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Ética
Aula 7
Código de Ética Profissional de 1993
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DE 1993
1ºPRINCÍPIO:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.
“Teimamos em reconhecer a liberdade como valor ético central, o que implica desenvolver o trabalho profissional para reconhecer a autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, reforçando princípios e práticas democráticas” (IAMAMOTO, 2006, p.141).
Liberdade constitui-se como um valor ético central do Serviço Social e se fundamenta em uma concepção de homem como sujeito livre, resgatando dessa forma o indivíduo como sujeito com direito à liberdade.
O que seriam “indivíduos sociais”? Qual a sua relação com a liberdade enquanto valor ético?
Indivíduos sociais - concepção mais ampla de indivíduo, uma vez que o conceito de liberdade não se restringe ao âmbito das decisões individuais, mas se refere a uma construção coletiva, aos indivíduos sociais.
Como destaca Paiva e Sales (apud. Bonnetti, 2005, p.82)
“O princípio da liberdade no sentido coletivo significa que a liberdade de cada um requer a plena realização de todos”.
Sobre a relação do Serviço Social com a liberdade, essas autoras afirmam que o assistente social comprometido com a construção e a difusão da liberdade não sucumbe, mas faz da necessidade o campo da criação e do sonho da liberdade como realidade.
DE QUE FORMA A LIBERDADE APARECE NO COTIDIANO PROFISSIONAL?
Quando o assistente social incorpora em seu cotidiano o compromisso de lutar contra o preconceito, enquanto força cerceadora da liberdade. Conforme Chauí:                              
“A liberdade é a capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade, transformando a situação de fato numa realidade nova; criada por nossa ação. Essa força transformadora que torna real o que era somente possível e que se achava apenas latente como possibilidade, é o que faz surgir (...) um movimento antirracista, uma luta contra a discriminação sexual ou de classe social, uma resistência à tirania e a vitória contra ela”. (CHAUÍ, 1994, p.357).
As condições objetivas que envolvem o cotidiano profissional do Serviço Social impõe limites à liberdade do assistente social. A escassez de recursos, falta de condições de trabalho, burocracia, hierarquia podem dificultar ou até mesmo impedir que o assistente social trabalhe na perspectiva da garantia de direitos e conduzi-lo a uma visão fatalista, como denomina Iamamoto (2006, p.145) da sua intervenção profissional.
“No espaço da ética tal contexto é especialmente limitador, tendo em vista a negação de projetos emancipatórios, o fortalecimento de atitudes discriminatórias, antidemocrática, espaço para a reprodução do preconceito e do moralismo conservador”
( BARROCO,1999, p.129)
2º. PRINCÍPIO: 
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
Esse princípio, tal como foi formulado, aparece primeira vez no Código de Ética profissional para chamar a atenção da categoria profissional acerca do compromisso com os direitos humanos, o que pressupõe a luta contra todo tipo de abuso da autoridade, torturas, violência doméstica, grupos de extermínio, isto é, o posicionamento dos assistentes sociais frente a questão dos direitos humanos.
Paiva e Sales (apud. Bonetti, 2005, p. 184) apontam que:
O senso comum, informado pela ideologia dominante faz vista grossa às várias e sutis formas de violação dos direitos humanos; que a possibilidade de romper com o conservadorismo, justificador da desigualdade, acena para permanente crítica e autocrítica aos comportamentos e pensamentos reprodutores do paradigma da crueldade e da desumanização. Trata-se de empreendermos uma recusa e um combate nos espaços institucionais e nas relações cotidianas, diante de todas as situações que ferem a integridade dos indivíduos e que se submetem ao sofrimento e à dor física e à humilhação”.
3º PRINCÍPIO: 
Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras.
Prevê que a ampliação e consolidação da cidadania, assim como a liberdade e a defesa intransigente dos direitos humanos devem ser buscados cotidianamente pelo assistente social, através da viabilização no lócus da intervenção dos direitos dos usuários.
A materialização dos direitos se explicitam através das políticas sociais, programas e benefícios através dos quais os profissionais do Serviço Social são mediadores, assumindo desta forma um significado muito importante para a plena realização da cidadania.
É importante ressaltar, entretanto, que o compromisso do assistente social com a cidadania não se restringe à área da assistência social através do repasse de cestas básicas, tíquete de leite, cadastro em programas sociais, dentre outros. Não desconsiderando a importância que a assistência social tem para a amenização das sequelas sociais decorrentes da situação de exclusão social em que se encontra grande parte da população brasileira, a cidadania deve ser apreendida  como  universalização dos direitos sociais, políticos e civis.
Trabalhar na perspectiva da garantia de direitos não é algo fácil, principalmente em um país no qual se observa diariamente a violação de direitos básicos, tais como alimentação, educação, saúde, habitação e outros. Além dessa questão, o assistente social também se depara com a falta de recursos e condições para a potencialização dos interesses e direitos dos usuários.    
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social.”
4º. PRINCÍPIO: 
Defesa do aprofundamento da democracia como socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida.
Posicionamento do serviço Social em torno de um conceito mais ampliado de democracia e cidadania, relacionado à socialização da riqueza socialmente produzida.
Ruptura do assistente social com o controle e subalternização do usuário
Com apoio e recursos críticos e criativos, o Serviço Social pode investir numa tendência de autodesenvolvimento dos indivíduos sociais, capaz de conferir nova direção social às suas atividades – de planejamento, formulação e implementação das políticas socais - incluindo aquelas partilhadas com outros profissionais (PAIVA e SALES apud. BONETTI,I. 2005, p. 190).
5º PRINCÍPIO: 
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.
• Compreende o posicionamento do Serviço Social em relação a uma  sociedade mais justa, menos desigual. 
• Nega a neutralidade profissional e defende o posicionamento do Serviço Social em relação à equidade social e justiça social através de uma intervenção social que assegure a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.
 
