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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS Professor: Joaquim Pereira Avaliações: N1: Prova (8,0) + Trabalho (2,0) N2: Prova (8,0) + Avaliação Multidiciplinar (2,0) Frequência: 75% EMENTA Estudo de instalações prediais de água fria, quente e de combate a incêndio. Instalações de águas pluviais. Instalações prediais de esgotos sanitários, primário e secundário. Cálculo e desenho de instalações de gás. I. OBJETIVOS DA DISCIPLINA: - Prover os conhecimentos para permitir ao aluno dominar princípios, técnicas e metodologias associadas a problemas envolvendo o projeto de instalações hidráulicas. - Identificar, analisar e interpretar as técnicas utilizadas no projeto de utilização de bombas e tubulações. II. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS - Aplicar métodos de engenharia no projeto e instalações hidráulicas prediais; - Avaliar criticamente o comportamento das instalações água e gás; - Atuar em equipes multidisciplinares; VIII. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6ª edição, Rio de Janeiro, LTC, 2006. BOTELHO, M. H. C. Instalações hidráulicas prediais. 3ª edição, São Paulo, Edgard Blucher, 2010. SANTOS, S.L. Bombas e instalações hidráulicas. São Paulo, LCTE, 2007. MACINTYRE, A.J. Instalações hidráulicas prediais e industriais. 4ª edição. São Paulo. LTC, 2010. NOÇÕES DE HIDRÁULICA Principio de Pascal NOÇÕES DE HIDRÁULICA FENÔMENOS HIDRÁULICOS Para trabalharmos com sistemas hidráulicos Prediais, precisamos antes conhecer os fenômenos físicos que ocorrem com a água. São eles: Pressão, Vazão, Velocidade, Perda de carga e, Golpe de aríete. PRESSÃO É a divisão da Força sobre uma determinada área. FORÇA Em Física, Força designa um agente capaz de modificar o estado de repouso ou de movimento de um determinado corpo. F=m.a Exemplo Tomemos um bloco medindo 10 cm x 10 cm x 50 cm que pesa 50 kgf. Qual a pressão que ele exerce sobre o solo? Isto depende da área de apoio do bloco sobre o solo. Veja as duas possibilidades abaixo. PRESSÃO Veja os exemplos abaixo. Vamos calcular a pressão exercida pela água sobre o fundo dos reservatórios. Lembre-se que o peso específico da água é de 1.000 kgf/m³(1Kgf/l). PRESSÃO Comparando-se a altura dos reservatórios com a pressão, pode-se observar que a pressão não depende da área, mas somente da altura do reservatório, ou seja, a pressão é proporcional aos METROS DE COLUNA DE ÁGUA (mca). Nos exemplos anteriores temos: PRESSÃO= 1000Kgf/m² OU 1 mca PRESSÃO= 1000Kgf/m² OU 1 mca PRESSÃO= 2000Kgf/m² OU 2 mca PRESSÃO= 4000Kgf/m² OU 4 mca PRESSÃO= 4000Kgf/m² OU 4 mca PRESSÃO ___mca ? PRESSÃO Qual dos dois reservatórios tem a maior pressão? PRESSÃO As unidades de pressão mais utilizadas são : Kgf/cm2 ------------- Quilograma força por centímetro quadrado m.c.a (mH2O)---------Metro de coluna de água Lbf/pol2 (psi) --------Libra força por polegada quadrada Pa -------------------- Pascal Mpa ----------------- Mega pascal = N/mm2 N/mm2 ------------ Newton por milímetro quadrado Equivalências Aproximadas 1Kgf/cm² - 1 atm 1Kgf/cm² - 10 m.c.a 1Kgf/cm² - 14,2 Lbf/pol² (psi) 1Kgf/cm² - 98.100 Pa = 0,1 Mpa (Megapascal) 1000 Kgf/m² - 1 m.c.a PRESSÃO Pressão estática, é a pressão medida quando a água está parada, sem movimentar nas tubulações. Pressão dinâmica, é a pressão medida quando a água está em movimento nas tubulações. Pressão nominal, é a pressão responsável pela escolha do material e a determinação da espessura do material. Pressão de trabalho permitida, é a maior pressão permitida, ela depende do tipo de material, da temperatura e outros esforços. Pressão de ensaio, é a pressão sob a qual o fabricante aplica os ensaios, sempre é maior do que a pressão nominal e a permitida. A Rede de Distribuição de Água Fria deve ter em qualquer dos seus pontos: Pressão estática máxima: 400 kPa (40 mca) Pressão dinâmica mínima: 5 kPa (0,5 mca) VAZÃO Denomina-se vazão (Q), o volume (V) de líquido que escoa por unidade de tempo (t). A expressão matemática que relaciona estas grandezas é: Q=V/t VAZÃO As unidades de vazão mais utilizadas são: m3/s - Metro cúbico por segundo l/s - Litro por segundo Equivalência: 1 m³ = 1000 l 1 dm³ = 1 l VAZÃO Uma mangueira é conectada em ao tanque da figura abaixo. O tempo gasto para encher totalmente o tanque é de 500 minutos. Calcule a vazão máxima da mangueira em litros/seg. 1 m (Resposta: Q=0,33 litros/s) 5 m 2 m VELOCIDADE O termo velocidade normalmente refere-se à velocidade média de escoamento através de uma seção. Ela pode ser determinada dividindo-se a vazão pela área da seção considerada. VELOCIDADE PERDA DE CARGA É uma perda de pressão, causada pelo atrito entre o fluxo do líquido e as paredes da tubulação, ou pela mudança de direção ou estrangulamento causado pelas conexões ou registros. GOLPE DE ARÍETE Existe um fenômeno na hidráulica conhecido por “golpe de aríete”. O nome “golpe de aríete” provêm de uma antiga arma de guerra, formada por um tronco, com uma peça de bronze semelhante a uma cabeça de carneiro numa das extremidades, que era usada para golpear portas e muralhas, arrombando-as. GOLPE DE ARÍETE Nas instalações hidráulicas ocorre um fenômeno semelhante quando a água, ao descer com velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida, ficando os equipamentos das instalações sujeitas a golpes de grande intensidade (elevação de pressão). GOLPE DE ARÍETE Explicando: se um líquido, ao passar por uma calha, tiver sua corrente bruscamente interrompida, seu nível subirá rapidamente, passando a escorrer pelos lados. Se tal fenômeno for observado dentro de um tubo, o líquido, não tendo por onde sair, provocará um aumento de pressão contra as paredes do tubo, causando sérias consequências na instalação. ÁGUA FRIA A norma que fixa as exigências e recomendações relativas a projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria é a NBR 5626, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). De acordo com NBR 5626, as instalações prediais de água fria devem atender aos seguintes requisitos: • preservar a potabilidade da água. • garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes. • promover economia de água e energia. • possibilitar manutenção fácil e econômica. • evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente. • proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais exigências do usuário. ENTRADA E FORNECIMENTO DE ÁGUA FRIA Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas formas: pela rede pública de abastecimento ou, por um sistema privado, quando a primeira não estiver disponível. Quando a instalação for alimentada pela rede pública, a entrada de água no prédio será feita por meio do ramal predial, executado pela concessionária pública SISTEMA PRIVADO INSTALAÇÃO DE POÇOS ARTESIANOS Quando for prevista utilização de água proveniente de poços, o órgão público responsável deverá ser consultado previamente. Poço artesiano convencional: a água permanece dentro do poço e tem de ser bombeada para a superfície. Poço artesiano surgente: a água jorra naturalmente, por diferença de pressão com a superfície. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto, indireto e,misto. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DIRETO A alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar. Vantagens: Água de melhor qualidade, maior pressão disponível, menor custo de instalação. Desvantagens: Falta d’água no caso de interrupção, grande variação de pressão ao longo do dia. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETO No sistema indireto, adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes à intermitência ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações de pressões da rede pública. No sistema indireto, devemos considerar as seguintes situações: Sistema indireto sem bombeamento Sistema indireto com bombeamento Sistema indireto sem bombeamento Esse sistema é adotado quando a pressão na rede pública é suficiente para alimentar o reservatório superior. Esse sistema normalmente, é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior Sistema indireto com bombeamento Vantagens: Fornecimento de água contínuo, pequena variação de pressão nos aparelhos, golpe de aríete desprezível. Desvantagens: Possibilidade de contaminação da água reservada, menores pressões , maior custo de instalação. Sistema indireto com bombeamento SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO MISTA No sistema de distribuição mista, parte da alimentação é feita diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior. Sistema Misto Vantagens: Fornecimento de água contínuo, água de melhor qualidade. Desvantagens: Maior custo de instalação. RESERVATÓRIOS RESERVAÇÃO DE ÁGUA FRIA De acordo com NBR 5626, a capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida levando-se em consideração o padrão de consumo de água no edifício e, onde for possível obter informações, a frequência e duração de interrupções do abastecimento. O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para 24 horas de consumo normal, sem considerar o volume de água para combate a incêndio. No caso de residência pequena, recomenda-se que a reserva mínima seja de 500 litros. Para o volume máximo, a norma recomenda que sejam atendidos dois critérios: • garantia de potabilidade da água nos reservatórios no período de detenção médio em utilização normal; • atendimento à disposição legal ou ao regulamento que estabeleça volume máximo de reservação. Consumo de água O consumo de água pode variar muito, dependendo da disponibilidade de acesso ao abastecimento e de aspectos culturais da população, entre outros. Alguns estudos mostram que, por dia, uma pessoa no Brasil gasta de 50 litros a 200 litros de água. Alguns condomínios de luxo possuem reserva de 350 litros/pessoa/dia. Consumo diário nas edificações Para calcular o consumo diário de água dentro de uma edificação, é necessária uma boa coleta de informações: pressão e vazão nos pontos de utilização; quantidade e frequência de utilização dos aparelhos; população; condições socioeconômicas; clima, entre outros. O memorial descritivo de arquitetura também deve ser convenientemente estudado, pois algumas atividades básicas e complementares, como piscina e lavanderia, podem influenciar no consumo diário. Na ausência de critérios e informações, para calcular o consumo diário de uma edificação, utilizam- se tabelas apropriadas: O consumo diário (Cd) pode ser calculado pela seguinte fórmula: Cd = P × q Onde: Cd = consumo diário (litros/dia); P = população que ocupará a edificação e q = consumo per capita (litros/dia). CAPACIDADE DOS RESERVATÓRIOS É recomendável dimensionar reservatórios com capacidade suficiente para dois dias de consumo. Essa capacidade é calculada em função da população e da natureza da edificação. Então, a quantidade de água a ser armazenada será: Onde: CR = 2 × Cd CR = capacidade total do reservatório (litros) Cd = consumo diário (litros/dia) Para os casos comuns de reservatórios domiciliares, recomenda-se a seguinte distribuição: – Reservatório inferior: 60% CR; – Reservatório superior: 40% CR. Esses valores são fixados para aliviar a carga da estrutura, pois a maior reserva (60%) fica no reservatório inferior. A reserva de incêndio, usualmente, é colocada no reservatório superior. Exemplo de dimensionamento Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2 apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos e uma dependência de empregada. Adotar reserva de incêndio de 10 000 litros, prevista para ser armazenada no reservatório superior. Consumo diário per capita: 200 litros Solução Cd = P × q Adotamos: 2 pessoas/quarto 1 pessoa/quarto empregada P = (2 × 2) + 1 = 5 pessoas/apto × 20 aptos P = 100 pessoas Cd = 100 × 200 l/dia = 20 000 l/dia CR = 2 Cd CR = 2 × 20 000 = 40 000 l CR (superior) = (0,4 × 40 000) + 10 000 l = 26 000 l CR (inferior) = 0,6 × 40 000 = 24 000 l Exercício de dimensionamento Determine a capacidade dos reservatórios superior e inferior de um prédio com 8 andares e 4 apartamentos por andar. Cada apartamento possui 3 dormitórios e 1 quarto de empregada. A reserva para incêndio será de 20.000 litros. Caracterize o sistema de distribuição se será direto, indireto ou misto. Comente sobre a necessidade ou não de bombeamento. REDE DE DISTRIBUIÇÃO A rede de distribuição de água fria é constituída pelo conjunto de canalizações que interligam os pontos de consumo ao reservatório da edificação. É sempre aconselhável fazer uma divisão dos pontos de consumo. Motivos: • Canalização mais econômica, • Uso não simultâneo • Menor diâmetro das tubulações. BARRILETE Barrilete é o conjunto de tubulações que se originam no reservatório e do qual se derivam as colunas de distribuição. O barrilete pode ser: concentrado ou, ramificado. Barrilete Concentrado Tem a vantagem de abrigar os registros de operação em uma área restrita, facilitando o controle do sistema. Barrilete Ramificado É mais econômico, possibilita uma quantidade menor de tubulações junto ao reservatório. COLUNAS, RAMAIS E SUB-RAMAIS As colunas de distribuição de água fria derivam do barrilete, descem na posição vertical e alimentam os ramais nos pavimentos que, por sua vez, alimentam os sub- ramais das peças de utilização. DETALHES ISOMÉTRICOS Para melhor visualização da rede de distribuição de água fria, desenham-se os compartimentos sanitários em perspectiva isométrica. Escalas usuais: 1:20 ou 1:25. Roteiro para desenho Isométrico: a) Traça-se a planta do compartimento com esquadro de 60°. b) Locam-se os eixos dos pontos de consumo de água (lavatório, bacia sanitária, ducha higiênica, chuveiro etc.). c) Traça-se uma linha pontilhada do eixo das peças até a altura dos pontos de consumo. d) Traçam-se os ramais internos, unindo os pontos de consumo. e) Indicam-se, nos ramais e sub-ramais, os diâmetros correspondentes. ALTURA DOS PONTOS O posicionamento dos pontos de entrada de água e a posição de registros e outros elementos pode variar em função de determinados modelos de aparelhos. Porém, as alturas mais utilizadas para diversos tipos de aparelhos são: BS – bacia sanitária c/ válvula h = 33 cm BCA – bacia sanitária c/ caixa acoplada h = 20 cm DC – ducha higiênica h = 50 cm BI – bidê h = 20 cm BH – banheira de hidromassagem h = 30 cm CH – chuveiro ou ducha h = 220 cm LV – lavatório h = 60 cm MIC – mictório h = 105 cm MLR – máquina de lavar roupa h = 90 cm MLL – máquina de lavar louça h = 60 cm PIA – pia h = 110 cm TQ – tanque h = 115 cm TL – torneirade limpeza h = 60 cm TJ – torneira de jardim h = 60 cm RP – registro de pressão h = 110 cm RG – registro de gaveta h = 180 cm VD – válvula de descarga h = 110 cm Detalhe isométrico (Banheiro) Detalhe isométrico (Cozinha) Detalhe isométrico (Área de serviço) Detalhe isométrico (Barrilete) DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA FRIA A NBR 5626 fixa as exigências e os critérios para o dimensionamento das canalizações de água fria. Todas as tubulações são dimensionadas como condutos forçados. É necessário que fiquem perfeitamente definidos no projeto hidráulico, para cada trecho da canalização, os quatro parâmetros hidráulicos do escoamento: • vazão, • velocidade, • perda de carga e • pressão. PRESSÕES A rede de distribuição de água fria deve ter em qualquer dos seus pontos: Pressão estática máxima: 400 kPa (40 mca) Pressão dinâmica mínima: 5 kPa (0,5 mca) O valor mínimo de 5 kPa (0,5 mca) da pressão dinâmica tem