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1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 2 • identificar as formas de controle de constitucionalidade • a n a l i s a r o s m e c a n i s m o s e i n s t r u m e n t o s d e c o n t r o l e d e constitucionalidade AGENDA PARA HOJE… 3 O que é……. …..CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? 4 “Constitucionalidade e inconstitucionalidade designam conceitos de relação, isto é, a relação que se estabelece entre uma coisa – a Constituição – e outra coisa – um comportamento – que lhe esta ou não conforme, que com ela é ou não compatível, que cabe ou não no seu sentido” (Gilmar Mendes citando Jorge Miranda in Controle de Constitucionalidade) 5 CONSTITUCIONALIDADE INCONSTITUCIONALIDADE R E L A Ç Ã O D E CONFORMIDADE 6 SISTEMAS DE CONTROLE: • Controle Político: - órgãos estatais de controle (Conselho de Estado) - controle preventivo • Controle Jurisdicional • Controle Misto: leis federais (controle político); leis locais (controle jurisdicional) 7 PARÊNTESES……….. • Controle PREVENTIVO de Constitucionalidade: - processo legislativo no CN - sanção e veto Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo- á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 8 PARÊNTESES……….. • Controle PREVENTIVO de Constitucionalidade: Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos MENSAGEM Nº 289, DE 28 DE JULHO DE 2015. Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi vetar integralmente, por inconstitucionalidade, o Projeto de Lei no 5.712, de 2001 (no 64/01 no Senado Federal), que “Regulamenta o exercício da profissão de decorador e dá outras providências”. Ouvidos, os Ministérios da Justiça, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Trabalho e Emprego, da Educação, a Secretaria-Geral da Presidência da República e a Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo veto ao projeto pelas seguintes razões: “A Constituição Federal, em seu art. 5o, inciso XIII, assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer dano à sociedade.” Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional. 9 PARÊNTESES……….. • Controle PREVENTIVO de Constitucionalidade: - sanção e veto "A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF." (ADI 2.867, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário, DJ de 9-2-2007.) No mesmo sentido: ADI 2.113, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009. 10 CONTROLE JUDICIAL DE CONSTITUCIONALIDADE 11 SUPREMA CORTE AMERICANA O CASO “MARBURY X MADISON" 12 • 1800: Presidente John Adams (federalista) foi derrotado pela oposição republicana • Antes do final do mandato: - aprovação de lei reorganizando o Judiciário (Judiciary Act de 1801 - altera o Judiciary Act de 1789): - criação de novos cargos de juízes federais - nomeação, por Adams, dos futuros juízes; Secretário de Estado John Marshall é encarregado de entregar as nomeações - a entrega não foi realizada durante o governo de Adams - o novo presidente, Thomas Jefferson, toma posse e juntamente com seu novo secretário, James Madison, se recusam a entregar as nomeações. 13 • William Marbury: não foi nomeado como juiz de paz no distrito de Colúmbia. • Marbury peticiona (writ of mandamus) => Suprema Corte. Fundamento: Seção 13 do Judiciary Act • 1802: Thomas Jefferson fecha a Suprema Corte • 1803: Suprema Corte retoma seus julgamentos • o caso Marbury versus Madison => Chief-Justice da Suprema Corte Juiz Marshall 14 • Voto do Juiz John Marshall: - delimitou a matéria controvertida: a) Marbury tinha direito à nomeação? b) se há direito e esse direito foi violado, as leis lhe garantem mecanismos de proteção? c) Se as leis lhe facultam instrumentos de proteção, a Suprema Corte tem competência (é legítima) para julgar o caso? 15 É uma proposição por demais clara para ser contestada, que a Constituição veta qualquer deliberação legislativa incompativel com ella; ou que a legislatura possa alterar a Constituição por meios ordinarios. Não há meio termo entre estas alternativas. A Constituição, ou é uma lei superior e predominante, e lei immutável pelas formas ordinárias; ou está no mesmo nivel conjunctamente com as resoluções ordinárias da legislatura e, como as outras resoluções, é mutável quando a legislatura houver por bem modifica-la. Si é verdadeira a primeira parte do dilema, então não é lei a resolução legislativa incompatível com a Constituição; si a segunda parte é verdadeira, então as constituições escriptas são absurdas tentativas da parte do povo para limitar um poder por sua natureza illimitavel. Certamente, todos quantos fabricaram Constituições escriptas consideraram taes instrumentos como a lei fundamental e predominante da nação e, conseguintemente, a theoria de todo o governo, organizado por uma Constituição escripta, deve ser que é nulla toda a resolução legislativa com ella incompativel (MARSHALL, 1997, p.25). 16 caso MARBURY X MADISON, DE 1803 judicial review O Judiciário “diz o que é lei" Poder da Suprema Corte em "determinar a constitucionalidade de atos legislativos e executivos" 17 "Toda a construção do Direito americano tem por base a noção de que o povo possui originariamente o direito de estabelecer, para o seu futuro governo, os princípios que mais conducentes se lhe afigurem à sua utilidade. Os princípios, que destarte uma vez se es tabe leceram, cons ide ram-se , po r tan to , fundamentais.... E como a autoridade, de que eles dimanam é suprema, e raro se exerce, esses princípios tem destino permanente....Nesta última espécie se classifica o governo dos Estados Unidos. Definiram-se e demarcaram-se os poderes da legislatura; e, para que sobre tais limites não ocorresse erro, ou deslembrança, fez-se escrita a Constituição. Com que fim se estipularia esta estipulação a escrito, se os limites prescritos pudessem ser ultrapassados exatamente por aqueles, que ela propunha coibir...Ou havemos de admitir que a Constituição anula qualquer medida legislativa, que a contrarie, ou anuir em que a legislatura possa alterar, por medidas ordinárias, a Constituição. Não há contestar o dilema. …… 18 ….Entre as duas alternativas, não se descobre meio-termo. Ou a Constituição é lei superior, soberana, irreformável por meios comuns; ou se nivela com os atos da legislação usual, e como estes, é reformável ao sabor da legislatura. Se a primeira proposição é verdadeira, então o ato legislativo, contrário à Constituição, não será lei; se é verdadeira a segunda, então as Constituições escritas são absurdos esforços do povo.... Ora, com certeza todos os que tem formulado constituições escritas, sempre o fizeram com o intuito de assentar a Lei fundamental e suprema da nação; e consequentemente, a teoria de tais governosdeve ser que qualquer ato da legislatura, ofensivo à Constituição, é nulo." (Rui Barbosa citando Marshall in Os Atos Inconstitucionais do Congresso e do Executivo, ante a Justiça Federal” 19 O CONTROLE JUDICIAL É….. • PREVENTIVO? • REPRESSIVO? 20 E o C O N T R O L E S O B R E O P R O C E S S O LEGISLATIVO??? • MS 20.257 (CF 67/69): 21 “Mandado de segurança contra ato da Mesa do Congresso que admitiu a deliberação de proposta de emenda constitucional que a impetração alega ser tendente à abolição da república. Cabimento do mandado de segurança em hipóteses em que a vedação constitucional se dirige ao próprio processamento da lei ou da emenda, vedando a sua apresentação (como é o caso previsto no parágrafo único do artigo 57) ou a sua deliberação (como na espécie). Nesses casos, a inconstitucionalidade diz respeito ao próprio andamento do processo legislativo, e isso porque a Constituição não quer - em face da gravidade dessas deliberações, se consumadas - que sequer se chegue à deliberação, proibindo-a taxativamente. A inconstitucionalidade, se ocorrente, já existe antes de o projeto ou de a proposta se transformar em lei ou em emenda constitucional, porque o próprio processamento já desrespeita, frontalmente, a Constituição. Inexistência, no caso, da pretendida inconstitucionalidade, uma vez que a prorrogação de mandato de dois para quatro anos, tendo em vista a conveniência da coincidência de mandatos nos vários níveis da Federação, não implica introdução do princípio de que os mandatos não mais são temporários, nem envolve, indiretamente, sua adoção de fatos. Mandado de segurança indeferido.” (D.J. de 27.02.1981, RTJ 99/1.031). 