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Prof. Thiago Leite, Prof. Matthaus Marçal Pavanini Cardoso
11 Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
Direito Ambiental Carreiras Jurídicas
Documento última vez atualizado em 02/12/2024 às 14:16.
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 1/75
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Índice
11.1) Objeto e Campo de Aplicação da PNRS
11.2) Princípios da PNRS
11.3) Objetivos da PNRS
11.4) Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos
11.5) Aspectos Iniciais sobre Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos
11.6) Planos de Resíduos Sólidos
11.7) Responsabilidades dos Geradores de Resíduos Sólidos e do Poder Público
11.8) Produtos e Resíduos Perigosos
11.9) Instrumentos Econômicos, Condutas Proibidas e Educação Ambiental em Matéria de
Resíduos Sólidos
11.10) Lista de Questões
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 2/75
Objeto e Campo de Aplicação da PNRS
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Contextualizando a Lei da PNRS 
Um dos grandes problemas da sociedade de massa é o consumo desenfreado de produtos que 
são constituídos de uma diversidade de materiais, sejam eles naturais ou sintéticos, de duração 
temporária ou perene, bem como aqueles de baixa biodegradabilidade. Mas essa produção 
excessiva de resíduos não foi acompanhada do desenvolvimento de uma política de descarte 
ecologicamente correta, fato que gerou efeitos danosos ao meio ambiente e a saúde humana 
com a contaminação do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera. 
Nesse cenário, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS 
documento normativo que estabeleceu a necessidade de articulação institucional entre os 
entes federativos, a iniciativa privada e a sociedade civil objetivando encontrar caminhos 
sustentáveis para o escorreito destino dos resíduos sólidos. Assim, a PNRS busca a integração 
do Poder Público, iniciativa privada e coletividade. 
 
A Lei da PNRS tem como objetivo central regulamentar a forma como o Brasil deve lidar com 
seu lixo exigindo transparência tanto do setor público quanto do privado no que tange ao 
gerenciamento e as políticas públicas referentes ao destino final dos resíduos sólidos, na busca 
de inserir na sociedade uma prática de hábitos sustentáveis de consumo, objetivando educá-la 
(aplicação dos princípios da educação ambiental na PNRS) para uma novo paradigma 
socioambiental no que tange ao descarte dos resíduos sólidos, fomentando a redução, 
reutilização e a reciclagem dos resíduos sólidos. 
A Lei 12.305/2010 estabeleceu princípios e objetivos para atingir as finalidades estatuídas pela 
Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para isso, elencou uma série de instrumentos como, a 
título de exemplo: o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o sistema de logística reversa, o 
incentivo à coleta seletiva e à reciclagem, bem como o desenvolvimento de práticas de 
educação ambiental e incentivos fiscais. 
Outro importante instrumento trazido pela PNRS foi a responsabilidade compartilhada entre o 
poder público, a inciativa privada e a sociedade civil. Terá responsabilidade pelo descarte do 
produto consumido todos aqueles que de alguma forma participam do ciclo de vida do bem, 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 3/75
desde a obtenção da matéria-prima necessária a sua fabricação até o destino final. Nessa 
cadência, a responsabilidade sobre o produto descartado cabe a fabricantes, comerciantes, 
importadores e ao cidadão. 
O Decreto 7.404/2010 foi editado para regulamentar os dispositivos da Lei 12.305/2010. Ocorre 
que ele foi revogado pelo Decreto n° 10.936/2022, atual regulamento da Lei da PNRS.
Objeto e Campo de Aplicação da PNRS 
A Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus 
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada 
e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos 
geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.  
Assim, o objeto central da PNRS é a busca pela gestão integrada e escorreito gerenciamento 
de resíduos sólidos, disciplinando as responsabilidades de todos os atores envolvidos no ciclo 
de vida dos produtos destinados ao consumo humano que estão sujeitos ao descarte. 
Cumpre assinalar que a Lei 12.305/2010 não se aplica aos rejeitos radioativos, que são 
regulados por legislação específica. A disciplina normativa desses rejeitos radioativos, 
também denominados de lixo atômico, foi ventilada na Lei 10.308/2001 que estabeleceu 
normas para o destino final dos rejeitos radioativos produzidos em território nacional, incluídos 
a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a 
indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos radioativos. 
