Prévia do material em texto
24 UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP BACHARELADO ENFERMAGEM AMANDA MOREIRA DOS SANTOS ÂNGELA BIANCA DOS SANTOS SILVA ABREU DE GÓIS EMILLY OLIVEIRA SILVA IVONE ANTÔNIO GONÇALVES CASTRO JOSÉ MARIA CARDOSO DA SILVA NETO IMPACTO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA SAÚDE DA MULHER: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PALMAS - TO 2023 AMANDA MOREIRA DOS SANTOS ÂNGELA BIANCA DOS SANTOS SILVA ABREU DE GÓIS EMILLY OLIVEIRA SILVA IVONE ANTÔNIO GONÇALVES CASTRO JOSÉ MARIA CARDOSO DA SILVA NETO IMPACTO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA SAÚDE DA MULHER: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Enfermagem da Universidade Paulista (UNIP), para obtenção do diploma de Graduação em Enfermagem. Orientadora: Profª Msc. Maria do Socorro Andrade Modesto. PALMAS-TO 2023 FICHA CATALOGRAFICA AMANDA MOREIRA DOS SANTOS ÂNGELA BIANCA DOS SANTOS SILVA ABREU DE GÓIS EMILLY OLIVEIRA SILVA IVONE ANTÔNIO GONÇALVES CASTRO JOSÉ MARIA CARDOSO DA SILVA NETO IMPACTO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA SAÚDE DA MULHER: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Relatório final apresentado a Universidade Paulista Relatório, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. PALMAS.TO______/______/________ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Prof.ª Msc. Maria do Socorro Andrade Modesto (Orientadora) Universidade Paulista – UNIP ___________________________________________________ Prof.ª Esp. Mayara da Costa Azevedo Universidade Paulista – UNIP ___________________________________________________ Prof.ª Esp. Universidade Paulista - UNIP RESUMO Palavras-chave: : ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Atitude de Mulheres que sofreram agressão (Período 2017, 2019, 2021, 2023) 12 Figura 2 - Campanha Sinal Vermelho 15 LISTA DE TABELAS E QUADROS Quadro 1- Artigos selecionados 31 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 1.1 Metodologia 10 2 TIPOS DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO CONTRA A MULHER 12 2.1 VIOLÊNCIA FÍSICA 12 2.2 VIOLÊNCIA SEXUAL 13 2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 13 2.4 VIOLÊNCIA MORAL E PATRIMONIAL 14 3 MEIOS PARA A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 15 4 CONSEQUÊNCIAS ACARRETADOS A SAÚDE MENTAL E FÍSICA DA MULHER EM CONDIÇÃO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO 16 5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS MULHERES EM SITUAÇÂO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO 17 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 18 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21 REFERÊNCIAS 22 1 INTRODUÇÃO A violência contra as mulheres decorre da desigualdade de gênero e causa danos psicológicos, físicos, morais, patrimoniais e sexuais. Apesar da sua elevada prevalência, continua pouco reconhecida nos serviços de saúde, o que coloca problemas para a implementação de políticas públicas de combate à violência (SOUZA; REZENDE, 2018). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (2023), A violência contra as mulheres é qualquer ato de violência baseada no gênero que cause ou possa causar danos ou sofrimento físico, sexual ou mental às mulheres, incluindo ameaças de cometer tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade, seja na vida pública ou privada. As relações de gênero são o resultado de desenvolvimentos pedagógicos que se estabelecem desde o nascimento e continuam ao longo da vida, reforçando a desigualdade entre homens e mulheres, em que a sexualidade das mulheres está associada à reprodução, enquanto os seus desejos sexuais são reprimidos e invalidados, enquanto os homens são encorajados a explorar a sexualidade e validação da masculinidade. Como resultado, as mulheres são ensinadas a serem mães e a satisfazer o prazer dos outros. (GARCIA, 2023, p. 