22 E o C O N T R O L E S O B R E O P R O C E S S O LEGISLATIVO??? • MS 21.642 (Min. Celso de Mello): “O controle de constitucionalidade tem por objeto lei ou emenda constitucional promulgada. Todavia, cabe ser exercido em caso de projeto de lei ou emenda constitucional quando a Constituição taxativamente veda sua apresentação ou a deliberação. Legitimidade ativa privativa dos membros do Congresso Nacional”. 23 E o C O N T R O L E S O B R E O P R O C E S S O LEGISLATIVO??? • MS 21.642 (Min. Celso de Mello): “O controle de constitucionalidade tem por objeto lei ou emenda constitucional promulgada. Todavia, cabe ser exercido em caso de projeto de lei ou emenda constitucional quando a Constituição taxativamente veda sua apresentação ou a deliberação. Legitimidade ativa privativa dos membros do Congresso Nacional”. 24 E o C O N T R O L E S O B R E O P R O C E S S O LEGISLATIVO??? • legitimidade apenas do parlamentar: “Mandado de segurança requerido pelo Impetrante na qualidade de cidadão brasileiro, contra ato de Comissão da Câmara dos Deputados, tendente a possibilitar a adoção da pena de morte, mediante consulta plebiscitária. Falta de legitimidade ativa do Requerente, por falta de ameaça concreta a d i re i to indiv idual , particularizado em sua pessoa.” (D.J. de 02.8.91, R.T.J. 139/783).”. 25 • Recente: MS 32033 1. Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação). O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de 23.04.04). Nessas excepc iona is s i tuações , em que o v íc io de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do p r o c e s s o d e f o r m a ç ã o d a n o r m a , a n t e s m e s m o e independentemente de sua final aprovação ou não. 26 … 2. Sendo inadmissível o controle preventivo da constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir a parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle abstrato repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais eficiente, de provocar esse mesmo controle antecipadamente, por via de mandado de segurança. • Recente: MS 32033 27 ….3. A prematura intervenção do Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos atos normativos em curso no Parlamento, além de universalizar um sistema de controle preventivo não admitido pela Constituição, subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação plausível, a prerrogativa constitucional que detém de debater e aperfeiçoar os projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. Quanto mais evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos de leis, menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do Legislativo, de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se for o caso. Partir da suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle repressivo pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento jurídico. • Recente: MS 32033 28 CONTROLE JUDICIAL DE CONSTITUCIONALIDADE CONTROLE REPRESSIVO 29 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS • 1824: não havia previsão sobre controle de constitucionalidade. Cabia ao Poder Legislativo “…“fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá- l a s ” , b e m c o m o “ v e l a r n a g u a r d a d a Constituição” (art. 15, n. 8º e 9º). 30 • 1891: previsão de mecanismos de controle. - competência do Supremo Tribunal Federal para rever as sentenças das Justiças dos Estados (em determinados casos) - edição de leis que tratavam do controle de constitucionalidade (ex. lei 221/1894: “Os juízes e tribunais apreciarão a validade das leis e regulamentos e deixarão de aplicar aos casos ocorrentes as leis manifestamente inconstitucionais e os regulamentos manifestamente incompatíveis com as leis ou com a Constituição”. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 31 • 1934: - declaração de inconstitucionalidade: maioria da totalidade de membros dos tribunais - Senado: efeito erga omnes à decisão do STF - representação interventiva (dec. de inconst. para evitar intervenção federal) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 32 • 1937: - convalidação da lei declarada inconstitucional: necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta - revisão constitucional CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Art 96 - Só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato do Presidente da República. Parágrafo único - No caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja necessária ao bem- estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderá o Presidente da República submetê-la novamente ao exame do Parlamento: se este a confirmar por dois terços de votos em cada uma das Câmaras, ficará sem efeito a decisão do Tribunal. (Revogado pela Lei Constitucional nº 18, de 1945) 33 • 1937: - Decreto-Lei n. 1.564/39 (Getúlio Vargas): confirmação de textosdeclarados inconstitucionais pelo STF CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 34 DECRETO-LEI Nº 1.564, DE 5 DE SETEMBRO DE 1939 Confirma os textos de Lei, decretados pela União, que sujeitaram ao impôsto de renda os vencimentos pagos pelos cofres públicos estaduais e municipais. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, e para os efeitos do artigo 96, parágrafo, CONSIDERANDO que o Sup remo Tr i buna l Fede ra l d e c l a r ou a inconstitucionalidade da incidência do imposto de renda, decretado pela União no uso de sua competência privativa, sobre os vencimentos pagos pelos cofres públicos estaduais e municipais; CONSIDERANDO que essa decisão judiciária não consulta o interesse nacional e o princípio da divisão equitativa do onus do imposto, DECRETA: Artigo único. São confirmados os textos de lei, decretados pela União, que sujeitaram ao imposto de renda os vencimentos pagos pelos cofres públicos estaduais e municipais; ficando sem efeito as decisões do Supremo Tribunal Federal e de quaisquer outros tribunais e juizes que tenham declarado a inconstitucionalidade desses mesmos textos. Rio de Janeiro, 5 de setembro de 1939, 118º da Independência e 51º da República. GETULIO VARGAS Francisco Campos A. de Souza Costa Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 08/09/1939 35 • 1946: - retoma controle judicial - p reservou quórum para dec la ração de inconstitucionalidade - manteve competência do Senado para sustar lei declarada inconstitucional (Art 64 - incumbe ao Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou decreto declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 36 • 1946: - EC 16/65 - intervenção federal CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Art 7º - O Governo federal não intervirá nos Estados salvo para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios: a) forma republicana representativa; b) independência e harmonia dos Poderes; c) temporariedade das funções eletivas, limitada a duração destas à das funções federais correspondentes; d) proibição da reeleição de Governadores e Prefeitos, para o período imediato;' e) autonomia municipal; f) prestação de contas da Administração; g) garantias do Poder Judiciário. 37 • 1946: - EC 16/65 - intervenção federal CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Art 8º - A intervenção será decretada por lei federal nos casos dos nº s VI e VII do artigo anterior. Parágrafo único - No caso do nº VII, o ato argüido de inconstitucionalidade será submetido pelo Procurador-Geral da República ao exame do Supremo Tribunal Federal, e, se este a declarar, será decretada a intervenção. 