por objetivo fazer que o ponto crítico da rede tenha sempre uma pressão positiva. Quanto à pressão estática, a mesma não pode ser superior a 400 kPa (40 mca) em nenhum ponto da rede. Esta precaução é tomada visando limitar a pressão e a velocidade da água em função de: ruído, golpe de aríete, manutenção e limite de pressão, etc. Desta maneira, não se deve ter mais de 13 pavimentos convencionais (pé-direito de 3,00 m × 13 = 39,0 m), abastecidos diretamente pelo reservatório superior, sem a devida proteção do sistema. Por conseguinte, admitindo-se uma situação- limite, com pressão estática máxima de 400 kPa (40 mca), havendo a sobrepressão de fechamento de válvula de descarga, também em seu limite máximo, 200 kPa (20 mca), teremos um total máximo de 600 kPa (60 mca), inferior ao valor máximo da pressão para tubulações prediais de água fria exigida pela NBR 5648/99, igual a 750 kPa (75 mca). Velocidades Não há, nos critérios de projeto, fixação de velocidades mínimas, mas a velocidade máxima numa tubulação não deve exceder a fórmula abaixo e nem a 3,0 m/s. Esta velocidade máxima tem por finalidade limitar o ruído nas tubulações. Paralelamente a isto, há o problema do golpe de aríete, que também é minorado pela limitação da velocidade. Explique por quê a vazão máxima no tubo DN 110 deve ser de 28,51 L/s, de acordo com a NBR 5626: Diâmetros Os diâmetros utilizados são os comerciais, não se recomendando a diminuição do diâmetro (redução) no sentido inverso ao seu fluxo. Os sub-ramais devem atender a diâmetros mínimos, indicados na Tabela, a seguir: Perdas de carga A água, ao se deslocar pela tubulação, perde energia ao longo de seu percurso. Isto denomina- se perda de carga, as quais podem ser subdivididas em duas partes: a) Perdas distribuídas: perda de carga ao longo da tubulação por atrito da água com a mesma. Estas perdas são obtidas por intermédio de ábacos, todos eles provenientes de experiência de laboratório. b) Perdas localizadas: perdas pontuais, ocorridas nas conexões, registros etc., pela elevação da turbulência nestes locais. A NBR 5626/98, fornece as perdas localizadas, diretamente em “comprimento equivalente de canalização”. Exemplo: Seja a tubulação em PVC com 11 metros de comprimento conforme desenho e com os seguintes parâmetros: Q = 0,95 L/s. D = 40 mm RG = registro de gaveta Joelho de 90° Exercício: Considere o desenho abaixo e calcule as perdas de cargas e a Pressão Dinâmica no chuveiro, sabendo-se que: Vazão no chuveiro: Q=0,2 Litros/s Vazão no lavatório: Q=0,1 Litros/s Vazão total coluna: Q=0,3Litros/s Diâmetros: Chuveiro DN20; LV DN20 e Coluna DN25. Todas as curvas e Joelhos são de Diâmetros Os diâmetros utilizados são os comerciais, não se recomendando a diminuição do diâmetro (redução) no sentido inverso ao seu fluxo. Os sub-ramais devem atender a diâmetros mínimos, indicados na Tabela, a seguir: Perdas de carga e Pressão Dinâmica A água, ao se deslocar pela tubulação, perde energia ao longo de seu percurso. Isto denomina- se perda de carga, as quais podem ser subdivididas em duas partes: a) Perdas distribuídas: perda de carga ao longo da tubulação por atrito da água com a mesma. Estas perdas são obtidas por intermédio de ábacos, todos eles provenientes de experiência de laboratório. b) Perdas localizadas: perdas pontuais, ocorridas nas conexões, registros etc., pela elevação da turbulência nestes locais. A NBR 5626/98, fornece as perdas localizadas, diretamente em “comprimento equivalente de canalização”. As perdas distribuídas (ao longo de um tubo) dependem do seu comprimento e diâmetro interno, da rugosidade da sua superfície interna e da sua vazão. De acordo com a NBR 5626, “para calcular o valor da perda de carga nos tubos, recomenda-se utilizar a equação universal, obtendo-se os valores das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos”. Na falta dessas informações podem ser utilizadas as expressões de Fair-Whipple-Hsiao indicadas a seguir: onde: J = perda de carga unitária, em quilopascals por metro; Q = vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo; d = diâmetro interno do tubo, em milímetros. Portanto, a perda de carga total do sistema será a somatória das perdas distribuídas e localizadas. Para calcular a pressão dinâmica em qualquer ponto da instalação, utiliza-se a seguinte fórmula: Pd = Pe – hf onde: Pd = pressão dinâmica Pe = pressão estática hf = perda de carga total • o nível mínimo de água do reservatório está localizado na cota 40,00 m • a perda de carga total entre o reservatório e o chuveiro é de 2,0 m.c.a • a pressão mínima recomendada para o funcionamento do chuveiro elétrico é de 1 m.c.a • Com base nessas informações, calcula-se a pressão dinâmica no ponto do chuveiro Exemplo de Cálculo de Pressão Dinâmica. Solução: Pd = Pe – hf Pd = (40,00 – 35,00) – 2,00 Pd = 5,00 – 2,00 = 3 m.c.a Conclui-se que a pressão é satisfatória, pois Pd > 1 m.c.a Observação importante Quando a pressão no ponto do chuveiro for inferior a 1 m.c.a, o projetista deve adotar algumas medidas, tais como: aumentar a altura do reservatório, diminuir as perdas de cargas ou pressurizar a rede de distribuição. Exemplo: Calcule a perda de carga e a Pressão dinâmica de uma tubulação em PVC com 11 metros de comprimento conforme desenho e com os seguintes parâmetros: Q = 0,95 L/s. D = 40 mm RG = registro de gaveta Joelho de 90° Exercício: Calcule a perda de carga e a pressão dinâmica da tubulação em PVC com 17 metros de comprimento conforme desenho e com os seguintes parâmetros: Q = 2,3 L/s. D = 40 mm RG = registro de gaveta Joelho de 90° A B 10 m Curva 90º 2 m 1 m 1 m 3 m Curva 45º RG Exercício: Determine a pressão estática no chuveiro, considere o desenho e os dados fornecidos. Sub-ramal Cada peça de utilização (torneira, válvula etc.) tem o seu sub-ramal com um diâmetro mínimo, predeterminado em função de ensaios laboratoriais (conforme Tabela de Diâmetros Mínimos) ou, em casos especiais de equipamentos de laboratórios, indústrias, lavanderias, hospitais etc., fornecidos pelos fabricantes. Cada peça necessita de uma pressão mínima de serviço para funcionar, bem como, somente pode suportar pressões dinâmicas e estáticas até o limite definido nas Tabelas constantes no cálculo de pressões. Ramal Recomendações : • inicialmente, desenvolver os ramais visando atender aos pontos de utilização; • o dimensionamento dos ramais, por razõeseconômicas, deve ser feito trecho a trecho. O dimensionamento pode ser efetuado a partir de duas hipóteses: 1.ª) consumo simultâneo (consumo máximo possível) Ocorre em locais onde a utilização de peças é simultânea, em razão de horários específicos como, por exemplo, nos quartéis, escolas, estabelecimentos industriais, os quais, no momento de sua maior utilização, têm todos os pontos funcionando ao mesmo tempo, particularmente os lavatórios e chuveiros. Também nesta situação se encontram Dimensionamento: • utiliza-se como referência a tubulação de 20 mm (½”), a partir da qual todos os demais diâmetros são referidos, apresentando-se com seções equivalentes; • adota-se os diâmetros mínimos dos sub-ramais a partir da Tabela de Diâmetros Mínimos dos Sub-ramais; • somam-se as seções equivalentes ao longo dos trechos considerados, obtendo-se as seções equivalentes de cada trecho, usando-se a Tabela de Seções Equivalentes; • determinam-se os diâmetros dos sub-ramais a partir da Tabela de Seções Equivalentes. 