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TEORIA GERAL DOS RECURSOS NO PROCESSO PENAL.pdf TEORIA GERAL DOS RECURSOS NO PROCESSO PENAL ANTAGONISMO DO SISTEMA RECURSAL A existência de um número grande de recursos retarda a estabilidade da decisão, comprometendo-se a paz social necessária que adviria da conclusão definitiva do processo; Ao ser permitido a possibilidade do reexame das decisões, aumenta-se a probabilidade de que a decisão seja a melhor; CONCEITOS: A palavra recurso deriva do latim - Recursus - que significa retrocesso, do verbo recurro - de voltar, retornar, retroceder; recurso é o pedido de nova decisão judicial, com alteração de decisão anterior, previsto em lei, dirigida, em regra, a outro órgão jurisdicional, dentro do mesmo processo.(Vicente Greco); Recurso é o pedido de reexame de uma decisão judicial, para que seja promovida a reforma ou modificação, ou apenas a invalidação da sentença proferida. São previstos em lei, dirigidos ao mesmo órgão hierarquicamente superior, dentro do mesmo processo. Recurso é o reexame de uma decisão.(Fernando da Costa Tourinho Filho). PORQUE EXISTEM OS RECURSOS? - FUNDAMENTOS GERAIS - NECESSIDADE PSICOLÓGICA: Insatisfação do vencido diante de uma decisão contrária. FALIBILIDADE HUMANA: Não se pode ter em absoluta regra de que nunca haverá um erro do órgão jurisdicional. Se houver uma falha, poderá ser corrigida. COMBATE AO ARBÍTRIO: Que poderia existir se a decisão do órgão jurisdicional nunca fosse modificada. O recurso existe, também, para tentar coibir o raciocínio arbitrário do julgadores. Obs: Esses fundamentos se coadunam no principio do DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO . FUNDAMENTO JURÍDICO DO RECURSO - O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO A base está no direito de poder recorrer, ou seja, de que as decisões possam submeter- se a reexames sucessivos viáveis, visando adquirir uma melhor decisão possível ao caso. - como regra, o recurso exige dualidade de jurisdições, uma inferior (da qual se recorre) e outra superior (para a qual se recorre). OBS: às vezes o recurso é dirigido para o próprio prolator da decisão (ex.: embargos de declaração). OBS2: também há casos em que não existe um duplo grau de jurisdição (ex.: hipótese da ação penal originária -STF). Há conflito doutrinário acerca de ser princípio existente no texto Constitucional; Estrutura do poder judiciário em instâncias; artigo 5º, LV; adesão ao Pacto de São José da Costa Rica, cujo texto refere que deve ser garantido o direito de recorrer da sentença; Assim, qualquer que seja o fundamento é se admitir que é princípio constitucional. O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO NO STF: A principio, o duplo grau de jurisdição só não seria exercido nos casos expressamente ressalvados no texto constitucional, que são aqueles que dizem respeito aos julgamentos de competência originária do Supremo Tribunal Federal, conforme artigo 102, I da Constituição de 88. Caso Mensalão: -Convenção Americana dos Direitos Humanos (art. 8º, 2, “h”) - o respeito ao duplo grau de jurisdição é absolutamente indispensável, mesmo que se trate de condenação pelo órgão máximo do país . - Mas qual seria o orgão revisor? Diz a CDIH que, no caso de Tribunais Superiores, este mesmo tribunal é o competente para o segundo julgamento: “Quando não existe outro juiz ou Corte ‘superior’, é a mesma Corte máxima que deve proceder ao segundo julgamento porque, no âmbito criminal, nenhum réu jamais pode ser tolhido desse segundo julgamento (jurisprudência da CIDH – caso Barreto Leiva).” Uma análise dos recursos Segundo Vicente Greco... 1 - O recurso é um pedido de nova decisão judicial, portanto, é sempre voluntário e é voltado à reforma de uma decisão judicial; 2. O pedido contido no recurso sempre pressupõe o interesse na reforma ou alteração de decisão anterior. Há manifestação de inconformismo; 3. O recurso depende de previsão legal, ou seja, o rol de recursos e suas hipóteses de cabimento é "numerus clausus”; 4. O recurso é dirigido, em regra, a outro órgão jurisdicional. Essa exceção está nos embargos de declaração, em que a nova decisão é do mesmo órgão jurisdicional. Obs:pode haver o reexame da questão pelo mesmo órgão jurisdicional, o que se chama de juízo de retratação; 5. O recurso é uma fase do mesmo processo, um desdobramento da mesma ação. Ao ser interposto, o procedimento desenvolve-se em nova etapa da mesma relação processual. PRESSUPOSTOS E REQUISITOS Assim como a ação, o recurso está sujeito a determinados pressupostos processuais; pressupostos são as exigências legais para que o recurso seja conhecido. Assim, a existência dos pressupostos é antecedente necessário para exame do recurso. O recurso sequer será apreciado se não estiverem todos os pressupostos presentes ATENÇÃO: se presentes os pressupostos, diz-se: recurso conhecido. Se ausentes os pressupostos, diz-se: recurso não conhecido. OBS: O conhecimento, portanto, refere-se à presença, ou não, dos pressupostos e nada tem haver com o pedido nele contido, em que o juiz dará ou não provimento. OBS: Se o recurso é conhecido, poderá ou não ser provido; se não é conhecido, não se questiona quanto ao provimento. DEFININDO: um recurso pode ser conhecido (quando presentes os pressupostos exigidos); ou não-conhecido (quando ausente um ou mais dos pressupostos exigidos); se conhecido: -poderá ser provido (reformando-se a decisão no todo ou em parte); ou -improvido (mantendo-se a decisão anterior). Classificam-se os pressupostos dos recursos em: (classificação trazida por Vicente Greco) PRESSUPOSTOS OBJETIVOS A) cabimento B) adequação C) tempestividade D) regularidade procedimental E) inexistência de fato impeditivo ou extintivo PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS. A)sucumbência B)legitimidade para recorrer PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: CABIMENTO E ADEQUAÇÃO: Cabimento é a previsão legal do recurso, ou seja, para ser interposto um recurso este deve estar previsto em lei; Cabimento tem relação com Adequação do recurso à decisão que se quer impugnar. Em tese, a lei prevê para cada decisão um recurso cabível. Ex: Da decisão que encerra a primeira fase do processo do tribunal do júri (pronúncia) cabe RESE, e não apelação. Eventualmente admite-se a interposição de um recurso por outro, no que chamamos de fungibilidade. Portanto, a adequação não é pressuposto absoluto.(Art.579 CPP). PRESSUPOSTOS OBJETIVOS : TEMPESTIVIDADE Para uso do recurso, além de se observar qual será o adequado, precisa ser observado, também, o prazo fixado em lei de cada recurso; Na verdade, o recurso só será conhecido e julgado, ser for tempestivo, ou seja, se for impetrado no prazo legal. Ex: RESE – 586 cpp; APELAÇÃO – art. 593 cpp; art. 600 CPP; art. 598 – CPP. - Apelação subsidiária (15 dias, a contar a partir do escoar do prazo para o MP); - Apelação no Juizado especial criminal (10 dias, vide art. 82 da Lei 9.099/95). Atenção: a contagem do prazo para o recurso vem estabelecido no art. 798 CPP. OBS: Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, conforme art. 798 CPP, não se interrompendo, em regra, por férias, domingo ou feriado, salvo nas hipóteses dos §3º (caso acabe no domingo, prorrogar-se-á para dia posterior) e §4º (impedimento do juiz, força maior ou obstáculo judicial imposto pela parte contrária) OBS: Essa é regra geral, mas eventualmente, existem outros prazos definidos em leis especiais. - Vide art. 3º da lei 1.408/51; art.5º, §5º da lei 1.060/50. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O PRAZO RECURSAL: -o prazo é preclusivo, porém, por motivo de força maior pode ser devolvido o prazo. -A parte não terá prejuízo no seu recurso se a omissão da administração judiciária retardar o processamento. Vale a data do protocolo, independente dos atrasos decorrentes da burocracia da administração. -O recurso é um ônus processual e, caso não seja interposto no prazo correto, a decisão ganha efeitos de imutabilidade. -diferentemente do cível, quando a intimação ocorrer por mandado, precatória ou carta de ordem, o prazo recursal começará a correr da intimação e não da juntada aos autos do mandado, precatória ou carta de ordem - Súmula 710 do STF; - deve o MP ser intimado pessoalmente das decisões, assim como o Defensor público. Ambos terão prazo duplo pra recorrer. STF súmula 710: “quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita neste dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil a seguir”. Súmula 428 do STF: "Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente“; Súmula nº 216 STF: "A tempestividade do recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da Secretaria e não pela data da entrega na agência do correio.