Buscar

Direito Processual Penal II - Apostila

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

TEORIA GERAL DOS RECURSOS NO PROCESSO PENAL.pdf
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
NO PROCESSO PENAL 
ANTAGONISMO DO SISTEMA RECURSAL 
A existência de um número grande de recursos
retarda a estabilidade da decisão,
comprometendo-se a paz social necessária que
adviria da conclusão definitiva do processo;
Ao ser permitido a possibilidade do reexame
das decisões, aumenta-se a probabilidade de que
a decisão seja a melhor;
CONCEITOS:
A palavra recurso deriva do latim - Recursus - que significa retrocesso, do
verbo recurro - de voltar, retornar, retroceder;
 recurso é o pedido de nova decisão judicial, com alteração de decisão
anterior, previsto em lei, dirigida, em regra, a outro órgão jurisdicional,
dentro do mesmo processo.(Vicente Greco);
Recurso é o pedido de reexame de uma decisão judicial, para que seja
promovida a reforma ou modificação, ou apenas a invalidação da sentença
proferida. São previstos em lei, dirigidos ao mesmo órgão hierarquicamente
superior, dentro do mesmo processo.
Recurso é o reexame de uma decisão.(Fernando da Costa Tourinho Filho).
PORQUE EXISTEM OS RECURSOS? - FUNDAMENTOS GERAIS -
NECESSIDADE PSICOLÓGICA: Insatisfação do vencido diante de uma
decisão contrária.
FALIBILIDADE HUMANA: Não se pode ter em absoluta regra de que nunca
haverá um erro do órgão jurisdicional. Se houver uma falha, poderá ser
corrigida.
COMBATE AO ARBÍTRIO: Que poderia existir se a decisão do órgão
jurisdicional nunca fosse modificada. O recurso existe, também, para
tentar coibir o raciocínio arbitrário do julgadores.
Obs: Esses fundamentos se coadunam no principio do DUPLO GRAU DE
JURISDIÇÃO .
FUNDAMENTO JURÍDICO DO RECURSO - O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
A base está no direito de poder recorrer, ou seja, de que as decisões possam submeter-
se a reexames sucessivos viáveis, visando adquirir uma melhor decisão possível ao
caso.
- como regra, o recurso exige dualidade de jurisdições, uma inferior (da qual se recorre)
e outra superior (para a qual se recorre).
OBS: às vezes o recurso é dirigido para o próprio prolator da decisão (ex.: embargos de
declaração).
OBS2: também há casos em que não existe um duplo grau de jurisdição (ex.: hipótese
da ação penal originária -STF).
Há conflito doutrinário acerca de ser princípio existente no texto Constitucional;
 Estrutura do poder judiciário em instâncias;
artigo 5º, LV;
adesão ao Pacto de São José da Costa Rica, cujo texto refere que deve ser
garantido o direito de recorrer da sentença;
Assim, qualquer que seja o fundamento é se admitir que é princípio
constitucional.
O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO NO STF:
A principio, o duplo grau de jurisdição só não seria exercido nos casos
expressamente ressalvados no texto constitucional, que são aqueles que
dizem respeito aos julgamentos de competência originária do Supremo
Tribunal Federal, conforme artigo 102, I da Constituição de 88.
Caso Mensalão:
-Convenção Americana dos Direitos Humanos (art. 8º, 2, “h”) - o respeito ao
duplo grau de jurisdição é absolutamente indispensável, mesmo que se trate
de condenação pelo órgão máximo do país .
- Mas qual seria o orgão revisor? Diz a CDIH que, no caso de Tribunais
Superiores, este mesmo tribunal é o competente para o segundo
julgamento: “Quando não existe outro juiz ou Corte ‘superior’, é a mesma
Corte máxima que deve proceder ao segundo julgamento porque, no
âmbito criminal, nenhum réu jamais pode ser tolhido desse segundo
julgamento (jurisprudência da CIDH – caso Barreto Leiva).”
Uma análise dos recursos Segundo Vicente Greco... 
1 - O recurso é um pedido de nova decisão judicial, portanto, é sempre
voluntário e é voltado à reforma de uma decisão judicial;
2. O pedido contido no recurso sempre pressupõe o interesse na reforma
ou alteração de decisão anterior. Há manifestação de inconformismo;
3. O recurso depende de previsão legal, ou seja, o rol de recursos e suas
hipóteses de cabimento é "numerus clausus”;
4. O recurso é dirigido, em regra, a outro órgão jurisdicional. Essa exceção
está nos embargos de declaração, em que a nova decisão é do mesmo
órgão jurisdicional.
Obs:pode haver o reexame da questão pelo mesmo órgão jurisdicional, o
que se chama de juízo de retratação;
5. O recurso é uma fase do mesmo processo, um desdobramento da
mesma ação. Ao ser interposto, o procedimento desenvolve-se em nova
etapa da mesma relação processual.
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS
Assim como a ação, o recurso está sujeito a determinados pressupostos
processuais;
pressupostos são as exigências legais para que o recurso seja conhecido.
Assim, a existência dos pressupostos é antecedente necessário para
exame do recurso.
O recurso sequer será apreciado se não estiverem todos os pressupostos
presentes
ATENÇÃO: se presentes os pressupostos, diz-se: recurso conhecido. Se
ausentes os pressupostos, diz-se: recurso não conhecido.
OBS: O conhecimento, portanto, refere-se à presença, ou não, dos
pressupostos e nada tem haver com o pedido nele contido, em que o juiz
dará ou não provimento.
OBS: Se o recurso é conhecido, poderá ou não ser provido; se não é
conhecido, não se questiona quanto ao provimento.
DEFININDO: 
um recurso pode ser conhecido (quando
presentes os pressupostos exigidos);
ou não-conhecido (quando ausente um ou mais
dos pressupostos exigidos);
se conhecido:
-poderá ser provido (reformando-se a decisão no
todo ou em parte); ou
-improvido (mantendo-se a decisão anterior).
Classificam-se os pressupostos dos recursos em:
(classificação trazida por Vicente Greco)
 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
A) cabimento
B) adequação
C) tempestividade
D) regularidade procedimental
E) inexistência de fato impeditivo ou extintivo
 PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS.
A)sucumbência
B)legitimidade para recorrer
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: CABIMENTO E ADEQUAÇÃO:
Cabimento é a previsão legal do recurso, ou seja, para ser
interposto um recurso este deve estar previsto em lei;
Cabimento tem relação com Adequação do recurso à decisão
que se quer impugnar.
Em tese, a lei prevê para cada decisão um recurso cabível.
Ex: Da decisão que encerra a primeira fase do processo do tribunal
do júri (pronúncia) cabe RESE, e não apelação.
Eventualmente admite-se a interposição de um recurso por
outro, no que chamamos de fungibilidade. Portanto, a adequação
não é pressuposto absoluto.(Art.579 CPP).
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS : TEMPESTIVIDADE
Para uso do recurso, além de se observar qual será o adequado, precisa ser observado,
também, o prazo fixado em lei de cada recurso;
Na verdade, o recurso só será conhecido e julgado, ser for tempestivo, ou seja, se for
impetrado no prazo legal.
Ex: RESE – 586 cpp; APELAÇÃO – art. 593 cpp; art. 600 CPP; art. 598 – CPP.
- Apelação subsidiária (15 dias, a contar a partir do escoar do prazo para o MP);
- Apelação no Juizado especial criminal (10 dias, vide art. 82 da Lei 9.099/95). 
Atenção: a contagem do prazo para o recurso vem estabelecido no art. 798 CPP.
OBS: Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, conforme art. 798 CPP, não se
interrompendo, em regra, por férias, domingo ou feriado, salvo nas hipóteses dos §3º (caso
acabe no domingo, prorrogar-se-á para dia posterior) e §4º (impedimento do juiz, força
maior ou obstáculo judicial imposto pela parte contrária)
OBS: Essa é regra geral, mas eventualmente, existem outros prazos definidos em leis
especiais. - Vide art. 3º da lei 1.408/51; art.5º, §5º da lei 1.060/50.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O PRAZO RECURSAL: 
-o prazo é preclusivo, porém, por motivo de força maior pode ser
devolvido o prazo.
-A parte não terá prejuízo no seu recurso
se a omissão da administração
judiciária retardar o processamento. Vale a data do protocolo,
independente dos atrasos decorrentes da burocracia da administração.
-O recurso é um ônus processual e, caso não seja interposto no prazo
correto, a decisão ganha efeitos de imutabilidade.
-diferentemente do cível, quando a intimação ocorrer por mandado,
precatória ou carta de ordem, o prazo recursal começará a correr da
intimação e não da juntada aos autos do mandado, precatória ou carta
de ordem - Súmula 710 do STF;
- deve o MP ser intimado pessoalmente das decisões, assim como o
Defensor público. Ambos terão prazo duplo pra recorrer.
STF súmula 710: “quando a intimação tiver lugar na sexta-feira,
ou a publicação com efeito de intimação for feita neste dia, o prazo
judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil a seguir”.
Súmula 428 do STF: "Não fica prejudicada a apelação entregue
em cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente“;
Súmula nº 216 STF: "A tempestividade do recurso interposto no
Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da
Secretaria e não pela data da entrega na agência do correio.“;
Lei nº 9.800/99, permite às partes a utilização de sistema de
transmissão de dados e imagens tipo fax ou outro similar, desde
que os originais sejam entregues em juízo, necessariamente, até
cinco dias da data do término do prazo estipulado em lei;
PRESSUPOSTO OBJETIVO: regularidade procedimental
Entenda o recurso e as razões do recurso (vide anexo).
O recurso deve obedecer a forma legal. Se desafiar a forma legalmente imposta, não será
conhecido.
Em primeiro grau, é interposto por petição ou por termo perante o escrivão;
em segundo grau e com destino aos Tribunais Superiores, será sempre interposto por petição;
 Em primeiro grau, o recurso pode subir com as razões ou sem elas (arts. 589 e 601). A falta das
razões não será motivo para o não-conhecimento, podendo o julgador retornar os autos para que
as razões sejam elaboradas;
Veja: se o réu, ao ser intimado da sentença, diz ao oficial de justiça que quer recorrer, e essa
manifestação de vontade vai consignada na certidão de intimação, considera-se o recurso
interposto.
ATENÇÃO: Para os Tribunais Superiores, todavia, não será conhecido recurso sem razões
adequadas, ou seja, sem razões ou com razões confusas ou incoerentes.
Apresentação do 
Microsoft Office PowerPoi
PRESSUPOSTO OBJETIVO: INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO.
Existem fatos que impedem ou extinguem o uso dos recursos, não podendo o recurso
ser conhecido se ocorrer algum desses fatores;
FATO IMPEDITIVO: A renúncia
1 - Renúncia: É manifestação de vontade de não recorrer.
Obs: O MP não pode renunciar à faculdade de recorrer, porque não pode condicionar
sua opinião ocasional à necessidade do interesse público.
Obs: O acusado pode renunciar ao seu direito de recorrer, mas precisa que se verifique
se essa decisão é livre e consciente.
ATENÇÃO: Não confundir renúncia com deixar fluir o prazo sem recorrer. A renúncia
impede a interposição, antecipando a preclusão ou o trânsito em julgado. A não-
interposição é atitude passiva e, se ainda dentro do prazo, pode ser revertida mediante
a apresentação do recurso.
ATENÇÃO: O não-recolhimento à prisão como fato impeditivo está revogado desde
2008.
SÃO FATOS EXTINTIVOS: A desistência e a deserção.
1- Desistência: é a manifestação de vontade de retirar o recurso já
interposto, sendo possivel a qualquer uma das partes desistir do recurso.
- Exceção é o MP que jamais poderá desistir de um recurso, ou seja, O
MP pode deixar de recorrer, porém, tendo recorrido, essa interposição
será irreversível. (vide art.576 CPP);
2- Deserção: Haverá deserção por falta de pagamento do preparo nos
crimes de ação exclusivamente privada. art. 806, § 2º.
ATENÇÃO: deserção por fuga - revogado- reforma do CPP de 2008 –
exclusão do parágrafo único do art.387.
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS:
A sucumbência: é o não-atendimento daquilo que a parte esperava receber, ou
seja, é quando a decisão não atendeu à expectativa esperada.
Classificação da sucumbência:
•Única - quando atingir apenas o interesse de uma das partes.
•Múltipla - quando atingir o interesses de mais de uma das partes. Subdivide-se:
-Paralela: quando a lesividade atingir interesses idênticos;
-Recíproca: se atingir interesses opostos, tanto do autor quanto do réu;
•Direta ou reflexa: quando atingir uma das partes da relação processual, enquanto
que reflexa será aquela que alcançar pessoas que estejam fora da relação
processual.
•Total ou parcial: Total será aquela em que o pedido é desatendido em sua
integralidade. Parcial se parte do pedido não for acolhido.
legitimidade para recorrer:
diante da sucumbência poderão recorrer:
-o querelante, o querelado, o acusado e seu defensor, o assistente, o
ofendido ou sucessores do ofendido, e o Ministério Público.
-Porém, existem situações especificas a cada uma dessas. Ex: Vide arts.271
e 598; Súmula STF 208, 210 e 448.
OBS: o réu poderá recorrer de sentença absolutória, desde que vise
atingir resultado concreto mais favorável (ex: sentença de absolvição
fundamentada no inc. V do art. 386 do CPP, e não no inciso IV, que poderia
resultar em indenização cível);
Obs: Doutrina majoritária também defende a possibilidade de o MP
interpor recurso pró-réu, considerando que o mesmo é legitimado,
inclusive, para oferecer Habeas Corpus (art. 654, CPP).
PRINCÍPIOS QUE REGEM OS RECURSOS 
A) unirrecorribilidade;
B) fungibilidade;
C) Taxatividade;
D) proibição da "reformatio in pejus" ou "tantum
devolutum quantum appellatum”.
UNIRRECORRIBILIDADE:
Para cada decisão, haverá um recurso especifico.
 Mas há exceção – Art. 581,V x 593, § 4º;
Mas...
cassação da fiança na sentença – apelação;
cassação da fiança fora da sentença - RESE
Deve-se notar que há situações em que dois recursos poderão ser
interpostos simultaneamente, desde que ambos sejam adequados.
Ex: se a decisão do tribunal em uma parte contrariar preceito
constitucional (rec. Extraordinário) e outra parte contrariar dispositivo de
lei federal (rec. Especial). No mesmo caso acima, ainda pode caber Emb.
Infringentes se o acordão não for unânime.
FUNGIBILIDADE:
 É a possibilidade de conhecer um recurso por outro, desde que fique evidente o
inequívoco e que não haja má-fé.(art. 579 CPP);
Há momentos em que pairam dúvidas quanto ao recurso adequado para certas
situações processuais;
 Assim, sendo o recurso um remédio para efetivação da justiça, não poderá a
parte ser prejudicada em meio á formalidades;
 Mas a fungibilidade não é absoluta.
 Não deve ser admitido o recurso se ficar reconhecida a má-fé do recorrente;
 Não se permite que se conheça do recurso indevido, ainda que no prazo a este
concedido, se já foi esgotado o prazo do recurso devido – tempestividade;
O erro grosseiro na interposição de recurso inadequado é indicativo de má- fé;
•OBS: não existe fungibilidade para recurso especial e extraordinário.
TAXATIVIDADE
Os recursos devem estar expressamente previstos
em lei;
 Não se admite que a parte use de recurso que não
tenha previsão legal.
ATENÇÃO: esse principio não impede o uso da
aplicação analógica extensiva das normas processuais.
Ex: admite-se a interposição de RESE da decisão que
rejeita o aditamento da denúncia (note que esta
hipótese não está expressamente prevista no rol do
art. 581).
PROIBIÇÃO DA "REFORMATIO IN PEJUS“ -
"TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELLATUM”.
Quem recorreu não pode ter sua situação
agravada em virtude do próprio recurso;
O Tribunal deverá apreciar exclusivamente a
matéria que foi objeto do pedido nele contido;
Questiona-se a respeito da possibilidade de
favorecer o réu quando o recurso for da acusação.
Seria a “reformatio in mellius”;
EFEITOS DO RECURSO
Pode o recurso produzir diferentes efeitos, conforme sua natureza ou disposição
legal, sendo eles os efeitos devolutivo, suspensivo, extensivo e regressivo.
O efeito devolutivo, em sentido amplo, é comum a todos os recursos, ou seja, em
todos os recursos, o conhecimento de determinada questão, será transferido para
outra instância, geralmente superior (eventualmente da mesma instância -
embargos declaratórios).
efeito suspensivo, o recurso funciona como condição suspensiva da eficácia da
decisão, que não pode ser executada até que ocorra o seu julgamento. A lei deve
prever expressamente as hipóteses em que ocorre tal efeito; no seu silêncio, o
recurso não impede a eficácia da decisão recorrida;
O efeito extensivo está previsto no artigo 580 do CPP (CP art. 29) e se define que
a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros“;
o efeito regressivo, é o juízo de retratação, possibilitado ao prolator da decisão,
que pode alterá-la ou revogá-la inteiramente, quando se trata de determinadas
impugnações, como no caso de recurso em sentido estrito (art. 589).
Juízo de admissibilidade
Interposto o recurso, cabe ao órgão jurisdicional a quo
verificar se deve ser ele processado e julgado. É o juízo de
admissibilidade, já que verifica se estão presentes, no caso,
os pressupostos objetivos e subjetivos do recurso;
O recebimento do recurso pelo juiz a quo não subtrai do
Juízo ad quem o exame dos pressupostos da impugnação; se
aquele o conhecer, é possível que este não o faça, por
entender não estar presente algum dos pressupostos
exigíveis na hipótese.
 Em regra, portanto, o juízo de admissibilidade do recurso é
feito em dois graus, ressalvada a hipótese de recurso para o
mesmo órgão julgador.
RECURSO DE OFÍCIO:
A regra é que o recurso objetiva a reforma de uma decisão,
assim, deve ficar a critério da parte sucumbente agir
recursalmente. Isso é a chamada voluntariedade do recurso.
É da característica de voluntariedade do recurso, que, a
princípio, somente à parte inconformada deve ser conferida a
liberdade para interpor recurso, mas a lei abre exceções;
A lei prevê o recurso de ofício (recurso obrigatório, recurso
necessário) que é uma providência imposta por lei no sentido do
reexame de sentenças e decisões pelos órgãos judiciários
superiores.
São “recursos” que obrigatoriamente devem ser interpostos
pelo juiz, na decisão, não transitada em julgado;
São hipóteses de cabimento do recurso de ofício:
a) Sentença concessiva de habeas corpus - Art.574 CPP.
 Art. 574 CPP – Inciso I - da sentença que conceder habeas corpus.
OBS: Com a Lei 11.689/2008, considera-se revogado tacitamente o art. 574, II, CPP, pois
incompatível com a nova absolvição sumária no tribunal do júri.
b) Decisão concessiva de reabilitação - Art. 746 CPP.
Art. 746 – CPP - Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.
c) Arquivamento de inquérito ou absolvição em crimes contra a economia popular ou contra
a saúde pública - Lei nº 1521/51 - Art. 7º.
Obs: Atenção: não tem sido considerado como recurso, visto não ter o requisito da
voluntariedade.
Obs: assim, seria uma condição de eficácia da sentença, sem a qual a mesma não
transita em julgado.
Obs: alguns autores modernos entendem não ter sido recepcionado pela CF – se o
juiz recorrer de ofício, como determina a lei, estaria agindo como órgão de
acusação.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto às suas fontes podem ser:
 Constitucionais;
Legais, previstos no CPP e em outras leis processuais especiais;
Regimentais, são os previstos nos regimentos dos tribunais (agravos regimentais)
Quanto a abrangência:
 Recursos Ordinários: discute a matéria de direito e a matéria de fato (EX:apelação, RESE, e os embargos
infringentes);
Recursos Extraordinários: os que somente admitem impugnação quanto à matéria de direito (EX:
recurso especial, recurso extraordinário, agravos e embargos de divergência)
No Código de Processo Penal, os recursos são:
a) em sentido estrito - RESE;
b) apelação;
c) embargos;
d) agravos;
e) recurso extraordinário;
f) carta testemunhável;
g) Correição parcial;
h) recurso especial;
i) Recurso ordinário.
OBS: revisão criminal e habeas corpus não são recursos.
agravo.pdf
AGRAVO REGIMENTAL; 
AGRAVO EM EXECUÇÃO;
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
AGRAVO EM EXECUÇÃO
é um recurso exclusivo da fase de execução, e está previsto
no art. 197 da lei 7.210/84, (lei de Execução Penal – LEP).
OBS: execução é a fase de cumprimento da pena imposta por
sentença transitada em julgado.
é próprio para combater todas as decisões do juiz da
execução.
Atenção: não é a matéria, mas o tipo de juiz que define que o
recurso é cabível.
A LEP não dispõe sobre o procedimento deste agravo,
assim, utiliza-se o procedimento do RESE (portanto, é
possível, inclusive, o juízo de retratação).
São legitimados para interpor o agravo o Ministério Público, o condenado, além
de seu cônjuge, parente ou descendente, todos na figura do defensor constituído
ou nomeado (art. 195, LEP)
O prazo para interposição é de 5 dias e 02 dias para razões (súmula 700 STF).
O efeito do Agravo em Execução é somente devolutivo.
Atenção: não tendo efeito suspensivo, se impetra Mandato de segurança
(principalmente o Ministério Público) para conseguir a suspensão do ato (o
argumento é o interesse social, uma vez que depois que o condenado sair da prisão
dificilmente vai ser achado e trazido de volta).
Atenção: segundo a súmula 192 do STJ, a competência do juiz é determinada pela
esfera responsável pelo presídio – por isso, caso a condenação seja da JF, mas o
condenado esteja cumprindo pena em presídio estadual, o processo será de
competência do TJ, e não do TRF.
Súmula 192 do STJ: “Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução
das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando
recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual”.
AGRAVO REGIMENTAL
Utiliza-se o AR para permitir que a decisão do relator seja revista por todos os
membros do orgão, a fim de checar se ela está correta ou não.
Ou seja, ao interpor agravo contra decisão monocrática pretende que a matéria ali
julgada por um só membro seja reexaminada por todos os membros do órgão
colegiado com competência para apreciá-la.
Tem por escopo que a decisão não seja respaldada por um só membro de
tribunal, mas pela sua composição coletiva.
Procedimento: A interposição deve ser feita em petição dirigida ao prolator do
despacho impugnado, contendo a exposição do fato e do direito e das razões do
pedido de reforma do mesmo. Dando entrada na Secretaria do Tribunal, é
protocolado e, inaudita altera pars, encaminhada ao prolator de despacho, que tem
duas alternativas:
a) reconsiderar o despacho impugnado;
b) submetê-lo à decisão do órgão competente para julgar o feito em que se
proferiu o despacho agravado (Plenário, Turma, Grupo de Câmaras ou Seção
Criminal), sendo computado o voto do Relator.
O prazo e as razões de interposição são regulamentados
pelo regimento interno de cada tribunal.
 RI STF – art. 317: 5 dias
 RI STJ – art .258: 5 dias
 RI TJPA – art. 235: 5 dias
obs: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em
dobro para interpor agravo regimental no Superior Tribunal
de Justiça. (STJ Súmula
nº 116).
Mesmo não aparecendo exatamente com o nome de
Agravo Regimental (AR), este recurso aparece nos art. 20,
II, art. 25, §2º, art. 28, §5º, e art. 39, todos da LEI 8038/90,
e também no art. 625, §3º, do CPP.
 Alguns exemplos de cabimento do AR:
• No caso de rejeição de plano de embargos infringentes;
• Contra decisão do relator, em processo criminal
originário, por prerrogativa de função, que: receber ou
rejeitar a queixa ou a denúncia, ressalvado o disposto no
art. 559 do Código de Processo Penal; conceder ou denegar
fiança, ou a arbitrar; decretar a prisão preventiva; recusar a
produção de qualquer prova ou a realização de qualquer
diligência;
• Contra a decisão do relator, indeferindo liminarmente o
processamento de mandado de segurança, "habeas
corpus", "habeas data", mandado de injunção ou revisão
criminal.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
 O CPP é silente com relação a esse recurso.
 Caberia contra decisão que não admite recurso especial e recurso
extraordinário.
 Com a lei a Lei 12.322/10, o STF editou resolução 450 que extingue o
agravo de instrumento (AI) e cria uma nova classe processual, o ARE
(Recurso Extraordinário com Agravo).
 Apesar da Lei 12.322 ter alterado o CPC (Código de Processo Civil), outra
Resolução – a 451/2010 – dispõe que a nova sistemática processual
também se aplica aos feitos que versem sobre matéria penal e
processual penal, de forma que o STF não mais receberá os antigos
agravos de instrumento.
 a partir dessas resoluções, passou a ser chamado apenas agravo.
O Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) é utilizado contra a
decisão que não admite recurso extraordinário à Corte.
Com o ARE, os agravos destinados a provocar o envio de
recursos extraordinários não admitidos no tribunal de origem
deixam de ser encaminhados por instrumento (cópias), para
serem remetidos nos autos principais do recurso extraordinário.
A nova regra processual modificou não somente o meio pelo
qual o agravo é encaminhado ao STF, mas também a sua
concepção jurídica, já que o agravo deixa de ser um recurso
autônomo, passando a influenciar o conhecimento do próprio R.
extraordinário;
Os ministros decidiram que essa sistemática também se aplica à
matéria penal.
Sumula nº 699 – STF: em matéria penal, a parte agravante
deverá observar o prazo de 5 dias do art. 28 da Lei 8.038/90.
APELA��O.pdf
APELAÇÃO 
art. 593 a 603 do CPP 
CONSIDERAÇÕES 
 
