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Seminário
Aula 6
Pra não dizer que não falei de flores: O rural e o urbano em movimento
A Primeira República: República da Espada (1889 a 1894) e a República Oligárquica (1894 a 1930)
A construção da República no Brasil é marcada pela contradição entre o velho e o novo. O antigo modelo patriarcal, assentado na Monarquia, cede lugar ao moderno modelo democrático, fundamentado na República. Entretanto, a nova forma não traduz fielmente o seu conteúdo.
Na prática, a primeira República brasileira, também chamada de República Velha, preserva valores e costumes típicos da sociedade tradicional, como o autoritarismo ou o mandonismo das elites militares ou oligárquicas.
A primeira fase da República Velha ficou conhecida como República da Espada e teve um curto período de vigência que foi entre 1889 até 1894.
O governo militar foi exercido primeiro pelo Marechal Deodoro da Fonseca (1889 –1891) e, em seguida, pelo seu vice-presidente Marechal Floriano Peixoto (1891—1894).
Este período foi marcado pelo autoritarismo e centralização do poder, em que diversas revoltas ocorreram, como o Manifesto dos Treze Generais, a 1ª e 2ª Revoltas da Armada e a Revolução Federalista.
A segunda fase da República Velha ficou conhecida como República das Oligarquias e teve um período mais longo de duração, entre 1894, com a eleição de Prudente de Morais, e 1930, com a chegada ao poder de Getúlio Vargas.
Essa fase foi marcada pela política do Café-com-Leite, em que os cafeicultores de São Paulo e os produtores de leite de Minas Gerais formaram um pacto de alternância no governo federal. Para que as oligarquias dos outros Estados aceitassem esse rodízio, foi desenvolvida a Política dos Governadores, em que se estabelecia o apoio do governo central às elites regionais (coronéis) em troca de sustentação no Congresso Nacional.
O Nascimento do Movimento Operário Brasileiro
No final do século XIX, a chegada de imigrantes italianos e o êxodo rural produzem a formação de um contingente cada vez maior de trabalhadores nas cidades.
As péssimas condições de vida e de trabalho são o retrato das contradições entre o tradicional e o moderno no Brasil. O mandonismo patriarcal do passado permanece no tratamento ao operariado em formação. Entretanto, este quadro de opressão é contrastado com a formação das primeiras Ligas Operárias.
Em 1906, sob a influência de ideias anarquistas e anarco-sindicalistas trazidas pelos imigrantes italianos, é realizado o I Congresso Operário brasileiro. Dois anos depois, é fundada a Confederação Operária Brasileira (COB) e o jornal “A Voz do Trabalhador” que reivindica direitos trabalhistas  como a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e o seguro contra acidentes.
O movimento dos trabalhadores cresce e em 1912 é realizado o II Congresso Operário que ratifica as reivindicações anteriores e elege a greve como instrumento legítimo de luta contra a opressão do Capital. Apesar disso, as condições de trabalho e vida continuam péssimas para o operariado que sobrevive com baixos salários, intensa exploração do trabalho infantil e feminino, falta de higiene nas vilas operárias, mortalidade infantil e inúmeras epidemias.
Dados sobre o desenvolvimento da indústria e do operariado brasileiro:
Em 1889, o Brasil já possuía cerca de 636 indústrias e 54 mil operários.
Em 1907, esse número subiu para 3.258 indústrias e 149.018 operários.
Em 1920, o Brasil chegou a 13.336 indústrias e 275.512 operários.
Primeira Greve Geral do Brasil – 14 de junho de 1917
Diante do quadro de miséria e degradação, os trabalhadores de São Paulo se mobilizam e deflagram diversas greves. A reação do governo foi violenta e o operário José Martinez é assassinado pelos soldados que atiraram contra os manifestantes. Este foi o estopim para que em 14 de julho de 1917 fosse deflagrada a Primeira Greve Geral do Brasil. Cerca de 70 mil trabalhadores participaram da greve que colocou definitivamente o Movimento Operário Brasileiro no contexto da luta de classes.
Com a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), em março de 1922, e do jornal comunista, “A classe Operária”, em 1925, o Comunismo assume o lugar do Anarquismo no Movimento Operário Brasileiro. Em 1927, é a vez dos trabalhadores do campo serem contaminados pelas ideais comunistas e criarem o Bloco Operário Camponês.