1 - Desenha-se o isométrico, denomina-se cada um de seus trechos, um para cada aparelho ou peça de utilização, por exemplo por letras; 2 - Elabora-se uma Tabela de Cálculo com os trechos na primeira coluna, iniciando-se a partir dos trechos mais distantes do ponto de alimentação (coluna de alimentação). Usando-se a Tabela de Diâmetros Mínimos dos Sub- ramais, determina-se o diâmetro mínimo de cada sub- ramal, no caso 20 mm para os chuveiros e, também, 20 mm para os lavatórios. A seguir, na segunda coluna, usando-se a Tabela Seções Equivalentes, anota-se a seção equivalente de cada trecho. No caso de lavatórios e chuveiros com DN 20, a seção equivalente é 1. Somam-se as seções equivalentes, isto é o número de tubos de 20 mm equivalentes, determinando-se as seções acumuladas para cada trecho, na terceira coluna. Por fim, determinam-se os diâmetros para cada trecho, na quarta coluna, com base na Tabela de Seções Equivalentes. 2.ª) consumo simultâneo provável (consumo máximo provável) O funcionamento simultâneo de peças, salvo nos casos da primeira hipótese é pouco provável. Note-se que num sanitário convencional, de residência, por exemplo, com vários pontos de água, pode eventualmente ocorrer a utilização da válvula de descarga com o lavatório (ou o chuveiro) também em uso, mas todos, simultaneamente, não é provável que venha a ocorrer. O método a seguir utilizado é o preconizado pela NBR 5626/98 e baseado no cálculo de probabilidades, bem como na análise prática de instalações sanitárias com funcionamento satisfatório. Convencionou-se adotar “pesos” para as diversas peças de utilização, fornecidos pela Tabela de Pesos das Peças de Utilização. As vazões também podem ser obtidas a partir da fórmula a seguir apresentada: Q = vazão, em L/s C = coeficiente de descarga = 0,30 L/s P = soma dos pesos das peças do trecho analisado Observação: O coeficiente de descarga C = 0,30 é utilizado em L/s para se ter a vazão nesta unidade. Dimensionamento: • obtêm-se os “pesos” na Tabela de Pesos das Peças de Utilização. • somam-se os “pesos” das diversas peças e obtêm-se os “pesos” dos trechos correspondentes. • utiliza-se o Nomograma de Pesos, Vazões e Diâmetros, o qual mostra a correlação entre os pesos e as vazões prováveis, bem como os diâmetros correspondentes, obtendo-se facilmente os diâmetros e vazões. Observe-se que este nomograma já levou em consideração a velocidade máxima admitida pela Norma. Seja o sanitário abaixo, já desenhado com seu isométrico. Divide-se em trechos e diminui-se cada um de seus trechos, um para cada aparelho ou peça de utilização. 1- Elabora-se tabela com os respectivos trechos (coluna 1), partindo do trecho mais distante da coluna de alimentação, e pesos (coluna 2), usando-se a Tabela de Pesos das Peças de Utilização. O trecho ED, com lavatório tem peso 0,3; o trecho DC com caixa acoplada, tem peso 0,3; o trecho CB, com bidê, tem peso 0,1 e o trecho BA, com chuveiro, tem peso 0,4. 2- Somam-se estes pesos, obtendo-se os pesos acumulados, na coluna 3. A partir desta soma, utilizando-se o Nomograma de Pesos, Vazões e Diâmetros, o qual apresenta os diâmetros em função dos pesos, obtém-se os diâmetros, trecho a trecho. Exercício: Determine a pressão estática no chuveiro, considere o desenho e os dados fornecidos. Sub-ramal Cada peça de utilização (torneira, válvula etc.) tem o seu sub-ramal com um diâmetro mínimo, predeterminado em função de ensaios laboratoriais (conforme Tabela de Diâmetros Mínimos) ou, em casos especiais de equipamentos de laboratórios, indústrias, lavanderias, hospitais etc., fornecidos pelos fabricantes. Cada peça necessita de uma pressão mínima de serviço para funcionar, bem como, somente pode suportar pressões dinâmicas e estáticas até o limite definido nas Tabelas constantes no cálculo de pressões. Ramal Recomendações : • inicialmente, desenvolver os ramais visando atender aos pontos de utilização; • o dimensionamento dos ramais, por razões econômicas, deve ser feito trecho a trecho. O dimensionamento pode ser efetuado a partir de duas hipóteses: 1.ª) consumo simultâneo (consumo máximo possível) Ocorre em locais onde a utilização de peças é simultânea, em razão de horários específicos como, por exemplo, nos quartéis, escolas, estabelecimentos industriais, os quais, no momento de sua maior utilização, têm todos os pontos funcionando ao mesmo tempo, particularmente os lavatórios e chuveiros. Também nesta situação se encontram Dimensionamento: • utiliza-se como referência a tubulação de 20 mm (½”), a partir da qual todos os demais diâmetros são referidos, apresentando-se com seções equivalentes; • adota-se os diâmetros mínimos dos sub-ramais a partir da Tabela de Diâmetros Mínimos dos Sub-ramais; • somam-se as seções equivalentes ao longo dos trechos considerados, obtendo-se as seções equivalentes de cada trecho, usando-se a Tabela de Seções Equivalentes; • determinam-se os diâmetros dos sub-ramais a partir da Tabela de Seções Equivalentes. 1 - Desenha-se o isométrico, denomina-se cada um de seus trechos, um para cada aparelho ou peça de utilização, por exemplo por letras; 2 - Elabora-se uma Tabela de Cálculo com os trechos na primeira coluna, iniciando-se a partir dos trechos mais distantes do ponto de alimentação (coluna de alimentação). Usando-se a Tabela de Diâmetros Mínimos dos Sub- ramais, determina-se o diâmetro mínimo de cada sub- ramal, no caso 20 mm para os chuveiros e, também, 20 mm para os lavatórios. A seguir, na segunda coluna, usando-se a Tabela Seções Equivalentes, anota-se a seção equivalente de cada trecho. No caso de lavatórios e chuveiros com DN 20, a seção equivalente é 1. Somam-se as seções equivalentes, isto é o número de tubos de 20 mm equivalentes, determinando-se as seções acumuladas para cada trecho, na terceira coluna. Por fim, determinam-se os diâmetros para cada trecho, na quarta coluna, com base na Tabela de Seções Equivalentes. 2.ª) consumo simultâneo provável (consumo máximo provável) O funcionamento simultâneo de peças, salvo nos casos da primeira hipótese é pouco provável. Note-se que num sanitário convencional, de residência, por exemplo, com vários pontos de água, pode eventualmente ocorrer a utilização da válvula de descarga com o lavatório (ou o chuveiro) também em uso, mas todos, simultaneamente, não é provável que venha a ocorrer. O método a seguir utilizado é o preconizado pela NBR 5626/98 e baseado no cálculo de probabilidades, bem como na análise prática de instalações sanitáriascom funcionamento satisfatório. Convencionou-se adotar “pesos” para as diversas peças de utilização, fornecidos pela Tabela de Pesos das Peças de Utilização. As vazões também podem ser obtidas a partir da fórmula a seguir apresentada: Q = vazão, em L/s C = coeficiente de descarga = 0,30 L/s P = soma dos pesos das peças do trecho analisado Observação: O coeficiente de descarga C = 0,30 é utilizado em L/s para se ter a vazão nesta unidade. Dimensionamento: • obtêm-se os “pesos” na Tabela de Pesos das Peças de Utilização. • somam-se os “pesos” das diversas peças e obtêm-se os “pesos” dos trechos correspondentes. • utiliza-se o Nomograma de Pesos, Vazões e Diâmetros, o qual mostra a correlação entre os pesos e as vazões prováveis, bem como os diâmetros correspondentes, obtendo-se facilmente os diâmetros e vazões. Observe-se que este nomograma já levou em consideração a velocidade máxima admitida pela Norma. Seja o sanitário abaixo, já desenhado com seu isométrico. Divide-se em trechos e diminui-se cada um de seus trechos, um para cada aparelho ou peça de utilização. 1- Elabora-se tabela com os respectivos trechos (coluna 1), partindo do trecho mais distante da coluna de alimentação, e pesos (coluna 2), usando-se a Tabela de Pesos das Peças de Utilização. O trecho ED, com lavatório tem peso 0,3; o trecho DC com caixa acoplada, tem peso 0,3; o trecho CB, com bidê, tem peso 0,1 e o trecho BA, com chuveiro, tem peso 0,4. 