• Refere-se ao compromisso do assistente social em conscientizar os usuários acerca dos direitos, benefícios, programas, serviços e políticas a ele destinados.
 
• Implica no total apoio da categoria profissional à população em prol do acesso a universalidade do atendimento de seus direitos.
Como dificuldade para implementação desse princípio, o assistente social pode se deparar com a questão dos critérios de elegibilidade através dos quais tem que se escolher dentre os usuários aqueles que mais necessitam dos serviços oferecidos pela instituição. Tal tarefa não é nada fácil num país como Brasil onde grande contingente da população apresenta
um quadro de carência múltipla, pois como sinaliza Paiva e Sales (apud. BONETTI, 2005, p.191):
Como escolher o necessitado dentre os mais carentes?
O assistente social, como profissional que trabalha na perspectiva da garantia de direitos deve propor e implementar os programas e políticas sociais que contribuam para inclusão de um número sempre crescente de cidadãos.   
6º PRINCÍPIO: 
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças.
• Este princípio é novo em relação aos Códigos que o precederam;
• destaca-se pela forma não conservadora de tratar a questão das diferenças;
• revela a preocupação do assistente com a liberdade que os usuários têm de fazer escolhas, sejam elas em torno da orientação sexual, etnia, classe social, etc.
Como o assistente social pode evitar em sua prática profissional a reprodução de preconceitos e discriminação decorrentes do senso comum?
O assistente social, em sua prática profissional, deve evitar valores, pré-noções, preconceitos sobre os usuários, os quais devem ser respeitados por mais diferentes que sejam suas ideias, valores, interesses pessoais e aparência física. A categoria profissional também deve incentivar, propor e participar de debates e outros movimentos cujo foco seja o respeito à diversidade.
7º PRINCÍPIO: 
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas e compromisso com o constante aprimoramento intelectual.
Este princípio compreende o debate profissional que se inicia na década de 80 quando, através da interlocução do Serviço Social com diferentes linhas de pensamento, se observa uma disputa entre diferentes perspectivas teórico-metodológicas pela hegemonia em relação à orientação e direção do Projeto Ético-Político.
É importante que você não confunda, como já explicado na aula anterior, pluralismo com ecletismo.
PLURALISMO: Refere-se ao debate entre diferentes posições, perspectivas teóricas.
É com base no pluralismo que se pode dimensionar a repercussão e influência diferenciada de cada perspectiva teórica sobre a prática profissional. Os profissionais têm a liberdade de utilizar a teoria que, a seu ver, melhor se adéqua a uma determinada situação.
Ecletismo – é a mistura de fragmentos de teorias, o que deslegitima o processo de conhecimento de uma determinada realidade.
8º.PRINCÍPIO: 
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação/exploração de classe, etnia e gênero.
• Implica no posicionamento do Serviço Social frente às barbáries do capitalismo;
• significa lutar e participar da reinvenção concreta de uma nova sociedade, baseada na justiça social;
• pressupõe a participação da categoria profissional nos fóruns de discussão, formulação e controle das políticas públicas.
9º.PRINCÍPIO: 
Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores.
Atuação profissional comprometida com a transformação social tem que estar conectadas às demandas colocadas no dia a dia profissional.
 