O Tenentismo
Enquanto isso, a sucessão do presidente Epitácio Pessoa é marcada por uma crise política. Alguns militares como o Marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar, ficaram claramente insatisfeitos com a eleição de Artur Bernardes. Em Pernambuco, manifestações populares contra a posse de Bernardes são combatidas pelo Exército por ordem de Epitácio Pessoa que manda fechar o Clube Militar e ordena a prisão de Hermes da Fonseca. Diante da prisão do Marechal e do fechamento do Clube Militar, jovens tenentes se rebelaram contra o governo federal por considerarem o ato uma afronta ao Exército. Essa rebelião ficou conhecida como Tenentismo.
Os 18 do Forte
Em 5 de julho de 1922, no forte de Copacabana no Rio de Janeiro, jovens tenentes iniciam o levante que contou com cerca de 300 tenentes. Entretanto, diante da violenta repressão federal, apenas 17 rebeldes continuaram.
Eles saíram à rua e com o apoio de um civil (Octávio Correa) enfrentaram as tropas federais. Apenas dois rebeldes sobreviveram: Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Este episódio ficou conhecido como “Os 18 do Forte”. Outros regimentos em todo país também se articularam, mas foram rapidamente contidos.
A Coluna Prestes-Miguel Costa
O clima de insatisfação persistiu e em 1924 outros oficiais do Exército protestaram em São Paulo contra o mandonismo oligárquico.
A Revolução de 1930: o fim da República Velha
Em 1930, o presidente Washington Luís, representante dos fazendeiros de São Paulo, rompe com a política do Café-com-Leite ao indicar o paulista Júlio Prestes para sua sucessão.
A reação dos políticos mineiros veio com a formação da Aliança Liberal, em que Minas Gerais apoia a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à presidência e a do paraibano João Pessoa à vice naquela eleição. Contudo, o sistema de fraudes eleitorais garantiu a vitória de Júlio Prestes.  
Quando tudo parecia definido, João Pessoa é assassinado na Paraíba devido a disputas políticas locais. Este foi o estopim para a revolução. O general Gois Monteiro e Getúlio Vargas marcham do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro e destituem o presidente Washington Luis. Era o fim da República Velha.
A Revolução Constitucionalista de 1932
Getúlio Vargas centralizou o poder no Executivo Federal, fechando o Congresso nacional e as Assembleias Estaduais. Além disso, reduziu as forças policiais e indicou interventores nos Estados da Federação. 
A nomeação de um interventor federal em São Paulo foi a gota d’água para uma série de manifestações populares contra o autoritarismo de Vargas e a favor de uma nova Constituição Federal. O conflito piora com a morte de quatro jovens pela polícia em um desses protestos.
Apesar da derrota, a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo obteve a maior parte de suas reivindicações. Em 1933, foi eleita a Assembleia Constituinte. Em 1934, Vargas foi indiretamente eleito presidente para um mandato de quatro anos.
Na Era Vargas, Getúlio Vargas instituiu diversos direitos trabalhistas que perduram até os dias de hoje. Dentre eles, podemos citar:
- jornada de trabalho de oito horas diárias;
- descanso semanal remunerado;
- férias anuais remuneradas;
- indenização por demissão sem justa causa;
- proibiu o trabalho de menores de 14 anos;
- proibiu o trabalho noturno e insalubre para menores de 16 anos e  mulheres.
Durante o primeiro governo de Vargas, o cenário mundial viveu grande ebulição política com a consolidação do comunismo na Rússia, o surgimento do nazismo na Alemanha e do fascismo na Itália. No
Brasil, surgiram grupos políticos inspirados nessas ideologias. Foi o caso da Ação Integralista Brasileira (AIB) e da Aliança Nacional Libertadora.
Fundada em 1932, pelo jornalista Plínio Salgado, a AIB tinha forte inspiração fascista e nacionalista. Sob o lema “Deus, Pátria e Família”, os integralistas eram a favor de um Regime Político Totalitário capaz de garantir a supremacia absoluta do Estado sobre a sociedade.
Em resposta ao avanço do fascismo no Brasil, os comunistas brasileiros fundaram a ANL, em 1935, sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Com o apoio da União Soviética, os aliancistas propunham:
- o não pagamento da dívida externa;
- a nacionalização das empresas estrangeiras;
- a reforma agrária;
- a formação de um governo popular.
A intentona comunista
Em 5 de junho de 1935, Prestes lançou um manifesto em favor de uma revolução socialista no Brasil. Imediatamente, Vargas determinou o fechamento da ANL.
O Partido Comunista do Brasil respondeu a esta medida com levantes militares em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Entretanto, a revolução foi vencida pelas forças federais e ficou conhecida como a Intentona Comunista.