O rejeito radioativo é qualquer material resultante de atividades humanas relacionadas ao 
uso de material radioativo em quantidades superiores aos limites estabelecidos por normas 
da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, de acordo com parâmetros 
internacionais, e para o qual a reutilização não é mais apropriada. A CNEN é uma autarquia 
federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, criada para 
desenvolver a política nacional de energia nuclear estabelecendo normas e regulamentos em 
radioproteção, sendo responsável por regular, licenciar e fiscalizar a produção e o uso da 
energia nuclear no Brasil. 
Outro ponto importante dentro do campo de aplicação da legislação sobre resíduos sólidos é o 
fato de que a Lei 12.305/2010 não ser o único normativo legal responsável pela disciplina 
jurídica da gestão desses rejeitos, embora seja a norma geral. Existem outras que formam uma 
espécie de microssistema legal que busca a correta destinação dos resíduos sólidos. É nesse 
sentido que o Decreto 10.936/2022 prevê que a Política Nacional de Resíduos Sólidos se 
articula com as diretrizes nacionais para o saneamento básico e com a Política Federal de 
Saneamento Básico-PFSB (Lei n° 11.445/2007).
É nesse sentido que o Decreto 10.936/2022 prevê que a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
integra a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA e articula-se com as diretrizes nacionais 
para o saneamento básico e com a Política Federal de Saneamento Básico-PFSB (11.445/2007), 
bem como com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/1999). 
Outras normas também se aplicam aos resíduos sólidos como aquelas que regulamentam: 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 4/75
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS (Lei 9.782/1999); 
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – Suasa (Decreto 5.741/2006); e 
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Sinmetro (Lei 
5.966/1973). 
Há ainda que se indicar: 
a Lei 9.974/ 2000 que alterou a Lei de agrotóxicos (Lei 7.802/1989); e 
a Lei 9.966/2000 que dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição 
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob 
jurisdição nacional. 
Definições previstas na Lei da PNRS 
O legislador derivado resolveu conceituar alguns institutos utilizados pela Lei da PNRS 
objetivando que o intérprete e o aplicador das regras nela ventiladas, possam, na análise do 
caso concreto, determinar o sentido e o alcance desses termos, utilizando-se da técnica de 
interpretação autêntica. Assim, a norma trouxe conceitos como o de ciclo de vida do produto, 
o de logística reversa, bem como o de resíduos sólidos.  
Vejamos os conceitos ventilados na Lei 12.305/2010: 
Acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, 
importadores, distribuidores ou comerciantes,domésticos 
(quanto à origem) e potencialmente lesivos a saúde pública e ao meio ambiente em face de 
sua toxicidade (quanto à periculosidade). 
Ressaltamos ainda que os resíduos de estabelecimento comerciais e prestadores de serviços 
podem ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, em razão de 
sua natureza, composição ou volume, mas somente se caracterizados como não perigosos. Isso 
é importante quanto à atribuição de responsabilidade prevista no art. 28, da Lei 12.305/2010, 
pois o lixo sendo classificado em doméstico tem uma limitação quanto à responsabilização do 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 31/75
gerador do resíduo que tem seu término com a disponibilização adequada para coleta ou com 
a devolução. 
A norma NBR 10004/2004 da ABNT aborda a classificação dos resíduos sólidos quanto aos 
seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que sejam gerenciados 
adequadamente. 
Obrigações Gerais dos Entes Federativos 
A Lei 12.305/2010 previu obrigações genéricas aos entes federativos, além de normas 
específicas sobre a gestão de resíduos sólidos. Nesse sentido, previu com incumbência dos 
Municípios e Distrito Federal a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos 
territórios, sem prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e 
estaduais do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), do SNVS (Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária) e do Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária), tal 
como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos. 
Incumbe aos Estados promover a integração da organização, do planejamento e da execução 
das funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas 
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos da lei 
complementar estadual prevista no § 3º do art. 25 da Constituição Federal; [4]também como 
controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão 
estadual do Sisnama. A atuação do Estado deve apoiar e priorizar as iniciativas do Município de 
soluções consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou mais Municípios.  
A Lei da PNRS previu a necessidade da União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
organizarem e manterem, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a 
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sistema Nacional de Informações Sobre 
Saneamento Básico (Sinisa) e o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima), 
incumbindo aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o fornecimento ao órgão federal 
responsável pela coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre os resíduos sob 
sua esfera de competência, na forma e na periodicidade estabelecidas em regulamento 
(anualmente). 
Esses entes federativos organizarão e manterão a infraestrutura necessária para receber, 
analisar, classificar, sistematizar, consolidar e divulgar dados e informações qualitativas e 
quantitativas sobre a gestão de resíduos sólidos. 