38 • 1946: - EC 16/65 - representação ao Procurador-Geral CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Art 101 - Ao Supremo Tribunal Federal compete: k) a representação contra inconstitucionalidade de lei ou ato de natureza normativa, federal ou estadual, encaminhada pelo Procurador-Geral da República; 39 • 1946: - ADI nos TJ’s…. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Art. 124….. XIII - a lei poderá estabelecer processo, de competência originária do Tribunal de Justiça, para declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato de Município, em conflito com a Constituição do Estado. 40 • 1967/1969: - sem grandes inovações - manteve-se a ADI - ampliou-se a possibilidade de representação para fins de intervenção - não incorporou a possibilidade de criação de processo de declaração de inconstitucionalidade pelos TJ CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 41 • 1967/1969: - manteve a competência do Senado para suspender lei declarada inconstitucional Art 45 - Compete ainda privativamente, ao Senado: IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou decreto, declarados inconstitucionais. por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 42 • 1967/1969: - m a n t e v e q u ó r u m p a r a d e c l a r a ç ã o d e inconstitucionalidade Art 111 - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 43 • CF 67/69 Art. 114 - Compete ao Supremo Tribunal Federal: …. l) a representação do Procurador - Geral da República, por inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; • CF 69 - EC 7/77 l) a representação do Procurador-Geral da República, por inconstitucionalidade ou para interpretação de lei ou ato normativo federal ou estadual; CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 44 • 1967/1969: - discricionariedade do PGR? STF: Rcl 849/DF. Relator Min. Adalício Nogueira, Pleno, DJ 13.12.1971 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 45 CONTROLE JUDICIAL DE CONSTITUCIONALIDADE E A CF/88 46 “NÍVEIS" DA RELAÇÃO: • INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA • INCONSTITUCIONALIDADE INDIRETA TEMA PRELIMINAR 1…… 47 INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL X INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL TEMA PRELIMINAR 2…… REFERÊNCIAS DO CONTROLE 48 EXEMPLOS DE INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL…… 49 Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Lei 6.227/2012 do Estado do Rio de Janeiro de iniciativa da Assembleia Legislativa estadual. Instituição da “Semana da Justiça”. Atividades a serem desenvolvidas conjuntamente pelos três poderes. 3. Atribuições aos órgãos estaduais do Executivo e do Judiciário. Competência privativa dos chefes desses poderes para dispor sobre organização e funcionamento de seus órgãos respectivos. Inconstitucionalidade formal. Violação aos arts. 61, § 1º, II, e, c/c art. 63 e art. 84, IV; e 96, I, b, da Constituição Federal. 4. Aumento de despesa. Necessidade de revolvimento do conjunto fático- probatório. Súmula 279. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 810572 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 18/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 28-08-2015 PUBLIC 31-08-2015) 50 PROJETO DE LEI – INICIATIVA EXCLUSIVA DO EXECUTIVO – EMENDA PARLAMENTAR – DESVIRTUAMENTO. A ausência de pertinência temática de emenda da casa legislativa a projeto de lei de iniciativa exclusiva do Executivo leva a concluir-se pela inconstitucionalidade formal. CARGO PÚBLICO – PROVIMENTO – INADEQUAÇÃO. A teor do Verbete nº 685 da Súmula do Supremo, “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. (ADI 3926, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-182 DIVULG 14-09-2015 PUBLIC 15-09-2015) 51 Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Direito do Consumidor. 3. Telefonia. 4. Assinatura básica mensal. 5. Lei n. 11.908, de 25 de setembro de 2001, do estado de Santa Catarina. 6. Inconstitucionalidade formal. 7. Afronta aos arts. 21, XI, e 22, IV, da Constituição Federal. 8. É inconstitucional norma local que fixa as condições de cobrança do valor de assinatura básica, pois compete à União legislar sobre telecomunicações, bem como explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão seus serviços. 9. Ação direta julgada procedente. (ADI 2615, Relator(a): Min.EROS GRAU, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2015, DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015 EMENT VOL-02770-01 PP-00001) 52 CONTROLE CONCENTRADO X CONTROLE DIFUSO TEMA PRELIMINAR 3…… 53 DIFUSO CONCENTRADO quem pode declarar inconstitucional? qualquer juiz ou tribunal Tribunal competente para reconhecer a inconstitucionalidade objeto da ação direito da parte própria declaração de inconstitucionalidade efeitos inter partes erga omnes legitimação para suscitar qualquer interessado aqueles legitimados pela CF/88 efeitos temporais ex tunc ex tunc (em regra) 54 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE…. …..das leis e atos normativos federais …. das leis e atos normativos estaduais …. das leis e atos normativos municipais TEMA PRELIMINAR 4…… 55 lei ou ato normativo federal lei ou ato normativo estadual declaração de inconstitucionalidade STF lei ou ato normativo municipal declaração de inconstitucionalidade TJ CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONSTITUIÇÃO ESTADUAL 56 lei ou ato normativo federal declaração de constitucionalidade STF CONSTITUIÇÃO FEDERAL 57 E a ação declaratória no âmbito dos TJ? 58 FORMAS DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE • ação direta de inconstitucionalidade • ação direta de inconstitucionalidade por omissão • ação direta de inconstitucionalidade interventiva • ação declaratória de constitucionalidade • arguição de descumprimento de preceito fundamental TEMA PRELIMINAR 5….. 59 Declaração de Inconstitucionalidade - RESERVA DO PLENÁRIO TEMA PRELIMINAR 6…… Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 60 STF: SV 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF , art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. Declaração de Inconstitucionalidade - RESERVA DO PLENÁRIO 61 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PERANTE O STF 62 ADI - STF PROPOSTA DE TRABALHO • análise a partir (e da) jurisprudência do STF • análise da legislação (Constituição e Lei Federal n. 9.868/99) 63 ADI - STF AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE • Introduzida pela Emenda 16/1965, 26 de novembro de 1965 (CF/1946) 64 ADI - STF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; EC 3/93 ANTES: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; 65 ADI - STF NATUREZA: • PROCESSO CONTROLE OBJETIVO Não se discutem situações individuais no âmbito do controle abstrato de normas, precisamente em face do caráter objetivo de que se reveste o processo d e fi s c a l i z a ç ã o c o n c e n t r a d a d e constitucionalidade.” (ADI 1.254‐AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-8-1996, Plenário, DJ de 19-9-1997.) 66 ADI - STF NATUREZA: • PROCESSO CONTROLE OBJETIVO CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL SEJA SUSCITADA EM ABSTRATO 67 ADI - STF FINALIDADE: • PROTEGER A SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 68 ADI - STF OBJETO: • LEIS (EMENDAS E LEIS) • ATOS NORMATIVOS 69 ADI - STF DEFINIÇÃO DE “LEIS”: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. (….) 70 ADI - STF LEI DE EFEITOS CONCRETOS • evolução da jurisprudência do STF 71 ADI - STF CASO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS "Controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias. Revisão de jurisprudência. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade. (...) Medida cautelar deferida. Suspensão da vigência da Lei n. 