15). Um estudo realizado pelo George Institute for Global Women (2017), os investigadores descrevem as diferentes formas de violência que as mulheres sofrem em todas as fases das suas vidas, tendo em conta as suas fases como crianças, adolescentes, adultas e mulheres idosas. Notou-se que, como padrão, a violência contra mulheres foi causada por familiares ou parceiros íntimos, leis discriminatórias ou falta de ação estatal. Os profissionais de enfermagem precisam estar preparados para atender mulheres vítimas de violência sexual que vivenciaram traumas recentemente, o que exige muito profissionalismo e, principalmente, atenção especial da equipe que as atende, pois à medida que seu quadro melhora, a educação continuada é fundamental elemento de treinamento e pode refletir positivamente o desempenho profissional (Dantas et al. 2020) Uma vez que deriva da desigualdade entre homens e mulheres e se utiliza dessa injusta condição para mantê-las em situação de inferioridade o que acarreta na sobrecarga física e mental da mulher. Partindo dessa problemática, quais os cuidados necessários para uma melhor assistência de enfermagem à mulher vítima de violência de gênero? Assim o presente trabalho tem como objetivo geral: Compreender a importância e os cuidados necessários para um melhor atendimento à mulher vítima de violência de gênero. E como objetivos específicos: Conceituar Violências os tipos de violência de gênero; Apontar os meios para a prevenção de violência de gênero; Discorrer sobre os danos acarretados a saúde mental e física da mulher; Falar da importância do cuidado e assistência de enfermagem às mulheres em situação de violência de gênero. Esta pesquisa justifica-se pela importância e relevância de abordar o tema sobre a violência de gênero sofrida por mulheres e contribui para melhorar a compreensão dos profissionais enfermeiros sobre o atendimento às mulheres vítimas de violência sexual. 1.1 Metodologia O presente projeto trata-se de um método de revisão integrativa descritiva com abordagem qualitativa e primária, elaborado entre fevereiro e Novembro de 2023, utilizado artigos produzidos entre o período de 2017 a 2023 com levantando de questões que possam colaborar com a atualização do conhecimento em curto espaço de tempo. A metodologia científica é o meio de compreender a própria ciência, o que envolve diferenciar entre ciência e não ciência. Além disso, metodologia científica, pesquisa e educação são conceitos abrangentes que têm suas próprias definições distintas (ALEXANDRE, 2021). Esta pesquisa foi construída com base em uma revisão de literatura, embasada em reunião de ideias de vários autores a respeito dos desafios e cuidados de enfermagem em relação à violência de gênero enfrentada por mulheres. À vista disso, a pergunta norteadora foi “quais os cuidados necessários para uma melhor assistência de enfermagem à mulher vítima de violência de gênero”? As palavras chave que nortearam a pesquisa foram: “saúde da mulher”, “violência de gênero”, “assistência de enfermagem”. Critérios de inclusão: Publicações posteriores a 2017 escritas em português, espanhol e inglês, referentes a ações cujo objeto de estudo foi a violência de gênero e violência contra a mulher. Critérios de exclusão: Artigos ou publicações anteriores a 2017, redigidos em outros idiomas não mencionados. Nesta revisão buscou-se levantar diferentes formas da assistência de enfermagem perante a paciente mulher vitima de violência de gênero, buscando assim intervenções, melhoria na notificação e prevenção contra essa violência, tanto física quanto mental, além da devida capacitação para os profissionais para que os mesmos possam atender da melhor maneira a ajudar essa paciente a vencer a violência que sofreu. Essa revisão permitiu adquirir e atualizar o conhecimento sobre essa temática, evidenciando o ponto de vista dos resultados, o qual ofereceu condições