Para NUCCI, cuida-se de recurso contra decisões definitivas, que julgam 
extinto o processo, apreciando ou não o mérito; 
 
Trata-se de um recurso de aplicação ambígua, eis que, conforme o caso, dá 
margem á confusão com o RESE, já que permite-se a interposição de 
apelação até mesmo contra decisões interlocutórias, desde que tenham 
força definitiva. 
 
A apelação é o recurso de “excelência”, porque admite o exame das 
questões de fato e de direito discutidas no processo, ainda que não 
tenham sidos examinadas por inteiro na sentença. 
 
Poderá, também, ser discutido na apelação fato ou direito superveniente, 
desde que favorável ao acusado. 
 
 Prova nova é admissível bilateralmente, desde que se respeite o 
contraditório. 
 
 
 
CABIMENTO – art. 593 CPP. 
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição 
proferidas por juiz singular: 
 
constituem as típicas decisões terminativas de mérito, 
acolhendo a denúncia ou queixa (condenação) ou rejeitando 
(absolvição) 
 
ATENÇÃO: O réu pode apresentar apelação contra decisão 
absolutória, desde que busque a mudança do fundamento. 
 
Ex.: se o juiz absolve o acusado, por insuficiência de provas, nada 
impede que a vítima ingresse com ação civil ex delicto. 
Entretanto, se o juiz absolve o acusado por ter agido em legítima 
defesa, a vítima nada pode requerer na esfera civil. 
 
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz 
singular NOS CASOS NÃO ABRANGIDOS PELO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: 
 
são hipóteses que não julgam o mérito, mas terminam colocando fim a uma 
controvérsia surgida no processo principal ou em processo incidental, podendo ou 
não extingui-lo. 
 
São também chamadas de decisões interlocutórias mistas. 
 
Ex. -de decisões definitivas - sentença que homologa ou não o laudo pericial de 
pedido de busca e apreensão em crimes contra a propriedade imaterial; 
 
 -de decisões com força de definitivas: - sentença de impronúncia na primeira 
fase do Tribunal do Juri; 
 
Obs: A apelação é recurso residual, ou seja, quando não se tratar de despachos de 
mero expediente, que não admitem recurso algum, nem for o caso de interposição 
de recurso em sentido estrito, resta a aplicação da apelação, desde que importe 
em alguma decisão com força de definitiva, encerrando algum tipo de controvérsia. 
 
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
 
a)Ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b)For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa e à decisão dos 
jurados; 
c)Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança; 
d)For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos; 
 
OBS: a apelação com base na alínea “d”- não é admissível segundo apelo 
pelo mesmo motivo, evitando-se a prorrogação infindável dos julgamentos 
(CPP, 593, §3º). 
 