“; Lei nº 9.800/99, permite às partes a utilização de sistema de transmissão de dados e imagens tipo fax ou outro similar, desde que os originais sejam entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data do término do prazo estipulado em lei; PRESSUPOSTO OBJETIVO: regularidade procedimental Entenda o recurso e as razões do recurso (vide anexo). O recurso deve obedecer a forma legal. Se desafiar a forma legalmente imposta, não será conhecido. Em primeiro grau, é interposto por petição ou por termo perante o escrivão; em segundo grau e com destino aos Tribunais Superiores, será sempre interposto por petição; Em primeiro grau, o recurso pode subir com as razões ou sem elas (arts. 589 e 601). A falta das razões não será motivo para o não-conhecimento, podendo o julgador retornar os autos para que as razões sejam elaboradas; Veja: se o réu, ao ser intimado da sentença, diz ao oficial de justiça que quer recorrer, e essa manifestação de vontade vai consignada na certidão de intimação, considera-se o recurso interposto. ATENÇÃO: Para os Tribunais Superiores, todavia, não será conhecido recurso sem razões adequadas, ou seja, sem razões ou com razões confusas ou incoerentes. Apresentação do Microsoft Office PowerPoi PRESSUPOSTO OBJETIVO: INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO. Existem fatos que impedem ou extinguem o uso dos recursos, não podendo o recurso ser conhecido se ocorrer algum desses fatores; FATO IMPEDITIVO: A renúncia 1 - Renúncia: É manifestação de vontade de não recorrer. Obs: O MP não pode renunciar à faculdade de recorrer, porque não pode condicionar sua opinião ocasional à necessidade do interesse público. Obs: O acusado pode renunciar ao seu direito de recorrer, mas precisa que se verifique se essa decisão é livre e consciente. ATENÇÃO: Não confundir renúncia com deixar fluir o prazo sem recorrer. A renúncia impede a interposição, antecipando a preclusão ou o trânsito em julgado. A não- interposição é atitude passiva e, se ainda dentro do prazo, pode ser revertida mediante a apresentação do recurso. ATENÇÃO: O não-recolhimento à prisão como fato impeditivo está revogado desde 2008. SÃO FATOS EXTINTIVOS: A desistência e a deserção. 1- Desistência: é a manifestação de vontade de retirar o recurso já interposto, sendo possivel a qualquer uma das partes desistir do recurso. - Exceção é o MP que jamais poderá desistir de um recurso, ou seja, O MP pode deixar de recorrer, porém, tendo recorrido, essa interposição será irreversível. (vide art.576 CPP); 2- Deserção: Haverá deserção por falta de pagamento do preparo nos crimes de ação exclusivamente privada. art. 806, § 2º. ATENÇÃO: deserção por fuga - revogado- reforma do CPP de 2008 – exclusão do parágrafo único do art.387. PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS: A sucumbência: é o não-atendimento daquilo que a parte esperava receber, ou seja, é quando a decisão não atendeu à expectativa esperada. Classificação da sucumbência: •Única - quando atingir apenas o interesse de uma das partes. •Múltipla - quando atingir o interesses de mais de uma das partes. Subdivide-se: -Paralela: quando a lesividade atingir interesses idênticos; -Recíproca: se atingir interesses opostos, tanto do autor quanto do réu; •Direta ou reflexa: quando atingir uma das partes da relação processual, enquanto que reflexa será aquela que alcançar pessoas que estejam fora da relação processual. •Total ou parcial: Total será aquela em que o pedido é desatendido em sua integralidade. Parcial se parte do pedido não for acolhido. legitimidade para recorrer: diante da sucumbência poderão recorrer: -o querelante, o querelado, o acusado e seu defensor, o assistente, o ofendido ou sucessores do ofendido, e o Ministério Público. -Porém, existem situações especificas a cada uma dessas. Ex: Vide arts.271 e 598; Súmula STF 208, 210 e 448. OBS: o réu poderá recorrer de sentença absolutória, desde que vise atingir resultado concreto mais favorável (ex: sentença de absolvição fundamentada no inc. V do art. 386 do CPP, e não no inciso IV, que poderia resultar em indenização cível); Obs: Doutrina majoritária também defende a possibilidade de o MP interpor recurso pró-réu, considerando que o mesmo é legitimado, inclusive, para oferecer Habeas Corpus (art. 654, CPP). PRINCÍPIOS QUE REGEM OS RECURSOS A) unirrecorribilidade; B) fungibilidade; C) Taxatividade; D) proibição da "reformatio in pejus" ou "tantum devolutum quantum appellatum”. UNIRRECORRIBILIDADE: Para cada decisão, haverá um recurso especifico. Mas há exceção – Art. 581,V x 593, § 4º; Mas... cassação da fiança na sentença – apelação; cassação da fiança fora da sentença - RESE Deve-se notar que há situações em que dois recursos poderão ser interpostos simultaneamente, desde que ambos sejam adequados. Ex: se a decisão do tribunal em uma parte contrariar preceito constitucional (rec. Extraordinário) e outra parte contrariar dispositivo de lei federal (rec. Especial). No mesmo caso acima, ainda pode caber Emb. Infringentes se o acordão não for unânime. FUNGIBILIDADE: É a possibilidade de conhecer um recurso por outro, desde que fique evidente o inequívoco e que não haja má-fé.(art. 579 CPP); Há momentos em que pairam dúvidas quanto ao recurso adequado para certas situações processuais; Assim, sendo o recurso um remédio para efetivação da justiça, não poderá a parte ser prejudicada em meio á formalidades; Mas a fungibilidade não é absoluta. Não deve ser admitido o recurso se ficar reconhecida a má-fé do recorrente; Não se permite que se conheça do recurso indevido, ainda que no prazo a este concedido, se já foi esgotado o prazo do recurso devido – tempestividade; O erro grosseiro na interposição de recurso inadequado é indicativo de má- fé; •OBS: não existe fungibilidade para recurso especial e extraordinário. TAXATIVIDADE Os recursos devem estar expressamente previstos em lei; Não se admite que a parte use de recurso que não tenha previsão legal. ATENÇÃO: esse principio não impede o uso da aplicação analógica extensiva das normas processuais. Ex: admite-se a interposição de RESE da decisão que rejeita o aditamento da denúncia (note que esta hipótese não está expressamente prevista no rol do art. 581). PROIBIÇÃO DA "REFORMATIO IN PEJUS“ - "TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELLATUM”. Quem recorreu não pode ter sua situação agravada em virtude do próprio recurso; O Tribunal deverá apreciar exclusivamente a matéria que foi objeto do pedido nele contido; Questiona-se a respeito da possibilidade de favorecer o réu quando o recurso for da acusação. Seria a “reformatio in mellius”; EFEITOS DO RECURSO Pode o recurso produzir diferentes efeitos, conforme sua natureza ou disposição legal, sendo eles os efeitos devolutivo, suspensivo, extensivo e regressivo. O efeito devolutivo, em sentido amplo, é comum a todos os recursos, ou seja, em todos os recursos, o conhecimento de determinada questão, será transferido para outra instância, geralmente superior (eventualmente da mesma instância - embargos declaratórios). efeito suspensivo, o recurso funciona como condição suspensiva da eficácia da decisão, que não pode ser executada até que ocorra o seu julgamento. A lei deve prever expressamente as hipóteses em que ocorre tal efeito; no seu silêncio, o recurso não impede a eficácia da decisão recorrida; O efeito extensivo está previsto no artigo 580 do CPP (CP art. 29) e se define que a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros“; o efeito regressivo, é o juízo de retratação, possibilitado ao prolator da decisão, que pode alterá-la ou revogá-la inteiramente, quando se trata de determinadas impugnações, como no caso de recurso em sentido estrito (art. 589). Juízo de admissibilidade Interposto o recurso, cabe ao órgão jurisdicional a quo verificar se deve ser ele processado e julgado. É o juízo de admissibilidade, já que verifica se estão presentes, no caso, os pressupostos objetivos e subjetivos do recurso; O recebimento do recurso pelo juiz a quo não subtrai do Juízo ad quem o exame dos pressupostos da impugnação; se aquele o conhecer, é possível que este não o faça, por entender não estar presente algum dos pressupostos exigíveis na hipótese. Em regra, portanto, o juízo de admissibilidade do recurso é feito em dois graus, ressalvada a hipótese de recurso para o mesmo órgão julgador. RECURSO DE OFÍCIO: A regra é que o recurso objetiva a reforma de uma decisão, assim, deve ficar a critério da parte sucumbente agir recursalmente. Isso é a chamada voluntariedade do recurso. É da característica de voluntariedade do recurso, que, a princípio, somente à parte inconformada deve ser conferida a liberdade para interpor recurso, mas a lei abre exceções; A lei prevê o recurso de ofício (recurso obrigatório, recurso necessário) que é uma providência imposta por lei no sentido do reexame de sentenças e decisões pelos órgãos judiciários superiores. São “recursos” que obrigatoriamente devem ser interpostos pelo juiz, na decisão, não transitada em julgado; São hipóteses de cabimento do recurso de ofício: a) Sentença concessiva de habeas corpus - Art.574 CPP. Art. 574 CPP – Inciso I - da sentença que conceder habeas corpus. OBS: Com a Lei 11.689/2008, considera-se revogado tacitamente o art. 574, II, CPP, pois incompatível com a nova absolvição sumária no tribunal do júri. b) Decisão concessiva de reabilitação - Art. 746 CPP. Art. 746 – CPP - Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício. c) Arquivamento de inquérito ou absolvição em crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública - Lei nº 1521/51 - Art. 7º. Obs: Atenção: não tem sido considerado como recurso, visto não ter o requisito da voluntariedade. Obs: assim, seria