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HISTÓRIA DE LINCE Levi Strauss

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HISTÓRIA DE LINCE
Coiote pai e filho
Dualidade dos protagonistas (Thompson) => duas histórias: “de Lince” e do “filho do Coiote”. 
Mito inteiro: duas histórias com um único relato. (entre as páginas 30 a 32) sendo que tem uma introdução comum 1 com 2, 7 a 11; e a outra história com introdução 1, 3 a 6. 
Filho de Coiote: 
Numa aldeia, uma moça jovem e bonita recusava todos os pretendentes. Cansada da insistência deles, certo dia foi se refugiar com a irmã caçula na casa de sua avó Muflão (grande carneiro selvagem de fortes chifres recurvados) americano.
Após vários dias de caminhada, passam perto da cabana de Coiote, que provoca um grande frio para que elas entrem em sua casa para se aquecer. Serve-lhes um jantar dizendo que é gordura, quando na verdade é seu esperma ressecado. A mais velha desconfia, jogo um fogo da substância no fogo, constata que crepita e faz fumaça em vez de se inflamar; recusa-se a experimentar. A caçula cede a tentação e engravida... As irmãs retomam sua caminhada, Coiote se adianta a elas e utiliza a mesma artimanha quatro vezes seguidas. Afinal a caçula esta prestes a dar à luz. Coiote anuncia que matará a criança se for menina, cuidará dela se for um menino. A mais velha deixa a irmã, que se tornou mulher de Coiote, e segue sozinha o seu caminho. 
A irmã caçula, mulher de Coiote, por sua vez, deu à luz quatro filhos chamados coletivamente de “os Tsamû’ xei” (significado desconhecido) *(em outro grupo que opõe Coiote e Antílope os filhos de Coiote possuem nomes individuais). Apenas o mais novo, que herdara do pai poderes mágicos, tinha um nome distintivo cujo sentido poderia ser “Pé Forte” – pois era ele que, chutando tocos de árvore, fazia surgir fogo aqui e acolá para que seus companheiros pudessem se aquecer. 
O mais velho dos quatro irmãos quis um dia desposar a filha de um temido feiticeiro chamado Canibal. Alegando que iria ajuda-lo a atravessar o rio, Canibal, que vivia na outra margem, convidou o rapaz a saltar para dentro de sua piroga. Ela virou e ele se afogou. Dois outros irmãos tiveram o mesmo destino. Foi a vez do caçula, este auxiliado pelo pai, querer tentar a aventura. Os dois conseguiram cair bem no meio da piroga, sem fazê-la virar. 
Cercando-se de cubos de gelo, eles conseguiram proteger-se do braseiro em que canibal pretendia mata-los. Então Canibal concordou com o casamento; porém, com seu amigo e assistente Kwalum, conspirou contra o genro. 
Graças ao conselho do Rato-de-Rabo-Curto, o rapaz conseguiu evitar um incêndio iniciado por Kwalum, tratando de mater-se no meio de uma picada. Em seguida, escapou de uma árvore cujos flancos se fechavam sobre ele enquanto procurava fendê-las, e de um monstro aquático metade homem, metade peixe (falta uma quarta prova, esquecida pelo narrador). 
No dia seguinte, Canibal e Coiote se desafiaram. Ambos resistiram ao fogo, à água e ao vento. Coiote finalmente venceu, provocando um frio intenso que congelou Canibal, a filha deste, Kwalum e todos os habitantes de sua aldeia. Vingados, Coiote e seu filho voltaram para casa. 
Lince: 
Numa aldeia, uma moça jovem e bonita recusava todos os pretendentes. Cansada da insistência deles, certo dia foi se refugiar com a irmã caçula na casa de sua avó Muflão (grande carneiro selvagem de fortes chifres recurvados) americano.
3 – Avisada por seus poderes mágicos de que a jovem não está longe, a avó envia Lebre ao seu encontro com algumas provisões. Lebre se esconde atrás de um tronco caído que cruza o caminho, no qual a viajante tropeça. Emboscada abaixo dela, Lebre vê sua vulva vermelha e zomba dela. A moça bate nele e faz um buraco em seu nariz com seu bastão, dando ao focinho do animal a forma que possui desde então.
4 – Assim que avistada a jovem, a avó organiza uma corrida entre os diversos animais (entre os quais Lince) que povoam a aldeia; o vencedor a terá por esposa. Quando Colibri está prestes a vencer, a avó o ultrapassa; agarra a jovem e a tranca em casa. 
5 – Lince, que aqui é jovem e belo (à diferença das versões já resumidas), faz um buraco no telhado, acima da cama da jovem. Engravida-a cuspindo em seu umbigo. Ela dá a luz um belo menino, de pai desconhecido. Decide-se que todos os machos da aldeia apresentarão seu arco e suas flechas ao bebê. Este não se interessa nem pelas belíssimas armas que Coiote fabricou especialmente para a ocasião. Lince se mantém afastado, é empurrado para frente e, apesar de suas armas serem grosseiras, o menino as aceita e assim o reconhece como pai. 
6 – Furiosos com o fracasso, Coiote e os outros aldeões se lançam sobre Lince, desfiguram-no e pisoteiam-no. Abandonam-no com a moça e o bebê. Ela cuida de Lince e cura suas feridas, exceto no rosto, que fica feio e enrugado. Antes de saírem da aldeia, alguns habitantes, apiedados, tinham deixado um pouco de peixe seco. Mais tarde, o filho de Lince, que se tornara um grande caçador como o pai, agradeceu-lhes com provisões de gordura. 
Destaca as conotações meteorológicas de coiote e do filho.
Coiote: cerca-se de gelo e vence a fornalha de Canibal. Só Coiote suporta o frio intenso. 
Filho: chuta troncos de árvores e faz surgir fogo para aquecer os companheiros.
O fogo = produção de calor reconfortante opõe ao fogo mortífero provocado por Canibal. 
Fogo (filho do Coiote) x fogo (Canibal) = dois fogos terrestres com relação de simetria com dois fogos celestes.
Sol = antes excessivo e destruidor => (excesso ou falta) => emitiu um fogo moderado que sem matar os humanos os aquecia.
Ligação dos fogos (celeste e terrestre) => duas versões de mitos (pgs. 34 a 36). 
	Coiote
	Lince
	Mais desenvolvida (estilo narrativo)
	Desenrola livremente
	Relatos míticos: leitura oral.
Quadratura (musícos): periodicidade. No texto: quadrupletos no texto. Pg. 33. 
	Gênero romanesco: mito transformando-se me lenda
	Fórmula: “Se for menina eu mato, se for menino eu crio”. As vezes inverte. Problemas: distribuição geográfica e significação nas duas Américas. (p. 60s.)
	Episódios desapareceram: estufa e ao nevoeiro; acontecimentos ocorridos no caminho de Lince (recuperados em versões mais extensas)
	Enfatiza as conotações metereológicas de Coiote: Senhor do frio (cercado de gelo que sobrevive a fornalha de Canibal)
	Não enfatiza as conotações metereológicas.
	Derrota Canibal com um frio intenso.
	
	Filho de Coiote compartilha o mesmo talento: fogo para aquecer seus companheiros. 
	
	Fogo terrestre em simetria com o fogo celeste. Sol => antes excessivo e destruidor; agora, aquece os humanos.

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