OBS: APELAÇÃO X PRINCIPIO DA SOBERANIA (JURI): Note que nos casos do 
inciso III não se ataca decisão do tribunal do júri por qualquer razão ou 
inconformismo, mas somente nos casos enumerados no inciso III, do artigo 
593. 
 
Obs: Em função da unirrecorribilidade das decisões, havendo previsão 
expressa para a interposição de apelação, não pode a parte optar pelo 
recurso em sentido estrito, a pretexto de também estar prevista a matéria 
no contexto do artigo 581 – mas, observe o principio da fungibilidade. 
 
LEGITIMIDADE DO MP PARA APELAR 
Pode o representante do MP interpor o recurso em favor do réu, pois o 
promotor não está vinculado estritamente à acusação, podendo, respeitada 
a sua independência funcional, acreditar na inocência do acusado ou 
mesmo que a pena aplicada foi exagerada. 
 
O MP não tem legitimidade para recorrer da sentença absolutória em 
ação penal privada, uma vez que a titularidade da ação penal foi conferida 
ao particular e não ao Estado. 
 
O MP, mesmo na ação penal privada, pode apresentar apelação contra a 
decisão condenatória, que não aplicou corretamente a pena ou que, 
injustamente, sem provas suficientes, condenou o querelado. 
 
No caso de ação penal privada subsidiária da pública, há legitimidade 
recursal do MP em qualquer situação, pois a titularidade da ação penal é 
do Estado e somente foi transferida ao ofendido, diante da inércia inicial do 
órgão acusatório. 
 
Se a apelação não for interposta pelo MP, podem fazê-lo o ofendido ou 
qualquer das pessoas enumeradas no artigo 31 (vide art. 598, do CPP). 
PROCEDIMENTO 
Deve ser interposta, por petição ou termo, no prazo de 05 dias a contar da 
intimação da decisão. 
 
ATENÇÃO: No caso de a apelação não for interposta pelo MP, poderá ser interposta 
pelo ofendido ou pelo assistente, o prazo para interposição será de 15 dias, 
contados do dia em que terminar o prazo do MP (Súmula 448, STF – Interpretação 
ao art. 598 CPP). Mas, nestes casos, se ofendido estiver habilitado nos autos, como 
assistente da acusação, uma vez intimado, o prazo será de 05 dias. 
 
Obs: Havendo dois ou mais apelantes ou apelados, os prazos serão comuns. 
 
O inconformismo pode ser total, discordando o réu, por exemplo, da condenação, 
da pena aplicada, do regime escolhido, etc., como pode ser parcial, questionando 
somente
a pena aplicada ou o regime eleito para o cumprimento. 
 
Assinado o termo de apelação ou apresentada petição pelo defensor, haverá um 
prazo de 08 dias para cada parte oferecer as razões (apelante) e as contrarazões 
(apelado) - é oito + oito. 
 
Atenção art.41 da lei do juizado especial 
 Atenção : para as contravenções o prazo é de 03 dias. 
 
A petição ou termo de apelação é dirigida ao juiz prolator da 
decisão impugnada, para que haja o recebimento do recurso. Em 
seguida, apresenta-se as razões, que serão dirigidas ao tribunal. 
 
O assistente da acusação apresentará suas razões no prazo de 03 
dias, contados do término do prazo para o MP. 
 
 A ausência de razões não acarreta nulidade, embora jamais possa 
deixar o juiz de intimar e assegurar às partes o direito de apresentá-
las. A falta das razões não causa nenhum prejuízo ao réu, uma vez 
que o tribunal retomará o conhecimento pleno da questão da 
mesma forma. 
 
Atenção: Existe a possibilidade de apresentar as razões diretamente 
no tribunal; faculdade concedida somente à defesa (CPP, 600, §4º). 
 
Segundo o artigo 616, no julgamento das apelações, o tribunal, 
câmara ou turma poderá proceder a novo interrogatório do acusado, 
reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências. 
 
 
EFEITOS DA APELAÇÃO: 
Sentença absolutória, o efeito é meramente 
devolutivo. 
 
sentença condenatória deve ter efeito devolutivo e 
suspensivo. Não pode a sentença ser executada até 
que haja o trânsito em julgado - princípio da presunção 
de inocência. 
 
ATENÇÃO: executando-se a pena antes da condenação 
tornar-se definitiva, o sentenciado tem direito à 
execução provisória da pena. Admite-se que ele possa 
pleitear ao juiz das execuções criminais a progressão de 
regime, embora ainda esteja recorrendo da decisão 
condenatória (Súmulas 716 e 717, STF). 
 
 
"REFORMATIO IN PEJUS“ E "TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM 
APPELLATUM“ 
Isso quer dizer que o tribunal, quanto à analise do recurso fica 
limitado ao pedido nele contido, não podendo ampliá-lo e, 
muito menos, agravar a situação de quem recorreu. 
 
Extensão = pedido - tantum devolutum quantum apelatum. 
Profundidade = fundamentos (causa de pedir) 
 
ATENÇÃO: Para examinar o que foi pedido no recurso, o tribunal 
está autorizado a rever, em profundidade, todas as questões 
antecedentes à apreciação do recurso. Isso não é desafio ao 
principio da proibição do reformatio in pejus. 
 
