada um dos n participantes seleciona sua estratégia ótima, ou seja, aquela que lhe traz o maior benefício. Então, se cada jogador chegar à conclusão que ele não tem como melhorar sua estratégia dadas as estratégias escolhidas pelos seus n-1 adversários (estratégias dos adversários não podem ser alteradas), então as estratégias escolhidas pelos participantes deste jogo definem um "equilíbrio de Nash". 3.2.2 A teoria dos jogos – uma breve introdução O que é Teoria dos Jogos e como ela pode melhorar as suas decisões estratégicas? Teoria dos Jogos é o estudo das tomadas de decisões entre indivíduos quando o resultado de cada um depende das decisões dos outros, numa interdependência similar a um jogo. Primeiro é interessante explicar o que não é Teoria dos Jogos: decidir qual carro comprar, por exemplo. Escolher um automóvel é uma decisão complexa pela quantidade de variáveis a considerar. Além do preço, existem a aparência, estilo, tamanho, motor, conforto, acessórios, etc. Para complicar, sempre há um trade- off: nenhum carro possui exatamente todas as características que você gostou. Seria bom se o carro A, como aqueles acessórios, também tivesse a configuração do motor do carro B. Você pode criar um algoritmo (mental ou via computador) para colocar todas as variáveis e pesos de importância (suas utilidades) e criar um ranking. ENTRETANTO, o exemplo do carro é uma decisão isolada - a decisão é só sua e não há interferênciade outros no resultado. Já a Teoria dos Jogos estuda cenários onde existem vários interessados em otimizar os próprios ganhos, as vezes em conflito entre si. Por exemplo, imagine que em sua empresa você tem dúvidas sobre qual ação tomar para aumentar o seu lucro: reduzir o preço, lançar outro produto ou fazer uma campanha de marketing? No caso de reduzir o preço, conhecendo a curva de demanda, se abaixar o preço em 3%, sua receita sobe 7% pois vai ganhar market-share. Você calculou a relação de preço versus vendas e, conseqüentemente, a migração de consumidores do produto concorrente para o seu. Mas e se seu concorrente reagir também e abaixar o preço na mesma proporção? Como conseqüência da estratégia dele, o seu ganho, antes imaginado como aumento em 7%, muda para uma perda de 5% pois não aconteceu como você previu. O resultado (ganho ou perda) de uma decisão depende obrigatoriamente da movimentação dos dois concorrentes, tornando a tomada de decisão muito mais complexa. Por isso, você precisa saber quais são os ganhos ou perdas de cada combinação e identificar quais são os incentivos mais atraentes para ele, sabendo que ele está imaginando quais são os seus ganhos para também tomar uma decisão. Com essas informações e deduções, reduzir o preço não é uma boa estratégia. Então você imagina fazer uma campanha de marketing. Começa outro ciclo de previsões: como ele vai reagir neste caso? Ao se antecipar as ações dele, você deve repensar antes de agir e visualizar todas as implicações de cada decisão, e ele fará o mesmo simultaneamente. Por isso, a melhor recomendação é: antes de tomar uma decisão, coloque-se no lugar do concorrente e imagine qual seria a sua reação dados as ações e incentivos existentes. Simultaneamente ele fará o mesmo http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Forbes_Nash http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrat%C3%A9gia Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 15 - entender quais são suas motivações e ações para que ele tome a melhor decisão. Este é ciclo sem fim: você pensa que ele pensa que você pensa que ele pensa que.... Teoria dos Jogos é isso: entender que sua decisão não é independente e ambos os ganhos dependem da combinação de muitas ações em cadeia até chegar em um equilíbrio. Este equilíbrio é o chamado Equilíbrio de Nash, em homenagem a John Nash Jr, prêmio Nobel de 1994 e que foi personagem de Russell Crowe no filme Uma Mente Brilhante, ganhador de Oscar de 2002. 