2- Somam-se estes pesos, obtendo-se os pesos acumulados, na coluna 3. A partir desta soma, utilizando-se o Nomograma de Pesos, Vazões e Diâmetros, o qual apresenta os diâmetros em função dos pesos, obtém-se os diâmetros, trecho a trecho. TRABALHO INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS Dimensione os reservatórios de água superior e inferior do seu prédio, considerando uma reserva de incêndio de 20% do total que deverá ficar no reservatório superior. Calcule os diâmetros das tubulações dos barriletes, colunas, ramais e sub- ramais referentes ao seu prédio. - Entregar o trabalho pronto no dia da Prova. - Valor: 2,0 Pontos. - Equipe máxima de 5 alunos. GRUPO RESPONSÁVEL ANDARES/AP. QUARTOS COZ./LAVAND BANHEIROS 1 SALIM 6/2 1 1 PIA +1TQ 1CH+ 1LV+1BD 2 ADALBERTO 6/3 2 1 PIA + 2 TQ 1CH+ 1LV+1BD 3 PHILIP 6/4 3 2 PIAS + 1 TQ 2CH+ 2LV+1BD 4 LUIS CLAUDIO 6/2 4 1 PIA + 2TQ 2CH+ 2LV+2BD 5 MARCELUS 7/3 1 1 PIA + 1TQ 1CH+ 1LV+1BD 6 MARCOS VINICIUS 7/4 2 1 PIA + 2TQ 1CH+ 1LV+1BD 7 VITOR 7/2 3 1 PIA + 1TQ 2CH+ 1LV+1BD 8 MARCELO 7/3 4 2 PIAS + 2TQ 2CH+ 1LV+2BD 9 FRANCISLENE 8/2 1 1 PIA + 1TQ 1CH+ 1LV+1BD 10 MARCO ANTÔNIO 8/3 2 1 PIA + 2TQ 2CH+ 2LV+1BD 11 TARSO 8/4 3 1 PIA + 2TQ 3CH+ 3LV+1BD 12 8/2 4 2 PIAS + 2TQ 2CH+ 2LV+1BD 13 9/3 1 1 PIA + 1TQ 1CH+ 1LV+1BD SISTEMA PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE 1. Conceito e classificação O sistema de água quente em um edificação é totalmente separado do sistema de água-fria. A água quente deve chegar em todos os pontos de consumo desejados com temperatura e pressão adequadas para o funcionamento dos equipamentos (chuveiros, misturadores de lavatórios, de pias, etc.). Os sistemas de água quente podem ser classificados em: - individual - central privado - central coletivo. Chamamos de sistema individual quando um equipamento alimenta um único aparelho. No sistema central privado um só equipamento é responsável pelo aquecimento de água que será distribuída em pontos de consumo de uma casa ou um apartamento. No sistema central coletivo um só equipamento aquece a água que será distribuída a várias unidades, como por exemplo para todos os apartamentos de um edifício ou quartos de hotel. 1.1. Sistema Central Privado Em um sistema central privado, a fonte energética utilizada para o aquecimento de água pode ser: - Eletricidade - Gás (GLP - gás liquefeito de petróleo ou GN - gás natural) - Óleo combustível - Lenha - Sol Segundo o princípio de funcionamento os sistemas podem ser de: - Acumulação - a água aquecida é armazenada para consumo imediato ou para um consumo posterior. - Passagem - a água é aquecida de forma instantânea para consumo imediato. Tipos de Aquecedores 1) Aquecedores Elétricos Os aquecedores elétricos podem ser de dois tipos: 1.1 - De passagem: são os chuveiros elétricos comuns ou as torneiras elétricas de lavatórios e de pias de cozinha. São pouco eficientes e consomem muita energia elétrica 1.2 - De acumulação: conhecidos também como boilers elétricos. São cilindros que podem ser horizontais ou verticais com uma ou mais resistências elétricas que fazem o aquecimento da água. Os cilindros possuem um revestimento térmico para evitar a perda de calor e um termostato mantém a temperatura automaticamente dentro dos limites estabelecidos. 2. Aquecedores a gás 2.1 - De passagem: Como o próprio nome diz, a água é aquecida ao passar por dentro do equipamento. A água percorre um tubo em forma de espiral que sofre o aquecimento de uma chama central resultado da queima de gás combustível (Gás liquefeito de petróleo - GLP ou gás natural - GN) Exige no mínimo o ponto de saída para os gases resultantes da queima e uma área bem ventilada, pois para haver queima, além do gás é necessário oxigênio. Em edificações antigas é comum encontrar o aquecedor de passagem dentro dos banheiros, o que hoje é terminantemente proibido. A perda de carga no aparelho também é muito grande devido ao próprio traçado em espiral da tubulação. Alguns modelos exigem de 5 a 13 m.c.a. de pressão dinâmica para funcionar com a vazão nominal do equipamento, o que exige atenção quando se adotar esse tipo de equipamento em edifícios residenciais. Os equipamentos atuais são bem seguros e a grande maioria não possui mais chama piloto. Ao abrir o registro do chuveiro, o equipamento detecta a vazão da água e liga o equipamento automaticamente. Caso a chama se apague o equipamento fecha automaticamente o fluxo de gás. 2.2 - De acumulação: Similar ao boiler elétrico, porém o aquecimento da água é feito através da chama resultante da queima de gás combustível (GLP ou GN) em um tubo no centro do cilindro. Ocupa bastante espaço e o cilindro é vertical (o boiler elétrico pode ser vertical ou horizontal) e deve ser instalado em local bem ventilado e com a exaustão dos gases feita de forma adequada. 3. Aquecedores Solares A melhor opção para residências. Mesmo que não se tenha sol durante alguns dias, o boiler garante o aquecimento da água através de uma resistência elétrica. Merece cuidado na instalação em locais muito frios devido ao congelamento das placas e das tubulações Na forma tradicional de instalação, o boiler deve se situar entre o reservatório e as placas de aquecimento como mostra as fotos e a figura. O princípio utilizado é o do termosifão. A água sai do boiler (tubo azul) e entra na parte inferior das placas. Pelo princípio do termosifão, a água é aquecida pelos raios solares e sobe em direção à saída da placa na parte superior da mesma (tubo vermelho) e retorna ao boiler. O ciclo então é repetido infinitas vezes aquecendo a água cada vez mais até a sua utilização. Quando alguém utiliza a água quente, a água do reservatório superior é utilizada para completar o nível do boiler. A temperatura da água pode chegar a 70o C no verão e a 50o C no inverno na cidade de S. Paulo (segundo a Soletrol). Escolha e dimensionamento Estimativa de consumo Em países frios, o consumo de água quente chega a representar 1/3 do consumo total de água. Em países quentes como o Brasil, esses valores são menores conforme a NBR- 7198/82 de Instalaçõesprediais de Água Quente. Podemos utilizar os valores da tabela abaixo para fazer uma estimativa de consumo de água quente e a partir desses valores dimensionar o aquecedor e o reservatório de acumulação de água quente. Cálculo da vazão: Vamos utilizar o mesmo critério da água fria. Cada peça de utilização tem o seu peso e a sua vazão característica: E a partir da somatória de pesos, calculamos a vazão Q (l/s) através da fórmula ou utilizando o ábaco de pesos, vazões e diâmetros. Perda de Carga O cálculo de perda de carga em instalações de água quente é feito do mesmo modo que o cálculo em água fria. Dimensionamento do Aquecedor de Acumulação: A água em um aquecedor elétrico atinge 70ºC, porém a água não é utilizada nessa temperatura. Temos que misturar a água quente com a água em temperatura ambiente e chegar a uma temperatura próxima a 38ºC. A tabela abaixo mostra as quantidades de água necessárias para se realizar esse mistura: Desse forma, por exemplo, em uma residência com 3 dormitórios, a estimativa de consumo é 174 litros de água quente por dia (2 pessoas por dormitório - total 6 moradores x 29 litros de água quente por dia) Feita a estimativa, é só aplicar na tabela de dimensionamento indicado para aquecedores elétricos de acumulação: Para uma estimativa de 174 litros, arredondamos para 200 e podemos dimensionar o aquecedor de 150 litros. Dimensionamento de Aquecedor a gás de passagem Os aquecedores de passagem a gás variam de acordo a vazão nominal de água. Os modelos de aquecedores possuem vazões nominais que variam de 7,5 litros por minuto a 23 litros por minuto. Um modelo de 7,5 litros por minuto consegue atender somente um ponto de consumo por vez. Uma ducha de 7,5 l/min ou um lavatório de 4 l/min. Não pode atender os 2 pontos simultaneamente. Já o modelo de 23 litros por minuto consegue atender até 3 duchas de 7,5 l/min simultaneamente. Dimensionamento de Aquecedores Solares O correto dimensionamento das placas vai depender dos fabricantes e do local em que a edificação está sendo construída. Para efeito de pré-dimensionamento, podemos utilizar como referência a empresa Soletrol. Para dimensionamento do boiler uma estimativa de consumo 10 de 50 litros por pessoa por dia (1 banho de 10 minutos diários), mais 100 litros por banheira, 50 litros se houver a necessidade de água quente na cozinha e 200 litros se houver desejo de ter água quente também na área de serviço. Materiais empregados Devemos empregar de preferência o cobre. O cobre é um material de custo elevado, mas de vida útil longa. As juntas e conexões são soldadas o que exige mão-de-obra especializada. Os tubos de PVC NÃO devem ser empregados para água quente, pois possuem elevado coeficiente de dilatação linear, amolecem a 100 oC e a 60 oC a pressão de serviço baixa para 2 kgf/cm2. Uma outra alternativa é o CPVC, policloreto de vinila clorado, um termoplástico semelhante ao PVC. Porém ele suporta somente até 80 oC. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: - O dimensionamento para residências individuais é sempre mais crítico. Mudanças nos hábitos de consumo de um dos moradores pode modificar de modo significativo a demanda de água quente. - O sistema de aquecimento solar para atender um número igual ou inferior a 10 (dez) usuários, deve ter resistência elétrica com potência entre 130 e 180 Wats para cada 100 litros de volume do reservatório. Para um número superior a 10 usuários, a potência deve estar entre 100 e 150 Wats para cada 100 litros de reservatório. Estando o equipamento bem dimensionado as potências citadas são suficientes. - As crianças de qualquer idade consomem água da mesma forma que os adultos; - Prever o possível crescimento da família; - Não é necessário levar em conta eventuais visitas de fins de semana. O aquecedor solar deve ser dimensionado para cargas constantes e usuais; - Decidindo-se por um aquecedor solar único para banhos, cozinha e lavanderia, empregar registros que possibilitem o controle de vazões ou mesmo da distribuição de água a esses pontos; - Utilizar os menores trajetos possíveis, bem como menores diâmetros, para que o volume de água que permanecer e resfriar dentro da tubulação não provoque desconforto da esfera bem como aumento de consumo virtual. - Um equipamento bem dimensionado economiza, em um ano, cerca de 80% da energia que seria necessária para efetuar o mesmo aquecimento via eletricidade. EXERCÍCIOS ÁGUA QUENTE 1) Temos um reservatório com 80 litros de água aquecida a 70ºC. Para sua utilização adicionaremos 40 litros de água a 20ºC. Qual a temperatura final da água após a mistura? 2) Uma residência possui boiler com capacidade para 200 litros de água quente a 70ºC. Adicionaremos 150 litros de água fria a 17ºC. Qual a temperatura final da mistura? 3) Se adicionarmos 100 litros de água quente a 50ºC em 200 litros de água fria a 17ºC, qual a temperatura final da mistura? 4) Temos um reservatório com 200 litros de água quente a 70ºC. Quantos litros de água fria a 17ºC poderemos adicionar para que a temperatura chegue a 38ºC? 5) Uma família possui um boiler com capacidade de 150 litros de água quente a 50ºC. Considerando que a família deseja que a água esteja em 38ºC, quantos litros de água fria a 20ºC eles poderão adicionar? 6) Precisamos de 210 litros de água quente a 38ºC em nossa residência, nosso boiler possui 90 litros de a 70ºC. Em qual temperatura da água fria deve estar para que tenhamos as condições exigidas? 7) Nosso escritório possui reservatório com 140 litros de água quente a 70ºC, para chegarmos a uma temperatura de uso de 38ºC adicionaremos 120 litros de água fria. Qual deve ser a temperatura da água fria? INSTALAÇÕES PREDIAIS DE COMBATE A INCÊNDIO TRIÂNGULO DO FOGO INSTALAÇÕES PREDIAIS DE COMBATE A INCÊNDIO QUADRILÁTERIO DO FOGO Combustível: elemento que reage com o oxigênio, produzindo a combustão. Os combustíveis podem ser divididos em: sólidos, líquidos e gasosos. Um dos métodos de extinção consiste na retirada do material combustível (ação física). Calor: elemento que dá início ao incêndio e que incentiva a sua propagação. O método de extinção mais utilizado consiste no controle da reação de combustão ou resfriamento do material incendiado, sendo a água o agente extintor mais utilizado. Oxigênio: elemento responsável pela manutenção das chamas e intensificação da combustão. Denomina-se “abafamento” ao método de extinção que consiste na diminuição dos níveis de oxigênio abaixo da concentração requerida pelos materiais para queimar. Exemplos: utilização de panos para controle de pequenos incêndios; utilização de sistemas de inundação total com gás carbônico. Reação em Cadeia: ocorre na reação química da combustão (exotérmica) e acaba por retro-alimentar o processo. O método de extinção pela inibição da reação em cadeira da combustão aplica-se àquelas em que há produção de chamas. Existem elementos capazes de reagir com os radicais ativos intermediários da reação química da combustão, intervindo e rompendo a reação em cadeia. SIMBOLOS GRÁFICOS USADOS INTRODUÇÃO As redes hidráulicas para o combate ao fogo são projetadas para efetivamente evitar que o fogo se espalhe ou que cresça em intensidade extinguindo-o na sua fonte. Portanto não são sistemas de combate, mas sim de prevenções contra incêndios. A hidráulica estuda o comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso quer em movimento. A Hidrostática trata dos fluídos em repouso, enquanto que a Hidrodinâmica estuda os fluídos emmovimento. Os sistemas de proteção contra incêndio têm sua fundamentação teórica baseada na hidráulica, por isto é importante entender esta fundamentação, para a determinação das pressões, das vazões, das velocidades e das perdas de cargas (continuas e localizadas). Além da Hidráulica, as normas devem ser seguidas e neste âmbito cada estado ou município tem a sua. Em alguns casos tem que seguir as normas nacionais e internacionais. PREVENÇÃO A prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar que os sinistros surjam, mas não havendo essa possibilidade, que sejam mantidos sob controle, evitando a propagação e facilitando o combate. COMBATE O combate inicia-se quando não foi possível evitar o surgimento do incêndio. NORMAS RELATIVAS A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS NBR 10897 - Proteção contra Incêndio por Chuveiro Automático; NBR 10898 - Sistemas de Iluminação de Emergência; NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Saída de Emergência; NBR 12615 - Sistema de Combate a Incêndio por Espuma. NBR 12692 - Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio; NBR 12693 - Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio; NBR 13434: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico - Formas, Dimensões e cores; NBR 13435: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico; NBR 13437: Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico; NBR 13523 - Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo; NBR 13714 - Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando. NBR 13714: Instalações Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por Hidrantes e Mangotinhos; NBR 13932- Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e Execução; NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão NBR 14276: Programa de brigada de incêndio; NBR 14349: União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio NBR 5410 - Sistema Elétrico. NBR 5419 - Proteção Contra Descargas Elétricas Atmosféricas; NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descangas