Em hipóteses muito especiais tem sido admitida a "reformatio 
in mellius", que seria beneficiar o réu no recurso da acusação 
("reformatio in pejus" benéfica). Mas é questão controvertida. 
CORREI��O PARCIAL E CORRE��O PARCIAL.pdf
CARTA TESTEMUNHÁVEL
E 
CORREIÇÃO PARCIAL
CORREIÇÃO PARCIAL
A Correição Parcial, também chamada de Reclamação, serve para corrigir erros derivados
de ação ou omissão do juiz.
Ela não está prevista no CPP, e sim reconhecida na lei federal 5.010/66 (art. 6º e 9º) e em
legislações esparsas de cada estado sobre a organização judiciária.
É instrumento de impugnação de decisões que importem em inversão tumultuária de
atos do processo e em relação às quais não haja previsão de recurso específico, podendo
ser interposto por ambas as partes.
O erro a ser corrigido pela Correição é normalmente de caráter procedimental, como:
inversão de atos, supressão de atos necessários, decisões incompatíveis com o momento
processual, demora em decidir, etc.
Ex:
Quando o juiz não remeter os autos de Inquérito Policial já concluído à polícia para a
realização da diligência requeridas pelo Ministério Público;
Quando o juiz determinar o retorno dos autos à polícia, para prosseguimento das
investigações mesmo havendo pedido de arquivamento;
De decisão que indeferir a oitiva de testemunha tempestivamente arrolada.
PRAZO: O prazo é de 5 dias para interposição a partir da data do despacho ou ato
impugnado;
PROCEDIMENTO
A Correição Parcial deverá ser interposta mediante petição
escrita, dirigida ao Tribunal competente, expondo os fatos, o
direito e as razões do pedido de reforma.
Será instruída com cópia da decisão impugnada, da
certidão de intimação do recorrente e das procurações
outorgadas aos advogados;
OBS: o relator, a pedido do interessado, poderá conferir
efeito suspensivo à correição, bem como requisitar
informações ao juiz.
a correição será julgada, desde que não tenha havido
reforma da decisão pelo juiz no juízo de retratação, hipótese
em que o recurso restará prejudicado.
CARTA TESTEMUNHÁVEL
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Carta testemunhável é recurso, porque contém um pedido de nova decisão, com modificação
de decisão judicial anterior que denegou o recurso no sentido estrito, e é dirigido a outro órgão
jurisdicional;
 É remédio utilizado pelo interessado para que a instância superior conheça e examine recurso
interposto contra determinada decisão e que fora denegado ou tolido pelo juízo “a quo”.
Ou seja, sua finalidade é a de evitar que o juiz “a quo” impeça que algum inconformismo chegue
ao conhecimento do tribunal.
cabimento (art. 639, CPP):
da decisão que não receber o recurso na fase do juízo de admissibilidade;
da decisão que admitido o recurso, obstar à sua expedição e seguimento ao juízo “ad
quem”.
ATENÇÃO: A Carta Testemunhável caberá apenas:
 - quando denegar o Recurso em Sentido Estrito;
 - quando for denegado o Agravo em Execução;
OBS: note o teor do artigo 581, inciso XV do CPP. – caberá carta testemunhável indiretamente para
quando denegar apelação;
prazo : 48 horas.
PROCEDIMENTO
A extração da carta testemunhável é requerida por petição ao
escrivão em 48 horas, com a indicação das peças que serão
extraídas dos autos, para formação da carta.
OBS: se houver recusa do escrivão poderá haver reclamação ao
presidente do tribunal “ad quem”, que avocará os autos e aplicará
sanções administrativas aos responsáveis.
Uma vez extraída e autuada a carta, seguirá, em 1° grau, o rito
do RESE, abrindo-se conclusão ao juiz para decisão de
manutenção ou retratação.
Não tem efeito suspensivo;
se for provido o pedido, o tribunal receberá o recurso denegado
pelo juiz, ou determinará o seguimento do recurso já recebido.
DECIS�ES PROCESSUIAS.pdf
DECISÕES PROCESSUAIS
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
Também chamado de princípio da adstrição ou da congruência;
Refere-se à necessidade do magistrado decidir a lide dentro
dos limites objetivados pelas partes, não podendo proferir
sentença de forma extra, ultra ou infra petita.
decisão extra petita é aquela proferida fora dos pedidos ou autor, ou seja, que
concede algo além do rol postulado;
 decisão ultra petita é aquela que aprecia o pedido e lhe atribui uma extensão
maior do que a pretendida pela parte.
decisão infra petita, também conhecida como citra petita, deixa de apreciar
pedido formulado pelo autor.
No Processo penal: a correlação ou congruência é o que determina que entre a
denúncia e a sentença deve haver sintonia, ou seja, correlação entre a acusação e a
sentença. Desta forma o fato imputado ao acusado, na denúncia, deve guardar perfeita
correspondência com o fato reconhecido pelo Juiz, na sentença.
Ex: se o Ministério Público acusa A de ter roubado a casa de Z, o juiz não poderá,
naquele processo, condenar A por ter roubado a casa Y, salvo se antes da sentença os
fatos tenham sido corrigidos na forma prevista na legislação.
No processo penal vigora o princípio da jura
novit curia (princípio da livre dicção do direito),
chancelando a hipótese que o juiz conhece do
direito.
 Narra-me o fato que te direi o direito: narra
mihi factum dabo tibi jus.
 Ou
seja, o acusado não se defende da
capitulação/tipificação no processo penal, mas dos
fatos narrados na peça acusatória
(denúncia/queixa).
“EMENDATIO LIBELLI" E "MUTATIO LIBELLI“
Já se disse: os fatos narrados na inicial (denúncia ou queixa) devem
manter relação lógica com a sentença, em obediência ao princípio da
correlação entre a imputação e a sentença.
Com a finalidade de alcançar o mencionado postulado normativo, é dado
ao juiz dois instrumentos: a emendatio e a mutatio.
Na emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a
tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de
ofício apontar sua correta definição jurídica (veja art. 383 CPP).
OBS: os fatos provados são exatamente os fatos narrados na inicial, mas
distintos da tipificação indicada.
a mutatio libelli, é quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não
corresponde aos fatos provados na instrução processual. Neste caso, deve o
juiz remeter o processo ao Ministério Público que deverá aditar a peça
inaugural. (veja art. 384 CPP)
OBS: Os fatos provados são distintos dos fatos narrados na inicial.
Vamos exemplificar:
Emendatio libelli: o MP descreve na denúncia que W tinha posse legítima de coisa
alheia móvel, e que passou a se comportar como dono da coisa, recusando-se
inclusive a devolvê-la. Ao fim, denunciou W no crime do art. 155 CP (Furto)
Note:
1- A conduta descrita não é a tipificação de furto, mas de apropriação indébita ( Art.
168 CP);
ou seja, os fatos provados são exatamente os fatos narrados na inicial, mas
distintos da tipificação indicada (descrito apropriação, indicado furto)
2 – Assim, provando-se que o fato descrito é verdadeiro, o juiz atribuirá a pena do
art. 168 CP e não do 155 CP;(É o juiz corrige na sentença)
Obs: Nos casos de Emendatio libelli, poderá haver redução ou majoração da pena
inicialmente pedida (ex: doloso x culposo), ou ainda, permaneça inalterada (crimes
com mesma pena).
Obs: o réu se defende dos fatos, e não da tipificação criminal. Portanto, não há
prejuízo algum para defesa, por isso não é necessário “retornar” ao inicio.
Vamos exemplificar:
Mutatio libelli: O MP, denuncia uma mulher em homicídio doloso, descrevendo
que a mesma havia matado um recém nascido qualquer. Durante o processo,
identifica-se que a vitima era seu filho e que o fato foi cometido pela mulher
quando estava sob a influência do estado puerperal, dados estes que não
constavam na denúncia.
Note:
1 – Não se trata de uma mera mudança na classificação do crime, mas sim uma
verdadeira mudança do contexto fático do caso. (matar o próprio filho x matar
filho de outrem)
-ou seja, Os fatos provados são distintos dos fatos narrados na inicial.
2- Aqui, deverá haver mudança na acusação, visto que, inicialmente, o MP, pelas
circunstâncias que havia apurado, enquadrou em homicídio (art. 121 CP), mas,
com desenrolar do processo, as circunstâncias correm para o infanticídio (Art.123
CP). (o juiz devolve a inicial para o Mp corrigir a Denúncia)
Obs: como já se disse, o réu se defende dos fatos e não da capitulação criminal.
CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DA EMENDATIO e MUTATIO
Podem surgir fatos novos no decorrer da instrução criminal, os
quais não foram alcançados pela narrativa inicial por serem
desconhecidos , isso autoriza a mutatio libelli.
Independente do encaminhamento do Juiz, se o MP encontrar
fatos diferentes daqueles acostados na Denúncia, poderá
requerer o aditamento no prazo de 05 dias, abrindo-se prazo para
que a defesa se manifeste.
Pode o aditamento ser feito oralmente pelo MP, sendo reduzido
a termo.
nas ações penais exclusivamente privadas não se aplica o
instituto da mutatio libelli, por força da redação do caput do art.
384 do CPP.
Caso o juiz envie a inicial para aditamento e o MP não a adite,
o juiz remeterá os autos ao Procurador Geral de Justiça (art. 28,
CPP), que poderá aditá-la ou enviar para outro membro do MP,
para que o faça;
Caso não seja aditada, o juiz dará prosseguimento regular ao
feito, não podendo condenar o acusado por qualquer crime por
conduta diversa da apontada na inicial, sob pena de nulidade.
Admitindo-se o aditamento, cada parte poderá arrolar até 03
testemunhas, no prazo de 05 dias, para o prosseguimento da
audiência.
O Juiz fica adstrito ao aditamento.
O §1º do art. 383 passou a prever que se em
consequência de o juiz reconhecer definição jurídica
diversa, analisar que existe a possibilidade de
aplicar a suspensão condicional do processo (art.
89, da Lei 9.099/95), deverá proceder de forma a
permitir/viabilizar que a mesma seja proposta pelo
MP.
•§2º do art .383: se por questões de nova definição
jurídica o crime passar a ser de competência de
outro juízo, os autos deverão ser a esse remetidos.
Ex: doloso contra vida - juri x culposo contra vida
Juiz singular.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DAS DECISÕES PROCESSUAIS.
as decisões proferidas deverão ser conhecidas, divulgadas, de maneira a
permitir à todos os envolvidos no conflito o pleno conhecimento de forma a
avaliar a decisão, podendo concordar ou não com ela;
Verificar no art. 5º, inc. LX e art. 93, inc. IX, ambos da Constituição Federal
de 1988;
O princípio da publicidade permite que os atos processuais sejam
suscetíveis de conhecimentos pelos interessados e envolvidos no processo,
como também por qualquer pessoa.
Todo processo é público, isto, é um requisito de democracia e de
segurança das partes (exceto aqueles que tramitarem em segredo de
justiça)