de captar a dinâmica e os mecanismos da violência. Foi realizada uma pesquisa prévia dos resumos para identificar se os estudos teriam relações com o objetivo proposto. Foram utilizados como fonte de dados as plataformas de estudo da Scielo, Google acadêmico, revista cientificas e sites oficiais, tendo com descritores: Saúde da mulher, violência de gênero, assistência de enfermagem.2 TIPOS DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO CONTRA A MULHER São os tipos de violência de gênero contra a mulher que foram pautados nessa pesquisa: violência física; violência sexual; violência psicológica e violência moral e patrimonial. 2.1 VIOLÊNCIA FÍSICA “A agressão física caracteriza-se por tapas socos, empurrões, arremesso de objetos ou qualquer conduta que ofenda a integridade e saúde corporal da mulher. Em caso de morte por agressões motivadas pelo simples fato de ser mulher, utiliza-se o termo feminicídio” (SCHAFE; CAETANO, 2023 p. 5). O patriarcado é legitimado nas relações de poder desiguais nos ambientes familiares, invisibilizando a violência contra as mulheres, seja ela física, psicológica ou sexual, tal como ocorre na esfera privada, onde os parceiros íntimos são os principais perpetradores (WHO, 2020). Figura 1 - Atitude de Mulheres que sofreram agressão (Período 2017, 2019, 2021, 2023) Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública; Instituto Datafolha. Pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, edições 1, 2, 3 e 4; 2017, 2019, 2021 e 2023. Só mulheres. Na figura acima vejamos sobre a atitude de mulheres que sofrem de agressão nos últimos anos, entre as que relataram procurar ajuda de indivíduos ou organizações, a família foi o participante mais frequente com 17,3%, seguida pelos amigos com 15,6%. Entre os entrevistados que afirmaram ter procurado algum estabelecimento público, o mais frequente foi a delegacia da mulher, com 14%, seguida da delegacia comum, com 8,5% e 1,6% ligaram para o Centro de Atendimento à Mulher (180). 2.2 VIOLÊNCIA SEXUAL “Nos casos de violência sexual contra a mulher, o atendimento precisa ser prestado em um ambiente privado, sem julgamentos, escuta sensível, e protocolos específicos precisam ser desenvolvidos para essas situações” (MACHADO; FREITAG, 2021, p.9). Existem dois conceitos principais de violência no estupro: violência sexual e de gênero. Ainda hoje, há uma falta de compreensão do fenômeno do estupro no Brasil, especialmente sobre a prevalência de casos na população. Estima-se que 822 mil estupros ocorram no Brasil a cada ano, destes, apenas 8,5% chegaram ao conhecimento da polícia e 4,2% foram identificados pelo sistema de saúde. Os dados mostram que mais de 80% das vítimas são mulheres. A maioria dos agressores são: parceiros e ex-companheiros, familiares, conhecidos e desconhecidos ( IPEA, 2023) Com base em estudo de dados de abuso sexual contra mulheres em delegacias especializadas de proteção à mulher no Pará, 72,7% das vítimas tinham entre 18 e 30 anos” (SANTOS et al., 2020). Sugere assim que as mulheres adultas têm a mesma probabilidade de sofrer queixa. Existem fatores que fazem com que a vítima desconheça a situação ou dificuldade em denunciar uma agressão: Dependência emocional; Dependência financeira, onde algumas mulheres são financeiramente dependentes dos seus agressores, especialmente se tiverem filhos; Relacionamentos abusivos: É difícil para as vítimas reconhecerem que o seu comportamento é agressivo, especialmente na ausência de violência física; Falta de credibilidade (SESC, 2021). 2.3 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA “A violência psicológica é a forma mais pessoal de ataque contra as mulheres onde as palavras têm um forte poder de ferir, enfraquecer e afetar a autoestima das mulheres” (SIQUEIRA; ROCHA; 2019). A violência psicológica é uma forma de violência doméstica caracterizada por agressões verbais, constrangimento, humilhação, manipulação, ameaças e isolamento da vítima. Embora a violência psicológica seja a forma mais comum de violência entre parceiros íntimos, a violência psicológica é a menos denunciada e pode evoluir para agressões mais graves, como abuso físico e sexual, sem intervenção externa (AZEVEDO; TELLES, 2023). 