3.2.2.1 O intuitivo agora sistematizado Pensar no concorrente e nas ações-reações antes agir parece ser muito intuitivo. Você já pensa assim, certo? Então, por que precisaria da Teoria dos Jogos para uma atitude tão óbvia? Resposta: porque a Teoria dos Jogos oferece metodologias que organizam o seu raciocínio nos jogos do cotidiano com seu concorrente, chefe, subordinado, colega de trabalho, cliente, fornecedor, vendedor, amigo, esposa/marido, governo, consumidor, etc. Nesta caixa de ferramentas existem alguns conceitos estruturados que ajudam na comunicação e no entendimento de como as pessoas decidem. Exemplo: - matriz de resultados ou esquema de incentivos - jogos seqüenciais versus simultâneo - dilema do prisioneiro - cooperação versus competição - equilíbrio de Nash - equilíbrio ineficiente - estratégia dominante - backward induction - jogos repetitivos - estratégia mista - informação incompleta Assim como várias teorias de administração ajudam a estruturar o seu pensamento nas decisões competitivas, a Teoria dos Jogos possui modelos formais e exemplos que facilitam o entendimento nas decisões interdependentes, além de facilitar a comunicação e treinamento dos conceitos como qualquer teoria formal. A base da teoria é colocar-se na posição do outro e raciocinar o que você faria em cada situação, modelando todas as interações com benefícios/prejuízos de ambos e daí tomar a melhor ação estratégica. A Teoria dos Jogos, como disciplina independente, é incompleta, mas apresenta vários insights para melhorar seu pensamento estratégico como um elemento complementar das demais Teorias de Decisões. Para se aprofundar e para ser um bom estrategista, é importante unir os conceitos das disciplinas de Estratégia, da Economia (como preferências e utilidades, resultado esperado, risco e incerteza, free-rider, assimetria de informações) e da Teoria Comportamental. Neste último caso, quanto mais você souber quais são os incentivos e reais motivações dele, maiores as suas chances de ganhar o jogo. A união de todos os elementos é uma grande forma para melhorar suas decisões estratégicas. 3.2.2.2 A relação com Estratégia No cenário competitivo entre empresas, Teoria dos Jogos está inserida nas discussões sobre formulações estratégicas. A figura abaixo apresenta um framework dos quatro passos gerenciais que os executivos devem desenvolver para criar estratégias competitivas (1): entender o cenário competitivo e as fontes de vantagens da empresa, http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechos.asp?id=32 Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 16 antecipar as ações dos rivais, conhecer as opções dele e analisar o potencial impacto de cada estratégia 1. Analisar o ambiente competitivo: a primeira tarefa é descobrir exatamente quais são os competidores e quais as fontes de vantagens sobre eles. 2. Antecipar as reações dos competidores: neste passo o desafio é entender como os competidores vão reagir a cada determinada ação e como se comportarão no futuro. 3. Formular estratégias dinâmicas: uma vez entendida as fontes de vantagens e potenciais ações dos competidores, o próximo desafio é explorar quais são as possíveis opções estratégicas. 4. Escolher entre alternativas estratégicas: o desafio final é analisar o impacto de longo prazo das várias estratégias para selecionar a melhor. Na primeira rodada não existem estratégias certas ou erradas; só é possível avaliar o sucesso dela após várias interações: em geral a empresa A escolhe uma ação, então a empresa B reage, daí a empresa A contra-ataca, etc. A Teoria dos Jogos está inserida no passo 2 - antecipar as ações e reações dos competidores é a verdadeira essência da teoria. Mas como saber qual estratégia seu concorrente irá adotar? Como realmente antecipar os movimentos dele? Teoria dos Jogos oferece uma série de ferramentas e abordagens para melhor entendê-los. Por exemplo, você primeiro precisa saber a natureza do jogo competitivo no qual vocês estão inseridos: - Quem são os jogadores? - Quais opções estratégicas de curto e longo prazo eles possuem? - Quais são os custos e benefícios de cada combinação de estratégias individuais? Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 17 - As ações são seqüênciais ou simultâneas? - Para entender os esses ganhos você precisa entender a forma de raciocínio do rival, ou seja, as motivações racionais (e até irracionais) que moldam a estratégia dele. Em resumo, entre as ferramentas de Teorias de Decisão, a Teoria dos Jogos é a melhor alternativa quando as decisões individuais dos competidores afetam o resultado desejado para ambos. A interação com competidores muda a forma de pensar em Estratégia. Através da Teoria dos Jogos é possível ter melhor entendimento das ações e reações dos competidores antes de desenvolver e implementar sua própria estratégia. Ainda, a natureza do jogo, a percepção dos rivais e sua própria estratégia mudam a cada sucessiva interação. (1) George S. Day e David J. Reibstein, Wharton on Dynamic Competitive Strategy, 1997, John Wiley & Sons INC. 3.2.2.3 Discussão de TJ na vida cotidiana - O bilhete do Michael JacksonOs dois textos abaixos foram publicados na WEB e, por coincidência (?), referem-se sobre o mesmo assunto: - Após a morte de Michael Jackson, as pessoas que compraram um ticket do show de Londres devem vendê-lo ou não, segundo Teoria dos Jogos ? Tradução livre. 1. No Link: http://timesonline.typepad.com/science/2009/07/will-your-michael-jackson-tickets-be-worth-more- than-a-refund.html Os bilhetes de Michael Jackson valem mais do que a restituição? Times Online Por Dr. Christopher Paley Postado por Hannah Devlin, em 1 º de julho de 2009 Na oferta aos donos de bilhetes do show de Michael Jackson de terem o dinheiro de volta ou ficar com o bilhete inutilizável como lembrança, AEG introduziu aos fãs um dos mais intratáveis problemas nas ciências matemáticas. Se quase todo mundo tem a restituição, em seguida, os bilhetes, desenhado pelo próprio Rei do Pop, se tornam item de colecção e valem uma fortuna. No entanto, se todos os 750.000 fãs ficarem com seus bilhetes, então todos eles terão todos inúteis pedaços de papel. A escolha que os fãs enfrentam é análoga ao problema "Bar El Farol", que tem sido alvo de centenas de trabalhos acadêmicos e inspirou toda uma nova disciplina (Minority Game). Neste problema, há um pequeno bar, que oferece uma grande diversão as quintas-feiras à noite, caso tenha menos de sessenta pessoas. Entretanto, será uma noite muito desagradável se mais de sessenta pessoas estiverem presentes. Existem 100 pessoas na cidade. Assim, em uma quinta-feira à noite, você irá ao bar ou não? Se você pensar que a maioria das pessoas vai ficar em casa, então você deve ir. Mas se todo mundo pensar da mesma maneira, o local ficará lotado. Uma vez que você percebeu isso, você deve ficar em casa e ouvir um CD. Entretando, se todo mundo pensar como você, daí o bar ficará vazio e você perdeu a chance de se divertir no bar. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 18 Da mesma forma, se você raciocinar que cada fã Michael Jackson pedirá a restituição, então você deve ficar com o bilhete, mas eles pensam da mesma maneira e haverá uma abundância de lembranças. Assim que você deve pedir seu dinheiro de volta, mas então ... Então, com o benefício de centenas de trabalhos acadêmicos de cientistas ao redor do mundo, o que deve fazer leitor que possui um bilhete? A pesquisa nos diz que, se você assume que todo mundo vai usar a mesma estratégia que você, então o melhor que pode fazer é arremessar um dado: decidir se deve ou não manter o bilhete, de acordo com uma probabilidade determinada pela demanda de bilhetes e preços. No entanto, calcular a probabilidade é bem difícil e os fãs, sem conhecer a teoria do Minority Game, não vão jogar os dados. Existe um fator de que o problema Michael Jackson não está no mesmo padrão problema Bar El Farol. Se os proprietários do Bar El Farol distribuíssem folhetos anunciando que iriam ficar quietos nesta semana, então, seria uma aposta segura ficar em casa com um copo de vinho. Portanto, meu conselho seria ler os jornais e decidir o que fazer com