é o ato de publicidade que permite o controle das decisões. A
publicidade minimiza o arbítrio e permite identificar a regularidade
processual e a justiça.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES PROCESSUAIS.
Motivação = Fundamentação;
A motivação – fundamentação é requisito de validade do pronunciamento
decisórios da Justiça, ou seja “o Estado se justifica”, por intermédio do juiz;
visa proteger a Justiça do arbítrio e da parcialidade do julgador.
O princípio permite a aferição da imparcialidade do julgador, da
legalidade e da justiça da decisão.
Verificar artigo. 93, inciso IX;
A CF/88, proíbe as decisões judiciais despidas de fundamentação, sendo
estas passíveis de nulidade.
Verificar art. 381 e 382 CPP.
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS
DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE .
DECISÕES:
1- INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES;
2 - INTERLOCUTÓRIAS MISTAS OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS;
• TERMINATIVA
• NÃO TERMINATIVA
3 – DEFINITIVAS ( sentenças):
• TERMINATIVA DE MÉRITO
• CONDENATÓRIA
• ABSOLUTÓRIA:
o PROPRIA.
o IMPROPRIA.
DESPACHOS:
 são meras movimentações administrativas para que o
processo seja encaminhado corretamente;
Por exemplo, quando um juiz manda o oficial de justiça
citar um réu, ele está despachando.
Quando um juiz determina que o escrivão numere as
páginas de um processo, ele está despachando
Como o despacho não é uma decisão, não cabem recursos
contra ele, em regra:
• exceção: despacho que rejeita o denúncia cabe Recurso em
sentido estrito
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES:
É o ato pelo qual o juiz decide questão incidental com o processo ainda
em curso. Note-se que a decisão interlocutória não põe fim ao processo,
diferente da sentença.
Como por exemplo, a decisão de não intimar uma testemunha ou de não
aceitar o parecer apresentado, é uma decisão interlocutória.
Resolvem questões incidentes no processo sem ingressar no mérito da
causa;
Decisões interlocutórias simples são todas aquelas decisões que não
põem fim ao processo.
Como são decisões, cabe recurso.
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS MISTAS:
Não-terminativas: encerram uma fase,
uma etapa
processual, sem pôr fim ao processo.
Ex.: decisão de pronúncia na 1ª fase do juri;
Terminativas: encerram o processo sem
julgamento do mérito.
Ex: decisão de impronúncia na 1ª fase do juri;
As decisões interlocutórias mistas são recorríveis;
DECISÕES DEFINITIVAS (sentenças):
 TERMINATIVA DE MÉRITO: é a decisão que julga o mérito sem
condenar ou absolver o réu, como, por exemplo, extinção da
punibilidade. É recorrível.
- veja art. 107 CP.
ABSOLUTÓRIA:
- própria: julga improcedente a pretensão punitiva e não
impõe qualquer sanção penal;
- imprópria: proferida para o réu inimputável, não acolhe a
pretensão punitiva, mas reconhece o cometimento da infração
penal e impõe medida de segurança (art. 386, par. ún., inc. III);
CONDENATÓRIA: julga procedente no todo, ou em parte, a
pretensão punitiva.
Quanto ao sujeito, as sentenças podem ser:
 subjetivamente simples: sentença proferida por
órgão monocrático - juiz de primeiro grau;
 subjetivamente plúrima: sentença proferida por
órgão colegiado homogêneo - tribunais;
subjetivamente complexa: sentença proferida por
mais de um órgão, como o Tribunal do Júri, que
decide o crime e a autoria, e o juiz, que decide a
pena a ser aplicada.
Requisitos da Sentença (art. 381 CPP)
1- relatório (exposição ou histórico) - está previsto no art. 381, I e II do CPP:
- É um resumo histórico do que ocorreu nos autos, de sua marcha processual.
Pontes de Miranda: “história relevante do processo”.
-deve conter o nome e a qualificação das partes, a exposição sucinta da acusação
e da defesa e o resumo dos atos incidentes processuais.
-É a maneira de se comprovar que o juiz examinou o processo e tem
conhecimento de seu conteúdo.
-O relatório é imprescindível, pois assegura o contraditório.
OBS: exceção encontra-se na Lei n. 9.099/95, que admite sentença proferida sem
relatório.
OBS: Verificar - ART. 564,IV – CPP
2-fundamentação ou motivação (381, III, CPP) 
-requisito no qual o juiz embasa os motivos que o levaram a adotar
aquela decisão
-é uma obrigação constitucional a fundamentação das decisões (art.
93, inc. IX, da CF).
- A fundamentação garante a atuação equilibrada e imparcial do juiz,
controla a legalidade das decisões e garante que os argumentos da partes
foram examinados.
- A sentença sem fundamentação é nula.
OBS: EXCEÇÃO - Tribunal do Júri – o veredicto é absolutamente sigiloso
não podendo ser fundamentado.
Obs: Fundamentação per relatione: ocorre quando o julgador, em sua
decisão, adota como razões de decidir a fundamentação utilizada em
manifestação anterior no processo. Ex.: quando o Tribunal adota a
fundamentação do juiz de primeiro grau.
3- dispositivo:
-é a decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado
após a fundamentação da sentença
- contém o comando da decisão, ou seja, o julgamento. nada mais
é do quem, a conclusão do Magistrado diante o caso
-A sentença pode ser condenatória ou absolutória.
-Se condenatória, deverá trazer o tipo penal no qual foi incurso o
acusado, a dosimetria da pena e o regime inicial de cumprimento.
-Se absolutória, deverá trazer o fundamento da absolvição (incisos
do Art. 386 CPP).
4 – Autenticação: A data, local e a assinatura do Juiz.
Intimação da sentença
é a partir da intimação que se conta o prazo para o recurso.
Formas de intimação:
a) Ministério Público, Defensor Público e advogado dativo -
intimação pessoal.
b) Advogado. Intimação pela imprensa (Diário Oficial)
c) Sentença absolutória:
Réu solto: intimação pessoal ou na pessoa de seu defensor;
Réu preso: intimação pessoal.
d) Sentença condenatória:
Réu solto: intimação pessoal ou por edital (se não
localizado);
Réu preso: intimação pessoal.
FORMAÇÃO DA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL.
Chama-se coisa julgada a decisão judicial de que já
não caiba recurso.
chega um momento em que o litígio é resolvido
definitivamente, sem possibilidade de ser novamente
proposto à análise de qualquer juiz, assim, a decisão se
torna imutável(BARROS, 1969, p.225).
coisa julgada, portanto, é a própria coisa discutida
depois que o juiz se pronuncia sem mais qualquer
possibilidade de recurso ou de mudança de decisão."
(BARROS, 1969, p.225)
FUNDAMENTO DA COISA JULGADA
A coisa julgada se fundamenta no princípio non
bis in idem. (MIRABETE, 1996 p. 219);
O fundamento da coisa julgada está na
segurança e estabilidade da ordem
jurídica.“(NOGUEIRA, 1995, p. 134)
Note que se não houvesse a coisa julgada,
não haveria fim do litígio. Sempre viria uma
revisão de julgamento ou uma nova ação;
CLASSIFICAÇÃO
a doutrina classifica a coisa julgada em coisa julgada formal e coisa julgada
material.
 A coisa julgada formal é quando não se pode, em um mesmo processo,
modificar a sentença por ter havido a preclusão dos recursos, ou seja, quando a
parte perde o direito de agir em determinado prazo que lhe foi conferido.
- é quando as partes não mais podem discutir a sentença e seus efeitos.
Coisa julga da material é quando não se pode modificar a sentença no mesmo
processo ou em qualquer outro, ou seja, já houve o proferimento de uma decisão
definitiva.
- A coisa julgada material projeta seus efeitos para fora do processo, impedindo
que qualquer juiz possa julgar novamente a mesma questão, sempre que a nova
ação tenha as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir.
Vamos a exemplos:
Sobre coisa julgada Material:
Supondo que Tício propôs uma ação para pleitear um direito X.
Perdeu em 1ª instância.
Recorreu para o TJ. Perdeu e recorreu para o STF.
O julgamento do STF faz coisa julgada material, o que significa que está decidido
definitivamente sobre o direito X. É aquilo e pronto. As partes deverão cumprir o
decidido.
Outra suposição...
Mévio propôs ação, teve o pedido negado e recorreu para o TJ.
O TJ decidiu, transcorreu o prazo para recursos, e ninguém recorreu.
A decisão do TJ faz coisa julgada material. Decisão imutável.
Sobre coisa julgada formal...
Ariosto propôs uma ação requerendo o direito X.
O juiz, sem analisar o pedido (por exemplo, a petição estava ininteligível) extingue o
processo.
A coisa julgada é formal, pois a decisão é irrecorrível apenas dentro desse processo.
Ariosto poderá propor uma nova ação para pleitear o mesmo direito X.
COISA JULGADA X MUTABILIDADE DA DECISÃO 
A Constituição protege a coisa Julgada. No art. 5º, XXXVI está
determinado que: "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada.“;
No entanto a coisa julgada, ou seja, a impossibilidade de revisão da
sentença condenatória no nosso ordenamento NÃO É ABSOLUTA, pois se
admite a revisão criminal (art. 621. CPP)
 Portanto, na esfera penal, a sentença condenatória após trânsito em
julgado poderá ser revista:
-se descobrirem provas novas da inocência do condenado.
-se ocorrem circunstâncias que determine ou autorize a diminuição da
pena.
-quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei
penal ou à evidência dos autos;
-quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos.
COISA JULGADA X PRECLUSÃO
Preclusão: é a extinção de um direito processual por não tê-lo
exercido seu titular no momento oportuno.”(MIRABETE, 1996, p.
219).
A preclusão é a perda de uma faculdade processual.
Diferença entre preclusão e coisa julgada:
-na preclusão há tão somente a extinção de um direito processual
por não ter sido exercido pelo titular no momento oportuno;
-Na coisa julgada, também tem força preclusiva, mas diz respeito
ao litígio,
ao seu mérito.
Exceção de coisa julgada
Já vimos que, existindo o trânsito em julgado de uma decisão,
não será possível a propositura de outra ação com base na mesma
conduta criminosa e com a mesma identidade de partes e mesmo
pedido.
Assim, ao final de um processo, seja com sentença
condenatória ou absolutória irrecorrível, o simples surgimento de
um novo já acarreta prejuízo para o acusado - non bis in idem.
 Tendo o acusado sido levado a novo processo pelo mesmo
fato, poderá ele propor a exceção da coisa julgada, coforme
art.110 do CPP.
Note: para procedência da arguição “é necessário que a mesma
coisa seja novamente pedida pelo mesmo autor, contra o mesmo
réu e sob o mesmo fundamento jurídico do fato”(CAPEZ, 2005).
Obs: Para que a parte possa opor a exceção de
coisa julgada é necessário que na segunda
ação tenha o juiz recebido a denúncia ou a
queixa. Se apenas for instaurado um segundo
inquérito policial, caberá à parte impetrar
ordem de habeas corpus visando seu
trancamento.
Obs: havendo duplo julgamento pelo mesmo