2.4 VIOLÊNCIA MORAL E PATRIMONIAL “A violência patrimonial ocorre no contexto da violência doméstica, que envolve desigualdade de gênero na relação pessoal entre o agressor e a vítima, e é tipicamente seguida por outras formas de violência” (Figueira, 2021). A violência patrimonial é caracterizada pelo comportamento do agressor que impede a mulher de utilizar sua renda. Isso também pode ocorrer quando o agressor leva vários objetos da mulher, após o término do relacionamento ou o agressor também viola vários objetos da mulher, neste caso ele responde pelo crime de dano, listado no código penal (CAMARGO;SANTOS, 2022). 3 MEIOS PARA A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Figura 2 - Campanha Sinal Vermelho Fonte: CNJ, 2023. “O símbolo X é feito com batom vermelho (ou outro material) na mão ou pedaço de papel, que permitirá ao leitor reconhecer que a mulher foi vítima de violência doméstica, em consequência, a Polícia Militar deverá ser acionada.” (CNJ, 2023). 4 CONSEQUÊNCIAS ACARRETADOS A SAÚDE MENTAL E FÍSICA DA MULHER EM CONDIÇÃO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO “A maioria das vítimas não procuram as autoridades, principalmente devido ao medo de ser a revitimização, sobretudo porque, segundo a ideia geral, as mesmas se colocam em Chamada de situação de risco.” (SANTOS, 2023, pag. 26). Uma pesquisa de 2018 realizada com 291 mulheres de 18 a 59 anos em um município da Amazônia ocidental brasileira mostrou que mais da metade das participantes disseram ter sofrido violência por parceiro íntimo, principalmente violência de aspectos psicológicos, seguidos de aspectos físicos e aspectos sexuais. A violência física afeta negativamente o desenvolvimento da autoconfiança e da resiliência, tornando estas mulheres menos flexíveis à mudança, mais dependentes e menos confiantes (VALENZUELA et al., 2022). “A vítima Geralmente tenta esconder ou esquecer o sofrimento, além da dor física, a dor psicológica também está presente, essa tentativa de esquecer sofrimento é a causa dos transtornos psicológicos na vítima” (SOUZA, 2022). Após sofrer violência psicológica, as mulheres podem apresentar diversos sintomas: as vítimas perdem o interesse em cuidar de si mesmas, isolam-se, sentem-se cansadas, esgotadas mentalmente e apresentam grave declínio na qualidade de vida (SIQUEIRA; ROCHA, 2019). 5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS MULHERES EM SITUAÇÂO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO “O acolhimento de enfermagem para com as vítimas é uma conexão humana, uma escuta personalizada. A essência desta atitude não é apenas cuidar do lado vulnerável , mas cuidar observando, ouvindo e promovendo saúde” (MACHADO; FREITAG, 2021, p.8). O enfermeiro possui a responsabilidade de auxiliar no desenvolvimento e execução de um plano de cuidados personalizado, com a flexibilidade necessária para adaptar os resultados e intervenções de acordo com as necessidades. Isso garante a ação nos aspectos gerais padronizados, além de uma coordenação eficiente entre os diferentes níveis de atenção. O treinamento adequado e uma gestão eficaz dos recursos disponíveis são dois elementos essenciais nesse processo (Gonçalves et al. 2022). “Quando uma mulher consegue falar que foi submetida a algum tipo de abuso, o profissional de saúde deve ouvir a experiência de forma atenta devendo também encaminhá-los para os serviços apropriados” (AZEVEDO; TELLES, 2023). Quando a equipe de saúde desconfia de um caso de violência de gênero, eles devem verificar ou descartar essa suposição. É crucial ressaltar que qualquer relação saudável se baseia na confiança e no respeito mútuo. Os primeiros indícios de abuso, frequentemente manifestados por meio dos seguintes comportamentos do casal em relação à mulher: zombaria, isolamento, humilhação, gritaria, insultos, culpa, controle, ameaça de separação, podem auxiliar a mulher a identificar essa situação (MIRANDA et al., 2021). O papel dos profissionais de saúde é amplo, assim como as possibilidades de intervenção. 