base nos conselhos de um expert. Se todos os artigos estiver dito que os bilhetes ficarão como coleção, então melhor pedir um reembolso. Se todos artigos acusarem a AEG de rasgar os bilhetes de fãs distraidos, melhor então ficar com o bilhete. Foi, afinal, projetado por Michael Jackson. Sei tudo isso soa implausível, e é. Teoria dos Jogos faz suposições exigentes sobre a racionalidade humana que pode não se aplicar ao luto fãs. Eu faria uma investigação mais minuciosa em psicologia econômica que sugere que as pessoas não estão muito dispostas a se afastar de um item quando sentem um senso de propriedade. Um fã nostálgico deve pedir o reembolso. 2. No link: http://www.ft.com/cms/s/2/01ce5dae-66a1-11de-a034-00144feabdc0.html Dear Economist: Michael Jackson: ticket or refund? Financial Times Por Tim Harford Publicado em 3/07/2009 Após ler seu capítulo sobre o Teoria dos Jogos em seu livro, The Undercover Economist, descobri que os fãs de Michael Jackson (cerca de 800.000 deles) tem a oportunidade de receber os seus bilhetes concerto como uma lembrança, em lugar de uma restituição do dinheiro. Presumo o valor futuro de qualquer um bilhete dependerá quase exclusivamente sobre as escolhas dos outros 799.999 fãs. Para o não-fã nostálgico, que apenas pretende ver o melhor resultado financeiro, qual seria o seu conselho com base numa análise de Teoria dos Jogos ? Patrick Hudson Caro Patrick, Acho que ele é seguro assumir que se os demais 799.999 fãs ficarem com o bilhete como recordação, seria melhor ao fã remanescente pegar a restituição, ao passo que, se os 799.999 fãs pegarem o dinheiro de volta e 1 fã ficar com o bilhete, este bilhete será muito valioso. (Temos também de assumir que o promotores não irão, em seguida, inundar o mercado com os outros 799.999 bilhetes indesejados.) Da perspectiva de Teoria dos Jogos, o equilíbrio da solução é claro. Digamos que recordação e de reembolso são igualmente valiosos se 100.000 ficarem com a recordação e 700.000 pegarem a restituição. Nesse caso, cada fã deveria adoptar uma "estratégia mista", com uma probabilidade de um oitavo tendo a recordação. (Nerdy Uma dica: roll três dados, existe uma chance de que um em oito o total é de exatamente 10.) Cada fã terá prazer em randomise, porque cada fã, sabe que uma ou outra maneira, ele ou ela vai ter algo de valor equivalente. http://www.ft.com/cms/s/2/01ce5dae-66a1-11de-a034-00144feabdc0.html Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 19 3.2.2.4 Os usos dos jogos estratégicos Os jogos de estratégia estão em toda parte em sua vida pessoal e profissional - no funcionamento da economia, da sociedade, da política, nos esportes, na guerra e na paz. Isso é uma motivação suficiente para estudar esses jogos de forma sistemática. Este estudo pode ser melhor direcionado se você tiver uma idéia mais clara de como você pode colocá-la em prática. Sugerimos três usos: 1. O primeiro uso é a EXPLICAÇÃO. Muitos eventos nos levam a perguntar: por que isso aconteceu? Quando uma situação requer a interação dos "tomadores de decisão" com objetivos diferentes, a Teoria dos Jogos muitas vezes fornece a chave para entendimento a situação. Por exemplo, a concorrência acirrada no mundo dos negócios proporciona o mesmo resultado dos rivais presos em um Dilema dos Prisioneiros. Os outros dois usos são evoluções naturais do primeiro. 2. O segundo uso é PREVISÃO. Ao olhar à frente as situações em que vários jogadores interagem estrategicamente, podemos usar a Teoria dos Jogos para prever quais ações eles irão tomar e quais serão os resultados. Evidentemente, a previsão para um contexto particular depende de seus detalhes, mas você poder se basear nos vários tipos de jogos e aplicações da Teoria dos Jogos. 