Este princípio reforça a exigência de um novo perfil para o assistente social, ou seja, um profissional que seja propositivo e engajado nos movimentos em defesa da cidadania e de uma sociedade mais democrática.
O assistente social precisa se aliar aos movimentos, grupos, instituições que lutam pela classe trabalhadora.
Conscientização dos assistentes sociais acerca do significado que sua atuação tem nos espaços que extrapolam a esfera do Serviço Social, mas que têm como objetivo comum a luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
10º.PRINCÍPIO: 
Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.
Ruptura com a burocracia e o tecnicismo inócuo.
Reconhecimento da necessidade de investimento na capacitação profissional.
Viabilização do compromisso com os usuários supõe que este profissional do Serviço Social construa modos de intervenção que possibilitem a participação dos usuários nas decisões e qualidade dos serviços sociais.
Investimento na interiorização de novos valores éticos – profissionais suscitadores de novas posturas e projetos de intervenção voltados para as reais necessidades dos usuários.
11º.PRINCÍPIO: 
Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião.
• Assegura direitos para os assistentes sociais e, também, exige o respeito com as diferenças dos usuários e outros profissionais;
• retoma a crítica do preconceito pela substantivação da dimensão do direito, o exercício do Serviço Social e a relação com os que integram a vida profissional cotidiana a partir do que são;
• nega as verdades absolutas, as avaliações dicotomizadas – maquineísta de certo ou errado, bem ou mal, como contratendência necessária ao combate à discriminação.
“Famílias de fazendeiros ou camponeses, homem ou mulher, negro ou índio ou branco, evangélico ou umbandista, brasileiro ou estrangeiro, homo ou hetero, jovem ou idoso, portador de deficiência ou não, enfim, um indivíduo como outro qualquer, com manias, atributos, Características que o particularizam exclusivamente, mas que em nada justificam qualquer tipo de exclusão ou privilégio, que extrapolem o âmbito estrito da competência profissional” (BONETTI,2005, p. 206).
Ética
Aula 7
O assistente social, ao elaborar o seu plano de trabalho profissional, tendo como base o atual Código de Ética Profissional, enfatizará o desenvolvimento de ações pautadas:
Na base filosófica que tem na justiça social e na democracia um processo de construção de uma nova ordem societária.
O Código de Ética do Serviço Social é um instrumento valioso que orienta o exercício profissional de maneira a garantir tanto a qualidade dos serviços prestados aos usuários. Sobre o Código de Ética do Serviço Social é INCORRETO:
Compreender medidas coercitivas e morais sobre o exercício profissional.
		O Código de Ética do Serviço Social é um instrumento valioso que orienta o exercício profissional de maneira a garantir tanto a qualidade dos serviços prestados aos usuários. Sobre o Código de Ética do Serviço Social é INCORRETO afirma que:
	
	
	
Compreende medidas coercitivas e morais sobre o exercício profissional.
Quando nos referimos a um Código de Ética, estamos tratando de uma di-mensão da ética profissional que remete para o caráter ________ e _________ que regulamenta a profissão no que concerne às implicações éti-cas de sua atuação. 
Jurídico e normativo
 O princípio da Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo, consta em qual código de ética? 
1993
O 9º. Princípio do Código de Ética propões a ¿Articulação do Serviço Social com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores¿.Este princípio reforça a exigência de um novo perfil para o assistente social que deve ser:
Um profissional propositivo e engajado nos movimentos em defesa da cidadania.

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