Atmosférias (Pára- raios.) NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edificações; NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio; NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção Contra Incêndio para Locais de Trabalho; NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção Contra Incêndio para Locais de Trabalho. Segurança contra incêndio em Estruturas Metálicas Em 1994 foi publicada uma Instrução Técnica (IT) que trata do revestimento de estruturas metálicas para retardar a elevação de temperatura de forma a não atingir por volta de 550 graus Centígrados, quando perdem por volta de 50% da resistência mecânica. Isto causou um revolução no sistema e houve grande movimentação nacional porque para melhorar a segurança foi necessário elevar os custos. Em 1999, a IT foi revisada, alterado o nome e a destinação a todas as estruturas,independentemente do tipo de material, como concreto armado, protendido, alvenaria estrutural, metálica e madeira, isto é, qualquer edificação abrangida pelo regulamento. deve possuir um tempo mínimo de resistência ao calor, conforme o tipo de ocupação, área ou altura. CLASSES DE INCÊNDIOS: CLASSE ‘A’ – Fogo em materiais combustíveis sólidos, tais como madeira, papel e assemelhados. A extinção se dá por resfriamento, principalmente pela ação da água. CLASSE ‘B’ – Fogo em combustíveis líquidos e gasosos, tais como: inflamáveis, óleos, graxas, vernizes, GLP e assemelhados. A extinção se dá por abafamento, pela quebra da cadeia química ou pela retirada do material. Os agentes extintores podem ser produtos químicos secos, líquidos vaporizantes, CO2, água nebulizada e a espuma mecânica (mais indicado). CLASSE ‘C’ – Fogo em equipamentos elétricos tais como: transformadores, motores, aparelhos de ar condicionado, televisores, rádios e assemelhados. São usados os pós químicos secos, líquidos vaporizantes e o CO2. CLASSE ‘D’ – Fogo em metais pirofóricos, tais como: magnésio, titânio e zircônio. Esses metais queimam mais rapidamente, o combate exige equipamentos, técnicas e agentes extintores especiais, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar atmosférico. Tipos de Sistemas de Proteção Contra Incêndios Podemos resumir os Sistemas de Proteção Contra Incêndios em dois tipos fundamentais: (a) Sistemas de redes hidráulicas sob comando para hidrantes por gravidade e/ou por bombeamento. A figura 1.2.1 mostra as duas redes, ou seja, hidrantes por gravidade e por bombeamento. Hidrantes por gravidade e por bombeamento. (b) Sistemas de redes hidráulicas automáticas tipo chuveiros (Sprinklers). A figura 1.2.2 mostra uma rede hidráulica automática tipo chuveiros (Sprinklers). Redes hidráulicas automáticas tipo chuveiros (Sprinklers). Redes Hidráulicas – Chuveiros/Sprinklers É sem dúvida o sistema mais seguro e mais recomendado internacionalmente, todavia é o mais caro. Normalmente as companhias de seguro costumam dar o maior abatimento nas tarifas, chegando inclusive a 60%. Normalmente, podemos afirmar com base em levantamento estatístico realizado nos Estados Unidos que: - Com um a dois sprinklers as chamas são dominadas totalmente em 62% das ocorrências cobrindo uma área de fogo de 20m2 no máximo. - Com um a cinco sprinklers as chamas são dominadas totalmente em 80% das ocorrências cobrindo uma área de fogo de 36m2 no máximo. O sistema é formado por uma rede hidráulica em tudo semelhante ao sistema por hidrante, podendo ser fornecida a pressão tanto por gravidade como por bomba. Na primeira o reservatório é superior e na segunda é inferior. O seu funcionamento é simples, no entanto os chuveiros (sprinklers) possuem sistemas automáticos de abertura, normalmente baseados em efeitos térmicos. As figuras abaixo são esquemas ilustrativo de instalações por chuveiro automático (Sprinklers). Dimensionamento de Sistemas de Chuveiros Automáticos O dimensionamento de sistemas de chuveiros automáticos pode ser: a) Por tabelas b) Cálculo hidráulico O melhor método, que conduz a uma instalação mais econômica e serve para qualquer classe de risco, é o cálculo hidráulico. Carga de Fogo Consiste em transformar , através do poder calorífico, todos os materiais combustíveis de uma edificação em seu equivalente de madeira, por metro quadrado de área edificada. TABELA DOS PODERES CALORÍFICOS DE ALGUNS MATERIAIS EXEMPLO: Calcular a carga de fogo em uma edificação com 700m2 onde existem os seguintes materiais combustíveis: 200 Kg de madeira dura, 500 Kg de piso de borracha, 100 Kg de algodão, 200 Kg de papel e 70 Kg de plásticos. SOLUÇÃO: O calor gerado pela combustão destes materiais será: 200 Kg de madeira dura x 4641 kcal/kg = 928 200 kcal 500 Kg de piso de borracha x 6123 kcal/kg = 3 061 500 kcal 100 Kg de algodão x 4913 kcal/kg = 491 300 kcal 200 Kg de papel x 4206 kcal/kg = 841 200 kcal 70 Kg de plásticos x 7995 kcal/kg = 559 650 kcal TOTAL = 5 881 850 kcal O equivalente em madeira será: 5 881 850Kcal / 4620 kcal/kg = 1273 kg de madeira A carga de fogo será: Q = 1273 kg de madeira/ 700 m2 Q = 1,8Kg/m2 de madeira por metro de área edificada. Incêndio:Cálculo da RTI A RTI deve garantir uma autonomia mínima de 30 minutos para o sistema: NO RISCO LEVE: calcular a vazão do hidrante mais favorável (maior pressão) e acrescentar 2 minutos por hidrante excedente a quatro. NO RISCO MÉDIO E ELEVADO: calcular a vazão do hidrante menos favorável (menor pressão), acrescentar 2 minutos por hidrante excedente a quatro e considerar uso simultâneo de: Todosos cálculos referentes aos sistemas hidráulicos de proteção a Incêndios deverão seguir as normas Nacionais, Estaduais e Municipais; Os requisitos técnicos podem diferir entre os Estados e Municípios; Os cálculos de perda de cargas, vazões e diâmetros já foram estudados nos sistemas de água fria e são os mesmos. Todos os demais cálculos como RTI, quantidade de hidrantes, etc, devem seguir a legislação local. Instalações prediais de esgotos sanitários Um bom sistema de esgotos sanitários de uma residência, prédio ou logradouro público, é aquele que diante do qual não se percebe a sua existência. Ou seja, promove o afastamento rápido das águas servidas, não produz odores, ruídos ou contaminação, nem atrapalha o ambiente. É composto de tubulações, equipamentos e acessórios, projetados segundo normas e procedimentos padronizados, objetivando atender a cada caso específico, utilizando materiais disponíveis no mercado. As normas brasileiras que tratam do assunto são: NBR 8160 – Instalação Predial de Esgoto Sanitário – Proced. – Set/1983. NBR 5580 – Tubos de aço carbono, aptos para rosca. NBR 6414 – para usos comuns na condução de fluídos – Especificações. NBR 5645 – Tubos cerâmicos para canalizações – Especificação NBR 5688 – Tubos e conexões de PVC rígido para esgoto predial e ventilação NBR 6943 – Conexão de ferro maleável para tubulações – Classe 10 – Padronização. NBR 7229 – Construção e instalação de fossas sépticas e disposição dos efluentes finais – Procedimento NBR 7362 – Tubos de PVC rígido de seção circular, coletores de esgotos. NBR 8161 – Tubos e conexões de ferro fundido para esgoto e ventilação FINALIDADE E OBJETIVOS A instalação predial de esgotos sanitários destina- se a coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos, encaminhando-os a um destino indicado pelo poder público competente, que pode ser: a) em rede pública de coleta de esgotos sanitários; b) em sistema particular, quando não houver rede pública de esgotos sanitários. Segundo a NBR 8160/83, as instalações prediais de esgotos sanitários devem ser projetadas e executadas de modo a: - Permitir rápido escoamento dos esgotos sanitários e fáceis desobstruções; - Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações; - Não permitir