3. O terceiro uso é a PRESCRIÇÃO (ou ACONSELHAMENTO). Podemos ajudar um participante e dizer-lhe quais estratégias provavelmente irão produzir bons resultados e quais o levarão a um desastre. Mais uma vez, para esse trabalho é necessário entender o contexto específico, mas você pode usar vários princípios gerais que a Teoria dos Jogos ensina. Por exemplo, como usar movimentos mistos, como fazer ameaças e promessas críveis, como superar situações de dilemas dos prisioneiros. A teoria está longe da perfeição na execução de qualquer uma das três funções: - Para explicar um resultado, é preciso primeiro ter uma correta compreensão das motivações e comportamento dos participantes. A Teoria dos Jogos tem uma abordagem específica, como o modelo de escolha racional dos jogadores individuais e o equilíbrio destas interações. Jogadores reais e suas estratégias em um jogo não necessariamente seguem essa premissa. Mas esta abordagem tem melhoradomuito a nossa compreensão de muitos fenômenos. - Se a análise usando Teoria dos Jogos supõe que o outro jogador é um maximizador racional dos seus próprios objetivos, quando na verdade ele é incapaz de fazer os cálculos apropriados ou age de forma aleatória, o conselho com base neste tipo de análise pode revelar-se errado. Este risco é reduzido a medida que mais e mais jogadores reconhecem a importância da interação estratégica e pensam através de suas escolhas estratégicas ou obtêm aconselhamento especializado sobre o assunto, mas algum risco permanece. Mesmo assim, o pensamento sistemático usando a Teoria dos Jogos ajuda a manter os erros ao um mínimo possível, eliminando aqueles que podem surgem a partir do pensamento lógico defeituoso sobre a interação estratégica. 3.2.2.5 Três deficiências da Teoria dos Jogos Porque não existe uma teoria de prescrição unificada Uma das expectativas da Teoria dos Jogos é que ela diga qual o melhor seqüência de ações em qualquer situação de conflito ou cooperação. Mas nem sempre é assim. Straffin (1) considera que os objetivos da Teoria dos Jogos é um pouco mais modesto que este e resume três obtáculos que impedem o desenvolvimento de uma teoria prescritiva unificada. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 20 Primeiro, qualquer jogo no mundo real é muito complexo. Pode ser difícil dizer quem são os jogadores, é usualmente impossível descrever todas as estratégias imagináveis e não é fácil determinar os ganhos para cada estratégia. O melhor que podemos fazer é construir um jogo simplificado o qual modele algumas características importantes da situação real. O construção deste modelo e sua análise pode dar alguns insights para o cenário original. O segundo obstáculo é que a Teoria dos Jogos envolve ações racionais. Cada jogador analisa logicamente a melhor alternativa para atingir os objetivos, dado que os outros jogadores também analisam logicamente a melhor alternativa para atingir os objetivo. Em outras palavras, ações racionais pressupõe oponentes racionais. No mundo real, é um pouco duvidoso que todos os jogadores ajam racionalmente. Entretanto, o quanto jogadores comportam-se ou não racionalmente em situações de conflito ou cooperação é uma questão interessante, e uma das quais teoria dos jogos pode dar alguns insights. Talvez o maior obstáculo é que Teoria não tem uma única prescrição de ação nos jogos que os interesses dos dois jogadores não são completamente opostos. Também não tem uma única solução para cenários com mais de dois jogadores. O que Teoria dos Jogos oferece é uma variedade exemplos, analises, sugestões e prescrições parciais para essas situações. (1) Games Theory and Strategy, Philip D. Staffin, 2006, Mathematical Association of America Os três usos da Teoria dos Jogos (Tradução livre de trecho do livro Microeconomics and Behavior. O texto na íntegra em inglês está neste link) 3.2.3 A estratégia competitiva de Michael Porter (DIAMANTE) O primeiro esforço de Porter para fornecer as ferramentas analíticas necessárias surgiu sob a forma do livro Estratégia Competitiva. Publicado originalmente em 1980, o livro lançou Porter na órbita dos gurus e garantiu-lhe, como consultor, uma receita da ordem de seis dígitos pelo resto da década. Seus segundo e terceiro livros, Vantagem Competitiva (1985) e A Vantagem Competitiva das Nações (1990), consolidaram sua nobre