uma condição de eficácia da sentença, sem a qual a mesma não transita em julgado. Obs: alguns autores modernos entendem não ter sido recepcionado pela CF – se o juiz recorrer de ofício, como determina a lei, estaria agindo como órgão de acusação. CLASSIFICAÇÃO Quanto às suas fontes podem ser: Constitucionais; Legais, previstos no CPP e em outras leis processuais especiais; Regimentais, são os previstos nos regimentos dos tribunais (agravos regimentais) Quanto a abrangência: Recursos Ordinários: discute a matéria de direito e a matéria de fato (EX:apelação, RESE, e os embargos infringentes); Recursos Extraordinários: os que somente admitem impugnação quanto à matéria de direito (EX: recurso especial, recurso extraordinário, agravos e embargos de divergência) No Código de Processo Penal, os recursos são: a) em sentido estrito - RESE; b) apelação; c) embargos; d) agravos; e) recurso extraordinário; f) carta testemunhável; g) Correição parcial; h) recurso especial; i) Recurso ordinário. OBS: revisão criminal e habeas corpus não são recursos. agravo.pdf AGRAVO REGIMENTAL; AGRAVO EM EXECUÇÃO; AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO EM EXECUÇÃO é um recurso exclusivo da fase de execução, e está previsto no art. 197 da lei 7.210/84, (lei de Execução Penal – LEP). OBS: execução é a fase de cumprimento da pena imposta por sentença transitada em julgado. é próprio para combater todas as decisões do juiz da execução. Atenção: não é a matéria, mas o tipo de juiz que define que o recurso é cabível. A LEP não dispõe sobre o procedimento deste agravo, assim, utiliza-se o procedimento do RESE (portanto, é possível, inclusive, o juízo de retratação). São legitimados para interpor o agravo o Ministério Público, o condenado, além de seu cônjuge, parente ou descendente, todos na figura do defensor constituído ou nomeado (art. 195, LEP) O prazo para interposição é de 5 dias e 02 dias para razões (súmula 700 STF). O efeito do Agravo em Execução é somente devolutivo. Atenção: não tendo efeito suspensivo, se impetra Mandato de segurança (principalmente o Ministério Público) para conseguir a suspensão do ato (o argumento é o interesse social, uma vez que depois que o condenado sair da prisão dificilmente vai ser achado e trazido de volta). Atenção: segundo a súmula 192 do STJ, a competência do juiz é determinada pela esfera responsável pelo presídio – por isso, caso a condenação seja da JF, mas o condenado esteja cumprindo pena em presídio estadual, o processo será de competência do TJ, e não do TRF. Súmula 192 do STJ: “Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual”. AGRAVO REGIMENTAL Utiliza-se o AR para permitir que a decisão do relator seja revista por todos os membros do orgão, a fim de checar se ela está correta ou não. Ou seja, ao interpor agravo contra decisão monocrática pretende que a matéria ali julgada por um só membro seja reexaminada por todos os membros do órgão colegiado com competência para apreciá-la. Tem por escopo que a decisão não seja respaldada por um só membro de tribunal, mas pela sua composição coletiva. Procedimento: A interposição deve ser feita em petição dirigida ao prolator do despacho impugnado, contendo a exposição do fato e do direito e das razões do pedido de reforma do mesmo. Dando entrada na Secretaria do Tribunal, é protocolado e, inaudita altera pars, encaminhada ao prolator de despacho, que tem duas alternativas: a) reconsiderar o despacho impugnado; b) submetê-lo à decisão do órgão competente para julgar o feito em que se proferiu o despacho agravado (Plenário, Turma, Grupo de Câmaras ou Seção Criminal), sendo computado o voto do Relator. O prazo e as razões de interposição são regulamentados pelo regimento interno de cada tribunal. RI STF – art. 317: 5 dias RI STJ – art .258: 5 dias RI TJPA – art. 235: 5 dias obs: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em dobro para interpor agravo regimental no Superior Tribunal de Justiça. (STJ Súmula nº 116). Mesmo não aparecendo exatamente com o nome de Agravo Regimental (AR), este recurso aparece nos art. 20, II, art. 25, §2º, art. 28, §5º, e art. 39, todos da LEI 8038/90, e também no art. 625, §3º, do CPP. Alguns exemplos de cabimento do AR: • No caso de rejeição de plano de embargos infringentes; • Contra decisão do relator, em processo criminal originário, por prerrogativa de função, que: receber ou rejeitar a queixa ou a denúncia, ressalvado o disposto no art. 559 do Código de Processo Penal; conceder ou denegar fiança, ou a arbitrar; decretar a prisão preventiva; recusar a produção de qualquer prova ou a realização de qualquer diligência; • Contra a decisão do relator, indeferindo liminarmente o processamento de mandado de segurança, "habeas corpus", "habeas data", mandado de injunção ou revisão criminal. AGRAVO DE INSTRUMENTO O CPP é silente com relação a esse recurso. Caberia contra decisão que não admite recurso especial e recurso extraordinário. Com a lei a Lei 12.322/10, o STF editou resolução 450 que extingue o agravo de instrumento (AI) e cria uma nova classe processual, o ARE (Recurso Extraordinário com Agravo). Apesar da Lei 12.322 ter alterado o CPC (Código de Processo Civil), outra Resolução – a 451/2010 – dispõe que a nova sistemática processual também se aplica aos feitos que versem sobre matéria penal e processual penal, de forma que o STF não mais receberá os antigos agravos de instrumento. a partir dessas resoluções, passou a ser chamado apenas agravo. O Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) é utilizado contra a decisão que não admite recurso extraordinário à Corte. Com o ARE, os agravos destinados a provocar o envio de recursos extraordinários não admitidos no tribunal de origem deixam de ser encaminhados por instrumento (cópias), para serem remetidos nos autos principais do recurso extraordinário. A nova regra processual modificou não somente o meio pelo qual o agravo é encaminhado ao STF, mas também a sua concepção jurídica, já que o agravo deixa de ser um recurso autônomo, passando a influenciar o conhecimento do próprio R. extraordinário; Os ministros decidiram que essa sistemática também se aplica à matéria penal. Sumula nº 699 – STF: em matéria penal, a parte agravante deverá observar o prazo de 5 dias do art. 28 da Lei 8.038/90. APELA��O.pdf APELAÇÃO art. 593 a 603 do CPP CONSIDERAÇÕES Para NUCCI, cuida-se de recurso contra decisões definitivas, que julgam extinto o processo, apreciando ou não o mérito; Trata-se de um recurso de aplicação ambígua, eis que, conforme o caso, dá margem á confusão com o RESE, já que permite-se a interposição de apelação até mesmo contra decisões interlocutórias, desde que tenham força definitiva. A apelação é o recurso de “excelência”, porque admite o exame das questões de fato e de direito discutidas no processo, ainda que não tenham sidos examinadas por inteiro na sentença. Poderá, também, ser discutido na apelação fato ou direito superveniente, desde que favorável ao acusado. Prova nova é admissível bilateralmente, desde que se respeite o contraditório. CABIMENTO – art. 593 CPP. I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular: constituem as típicas decisões terminativas de mérito, acolhendo a denúncia ou queixa (condenação) ou rejeitando (absolvição) ATENÇÃO: O réu pode apresentar apelação contra decisão absolutória, desde que busque a mudança do fundamento. Ex.: se o juiz absolve o acusado, por insuficiência de provas, nada impede que a vítima ingresse com ação civil ex delicto. Entretanto, se o juiz absolve o acusado por ter agido em legítima defesa, a vítima nada pode requerer na esfera civil. II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular NOS CASOS NÃO ABRANGIDOS PELO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: são hipóteses que não julgam o mérito, mas terminam colocando fim a uma controvérsia surgida no processo principal ou em processo incidental, podendo ou não extingui-lo. São também chamadas de decisões interlocutórias mistas. Ex. -de decisões definitivas - sentença que homologa ou não o laudo pericial de pedido de busca e apreensão em crimes contra a propriedade imaterial; -de decisões com força de definitivas: - sentença de impronúncia na primeira fase do Tribunal do Juri; Obs: A apelação é recurso residual, ou seja, quando não se tratar de despachos de mero expediente, que não admitem recurso algum, nem for o caso de interposição de recurso em sentido estrito, resta a aplicação da apelação, desde que importe em alguma decisão com força de definitiva, encerrando algum tipo de controvérsia. III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: a)Ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b)For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa e à decisão dos jurados; c)Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d)For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos; OBS: a apelação com base na alínea “d”- não é admissível segundo apelo pelo mesmo motivo, evitando-se a prorrogação infindável dos julgamentos (CPP, 593, §3º). OBS: APELAÇÃO X PRINCIPIO DA SOBERANIA (JURI): Note que nos casos do inciso III não se ataca decisão do tribunal do júri por qualquer razão ou inconformismo, mas somente nos casos enumerados