vazamentos, escapamentos de gases e formação de depósitos no interior das tubulações; - Impedir a poluição da água potável. CLASSIFICAÇÃO DOS ESGOTOS SANITÁRIOS Os esgotos sanitários prediais classificam-se em primários e secundários. São chamados primários os esgotos aos quais têm acesso os gases provenientes da rede pública. São secundários os esgotos aos quais não têm acesso aqueles gases. O acesso dos gases da rede pública aos esgotos secundários, é impedido através de desconectores. A figura 1, apresenta a planta de um banheiro, onde é ilustrada a distinção entre esgoto primário e secundário. Naquela figura, a caixa sinfonada é o desconector coletivo. CANALIZAÇÕES PARA A COLETA E O AFASTAMENTO DAS ÁGUAS SERVIDAS A rede para coleta e afastamento das águas servidas é constituída por: Ramais de descarga e de esgoto, tubos de queda, subcoletores e coletor predial (Figura 2). Existem também caixas de inspeção ou de passagem e peças de inspeção. É dimensionada em função das descargas dos aparelhos sanitários a que servem, cuja descarga é definida em função do número de unidades de descargas, ou UNIDADE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO (UHC). Uma UHC corresponde uma descarga de 28 l/min, ou a descarga de um lavatório de residência. Ramal de descarga: Canalização diretamente ligada ao aparelho sanitário, do qual recebe os efluentes. Deve Ter seu diâmetro mínimo fixado de acordo com a Tabela 1. É exigido o diâmetro mínimo de 100mm (4”) para as canalizações que recebem despejos de bacias sanitárias. Ramal de esgoto: Canalização que recebe os efluentes de ramais de descarga. É dimensionado somando-se as unidades de descarga de todos os aparelhos servidos pelo ramal e respeitando-se os diâmetros nominais mínimos fixados na Tabela 2. Tubo de queda: Canalização vertical que recebe efluentes de ramais de descarga, de esgoto ou subcoletores. Deve ter diâmetro uniforme e sempre que possível instalado no mesmo alinhamento. A descarga para dimensionamento é obtida somando-se as unidades de descarga por pavimento e em todo tubo. O diâmetro deve ser fixado respeitando-se os diâmetros nominais mínimos fixados na Tabela 3. O diâmetro do tubo de queda deve ser maior ou igual ao de qualquer ramal de esgoto servido por ele. Subcoletor: Canalização, normalmente horizontal, que recebe efluentes de um ou mais tubo de queda, ou ramal de esgoto. Coletor predial: É o trecho de canalização horizontal compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto, de descarga ou tubo de queda, e a rede pública ou local de lançamento dos despejos. O coletor predial e o subcoletor devem ser dimensionados de acordo com a Tabela 4. Devem ser instalados com declividades uniformes, respeitados os valores mínimos fixados naquela tabela. Para o cômputo do número de UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO, no caso dos coletores prediais e subcoletores, nos banheiros de prédios residenciais deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga. Nos demais casos, devem ser considerados todos os aparelhos. O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo de 100mm. As tubulações horizontais com diâmetros nominais menores ou iguais a 75mm, devem ser instaladas com declividade mínima de 2%. As com diâmetros maiores ou iguais a 100mm devem ter declividade mínima de 1%, com exceção dos coletores e subcoletores que devem obedecer os valores fixados na Tabela 4. Desconectores Desconector é todo sifão sanitário ligado a uma canalização primária. Sifão sanitário é um dispositivo hidráulico destinado a vedar a passagem de gases e animais, do interior das canalizações de esgoto para o interior dos edifícios. Sifões Todo aparelho sanitário deve ser isolado de canalização primárias através de sifão sanitário. Utiliza-se sifão sanitário individual em mictórios, bacias sanitárias, pias de cozinha, pias de despejo e tanques de lavar. A figura 3 mostra alguns tipos de sifões para bidês, lavatórios e pias de cozinha. As figuras 4 e 5 mostram sifões utilizados em vasos sanitários e a figura 6 mostra o sifão de mictórios. Os vasos sanitários e mictórios, são autosifonados. A NBR 8160 estabelece que os sifões devem: a - Ter fecho hídrico independente de partes móveis e de divisões internas, com altura mínima de 50mm. b - Ter secção de vazão igual ou superior à do respectivo ramal de esgoto ou de descarga. c - Ter bujão de limpeza amplo, e de metal não ferroso, conforme indicado na figura 6. Canalizações para ventilação Funcionamento A rede de ventilação é extremamente importante uma vez que ao permitir a entrada de ar nas canalizações de esgotos sanitários, asseguram que essas funcionem como condutos livres, ou seja, sob pressão atmosférica, impedindo o surgimento de pressões negativas que poderiam romper os fechos hídricos dos desconectores instaladas nas junções das canalizações de esgotos secundários com esgotos primários, possibilitam que os gases provenientes da rede pública de esgotos sanitários, sejam lançados na atmosfera sem penetrar no interior das edificações. A figura 8, ilustra de maneira esquemática o funcionamento de uma tubulação de esgotos sanitários e a importância da rede de ventilação: - Suponhamos queseja descarregada a bacia sanitária do piso superior: a - O esgoto descarregado, ao penetrar no tubo de queda, funciona como um pistão hidráulico, comprimindo o ar abaixo. b - O ar comprimido exerce pressão sobre as colunas d’água que estão nos sifões. S2, S3, S4 – se não houvesse saída – ele tenderia a romper o fecho hídrico através do SIFONAMENTO POR COMPRESSÃO, permitindo a entrada de gases nos sanitários. Prescrições da NBR 8160 - em prédios de um só pavimento deve existir pelo menos um tubo ventilador de DN 100, ligado diretamente à caixa de inspeção ou em junção ao coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de um vaso sanitário e prolongado até acima da cobertura desse prédio. Se o prédio for residencial e tiver no máximo 3 vasos sanitários, o tubo ventilador pode ter diâmetro nominal DN 75. - em prédios de dois pavimentos, os tubos de queda devem ser prolongados até acima da cobertura, sendo todos os desconectores (vasos sanitários, sifões e caixas sifonadas) providos de ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação, conforme indicados nas figuras 12 e 13. - Nos prédios cuja instalação de esgotos sanitários já possua pelo menos um tubo ventilador primário de DN 100, fica dispensado o prolongamento de todo tubo de queda, desde que preenchidas as seguintes condições: a) o comprimento não exceda de ¼ da altura total do prédio, medida na altura vertical do tubo; b) não receba mais de 36 unidade HUNTER de contribuição; c) tenha a coluna de ventilação prolongada até a cobertura do prédio, ou em conexão com outra existente, respeitados os limites de TABELA 7. Todo desconector deve ser ventilado. A distância do desconector à ligação do tubo ventilador que o serve, não deve exceder os limites da tabela 5. TABELA 5 - DISTÂNCIA MÁXIMA DE UM SIFÃO (DESCONECTOR) AO TUBO VENTILADOR. TUBO VENTILADOR SUPLEMENTAR: diâmetro nominal não inferior à metade do diâmetro do ramal de esgotos a que estiver ligado. COLUNA DE VENTILAÇÃO: Tabela 7. Inclui-se no comprimento da coluna de ventilação o trecho do ventilador primário entre o ponto de inserção da coluna e a extremidade do ventilador. BARRILETE DE VENTILAÇÃO: Tabela 7. Pela soma das unidades HUNTER de contribuição dos tubos de queda servidos; TUBO VENTILADOR DE ALÍVIO: diâmetro nominal igual ao da coluna de ventilação a que estiver ligado. Órgãos acessórios • Caixas retentoras de gordura • Caixas de inspeção • Caixas de passagem • Poços de visita • Caixa coletora
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