condição. Porter tornou-se uma espécie de deus para os responsáveis pelo planejamento estratégico; na década de 80 e início da de 90, seu nome era pronunciado com reverência onde quer que se discutisse estratégia, competitividade e liderança de mercado. Os executivos principais ouviam atentamente todas as suas palavras. Os candidatos a guru lançavam-lhe olhares de inveja. Porter argumentava que os gerentes precisavam entender três conceitos básicos para realizar a análise necessária à obtenção de respostas válidas para as perguntas estratégicas críticas mencionadas anteriormente. O primeiro conceito essencial tinha a ver com a atratividade relativa de diferentes setores do ponto de vista dos lucros a longo prazo. Segundo Porter, os setores variavam de acordo com cinco "forças competitivas" básicas e a compreensão dessas forças era fundamental para se elaborar a estratégia e garantir uma vantagem. Porter argumentava que, embora a melhor estratégia para qualquer dada empresa dependesse de suas circunstâncias específicas, no nível mais amplo uma empresa só pode assumir três posições defensáveis que lhe permitirão lidar com sucesso com as cinco forças competitivas, assegurar um retorno superior sobre os investimentos para seus acionistas e ter um desempenho superior ao de seus concorrentes no longo prazo. Finalmente, disse Porter, a análise das fontes da vantagem competitiva tinha que ocorrer não no nível da empresa como um todo, mas no nível das atividades distintas que uma empresa realiza para projetar, produzir, comercializar, entregar e oferecer suporte ao seu produto. Em suma, em todas as empresas haveria uma cadeia de atividade que gerava valor para seus clientes, e somente por meio da cuidadosa análise dessa "cadeia de valor" é que a empresa poderia encontrar fontes de vantagem competitiva sustentável. Analisemos mais detalhadamente esses conceitos essenciais. http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-livros.asp?id=15 http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechos.asp?id=50 http://www.teoriadosjogos.net/teoriadosjogos/list-trechos.asp?id=50 Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 21 3.2.3.1 As cinco forças competitivas O primeiro conceito essencial de Porter identifica cinco forças competitivas que, segundo ele, determinam a intensidade da competição em um dado setor. "A meta da estratégia competitiva para uma unidade de negócios em um setor é encontrar uma posição no setor onde a empresa possa se defender melhor dessas forças competitivas ou influenciá-las a seu favor". As cinco forças competitivas são: a) A ameaça de novos concorrentes A primeira força competitiva de Porter trata da facilidade ou dificuldade que um novo concorrente pode sentir ao começar a fazer negócios em um setor. Obviamente, quanto mais difícil for a entrada, menor será a concorrência e maior a probabilidade de lucros a longo prazo. Porter identifica sete barreiras que dificultam a entrada de novos concorrentes no mercado. Economias de escala. Em alguns setores, as grandes empresas têm vantagem, pois o custo unitário da fabricação de um produto ou administração de uma operação diminui à medida que o volume absoluto de produção aumenta. Portanto, um novo concorrente precisa pagar muito para operar em grande escala ou deve aceitar uma desvantagem de custo significativa como pequena empresa iniciante. Porter observa que "as economias de escala em produção, pesquisa, marketing e serviços provavelmente são barreiras à entrada no setor de computadores de grande porte". Diferenciação de produto. As empresas estabelecidas têm um nome de marca e, ao longo do tempo, desenvolveram a fidelidade do cliente. Uma empresa novata teria que investir pesado para superar, por exemplo, o nome de marca e a base de clientes da Coca-Cola. Exigências de capital. Quanto maiores são os recursos financeiros necessários para se iniciar um negócio, maior é a barreira à entrada. Isso é particularmente verdadeiro se o investimento inicial for arriscado ou irrecuperável, como um investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento ou em publicidade. Por exemplo, o custo e o risco associados à criação de uma nova indústria farmacêutica seriam muito maiores do que os associados à formação de uma pequena empresa de consultoria. Custos de troca. Cria-se uma barreira à entrada seos clientes tiverem que incorrer em um custo adicional para trocar de fornecedor. "Por exemplo, nas soluções intravenosas (IV) e kits utilizados em hospitais, os procedimentos utilizados para aplicar as soluções a pacientes diferem entre produtos concorrentes, e os suportes usados para pendurar as garrafas de solução não são compatíveis. Nesse caso, a troca de um produto por outro encontra grande resistência por parte das enfermeiras responsáveis pela administração dos tratamentos e exige novos investimentos em material de apoio." Acesso aos canais de distribuição. Qualquer um que esteja iniciando um novo canal de TV a cabo teria que lutar pela atenção do telespectador. Observe, por exemplo, a intensa e cara propaganda dos canais iniciantes em busca de telespectadores dispostos a solicitar à empresa de TV a cabo o Canal Histórico, o Canal de Romance ou outras ofertas similares. Os fabricantes de novos produtos alimentares têm problemas semelhantes na luta pelo espaço nas prateleiras dos supermercados. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 22 Desvantagens de custo independente da escala. As empresas estabelecidas podem ter vantagens de custo por diversas razões, inclusive tecnologia patenteada, know-how de produtos, acesso favorável à matéria-prima, localização favorável, força de trabalho experiente e assim por diante. Política governamental. O governo pode limitar ou impedir o ingresso de novas empresas em dados setores solicitando licenças, limitando o acesso a matérias-primas como carvão ou a terras públicas e de diversas outras normas. Entre os setores regulamentados estão: transporte rodoviário, estradas e transportes. b) A pressão de produtos substitutos A segunda força competitiva de Porter está relacionada à facilidade com a qual o comprador pode substituir um tipo de produto ou serviço por outro. Por exemplo, isolamentos com celulose, lã mineral e isopor substituem o isolamento com fibra de vidro; o xarope de milho, com alto teor de frutose, é um substituto do açúcar. Porter observa que os substitutos tornam-se particularmente uma ameaça não apenas quando oferecem uma fonte alternativa para o comprador, mas também quando proporcionam uma melhoria significativa na relação preço/desempenho. Por exemplo, os sistemas de alarme eletrônico tiveram um impacto adverso sobre o negócio de empresas de segurança, pois ofereceram proteção equivalente por um preço substancialmente inferior. c) O poder de barganha dos compradores Terceiro, disse Porter, nem todos os compradores são iguais. Os compradores têm muito mais poder de barganha quando fazem o seguinte: Compram em grandes volumes, o que lhes permite exigir melhores preços unitários. Por exemplo, pense no poder da Wal-Mart, em oposição a uma pequena loja familiar, de exigir concessões dos compradores. Têm interesse significativo em economias, pois o item que estão comprando representa uma porção significativa de seus custos totais. Por exemplo, uma empresa aérea ficará muito mais preocupada com o custo do combustível do que, digamos, uma loja de varejo que possui um único caminhão de entrega. Compram produtos padronizados ou commodities. Se o produto que o comprador está adquirindo puder ser comprado com facilidade, é provável que o comprador tenha muitos fornecedores alternativos, podendo jogar um contra o outro a fim de conseguir o melhor negócio. Por exemplo, o comprador que deseja adquirir um automóvel sedã de quatro portas tem muito mais poder de barganha com a concessionária do que o comprador em busca de um veículo popular. Enfrentam custos de troca. Trocar de uma marca para outra de papel-toalha normalmente envolve pouco ou nenhum custo. Por outro lado, trocar um sistema