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008." (ADI 4.048-MC, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 14-5-2008, Plenário, DJE de 22-8-2008.) No mesmo sentido: RE 412.921-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 22-2-2011, Primeira Turma, DJE de 15-3-2011; ADI 4.005, rel. min. Cármen Lúcia, decisão monocrática, julgamento em 13-5-2010, DJE de 13-8-2010; ADI 4.049-MC, rel. min. Carlos Britto, julgamento em 5-11-2008, DJE de 08-5-2009. Em sentido contrário: ADI 1.716, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-12-1997, DJ de 27-3-1998. 72 ADI - STF E OS ATOS NORMATIVOS (decreto, regulamentos, resoluções, etc….) • função normativa • decreto autônomo • usurpação competência da lei 73 ADI - STF “Estão sujeitos ao controle de constitucionalidade concentrado os atos normativos, expressões da função normativa, cujas espécies compreendem a função regulamentar (do Exe- cutivo), a função regimental (do Judiciário) e a função legislativa (do Legislativo). Os decretos que veiculam ato normativo também devem sujeitar-se ao controle de constitucionalidade exercido pelo STF. O Poder Legislativo não detém o monopólio da função normativa, mas apenas de uma parcela dela, a função legislativa.” (ADI 2.950‐AgR, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 6-10-2004, Plenário, DJ de 9-2-2007.) 74 ADI - STF EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DECISÃO ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE: AGRAVO REGIMENTAL NO PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 102.138/2003. EXTENSÃO DE CONCESSÃO DE GRATIFICAÇÃO DE 100% AOS AGRAVANTES AOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. LEI POTIGUAR N. 4.683/1997 E LEI COMPLEMENTAR POTIGUAR N. 122/1994. 1. A extensão da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte aos servidores em condições idênticas aos agravantes torna-a ato indeterminado. Ato administrativo normativo genérico. Cabimento da ação direta de inconstitucionalidade. 2. A extensão da gratificação contrariou o inc. X do art. 37 da Constituição da República, pela inobservância de lei formal, promovendo equiparação remuneratória entre servidores, contrariariando o art. 37, XIII, da Constituição da República. Precedentes. 3. Princípio da isonomia: jurisprudência do Supremo Tribunal de impossibilidade de invocação desse princípio para obtenção de ganho remuneratório sem respaldo legal: Súmula n. 339 do Supremo Tribunal Federal. 4. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da parte final do acórdão proferido no Agravo Regimental no Processo Administrativo nº 102.138/2003. (ADI 3202, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 05/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-096 DIVULG 20-05-2014 PUBLIC 21-05-2014) 75 ADI - STF “É cabível o controle concentrado de resoluções de tribunais que deferem reajuste de vencimentos. Precedentes.” (ADI 2.104, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-11-2007, Plenário, DJE de 22-2-2008.) 76 ADI - STF LEIS/ATOS DE QUAIS INSTÂNCIAS LEGISLATIVAS PODEM SER OBJETO DE ADI • LEIS FEDERAIS • LEIS ESTADUAIS 77 ADI - STF E O DISTRITO FEDERAL?STF. SÚMULA 642 N à O C A B E A Ç Ã O D I R E T A D E INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI DO DISTRITO FEDERAL DERIVADA DA SUA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL. 78 ADI - STF E A REVOGAÇÃO SUPERVENIENTE? Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Lei 15.227/2006 do Estado do Paraná objeto de fiscalização abstrata. 3. Superveniência da Lei estadual 15.744/2007 que, expressamente, revogou a norma questionada. 4. Remansosa jurisprudência deste Tribunal tem assente que sobrevindo diploma legal revogador ocorre a perda d e o b j e t o . P r e c e d e n t e s . 5 . A ç ã o d i r e t a d e inconstitucionalidade prejudicada. (ADI 3885, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 06/06/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-124 DIVULG 27-06-2013 PUBLIC 28-06-2013) 79 ADI - STF E A REVOGAÇÃO SUPERVENIENTE? Agravo regimental em ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 2º da Lei estadual nº 1.654/57 (com a redação atual, dada pela Lei estadual nº 12.053/96, e com a redação originária), bem como, por arrastamento, excepcionalmente, do art. 1º da Lei estadual nº 1.654/57 (com a redação dada pela Lei Estadual nº 6.806/76), todas do Estado de Minas Gerais. Concessão de pensão vitalícia a ex- Governadores do Estado e a seus dependentes. Revogação expressa dos dispositivos questionados. Prejudicialidade da ação. Efeitos concretos remanescentes. Conforme entendimento pacificado no âmbito desta Corte, a remanescência de efeitos concretos pretéritos à revogação do ato normativo não autoriza, por si só, a continuidade de processamento da ação direta de inconstitucionalidade. A solução de situações jurídicas concretas ou individuais não se coaduna com a natureza do processo objetivo de controle de constitucionalidade. Precedentes. Agravo a que se nega provimento. (ADI 4620 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-150 DIVULG 31-07-2012 PUBLIC 01-08-2012) 80 ADI - STF INCLUI REVOGAÇÃO TÁCITA? EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ALAGOANA N. 6.121/1999. INSTITUI FAIXAS VENCIMENTAIS DE PAGAMENTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO PODER EXECUTIVO ALAGOANO, CONCEDE ABONO E REAJUSTA VENCIMENTOS DO QUADRO DE PESSOAL DA POLÍCIA CIVIL. 1. A Lei alagoana n. 6.121/1999 foi revogada tacitamente pelas Leis n. 6.252/2001, 6.253/2001, 6.276/2001, 6.592/2005 e 6.788/2006, que versaram sobre matéria objeto da lei impugnada. Precedentes. 2. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada prejudicada em razão da perda superveniente de seu objeto. (ADI 2118, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 13/05/2010, DJe-111 DIVULG 17-06-2010 PUBLIC 18-06-2010 REPUBLICAÇÃO: DJe-145 DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 06-08-2010 EMENT VOL-02409-02 PP-00340) 81 ADI - STF E OS CASOS DE REVOGAÇÃO PARA EVITAR JULGAMENTO PELO STF? EMENTA : AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÕES DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL QUE DISPÕ EM SOBRE O REAJUSTE DA REMUNERAÇÃO DE SEUS SERVIDORES. RESERVA DE LEI. I .PRELIMINAR. R EVOGA Ç Ã O DE ATOS NORMATIVOS IMPUGNADOS APÓS A PROPOSITURA DA AÇÃO DIRETA. FRAUDE PROCESSUAL. CONTINUIDADE DO JULGAMENTO. Superveniência de Lei Distrital que convalidaria as resoluções atacadas. Sucessivas leis distritais que tentaram revogar os atos normativos impugnados. Posterior edição da Lei Distrital n° 4.342, de 22 de junho de 2009, a qual instituiu novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores e revogou tacitamente as Resoluções 197/03, 201/03, 202/03 e 204/03, por ter regulado inteiramente a matéria por elas tratadas, e expressamente as Resoluções n°s 202/03 e 204/03. Fatos que não caracterizaram o prejuízo da ação. Quadro fático que sugere a intenção de burlar a jurisdição constitucional da Corte. Configurada a fraude processual com a revogação dos atos normativos impugnados na ação direta, o curso procedimental e o julgamento final da ação não ficam prejudicados. Precedente: ADI n° 3.232/TO, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 3.10.2008. II . REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS. PRINCÍPIO DA RESERVA DE LEI. A Emenda Constitucional 19/98, com a alteração feita no art. 37, X, da Constituição, instituiu a reserva legal para a fixação da remuneração dos servidores públicos. Exige-se, portanto, lei formal e específica. A Casa Legislativa fica apenas com a iniciativa de lei. Precedentes: ADI-MC 3.369/DF, Relator Min. Carlos Velloso, DJ 02.02.05; ADI-MC 2.075, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 27.06.2003. As resoluções da Câmara Distrital não constituem lei