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste trabalho foram utilizados diversos artigos que tratam do atendimento às mulheres em situação de violência de gênero. A tabela abaixo lista os artigos selecionados que mais contribuíram para este estudo,informando título, autor, ano e objetivos. Quadro 1: Principais obras utilizadas na pesquisa TÍTULO AUTOR/ANO OBJETIVOS Violência Patrimonial: A Violência Contra A Mulher como Violação dos Direitos Humanos. Camargo e Santos, 2022. Mostrar a relevância do tema como direito da mulher contra atos de Violência Patrimonial, no qual, não se deve deixar à impunidade um criminoso que abusa da boa-fé de suas vítimas. O papel da enfermagem frente à violência sexual contra a mulher Dantas, et al, 2020. Analisar e compreender a atuação do enfermeiro frente a assistência em casos de violência sexual contra a mulher A Violência Patrimonial Contra a Mulher e a Atuação da Polícia Judiciária Figueira, 2021. Analisar a problemática da violência patrimonial contra a mulher, além de trazer um olhar sobre a atuação da polícia judiciária frente ao atendimento destas mulheres, no que tange a este tipo específico de violência Atuação do enfermeiro na preservação de vestígios na violência sexual contra a mulher: revisão integrativa Ribeiro et al, 2021 Analisar os desafios da atuação do enfermeiro na preservação de vestígios nos casos de violência sexual contra a mulher, evidenciados na literatura Ser Mulher No Brasil É Um Fator De Risco: Cultura Do Estupro, Patriarcado E Culpabilização Da Vítima Garcia, 2023 Analisar a relação entre o avanço neoconservador e a perpetuação da cultura do estupro e o processo de culpabilização das vítimas no Brasil, a partir de casos concretos de violências contra as mulheres ocorridos no país em 2022, à luz dos debates mais recentes nas ciências humanas e sociais. Violência psicológica contra a mulher: Uma análise bibliográfica sobre causa e consequência desse fenômeno Siqueira e Rocha, 2019. Identificar as principais causas e consequências da violência psicológica sofrida pela mulher brasileira, especificamente elencando os principais motivos que geravam a violência psicológica e apontando as consequências psicológicas vivenciadas pela mulher brasileira. Cuidado de enfermagem a mulher vítima de violência sexual: uma revisão integrativa da literatura. Machado e Freitag, 2021. Investigar na literatura científica o cuidado de enfermagem á mulher vítima de violência sexual Violência de Gênero e o Serviço úblico-Federal: Uma Análise Sobre Assédio Sexual no Local De Trabalho Gonçalves, 2022. Avaliar se o tratamento dispendido aos casos de assédio no serviço público-federal é adequado à efetiva proteção das mulheres no local de trabalho Fonte: Elaborado pelos autores (2023). Segundo Dantas et al. (2020), uma das ações que leva o perpetrador a cometer o crime de violência é a questão de gênero, levando-o a oprimir as mulheres, afetando não só mental como fisicamente, violando os direitos de destas mulheres. Portanto, o autor destes crimes oprime a mulher, para que ela fique à mercê desta violência. Para Figueira (2021), As razões para a incapacidade de quebrar o ciclo de opressão é a dependência financeira e emocional. Muitas mulheres permanecem em situações de violência por medo, vergonha, esperança nos relacionamentos e até mesmo desconhecimento sobre a violência que vivenciam. De acordo com Ribeiro et al. (2021), é fundamental