de computador baseado em Windows por um sistema Apple Macintosh pode ser bastante caro em termos da substituição de hardware e software, além da conversão dos arquivos de dados. Obtêm baixos lucros. Quanto menor for a margem de lucros dos compradores, maior será a probabilidade de eles buscarem preços mais baixos. Fabricam internamente o produto. Os grandes fabricantes de automóveis geralmente usam a ameaça da fabricação interna como poder de barganha junto aos seus fornecedores. "Não quer vender os freios pelo preços que estamos pedindo? Pois bem, vamos fabricá-los internamente." Estão muito preocupados com a qualidade do produto que estão adquirindo. Porter cita os enormes custos associados à ruptura de um poço de petróleo. Conseqüentemente, os compradores de equipamentos para campos de petróleo estão muito mais preocupados com a qualidade e confiabilidade dos dispositivos de prevenção de rupturas do que com seu custo. Apostila: Introdução a Economia – Prof. Pedro R. Lima Organização e montagem a partir de diversas fontes e apostilas 23 Têm todas as informações. Um cliente que negocia o preço de um novo carro depois de realizar extensas pesquisas sobre os custos da concessionária e o valor do carro usado provavelmente fará um negócio melhor do que um cliente que aceite a palavra do vendedor sobre qual seria o melhor negócio. d) O poder de barganha dos fornecedores Os fornecedores têm um poder de barganha semelhante ao dos compradores. Segundo Porter, os grupos de fornecedores serão poderosos caso existam as seguintes condições: São dominados por algumas empresas e estão mais concentrados do que o setor para os quais vendem, portanto é pouco provável que os compradores se agrupem para exigir melhor preço, qualidade ou prazos. Não têm que lutar contra outros produtos substitutos vendidos ao setor. Em outras palavras, o comprador não tem muitas opções. O fornecedor não depende do comprador para efetuar uma parte substancial das vendas. Os produtos do fornecedor são importantes para o negócio do comprador. Os produtos do fornecedor são únicos, de alguma forma, ou seria caro ou problemático para o comprador encontrar um produto substituto. Eles impõem uma ameaça concreta de "integração para frente" - o grupo de fornecedores poderia se tornar um concorrente para o comprador usando os recursos/produto que vende atualmente ao comprador para produzir o item que o comprador fabrica atualmente. e) A rivalidade entre os concorrentes Finalmente, disse Porter, o nível de competição em um setor é moldado pela rivalidade existente entre os competidores. Porter argumenta que a competição é mais intensa em um setor onde predominem as seguintes condições. O número de empresas competindo é grande ou o porte e/ou recursos das empresas que competem são relativamente iguais. "Quando o setor é altamente concentrado ou dominado por uma ou algumas empresas... então... o líder ou os líderes podem impor disciplina." Quando existem muitas empresas competindo e/ou os concorrentes são praticamente iguais, aumentam as chances de uma empresa reduzir seus custos de forma drástica para manter vantagem. O crescimento do setor é lento. Quando o crescimento do setor é lento ou inexistente, a única forma pela qual os rivais podem melhorar seus resultados é "roubar" negócios das empresas concorrentes. As empresas têm altos custos fixos. Custos fixos são os custos associados à administração de um negócio, como o salário dos gerentes, feriados ou férias remuneradas, seguros e assim por diante, e normalmente não variam com base no volume de produtos fabricados. Quando os custos fixos são altos em relação ao valor total do produto que está sendo fabricado, as empresas sofrem uma pressão significativa para produzir a todo vapor, a fim de manter baixos os custos unitários. As empresas têm altos custos de armazenagem. Quando o custo dos estoques de produtos acabados é muito alto, as empresas ficam tentadas a reduzir preços para girar o estoque. As empresas sofrem restrições de tempo para venda do produto.