em sentido formal, de modo que vão de encontro ao disposto no texto constitucional, padecendo, pois, de patente inconstitucionalidade, por violação aos artigos 37, X; 51, IV; e 52, XIII, da Constituição Federal. III . A Ç Ã O DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. (ADI 3306, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011, DJe-108 DIVULG 06-06-2011 PUBLIC 07-06-2011 EMENT VOL-02538-01 PP-00009) 82 ADI - STF NÃO PODEM SER OBJETO DE ADI…. • LEIS REVOGADAS • LEIS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO • LEIS SUSPENSAS PELO SENADO (art. 52, X, CF/88) 83 ADI - STF NÃO PODEM SER OBJETO DE ADI…. NÃO PODEM SER OBJETO DE ADI….. • LEIS TEMPORÁRIAS (impugnada enquanto a lei produzir efeitos) [mesmo se produzir efeitos após tempo. ADI 4426] • LEIS JÁ DECLARADAS (IN) CONSTITUCIONAIS PELO PLENO - mesmo em controle difuso - salvo: mudança na realidade fática ou novos argumentos relevantes 84 ADI - STF HÁ PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA NA ADI? “O ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade não está sujeito à observância de qualquer prazo de natureza prescricional ou de caráter decadencial, eis que atos inconstitu- cionais jamais se convalidam pelo mero decurso do tempo. Súmula 360.” (ADI 1.247‐MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 17-8-1995, Plenário, DJ de 8-9-1995.) 85 ADI - STF O AJUIZAMENTO TARDIO TEM ALGUMA RELEVÂNCIA? "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em circunstâncias semelhantes, tem advertido que o tardio ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade, quando já decorrido lapso temporal considerável desde a edição do ato normativo impugnado, desautoriza -- não obstante o relevo jurídico da tese deduzida -- o reconhecimento da situação configuradora do periculum in mora, em ordem, até mesmo, a inviabilizar a concessão da medida cautelar postulada (RTJ 152/692, rel. min. Celso de Mello)." (ADI 1.857-MC, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 27-8-1998, DJ de 23-10-1998.) 86 ADI - STF FUNDAMENTO: • INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL • INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 87 ADI - STF E A INCONSTITUCIONALIDADE REFLEXA? 88 ADI - STF LEGITIMADOS A PROPOR ADI Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 89 ADI - STF ROL TAXATIVO "O rol do artigo 103 da Constituição Federal é exaustivo quanto à legitimação para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade." (ADI 641, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em11-12-1991, Plenário, DJ de 12-3-1993.) 90 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Antes da EC 45 "É de se reconhecer a legitimidade ativa ad causam da Câmara Legislativa do Distrito Federal, dado que a presente impugnação tem por alvo dispositivos da LC 101/2000. Dispositivos que versam, justamente, sobre a aplicação dos limites globais das despesas com pessoal do Poder Legislativo distrital." (ADI 3.756, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 21-6-2007, Plenário, DJ de 19-10-2007.) 91 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) "Os Estados-membros da Federação não estão no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade, sendo indevida, no modelo de processo objetivo, a intervenção de terceiros subjetivamente interessados no feito. Precedente: ADI 2.130- AgR, rel. Min. Celso de Mello, DJ de 14-12-2001." (ADI 3.013- ED-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 31-5-2006, Plenário, DJ de 4-8-2006.) 92 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) GOVERNADOR PODE PROPOR ADI EM FACE DE LEI DE OUTRO ESTADO? “Tratando-se de impugnação de ato normativo de Estado diverso daquele governado pelo requerente, impõe-se a demonstração do requisito ‘pertinência’.” (ADI 902‐MC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3-3-1994, Plenário, DJ de 22-4-1994.) 93 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; “Ilegitimidade ativa ad causam de Diretório Regional ou Executiva Regional. Firmou a jurisprudência desta Corte o entendimento de que o partido político, para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, deve estar representado por seu Diretório Nacional, ainda que o ato impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do qual se originou.” (ADI 1.528-QO, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 23-8-2002.) 94 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; “Partido polít ico. Ação direta. Legit imidade ativa. Inexigibilidade do vínculo de pertinência temática. Os partidos políticos, desde que possuam representação no Congresso Nacional, podem, em sede de controle abstrato, arguir, perante o STF, a inconstitucionalidade de atos n o r m a t i v o s f e d e r a i s , e s t a d u a i s o u d i s t r i t a i s , independentemente de seu conteúdo material, eis que não incide sobre as agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do vínculo de pertinência temática.” (ADI 1.407-MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 7-3-1996, Plenário, DJ de 24-11-2000.) 95 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. “A associação de classe, de âmbito nacional, há de comprovar a pertinência temática, ou seja, o interesse considerado o respectivo estatuto e a norma que se pretenda fulminada.” (ADI 1.873, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-9-1998, Plenário, DJ de 19-9-2003.) 96 ADI - STFALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ADI 3.153AgR: “associações de associações” de âmbito nacional tem legitimidade para propor ADI “Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa: ‘entidade de classe de âmbito nacional’: compreensão da ‘associação de associações’ de classe: revisão da jurisprudência do Supremo Tribunal. O conceito de entidade de classe é dado pelo objetivo institucional clas- sista, pouco importando que a eles diretamente se filiem os membros da respectiva categoria social ou agremiações que os congreguem, com a mesma finalidade, em âmbito territorial mais restrito. É entidade de classe de âmbito nacional – como tal legitimada à propositura da ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX) – aquela na qual se congregam associações regionais correspondentes a cada unidade da Federação, a fim de perseguirem, em todo o País, o mesmo objetivo institucional de defesa dos interesses de uma determinada classe. Nesse sentido, altera o Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo a admitir a legitimação das ‘associações de associações de classe’, de âmbito nacional, para a ação direta de inconstitu- cionalidade.” (ADI 3.153‐AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005.) No mesmo sentido: ADI 2.797 e ADI 2.860, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-9-2005, Plenário, DJ de 19-12-2006. Em sentido contrário: ADI 23, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 2-4-1998, Plenário, DJ de 18-5-2001. 97 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ENTIDADE EXISTENTE EM NÚMERO MÍNIMO DE ESTADOS “Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade, a entidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenha representação em, pelo menos, nove Estados da federação, nem represente toda a categorial profissional, cujos interesses pretenda tutelar.” (ADI 3.617‐AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-5-2011, Plenário, DJE de 1o-7-2011.) No mesmo sentido: ADI 4.230‐ AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1o-8-2011, Plenário, DJE de 14-9-2011. 98 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ADI E CONSELHOS DE CLASSE "Os conselhos de fiscalização profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela qual detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria ou classe de profissionais." (ADPF 264-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 18-12-2014, Plenário, DJE de 25-2-2015.) 