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_Trabalho_Análise 1

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INTRODUÇÃO
	O presente trabalho teve como objetivo analisar os custos de uma empresa de médio porte cuja atividade operacional é comercializar gás de cozinha, gás apropriados para indústrias, hospitais e galões de água, e a partir dos dados encontrados, elaborar uma análise desses custos e então recomendar a aplicabilidade de uma gestão de custos na empresa. 
	A partir dos dados observados durante três meses, foram aplicados dois métodos de custeio conhecido pelas empresas: o custeio por absorção e o custeio variável. Com a aplicação de ambos os métodos fez-se uma comparação dos resultados. 
	A aplicação de uma gestão de custos nas empresas hoje em dia mesmo que seja uma de médio porte, é importante para que o gestor tenha informações verdadeiras e suficientes para qualquer tomada de decisão dentro da empresa, desde a diminuição de custos a eliminação de algum produto. 
	Encontra-se dentre os métodos mais conhecidos e utilizados o custeio por absorção, o custeio baseado em Atividades e o custeio direto ou variável. A escolha do método de custeio fica a critério da empresa, não sendo exigido que a mesma utilize somente um tipo. O custeio por absorção atende as exigências do fisco, mas nada impede que o gestor utilize de outros métodos para sua tomada de decisão. 
REFERENCIAL TEÓRICO
Sabe-se que utilização do fogo na sociedade vem de muitas décadas, pois ele supre grande parte das necessidades do homem como iluminação, aquecimento e cozimento de alimentos. Por isso, a revenda de gás se tornou cada vez mais demandada no mercado. 
Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os distribuidores espalhados pelo Brasil, atende aproximadamente 42 milhões de lares. O número de revendedores no país cresceu consideravelmente nos últimos anos e devido a este aumento na competitividade foi preciso se adaptar as mudanças e qualificarem seus serviços.
Apesar de ser uma empresa de médio porte, é necessário que a mesma adote um método de custeio para trabalhar, independente de qual seja, desde que atenda as necessidades da empresa e assim consiga controlar seus custos e despesas e obter o lucro desejado, lembrando que a revendedora estudada não adota nenhum tipo de gestão de custos. 
Os dois tipos mais comuns de método de custeio usado nas empresas são Custeio por Absorção e Custeio Variável ou Direto. 
De acordo com Martins (2006), custeio por absorção “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos”. 
Ainda no que tange ao método de custeio por absorção, segundo Santos (1999) “é considerada como básica para a avaliação de estoques pela contabilidade societária, para fins de levantamento de balanço patrimonial e de resultados com a finalidade de atender a exigências da contabilidade societária”.
Em relação ao Custeio Variável, Souza e Clemente (2011) destaca: 
“Custeio Direto consiste em atribuir apenas os custos totalmente variáveis aos produtos e considerar os demais custos como associados à estrutura, portanto não atribuíveis aos produtos, eliminando – se, dessa forma, a necessidade de rateio.”
Martins (2006) ressalta ainda que os custos fixos devem ser incluídos como despesas do período, sendo lançadas diretamente no resultado diferentemente dos variáveis que vão para os estoques. 
Grande parte das empresas adota o custeio por absorção em suas atividades, por ele ser o exigido pelo Fisco. Porém, quando se trata de decisão, o custeio variável se destaca , pois, de acordo com Martins (2006),
“Nas demonstrações à base do Custeio Variável obtém – se um lucro que acompanha sempre a direção das vendas, o que não ocorre com o absorção. Mas, por contrariar a Competência e a Confrontação, o Custeio Variável não é valido para balanços de uso externo, deixando de ser aceito tanto pela Auditoria Independente quanto pelo Fisco. É fácil, entretanto, trabalhar-se com ele durante o ano e fazer-se uma adaptação de fim de exercício para se voltar ao absorção.”
Dessa forma, enfatiza-se a importância das empresas praticarem a gestão de custos, mesmo que seja somente para conhecimento interno dos gestores, determinando um método a ser utilizado para determinar a rentabilidade da empresa e auxiliar na tomada de decisão. 
ASPECTOS METODOLÓGICOS
A empresa analisada, “Fasano”, trata – se de uma revendedora de botijões de gás de médio porte, localizada na cidade de Uberlândia – MG. Atuando há quatro anos no mercado, ela comercializa três tipos de produto: Botijões de gás de 13 quilogramas e 45 quilogramas e galões de água. 
O botijão de 13 quilogramas conhecido popularmente como “gás de cozinha”, o mais consumido no país, de acordo com a legislação, deve ser utilizado apenas em residências. Enquanto que o botijão de 45 quilogramas é mais utilizado em condomínios, indústrias, hospitais e restaurantes. Os galões de água com 20 litros atende tanto casas quanto comércios. 
A revendedora, por ser uma empresa de médio porte, não adota em suas atividades, a gestão de custos. Possui somente três funcionários, sendo dois entregadores, que alternam entre si os dias e horários de trabalho e uma recepcionista.
A tipologia de pesquisa caracteriza – se como quantitativo – descritiva que segundo Oliveira, “são pesquisas empíricas, cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, avaliação de programas ou o isolamento de variáveis principais ou chave”. 
Quanto aos objetivos, é classificado como pesquisa exploratória que de acordo com Gil (1999): 
“têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais preciosos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento.”
Para a realização da análise da empresa, foi feito um estudo de caso, onde se coletou os dados através da realização de entrevistas com o gestor, que disponibilizou dados sobre os custos, despesas e receitas da empresa e informações sobre o gerenciamento da mesma. Os dados coletados referem-se aos três últimos meses sendo eles: abril, maio e junho de 2013. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Para a identificação dos custos da Fasano, foram analisados, durante os meses de abril, maio e junho do ano de 2013, três tipos de produtos comercializados por ela. Deste modo, foram levantados os seguintes preços de venda: R$ 48,00 o botijão de gás de 13 quilogramas; R$ 155,00 o botijão de gás de 45 quilogramas; e o galão d’água de R$ 10,00. Lembrando que todos estes produtos são sem o vasilhame, ou seja, o cliente deve possuir os vasilhames para troca. 
Para apuração do resultado com as vendas da empresa, foram observados os custos fixos e variáveis e as despesas do período de abril a junho de 2013. A empresa se encaixa no regime do Simples Nacional, assim, foi aplicada nos três meses uma alíquota de 5,47% sobre o faturamento mensal, para cálculo do devido imposto. Essa alíquota é baseada no Anexo III do Simples Nacional, na qual é dividida em linhas de acordo com o faturamento acumulado dos últimos 12 meses.
Os custos fixos encontrados na empresa durante o período foram: aluguel, energia, telefone, salários e conforme descrito na Tabela 1. Para apuração do resultado pelo custeio por absorção, onde os custos fixos são rateados para cada produto, foi utilizado como critério de rateio à quantidade de produtos vendidos. O aluguel não sofre alteração de valor assim como o telefone, uma vez que a empresa possui um plano empresarial onde paga uma taxa fixa por mês para a utilização do telefone além de ambos não variarem de acordo com a produção. Os custos fixos totalizaram R$ 9.813,49 no trimestre.
Tabela 1: Relação dos Custos Fixos 
	