O Estado Novo
Sob o pretexto de combater os comunistas, Getúlio assume uma postura totalitária e realiza o seu golpe de Estado em 10 de novembro de 1937. Ele determina o fechamento do Congresso Nacional e outorga uma Constituição inspirada no fascismo polonês que ficou conhecida como “A Polaca”. Apoiado pela AIB, Vargas instaura o Estado Novo, cuja denominação é uma referência à ditadura portuguesa de Antônio Salazar.
Durante o Estado Novo, Vargas adotou uma postura de autoritarismo e populismo sustentado por um forte aparato repressivo e midiático. Ele extinguiu os partidos políticos, inclusive a AIB e criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura e criação da ideologia patriótica e populista.
Em 1943 Getúlio ratifica seu golpe ideológico sob as camadas populares ao instituir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na verdade, os direitos trabalhistas conquistados pelos operários em suas lutas sangrentas foram reunidos na CLT sob a ideia de concessão do presidente. Assim ele, que muitas vezes reprimiu violentamente o movimento sindical, assume miticamente a imagem do “Pai dos Pobres”.
Saiba mais
Movimento Queremista
Aos poucos o autoritarismo de Vargas o isolou no poder e as pressões políticas ficaram insustentáveis. O seu nacionalismo desagradava à burguesia internacional e o seu populismo gerava crítica da burguesia nacional. Pressionado, ele tenta encontrar apoio nas camadas populares. Temendo a volta das oligarquias e a perda de conquistas trabalhistas, Luís Carlos Prestes e o PCB defendem sua permanência com o Movimento Queremista: “Queremos Getúlio!”. No entanto, o presidente estava enfraquecido e movimento popular, que ele próprio desarticulou outrora, não tinha forças suficientes para sustentá-lo. Assim, Getúlio é forçado a renunciar em 1945. Volta ao poder nas eleições de 1951, mas ainda sem sustentação política e sob intensa pressão, ele se suicida, colocando fim à Era Vargas.
Movimento Social no Campo: as Ligas Camponesas
A crise social e econômica brasileira em meados do século XX nunca foi exclusividade dos centros urbanos. Desde o período colonial, a produção agrária sempre foi importante para a economia do Brasil. Entretanto, os trabalhadores rurais jamais receberam amparo das autoridades públicas.
Na transição da Monarquia para República, o poder das oligarquias rurais contaminou a estrutura moderna do Estado brasileiro com o coronelismo e a política dos governadores. Assim, o quadro de exploração, o abandono e a miséria caracterizam a história sofrida da população do campo.
Em meados do século XX, a aproximação da burguesia industrial emergente com os senhores de terras tradicionais produziu um processo singular nas áreas rurais brasileiras. Chamado de Modernização Conservadora, esse processo gerou mudanças no cenário das relações sociais e econômicas do campo. Dentre elas, a expropriação de terras dos camponeses e sua proletarização.
Diante dessa intensa exploração, os trabalhadores rurais se mobilizaram e criaram as Ligas Camponesas e os Sindicatos Rurais como formas de luta contra a opressão do Capital no campo. Diferentemente dos movimentos messiânicos ou do banditismo social, as Ligas Camponesas apresentaram uma forte politização e objetivos claros contra a exploração dos coronéis, a reivindicação de direitos trabalhistas, a reforma agrária, entre outros.
Atualmente, outros movimentos sociais desempenham papéis importantes no campo, como o Movimento dos Sem-Terra (MST). Contudo, foram as Ligas Camponesas que, durante as décadas de 50 e 60, organizaram e politizaram os trabalhadores rurais na luta por seus direitos. O principal líder desse movimento foi o advogado Francisco Julião que sempre defendeu a construção de uma sociedade justa e igualitária.
O golpe militar de 1964 e os movimentos sociais por democracia
Em 1960, Jânio Quadros foi eleito presidente pela União Democrática Nacional (UDN), mas a herança política de Getúlio Vargas conseguiu eleger João Goulart (Jango) como vice-presidente.
O Brasil vivia um quadro econômico frágil, com alta de infração e pressões sociais. Jânio não conseguia superar esses problemas e desagradava todas as correntes políticas. Até que em 25 de agosto de 1961, ele renunciou à presidência e deu início a mais um período de violência na história do Brasil. Pela ordem constitucional João Goulart deveria assumir a presidência, mas estava em uma missão diplomática na China. Talvez Jânio acreditasse que sua renúncia não fosse ser aceita pelo Congresso nacional nem pelos militares por causa da simpatia de Jango pelos comunistas. Entretanto, a renúncia de Jânio foi aceita, mas a posse de Jango teve que ser negociada com os militares que o ameaçaram de prisão, caso retornasse ao Brasil.
Movimento de Resistência Democrática
Diversas manifestações passaram a exigir o cumprimento da Constituição. Este movimento ficou conhecido como a Campanha Legalista ou Movimento da Resistência Democrática que teve como governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, seu principal defensor.