fato, sendo em ambos proferida sentença
condenatória, prevalecerá a que primeiro
transitou em julgado.
VEJAMOS a seguinte questão suscitada por Fernando
Capez (2005, p. 359):
“No concurso formal, o agente com uma só ação
provoca dois ou mais resultados. Pergunta-se: se no
primeiro processo a denúncia referiu-se a apenas um
dos resultados, e a decisão transitou em julgado, seria
possível uma segunda ação com relação ao segundo
resultado?
Resposta: se a primeira sentença foi condenatória,
sim, pois posteriormente será feita a unificação de
penas no juízo das Execuções Criminais. Se foi
absolutória, não, o fato originário é o mesmo, e poderia
haver incompatibilidade com a segunda decisão”
embargos.pdf
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO;
EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADES;
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ( LEI 8.038/90) 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
É meio voluntário de pedir a reparação de um gravame decorrente de
obscuridade, ambigüidade, omissão ou contradição do julgado.
Embora possa ocorrer, não ensejam a modificação substancial da decisão, pois se
destinam a esclarecimentos ou pequenas correções,
São cabíveis contra decisões quando nessas houver ambigüidade, obscuridade,
contradição ou omissão:
Da decisão de 1° grau (embarguinhos), em que deverão ser dirigidos ao juiz singular;
De decisão de órgão de 2o. grau, em que deverão ser dirigidos ao relator do acórdão.
ATENÇÃO: Os embargos estão regulados pelos art. 382 (para sentença de juiz
singular) e art. 619 e 620 (para acórdão), portanto, seriam cabíveis para sentenças e
acórdãos. No entanto, apesar de só estarem legalmente previstos contra estas duas
decisões, os embargos podem ser interpostos contra qualquer decisão judicial.
Prazo para oposição:
2 dias, contados da intimação;
05 dias - Juizado Especial Criminal.
PROCEDIMENTO: 
Os Embargos deverão ser dirigidos ao juiz que prolatou a decisão
ambígua, obscura, contraditória ou omissa;
Os embargos deverão ser interpostos por petição, onde constem os
pontos em que a decisão é ambígua, obscura, contraditória ou omissa.
Atenção: A interposição dos embargos faz com que se interrompam os
prazos para interposição de recursos (ou seja, eles param de correr e depois
de decididos os embargos voltam do zero, assim inicia-se novamente a
contagem do prazo). Mas atenção, há entendimentos que no JECrim, no
entanto, o efeito é suspensivo (o prazo volta a correr de onde parou).
Atenção: A ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão, podem, para
ser resolvidas, implicar modificação do julgado, dizendo-se, então, que os
embargos de declaração têm efeito infringente.
Ex: Para corrigir equívoco relativo a intempestividade do recurso.
• Então...
Emb. de Declaração têm efeitos modificativos ou
infringentes, ou seja, quando houver omissão ou
contradição relevante, o recurso pode causar a
alteração da decisão. Se altera, é preciso intimar a
parte contrária.
Na situação normal, dispensa a parte contrária, não
havendo necessidade de apresentar contrarrazões
nesse sentido. Mas, Com efeitos modificativos, é
preciso ter esse cuidado com a outra parte da lide.
EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADES.
São recursos exclusivos da defesa e oponíveis contra a decisão
não unânime de órgão de 2ª instância - parágrafo único do art.
609- CPP;
A alternativa "infringentes ou de nulidade" significa que a
matéria pode referir-se tanto ao mérito quanto à nulidade, desde
que a questão tenha sido decidida de maneira não-unânime.
Portanto, o Cabimento, é da decisão de segundo grau, no todo
ou em parte não-unânime, desfavorável ao acusado;
Obs: Se a decisão for somente em parte divergente, somente
sobre essa parte é que poderá incidir o recurso.
PRAZO: 10 dias, após a publicação do acórdão não unânime no
DO.
PROCEDIMENTO
Oposição de petição acompanhada pelas razões e dirigida ao relator do
acórdão embargado, que determinará o processamento;
Serão definidos novo relator e revisor que não tenham tomado parte da
decisão embargada;
autos vão conclusos ao relator, que apresentará relatório e o passará ao
revisor;
Julgamento - votarão o novo relator e o novo revisor, bem como os outros
integrantes da câmara que haviam tomado parte no julgamento anterior, os
quais poderão manter ou modificar seus votos;
OBS: Nova decisão (ainda que não unânime) não cabem novos embargos
infringentes.
Atenção: Entende-se que só é admissível os embargos infringentes se o
acórdão foi proferido em análise de recurso no sentido estrito e na
apelação, em virtude de sua vinculação ao art. 609-CPP. Não cabem esses
embargos em habeas corpus e revisão criminal.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
A Lei n. 8.038/90 prevê a possibilidade de embargos das decisões da turma que
divergirem, da decisão de outra turma, da seção ou do órgão especial.
Tratam-se de recursos utilizados para uniformizar a jurisprudência interna do
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça
Assim, tem como objetivo, afastar um conflito de entendimento na
jurisprudência interna do tribunal superior.
Obs: Decisões de outros tribunais não caracterizam divergência.
CABIMENTO: para que caibam os embargos de divergência, é preciso que:
a) tenha havido decisão colegiada, ou seja, um acórdão, não sendo possível
interpor embargos de divergência contra decisão isolada de relator; b) o acórdão
tenha sido proferido por Turma; e c) esse acórdão tenha decidido um recurso
especial (no STJ) ou um recurso extraordinário (no STF).
Esses embargos devem ser interpostos no prazo de 15 dias, com o procedimento
previsto no regimento interno do Tribunal.
O STJ funciona em três Seções especializadas, cada qual composta por duas
Turmas:
-Primeira Seção é formada pela 1.ª e 2.ª Turma
-Segunda Seção formada pela 3.ª e 4.ª Turma
-Terceira Seção formada pela 5.ª e 6.ª Turma.
Obs:A matéria criminal no Âmbito do STJ é da alçada da Terceira Seção,
portanto, julgada pela 5.ª e 6.ª Turma.
Os embargos de divergência serão julgados:
*Pela Seção, quando houver divergência entre Turmas da mesma Seção
(divergência entre a 5.ª e a 6.ª Turma será julgada pela 3.ª Seção);
*Pelo órgão Especial, quando houver divergência entre turmas de Seções
diferentes; entre Turma e outra Seção, ou entre a turma e o próprio Órgão
Especial.
Obs: O STF é definido em apenas duas turmas.
EXECU��O PENAL.pdf
EXECUÇÃO PENAL
EXECUÇÃO PENAL
A fase da execução começa com o trânsito em julgado da sentença, que
torna-se, título executivo judicial.
Na execução, a sentença será cumprida, ou seja, a pena privativa de
liberdade, restritiva
de direitos ou pecuniário serão executadas.
Obs: Ressalta-se que o condenado já tem ciência da ação penal ajuizada,
assim, a citação é dispensável, uma vez que foi intimado da sentença penal
condenatória e exerceu o seu direito de recorrer.
ATENÇÃO: citação se faz necessária em casos de condenação a pena de
multa, isso porque o início do cumprimento da pena fica a cargo do
sentenciado, consoante dispõe o artigo 50 do CP (prazo de 10 dias). Se por
ventura o condenado não pagar a multa, será intimado pelo próprio juízo
da condenação.
2. PRINCÍPIOS DA EXECUAÇÃO PENAL:
a)Da humanidade das penas - (art.5º, XLVII e XLIX, CF/88): Veda-se,
expressamente em lei, as penas de caráter perpétuo, de banimento,
cruéis, de trabalhos forçados e de morte, salvo em caso de guerra
declarada;
b)Da legalidade (art.5º, XXXIX, CF/88 – CP, art. 1°): a pena a ser aplicada
e posteriormente executada deve estar contida previamente em lei
vigente, sendo inadmissível que seja tal punição cominada em
regulamento infralegal. De forma expressa, tal característica está na CF e
no CP;
c) da personalidade (art.5º, XLV, CF/88): a personalização da pena refere-
se em a pena não ultrapassar a pessoa do condenado;
d)Anterioridade (CP, art. 1°, e CF, art. 5°, XXXIX): para que seja válida a
pena aplicada, a expressão legal penal já deve estar vigendo no
momento em que for praticada a infração penal.
e) Da inderrogabilidade: A pena será aplicada quando se
configurar simetricamente o tipo penal com a ação empregada
pelo indivíduo. No entanto, certas situações podem excluir a
ilicitude (ex: o exercício regular de direito - art. 23, III - CP). O
principio em questão norteia que não pode haver extinção da
pena por mera liberalidade do juiz ou qualquer autoridade.
f)Da proporcionalidade (art.5º, XLVI, CF/88 e art.59, C P): a
cominação da pena em abstrato, deverá levar em consideração à
gravidade do delito, ou seja, sua danosidade social, de modo a
chegar a uma pena proporcional.
g) Da individualização da pena (art.5º, XLVI, CF/88): a pena
deverá ser imposta ao criminoso de acordo com o grau de
culpabilidade e em vista de certos requisitos a serem avaliados
na cominação da penalidade.
3- Juízo Competente
A competência do magistrado da execução começa com o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória;
A LEP institui no artigo 65: “A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei
local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença”.
Em regra, a competência será do juiz especializado (JUIZ DA EXECUÇÃO), exceto
em se tratando de Vara Única, que será do próprio magistrado que prolatou a
sentença.
Sobre o assunto, prescreve a Súmula 192 do STJ: “Compete ao Juízo das Execuções
Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça
Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à
administração estadual”.
OBS: Contudo, ressalta-se que já se entendeu que, se o condenado pela Justiça
Militar estiver recolhido em estabelecimento prisional a ela subordinado, as normas
da Lei de Execução penal não serão aplicadas.
OBS: aos sentenciados com foro privilegiado, será competente o Tribunal que os
julgou.
ESPÉCIES DE PENA
a) Pena Privativa de Liberdade:
- Reclusão;
- Detenção;
- prisão simples.
b) Pena Restritiva de Direitos:
- prestação pecuniária;
- perda de bens e valores;
- prestação de serviços à comunidade ou a entidades pública;
- interdição temporária de direitos;
- limitação de fim de semana;
c) Pena de Multa:
6 - A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
6.1 – CONCEITOS E TIPOS:
também conhecida como pena de prisão, que têm como objetivo privar o
condenado do seu direito de locomoção (ir e vir);
Pode ser: a)Reclusão; b)Detenção;
Obs: alguns autores adotam ainda a prisão simples - para as contravenções penais -
semi-aberto ou aberto - art. 6° da LCP – não pode ser cumprida em local onde
estejam criminosos.
A diferenciação entre reclusão e detenção se restringe quase que exclusivamente
ao regime de cumprimento da pena - art. 33, caput do Código Penal:
 reclusão: deve ser feito em regime fechado, semi-aberto ou aberto;
 Detenção: não se admite o regime inicial fechado – o início da execução da pena será
em regime semi-aberto ou aberto.
Obs:é possível a transferência do condenado da pena de detenção para regime
fechado, demonstrada a necessidade da medida.
OBS:O juiz, ao aplicar a pena ao sentenciado, é quem irá determinar o regime inicial
de seu cumprimento, conforme art. 110 da LEP (estabelecer na sentença o regime
inicial de cumprimento da pena)
6.2 - Regimes de cumprimento de Pena:
a) Fechado: cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou
média;
b) Semi-aberto: cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em
estabelecimento similar;
c) Aberto: trabalha ou freqüenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se
em Casa do Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga –
atenção: tornozeleira eletrônica.
d) Regime Disciplinar Diferenciado- art.52 da LEP, com redação da lei n°
10.792/2003:
 para o condenado definitivo e o preso provisório que cometerem crime doloso
capaz de ocasionar subversão da ordem ou subversão da disciplina interna;
 recolhimento em cela individual;
Visitas semanais de duas pessoas por duas horas;
duas horas de banho de sol por dia;
prazo máximo de 360 dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave
da mesma espécie;
 essa sanção somente poderá ser aplicada por prévio e fundamentado despacho
do juiz competente e manifestação do MP e da defesa.
RDD – INCONSTITUCIONALIDADE.
6.3 Progressão e regressão de Regimes:
Conceito: trata-se da passagem do condenado de um regime mais rigoroso para
outro mais suave (progressão) ou para uma mais grave (regressão), de
cumprimento da pena privativa de liberdade, desde que satisfeitas as exigências
legais.
Requisitos para a progressão:
 requisito objetivo: cumprimento de pena no regime anterior (1/6) da pena.
Obs: A cada nova progressão exige-se o requisito temporal. O novo cumprimento
de 1/6 da pena, porém, refere-se ao restante da pena e não à pena inicialmente
fixada na sentença.
Requisito subjetivo: bom comportamento carcerário, assim atestado pelo diretor
do presídio.
ainda necessário, atualmente para a progressão, “decisão motivada e precedida
de manifestação do MP e do defensor, conforme art. 112, da LEP e acolher a
manifestação do Conselho Penitenciário, conforme art. 131 da LEP,
Obs: o condenado por crime contra a administração pública, que necessita, ainda
um terceiro requisito, qual seja, a reparação do dano ou a devolução do produto
do ilícito acrescidos de juros e atualização monetária.
Para regressão: preso que comete falta grave – vide art. 50 da LEP;
A progressão de Regimes e a Lei de Crimes Hediondos - Lei
n. 8072/1990:
a progressão de regime no caso dos condenados por crime
hediondo, dar-se-á: após o cumprimento de 2/5 (dois quintos)
da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente.
Atenção: a regra acima passou a viger a partir de
28/03/2007, que é a data da Lei 11.464. Veja a regra:
1/6 da pena nos crimes em geral;
1/6 nos crimes hediondos e afins cometidos antes de 28/03/2007. (Data
de vigência da Lei 11.464 que agravou este requisito).
2/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007,
quando o apenado for primário.
3/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007
quando o apenado for reincidente.
7 - Exame Criminológico
Para Cezar Roberto BITENCOURT: "é a pesquisa dos antecedentes pessoais,
familiares, sociais, psíquicos, psicológicos do condenado,
para obtenção de
dados que possam revelar a sua personalidade...busca descobrir a
capacidade de adaptação do condenado ao regime de cumprimento da
pena; a probabilidade de não delinquir; o grau de probabilidade de
reinserção na sociedade, através de um exame genético, antropológico,
social e psicológico“.
súmula vinculante nº 26 – STF e súmula 439 – STJ: uniformizam o
entendimento jurisprudencial sobre a facultatividade da realização do
exame criminológico para a progressão do regime.
Embora o exame criminológico não se caracterizar como um requisito
obrigatório para a progressão do regime, é admitido para formação do
convencimento do juiz quanto ao merecimento do réu, desde que a decisão
seja fundamentada e adequada ao caso concreto.
8 - Detração Penal.
É a compensação de prisão provisória cumprida
anteriormente.
Obs: só é possível para fatos ocorridos antes da nova
prisão. Isto é, o cumprimento de prisão provisória
anterior ao fato que leva a nova prisão não pode ser
considerado para abatimento do período a ser
cumprido em razão da nova condenação.
Obs: alguns aceitam que pode ocorrer quando o
individuo for condenado, tendo cumprido
determinado tempo, venha a ser absolvido em
Superior Instância. Esse tempo cumprido, computa-se
a outra condenação.
9 - Remição Penal.
Remição é um instituto que permite diminuir, pelo
trabalho, pelo estudo, e por atividades artístico-culturais,
parte da pena.
É contado:
Para cada três (3) dias de trabalho é remido, ou seja, é
reduzido um (1) dia de pena;
Para cada 12 horas de curso ou atividade também é
reduzido um (1) dia de pena.
ATENÇÃO: Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
até 1/3 (um terço) do tempo remido
10 – ANISTIA E GRAÇA OU INDULTO:
10.1 ANISTIA: é a declaração, pelo poder público, de que determinados fatos se
tornaram impuníveis por motivo de utilidade social.
•Volta-se a fatos, não a pessoas.
•Pode ocorrer antes da condenação definitiva (anistia própria) ou após o trânsito
em julgado da condenação (anistia imprópria).
•Tem a força de extinguir a ação e a condenação, sem deixar efeitos secundários.
•Destina-se a crimes políticos, mas pode ser estendida a crimes comuns, não
cabendo para crimes hediondos e assemelhados (art. 5º, XLIII, CP).
•Uma vez concedida, não pode ser revogada.
•É geral ou parcial, podendo beneficiar todos que praticaram o delito, ou apenas
alguns (ex: os não reincidentes).
•Concedida através de lei editada pelo Congresso Nacional, possuindo efeito ex
tunc, apagando o crime e os efeitos da sentença, mas não atinge os efeitos civis.
10.2 - Graça ou indulto individual:
•NUCCI: “É a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a fatos
criminosos”.
•A CF a chama de graça (art. 5º, XLIII), enquanto que a LEP (arts. 188 a 192) a chama de
Indulto Individual. Aceitam-se as duas definições.
•É um perdão concedido pelo Presidente da República, mediante avaliação discricionária,
não sujeita a recurso.
•Pode ser total ou parcial.
•Total: alcança todas as sanções impostas ao condenado.
•Parcial: alcança apenas alguns aspectos da condenação, reduzindo ou substituindo a sanção
originalmente aplicada.
Pressuposto para a concessão do indulto individual: existência de sentença condenatória
com trânsito em julgado.
•OBS: Apagará apenas os efeitos executórios da condenação, mas não os secundários
(reincidência, lançamento de nome no rol dos culpados, obrigação de indenizar a vítima).
•OBS: uma vez concedido, torna possível a extinção da medida de segurança
10.3- Indulto Coletivo:
•É a Clemência destinada a um grupo de sentenciados, tendo
em vista a duração das penas aplicadas, podendo exigir
requisitos subjetivos (ex:primariedade, comportamento
carcerário, antecedentes) e objetivos (ex: cumprimento de
montante de pena, exclusão de certos tipos de crimes).
•Tal qual o indulto individual pode ser total ou parcial.
•Total: alcança todas as sanções impostas ao condenado.
•Parcial: alcança apenas alguns aspectos da condenação,
reduzindo ou substituindo a sanção originalmente aplicada.
11 - LIVRAMENTO CONDICIONAL.
11.1 - Conceito. Consiste numa liberdade antecipada do apenado, que é
concedida de modo precário e exige o cumprimento de determinadas
exigências previamente estabelecidas.
Atenção: Embora se possa concluir textualmente que o livramento condicional
se trata de uma faculdade cabível ao apenado, pois a lei fala que o “juiz poderá”
concedê-lo, o entendimento corrente é no sentido que ele não decorre de ato
judicial discricionário, sendo obrigatória tal benesse quando verificados os
requisitos.
11.2 – Concessão do Livramento condicional.
O livramento condicional pode ser concedido independentemente do regime a
que estiver submetido o condenado;
O livramento condicional poderá ser requerido pelo sentenciado, pelo seu
cônjuge ou por parente em linha reta, bem como por proposta do diretor do
estabelecimento penal ou por iniciativa do Conselho Penitenciário;
A competência para a concessão do Livramento Condicional é do Juiz da
Execução.
11.3 - Requisitos - art. 83 CP:
a)Concedido ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos;
obs: suspensão condicional da execução da pena ou sursis – pena inferior a dois anos
b)cumprida mais de 1/3 da pena, se o condenado não for reincidente em crime doloso e
tiver bons antecedentes;
c)cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
d)comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante
trabalho honesto;
e)tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
f) cumprido mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza.
11.4 - Revogação: revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a
pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível:
a)por crime cometido durante a vigência do benefício;
b)por crime anterior, observado o disposto no art. 84.CP;
c)se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da
sentença, de observar proibições inerentes à pena acessória ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não
seja privativa de liberdade. (arts. 86 e 87 CP).
Obs:As condições obrigatórias do livramento condicional são as definidas no § 1º do art.
132 da Lei de Execução Penal.
Obs: As condições facultativas, também chamadas judiciais, são estabelecidas no § 2º do
art. 132 da Lei de Execução Penal. O juiz as fixará conforme entender necessárias, levando
em conta, é claro, o fato praticado e as condições pessoais do apenado.
habeas corpus.pdf
NOÇÃO CONCEITUAL DO HC.
O inciso LXVIII do artigo 5º da Constituição da República dispõe que
"conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder“.
É o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a
violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade
ou abuso de poder".
O habeas corpus presta-se à impugnação de:
atos administrativos praticados por quaisquer agentes na condição de
autoridade;
atos judiciários; e
atos praticados por particulares, a qualquer título ou sob qualquer
pretexto.
OBS: O habeas corpus possui a natureza jurídica de ação. É uma ação penal
popular constitucional, embora por vezes possa servir

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando