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Concurso - AUDITOR - 2015 , e Tecnico -

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Atualidades – Teoria e Exercícios – TCU - TFCE 
Aula 00 – Economia Internacional 
Prof. Leandro Signori 
 
 
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 Caro aluno, 
 É com imenso prazer que nos encontramos no PONTO DOS 
CONCURSOS para esta jornada em busca de um excelente resultado na 
disciplina de ATUALIDADES no concurso do TRIBUNAL DE CONTAS DA 
UNIÃO para o cargo de TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO. 
O concurso já está autorizado e o edital é eminente. O salário inicial é 
excelente – R$ 9.616,42. O último certame para Técnico Federal de Controle 
Externo foi em 2012 e ofereceu 31 vagas, sendo 22 no DF. No entanto, 
segundo informação do meu colega do Ponto dos Concursos, professor Pedro 
Ivo, foram convocados 75 candidatos até o fim da vigência do concurso. 
Somente para o Distrito Federal foram 63 candidatos convocados. 
 Muitos candidatos pensam que Atualidades é uma disciplina fácil, que é só 
ler um bom jornal e assistir o noticiário das televisões. Ledo engano, na hora da 
prova acabam sabendo que não é bem assim. Por isto, ao adquirir este curso de 
Atualidades você já sairá na frente da concorrência. 
 O nível das questões de Atualidades do Cespe é alto, com assertivas bem 
elaboradas, contextualizadas e raramente pontuais. Por outro lado, o nível dos 
candidatos também está muito elevado, de modo que todas as disciplinas são 
importantes. Atualidades pode fazer a diferença! Se você gabaritar a disciplina 
e acertar todas as questões, conquistará preciosos pontos em relação à 
concorrência. 
 E eu estou aqui para lhe preparar para gabaritar a disciplina de 
Atualidades. Sim, é disso que estamos falando. Você quer e você pode gabaritar 
a disciplina. 
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 Como professor faço uma permanente análise do que as bancas estão 
cobrando. Assim, preparo um curso abrangente, mas cirúrgico, com os 
conteúdos que realmente caem e com os que têm probabilidade de cair. 
 Antes de dizer como será o seu curso, vou me apresentar. 
 Sou Leandro Signori, gaúcho de Lajeado. Ingressei no serviço público 
com 21 anos e já trabalhei nas três esferas da administração pública – 
municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minha 
formação profissional – servidor e docente. Nas Prefeituras de Porto Alegre e 
São Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivas secretarias 
municipais de meio ambiente; na administração estadual, fui servidor da 
Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal do governo do Rio 
Grande do Sul. 
 Atualmente sou geógrafo no Ministério da Integração Nacional, onde 
trabalho com planejamento e desenvolvimento territorial e regional. Fui 
também consultor na área de meio ambiente. 
 Graduei-me em Geografia – Licenciatura - pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS) e – Bacharel - pelo UNICEUB em Brasília. A 
oportunidade de exercer a docência e poder alcançar o conhecimento 
necessário para a aprovação dos meus alunos me inspira diariamente e me traz 
grande satisfação. Como professor em cursos preparatórios on line e presencial 
ministro as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, Realidade 
Brasileira, Geografia, Direito Ambiental e Meio Ambiente. 
 OK, professor, e como será o nosso curso?  
Será um curso completo de teoria e exercícios no qual vamos contemplar 
os seguintes conteúdos listados no edital do concurso anterior, organizado pelo 
Cespe: 
 ATUALIDADES: Tópicos atuais no Brasil e no mundo, relativos à 
economia, política, saúde, sociedade, meio ambiente, desenvolvimento 
sustentável, educação, energia, ciência e tecnologia. 
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 Fique bem tranquilo se você não conhece ou conhece pouco os conteúdos 
relacionados nos tópicos. A sistemática do curso, a estrutura de distribuição dos 
conteúdos e as questões comentadas farão com que, ao final das aulas, você 
esteja preparado para um ótimo desempenho na disciplina ao fazer a prova. 
 Ao todo serão seis aulas, incluindo esta aula demonstrativa, cuja 
estrutura é a seguinte: 
Aula Conteúdo Programático 
00 Economia Internacional 
01 Política, Conflitos e Sociedade Internacional 
02 Economia Brasileira 
03 Política e Sociedade Brasileira - I 
04 Política e Sociedade Brasileira - II 
05 
Ecologia, Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável 
 A distribuição das aulas, neste formato, visa otimizar a diversidade dos 
conteúdos e sua interconexão em grandes temas. Nos meus cursos tenho por 
hábito incluir muitas questões, assim, até final deste curso, vou disponibilizar 
mais de 350 questões comentadas, sendo 100% de questões do Cespe. 
Você vai ficar supertreinado no estilo Cespe de questões de Atualidades. Ao 
fazer esta grande quantidade de questões, você perceberá claramente 
os assuntos mais cobrados pelo Cespe. Entra ano e sai ano, entra prova e 
sai prova e lá está um determinado grupo de assuntos que predomina nas 
provas de Atualidades do Cespe. 
 Em cada aula, no desenvolvimento da teoria, estou inserindo questões 
logo após os assuntos explanados, para que você veja como a nossa disciplina é 
cobrada pelas bancas. Elas também serão relacionadas no final de cada 
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apostila, de modo que você poderá resolvê-las antes de iniciar a leitura da 
teoria. 
Na parte teórica seremos objetivos, todavia, sem deixar de fora nenhum 
conteúdo e sem esquecer dos detalhes cobrados pelo Cespe. Vamos ver as 
pegadinhas e as cascas de banana que são colocadas para escorregarmos na 
questão. Também vou usar várias figuras, tabelas, gráficos e mapas de forma a 
sintetizar e esquematizar o conteúdo. Grave bem eles. 
Ao final de cada aula você contará com um completo resumo, o 
Memorex. Por fim, quero lhe dizer que as nossas apostilas são grandes, mas 
não se preocupe, não há conteúdo em excesso. A grande maioria das páginas 
são de exercícios. 
 Quem quiser também pode me seguir no Facebook curtindo a minha fan 
page. Nela divulgo gabaritos extraoficiais de provas, publico artigos, 
compartilho notícias e informações importantes do mundo atual. Segue o link: 
https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades. 
 Sem mais delongas, vamos aos estudos, porque o nosso objetivo é que 
você tenha um excelente desempenho em Atualidades. 
 Para isso, além de estudar, você não pode ficar com nenhuma dúvida. 
Portanto, não as deixe para depois. Surgindo a dúvida, não hesite em contatar-
me no nosso Fórum. 
 Estou aqui neste curso, muito motivado, caminhando junto com você, 
procurando passar o melhor conhecimento para a sua aprendizagem e sempre à 
disposição no Fórum de Dúvidas. 
 Ótimos estudos e fiquem com Deus! Namastê! Forte Abraço. 
 Professor Leandro Signori 
 leandro.signori@pontodosconcursos.com.br 
“Tudo posso naquele que me fortalece.” 
(Filipenses 4:13) 
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Sumário 
 
1. Origens e características globalização 
2. Neoliberalismo e Consenso de Washington 
3. Blocos econômicos 
4. O mundo em crise5. Recuperação a passos lentos 
6. Comércio Internacional 
7. A China 
8. Organizações e grupos internacionais 
9. Memorex 
10. Questões comentadas 
 11. Questões propostas 
 12. Questões comentadas na parte teórica 
 
1. Origens e características globalização 
 Para entendermos a globalização, é preciso saber que o fenômeno em si 
começou há muito tempo. Os primeiros passos rumo à conformação de um 
mercado mundial e de uma economia global remontam aos séculos XV e XVI, 
com a expansão ultramarina europeia. A chegada de Cristóvão Colombo à 
América, em 1492, deu início ao que alguns historiadores chamam de primeira 
globalização. 
O desenvolvimento do mercantilismo estimulou a procura de diferentes 
rotas comerciais da Europa para a Ásia e a África, gerando grande quantidade 
de riquezas para alguns países e a grande burguesia europeia. Esses lucros, 
somados ao ouro e à prata extraídos das minas do continente americano 
forneceram a base para a Revolução Industrial no fim do século XVIII. 
Por sua vez, a Revolução Industrial desenvolveu o trabalho assalariado e 
o mercado consumidor. As descobertas científicas e as invenções provocaram 
grande expansão dos setores industrializados e possibilitaram a exportação de 
produtos mundo afora. 
No fim do século XIX, começam a surgir as corporações multinacionais, 
industriais e financeiras, que vão se reforçar e crescer durante o século XX. O 
mercado mundial estava, então, atingindo todos os continentes. Porém, a 
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interdependência econômica entre as nações vai ficar evidente com a depressão 
norte-americana de 1929 – quebra da Bolsa de Valores de Nova York - que teve 
consequências negativas no mundo todo. 
A partir dos anos 1990, acentua-se a integração da economia global por 
meio da revolução tecnológica, especialmente no setor de telecomunicações. A 
internet, rede mundial de computadores, revelou-se a mais inovadora 
tecnologia de comunicação e informação do planeta. As trocas de informações 
(dados, voz e imagens) tornaram-se quase instantâneas, o que acelerou em 
muito a integração das atividades econômicas. 
A revolução tecnológica possibilitou ao capital uma veloz circulação pelo 
globo, facilitando os investimentos diretos e os movimentos especulativos. As 
cadeias produtivas se espalharam pelo mundo, com empresas transferidas 
(relocalizadas) para países com menor custo de produção (salários, impostos 
etc.). 
Bem, aqui faço uma pausa para deixar claro que a globalização atual não 
é um processo acabado. É um processo em curso e trata-se de uma nova fase 
do capitalismo financeiro, comandada pelos países ricos e por grandes 
empresas transnacionais. O poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o 
poder das economias nacionais. 
A característica central desse período globalizante é a interdependência 
entre os atores econômicos globais – governos, empresas e movimentos 
sociais. Cabe destacar que o desmantelamento do sistema socialista foi 
importante fator que contribuiu para a globalização e a expansão mundial do 
capitalismo. A derrocada dos regimes comunistas, a partir de 1989, fez com 
que as antigas nações socialistas se integrassem ao mercado global capitalista 
nos anos subsequentes. 
Historicamente, as ideias do neoliberalismo contrapõem-se às do 
keynesianismo – ideário formulado pelo economista John Keynes (1883-1946), 
dominante no período do pós-guerra, a partir de 1945 –, que defendia uma 
presença ativa do Estado na economia como forma de impulsionar o 
desenvolvimento (um exemplo da política de Keynes foi o New Deal, adotado 
nos EUA após a quebra da Bolsa em 1929, com maciços investimentos estatais 
para reativar a economia). A ascensão do neoliberalismo na década de 1980 se 
dá na contramão do keynesianismo. 
Nas últimas duas décadas, a expansão do comércio global resultou na 
intensificação do fluxo de capitais entre os países. A busca de maior 
lucratividade levou as empresas a investirem cada vez mais no mercado 
financeiro, que se tornou o centro da economia globalizada. 
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A atual mobilidade do mercado mundial permite também que grandes 
empresas façam a relocalização de suas fábricas – nome que se dá ao 
fechamento de unidades de produção em um local e sua abertura em outra 
região ou outro país. Esse mecanismo é globalmente usado para cortar gastos 
com mão de obra, encerrando a produção em países nos quais os salários são 
maiores, para organizar a produção onde há menos custos – também de 
impostos e infraestrutura produtiva. À medida que as nações reduzem suas 
barreiras comerciais no contexto da globalização, a fabricação em qualquer 
ponto do mundo e a exportação para outros mercados torna-se cada vez mais 
rentável. 
 
Consequências da globalização 
A produção e o comércio mundial crescem com a globalização. Mas a 
riqueza concentra-se num pequeno grupo de países, e isso reforça a 
desigualdade entre as nações. 
A redução das tarifas de importação é um dos motivos que explicam essa 
concentração de renda. Beneficiou muito mais os produtos exportados pelos 
mais ricos. Os mais pobres não têm conseguido exportar produtos agrícolas 
para os mais ricos, pois estes subsidiam a produção interna. 
Em períodos de crise econômica, os resultados da globalização são 
dramáticos para os países pobres, pois geram um custo social altíssimo. 
Ocorre o barateamento da mão de obra, o aumento do desemprego e da 
exclusão social. Outra consequência da globalização é o aumento da 
migração de pessoas dos países pobres para os países ricos. 
 
A globalização não beneficiou a todos. A riqueza concentra-se nas mãos 
de poucos. Os grupos com rendimentos mais elevados tornaram-se muito mais 
ricos e as desigualdades sociais aumentaram. 
 
O gráfico abaixo mostra 58 anos de comércio mundial. Há um crescimento 
enorme das exportações dos EUA e da Europa em relação ao resto do mundo. O 
crescimento da Ásia é, sobretudo, de Japão e China. Note que a desigualdade 
se acentua com a globalização (anos 1990). Os países ricos concentram a 
venda de tecnologia de ponta, com alto valor agregado, e os países pobres, a 
venda de matérias-primas. 
 
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Fonte: OMC 
 
 
 Hora de começar a praticar! 
 
01) (CESPE/TCU/2008 – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) 
Ao apresentar a perspectiva local como inferior à perspectiva global, 
como incapaz de entender, de explicar e, em última análise, de tirar 
proveito da complexidade do mundo contemporâneo, a concepção 
global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a 
instauração de um único código unificador de comportamento humano, 
e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias 
globais de escala. Como resultado deste processo, o "modelo 
econômico" alcança sua perfeição, que não é somente descrever o 
mundo, mas efetivamente governá-lo. E esta é a essência mesma do 
paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio 
supremo de perfeição a globalização representa. 
Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo 
global e é somente neste nível que a sua primazia e universalidade são 
finalmenteafirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir 
alguma alternativa viável ao sistema ideologicamente dominante 
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fundado no livre mercado, dada a ausência de qualquer cultura ou 
sistema de pensamento alternativo. 
Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não 
poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente 
coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se 
afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao 
longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. 
A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um 
excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um 
"argumento". Parece realmente muito difícil conceber um resultado 
final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases 
ideológicas sobre as quais está fundado. Em suma, a globalização 
representa a realização acabada e a perfeição do projeto de 
modernidade e de seu paradigma de progresso. 
G. Muzio. A globalização como o estágio de perfeição do paradigma 
moderno: uma estratégia possível para sobreviver à coerência do 
processo. 
Trad. Luís Cláudio Amarante. In: Francisco de Oliveira e Maria Célia Paoli 
(Org.). 
Os sentidos da democracia. Políticas do dissenso e hegemonia global. 
2.ª ed. Petrópolis - RJ: Vozes; Brasília: NEDIC, 1999, p. 138-9 (com 
adaptações). 
Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando 
aspectos marcantes da realidade econômica e política mundial 
contemporânea, julgue o item que se segue. 
Sob o ponto de vista econômico, a globalização dos dias atuais é 
decorrência de um longo processo histórico, impulsionado, a partir da 
Revolução Industrial, pela expansão imperialista e neocolonialista 
iniciada em meados do século XIX. 
COMENTÁRIOS: 
O atual período de globalização, no qual vivemos, possui raízes na 
Revolução Industrial, na expansão imperialista e neocolonialista iniciada em 
meados do século XIX. 
A industrialização do continente Europeu marcou um intenso processo de 
expansão econômica. O crescimento dos parques industriais e o acúmulo de 
capitais fizeram com que as grandes potências econômicas da Europa 
buscassem a ampliação de seus mercados e procurassem maiores quantidades 
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de matéria-prima disponíveis a baixo custo. Nesse contexto, a partir do século 
XIX, essas nações buscaram explorar regiões na África, Ásia e Oceania, 
dominando povos e territórios e implantando colônias, em um processo 
conhecido como neocolonialismo. 
O imperialismo nada mais é do que a política de expansão e dominação 
territorial, econômica e cultural de um país sobre outros ou sobre uma ou várias 
regiões geográficas. O imperialismo contemporâneo pode também ser 
denominado de neocolonialismo, por possuir muitas semelhanças com o 
colonialismo dos séculos XV a XIX. O fim da Segunda Guerra Mundial (1945) 
marca o início da descolonização da África, Ásia e Oceania e o início da 
globalização moderna. 
Gabarito: Certo 
 
2. Neoliberalismo e Consenso de Washington 
O Consenso de Washington consiste em linhas gerais, em uma cartilha 
teórica que define as diretrizes que a globalização deve seguir, sob a ideologia 
neoliberal. O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser 
entregue às leis de mercado. Segundo seus defensores, a presença do Estado 
na economia inibe o setor privado e freia o desenvolvimento. 
Entre os princípios formadores da ideologia neoliberal, detalhados no 
Consenso de Washington e presentes na globalização econômica, destacam-se: 
a) Liberdade de mercado: Consiste na eliminação de todos os 
dispositivos que atrapalhem o livre funcionamento dos investimentos e do 
comércio, tais como excesso de impostos, de leis e de regras que inibam as 
transações financeiras ou limitem fusões e incorporações de empresas. 
b) Mínima participação do Estado na economia: Traduz a crença de 
que o Estado é ineficiente, atrapalha o livre funcionamento dos mercados, 
administra mal os recursos e, ao não se modernizar no mesmo ritmo das 
empresas privadas, suas empresas geram menos lucros e ofertam produtos de 
pior qualidade. Por isso, essas empresas devem ser privatizadas (vendidas para 
particulares), incentivando a concorrência, barateando preços e melhorando a 
qualidade dos serviços e das mercadorias. 
c) Redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos: 
O Estado desperdiça muito dinheiro com direitos sociais, como saúde, 
educação, aposentadorias, amparo aos desempregados entre outros. Isto 
provoca aumento de impostos, que serão pagos pela sociedade, a fim de gerar 
recursos destinados à assistência aos mais pobres. Na visão neoliberal, a 
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manutenção desses gastos do Estado significa premiar os fracassados e punir 
com impostos os competentes. 
 d) Livre circulação de capitais: Visa garantir a livre entrada e saída de 
capitais em qualquer país e permitir que o mesmo dinheiro seja aplicado e 
remunerado em operações financeiras, como, por exemplo, na bolsa de valores, 
e não somente na produção ou na geração de empregos. 
 e) Flexibilização do mercado de trabalho: A doutrina neoliberal 
entende que essa medida dinamiza a economia e possibilita que os empresários 
invistam na produção e ampliem a oferta de empregos. Com a flexibilização, 
pode-se contratar e demitir livremente os empregados e reduzir o dispêndio das 
empresas com seus funcionários. 
 f) Abertura dos mercados internos para produtos estrangeiros: 
Significa a eliminação de qualquer protecionismo econômico. Em outras 
palavras, nenhum país deve coibir a livre concorrência, e a melhor maneira 
para garanti-la é preservar a competição entre as empresas, 
independentemente de sua origem nacional ou estrangeira. Quem vai definir 
qual a melhor mercadoria a ser adquirida é o próprio consumidor, que ainda 
será beneficiado com uma maior variedade de artigos ofertados e a preços cada 
vez mais baixos e acessíveis. 
 
3. Blocos econômicos 
A globalização neoliberal ampliou largamente a formação de blocos 
econômicos. São organizações criadas por países, para promover a integração 
econômica, o crescimento e a competitividade internacional dos países-
membros. Sob a economia globalizada, ajudam a abrir as fronteiras de cada 
nação ao livre fluxo de capitais, ao reduzir barreiras alfandegárias, práticas 
protecionistas e regulamentações nacionais. 
Existem quatro modelos básicos de bloco econômico: 
- Área de livre-comércio - Impostos, tarifas ou taxas de importação são 
eliminados de boa parte ou de todas as mercadorias e serviços para promover o 
intercâmbio entre países-membros. Exemplo: NAFTA 
- União aduaneira – É uma área de livre comércio, na qual, além de 
abrir o mercado interno, os países-membros definem regras para o comércio 
com nações de fora do bloco. A tarifa externa comum é adotada para boa 
parte – ou a totalidade – dos serviços e mercadorias provenientes de outros 
países, ou seja, todos cobram os mesmos impostos, taxas e tarifas de 
importação de terceiros. 
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- Mercado comum - É uma união aduaneira na qual, além de 
mercadorias e serviços, capital e trabalhadores também podem circular 
livremente e se engajar em atividades econômicas em qualquer dos países-
membros. Ex. MERCOSUL e Comunidade Andina. 
- União econômica e monetária – É o estágio final de integração 
econômica entre países. Os membros adotam uma moeda comum e a mesma 
política de desenvolvimento. A União Europeia é o único bloco a atingir esse 
estágio de integração. 
A formação de blocos econômicos acelerou o comércio mundial. Antes, 
qualquer produto importado chegava ao consumidor com valor 
significativamente mais alto, em razão das taxações impostas ao cruzar a 
alfândega. Os acordos entre os países reduziram, e em alguns casos acabaram, 
com essas barreiras comerciais, processo conhecido como liberalização 
comercial. 
Vejamos os principais blocos econômicos regionais, ou melhor, aqueles 
que caem nas provas.  
 União Europeia – União econômica e monetária, com 28 países 
membros. O Euro, moeda única do bloco não é adotada por todos os países. 
Zona do Euro – 19 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, 
Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, 
Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, e Portugal. O Reino Unido NÃO faz parte 
da Zona do Euro, a sua moeda é a libra esterlina. 
 ALCA - Proposta pelos Estados Unidos em 1994, não chegou a se 
constituir como um bloco econômico. A proposta é de formação de uma 
Área de Livre Comércio integrada por todos os países americanos, exceto Cuba. 
Após sucessivas discussões em torno da formação do bloco econômico, a 
Cúpula das Américas de 2005, realizada na Argentina, marca o fracasso do 
acordo, deixando as negociações em suspenso. 
 NAFTA – Área de livre comércio, integrada por Estados Unidos, Canadá e 
México. 
MERCOSUL – Mercado comum, integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, 
Paraguai e Venezuela. O Paraguai estava suspenso do bloco, desde junho de 
2012. Porém, retornou ao bloco em dezembro de 2013, quando o congresso 
paraguaio aprovou a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco 
regional. A Bolívia possui o status de Estado Associado estando, desde 
dezembro de 2012, em processo de adesão ao bloco econômico. Chile, Peru, 
Colômbia e Equador, também possuem o status de Estados Associados, porém, 
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não estão em processo de adesão. A Guiana e o Suriname são Estados com 
direito de participação nas reuniões do Mercosul. 
O bloco negocia há mais de uma década um acordo de livre comércio com 
a União Europeia. Nos últimos meses as negociações avançaram, porém 
voltaram a ficar em compasso de espera. O motivo é a Argentina, país em 
dificuldades e econômicas, que não consegue aproximar-se da oferta de 
liberalização de 90% do comércio do bloco com a União Europeia. 
 Comunidade Andina – Mercado comum, integrado por Bolívia, 
Colômbia, Equador e Peru. 
 Aliança do Pacífico - Associação formada em 2012, por México, Peru, 
Colômbia e Chile para estabelecer gradualmente o livre comércio entre seus 
membros e entre eles e os países asiáticos banhados pelo Oceano Pacífico. A 
Costa Rica entrou no bloco em maio de 2013. O grupo adota políticas 
econômicas neoliberais e tem o apoio dos Estados Unidos. 
 União Econômica Euroasiática (UEE) – Mais novo bloco econômico do 
mundo, formalizado em maio de 2014, em Astana, capital do Cazaquistão. 
Integrado pela Rússia, Cazaquistão e Belarus. As ex-repúblicas soviéticas da 
Armênia e Quirguistão, países muito pobres, estão em processo de adesão. 
Os três Estados comprometem-se a garantir a livre circulação de 
produtos, serviços, capitais e trabalhadores, além de aplicar uma política 
semelhante em domínios chaves da economia: energia, indústria, agricultura, 
transportes. Os signatários dispõem de um quinto dos recursos mundiais de gás 
e quase 15% dos de petróleo. 
A Ucrânia participou das negociações para a formação da União 
Euroasiática até a deposição do presidente Viktor Yanukovich em fevereiro 
deste ano. O estopim da deposição de Yanukovich foi justamente a sua 
desistência em assinar um acordo de associação e livre-comércio com a União 
Europeia, em prol da participação na União Euroasiática. 
 
02) (CESPE/MPE PI/ 2012 - ANALISTA MINISTERIAL) Após dez horas 
de discussão madrugada adentro, líderes europeus concordaram em 
endurecer o controle das contas públicas e em perder parte da 
autonomia financeira para tentar salvar o euro. Mas a discordância de 
um país, o Reino Unido, impede que haja mudanças nos tratados da 
União Europeia (UE). Essa divergência lança dúvidas sobre o futuro da 
integração europeia, tida como fundamental para enterrar de vez o 
passado de conflitos entre os países do continente. 
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Folha de S.Paulo, 10/12/2011, p. A18 (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas 
implicações do tema por ele abordado, além de aspectos marcantes do 
mundo contemporâneo, julgue os itens seguintes. 
16) O euro é a moeda adotada por todos os países que integram a UE e, 
de seu lançamento aos dias de hoje, sempre se mostrou 
supervalorizado em relação à moeda norte-americana, o dólar. 
COMENTÁRIOS: 
O Euro, moeda adotada por 19, dos 28 países integrantes da União 
Europeia, já teve paridade com o dólar norte-americano, já valeu menos e 
atualmente está mais valorizado que a moeda dos EUA. 
Gabarito: Errado 
 
4. O mundo em crise 
A economia global encontra-se na mais grave crise desde a Grande 
Depressão de 1929. Iniciada em 2008, a crise não dá sinais de que está perto 
de terminar. Sua expressão mais visível agora é o alto endividamento público 
que afeta dois dos principais motores da economia mundial: a União Europeia 
(UE) e os Estados Unidos (EUA). 
O exemplo mais dramático de como o rombo corroeu as economias 
nacionais ocorre na Grécia. Um dos países menos desenvolvidos da zona do 
euro, o país teve que recorrer à UE e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) 
para obter recursos para enfrentar seu gigantesco déficit orçamentário. Além da 
Grécia, a crise atingiu com bastante força Portugal, Itália, Irlanda, Espanha e 
mais recentemente o Chipre, provocando temor de contaminação generalizada 
na União Europeia. 
 
Os Estados Unidos na origem da crise 
O estouro da bolha imobiliária nos EUA, em 2008, foi o início da atual 
crise. Sua origem foi o farto crédito imobiliário oferecido nos anos anteriores. 
Entre 2002 e 2008, com as taxas de juro norte-americanas num patamar muito 
baixo, os bancos fizeram empréstimos de longo prazo a clientes sem boa 
avaliação como pagadores – chamados de subprime. 
O crédito fácil intensificou a procura por imóveis, que tiveram os preços 
elevados. Mais tarde, o governo norte-americano subiu os juros para combater 
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15 
a inflação. Com isso, as prestações dos financiamentos ficaram mais caras e 
muitos compradores pararam de pagar. 
Os imóveis (garantias dos empréstimos) foram retomados pelos bancos, 
que os colocavam à venda, para cobrir os empréstimos não pagos. O aumento 
da oferta fez os preços dosimóveis caírem. Mesmo com a venda, os bancos não 
conseguiam recuperar o prejuízo. 
Os bancos venderam títulos no mercado para investidores. Ocorre que 
muitos títulos negociados pelos bancos tinham como garantia os empréstimos 
subprime e, com a falta de pagamentos, o valor dos títulos despencou. 
Instituições financeiras com grande volume desses títulos como patrimônio 
chegaram à beira da falência. 
Esse processo foi o “estouro da bolha imobiliária”, em setembro de 2008, 
cujo marco foi a quebra de um dos maiores bancos de investimento dos Estados 
Unidos, o Lehman Brothers. Em seguida, a crise espalhou-se pelo sistema 
financeiro mundial em efeito dominó. 
 
03) (CESPE/MME/2013 – NÍVEL SUPERIOR - adaptada) Acerca da crise 
econômica mundial, iniciada em 2008, julgue os itens: 
Em 2008, foi deflagrada a crise das hipotecas imobiliárias nos EUA, com 
a quebra do banco Lehman Brothers. Basicamente, os problemas 
começaram porque as instituições financeiras emprestaram dinheiro 
para quem não podia pagar, provocando falência de bancos e a 
intervenção governamental. 
COMENTÁRIOS: 
Os bancos e outras instituições financeiras americanas confiaram de modo 
excessivo em clientes que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas. 
Esse tipo de financiamento, de alto risco, é chamado de "subprime" (traduzido 
como "de segunda linha"). Os bancos transformaram esses empréstimos 
hipotecários em papéis (derivativos) e venderem a outras instituições 
financeiras. 
Os clientes davam como garantia suas casas, mas o mercado imobiliário 
entrou em crise no ano de 2007. Os clientes não conseguiam mais pagar os 
seus empréstimos e se tornaram inadimplentes em massa e os derivativos se 
tornaram difíceis de serem negociados a qualquer preço, desencadeando um 
efeito dominó, que balançou o sistema bancário internacional, a partir de 
agosto de 2007. 
Gabarito: Certo 
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A crise atinge a Europa 
Se a crise espalhou-se pelo mundo, logicamente que ela também atingiu 
a Europa. Da mesma forma que os Estados Unidos, os governos europeus 
gastaram trilhões de dólares em dinheiro público para ajudar empresas e 
bancos em dificuldades. Isso ampliou muito as dívidas dos países – que, em 
alguns casos, já eram bastante grandes. 
O endividamento público elevado é problemático para a zona do euro 
porque as nações têm a economia interligada e são obrigadas a seguir 
parâmetros rígidos de inflação, juros, dívida pública e déficit orçamentário. O 
déficit deve ficar abaixo de 3% do PIB e a dívida nacional em até 60% do PIB, 
regras que formam o Pacto de Estabilidade do euro. 
O Pacto é fundamental para manter a moeda única, uma vez que os 
países não podem adotar medidas, tais como imprimir mais papel-moeda. 
Quem manda no euro é o Banco Central Europeu (BCE), único que pode 
imprimir papel-moeda. Um desequilíbrio econômico-fiscal maior em qualquer 
nação põe em risco o euro. 
Desde o início da crise da dívida, os governos europeus buscam equilibrar 
as contas nacionais com planos de austeridade (ou de ajuste). A receita desses 
planos é a mesma nos diferentes países: aumento de impostos e corte de 
gastos, sobretudo em benefícios sociais e com o funcionalismo público. 
São medidas que empobrecem a população, limitam o crescimento 
econômico e ampliam o desemprego, e levam multidões às ruas em protesto. 
Enfraquecidos por estas reformas, vários dirigentes deixaram o poder, por 
perder sua sustentação parlamentar ou por derrotas eleitorais. 
Para tudo! Você deve estar se perguntando por que governos de 
diferentes países com diferentes orientações políticas aplicam a mesma política 
econômica? Primeiro porque são membros da União Europeia, que é uma união 
econômica e monetária. Como já dissemos, as nações têm que atingir metas 
econômicas e fiscais comuns. 
Em segundo lugar, os países em crise estão sob pressão de um “ente” 
chamado “troika”, formada pela Comissão Europeia (CE), pelo Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu. É ela quem dita as regras do 
jogo e impõe as medidas de austeridade para adequar as economias aos 
padrões do euro. 
Em 2008, houve retração do PIB da zona do euro. Em 2012, com nova 
retração do PIB, a zona do euro entrou oficialmente em recessão. Nesse mesmo 
ano o desemprego foi recorde. A crise afetou mais fortemente economias mais 
frágeis, como Portugal e Grécia, mas também atingiu Espanha e Itália. 
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Entre 2010 e 2012, cinco países recorreram a empréstimos da União Europeia 
(UE): Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e Chipre. 
 
 
A Grécia, que foi o primeiro país da zona do euro seriamente atingido 
pela crise da dívida, entrou em recessão no ano de 2009. Para que mantivesse 
o pagamento das suas dívidas, a “troika” aprovou dois pacotes de empréstimos 
emergenciais ao país. Em troca, os gregos foram obrigados a adotar uma ampla 
reforma – com aumento de impostos, privatizações, cortes de direitos 
trabalhistas, demissões de servidores e redução das aposentadorias e dos 
salários. 
As medidas provocaram uma revolta social no país, com greves e 
protestos. Essa política acelerou o declínio econômico nacional, levou a um 
desemprego recorde e o país não atingiu as metas estipuladas pela “troika”. A 
crise derrubou o então primeiro ministro George Papandreou no fim de 2011. 
No ano seguinte o país ameaça deixar a zona do euro. 
Em abril de 2014, a Grécia volta ao mercado financeiro mundial. Depois 
de uma ausência de quatro anos, o país vende títulos da dívida soberana. 
A coalização de esquerda, Syriza, venceu as eleições legislativas, no final 
de janeiro. Alexis Tsipras, líder da coalizão, é o novo primeiro-ministro da 
Grécia. O partido é contra as medidas de austeridade impostas pela 
“troika” ao país, quer rediscutir as medidas e a dívida grega. A vitória do Syriza 
gera temores de um confronto entre a Grécia e o restante da União Europeia. 
 
 
A União Europeia é composta de 28 países, dos quais 19 integram a zona 
do euro, no qual compartilham uma moeda única e, como consequência, rígidos 
controles externos sobre suas economias nacionais. 
 
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A União Europeia (UE) enfrenta a mais grave crise de sua história, 
provocada pela elevada dívida pública em países da zona do euro. Essa crise 
começa em nações periféricas do bloco, sobretudo Grécia, Irlanda e 
Portugal, que recebem socorro financeiro da UE e do FMI. Em 2012, a Grécia 
chega à beira do calote da dívida e quase deixa a zona do euro. A crise 
contamina economias poderosas, como Itália e Espanha. Essa última recebe 
auxílio financeiro para salvar os bancos. Em 2013, a crise atinge o Chipre. 
 
04) (CESPE/CNJ/2013 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A China tem investido 
US$ 250 bilhões por ano no que economistas chamam de capital 
humano. Assim como os Estados Unidos da América (EUA) ajudaram a 
construir uma classe média no final dos anos 40 e início dos anos 50 do 
século passado, usando um programa para educar veteranos da 
segunda guerra mundial, o governo chinês emprega recursos para 
educar milhões de jovens que se mudam das áreas rurais para as 
cidades. O objetivo disso é transformar o sistemaatual, em que uma 
elite minúscula, altamente educada, supervisiona vastos exércitos de 
trabalhadores rurais e de operários de fábricas pouco qualificados. 
O Globo, 18/1/2013, p. 30 (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial, e considerando a crescente 
importância da China no cenário global contemporâneo, julgue o item. 
A União Europeia atravessa acentuada crise, que atinge sobretudo 
países como Grécia, Espanha e Portugal. O abandono do euro como 
moeda única por esses países foi decisão tomada no auge da crise com 
o objetivo de tentar impedir o colapso das demais economias do bloco. 
COMENTÁRIOS: 
A União Europeia (UE) enfrenta a mais grave crise de sua história, 
provocada pela elevada dívida pública em países da Zona do Euro (19 dos 28 
países da UE). A crise teve início em nações periféricas do bloco – Grécia, 
Irlanda e Portugal, contaminando economias poderosas, como Itália e Espanha. 
O endividamento público elevado é problemático para a Zona do Euro, 
pois os países têm a economia interligada e são obrigados a seguir parâmetros 
rígidos de inflação, juros, dívida pública e déficit orçamentário. O déficit deve 
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ficar abaixo de 3% do PIB e a dívida nacional em até 60% do PIB, regras que 
formam o Pacto de Estabilidade. Este é fundamental para manter a moeda 
única, já que um desequilíbrio maior em qualquer nação põe em risco o euro. 
Quando muito endividados e sem condições de pagar as suas dívidas, 
uma das alternativas adotadas pelos países é a emissão de papel-moeda para 
honrar os seus compromissos, medida que não pode ser adotada na Zona do 
Euro, pois quem manda na moeda é o Banco Central Europeu (BCE). 
Portugal e Grécia ameaçaram abandonar a Zona do Euro, sendo que a 
União Europeia cogitou da possibilidade do segundo ter que deixar a união 
monetária. Porém, ninguém saiu. Todos os 19 países, que a integram, 
permanecem tendo o euro como moeda oficial. 
Gabarito: Errado 
 
5. Recuperação a passos lentos 
Passados seis anos do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, 
em 2008, a economia mundial continua no atoleiro. Institutos de pesquisa e 
entidades multilaterais revisaram, nos últimos meses do ano passado, as 
projeções de crescimento para 2013 e 2014. Os números variam, mas têm um 
sentido comum: a economia mundial deve ter um crescimento modesto, 
devido principalmente ao desempenho mais contido dos emergentes. 
O crescimento do PIB mundial não deve atingir a marca dos 3% em 2013, 
mas se prevê que chegue a 3,5% em 2014 – ainda longe dos mais de 5% 
registrados nos anos anteriores à crise. Os estudos são unânimes: qualquer 
crescimento depende mais do desempenho das economias avançadas – com 
destaque para a dos Estados Unidos– do que dos mercados emergentes, cuja 
atividade desacelera. 
 
Economia norte-americana 
Na avaliação das instituições, a retomada do crescimento mundial estará 
sob a batuta da maior economia do planeta, os EUA. Portanto, os maiores riscos 
à recuperação vêm exatamente desse país. Ainda que devagar, ele terminou 
2014 com indicativos de que a vida começa a voltar ao eixo: o mercado 
imobiliário se recupera; a capacidade ociosa da indústria ainda é alta, mas o 
consumo interno se aquece, com o aumento do crédito; a taxa de desemprego 
caiu de 10% em outubro de 2009 para 5,6% no final de 2014. O mercado de 
trabalho já se encontra no mesmo nível de junho de 2008, antes da explosão 
da crise financeira. 
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Ainda assim, a economia dos Estados Unidos preocupa por causa do alto 
nível de endividamento público. Em poucos anos, a dívida pública norte-
americana explodiu. Subiu de 9,3 trilhões de dólares em 2007 para 16,7 
trilhões em 2013 – praticamente a 100% do PIB do país – corroendo o 
orçamento. 
 
Zona do Euro 
A União Europeia saiu da recessão econômica em 2013, dando os 
primeiros passos, ainda tímidos, para superar a crise mais séria de sua história. 
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro voltou a crescer em meados de 
2013, após um prolongado declínio de 18 meses. Mas o ritmo lento da 
expansão é insuficiente para solucionar os problemas: a taxa recorde de 
desemprego e a dívida pública da zona do euro, que continua alta em vários 
países. 
A taxa de desemprego está muito alta: mais de 12%, em média. Em 
alguns países, a situação é muito mais grave: na Grécia e na Espanha, mais de 
um quarto da população economicamente ativa está parada. 
Outro fantasma que assombra a Europa é o risco da deflação, que existe 
quando há queda de preços e de salários. Deflação indica fragilidade econômica 
e é perigosa: empresas e consumidores adiam gastos, o que reduz a 
arrecadação e agrava os problemas fiscais. Para estimular a economia e elevar 
a inflação, o Banco Central Europeu lançou um programa de comprar de bônus 
governamentais. Serão injetados na economia da zona do euro, US$ 60 bilhões 
mensais, entre março de 2014 a setembro de 2016. 
O desdobramento político mais recente da crise na Europa é o avanço de 
partidos políticos eurocéticos que sacodem o mundo político do bloco. Nas 
eleições do parlamento europeu – 2014 - os partidos pró-Europa continuaram 
com maioria, mas viram o crescimento dos eurocéticos da extrema direita 
nacionalista e da esquerda e extrema esquerda. Pela extrema direita destacam-
se a Frente Nacional na França, o Partido da Independência do Reino Unido 
(Ukip), Jobbik na Hungria e o Aurora Dourada na Grécia. No campo da esquerda 
e extrema esquerda destaca-se o Siriza, também da Grécia. 
A extrema direita é contrária ao livre trabalho e a livre circulação de 
pessoas e considera os imigrantes como os responsáveis por problemas como 
desemprego e baixo crescimento econômico nos seus países. A extrema 
esquerda é bastante crítica a perda da soberania dos países sobre a moeda 
nacional, uma vez que adotaram o euro, e em algumas decisões econômicas, já 
que estão submetidas às regras do bloco. 
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Emergentes 
As economias emergentes – incluindo os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China 
e África do Sul) – entraram numa nova fase: continuam crescendo, mas não 
com o mesmo fôlego. O alto preço das commodities no mercado internacional 
alavancou um crescimento rápido dos emergentes na primeira década do século 
XXI. Além de apresentarem taxas significativas de crescimento, essas 
economias passaram bem pelos problemas criados pela crise em 2009 e 2010. 
No entanto, a crise global terminou por afetar a todos, por causa da 
queda no comércio internacional. O terremoto que atingiu os mercados 
financeiros levou à redução dos investimentos nos emergentes. Hoje, o 
crescimento médio do PIB dessas economias está três pontos percentuais 
abaixo do registrado em 2010. São três os principais fatores que refreiam o 
crescimento dos emergentes: 
• a queda no preço do petróleo e outras commodities; 
• o recuo no comércio internacional; 
• os gargalos de infraestrutura internos. 
Esses três fatores afetam principalmente a China. A redução no ritmo de 
crescimento chinês, de 10% para cerca de 7% nos próximos anos, não é 
preocupante, pois se mantém uma expansão forte. Com ela, o gigante asiático 
continuará naposição de líder econômico mundial. 
No entanto, essa desaceleração afeta os países da Ásia e os demais 
emergentes, exportadores de matéria-prima para a indústria chinesa. A Índia 
também deve crescer menos entre 2013 e 2014. 
Na América Latina, o avanço é tímido e o cenário é nebuloso. O México, 
dependente dos EUA, deve seguir de perto o desempenho da economia norte-
americana. O Brasil tem tido suas previsões de crescimento regularmente 
rebaixadas. No fim de 2013, as instituições financeiras e econômicas 
internacionais apontavam para uma expansão em torno de 2,5% em 2013 e 
2014. 
 
Petróleo barato pode causar terremoto geopolítico 
A cotação do preço do barril de petróleo caiu para o seu menor valor em 
quase seis anos, neste mês de janeiro. Em oito meses, a queda é de 60%. Em 
junho de 2014, o barril custava US$ 107 e em janeiro caiu para US$ 46,00. O 
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motivo da queda é a oferta maior que a demanda, devido à estagnação da 
economia na Europa, à redução do crescimento da China e, sobretudo, ao 
aumento da produção nos EUA (óleo e gás de xisto) e Canadá (óleo de areias 
betuminosas). 
Os Estados Unidos são o maior consumidor mundial de petróleo e até bem 
pouco tempo, também era o maior importador mundial do óleo. A viabilidade da 
exploração do xisto fez dos EUA o maior produtor mundial de petróleo e, em 
breve, poderá torná-lo exportador. Uma verdadeira revolução energética. 
Petróleo mais barato impulsiona o crescimento mundial, ganham os 
grandes importadores, que liberam recursos para outros fins, tais como a 
China, o Japão, França e Alemanha. Por outro lado, perdem países muito 
dependentes das exportações de hidrocarbonetos, como Rússia, Venezuela e 
Nigéria. O meio ambiente também é um dos perdedores, pois, com óleo barato 
há menos incentivo para investir em fontes alternativas de energia, não 
poluentes e sustentáveis, o que é ruim para a política de contenção do 
aquecimento global. 
Quando o preço do petróleo cai muito, a Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (OPEP) – cartel que controla o preço do óleo – decide 
reduzir a produção para elevar o preço do produto. Ocorre que desta vez, a 
OPEP não tomou esta decisão. A estratégia do país que dá as cartas no cartel, a 
Arábia Saudita, foi manter o mesmo nível de produção mesmo com os preços 
em baixa. 
A medida foi interpretada como uma tentativa de alijar novos produtores 
do mercado mundial. Um dos alvos seria a produção de óleo e gás de xisto dos 
EUA. Seria uma tentativa de criar dificuldades a expansão da produção norte-
americana e evitar que o país se torne um grande exportador do óleo, 
disputando mercado com os atuais exportadores. 
A Arábia Saudita produz cerca de 10 milhões de barris por dia, um terço 
do total da Opep, e pode tolerar baixos preços da commodity. O petróleo 
saudita apresenta o mais baixo custo de exploração no mundo: de US$ 5 a US$ 
6 o barril. Com US$ 900 bilhões em reservas optou por não sacrificar a própria 
quota de mercado para restaurar o preço. A redução da produção, além de 
poder ocasionar perda de mercado, beneficiaria países com quem os árabes não 
possuem uma boa relação, Irã e Rússia. 
Os árabes não estão nada satisfeitos com o crescimento da influência do 
Irã no Oriente Médio e é contra o acordo feito com potências ocidentais sobre o 
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seu programa nuclear e o levantamento do bloqueio comercial ao país. O Irã 
depende do petróleo para financiar 50% do seu orçamento. 
O PIB da Rússia quase não cresceu em 2014 e o país deve entrar em 
recessão econômica em 2015. As sanções econômicas impostas pela União 
Europeia e Estados Unidos estão afetando fortemente a economia russa. 
Metade do orçamento russo também é financiado pelas exportações de petróleo 
e gás. Os russos não contavam com essa queda vertiginosa dos preços. 
A Venezuela é dona das maiores reservas de energia do mundo e o 
petróleo é responsável por 95% das suas exportações. Como o país depende 
exclusivamente do “ouro negro” para garantir as exportações, a queda nas 
cotações do petróleo já ameaça a frágil economia venezuelana. A Nigéria, maior 
economia africana, é outro perdedor, o país já teve que desvalorizar a sua 
moeda. 
No caso do Brasil, a queda no preço do óleo pode ser nociva à Petrobras 
em longo prazo. A exploração do pré-sal pode ser prejudicada e tornar-se 
inviável se a queda for duradoura. Especialistas estimam que o custo médio de 
exploração é de US$ 45 o barril no pré-sal. 
A Arábia Saudita mira nos Estados Unidos, mas, por caminhos 
transversais, o seu movimento enfraquece economicamente países 
politicamente opostos aos norte-americanos: Rússia, Irã e Venezuela. 
 
 
O xisto é uma rocha, de onde é possível extrair petróleo e gás. Até 2006 
os métodos disponíveis para extrair combustíveis da rocha eram muito caros. 
Naquele ano empresas de petróleo e gás norte-americanas começaram a 
utilizar uma nova tecnologia – o fraturamento hidráulico – o que faz a produção 
de petróleo de xisto crescer aceleradamente no mundo. 
O petróleo e gás natural de xisto estão contribuindo para a recuperação 
econômica dos Estados Unidos. O processo produtivo é bem mais barato do que 
o convencional. A China, Estados Unidos e a Argentina possuem as maiores 
reservas mundiais de petróleo e gás de xisto recuperáveis. O Brasil é o décimo 
colocado. 
 
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 Concentração da riqueza 
 Segundo estudo da Oxfam, ONG internacional, a concentração da riqueza 
está aumentando no mundo. Em 2009, a parcela dos 1% mais ricos, acumulava 
44% do PIB do planeta. Em 2014, essa taxa chegou a 48% e atingirá 50% em 
2016. 
 
 
 
4. Comércio Internacional 
O comércio internacional nunca foi tão intenso, mas as exportações dos 
países ricos cresceram muito mais do que as dos países pobres nas últimas 
décadas. Atualmente, apenas dez países (dos 195 do planeta) monopolizam 
mais da metade de todo o comércio internacional. Veja o gráfico a seguir. 
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Dez países têm mais da metade do comércio mundial 
O número acima de cada barra representa quanto do comércio mundial o 
país faz. Entre as dez principais nações, oito são ricas. O Brasil cresceu para um 
patamar de 1,3% do comércio mundial - era cerca de 1,1% -, resultado de 15 
anos de esforço para ampliar as exportações. 
 
 
 Fonte: OMC 
 
Um dos instrumentos desse crescimento foi a criação da Organização 
Mundial do Comércio (OMC), em 1995, com o objetivo de abrir as economias 
nacionais, eliminar o protecionismo (quando um país impõe taxas para 
restringir a importação de produtos e proteger a produção interna) e facilitar o 
livre trânsito de mercadorias. 
A OMC funciona com rodadas de discussão sobre temas, que chegam ao 
final quando se fecham os acordos. A Rodada Doha, aberta em 2001 (com 
prazo previsto até 2006), entrou num impasse não resolvido até hoje. Os países 
ricos querem maior acesso de seus produtos aos países em desenvolvimento. 
Esses, por sua vez, buscam restringiras vantagens econômicas, como os 
subsídios (auxílio financeiro), que os países ricos dão a seus agricultores, e não 
se chega a um acordo. 
Em 2013, o brasileiro Roberto Azevêdo assumiu como diretor-geral da 
OMC. Para chegar ao principal cargo da entidade, contou com o apoio dos 
demais Brics (China, Rússia, Índia e África do Sul) e de países africanos, e 
superou outros oito candidatos em escolhas sucessivas. O seu grande desafio é 
retirar a OMC do atoleiro em que caiu há sete anos, quando as negociações da 
Rodada Doha entraram em um impasse. 
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26 
Sob o comando de Azevêdo, a OMC alcançou em dezembro de 2013, o 
primeiro acordo global da história da organização. O acordo compreende três 
pilares: agricultura, com um compromisso de reduzir os subsídios às 
exportações; a ajuda ao desenvolvimento, que prevê uma isenção crescente 
das tarifas alfandegárias para os produtos procedentes dos países menos 
desenvolvidos, e a facilitação de intercâmbios, com a redução da burocracia nas 
fronteiras. O que parecia uma grande vitória de Azevêdo, virou um impasse, já 
que, após ter aceitado o acordo, a Índia resolveu bloqueá-lo. Com isso, as 
negociações multilaterais entraram em um impasse e estão paralisadas. 
 
 
Outra função muito importante na OMC é o sistema de resolução de 
controvérsias. Este mecanismo foi criado para solucionar os conflitos gerados 
pela aplicação dos acordos sobre o comércio internacional entre os membros da 
OMC. As disputas surgem quando um país adota uma medida de política 
comercial ou faz algo que um ou mais membros da OMC considerem que viole 
os acordos da própria organização. Exemplo de aplicação deste mecanismo é o 
contencioso do algodão entre Brasil e Estados Unidos. 
Em 2004, o Brasil venceu na OMC uma disputa contra os subsídios 
recebidos por produtores de algodão dos EUA, ficando com o direito de impor 
sanções contra produtos norte-americanos no valor de US$ 830 milhões. O 
Brasil concordou em suspender a punição caso os EUA depositassem dinheiro 
em um fundo de assistência para produtores brasileiros de algodão. 
Os EUA pagavam a compensação em parcelas mensais, suspensas em 
outubro de 2013, o que levou o governo brasileiro a ameaçar impor tarifas mais 
altas para produtos norte-americanos. Em outubro de 2014, os dois países 
chegaram a um novo acordo. Os Estados Unidos vão pagar aos produtores 
brasileiros de algodão mais US$ 300 milhões para encerrar a disputa. 
 
05) (CESPE/MDIC/2014 – AGENTE ADMINISTRATIVO) A Organização 
Mundial do Comércio (OMC) fechou, em Bali, o primeiro acordo em 
quase vinte anos e, com isso, evitou que a Europa e os Estados Unidos 
da América se lançassem apenas em negociações regionais sem a 
participação dos países emergentes. O entendimento abre caminho 
para a injeção de 1 trilhão de dólares na economia mundial ao 
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desbloquear processos aduaneiros. Segundo economistas, também 
deve criar 21 milhões de postos de trabalho. 
O Estado de S.Paulo, 8/12/2013, capa (com adaptações). 
Considerando o texto acima e os múltiplos aspectos que ele suscita, 
julgue o item seguinte. 
O comércio internacional é peça-chave na economia globalizada dos 
dias de hoje, de modo que obstáculos diversos interpostos a sua plena 
realização trazem, em geral, resultados negativos para os países, 
especialmente em relação a aspectos econômicos e sociais. 
COMENTÁRIOS: 
O comércio internacional, peça-chave da economia globalizada, nunca foi 
tão intenso como nos dias atuais. Contudo, o vertiginoso crescimento das trocas 
nas últimas décadas não significou uma melhoria geral dos aspectos 
econômicos e sociais para a maioria dos países do mundo. O comércio 
internacional enfrenta muitos obstáculos como as barreiras tarifárias e não 
tarifárias e os esquemas protecionistas dos países. As nações pobres e em 
desenvolvimento são as mais prejudicadas. 
Gabarito: Certo 
 
5. A China 
A civilização chinesa tem mais de quatro mil anos. Após um longo período 
imperial e uma breve república, uma revolução liderada pelo Partido Comunista 
Chinês (PCCh), de Mao Tsé-tung, deu origem à República Popular da China, em 
1949. O país foi reorganizado nos moldes comunistas. 
Com a morte de Mao, em 1976, a China implementou um modelo, ainda 
vigente, chamado por seus dirigentes de socialismo de mercado. Trata-se de 
uma combinação de características do socialismo (no qual as empresas e a 
terra são propriedade do Estado) com aspectos do capitalismo (a presença de 
empresas privadas, sobretudo multinacionais, em algumas áreas do país). 
No final da década de 1970, o país começou a abrir parte de sua produção 
para as multinacionais, com a criação de Zonas Econômicas Especiais. Os 
investimentos estrangeiros e a abundância de mão de obra mal remunerada 
alavancaram as exportações, pois os produtos são baratos. Em três décadas, a 
China deixou de ser um país pobre e agrário e tornou-se uma potência 
econômica. O país atualmente responde por mais de 10% do PIB mundial e, 
em 2011, passou a ser a segunda maior economia do planeta, atrás apenas da 
dos Estados Unidos. 
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Apesar do vertiginoso crescimento econômico, o país convive com 
problemas que causam instabilidade ao atual modelo político-econômico: 
significativa desigualdade social, corrupção, degradação ambiental e crescente 
descontentamento popular. Em 2009, a China tornou-se o principal parceiro 
comercial e destino das exportações do Brasil, superando os Estados Unidos, 
principal parceiro brasileiro durante anos. 
O país se tornou o maior consumidor de recursos energéticos do mundo. 
É também o maior poluidor e, mais recentemente, o que mais investe em 
fontes de energia renováveis. Após dez anos sob o comando de Hu Jintao, a 
China trocou seus principais dirigentes em 2013, assumindo Xi Jinping como 
presidente e Li Keqiang como primeiro ministro. 
Já sob o comando de Xi Jinping, o país anunciou reformas que estão 
sendo consideradas as mudanças mais importantes desde o início das reformas 
econômicas, em 1976. As mudanças são abrangentes. Entre as de maior 
impacto está a flexibilização da política do filho único, em vigor desde 1979. 
Agora, os casais que moram em regiões urbanas poderão ter dois filhos, desde 
que um dos cônjuges seja filho único. Anteriormente, era necessário que ambos 
fossem filhos únicos para poderem ter o segundo filho. 
Outras importantes modificações são o fim dos campos de trabalho 
forçado para o cumprimento de penas e a diminuição dos crimes sujeitos à 
pena de morte. A China é o país que mais condena criminosos à morte. 
No campo econômico, prevê-se que a iniciativa privada terá “papel 
decisivo” na alocação de recursos, enquanto o governo atuará como regulador. 
Haverá também permissão para mais investimentos privados nas empresas 
estatais, que devem perder privilégios e ser expostas à concorrência do 
mercado. 
A China é uma ditadura que reprime a liberdade de expressão e viola os 
direitos humanos. No entanto, há uma resistência interna, e diversos 
dissidentes desafiam o regime. O ativista Liu Xiaobo ganhou o Prêmio Nobel da 
Paz em 2010 por sua luta em favor dos direitos humanos.O advogado Chen 
Guangcheng e o artista Ai Weiwei também são perseguidos por suas críticas 
ao governo. 
 
06) (CESPE/CNJ/2013 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A China tem investido 
US$ 250 bilhões por ano no que economistas chamam de capital 
humano. Assim como os Estados Unidos da América (EUA) ajudaram a 
construir uma classe média no final dos anos 40 e início dos anos 50 do 
século passado, usando um programa para educar veteranos da 
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segunda guerra mundial, o governo chinês emprega recursos para 
educar milhões de jovens que se mudam das áreas rurais para as 
cidades. O objetivo disso é transformar o sistema atual, em que uma 
elite minúscula, altamente educada, supervisiona vastos exércitos de 
trabalhadores rurais e de operários de fábricas pouco qualificados. 
O Globo, 18/1/2013, p. 30 (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial, e considerando a crescente 
importância da China no cenário global contemporâneo, julgue o item. 
Em sua arrancada para promover o desenvolvimento econômico, a 
China demonstra ter compreendido uma das exigências centrais da 
atual economia globalizada, qual seja, o domínio do conhecimento 
como condição essencial para bem situar-se em um cenário econômico 
altamente competitivo e impulsionado por incessantes inovações 
tecnológicas. 
COMENTÁRIOS: 
No mundo globalizado, a inovação e o conhecimento passaram a ser 
considerados, as principais fontes de crescimento econômico. Tornaram-se 
fatores determinantes de competitividade nas estratégias de desenvolvimento 
das nações. 
O domínio da inovação e do conhecimento é muito bem compreendido 
pela China, que deixou de ser um país majoritariamente produtor e exportador 
de produtos industriais de baixa tecnologia e/ou qualidade. Desde 1978, 
quando iniciou sua reforma econômica, a China vem reduzindo rapidamente sua 
distância em relação aos países de economia avançada. O país tem como meta 
elevar as despesas com pesquisa e desenvolvimento para 2,5% do PIB em 
2020, acima da média do grupo dos países avançados, que é de 2,1% do PIB. 
O país investe pesadamente em capital humano, em todos os níveis 
educacionais do país, bem como em educação e treinamento no exterior e na 
construção da infraestrutura de ciência e tecnologia. Desde meados dos anos 
1990foram criados mais de 100 laboratórios nacionais em áreas selecionadas 
de pesquisa básica e inúmeros parques científicos e tecnológicos. 
Gabarito: Certo 
 
 
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Hong Kong é um território chinês com status de região administrativa 
especial. Antiga colônia britânica foi devolvida pelo Reino Unido à China em 
1997. O acordo de devolução criou o princípio “um país, dois sistemas”, pelo 
qual, o regime comunista da China preservaria o sistema capitalista e o modo 
de vida da ex-colônia até, pelo menos, 2047. 
A China também se comprometeu a realizar eleições no território em 
2017. Na última semana de setembro, o parlamento chinês aprovou uma 
medida limitando os candidatos da eleição de 2017 em Hong Kong. A eleição 
terá apenas dois ou três candidatos, que para concorrerem precisarão ser 
aprovados por um Comitê Consultivo instituído pelo governo chinês. 
A decisão foi o estopim para uma onda de protestos que já ficou 
conhecida como “Revolta do Guarda-Chuva”. Os manifestantes querem o 
sufrágio universal sem condições e o fim do controle de Pequim sobre os 
candidatos para comandar o governo local. 
A situação é complexa, seria muito desgastante para o governo chinês 
reprimir os manifestantes com a mesma violência que fez em 1979, no 
massacre da Praça da Paz Celestial. Por outro lado, se atender as reivindicações 
dos manifestantes, o governo chinês teme que uma onda de protestos se 
espalhe pelo país reivindicando ampla democracia. 
 
6. Organizações e grupos internacionais 
Galera, vou tratar somente das organizações e grupos internacionais 
relacionados ao tema da economia internacional. Os organismos internacionais 
relacionados à política internacional, serão estudados na próxima aula. 
 
FMI e Banco Mundial 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização financeira 
criada para promover a estabilidade monetária e financeira no mundo e 
oferecer empréstimos a juros baixos a países em dificuldades financeiras. Os 
empréstimos são concedidos em troca do comprometimento dos países com 
metas, como equilíbrio fiscal, reforma tributária, desregulamentação, 
privatização e concentração de gastos públicos em educação, saúde e 
investimento em infraestrutura, entre outras políticas que são denominadas 
como Consenso de Washington. 
O Banco Mundial tem como objetivo oferecer financiamento e 
assistência técnica a países para promover seu desenvolvimento econômico. 
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Criado em 1944 e composto de duas instituições – o Banco Internacional para a 
Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird) e a Associação Internacional de 
Desenvolvimento (ADI) –, o Banco Mundial é formado por 188 países-membros 
(incluindo o território do Kosovo). Iniciou suas atividades auxiliando na 
reconstrução dos países da Europa e da Ásia após a II Guerra Mundial. 
 
OCDE 
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico 
(OCDE) articula políticas de educação, saúde, emprego e renda entre os países 
ricos. Fundada em 1961, substitui a Organização Europeia para a Cooperação 
Econômica, criada em 1948 no quadro do Plano Marshall. 
Membros da OCDE: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, 
Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, 
Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, 
Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, 
Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça e Turquia. O Brasil não é 
membro da OCDE. 
 
Brics 
A sigla BRIC foi criada em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neill e se 
refere aos quatro mais importantes países emergentes: Brasil, Rússia, Índia 
e China. O estudo que cunhou a expressão estima que em 2050 o grupo 
poderá constituir a maior força econômica mundial, superando a União 
Europeia. 
Em 2009, Brasil, Rússia, Índia e China formalizaram um grupo 
diplomático para discussão de iniciativas econômicas e posições políticas 
conjuntas, que realiza reuniões anuais de seus chefes de Estado. Em 2011, a 
África do Sul, a maior economia da África, foi convidada e passou a integrar o 
grupo. 
Os cinco países dos BRICS têm características comuns: são países com 
indústria e economia em expansão, seu mercado interno está crescendo e 
incluindo milhões de novos consumidores. Dois deles possuem as maiores 
economias de seu continente: China e África do Sul. Quatro possuem territórios 
extensos e entre os maiores do mundo: Brasil, Rússia, China e Índia. 
Também ancoram a economia desses países importantes fatores para o 
comércio internacional. A Rússia é rica em recursos energéticos e fornece 
petróleo, gás e carvão à União Europeia. O Brasil é grande exportador de 
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minérios, como a África do Sul, e é o maior exportador mundial de alimentos. 
China e Índia estão se tornando os maiores fabricantes e exportadores de 
produtos industriais na globalização. 
Após a recente desaceleração dos BRICS, Jim O'Neill identificou outros 
quatro países – México, Indonésia, Nigéria e Turquia – que, segundo ele, 
também podem se tornar gigantes econômicos nas próximas década. Para 
esses países, o economista criou a sigla MINT. 
 
 
Duas decisões de significativo conteúdo estratégico mundial foram 
tomadas na VI Cúpula dos BRICS, realizada em 15 e 16 de julho em 
Fortaleza, no Brasil. A primeira é a criação do Banco BRICS. O nome oficial é 
Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank, NDB, em inglês). 
Trata-se de um banco de desenvolvimento, com capital inicial autorizado de 
US$ 100 bilhões e capital subscrito de US$ 50 bilhões, igualmente distribuídos 
entre os cinco países que integram o grupo. A sede do banco será em Xangai na 
China, o primeiro presidente será da Índia e o presidente do Conselho de 
Administração será do Brasil. 
A criação do banco não significa que os países membros do grupo não vão 
mais participar do Banco Mundial. O banco dos BRICS se coloca como mais uma 
alternativa de fomento ao desenvolvimento e estará aberto a qualquer país do 
mundo. 
O BRICS também criou um fundo financeiro de emergência para ajuda 
mútua de US$ 100 bilhões. O nome oficial do fundo é Arranjo Contingente de 
Reservas (Contingent Reserve Arrangement, CRA, em inglês). O fundo serve 
para ajudar no controle do câmbio quando houver crises financeiras globais. Em 
momentos de especulação internacional, a tendência é o dólar disparar. O 
dinheiro do fundo servirá para segurar a cotação do dólar. Para juntar os US$ 
100 bilhões iniciais, cada pais colaborará com um valor: China (US$ 41 
bilhões); Brasil, Índia e Rússia (US$ 18 bilhões cada um); e África do Sul (US$ 
5 bilhões). 
Há tempos, os países dos BRICS reclamam uma maior participação no 
poder de decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). 
Essas instituições foram criadas um ano antes do final da Segunda Guerra 
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Mundial, em 1944, na Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos. Até 
hoje, quem detém o poder nelas são os Estados Unidos e a União Europeia. 
A ordem econômica global atual não é mais a mesma do pós-guerra e do 
período da guerra fria, em que Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França e 
Alemanha dominavam o mundo capitalista. A criação do Novo Banco de 
Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas, de certa forma, é uma 
resposta dos BRICS ao não atendimento das reivindicações dos países 
emergentes por maior distribuição do poder de decisões no Banco Mundial e 
FMI. 
 
07) (CESPE/PM CE/2014 – PRIMEIRO TENENTE) No novo mapa da 
riqueza no Brasil, as cidades médias avançam e as capitais perdem 
espaço. Apesar dessa tendência, a riqueza continua concentrada no 
país. A renda gerada por apenas seis municípios — São Paulo, Rio de 
Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus — responde por um 
quarto de toda a riqueza no país. 
O Globo, 18/12/2013, p. 23 (com adaptações). 
Com base no fragmento de texto acima e nos diversos aspectos que 
envolvem o tema por ele abordado, julgue o item que se segue. 
Brasil, Rússia, Índia e China, países do chamado BRICs, apresentam 
realidade econômica equivalente, caracterizada por ampla capacidade 
de produção e de participação no mercado mundial. 
COMENTÁRIOS: 
Os países dos BRICS são as principais economias emergentes do mundo. 
Porém, não possuem realidade econômica equivalente. Como exemplo, a 
indústria responde por 47% do PIB da China, 37% do PIB da Rússia, 28% do 
PIB do Brasil e da África do Sul e 26% do PIB da Índia (dados de 2012). Apenas 
por esse dado, vemos que as economias dos países do BRICS são diferenciadas. 
Gabarito: Errado 
 
G-20 
O G-20 (Grupo dos Vinte) foi criado como consequência da crise 
financeira asiática de 1997. Os seus membros representam 90% do PIB 
mundial, 80% do comércio global e dois terços da população mundial. Discute 
medidas para promover a estabilidade financeira mundial, alcançar crescimento 
e desenvolvimento econômico sustentável. Após a eclosão da crise financeira 
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mundial, tornou-se o mais importante fórum internacional de países para o 
debate das questões políticas e econômicas globais. 
Os membros do G-20 são Argentina, Austrália, Brasil, China, Canadá, 
França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, 
Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Estados Unidos, Reino Unido e 
União Europeia. Veja que a União Europeia não é um pais, é um bloco 
econômico. Contudo, é membro do G-20. 
O G-20 realizou o seu Encontro anual em novembro de 2014, na 
Austrália. Em declaração final, os líderes do G20 disseram que a prioridade 
seria elevar os padrões de vida e criar empregos em todo o mundo por meio do 
crescimento. Em busca desse objetivo, finalizaram um plano para impulsionar a 
economia global, com medidas que devem ser implementadas pelos países-
membros, visando elevar o crescimento em 2,1 pontos percentuais acima das 
previsões para 2018. As medidas incluem passos para aumentar o 
investimento, melhorar o comércio e a infraestrutura, assim como estabelecer 
um sistema fiscal justo em nível internacional. 
O G-20 também pretende quebrar as barreiras que impedem mulheres de 
se integrarem no mercado de trabalho, numa tentativa de se chegar a 100 
milhões de novos empregos para mulheres até 2025. 
 
G-8 e G-7 
O G-8 é o grupo formado pelos sete países mais ricos (G-7 - Estados 
Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão) e pela Rússia. 
O G-8 tem sua relevância reduzida desde a eclosão da crise econômica 
internacional a partir de 2008, que atingiu seus integrantes com força. 
Em represália a anexação da Crimeia, a Rússia foi excluída do G-8. A 
cúpula que ocorreria na cidade russa de Sochi, em junho, foi transferida para 
Bruxelas e não teve a presença da Rússia. Com a exclusão da Rússia, o G-7 
(grupo dos sete países mais ricos) voltou a existir. 
 
 
 
 
 
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Blocos econômicos 
Blocos econômicos são organizações criadas por países, para promover a 
integração econômica, o crescimento e a competitividade internacional dos 
países-membros. 
Existem quatro modelos básicos de bloco econômico: 
Área de livre-comércio - em que há redução ou eliminação de tarifas 
alfandegárias entre os países-membros. 
União aduaneira – países-membros definem regras para o comércio 
com nações de fora do bloco. Adoção da tarifa externa comum. 
Mercado comum – permite a livre circulação de capitais, serviços e 
pessoas. 
União econômica e monetária – os países adotam uma única moeda e 
a mesma política de desenvolvimento. 
 Principais blocos econômicos: 
União Europeia – união econômica e monetária, Euro, moeda única do 
bloco é adotada por 19 dos 28 países. 
 ALCA - Não chegou a se constituir como um bloco econômico, 
negociações estão suspensas desde 2005. 
 NAFTA – área de

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