99 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ADI E ENTIDADES DE CLASSE “A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) n ã o t e m l e g i t i m i d a d e p a r a p r o p o r a ç ã o d i r e t a d e inconstitucionalidade contra norma de interesse de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação direta contra norma de interesse da magistratura de determinado Estado-membro da Federação.” (ADI 4.462-MC, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 29-6-2011, Plenário, DJE de 16-11-2011.) 100 ADI - STF ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À LEGITIMAÇÃO ATIVA E OS MUNICÍPIOS? “(...) os municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corte previsto nos arts. 103, da Constituição, e 2º, da Lei 9.868/99.” (ADI 4.654, rel. min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 28-11-2011, DJE de 2-12-2011.) 101 ADI - STF QUESTÕES PROCESSUAIS PETIÇÃO INICIAL Art. 3º A petição indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicosdo pedido em relação a cada uma das impugnações; II - o pedido, com suas especificações. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. 102 ADI - STF QUESTÕES PROCESSUAIS PETIÇÃO INICIAL STF: “É de exigir-se, em ação direta de inconstitucionalidade, a apresentação, pelo proponente, de instrumento de procuração ao advogado subscritor da inicial, com p o d e r e s e s p e c í fi c o s p a r a a t a c a r a n o r m a impugnada.” (ADI 2.187‐QO, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 12-12-2003.) 103 ADI - STF QUESTÕES PROCESSUAIS PETIÇÃO INICIAL PEDIDO NA ADI "É necessário, em ação direta de inconstitucionalidade, que venham expostos os fundamentos jurídicos do pedido com relação às normas impugnadas, não sendo de admitir- se alegação genérica de inconstitucionalidade sem qualquer demonstração razoável, nem ataque a quase duas dezenas de medidas provisórias em sua totalidade com alegações por amostragem." (ADI 259, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 11-3-1991, Plenário, DJ de 19-2-1993.) 104 ADI - STF QUESTÕES PROCESSUAIS PETIÇÃO INICIAL ANÁLISE INDIVIDUALIZADA DE CADA DISPOSITIVO IMPUGNADO "Ação direta de inconstitucionalidade. Causa de pedir e pedido. Cumpre ao autor da ação proceder à abordagem, sob o ângulo da causa de pedir, dos diversos preceitos atacados, sendo impróprio fazê-lo de forma genérica." (ADI 1.708, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 27-11-1997, Plenário, DJ de 13-3-1998.) 105 No 101058/2015 PGR - RJMB EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, com fundamento nos arts. 102, I, a, 103, VI, e 129, IV, da Constituição Federal de 1988, no art. 46, parágrafo único, I, da Lei Complementar 75, de 20 de maio de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e na Lei 9.868, de 10 de novembro de 1999, propõe AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE contra o art. 8º, caput e §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 7º, da Lei 13.336 do Estado de Santa Catarina, de 8 de março de 2005, o qual estabelece benefício fiscal aos contribuintes do ICMS que Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 ADI/5339 106 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade aplicarem recursos financeiros em projetos turísticos, esportivos e culturais no âmbito do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte – SEITEC. A inicial segue acompanhada de cópia do ato impugnado e do procedimento administrativo 1.00.000.012589/2014-47, ins- taurado na Procuradoria-Geral da República a partir de cópia de representação remetida pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. I. OBJETO DA AÇÃO Estabelece o dispositivo legal ora impugnado: Art. 8º Aos contribuintes do ICMS que aplicarem recursos financeiros em projetos turísticos, esportivos e culturais no âmbito do SEITEC, será permitido, nas condições e na forma estabelecida em decreto, lançar no Livro de Registro de Apuração do ICMS, a título de crédito presumido, o valor correspondente da contribuição. § 1º A aplicação em projetos culturais, turísticos e esporti- vos, será comprovada pela transferência de recursos financei- ros por parte do contribuinte que a fizer diretamente à conta do SEITEC. § 2º O crédito presumido de que trata o caput deste artigo poderá corresponder a até 5% (cinco por cento) do valor do imposto incidente sobre as operações e prestações do contri- buinte a cada mês. § 3º A Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, após manifestação favorável da Secretaria de Estado da Fa- zenda, poderá autorizar, ao sujeito passivo do ICMS que o solicitar previamente, o recolhimento de contribuições tendo por base o montante do imposto por ele recolhido no ano civil anterior, até o limite de 20% (vinte por cento) so- bre o total, podendo ser recolhido integralmente em um ADI 2 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 107 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade único mês ou parceladamente durante o exercício. (NR) (Redação do § 3º dada pela LEI 14.967/09). § 4º Este benefício poderá ser suspenso, temporariamente, por ato do Chefe do Poder Executivo, toda a vez que sua concessão vier a prejudicar o fluxo de desembolso das ativi- dades de custeio e investimento da Fazenda Estadual. § 7º O limite previsto no § 2º não se aplica à hipótese esta- belecida no § 3º. (NR) (Redação do § 7º, acrescida pela LEI 14.967/09). Conforme se demonstrará, o preceito normativo estadual em referência, ao instituir benefício fiscal aos contribuintes que apli- carem recursos em projetos turísticos, esportivos e culturais no âmbito do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte – SEITEC, possibilitando a destinação de parte da re- ceita de ICMS a despesas específicas, terminou por ofender o art. 167, IV, da Constituição da República, o qual estabelece o princí- pio da não afetação dos impostos. II. FUNDAMENTAÇÃO O princípio da não afetação dos impostos, constante do art. 167, IV, da Constituição da República, estabelece a impossibili- dade de vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou des- pesa específicos, conforme seu teor a seguir colacionado: Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destina- ção de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para reali- zação de atividades da administração tributária, como deter- ADI 3 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 108 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Açãodireta de inconstitucionalidade minado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) A vedação é dirigida a impedir o legislador ordinário de esta- belecimento de vínculos entre receita de impostos e despesas espe- cíficas. Visa a garantir a autonomia orçamentária dos entes políticos e permitir a livre aplicação e destinação dos seus recursos, assegurando ao Executivo liberdade para, no exercício da reserva de iniciativa legislativa a ele assegurada em matéria orçamentária pelos arts. 84, XXIII, e 165, III, da CR, designar os gastos públicos de acordo com seus programas governamentais e suas prioridades políticas e administrativas. Similarmente afirma Leandro Paulsen que “a razão dessa veda- ção é resguardar a independência do Poder Executivo, que, do contrário, po- deria ficar absolutamente amarrado a destinações previamente estabelecidas por lei e, com isso, inviabilizado de apresentar proposta orçamentária apta à realização do programa de governo aprovado nas urnas.”1 As ressalvas à aplicação do mencionado princípio tributário constam expressamente do próprio art. 167, IV, da Constituição, quais sejam, “a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para rea- 1 PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutri- na e da jurisprudência. 14 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAFE, 2012, p. 454. ADI 4 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 109 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade lização de atividades da administração tributária (…), e a prestação de ga- rantias às operações de crédito por antecipação de receita”. Fora essas hipóteses de mitigação da não afetação, incorrerá em inconstitucionalidade a norma federal, estadual ou municipal que vier a vincular receita de impostos a determinados órgãos, fundos ou despesas, por afronta ao art. 167, IV, da Constituição da República, bem como ao próprio princípio da separação dos Poderes, por res- tringir indevidamente a autonomia do Poder Executivo para viabili- zação orçamentária de seus projetos e programas. In casu, a Lei 13.336 do Estado de Santa Catarina, de 8 de março de 2005, instituiu instrumentos direcionados a estimular o fi- nanciamento de projetos culturais, turísticos e esportivos no âmbito do mencionado ente da Federação. Além de haver criado fundos de estímulo e oferecido oportunidades para financiamento de projetos, a norma estabeleceu incentivo fiscal aos contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, a fim de ampliar a arrecadação e a aplica- ção de recursos naqueles setores. O incentivo fiscal em referência, preceituado no art. 8º da lei estadual, concede, aos contribuintes do ICMS que aplicarem recur- sos financeiros em projetos turísticos, esportivos e culturais no âm- bito do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte – SEITEC, o direito de lançar no Livro de Registro de Apuração do ICMS, a título de crédito presumido, o valor corres- pondente da contribuição. A fim de obter o crédito presumido, o ADI 5 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 110 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade qual pode corresponder a 5% (cinco por cento) do valor do ICMS recolhido a cada mês, o contribuinte deverá transferir recursos dire- tamente à conta do SEITEC, como forma de demonstrar a aplicação de valores naqueles setores. Na prática, a partir da criação desse cré- dito presumido, recursos financeiros que deveriam ser cobrados a tí- tulo de ICMS passaram a ser destinados ao financiamento de projetos turísticos, esportivos e culturais do Estado de Santa Cata- rina, no âmbito do SEITEC. Não obstante sejam louváveis as iniciativas dirigidas ao financi- amento do turismo, do esporte e da cultura, assim como a estimular a elaboração de projetos nessas áreas, o preceito legal ora questio- nado, ao criar o mencionado incentivo fiscal, acabou por realizar a destinação de parte dos recursos do ICMS recolhidos pelo Estado de Santa Catarina diretamente ao Sistema Estadual de Incentivo à Cul- tura, ao Turismo e ao Esporte, vinculando a receita de imposto a despesas específicas, em manifesta contrariedade ao art. 167, IV, da Constituição da República. Essa Corte Suprema já se manifestou em diversas oportunida- des no sentido da inconstitucionalidade de leis estaduais que conce- deram incentivos semelhantes a contribuintes, a exemplo dos acórdãos cujas ementas seguem transcritas: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL 12.223, DE 03.01.05. FUNDO PARTI- LHADO DE COMBATE ÀS DESIGUALDADES SOCI- AIS E REGIONAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONCESSÃO DE CRÉDITO FISCAL PRE- SUMIDO DE ICMS CORRESPONDENTE AO MON- TANTE DESTINADO AO FUNDO PELAS EMPRESAS CONTRIBUINTES DO REFERIDO TRIBUTO. ALE- ADI 6 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 111 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade GAÇÃO DE OFENSA AO ART. 155, § 2º, XII, G, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA. CAUSA DE PEDIR ABERTA. ART. 167, IV, DA CARTA MAGNA. VINCULAÇÃO DE RECEITA PROVENIENTE DA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTO A FUNDO ESPECÍFICO. VEDAÇÃO EXPRESSA. 1. Alegação de ofensa constitucional reflexa, manifestada, num primeiro plano, perante a LC 24/75, afastada, pois o que se busca, na espécie, é a demonstração de uma direta e frontal violação à norma expressamente previstano art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição Federal, que proíbe a outorga de isenção, incentivo ou benefício fiscal em matéria de ICMS sem o consenso da Federação. Precedentes: ADI 1.587, rel. Min. Octavio Gallotti, e ADI 2.157-MC, rel. Min. Moreira Alves. 2. O Diploma impugnado não representa verdadeiro e unilateral favor fiscal conferido a determinado setor da ati- vidade econômica local, pois, conforme consta do caput de seu art. 5º, somente o valor efetivamente depositado a título de contribuição para o Fundo criado é que poderá ser dedu- zido, na forma de crédito fiscal presumido, do montante de ICMS a ser pago pelas empresas contribuintes. 3. As nor- mas em estudo, ao possibilitarem o direcionamento, pelos contribuintes, do valor devido a título de ICMS para o chamado Fundo Partilhado de Com- bate às Desigualdades Sociais e Regionais do Estado do Rio Grande do Sul, compensando-se, em contra- partida, o valor despendido sob a forma de crédito fiscal presumido, criaram, na verdade, um meca- nismo de redirecionamento da receita de ICMS para a satisfação de finalidades específicas e predetermina- das, procedimento incompatível, salvo as exceções expressamente elencadas no art. 167, IV, da Carta Magna, com a natureza dessa espécie tributária. Pre- cedentes: ADI 1.750-MC, rel. Min. Nelson Jobim, ADI 2.823-MC, rel. Min. Ilmar Galvão e ADI 2.848-MC, rel. Min. Ilmar Galvão. 4. Ação direta cujo pedido se julga pro- cedente. (ADI 3576, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 22/11/2006, DJ 02-02-2007 - grifou-se) ADI 7 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 112 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Lei no 13.133/2001, do Estado do Paraná, que instituiu o Programa de Incentivo à Cultura, vinculando parte da receita do ICMS ao Fundo Estadual de Cultura. 3. Violação ao art. 167, IV, da Constituição Federal. 4. Precedentes. 5. Ação direta julgada procedente. (ADI 2529, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, jul- gado em 14/06/2007, DJe-096 DIVULG 05-09-2007 PU- BLIC 06-09-2007 DJ 06-09-2007 – grifou-se) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE. LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N. 26/97. CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE INCENTIVO ÀS ATIVIDADES ESPORTIVAS MEDIANTE CON- CESSÃO DE INCENTIVO FISCAL ÀS PESSOAS JURÍ- DICAS. CONTRIBUINTES DO IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO 167, IN- CISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É in- constitucional a lei complementar distrital que cria programa de incentivo às atividades esportivas medi- ante concessão de benefício fiscal às pessoas jurídi- cas, contribuintes do IPVA, que patrocinem, façam doações e investimentos em favor de atletas ou pes- soas jurídicas. 2. O ato normativo atacado a faculta vinculação de receita de impostos, vedada pelo ar- tigo 167, inciso IV, da CB/88. Irrelevante se a desti- nação ocorre antes ou depois da entrada da receita nos cofres públicos. 3. Ação Direta de Inconstitucionali- dade julgada procedente para declarar a inconstitucionali- dade da vinculação do imposto sobre propriedade de veículos automotores --- IPVA, contida na LC 26/97 do Distrito Federal. (ADI 1750, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2006, DJ 13-10-2006 - grifou-se) ADI 8 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 113 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade Feitas essas breves considerações, incumbe a essa Corte Su- prema, na via do controle concentrado de constitucionalidade, declarar a inconstitucionalidade do art. 8º, caput e §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 7º, da Lei 13.336 do Estado de Santa Catarina, de 8 de março de 2005, a fim de sanar a inconstitucionalidade apontada. Com vistas a evitar indesejados efeitos repristinatórios, importa a declaração da inconstitucionalidade tanto da redação atual quanto da redação original, a qual, pela mesma razão, igualmente contraria o texto constitucional, conforme se vê da leitura de seu teor, a se- guir colacionado: Art. 8º Os contribuintes do ICMS que aplicarem recursos fi- nanceiros em projetos turísticos, esportivos e culturais previ- amente aprovados, será permitido, nas condições e na forma estabelecida em Decreto, lançar no Livro de Registro de Apuração do ICMS, a título de crédito presumido, o valor correspondente da aplicação. (Redação original) § 1º A aplicação em projetos culturais, turísticos e esporti- vos, será comprovada pela transferência de recursos financei- ros por parte do contribuinte diretamente aos respectivos Fundos. (Redação original) § 2º O crédito presumido de que trata o caput deste artigo poderá corresponder a até 5% (cinco por cento) do valor do imposto incidente sobre as operações e prestações do contri- buinte a cada mês. (Redação original) § 3º A Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, ouvida a Secretaria de Estado da Fazenda, poderá autorizar, ao contribuinte do ICMS que solicitar previamente, o reco- lhimento das contribuições sobre o montante do imposto pago pelo contribuinte no ano fiscal anterior, até o limite de 20% (vinte por cento) sobre o total podendo ser recolhido na totalidade em um único mês ou parceladamente durante o exercício. (Redação original) ADI 9 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 114 ADI/5339 . Procuradoria-Geral da República Ação direta de inconstitucionalidade III. PEDIDOS Em face do exposto, requer: a) audiência da autoridade da qual emanado o ato normativo questionado. b) intimação para manifestação do Advogado-Geral da União (CR, art. 103, § 3º); c) abertura de prazo para manifestação da Procuradoria-Geral da República, após superadas as fases anteriores; e d) a procedência do pedido, para ser declarada a inconstitucio- nalidade do art. 8º, caput e §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 7º, da Lei 13.336 do Estado de Santa Catarina, de 8 de março de 2005, em sua redação atual e, sucessivamente, da redação original. Brasília (DF),16 de junho de 2015. Rodrigo Janot Monteiro de Barros Procurador-Geral da República vf ADI 10 Do cu me nt o as si na do d ig it al me nt e po r RO DR IG O JA NO T MO NT EI RO D E BA RR OS , em 1 7/ 06 /2 01 5 18 :4 0. P ar a ve ri fi ca r a as si na tu ra a ce ss e ht tp :/ /w ww .t ra ns pa re nc ia .m pf .m p. br /a tu ac ao -f un ci on al /c on su lt a- ju di ci al -e -e xt ra ju di ci al i nf or ma nd o o có di go 7 2B 73 99 D. 44 5D 20 A1 .D 8B 8D 85 0. A8 F5 69 C4 115 ADI - STF QUESTÕES PROCESSUAIS PETIÇÃO INICIAL DIFERENÇA ENTRE LEGITIMAÇÃO E CAPACIDADE POSTULATÓRIA "Descabe confundir a legitimidade para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade com a capacidade postulatória. Quanto ao Governador do Estado, cuja assinatura é dispensável na inicial, tem-na o Procurador-Geral do Estado." (ADI 2.906, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 29-6-2011.) 116 ADI - STF TRAMITAÇÃO • propositura • relator pede informações dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo • oitiva do Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, sucessivamente • relator poderá solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais • o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. • Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. 117 ADI - STF Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à d e c l a r a ç ã o d e c o n s t i t u c i o n a l i d a d e o u d e inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido. 118 ADI - STF Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é IRRECORRÍVEL, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. 119 ADI - STF INTERVENÇÃO DE TERCEIROS LEI 9868/99 Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. § 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. 120 ADI - STF E OS AMICUS CURIAE? "Amicus curiae. Controle normativo abstrato. Intervenção desse 'colaborador do tribunal' justificada pela necessidade de pluralizar o debate constitucional e de afastar, com tal abertura procedimental, sempre em respeito ao postulado democrático, um indesejável ¿déficit¿ de legitimidade das d e c i s õ e s d o S T F n o e x e r c í c i o d a j u r i s d i ç ã o constitucional." (ADI 5.022-MC, rel. min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 16-10-2013, DJE de 23-10-2013.) 121 ADI - STF E OS AMICUS CURIAE? AMICUS CURIAE PODE PEDIR INGRESSO ATÉ QUANDO? "O amicus curiae somente pode demandar a sua intervenção até a data em que o Relator liberar o processo para pauta." (ADI 4.071-AgR, rel. min. Menezes Direito, julgamento em 22-4-2009, Plenário, DJE de 16-10-2009.) 122 ADI - STF E OS AMICUS CURIAE? AMICUS CURIAE NÃO PODE RECORRER "Com efeito, as entidades embargantes não possuem legitimidade para recorrer. É que a jurisprudência desta Corte não reconhece a legitimidade recursal das entidades que participam dos processos do controle abstrato de constitucionalidade na condição de amicus curiae. (...) Isso posto, não conheço dos embargos declaratórios opostos (art. 21, § 1º, do RISTF)." (ADI 3.772-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, julgamento em 15-9-2009, DJE de 21-9-2009.) 123 ADI - STF Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se- á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. 124 ADI - STF MEDIDA CAUTELAR • oitiva prévia órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado (prazo: 5 dias) • oitiva do Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República (caso relator entenda ser indispensável) • decisão por maioria absoluta dos membros do Tribunal • possibilidade de julgamento imediato da ADI Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado- Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. 125 ADI - STF DESISTÊNCIA DA AÇÃO Lei 9868/99: Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. Antes mesmo da lei…… “Pedido de desistência. Legitimidade ativa. Em se tratando de ação direta de inconsti- tucionalidade, já se firmou, nesta Corte, o entendimento de que ação dessa natureza não é suscetível de desistência.” (ADI 164, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 8-9-1993, Plenário, DJ de 17-12-1993.) 126 ADI - STF EFICÁCIA DAS DECISÕES E A LEGISLAÇÃO ANTERIOR MEDIDA CAUTELAR Art. 11. § 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. § 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. 127 ADI - STF EFICÁCIA DA MEDIDA CAUTELAR “A eficácia ex tunc da medida cautelar não se presume, pois depende de expressa determinação constante da decisão que a defere, em sede de ação direta de inconstitucionalidade. A medida cautelar, em ação direta de inconstitucionalidade, reveste-se, ordinariamente, de eficácia ex nunc, ‘operando, portanto, a partir do momento em que o STF a defere’ (RTJ 124/80). Excepcionalmente, no entanto, e para que não se frustrem os seus objetivos, a medida cautelar poderá projetar-se com eficácia ex tunc, em caráter retroativo, com repercussão sobre situa- ções pretéritas (RTJ 138/86). Para que se outorgue eficácia ex tunc ao p r o v i m e n t o c a u t e l a r, e m s e d e d e a ç ã o d i r e t a d e inconstitucionalidade, impõe-se que o STF assim o determine, expressamente, na decisão que conceder essa medida extraordinária.” (ADI 2.105‐MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23-3-2000, Plenário, DJ de 28-4-2000.) 128 ADI - STF E NA DECISÃO DE MÉRITO? "A questão da eficácia repristinatória da declaração de inconstitucionalidade in abstracto. A declaração final de inconstitucionalidade, quando proferida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata,
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