A inflação aumentou ainda mais, e as pressões populares forçaram a antecipação do Plebiscito para o dia 6 de janeiro de 1963, consagrando o presidencialismo com mais de 80% dos votos. Finalmente, João Goulart poderia colocar em prática seu plano de governo, que previa entre outras medidas: corte dos gastos públicos; reformas de base (agrária, bancária, tributária, eleitoral e educacional); redução da inflação; combate à desigualdade social.
Reação Conservadora: em 13 de março de 1964, Jango anunciou a nacionalização das refinarias de petróleo e a expropriação de terras para a reforma agrária, além de uma nova Constituinte. A reação conservadora veio com a “Marcha da família com Deus pela Liberdade” que reuniu mais de 300 mil pessoas contra o governo.
1º de Abril: o Dia da Mentira: apesar de contar com certo apoio popular, o presidente João Goulart não tinha sustentação política suficiente e foi destituído pelos militares. Isso revelou como o contexto social brasileiro é complexo e contraditório em suas redes de relações conservadoras e transformadoras do status quo. Assim, no dia 1º de abril de 1964, Dia da Mentira, os valores democráticos e republicanos foram violentados em nome de Deus, da Pátria e da Família.
Os Atos Institucionais: a violência constitucional
O golpe militar extinguiu diversas garantias e liberdades individuais sob o pretexto de combater a ameaça comunista e superar a crise econômica. Anunciada como temporária, a ditadura militar permaneceu até 1984. O principal instrumento de governo foram os Atos Institucionais que tinham força de Emendas Constitucionais do Poder Executivo. Assim, os oficiais militares tinham poderes arbitrários sobre a sociedade.
- poder de alterar
a Constituição;
- cassar mandatos políticos;
- suspender direitos e garantias individuais;
- decretar estado de sítio.
- extinguiu todos os partidos políticos;
- criou dois partidos políticos (Arena e MDB);
- determinou eleições indiretas para Presidência da República.
- determinou eleições indiretas para os estados da federação;
- os prefeitos passaram a ser escolhidos pelos governadores estaduais;
- endureceu ainda mais o regime.
- estabeleceu uma eleição presidencial;
- elaboração de uma nova Constituição.
- fechamento do Congresso Nacional;
- possibilidade de prisão de qualquer pessoa pelo Executivo;
- possibilidade de perda dos direitos políticos de qualquer pessoa pelo Executivo;
- censura prévia dos meios de comunicação;
- o controle do Judiciário pelo Executivo;
- extinção do Mandado de Segurança e do Habeas Corpus.
Movimentos Sociais
Maio de 1968: “Sejamos realistas. Exijamos o impossível!”
Enquanto isso na França, em maio de 1968, estudantes protestam contra o sistema de ensino. O movimento ganhou força e se tornou uma revolta contra o status quo de conservadorismo político. Paris foi tomada por diversas manifestações. Mesmo sofrendo violência policial, os estudantes ofereciam flores aos soldados.  Inspirados no movimento hippie, o principal modo de ação coletiva era o pacifismo em defesa da liberdade. Sob lemas como “Sejamos realistas. Exijamos o impossível!” ou “É proibido proibir!”, o movimento jovem logo recebeu apoio de intelectuais e trabalhadores que aderiram à luta pela transformação social. Uma greve geral mobilizou cerca de 10 milhões de operários. Apesar da repressão, o movimento deixou como herança ideológica a esperança de que é possível mudar.
A Passeata dos Cem Mil
No Brasil, o movimento estudantil também cresceu e, ao lado de intelectuais, camponeses e operários, combateu diretamente a Ditadura Militar. O governo reagiu invadindo escolas, universidades e teatros. As diversas passeatas realizadas pelos estudantes foram reprimidas com grande violência e prisões. Até que em uma delas, o jovem estudante secundarista, Edson Luís foi morto pelos soldados no Rio de Janeiro. O seu enterro se transformou em uma passeata com mais de 100 mil participantes.
Guerrilhas Contra a Ditadura
O AI- 5 aniquilou qualquer possibilidade de oposição legal ao regime militar no Brasil. Isso fez com que os movimentos sociais em favor da volta da democracia fossem considerados clandestinos e marginais pelo governo. Assim, grupos armados paramilitares se formaram para lutar contra a ditadura militar. Eram as chamadas Guerrilhas Urbanas e Rurais. As suas principais formas de resistência eram assaltos a banco, ataques ao Exército, roubos de armas e libertação de companheiros presos.
