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Redes de Computadores Prof. Rafael A. G. Lima Aula 2 –Arquitetura de Redes de Computadores Conteúdo: Prof. Rafael A. G. Lima Arquitetura de Redes de Computadores Organizações internacionais de padronização; Modelo de referência OSI da ISO; Modelo TCP/IP; Quadros, pacotes, PDUs e mensagens; Organizações Internacionais de Padronização Prof. Rafael A. G. Lima ISO (International Standards Organization) Organização voluntária e independente fundada em 1946, responsável por diversos padrões. Ex.: Modelo de referência OSI ANSI (American National Standards) Desenvolve e publica padrões internacionais, incluindo a área de comunicação digital. Ex.: Padrão ANSI X3T9.5 (FDDI) IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers) Maior organização profissional do mundo na área de publicação de jornais especializados. Ex.: Padrão 802 para as redes Ethernet Organizações Internacionais de Padronização Prof. Rafael A. G. Lima ITU-T (InternationalTelecommunications Union) Antigo CCITT(Comitê Consultivo International de Telegrafia e Telefonia). Foi criado em 1992 e tem como objetivo formular e propor recomendações para telecomunicações. EIA (Electronic Industries Association) Formula padronizações técnicas dentro dos EUA e também contribui com o CCITT/ITU. Temos como exemplo de padrões definidos pelo EIA os padrões RS- 232 e RS-449, ambos utilizados para a conexão de um roteador a uma interface de modem. TIA (Telecommunications Industry Association) O comitê EIA/TIA especifica o sistema de cabeamento estruturado utilizado nas redes de computadores Entidades de padronização direcionadas à Internet Prof. Rafael A. G. Lima A Internet tem seus próprios mecanismos de padronização que são bastante diferentes dos adotados pela ISO. Sendo a Internet uma rede pública mundial e autônoma baseada em padrões abertos, não existe nenhuma autoridade central que controle o funcionamento desta, entretanto, para permitir a interoperabilidade das diversas redes que compõem a Internet, várias organizações colaboram no estabelecimento de padrões e políticas gerais de operação da rede. Entre essas organizações, destacam-se a ISOC (The Internet Society), a IAB (Internet Architecture Board) e a IANA (Internet Assigned Numbers Authority) Entidades de padronização direcionadas à Internet Prof. Rafael A. G. Lima IAB (Internet Architecture Board) Grupo de trabalho voluntário, responsável por coordenar os trabalhos de pesquisa e normalização relacionados à Internet e à arquitetura de rede TCP/IP. O IAB supervisiona as atividades de dois grupos de trabalho (task forces), o IETF (Internet Engineering Task Force) e o IRTF (Internet Research Task Force). A seguir iremos descrevê-los. IETF (Internet EngineeringTask Force) Grupo de trabalho que identifica ,prioriza e endereça assuntos considerados de curto prazo, incluindo protocolos, arquitetura e operações de serviços. Os padrões propostos são publicados na Internet por meio de RFC (Request for Comments). O termo RFC refere-se aos documentos que especificam padrões e serviços para a Internet e para a arquitetura TCP/IP. É importante o bservar que, antes de ser concluída e aprovada a RFC é chamada de Internet Draft. As RFCs são numeradas sequencialmente na ordem cronológica em que são escritas. Quando um padrão é revisado, as alterações são escritas numa RFC com um novo número. Entidades de padronização direcionadas à Internet Prof. Rafael A. G. Lima IRTF (Internet ResearchTask Force) Grupo de trabalho que trabalha com assuntos estratégicos de longo prazo, incluindo esquemas de endereçamento e novas tecnologias. IESG (Internet Engineering Steering Group) Grupo de indivíduos responsáveis por coordenar os esforços dos grupos de trabalho do IETF (Internet EngineeringTask Force). Entidades de padronização direcionadas à Internet Prof. Rafael A. G. Lima Internic (Internet Network Information Center) A InterNIC, até a década de 1990, foi a responsável pela alocação de nomes de domínio e endereços IP; ou seja, até a década de 1990, os registros de domínios com extensão .com, .net e .org foram controlados pela InterNIC. Obs.: Foi criada em 1998 a ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), que assumiu a responsabilidade da InterNIC. NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) Desde 1995, o Registro.br cuida do registro de nomes de domínios, da administração e da publicação do DNS (Sistema de Nome de Domínios) para o domínio ".br", além dos serviços de distribuição e manutenção de endereços Internet.Antes do NIC.br, a FAPESP era responsável. Modelo de Referência OSI Prof. Rafael A. G. Lima Internation Organization for Standardization – ISO Definiu o modelo de referência para os fabricantes conhecidos como: OSI (Open Systems Interconections) Objetivo de padronizar o desenvolvimento de equipamentos e facilitar a interconexão dos sistemas. Modelo de Referência OSI e Modelo TCP/IP Prof. Rafael A. G. Lima 7 –Aplicação 6 –Apresentação 5 – Sessão 4 –Transporte 3 – Rede 2 – Enlace 1 – Física Aplicação Transporte Rede Enlace Física Modelo de Referência OSI Modelo TCP / IP de 5 camadas Observação: Em algumas literaturas o modelo TCP/IP pode possuir 4 camadas (Interface com a Rede, Internet, Transporte e Aplicação) ou 5 camadas. Na ref. 3, o modelo TCP IP possui as seguintes camadas: Intra-rede, Interface de Rede, Inter-rede, Transporte e Aplicação. Camada 1: Física Prof. Rafael A. G. Lima Camada que está ligada diretamente ao hardware. Responsável pelas características físicas, elétricas e mecânicas e de procedimento para ativar, manter e desativar conexões físicas, para a transmissão de bits entre entidades de nível de enlace. Uma unidade de dados do nível físico consiste em um bit (em uma transmissão serial) ou n bits (em uma transmissão paralela). O protocolo de nível físico dedica-se a transmissão de uma cadeia de bits, se a transmissão será half-duplex ou full-duplex, como a conexão será estabelecida e desfeita e quantos pinos terá o conector de rede. A função do nível físico é permitir o envio de uma cadeia de bits pela rede sem se preocupar com o seu significado ou com a forma como esses bits são agrupados. Não é função desse nível tratar problemas como erros de transmissão. Ex.: 10-BASE-T, 100-BASE-TX, E1, T1, Modem, Bluetooth, Repetidor, HUB, Fibra Ótica Camada 2: Enlace (Link de Dados) Prof. Rafael A. G. Lima Responsável pela detecção de erros da camada física, podendo opcionalmente corrigir os erros detectados. Efetua a entrega ordenada dos quadros. O nível de enlace vai assim converter um canal de transmissão não confiável em um canal confiável para o uso do nível de rede. A técnica utilizada para conseguirmos isso é a partição de cadeia de bits a serem enviados ao nível físico, em quadros, cada um contendo alguma forma de redundância para detecção de erros. Função de criar e reconhecer os limites dos quadros. Em geral quase todos os protocolos de nível de enlace incluem bits de redundância em seus quadros para detecção de erros, mas não a sua correção, uma vez que a detecção e retransmissão requerem menos bits de redundância do que a correção. Outra questão tratada é a de como evitar que o transmissor envie ao receptor mais dados do que este tem condições de processar. Esse problema é evitado com a utilização de algum mecanismo de controle de fluxo que possibilita ao transmissor saber qual é o espaço disponível no buffer do receptor em um dado momento. Ex.: Ethernet,Token Ring,ARP, PPP, Frame Relay,ATM,802.11, Switch (layer 2) Camada 3: Rede Prof. Rafael A. G. Lima Em redes ponto a ponto (parcialmente ligadas) é responsável pelo endereçamento e encaminhamento de pacotes entre hosts dispostos em redes diferentes. Em redes do tipo difusão, ou com uma única rota, devido à existência de um único canal, a função principal desse nível torna-se irrelevante. Existem duas filosofias quanto ao serviço oferecido pelo nível de redes: datagrama e circuito virtual No serviço de datagrama (não-orientado à conexão) cada pacote (unidade de dados do nível 3) deve carregar o endereço de destino de forma completa. O roteamento é calculado toda vez que um pacote tem que ser encaminhado por um nó da rede; No serviço de circuito virtual (serviço orientado à conexão) é necessário que o transmissor primeiramente envie um pacote de estabelecimento de conexão. A cada estabelecimento é dado um número, correspondente ao circuito, para uso pelos pacotes subsequentes com o mesmo destino. Os pacotes pertencentes a uma única conversação nesse caso são dependentes. Ex.: IP, IPSec, RIP, OSPF, BGP e MPLS Camada 4: Transporte Prof. Rafael A. G. Lima Liga as camadas que se preocupam com o meio (1 à 3) com as camadas que se preocupam com as aplicações (5 à 7) Duas funções importantes desse nível são: Multiplexação (várias conexões de transporte partilhando a mesma conexão de rede); Splitting (uma conexão de transporte ligada a várias conexões de rede) -> têm como objetivo aumentar a vazão de uma conexão de transporte através do uso de várias conexões de rede simultaneamente. Outras funções: controle de fluxo, controle de sequência fim a fim, detecção e recuperação de erros fim a fim e a segmentação e blocagem de mensagens. Protocolos dessa camada podem trabalhar de dois modos: Orientado à conexão Realizam verificações e ordenação dos pacotes. Ex.:TCP Não orientado à conexão Não realizam verificações e ordenação dos pacotes. Ex.: UDP Camada 5: Sessão Prof. Rafael A. G. Lima Responsável pelo estabelecimento da sessão entre duas aplicações que se comunicam. Principais serviços fornecidos pelo nível de sessão são: Gerenciamento de token, controle de diálogo e gerenciamento de atividades. Ex.: Estabelecimento da sessão TCP Camada 6: Apresentação Prof. Rafael A. G. Lima Responsável pela padronização do formato de dados de forma que seja legível para a camada de aplicação de outro sistema. Realiza transformações adequadas nos dados, como compressão de textos, criptografia, conversões de padrões de terminais e arquivos para padrões de rede e vice-versa. Ex.:ASCII, MPEG, MP3, UNICODE Camada 6: Aplicação Prof. Rafael A. G. Lima É a camada mais próxima do usuário. Efetua a interface entre o aplicativo e o protocolo de comunicação. Ex.: HTTP, SMTP, POP3, FTP,Telnet, DNS, NFS Quadro, Pacote, TCP/UDP PDU, Mensagem Prof. Rafael A. G. Lima Quadro (frame): É a menor estrutura de informação transmitida através de uma rede local. Possui o endereço de origem e destino físico (da placa de rede), toda a estrutura do pacote e o checksum. Pacote: São transportados no interior dos quadros, possuindo: endereço de destino, endereço de origem e os dados. (Endereços da camada 3) Observação: O termo pacote em algumas literaturas é chamado de “datagrama”. Quadro, Pacote, TCP/UDP PDU, Mensagem Prof. Rafael A. G. Lima PDU (Protocol Data Unit): É a informação transportada por um protocolo. O PDU do TCP geralmente é denominado segmento TCP e o PDU do UDP geralmente denominado datagrama UDP. Mensagem: É a informação da camada de Aplicação do Modelo TCP/IP. Observação: O termo PDU também pode ser utilizado para identificar a informação transportada por protocolos de outras camadas. Prof. Rafael A. G. Lima Quadro, Pacote, TCP/UDP PDU, Mensagem Prof. Rafael A. G. Lima Prof. Rafael A. G. Lima Prof. Rafael A. G. Lima Exercícios Prof. Rafael A. G. Lima 1. Faça um resumo em tópicos das funções de cada camada do modelo TCP/IP adotado no livro de referência abaixo. Deve consultar este slide como material complementar. 2. Explique a diferença entre comutação por pacotes e por circuito. 3. Faça um resumo sobre a história da Internet. 4. Faça um resumo sobre Encapsulamento e Desencapsulamento. Utilize a Referência: Capítulo 1 – Introdução FOROUZAN, B. A. Redes de Computadores. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013. Outros Exercícios Prof. Rafael A. G. Lima 1. Quais são as camadas do modelo de referência OSI. Cite algumas funções de cada camada. 2. Qual camada do modelo OSI é responsável pelo roteamento dos pacotes na rede? 3. A camada de rede da Internet usa Datagrama ou Circuito Virtual (CV)? 4. Quais outras redes utilizam Circuito Virtual? 5. Quando cai um link de CV o que precisa ser feito para restabelecer a comunicação? E no caso da Internet? 6. Qual a organização é responsável pela publicação dos padrões utilizados na Internet (RFCs)? 7. Qual organização internacional é responsável pela alocação de endereços IP? E no Brasil? 8. Defina o que é encapsulamento e explique utilizando o conceito de quadros, pacotes, segmento TCP e mensagem. 9. Faça uma breve comparação entre as arquiteturas OSI e Internet TCP/IP. 10. Pesquise sobre o protocolo RTP.
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