a criação de protocolos que definam as ações e comportamentos de todos os envolvidos nos cuidados, bem como a formação dos enfermeiros, que inclui o tema na matriz curricular da graduação, levando em consideração a necessidade de conhecimentos a serem adquiridos durante a formação, o que resulta na superioridade dos profissionais para colaborar com as vítimas de violência sexual. Para Machado e Freitag (2021), a profissão forense relacionada à enfermagem é de extrema importância para a saúde da mulher, visto que no Brasil o número de casos de violência relacionados à mulher é crescente atualmente, portanto seria interessante começar a disseminar esse conhecimento na educação continuada e nos acadêmicos de profissionais de enfermagem da área, inserir conteúdo contendo a atuação do enfermeiro na área forense. A importância da assistência de enfermagem às mulheres afetadas pela violência de gênero é reconhecida pelos autores nos artigos escolhidas. Os autores discutem sobre a necessidade de preparar e instruir os enfermeiros no cuidado à mulher, para que todos os membros da equipe de saúde estejam equipados e não encontrem obstáculos na administração de medidas relacionadas à saúde como método de prevenção da violência de gênero. O alcance do objetivo da pesquisa e a resolução da questão norteadora levaram ao aumento do conhecimento e do padrão de informação sobre os a assistência de enfermagem à mulher vítima de violência de Gênero. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS É evidente que a violência enraizada no gênero representa um problema significativo de saúde pública que exige uma abordagem ampla e coordenada. A instrução para a formação em saúde deve incorporar uma cobertura abrangente do gênero e da violência para equipar os especialistas para assim lidar com tais cenários com maior eficiência quando irem para a prática. É importante reconhecer que os serviços de saúde devem desempenhar um papel crucial na assistência às mulheres que enfrentam violência com base no seu gênero, são necessários mais recursos para reforçar as medidas preventivas, onde os profissionais de enfermagem, em especial, têm papel essencial no cuidado às mulheres que estão submetidas a essa forma de violência, é seu dever ético e profissional criar, executar e avaliar programas para um melhor atendimento a essas mulheres. Assim o enfermeiro e a equipe de enfermagem têm a responsabilidade de facilitar a execução de um plano de cuidados personalizado que pode ser modificado conforme necessário para alcançar os resultados e intervenções desejados. Serviços como centros de saúde, planejamento familiar, saúde mental e cuidados de emergência são alvos potenciais para a prevenção, detecção precoce e assistência a mulheres vítimas de violência doméstica. REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Agripa Faria. Metodologia científica: Princípios e fundamentos. Editora Blucher, 2021. AZEVEDO, Sofia Cid de; TELLES, Lisieux Elaine de Borba. Violência psicológica e o papel do psiquiatra: uma revisão narrativa. Debates em Psiquiatria, v. 13, p. 1-19, 2023. CAMARGO, Natália de Oliveira; SANTOS, Franklin Vieira dos. Violência Patrimonial: A Violência Contra A Mulher como Violação dos Direitos Humanos. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 8, n. 11, p. 1136-1152, 2022. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Violência contra a mulher: Campanha sinal vermelho. Brasília. 2023. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/campanha-sinal-vermelho/#:~:text=Estado%20de%20Sergipe%20%E2%80%93%20Lei%20n%C2%BA,de%2007%20de%20agosto%20de Acesso em: 22 out 2023 DANTAS, Gustavo da silvaet al. O papel da enfermagem frente à violência sexual contra mulher.Revista brasileira interdisciplinar de saúde,[S. l.], v. 2,n. 3, p. 38-43, 11 maio 2020. FIGUEIRA, M Assunção Santos. A VIOLÊNCIA PATRIMONIAL CONTRA A MULHER E A ATUAÇÃO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 306–333, 2021. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/39312. Acesso em: 3 nov. 2023. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022. Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2022. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/12/violencia-contra-meninas-mulheres-2022-1sem.pdf. Acesso em: 21 out. 2023. GARCIA, Isabella Ribeiro. Ser mulher no brasil é um fator de risco: cultura do estupro, patriarcado e culpabilização da vítima. 2023. GONÇALVES, Myrelle Jacob. Violência de gênero e o serviço público-federal: uma análise sobre assédio sexual no local de trabalho. 2022. GONÇALVES, Adelina Ferreira; RIGHETTI, Eline Aparecida Vendas; MAGRIN, Sabrina Ferreira Furtado. Saúde pública:o cuidado de enfermagem no atendimento de casos de violência de gênero Public health: nursing care in the care of cases of gender violence. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 5, p. 38601-38620, 2022. GLOBAL WOMEN’S INSTITUTE OF THE GEORGE WASHINGTON UNIVERSITY (GWI); THE INTERNATIONAL RESCUE COMMITTEE (IRC); CARE INTERNATIONAL UK; AND FORCIER CONSULTING. No Safe Place: A Lifetime of Violence for Conflict-affected Women and Girls in South Sudan. 2017. Disponível em: https://www2.gwu.edu/~mcs/gwi/No_Safe_Place_Full_Report.pdf Acesso em: 03 nov 2023 IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Relatório econômico. Brasília: IPEA, 2023. Machado, L. P.; Freitag, V. L. Cuidado de enfermagem a mulher vítima de violência sexual: uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, 2021. MIRANDA, Ana Paula Chaves de; GONZÁLEZ, Ana Maria dos Santos Rodrigues de; FRAGA, Everliny Fraga; DITTZ, Erika da Silva. Violência contra a mulher: percepções de profissionais da saúde de uma maternidade. REME - Rev Min Enferm. 2021; 25:e1389. OPAS . Organização Pan-Americana de Saúde. Violência contra as mulheres. 2023. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topics/violence-against-women Acesso em: 01 Nov 2023 RIBEIRO, Camila Limaet al. Atuação do enfermeiro na preservação de vestígios na vio-lência sexual contra a mulher: revisão integrativa.Escola anna nery, [S. l.], v. 25, n. 5, p. 1-9, 11 ago. 2021. SANTOS, Natália Regina Oliveira. Mulheres e o sistema de justiça criminal: contribuições para o estudo da violência sexual. 2023 Santos IBD, Leite FMC, Amorim MHC, Maciel PMA, Gigante DP. Violence against women in life: study among Primary Care users.Cien Saude Colet. 2020;25(5):1935-46. http://dx.doi.org/10.1590/1413- 81232020255.19752018. PMid:32402032 SESC. Departamento Nacional. Você não está sozinha : guia para entender a violência de gênero / Sesc, Departamento Nacional, Fundação de População das Nações Unidas. – Rio de Janeiro : Sesc, Departamento Nacional, 2021. SIQUEIRA, Camila Alves; ROCHA, Ellen Sue Soares. Violência psicológica contra a mulher: Uma análise bibliográfica sobre causa e consequência desse fenômeno. Revista Arquivos Científicos (IMMES), v. 2, n. 1, p. 12-23, 2019. SOUZA, Breenda da Silva. Impactos da violência doméstica e familiar na vida das mulheres: consequências psicológicas e emocionais. 2022. SOUZA, Tatiana Machiavelli Carmo; REZENDE, Fernanda Ferreira. Violência contra mulher: concepções e práticas de profissionais de serviços públicos. Estudos interdisciplinares em psicologia, v. 9, n. 2, p. 21-38, 2018. VALENZUELA, Vivian Victoria Vivanco et al. Violência por parceiro intimo e resiliência em mulheres da Amazônia ocidental brasileira. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, p. eAPE0199345, 2022. Violência de gênero. Cartilha Violência de Gênero da Defensoria Pública. Rio Grande do Sul: 2023. SCHÄFE; CAETANO, 2023) World Health Organization (WHO). Global and regional estimates of violence against women: prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence. Geneva: WHO, 2020. image2.png image1.jpeg