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	TOTAL TRIMESTRE
	CUSTO FIXO
	
	
	
	
	Aluguel
	R$ 700,00
	R$ 700,00
	R$ 700,00
R$ 2.100,00
	Energia
	R$ 93,43
	R$ 102,11
	R$ 98,95
	R$ 294,49
	Telefone
	R$ 50,00
	R$ 50,00
	R$ 50,00
	R$ 150,00
	Salários
	R$ 2.423,00
	R$ 2.423,00
	R$ 2.423,00
	R$ 7.269,00
	TOTAL
	R$ 3.266,43
	R$ 3.275,11
	R$ 3.271,95
	R$ 9.813,49
Os custos variáveis encontrados foram custos com matéria-prima que no caso são os custos com a compra de produtos para revenda e o combustível utilizado na entrega das mercadorias, que totalizaram R$ 39.939,00, conforme Tabela 2. 
Tabela 2: Relação de Custos Variáveis
	
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	TOTAL TRIMESTRE
	CUSTO VARIÁVEL
	
	
	
	
	Fornecedores
	R$ 12.490,00
	R$ 14.389,00
	R$ 12.805,00
	R$ 39.684,00
	Combustível
	R$ 90,00
	R$ 80,00
	R$ 85,00
	R$ 255,00
	TOTAL
	R$ 12.580,00
	R$ 14.469,00
	R$ 12.890,00
	R$ 39.939,00
As despesas fixas, que não estão ligadas a produção, foram divididas em água, depreciação, máquina de cartão, honorário do contador e o lanche dos funcionários. Em relação à depreciação, a vida útil dos veículos utilizados pela empresa é de cinco anos. De acordo com o gestor, a empresa paga uma taxa para utilização da máquina de cartão de crédito. 
Em relação às despesas variáveis, a única encontrada foi em relação aos brindes que a empresa oferece aos clientes na compra do botijão de gás de 13 quilogramas. Os brindes são adquiridos de acordo com as compras que a empresa realiza. A cada botijão adquirido para revenda eles compram um brinde. As despesas variáveis totalizaram R$ 472,50. 
Tabela 3: Relação de Despesas do Período 
	
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	TOTAL TRIMESTRE
	DESPESAS FIXAS
	
	
	
	
	Água
	R$ 20,43
	R$ 22,50
	R$ 20,10
	R$ 63,03
	Depreciação do automóvel
	R$ 241,66
	R$ 241,66
	R$ 241,66
	R$ 724,98
	Máquina de cartão
	R$ 69,00
	R$ 69,00
	R$ 69,00
	R$ 207,00
	Honorários contador
	R$ 450,00
	R$ 450,00
	R$ 450,00
	R$ 1.350,00
	Lanche dos funcionários
	R$ 75,00
	R$ 75,00
	R$ 75,00
	R$ 225,00
	TOTAL
	R$ 856,09
	R$ 858,16
	R$ 855,76
	R$ 2.570,01
	DESPESAS VARIÁVEIS
	
	
	
	
	Brindes
	R$ 150,00
	R$ 172,50
	R$ 150,00
	R$ 472,50
	TOTAL
	R$ 150,00
	R$ 172,50
	R$ 150,00
	R$ 472,50
Para apurar o resultado do período utilizou-se o custeio por absorção e o custeio variável. No custeio por absorção todos os custos fixos foram rateados pelos produtos usando como critério de rateio a quantidade de produtos vendidos. No custeio variável os custos fixos foram lançados diretamente no resultado. 
Analisando a Demonstração de Resultado pelo método de Absorção, verifica-se que mesmo um de seus produtos dando prejuízo, a empresa está dando lucro, conforme Tabela 4. A primeira ação de um gestor ao analisar esta DRE seria eliminar o produto que está causando prejuízo à empresa, porém o Custeio por Absorção não é o melhor para tomada de decisão uma vez que o rateio dos custos fixos é arbitrário. 
No custeio variável, encontramos a margem de contribuição que cada produto traz a empresa. A margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis. 
Tabela 4: Demonstração de Resultado do Exercício pelo Custeio por Absorção 
	DRE- CUSTEIO POR ABSORÇÃO _ Valores em R$
	
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	Trimestre
	
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	Total
	RECEITA DE VENDA
	11040
	9455
	670
	10080
	9455
	500
	11184
	9765
	420
	62569
	(-)IMPOSTOS
	(603,88)
	(517,18)
	(36,64)
	(551,37)
	(517,18)
	(27,35)
	(611,76)
	(534,14)
	(22,97)
	(3423,17)
	RECEITA LIQUIDA
	10436,12
	8937,82
	633,36
	9528,63
	8937,82
	472,65
	10572,24
	9230,86
	397,03
	59145,83
	(-)CUSTO VARIÁVEL
	(6517,82)
	(5565,34)
	(496,84)
	(7481,34)
	(6675,2)
	(312,46)
	(6518,6)
	(6120,84)
	(250,56)
	(39939)
	(-)CUSTO FIXO
	(2098,35)
	(556,6)
	(611,48)
	(2142,58)
	(622,27)
	(510,26)
	(2255,35)
	(609,9)
	(406,7)
	(9813,49)
	LUCRO BRUTO
	1819,95
	2815,88
	-474,96
	-95,26
	1640,35
	-350,07
	1798,23
	2500,12
	-260,23
	9393,34
	(-)DESPESAS FIXAS
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	(2570,01)
	(-)DESPESAS VARIÁVEIS
	(150)
	0
	0
	(172,5)
	0
	0
	(150)
	0
	0
	(472,5)
	LUCRO OPERACIONAL
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	6350,83
Na Demonstração de Resultado pelo método Variável, verificou-se que todos os produtos contribuem positivamente para o resultado da empresa, conforme tabela 5. Sendo assim, a empresa não deve eliminar nenhum de seus produtos. 
Tabela 5: Demonstração de Resultado do Exercício pelo Custeio Variável 
	DRE- CUSTEIO VARIÁVEL
	
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	Trimestre
	
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	13KG
	45KG
	ÁGUA
	Total
	RECEITA DE VENDA
	11040
	9455
	670
	10080
	9455
	500
	11184
	9765
	420
	62569
	(-)IMPOSTOS
	(603,88)
	(517,18)
	(36,64)
	(551,37)
	(517,18)
	(27,35)
	(611,76)
	(534,14)
	(22,97)
	(3423,17)
	RECEITA LIQUIDA
	10436,12
	9839,82
	633,36
	9528,63
	8937,82
	472,65
	10572,24
	9230,86
	397,03
	59145,83
	(-)CUSTO VARIÁVEL
	(6517,82)
	(5565,34)
	(496,84)
	(7481,34)
	(6675,2)
	(312,46)
	(6518,6)
	(6120,84)
	(250,56)
	(39939)
	(-)DESPESAS VARIÁVEIS
	(150)
	0
	0
	(172,5)
	0
	0
	(150)
	0
	0
	(472,5)
	MARGEM DE CONRIBUIÇÃO
	3768,3
	4274,48
	136,52
	1874,79
	2262,62
	160,19
	3903,64
	3110,02
	146,47
	18734,33
	(-) CUSTOS FIXOS
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	(9813,49)
	(-)DESPESAS FIXAS
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	(2570,01)
	LUCRO OPERACIONAL
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	6350,73
	Diante de toda a análise feita, recomenda-se que a empresa adote em suas atividades uma gestão de custos para que assim tenha maior controle sobre suas informações. O gerenciamento de custos é indispensável em qualquer tomada de decisão. Em relação à qual método utilizar recomenda-se o custeio variável uma vez que ele é menos arbitrário e seus resultados são mais próximos da realidade da empresa. 	
Bibliografia
Agência Nacional do Petróleo. Disponível em: < http://www.anp.gov.br/> Acesso em: 10 de agosto de 2013. 
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SANTOS, Joel José. Contabilidade e análise de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir. Gestão de Custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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