no inciso III, do artigo 593. Obs: Em função da unirrecorribilidade das decisões, havendo previsão expressa para a interposição de apelação, não pode a parte optar pelo recurso em sentido estrito, a pretexto de também estar prevista a matéria no contexto do artigo 581 – mas, observe o principio da fungibilidade. LEGITIMIDADE DO MP PARA APELAR Pode o representante do MP interpor o recurso em favor do réu, pois o promotor não está vinculado estritamente à acusação, podendo, respeitada a sua independência funcional, acreditar na inocência do acusado ou mesmo que a pena aplicada foi exagerada. O MP não tem legitimidade para recorrer da sentença absolutória em ação penal privada, uma vez que a titularidade da ação penal foi conferida ao particular e não ao Estado. O MP, mesmo na ação penal privada, pode apresentar apelação contra a decisão condenatória, que não aplicou corretamente a pena ou que, injustamente, sem provas suficientes, condenou o querelado. No caso de ação penal privada subsidiária da pública, há legitimidade recursal do MP em qualquer situação, pois a titularidade da ação penal é do Estado e somente foi transferida ao ofendido, diante da inércia inicial do órgão acusatório. Se a apelação não for interposta pelo MP, podem fazê-lo o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no artigo 31 (vide art. 598, do CPP). PROCEDIMENTO Deve ser interposta, por petição ou termo, no prazo de 05 dias a contar da intimação da decisão. ATENÇÃO: No caso de a apelação não for interposta pelo MP, poderá ser interposta pelo ofendido ou pelo assistente, o prazo para interposição será de 15 dias, contados do dia em que terminar o prazo do MP (Súmula 448, STF – Interpretação ao art. 598 CPP). Mas, nestes casos, se ofendido estiver habilitado nos autos, como assistente da acusação, uma vez intimado, o prazo será de 05 dias. Obs: Havendo dois ou mais apelantes ou apelados, os prazos serão comuns. O inconformismo pode ser total, discordando o réu, por exemplo, da condenação, da pena aplicada, do regime escolhido, etc., como pode ser parcial, questionando somente a pena aplicada ou o regime eleito para o cumprimento. Assinado o termo de apelação ou apresentada petição pelo defensor, haverá um prazo de 08 dias para cada parte oferecer as razões (apelante) e as contrarazões (apelado) - é oito + oito. Atenção art.41 da lei do juizado especial Atenção : para as contravenções o prazo é de 03 dias. A petição ou termo de apelação é dirigida ao juiz prolator da decisão impugnada, para que haja o recebimento do recurso. Em seguida, apresenta-se as razões, que serão dirigidas ao tribunal. O assistente da acusação apresentará suas razões no prazo de 03 dias, contados do término do prazo para o MP. A ausência de razões não acarreta nulidade, embora jamais possa deixar o juiz de intimar e assegurar às partes o direito de apresentá- las. A falta das razões não causa nenhum prejuízo ao réu, uma vez que o tribunal retomará o conhecimento pleno da questão da mesma forma. Atenção: Existe a possibilidade de apresentar as razões diretamente no tribunal; faculdade concedida somente à defesa (CPP, 600, §4º). Segundo o artigo 616, no julgamento das apelações, o tribunal, câmara ou turma poderá proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências. EFEITOS DA APELAÇÃO: Sentença absolutória, o efeito é meramente devolutivo. sentença condenatória deve ter efeito devolutivo e suspensivo. Não pode a sentença ser executada até que haja o trânsito em julgado - princípio da presunção de inocência. ATENÇÃO: executando-se a pena antes da condenação tornar-se definitiva, o sentenciado tem direito à execução provisória da pena. Admite-se que ele possa pleitear ao juiz das execuções criminais a progressão de regime, embora ainda esteja recorrendo da decisão condenatória (Súmulas 716 e 717, STF). "REFORMATIO IN PEJUS“ E "TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELLATUM“ Isso quer dizer que o tribunal, quanto à analise do recurso fica limitado ao pedido nele contido, não podendo ampliá-lo e, muito menos, agravar a situação de quem recorreu. Extensão = pedido - tantum devolutum quantum apelatum. Profundidade = fundamentos (causa de pedir) ATENÇÃO: Para examinar o que foi pedido no recurso, o tribunal está autorizado a rever, em profundidade, todas as questões antecedentes à apreciação do recurso. Isso não é desafio ao principio da proibição do reformatio in pejus. Em hipóteses muito especiais tem sido admitida a "reformatio in mellius", que seria beneficiar o réu no recurso da acusação ("reformatio in pejus" benéfica). Mas é questão controvertida. CORREI��O PARCIAL E CORRE��O PARCIAL.pdf CARTA TESTEMUNHÁVEL E CORREIÇÃO PARCIAL CORREIÇÃO PARCIAL A Correição Parcial, também chamada de Reclamação, serve para corrigir erros derivados de ação ou omissão do juiz. Ela não está prevista no CPP, e sim reconhecida na lei federal 5.010/66 (art. 6º e 9º) e em legislações esparsas de cada estado sobre a organização judiciária. É instrumento de impugnação de decisões que importem em inversão tumultuária de atos do processo e em relação às quais não haja previsão de recurso específico, podendo ser interposto por ambas as partes. O erro a ser corrigido pela Correição é normalmente de caráter procedimental, como: inversão de atos, supressão de atos necessários, decisões incompatíveis com o momento processual, demora em decidir, etc. Ex: Quando o juiz não remeter os autos de Inquérito Policial já concluído à polícia para a realização da diligência requeridas pelo Ministério Público; Quando o juiz determinar o retorno dos autos à polícia, para prosseguimento das investigações mesmo havendo pedido de arquivamento; De decisão que indeferir a oitiva de testemunha tempestivamente arrolada. PRAZO: O prazo é de 5 dias para interposição a partir da data do despacho ou ato impugnado; PROCEDIMENTO A Correição Parcial deverá ser interposta mediante petição escrita, dirigida ao Tribunal competente, expondo os fatos, o direito e as razões do pedido de reforma. Será instruída com cópia da decisão impugnada, da certidão de intimação do recorrente e das procurações outorgadas aos advogados; OBS: o relator, a pedido do interessado, poderá conferir efeito suspensivo à correição, bem como requisitar informações ao juiz. a correição será julgada, desde que não tenha havido reforma da decisão pelo juiz no juízo de retratação, hipótese em que o recurso restará prejudicado. CARTA TESTEMUNHÁVEL CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Carta testemunhável é recurso, porque contém um pedido de nova decisão, com modificação de decisão judicial anterior que denegou o recurso no sentido estrito, e é dirigido a outro órgão jurisdicional; É remédio utilizado pelo interessado para que a instância superior conheça e examine recurso interposto contra determinada decisão e que fora denegado ou tolido pelo juízo “a quo”. Ou seja, sua finalidade é a de evitar que o juiz “a quo” impeça que algum inconformismo chegue ao conhecimento do tribunal. cabimento (art. 639, CPP): da decisão que não receber o recurso na fase do juízo de admissibilidade; da decisão que admitido o recurso, obstar à sua expedição e seguimento ao juízo “ad quem”. ATENÇÃO: A Carta Testemunhável caberá apenas: - quando denegar o Recurso em Sentido Estrito; - quando for denegado o Agravo em Execução; OBS: note o teor do artigo 581, inciso XV do CPP. – caberá carta testemunhável indiretamente para quando denegar apelação; prazo : 48 horas. PROCEDIMENTO A extração da carta testemunhável é requerida por petição ao escrivão em 48 horas, com a indicação das peças que serão extraídas dos autos, para formação da carta. OBS: se houver recusa do escrivão poderá haver reclamação ao presidente do tribunal “ad quem”, que avocará os autos e aplicará sanções administrativas aos responsáveis. Uma vez extraída e autuada a carta, seguirá, em 1° grau, o rito do RESE, abrindo-se conclusão ao juiz para decisão de manutenção ou retratação. Não tem efeito suspensivo; se for provido o pedido, o tribunal receberá o recurso denegado pelo juiz, ou determinará o seguimento do recurso já recebido. DECIS�ES PROCESSUIAS.pdf DECISÕES PROCESSUAIS PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO Também chamado de princípio da adstrição ou da congruência; Refere-se à necessidade do magistrado decidir a lide dentro dos limites objetivados pelas partes, não podendo proferir sentença de forma extra, ultra ou infra petita. decisão extra petita é aquela proferida fora dos pedidos ou autor, ou seja, que concede algo além do rol postulado; decisão ultra petita é aquela que aprecia o pedido e lhe atribui uma extensão maior do que a pretendida pela parte. decisão infra petita, também conhecida como citra petita, deixa de apreciar pedido formulado pelo autor. No Processo penal: a correlação ou congruência é o que determina que entre a denúncia e a sentença deve haver sintonia, ou seja, correlação entre a acusação e a sentença. Desta forma o fato imputado ao acusado, na denúncia, deve guardar perfeita correspondência com o fato reconhecido pelo Juiz, na sentença. Ex: se o Ministério Público acusa A de ter roubado a casa de Z, o juiz não poderá, naquele processo, condenar A por ter roubado a casa Y, salvo se antes da sentença os fatos tenham sido corrigidos na forma prevista na legislação. No processo penal vigora o princípio da jura novit curia (princípio da livre dicção do direito), chancelando a hipótese que o juiz conhece do direito. Narra-me o fato que te direi o direito: narra mihi factum dabo tibi jus. Ou seja, o acusado não se defende da capitulação/tipificação no processo penal, mas dos fatos narrados na peça acusatória (denúncia/queixa). “EMENDATIO LIBELLI" E "MUTATIO LIBELLI“ Já se disse: os fatos narrados na inicial (denúncia ou queixa) devem manter relação lógica com a sentença, em obediência ao princípio da correlação entre a imputação e a sentença. Com a finalidade de alcançar o mencionado postulado normativo, é dado ao juiz dois instrumentos: a emendatio e a mutatio. Na emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição jurídica (veja art. 383 CPP). OBS: os fatos provados são exatamente os fatos narrados na inicial, mas distintos da tipificação indicada. a mutatio libelli, é quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual. Neste caso, deve o juiz remeter o processo ao Ministério Público que deverá aditar a peça inaugural. (veja art. 384 CPP) OBS: Os fatos provados são distintos dos fatos narrados na inicial. Vamos exemplificar: Emendatio libelli: o MP descreve na denúncia que W tinha posse legítima de coisa alheia móvel, e que passou a se comportar como dono da coisa, recusando-se inclusive a devolvê-la. Ao fim, denunciou W no crime do art. 155 CP (Furto) Note: 1- A conduta descrita não é a tipificação de furto, mas de apropriação indébita ( Art. 168 CP); ou seja, os fatos provados são exatamente os fatos narrados na inicial, mas distintos da tipificação indicada (descrito apropriação, indicado furto) 2 – Assim, provando-se que o fato descrito é verdadeiro, o juiz atribuirá a pena do art. 168 CP e não do 155 CP;(É o juiz corrige na sentença) Obs: Nos casos de Emendatio libelli, poderá haver redução ou majoração da pena inicialmente pedida (ex: doloso x culposo), ou ainda, permaneça inalterada (crimes com mesma pena). Obs: o réu se defende dos fatos, e não da tipificação criminal. Portanto, não há prejuízo algum para defesa, por isso não é necessário “retornar” ao inicio. Vamos exemplificar: Mutatio libelli: O MP, denuncia uma mulher em homicídio doloso, descrevendo que a mesma havia matado um recém nascido qualquer. Durante o processo, identifica-se que a vitima era seu filho e que o fato foi cometido pela mulher quando estava sob a influência do estado puerperal, dados estes que não constavam na denúncia. Note: 1 – Não se trata de uma mera mudança na classificação do crime, mas sim uma verdadeira mudança do contexto fático do caso. (matar o próprio filho x matar filho de outrem) -ou seja, Os fatos provados são distintos dos fatos narrados na inicial. 2- Aqui, deverá haver mudança na acusação, visto que, inicialmente, o MP, pelas circunstâncias que havia apurado, enquadrou em homicídio (art. 121 CP), mas, com desenrolar do processo, as circunstâncias correm para o infanticídio (Art.123 CP). (o juiz devolve a inicial para o Mp corrigir a Denúncia) Obs: como já se disse, o réu se defende dos fatos e não da capitulação criminal. CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DA EMENDATIO e MUTATIO Podem surgir fatos novos no decorrer da instrução criminal, os quais não foram alcançados pela narrativa inicial por serem desconhecidos , isso autoriza a mutatio libelli. Independente do encaminhamento do Juiz, se o MP encontrar fatos diferentes daqueles acostados na Denúncia, poderá requerer o aditamento no prazo de 05 dias, abrindo-se prazo para que a defesa se manifeste. Pode o aditamento ser feito oralmente pelo MP, sendo reduzido a termo. nas ações penais exclusivamente privadas não se aplica o instituto da mutatio libelli, por força da redação do caput do art. 384 do CPP. Caso o juiz envie a inicial para aditamento e o MP não a adite, o juiz remeterá os autos ao Procurador Geral de Justiça (art. 28, CPP), que poderá aditá-la ou enviar para outro membro do MP, para que o faça; Caso não seja aditada, o juiz dará prosseguimento regular ao feito, não podendo condenar o acusado por qualquer crime por conduta diversa da apontada na inicial, sob pena de nulidade. Admitindo-se o aditamento, cada parte poderá arrolar até 03 testemunhas, no prazo de 05 dias, para o prosseguimento da audiência. O Juiz fica adstrito ao aditamento. O §1º do art. 383 passou a prever que se em consequência de o juiz reconhecer definição jurídica diversa, analisar que existe a possibilidade de aplicar a suspensão condicional do processo (art. 89, da Lei 9.099/95), deverá proceder de forma a permitir/viabilizar que a mesma seja proposta pelo MP. •§2º do art .383: se por questões de nova definição jurídica o crime passar a ser de competência de outro juízo, os autos deverão ser a esse remetidos. Ex: doloso contra vida - juri x culposo contra vida Juiz singular. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DAS DECISÕES PROCESSUAIS. as decisões proferidas deverão ser conhecidas, divulgadas, de maneira a permitir à todos os envolvidos no conflito o pleno conhecimento de forma a avaliar a decisão, podendo concordar ou não com ela; Verificar no art. 5º, inc. LX e art. 93, inc. IX, ambos da Constituição Federal de 1988; O princípio da publicidade permite que os atos processuais sejam suscetíveis de conhecimentos pelos interessados e envolvidos no processo, como também por qualquer pessoa. Todo processo é público, isto, é um requisito de democracia e de segurança das partes (exceto aqueles que tramitarem em segredo de justiça) é o ato de publicidade que permite o controle das decisões. A publicidade minimiza o arbítrio e permite identificar a regularidade processual e a justiça. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES PROCESSUAIS. Motivação = Fundamentação; A motivação – fundamentação é requisito de validade do pronunciamento decisórios da Justiça, ou seja “o Estado se justifica”, por intermédio do juiz; visa proteger a Justiça do arbítrio e da parcialidade do julgador. O princípio permite a aferição da imparcialidade do julgador, da legalidade e da justiça da decisão. Verificar artigo. 93, inciso IX; A CF/88, proíbe as decisões judiciais despidas de fundamentação, sendo estas passíveis de nulidade. Verificar art. 381 e 382 CPP. ATOS JURISDICIONAIS PENAIS DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE . DECISÕES: 1- INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES; 2 - INTERLOCUTÓRIAS MISTAS OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS; • TERMINATIVA • NÃO TERMINATIVA 3 – DEFINITIVAS ( sentenças): • TERMINATIVA DE MÉRITO • CONDENATÓRIA • ABSOLUTÓRIA: o PROPRIA. o IMPROPRIA. DESPACHOS: são meras movimentações administrativas para que o processo seja encaminhado corretamente; Por exemplo, quando um juiz manda o oficial de justiça citar um réu, ele está despachando. Quando um juiz determina que o escrivão numere as páginas de um processo, ele está despachando Como o despacho não é uma decisão, não cabem recursos contra ele, em regra: • exceção: despacho que rejeita o denúncia cabe Recurso em sentido estrito DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES: É o ato pelo qual o juiz decide questão incidental com o processo ainda em curso. Note-se que a decisão interlocutória não põe fim ao processo, diferente da sentença. Como por exemplo, a decisão de não intimar uma testemunha ou de não aceitar o parecer apresentado, é uma decisão interlocutória. Resolvem questões incidentes no processo sem ingressar no mérito da causa; Decisões interlocutórias simples são todas aquelas decisões que não põem fim ao processo. Como são decisões, cabe recurso. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS MISTAS: Não-terminativas: encerram uma fase, uma etapa processual, sem pôr fim ao processo. Ex.: decisão de pronúncia na 1ª fase do juri; Terminativas: encerram o processo sem julgamento do mérito. Ex: decisão de impronúncia na 1ª fase do juri; As decisões interlocutórias mistas são recorríveis; DECISÕES DEFINITIVAS (sentenças): TERMINATIVA DE MÉRITO: é a decisão que julga o mérito sem condenar ou absolver o réu, como, por exemplo, extinção da punibilidade. É recorrível. - veja art. 107 CP. ABSOLUTÓRIA: - própria: julga improcedente a pretensão punitiva e não impõe qualquer sanção penal; - imprópria: proferida para o réu inimputável, não acolhe a pretensão punitiva, mas reconhece o cometimento da infração penal e impõe medida de segurança (art. 386, par. ún., inc. III); CONDENATÓRIA: julga procedente no todo, ou em parte, a pretensão punitiva. Quanto ao sujeito, as sentenças podem ser: subjetivamente simples: sentença proferida por órgão monocrático - juiz de primeiro grau; subjetivamente plúrima: sentença proferida por órgão colegiado homogêneo - tribunais; subjetivamente complexa: sentença proferida por mais de um órgão, como o Tribunal do Júri, que decide o crime e a autoria, e o juiz, que decide a pena a ser aplicada. Requisitos da Sentença (art. 381 CPP) 1- relatório (exposição ou histórico) - está previsto no art. 381, I e II do CPP: - É um resumo histórico do que ocorreu nos autos, de sua marcha processual. Pontes de Miranda: “história relevante do processo”. -deve conter o nome e a qualificação das partes, a exposição sucinta da acusação e da defesa e o resumo dos atos incidentes processuais. -É a maneira de se comprovar que o juiz examinou o processo e tem conhecimento de seu conteúdo. -O relatório é imprescindível, pois assegura o contraditório. OBS: exceção encontra-se na Lei n. 9.099/95, que admite sentença proferida sem relatório. OBS: Verificar - ART. 564,IV – CPP 2-fundamentação ou motivação (381, III, CPP) -requisito no qual o juiz embasa os motivos que o levaram a adotar aquela decisão -é uma obrigação constitucional a fundamentação das decisões (art. 93, inc. IX, da CF). - A fundamentação garante a atuação equilibrada e imparcial do juiz, controla a legalidade das decisões e garante que os argumentos da partes foram examinados. - A sentença sem fundamentação é nula. OBS: EXCEÇÃO - Tribunal do Júri – o veredicto é absolutamente sigiloso não podendo ser fundamentado. Obs: Fundamentação per relatione: ocorre quando o julgador, em sua decisão, adota como razões de decidir a fundamentação utilizada em manifestação anterior no processo. Ex.: quando o Tribunal adota a fundamentação do juiz de primeiro grau. 3- dispositivo: -é a decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado após a fundamentação da sentença - contém o comando da decisão, ou seja, o julgamento. nada mais é do quem, a conclusão do Magistrado diante o caso -A sentença pode ser condenatória ou absolutória. -Se condenatória, deverá trazer o tipo penal no qual foi incurso o acusado, a dosimetria da pena e o regime inicial de cumprimento. -Se absolutória, deverá trazer o fundamento da absolvição (incisos do Art. 386 CPP). 4 – Autenticação: A data, local e a assinatura do Juiz. Intimação da sentença é a partir da intimação que se conta o prazo para o recurso. Formas de intimação: a) Ministério Público, Defensor Público e advogado dativo - intimação pessoal. b) Advogado. Intimação pela imprensa (Diário Oficial) c) Sentença absolutória: Réu solto: intimação pessoal ou na pessoa de seu defensor; Réu preso: intimação pessoal. d) Sentença condenatória: Réu solto: intimação pessoal ou por edital (se não localizado); Réu preso: intimação pessoal. FORMAÇÃO DA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL. Chama-se coisa julgada a decisão judicial de que já não caiba recurso. chega um momento em que o litígio é resolvido definitivamente, sem possibilidade de ser novamente proposto à análise de qualquer juiz, assim, a decisão se torna imutável(BARROS, 1969, p.225). coisa julgada, portanto, é a própria coisa discutida depois que o juiz se pronuncia sem mais qualquer possibilidade de recurso ou de mudança de decisão." (BARROS, 1969, p.225) FUNDAMENTO DA COISA JULGADA A coisa julgada se fundamenta no princípio non bis in idem. (MIRABETE, 1996 p. 219); O fundamento da coisa julgada está na segurança e estabilidade da ordem jurídica.“(NOGUEIRA, 1995, p. 134) Note que se não houvesse a coisa julgada, não haveria fim do litígio. Sempre viria uma revisão de julgamento ou uma nova ação; CLASSIFICAÇÃO a doutrina classifica a coisa julgada em coisa julgada formal e coisa julgada material. A coisa julgada formal é quando não se pode, em um mesmo processo, modificar a sentença por ter havido a preclusão dos recursos, ou seja, quando a parte perde o direito de agir em determinado prazo que lhe foi conferido. - é quando as partes não mais podem discutir a sentença e seus efeitos. Coisa julga da material é quando não se pode modificar a sentença no mesmo processo ou em qualquer outro, ou seja, já houve o proferimento de uma decisão definitiva. - A coisa julgada material projeta seus efeitos para fora do processo, impedindo que qualquer juiz possa julgar novamente a mesma questão, sempre que a nova ação tenha as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. Vamos a exemplos: Sobre coisa julgada Material: Supondo que Tício propôs uma ação para pleitear um direito X. Perdeu em 1ª instância. Recorreu para o TJ. Perdeu e recorreu para o STF. O julgamento do STF faz coisa julgada material, o que significa que está decidido definitivamente sobre o direito X. É aquilo e pronto. As partes deverão cumprir o decidido. Outra suposição... Mévio propôs ação, teve o pedido negado e recorreu para o TJ. O TJ decidiu, transcorreu o prazo para recursos, e ninguém recorreu. A decisão do TJ faz coisa julgada material. Decisão imutável. Sobre coisa julgada formal... Ariosto propôs uma ação requerendo o direito X. O juiz, sem analisar o pedido (por exemplo, a petição estava ininteligível) extingue o processo. A coisa julgada é formal, pois a decisão é irrecorrível apenas dentro desse processo. Ariosto poderá propor uma nova ação para pleitear o mesmo direito X. COISA JULGADA X MUTABILIDADE DA DECISÃO A Constituição protege a coisa Julgada. No art. 5º, XXXVI está determinado que: "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.“; No entanto a coisa julgada, ou seja, a impossibilidade de revisão da sentença condenatória no nosso ordenamento NÃO É ABSOLUTA, pois se admite a revisão criminal (art. 621. CPP) Portanto, na esfera penal, a sentença condenatória após trânsito em julgado poderá ser revista: -se descobrirem provas novas da inocência do condenado. -se ocorrem circunstâncias que determine ou autorize a diminuição da pena. -quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; -quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos. COISA JULGADA X PRECLUSÃO Preclusão: é a extinção de um direito processual por não tê-lo exercido seu titular no momento oportuno.”(MIRABETE, 1996, p. 219). A preclusão é a perda de uma faculdade processual. Diferença entre preclusão e coisa julgada: -na preclusão há tão somente a extinção de um direito processual por não ter sido exercido pelo titular no momento oportuno; -Na coisa julgada, também tem força preclusiva, mas diz respeito ao litígio, ao seu mérito. Exceção de coisa julgada Já vimos que, existindo o trânsito em julgado de uma decisão, não será possível a propositura de outra ação com base na mesma conduta criminosa e com a mesma identidade de partes e mesmo pedido. Assim, ao final de um processo, seja com sentença condenatória ou absolutória irrecorrível, o simples surgimento de um novo já acarreta prejuízo para o acusado - non bis in idem. Tendo o acusado sido levado a novo processo pelo mesmo fato, poderá ele propor a exceção da coisa julgada, coforme art.110 do CPP. Note: para procedência da arguição “é necessário que a mesma coisa seja novamente pedida pelo mesmo autor, contra o mesmo réu e sob o mesmo fundamento jurídico do fato”(CAPEZ, 2005). Obs: Para que a parte possa opor a exceção de coisa julgada é necessário que na segunda ação tenha o juiz recebido a denúncia ou a queixa. Se apenas for instaurado um segundo inquérito policial, caberá à parte impetrar ordem de habeas corpus visando seu trancamento. Obs: havendo duplo julgamento pelo mesmo fato, sendo em ambos proferida sentença condenatória, prevalecerá a que primeiro transitou em julgado. VEJAMOS a seguinte questão suscitada por Fernando Capez (2005, p. 359): “No concurso formal, o agente com uma só ação provoca dois ou mais resultados. Pergunta-se: se no primeiro processo a denúncia referiu-se a apenas um dos resultados, e a decisão transitou em julgado, seria possível uma segunda ação com relação ao segundo resultado? Resposta: se a primeira sentença foi condenatória, sim, pois posteriormente será feita a unificação de penas no juízo das Execuções Criminais. Se foi absolutória, não, o fato originário é o mesmo, e poderia haver incompatibilidade com a segunda decisão” embargos.pdf EMBARGOS DE DECLARAÇÃO; EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADES; EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ( LEI 8.038/90) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO É meio voluntário de pedir a reparação de um gravame decorrente de obscuridade, ambigüidade, omissão ou contradição do julgado. Embora possa ocorrer, não ensejam a modificação substancial da decisão, pois se destinam a esclarecimentos ou pequenas correções, São cabíveis contra decisões quando nessas houver ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão: Da decisão de 1° grau (embarguinhos), em que deverão ser dirigidos ao juiz singular; De decisão de órgão de 2o. grau, em que deverão ser dirigidos ao relator do acórdão. ATENÇÃO: Os embargos estão regulados pelos art. 382 (para sentença de juiz singular) e art. 619 e 620 (para acórdão), portanto, seriam cabíveis para sentenças e acórdãos. No entanto, apesar de só estarem legalmente previstos contra estas duas decisões, os embargos podem ser interpostos contra qualquer decisão judicial. Prazo para oposição: 2 dias, contados da intimação; 05 dias - Juizado Especial Criminal. PROCEDIMENTO: Os Embargos deverão ser dirigidos ao juiz que prolatou a decisão ambígua, obscura, contraditória ou omissa; Os embargos deverão ser interpostos por petição, onde constem os pontos em que a decisão é ambígua, obscura, contraditória ou omissa. Atenção: A interposição dos embargos faz com que se interrompam os prazos para interposição de recursos (ou seja, eles param de correr e depois de decididos os embargos voltam do zero, assim inicia-se novamente a contagem do prazo). Mas atenção, há entendimentos que no JECrim, no entanto, o efeito é suspensivo (o prazo volta a correr de onde parou). Atenção: A ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão, podem, para ser resolvidas, implicar modificação do julgado, dizendo-se, então, que os embargos de declaração têm efeito infringente. Ex: Para corrigir equívoco relativo a intempestividade do recurso. • Então... Emb. de Declaração têm efeitos modificativos ou infringentes, ou seja, quando houver omissão ou contradição relevante, o recurso pode causar a alteração da decisão. Se altera, é preciso intimar a parte contrária. Na situação normal, dispensa a parte contrária, não havendo necessidade de apresentar contrarrazões nesse sentido. Mas, Com efeitos modificativos, é preciso ter esse cuidado com a outra parte da lide. EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADES. São recursos exclusivos da defesa e oponíveis contra a decisão não unânime de órgão de 2ª instância - parágrafo único do art. 609- CPP; A alternativa "infringentes ou de nulidade" significa que a matéria pode referir-se tanto ao mérito quanto à nulidade, desde que a questão tenha sido decidida de maneira não-unânime. Portanto, o Cabimento, é da decisão de segundo grau, no todo ou em parte não-unânime, desfavorável ao acusado; Obs: Se a decisão for somente em parte divergente, somente sobre essa parte é que poderá incidir o recurso. PRAZO: 10 dias, após a publicação do acórdão não unânime no DO. PROCEDIMENTO Oposição de petição acompanhada pelas razões e dirigida ao relator do acórdão embargado, que determinará o processamento; Serão definidos novo relator e revisor que não tenham tomado parte da decisão embargada; autos vão conclusos ao relator, que apresentará relatório e o passará ao revisor; Julgamento - votarão o novo relator e o novo revisor, bem como os outros integrantes da câmara que haviam tomado parte no julgamento anterior, os quais poderão manter ou modificar seus votos; OBS: Nova decisão (ainda que não unânime) não cabem novos embargos infringentes. Atenção: Entende-se que só é admissível os embargos infringentes se o acórdão foi proferido em análise de recurso no sentido estrito e na apelação, em virtude de sua vinculação ao art. 609-CPP. Não cabem esses embargos em habeas corpus e revisão criminal. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA A Lei n. 8.038/90 prevê a possibilidade de embargos das decisões da turma que divergirem, da decisão de outra turma, da seção ou do órgão especial. Tratam-se de recursos utilizados para uniformizar a jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça Assim, tem como objetivo, afastar um conflito de entendimento na jurisprudência interna do tribunal superior. Obs: Decisões de outros tribunais não caracterizam divergência. CABIMENTO: para que caibam os embargos de divergência, é preciso que: a) tenha havido decisão colegiada, ou seja, um acórdão, não sendo possível interpor embargos de divergência contra decisão isolada de relator; b) o acórdão tenha sido proferido por Turma; e c) esse acórdão tenha decidido um recurso especial (no STJ) ou um recurso extraordinário (no STF). Esses embargos devem ser interpostos no prazo de 15 dias, com o procedimento previsto no regimento interno do Tribunal. O STJ funciona em três Seções especializadas, cada qual composta por duas Turmas: -Primeira Seção é formada pela 1.ª e 2.ª Turma -Segunda Seção formada pela 3.ª e 4.ª Turma -Terceira Seção formada pela 5.ª e 6.ª Turma. Obs:A matéria criminal no Âmbito do STJ é da alçada da Terceira Seção, portanto, julgada pela 5.ª e 6.ª Turma. Os embargos de divergência serão julgados: *Pela Seção, quando houver divergência entre Turmas da mesma Seção (divergência entre a 5.ª e a 6.ª Turma será julgada pela 3.ª Seção); *Pelo órgão Especial, quando houver divergência entre turmas de Seções diferentes; entre Turma e outra Seção, ou entre a turma e o próprio Órgão Especial. Obs: O STF é definido em apenas duas turmas. EXECU��O PENAL.pdf EXECUÇÃO PENAL EXECUÇÃO PENAL A fase da execução começa com o trânsito em julgado da sentença, que torna-se, título executivo judicial. Na execução, a sentença será cumprida, ou seja, a pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou pecuniário serão executadas. Obs: Ressalta-se que o condenado já tem ciência da ação penal ajuizada, assim, a citação é dispensável, uma vez que foi intimado da sentença penal condenatória e exerceu o seu direito de recorrer. ATENÇÃO: citação se faz necessária em casos de condenação a pena de multa, isso porque o início do cumprimento da pena fica a cargo do sentenciado, consoante dispõe o artigo 50 do CP (prazo de 10 dias). Se por ventura o condenado não pagar a multa, será intimado pelo próprio juízo da condenação. 2. PRINCÍPIOS DA EXECUAÇÃO PENAL: a)Da humanidade das penas - (art.5º, XLVII e XLIX, CF/88): Veda-se, expressamente em lei, as penas de caráter perpétuo, de banimento, cruéis, de trabalhos forçados e de morte, salvo em caso de guerra declarada; b)Da legalidade (art.5º, XXXIX, CF/88 – CP, art. 1°): a pena a ser aplicada e posteriormente executada deve estar contida previamente em lei vigente, sendo inadmissível que seja tal punição cominada em regulamento infralegal. De forma expressa, tal característica está na CF e no CP; c) da personalidade (art.5º, XLV, CF/88): a personalização da pena refere- se em a pena não ultrapassar a pessoa do condenado; d)Anterioridade (CP, art. 1°, e CF, art. 5°, XXXIX): para que seja válida a pena aplicada, a expressão legal penal já deve estar vigendo no momento em que for praticada a infração penal. e) Da inderrogabilidade: A pena será aplicada quando se configurar simetricamente o tipo penal com a ação empregada pelo indivíduo. No entanto, certas situações podem excluir a ilicitude (ex: o exercício regular de direito - art. 23, III - CP). O principio em questão norteia que não pode haver extinção da pena por mera liberalidade do juiz ou qualquer autoridade. f)Da proporcionalidade (art.5º, XLVI, CF/88 e art.59, C P): a cominação da pena em abstrato, deverá levar em consideração à gravidade do delito, ou seja, sua danosidade social, de modo a chegar a uma pena proporcional. g) Da individualização da pena (art.5º, XLVI, CF/88): a pena deverá ser imposta ao criminoso de acordo com o grau de culpabilidade e em vista de certos requisitos a serem avaliados na cominação da penalidade. 3- Juízo Competente A competência do magistrado da execução começa com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória; A LEP institui no artigo 65: “A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença”. Em regra, a competência será do juiz especializado (JUIZ DA EXECUÇÃO), exceto em se tratando de Vara Única, que será do próprio magistrado que prolatou a sentença. Sobre o assunto, prescreve a Súmula 192 do STJ: “Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual”. OBS: Contudo, ressalta-se que já se entendeu que, se o condenado pela Justiça Militar estiver recolhido em estabelecimento prisional a ela subordinado, as normas da Lei de Execução penal não serão aplicadas. OBS: aos sentenciados com foro privilegiado, será competente o Tribunal que os julgou. ESPÉCIES DE PENA a) Pena Privativa de Liberdade: - Reclusão; - Detenção; - prisão simples. b) Pena Restritiva de Direitos: - prestação pecuniária; - perda de bens e valores; - prestação de serviços à comunidade ou a entidades pública; - interdição temporária de direitos; - limitação de fim de semana; c) Pena de Multa: 6 - A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 6.1 – CONCEITOS E TIPOS: também conhecida como pena de prisão, que têm como objetivo privar o condenado do seu direito de locomoção (ir e vir); Pode ser: a)Reclusão; b)Detenção; Obs: alguns autores adotam ainda a prisão simples - para as contravenções penais - semi-aberto ou aberto - art. 6° da LCP – não pode ser cumprida em local onde estejam criminosos. A diferenciação entre reclusão e detenção se restringe quase que exclusivamente ao regime de cumprimento da pena - art. 33, caput do Código Penal: reclusão: deve ser feito em regime fechado, semi-aberto ou aberto; Detenção: não se admite o regime inicial fechado – o início da execução da pena será em regime semi-aberto ou aberto. Obs:é possível a transferência do condenado da pena de detenção para regime fechado, demonstrada a necessidade da medida. OBS:O juiz, ao aplicar a pena ao sentenciado, é quem irá determinar o regime inicial de seu cumprimento, conforme art. 110 da LEP (estabelecer na sentença o regime inicial de cumprimento da pena) 6.2 - Regimes de cumprimento de Pena: a) Fechado: cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou média; b) Semi-aberto: cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar; c) Aberto: trabalha ou freqüenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se em Casa do Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga – atenção: tornozeleira eletrônica. d) Regime Disciplinar Diferenciado- art.52 da LEP, com redação da lei n° 10.792/2003: para o condenado definitivo e o preso provisório que cometerem crime doloso capaz de ocasionar subversão da ordem ou subversão da disciplina interna; recolhimento em cela individual; Visitas semanais de duas pessoas por duas horas; duas horas de banho de sol por dia; prazo máximo de 360 dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie; essa sanção somente poderá ser aplicada por prévio e fundamentado despacho do juiz competente e manifestação do MP e da defesa. RDD – INCONSTITUCIONALIDADE. 6.3 Progressão e regressão de Regimes: Conceito: trata-se da passagem do condenado de um regime mais rigoroso para outro mais suave (progressão) ou para uma mais grave (regressão), de cumprimento da pena privativa de liberdade, desde que satisfeitas as exigências legais. Requisitos para a progressão: requisito objetivo: cumprimento de pena no regime anterior (1/6) da pena. Obs: A cada nova progressão exige-se o requisito temporal. O novo cumprimento de 1/6 da pena, porém, refere-se ao restante da pena e não à pena inicialmente fixada na sentença. Requisito subjetivo: bom comportamento carcerário, assim atestado pelo diretor do presídio. ainda necessário, atualmente para a progressão, “decisão motivada e precedida de manifestação do MP e do defensor, conforme art. 112, da LEP e acolher a manifestação do Conselho Penitenciário, conforme art. 131 da LEP, Obs: o condenado por crime contra a administração pública, que necessita, ainda um terceiro requisito, qual seja, a reparação do dano ou a devolução do produto do ilícito acrescidos de juros e atualização monetária. Para regressão: preso que comete falta grave – vide art. 50 da LEP; A progressão de Regimes e a Lei de Crimes Hediondos - Lei n. 8072/1990: a progressão de regime no caso dos condenados por crime hediondo, dar-se-á: após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Atenção: a regra acima passou a viger a partir de 28/03/2007, que é a data da Lei 11.464. Veja a regra: 1/6 da pena nos crimes em geral; 1/6 nos crimes hediondos e afins cometidos antes de 28/03/2007. (Data de vigência da Lei 11.464 que agravou este requisito). 2/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007, quando o apenado for primário. 3/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007 quando o apenado for reincidente. 7 - Exame Criminológico Para Cezar Roberto BITENCOURT: "é a pesquisa dos antecedentes pessoais, familiares, sociais, psíquicos, psicológicos do condenado, para obtenção de dados que possam revelar a sua personalidade...busca descobrir a capacidade de adaptação do condenado ao regime de cumprimento da pena; a probabilidade de não delinquir; o grau de probabilidade de reinserção na sociedade, através de um exame genético, antropológico, social e psicológico“. súmula vinculante nº 26 – STF e súmula 439 – STJ: uniformizam o entendimento jurisprudencial sobre a facultatividade da realização do exame criminológico para a progressão do regime. Embora o exame criminológico não se caracterizar como um requisito obrigatório para a progressão do regime, é admitido para formação do convencimento do juiz quanto ao merecimento do réu, desde que a decisão seja fundamentada e adequada ao caso concreto. 8 - Detração Penal. É a compensação de prisão provisória cumprida anteriormente. Obs: só é possível para fatos ocorridos antes da nova prisão. Isto é, o cumprimento de prisão provisória anterior ao fato que leva a nova prisão não pode ser considerado para abatimento do período a ser cumprido em razão da nova condenação. Obs: alguns aceitam que pode ocorrer quando o individuo for condenado, tendo cumprido determinado tempo, venha a ser absolvido em Superior Instância. Esse tempo cumprido, computa-se a outra condenação. 9 - Remição Penal. Remição é um instituto que permite diminuir, pelo trabalho, pelo estudo, e por atividades artístico-culturais, parte da pena. É contado: Para cada três (3) dias de trabalho é remido, ou seja, é reduzido um (1) dia de pena; Para cada 12 horas de curso ou atividade também é reduzido um (1) dia de pena. ATENÇÃO: Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido 10 – ANISTIA E GRAÇA OU INDULTO: 10.1 ANISTIA: é a declaração, pelo poder público, de que determinados fatos se tornaram impuníveis por motivo de utilidade social. •Volta-se a fatos, não a pessoas. •Pode ocorrer antes da condenação definitiva (anistia própria) ou após o trânsito em julgado da condenação (anistia imprópria). •Tem a força de extinguir a ação e a condenação, sem deixar efeitos secundários. •Destina-se a crimes políticos, mas pode ser estendida a crimes comuns, não cabendo para crimes hediondos e assemelhados (art. 5º, XLIII, CP). •Uma vez concedida, não pode ser revogada. •É geral ou parcial, podendo beneficiar todos que praticaram o delito, ou apenas alguns (ex: os não reincidentes). •Concedida através de lei editada pelo Congresso Nacional, possuindo efeito ex tunc, apagando o crime e os efeitos da sentença, mas não atinge os efeitos civis. 10.2 - Graça ou indulto individual: •NUCCI: “É a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a fatos criminosos”. •A CF a chama de graça (art. 5º, XLIII), enquanto que a LEP (arts. 188 a 192) a chama de Indulto Individual. Aceitam-se as duas definições. •É um perdão concedido pelo Presidente da República, mediante avaliação discricionária, não sujeita a recurso. •Pode ser total ou parcial. •Total: alcança todas as sanções impostas ao condenado. •Parcial: alcança apenas alguns aspectos da condenação, reduzindo ou substituindo a sanção originalmente aplicada. Pressuposto para a concessão do indulto individual: existência de sentença condenatória com trânsito em julgado. •OBS: Apagará apenas os efeitos executórios da condenação, mas não os secundários (reincidência, lançamento de nome no rol dos culpados, obrigação de indenizar a vítima). •OBS: uma vez concedido, torna possível a extinção da medida de segurança 10.3- Indulto Coletivo: •É a Clemência destinada a um grupo de sentenciados, tendo em vista a duração das penas aplicadas, podendo exigir requisitos subjetivos (ex:primariedade, comportamento carcerário, antecedentes) e objetivos (ex: cumprimento de montante de pena, exclusão de certos tipos de crimes). •Tal qual o indulto individual pode ser total ou parcial. •Total: alcança todas as sanções impostas ao condenado. •Parcial: alcança apenas alguns aspectos da condenação, reduzindo ou substituindo a sanção originalmente aplicada. 11 - LIVRAMENTO CONDICIONAL. 11.1 - Conceito. Consiste numa liberdade antecipada do apenado, que é concedida de modo precário e exige o cumprimento de determinadas exigências previamente estabelecidas. Atenção: Embora se possa concluir textualmente que o livramento condicional se trata de uma faculdade cabível ao apenado, pois a lei fala que o “juiz poderá” concedê-lo, o entendimento corrente é no sentido que ele não decorre de ato judicial discricionário, sendo obrigatória tal benesse quando verificados os requisitos. 11.2 – Concessão do Livramento condicional. O livramento condicional pode ser concedido independentemente do regime a que estiver submetido o condenado; O livramento condicional poderá ser requerido pelo sentenciado, pelo seu cônjuge ou por parente em linha reta, bem como por proposta do diretor do estabelecimento penal ou por iniciativa do Conselho Penitenciário; A competência para a concessão do Livramento Condicional é do Juiz da Execução. 11.3 - Requisitos - art. 83 CP: a)Concedido ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos; obs: suspensão condicional da execução da pena ou sursis – pena inferior a dois anos b)cumprida mais de 1/3 da pena, se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; c)cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; d)comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; e)tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; f) cumprido mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. 11.4 - Revogação: revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível: a)por crime cometido durante a vigência do benefício; b)por crime anterior, observado o disposto no art. 84.CP; c)se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, de observar proibições inerentes à pena acessória ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. (arts. 86 e 87 CP). Obs:As condições obrigatórias do livramento condicional são as definidas no § 1º do art. 132 da Lei de Execução Penal. Obs: As condições facultativas, também chamadas judiciais, são estabelecidas no § 2º do art. 132 da Lei de Execução Penal. O juiz as fixará conforme entender necessárias, levando em conta, é claro, o fato praticado e as condições pessoais do apenado. habeas corpus.pdf NOÇÃO CONCEITUAL DO HC. O inciso LXVIII do artigo 5º da Constituição da República dispõe que "conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder“. É o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder". O habeas corpus presta-se à impugnação de: atos administrativos praticados por quaisquer agentes na condição de autoridade; atos judiciários; e atos praticados por particulares, a qualquer título ou sob qualquer pretexto. OBS: O habeas corpus possui a natureza jurídica de ação. É uma ação penal popular constitucional, embora por vezes possa servir
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