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FRAUDE CONTRA CREDORES - A fraude contra credores constitui defeito social do negócio jurídico, que, nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves: “não conduzem a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros ou de fraudar a lei”. (Direito Civil – Parte Geral, vol. I, São Paulo, Ed. Saraiva, 1997, p. 98); - Vício social; - Ônus da prova a quem alega a fraude; - Só se caracteriza com processo ajuizado; -Fraude a credor é quando o devedor consciente da sua obrigação de pagar reduz todo seu patrimônio à condição de insolvente com o objetivo exclusivo de não adimplir (pagar) as obrigações assumidas anteriormente; - O art. 391 CCB: “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.” - O patrimônio pessoal responde pelo inadimplemento art. 158 e seguintes CCB. - Prazo prescricional ou decadencial? Decadencial de 4 anos, prevista no art. 178.II. CCB; - Não se denomina Ação anulatória ou nulidade de ato jurídico, e sim Ação Pauliana ou Revocatória, evocada do direito romano. O meio para reconhecimento da fraude contra credores é a Ação Pauliana, também chamada de Revocatória, que tem por finalidade a aplicação do princípio da responsabilidade patrimonial do devedor, restaurando-se aquela garantia dos seus bens em favor de seus credores. Não tem o condão de anular o ato fraudulento, mas proclama a sua ineficácia relativa, tornando-o inoponível ao credor fraudado, o qual poderá agir, na defesa do seu crédito, sobre o bem ou bens transferidos do patrimônio do devedor para o de terceiro, partícipe da fraude. Corrente minoritária defende que o negócio deve ser anulado ao invés de ser declarada a sua ineficácia. - Base legal para ação Revocatória é o art. 161 do CCB; - Requisitos: a) má fé + conluio (intenção de lesar alguém): “concilium fraudis”; OS REQUISITOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA FRAUDE CONTRA CREDORES SÃO: a) Eventus damni É o tornar-se insolvente em virtude da alienação do bem de sua propriedade para terceiro. O estado de insolvência não precisa ser de conhecimento do devedor, é objetivo, ou seja, existe ou não, independentemente do conhecimento do insolvente. b) Consilium fraudis O termo significa conluio fraudulento, pois alienante (devedor) e adquirente (comprador) têm ciência do prejuízo que causarão ao credor em vista da alienação de bens que garantiriam o adimplemento da obrigação assumida, mas os alienam de má-fé visando frustrar o cumprimento (pagamento) do negócio, e por isso se faz necessária a intervenção judicial. A boa-fé do adquirente impede a caracterização do consilium fraudis, requisito essencial para ajuizamento da ação paulina. Esses dois requisitos devem ser provados pelo credor para que seu pedido seja procedente, e assim ser declarada a ineficácia relativa do negócio jurídico fraudulento firmado entre as partes. O consilium fraudis não precisará ser provado, excepcionalmente, em algumas hipóteses previstas no Código Civil, quando a lei presume a existência de propósito de fraude. Não apenas nas transmissões onerosas pode ocorrer a fraude contra credores. O Código Civil inclui também a transmissão gratuita de bens, a remissão de dívidas, o pagamento antecipado de dívidas vincendas e a constituição de garantias a algum credor quirografário. - O que é fraude a credores é sinônimo de fraude a Execução? Fraude a credor não é sinônimo de fraude a execução. A primeira ocorre durante o processo de conhecimento, ou seja, enquanto a parte objetiva constituir o seu direito. O segundo caracteriza-se na fase de cumprimento de sentença, momento em que o vencedor está buscando bens para garantir e satisfazer o seu crédito.
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