A reação militar veio com a criação de um sistema integrado de repressão. Foram criados o Serviço Nacional de Informação (SNI) e as Secretarias Estaduais de Segurança (SES) e seus Departamentos de Ordem Política e Social (DOPS).
O Exército criou ainda o Destacamento de Operações e Informações (DOI) e o Centro de Operações de Defesa Interna (CODI). Todo esse aparato técnico-científico militar tinha como objetivos identificar, capturar, torturar e eliminar opositores ao regime.
O ato de guerrilha de maior repercussão internacional foi sem dúvida o sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. As duas guerrilhas que mais se destacaram foram as lideradas por Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército, morto em 1971, e por Carlos Marighela, ex-deputado do PCB morto em 1969. A última a sucumbir foi a Guerrilha do Araguaia, entre o Pará, Maranhão e Goiás, que lutou de 1967 até 1975, quando 69 guerrilheiros foram mortos pelo exército.
Movimento de Resistência Artística: pra não dizer que não falei de flores
Diversos segmentos artísticos passaram a demonstrar insatisfação com o regime militar. O chamado Cinema Novo abandonou a alienação do modelo estético estrangeiro e passou a abordar a cruel realidade nacional.
Músicos como Gilberto Gil, Tom Zé, Geraldo Vandré e Chico Buarque produziram canções de protesto que viraram hinos da luta contra à ditadura. Os festivais de música se transformaram em espaços de manifestações políticas contra o regime. Assim, apesar da forte censura, perseguição e exílio, a arte desempenhou um papel importante na luta por democracia. Clique no PDF e conheça trecho da música Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.
Movimento “Diretas Já!”
Em 1983, a oposição se reestrutura e promove a campanha pela redemocratização do país. O movimento pela eleição direta para presidente mobilizou milhões de pessoas às ruas em todo o Brasil exigindo o fim da ditadura. Era o movimento “Diretas Já!”
Entretanto, em 25 de abril de 1984, uma manobra política estabeleceu uma eleição indireta pelo Congresso Nacional. A partir de um acordo político, a chapa com Tancredo Neves à Presidência e José Sarney como vice foi vitoriosa. Assim, após 20 anos de ditadura, o Brasil volta a ter um presidente civil no poder.
Podemos concluir que o processo histórico brasileiro é marcado pelas lutas da sociedade civil contra as diversas formas de opressão. No campo ou na cidade, contra coronéis ou militares, a história do Brasil é a história de um povo heroico que sempre buscou o sol da liberdade e jamais fugiu a luta, nem temeu quem adorava a própria morte. O povo que conquistou a igualdade com braço forte e brado retumbante. Uma história que continua sendo escrita, em que a paz do futuro depende de não se esquecer das glórias do passado durante as lutas do presente.
Seminário
Aula 6
Na década de 30 no Brasil surge um Estado Totalitário que, nos moldes do Fascismo Italiano, desarticula a sociedade civil e mantém:
o status quo de opressão da estrutura tradicional brasileira
Sob a inspiração do socialismo soviético, o movimento operário no Brasil cresceu e fundou:
o partido comunista do Brasil (PCB) em 1922.
(Mack-SP/2004) A ¿Marcha da Família com Deus pela Liberdade¿, em março de 1964, na cidade de São Paulo, foi:
uma demonstração de forças conservadoras de direita contra o que chamavam de esquerdismo e comunismo do governo João Goulart.
¿A Coluna Prestes tendo adotado a tática de guerra de movimento não só garantiu a própria sobrevivência em condições que lhe eram extremamente desfavoráveis, como se transformou num exército com características populares cuja marcha pelo Brasil foi decisiva para que se mantivesse acesa a chama da revolução tenentista¿ (Anita Leocádia |Prestes). http://professor.bio.br/historia A luta da Coluna Preste e dos demais movimentos tenentistas era dirigida contra:
a política oligárquica
Em 5 de junho de 1935, Prestes lançou um manifesto em favor de uma revolução socialista no Brasil. Imediatamente Vargas determinou o fechamento da ANL. O Partido Comunista do Brasil respondeu a esta medida com levantes militares em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Entretanto, a revolução foi vencida pelas forças federais e ficou conhecida especialmente como:
intentona comunista.
Diante do quadro de miséria e degradação, os trabalhadores de São Paulo se mobilizam e deflagram diversas greves. A reação do governo foi violenta e o operário José Martinez é assassinado pelos soldados que atiraram contra os manifestantes. Este foi o estopim para que fosse deflagrada a Primeira Greve Geral do Brasil com cerca de 70 mil trabalhadores participaram da greve e colocou definitivamente o Movimento Operário Brasileiro no contexto da luta de classes em:
em 14 de julho de 1917.

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