O Sinir regulamentado pelo Decreto 10.936/2022, atua sob coordenação e articulação do 
Ministério do Meio Ambiente, tendo os seguintes objetivos: 
I - coletar e sistematizar os dados relativos à prestação dos serviços públicos e privados de 
gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos, inclusive dos sistemas de logística reversa 
implementados;
II - promover o ordenamento adequado para a geração, o armazenamento, a sistematização, 
o compartilhamento, o acesso e a disseminação dos dados e das informações de que trata 
o inciso I;
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 32/75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
Planos de Resíduos Sólidos
III - classificar os dados e as informações, de acordo com sua importância e sua 
confidencialidade, em conformidade com o disposto na legislação;
IV - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes, com vistas à 
caracterização da demanda e da oferta de serviços de gestão e de gerenciamento de 
resíduos sólidos;
V - permitir e facilitar o monitoramento, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão 
e do gerenciamento de resíduos sólidos nos diversos níveis, inclusive nos sistemas de 
logística reversa implementados;
VI - possibilitar a avaliação dos resultados e o acompanhamento das metas dos planos e das 
ações de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos nos diversos níveis, inclusive dos 
sistemas de logística reversa implantados;
VII - informar a sociedade sobre as atividades realizadas no âmbito da implementação da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos;
VIII - disponibilizar periodicamente à sociedade o diagnóstico da situação dos resíduos 
sólidos no País, por meio do inventário nacional de resíduos sólidos; e
IX - agregar as informações sob a esfera de competência da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios sobre a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos.
O Sinir contém informações publicamente disponibilizadas em outras bases de dados oficiais 
que possam contribuir para a melhoria da gestão e do gerenciamento ambientalmente 
adequado de resíduos sólidos.
Como já vimos ao tratar dos princípios, devem serão disponibilizados pelo Sinir, na rede 
mundial de computadores, os dados, informações, relatórios, estudos, inventários e 
instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços 
relacionados à gestão dos resíduos sólidos, como também aos direitos e deveres dos usuários e 
operadores. Cumpre destacar que a publicidade das informações divulgadas observa o sigilo 
comercial, industrial, financeiro ou de qualquer outro tipo protegido por lei. Mas para isso, as 
pessoas físicas e jurídicas deverão indicar essa circunstância, de forma expressa e 
fundamentada, a fim de que seja resguardado o sigilo pelos órgãos e entidades da 
administração pública.
Os planos de resíduos são instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, previsto no 
art. 8º, inciso I, da Lei 12.305/2010, que visam criar os meios necessários, com o 
estabelecimento de objetivos e metas a serem atingidas nas três esferas de governo 
objetivando a gestão integrada e escorreita dos resíduos sólidos.  
São verdadeiros instrumentos de gestão, que orientam e conduzem os atores envolvidos, que 
têm como principal objetivo subsidiar o planejamento e a gestão de resíduos sólidos em todas 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 33/75
as esferas de governo. 
Ademais disso, os planos são considerados requisitos essenciais para os entes federativos 
terem acesso a recursos da União, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à 
limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou 
financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. 
Dentro de uma visão integrada e descentralizadora na gestão de resíduos, o art. 14, da Lei 
12.305/2010, previu como planos de resíduos sólidos: o Plano Nacional de Resíduos Sólidos; os 
planos estaduais de resíduos sólidos; os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos 
de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas; os planos 
intermunicipais de resíduos sólidos; os planos municipais de gestão integrada de resíduos 
sólidos; e os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.  
Em face do princípio da publicidade e do direito à informaçãoqualificada à coletividade, é 
assegurada a ampla publicidade ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como 
controle social em sua formulação, implementação e operacionalização, devendo ser 
observado pelo poder público o direito de acesso público aos dados e informações existentes 
nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama, nos termos da Lei 10.650/2003, assim como a 
participação de órgãos colegiados no controle social dos serviços públicos de saneamento 
básico, em especial o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, nos termos do art. 47 da Lei nº 
11.445, de 2007. 
Plano Nacional de Resíduos Sólidos 
A Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, previu a 
elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos por meio de um amplo processo de 
mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas. O 
Plano Nacional de Resíduos Sólidos contempla a problemática dos diversos tipos de resíduos 
gerados, as alternativas de gestão e gerenciamento passíveis de implementação, planos de 
metas, programas, projetos e ações correspondentes. 
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado pela União, sob a coordenação do 
Ministério do Meio Ambiente, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 
anos, devendo ser atualizado a cada 04 anos. 
São conteúdos mínimos do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, previsto no art.15, 
da                               Lei 12.305/2010: 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 34/75
diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;  
proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas;  
metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a 
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente 
adequada;  
metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de 
disposição final de resíduos sólidos;  
metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à 
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;  
programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;  
normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção de 
seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade 
federal, quando destinados a ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;  
medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos;  
diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das 
regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como para 
as áreas de especial interesse turístico;  
normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos;  
meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito nacional, de sua 
implementação e operacionalização, assegurado o controle social.  
Para a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos,Para a elaboração do Plano Nacional 
de Resíduos Sólidos, em face da necessidade de atender ao controle social, foi observado o 
seguinte procedimento previsto no art. 46, do Decreto 10.936/2022:
formulação e divulgação da proposta preliminar;
submissão da proposta à consulta pública, pelo prazo de sessenta dias, contado da data da 
sua divulgação;
realização de uma audiência pública em cada Região do País e uma audiência pública de 
âmbito nacional, no Distrito Federal, simultaneamente ao período de consulta pública 
referido no inciso II;
oitiva dos Ministérios da Saúde; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Fazenda; de 
Minas e Energia; da Integração e do Desenvolvimento Regional; e da Ciência, Tecnologia e 
Inovações;
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 35/75
análise das contribuições recebidas por meio da consulta e das audiências públicas e das 
manifestações dos órgãos a que se refere o inciso IV pelo Ministério do Meio Ambiente; e
encaminhamento, pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, ao Presidente da República, 
da proposta de decreto que aprova o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Assim, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), foi instituído por meio do Decreto nº 
11.043/2022, sendo um importante instrumento da PNRS.
A ideia por trás do Plano é apresentar um caminho para se alcançar os objetivos e materializar 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos por meio de diretrizes, estratégias, ações e metas para 
melhorar a gestão de resíduos sólidos no País.  
O Planares tem início com o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos no país, seguido 
de uma proposição de cenários, no qual são contempladas tendências nacionais, 
internacionais e macroeconômicas. E, com base nas premissas consideradas em tais 
capítulos iniciais, são propostas as metas, diretrizes, projetos, programas e ações voltadas 
à consecução dos objetivos da Lei para um horizonte de 20 anos.  
Como metas, além do encerramento de todos os lixões, é previsto o aumento da recuperação 
de resíduos para cerca de 50% em 20 anos. Assim, metade do lixo gerado deverá deixar de ser 
aterrado e passará a ser reaproveitado por meio da reciclagem, compostagem, biodigestão e 
recuperação energética. Atualmente, apenas 2,2% dos resíduos sólidos urbanos são reciclados. 
Plano Estadual de Resíduos Sólidos
Os Estados têm a missão institucional de elaborar o Plano Estadual de Recursos Sólidos 
destinados a organizar e dar as diretrizes gerais de gestão para os municípios. em face da 
necessidade de atender ao controle social, deverá ser observado o seguinte procedimento 
previsto no art. 46, do Decreto 10.936/2022: 
formulação e divulgação da proposta preliminar; 
submissão da proposta à consulta pública, pelo prazo de sessenta dias, contado da data da 
sua divulgação; 
realização de uma audiência pública em cada Região do País e uma audiência pública 
de âmbito nacional, no Distrito Federal, simultaneamente ao período de consulta pública; 
oitiva: 
do Ministério da Saúde; 
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 
do Ministério da Economia; 
do Ministério de Minas e Energia; 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 36/75
do Ministério do Desenvolvimento Regional; e 
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; 
análise das contribuições recebidas por meio da consulta e das audiências públicas e 
das manifestações dos órgãos a que se refere o inciso IV pelo Ministério do Meio 
Ambiente; e 
encaminhamento, pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, ao Presidente da República, 
da proposta de decreto que aprova o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. 
Plano Estadual de Resíduos Sólidos 
Os Estados têm a missão institucional de elaborar o Plano Estadual de Recursos Hídricos 
destinados a organizar e dar as diretrizes gerais de gestão para os municípios. 
Os planos estaduais visam apresentar um quadro abrangente da situação atual do 
gerenciamento e manejo dos resíduos sólidos no ente federativo, assim como sobre as 
perspectivas de desenvolvimento futuro, as metas a serem alcançadas e os recursos 
necessários para o pleno atingimento das metas em cada etapa do período de implementação 
dos referidos planos. 
O plano estadual de resíduos sólidos, no mesmo padrão estabelecido para o Plano Nacional 
de Resíduo Sólido, será elaborado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo todo 
o território do Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos. 
A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, conforme previsto no art. 16, da Lei da 
PNRS, é condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, 
destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para 
serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidadesfederais de crédito ou 
fomento para tal finalidade.  
Além do plano estadual, a PNRS define que os Estados também são responsáveis, quando 
couber, pela elaboração dos planos microrregionais de resíduos sólidos, bem como dos 
planos de regiões metropolitanas ou de aglomerações urbanas, sendo obrigatória a participação 
dos Municípios envolvidos, não excluindo ou substituindo qualquer das prerrogativas a cargo 
dos Municípios previstas na Lei da PNRS.  
Nessa quadra, será priorizado o acesso aos recursos, aos Estados que instituírem 
microrregiões, consoante o § 3o do art. 25 da Constituição Federal, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução das ações a cargo de Municípios limítrofes na 
gestão dos resíduos sólidos. Essas microrregiões abrangem atividades de coleta seletiva, 
recuperação e reciclagem, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, a 
gestão de resíduos de construção civil, de serviços de transporte, de serviços de saúde, 
agrossilvopastoris ou outros resíduos, de acordo com as peculiaridades microrregionais.  
O Plano Estadual de Resíduos Sólidos, assim como o Plano Nacional, deve ter um conteúdo 
mínimo, previsto no art. 17, da Lei 12.305/2010, vejamos:  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 37/75
diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado e seus 
impactos socioeconômicos e ambientais;  
proposição de cenários;  
metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade 
de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;  
metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição 
final de resíduos sólidos;  
metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à 
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;  
programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;  
normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado, para a obtenção de 
seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade 
estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;  
medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou compartilhada dos resíduos 
sólidos;  
diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de 
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;  
normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos, 
respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional;  
previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial, 
especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de:  
zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de 
disposição final de rejeitos;  
áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a 
serem objeto de recuperação ambiental. 
meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito estadual, de sua 
implementação e operacionalização, assegurado o controle social.  
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 
Nos termos do art. 18, da Lei da PNRS, a elaboração de plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos, da forma como previsto para os planos estaduais, é condição para o Distrito 
Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a 
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 38/75
ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito 
ou fomento para tal finalidade, sendo priorizados no acesso aos recursos os Municípios que:  
optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, 
incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de 
forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos; 
implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de 
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas 
físicas de baixa renda.  
Diferentemente do Plano Nacional e do Estadual, a Lei 12.305/2010 não previu a fixação de 
prazo para a validade dos Planos Municipais ou mesmo de sua revisão. Por outro lado, é uma 
das exigências de conteúdo mínimo do plano municipal a periodicidade de sua revisão, 
observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal, nos termos do 
art. 19, XIX, da Lei da PNRS. 
O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será disponibilizado 
anualmente ao SINIR com as informações necessárias sobre os resíduos sólidos sob sua esfera 
de competência. 
Os Municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para gestão dos 
resíduos sólidos estão dispensados da elaboração do plano municipal de gestão integrada 
de resíduos sólidos, desde que o plano intermunicipal atenda ao conteúdo mínimo previsto no 
art. 19 da Lei 12.305, de 2010.  [5] 
Como nos demais Planos, a Lei da PNRS exige, em seu art. 19, que o plano municipal de gestão 
integrada de resíduos sólidos tenha o seguinte conteúdo mínimo:  
diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a 
origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição 
final adotadas;  
identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de 
rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal e 
o zoneamento ambiental, se houver;  
identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou 
compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, 
a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais;  
identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento 
específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33, 
observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas 
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;  
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final 
ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007;  
indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza 
urbana e de manejo de resíduos sólidos;  
regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata 
o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS e 
demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual;  
definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas 
as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo 
do poder público;  
programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e 
operacionalização;  
programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a 
reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;  
programas e ações paraa participação dos grupos interessados, em especial das 
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver;  
mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a 
valorização dos resíduos sólidos;  
sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de 
manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a 
Lei nº 11.445, de 2007;  
metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a 
reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente 
adequada;  
descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta 
seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas 
à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  
meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da 
implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de 
que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33;  
ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento;  
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 40/75
identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas 
contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;  
periodicidade de sua revisão, observado o período máximo de 10 (dez) anos.
Além desse conteúdo mínimo, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos 
contemplará ações específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da 
administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a 
todas as formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos. 
Esse conteúdo é relativizado para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, 
podendo o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ter conteúdo simplificado. 
O Decreto 10.936/2022, em seu art. 52, §1º, previu que ato do Ministro de Estado do Meio 
Ambiente definirá normas e critérios para atendimento da concretização de plano simplificado. 
Por outro lado, se o Município for integrante de áreas de especial interesse turístico ou cujo 
território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação, como também inseridos na 
área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de 
âmbito regional ou nacional, não se aplica a elaboração do plano simplificado de resíduos 
sólidos, cabendo ao ente federativo a elaboração do plano como previsto no art. 19, da Lei 
12.305/2010 (plano regular).
O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de 
saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007 (estabelece as diretrizes 
nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico), respeitado 
o conteúdo mínimo previsto, seja para o plano regular, seja para o simplificado.
Cumpre advertir que a existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos 
não exime o Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros sanitários e 
de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público de limpeza 
urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sisnama.
Dentro dos conteúdos mínimos previsto no plano municipal de gestão integrada de resíduos 
sólidos temos a definição das responsabilidades quanto à sua implementação e 
operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a cargo 
do poder público, sendo  vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de 
resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos em desacordo com a 
respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se 
couber, do SNVS.  
Por fim, a inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser 
utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades 
devidamente licenciadas pelos órgãos competentes.  
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos  
Nos termos do art. 3º, X, da Lei da PNRS, o gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de 
ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, 
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tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final 
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos. 
Enquanto instrumentos de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os Planos 
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS têm a função de controlar a destinação dos 
resíduos produzidos pelo poder público e pela coletividade. A elaboração desses planos 
contribui no controle dos processos produtivos, minimizando a geração de resíduos e evitando 
grandes impactos ambientais e suas consequências para a saúde pública e para o meio 
ambiente. 
O objetivo geral de qualquer plano de gerenciamento de recursos hídricos é minimizar ou 
eliminar a geração de resíduo e garantir que os rejeitos, uma vez produzidos, recebam 
encaminhamento correto e ambientalmente adequado, para fins de proteger o meio ambiente 
e a saúde pública. 
Resumindo, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é um documento técnico que 
identifica a tipologia e a quantidade de geração de cada tipo de resíduos e indica as formas 
ambientalmente corretas para o manejo deles, nas etapas de geração, acondicionamento, 
transporte, transbordo, tratamento, reciclagem, destinação e disposição final. 
A Lei 12.305/2010 tornou obrigatória, no Brasil, a elaboração do Plano de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos para setores específicos da indústria, seja empresas públicas ou privadas. 
Nesse sentido, o art. 20 prevê as pessoas que estão sujeitas à elaboração do Plano. Assim, 
devem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: 
Os geradores de: “resíduos dos serviços públicos de saneamento básico”, “resíduos 
industriais”, “resíduos de serviços de saúde” e “resíduos de mineração”. 
Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:  
gerem resíduos perigosos;  
gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, 
composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder 
público municipal.  
as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas 
pelos órgãos do Sisnama;  
os responsáveis pelos terminais e outras instalações que geram “resíduos de serviços de 
transportes” e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do 
Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;  
os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do 
Sisnama, do SNVS ou do Suasa.  
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Denota-se então que os geradores de resíduos sólidos urbanos, formados pelos resíduos 
domiciliares e resíduos de limpeza urbana, não estão obrigados a elaboração do plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos. 
Não devemos esquecer que os geradores de resíduos sólidos podem ser pessoas físicas ou 
jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas 
atividades, nelas incluído o consumo (art. 3º, IX, da Lei da PNRS). 
Assim como os demais planos os PGRS têm o seguinte conteúdo mínimo:  
descrição do empreendimento ou atividade;  
diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o 
volumee a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles 
relacionados;  
observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se 
houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:  
explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos;  
definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de 
resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador. 
identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;  
ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento 
incorreto ou acidentes;  
metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, 
observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à 
reutilização e reciclagem;  
se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, na forma do art. 31;  
medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;  
periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva 
licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.  
O gerenciamento dos resíduos sólidos inclui as etapas de segregação, coleta, armazenagem, 
transporte e destinação final dos resíduos gerados. Na segregação, temos a separação dos 
resíduos no momento da geração, por classes, conforme norma ABNT NBR 10.004/2004. Essa 
etapa é importante no processo de gestão dos resíduos porque a segregação adequada evita 
mistura de resíduos incompatíveis e reações químicas indesejadas, aumentando a possibilidade 
de reutilização, reciclagem e segurança no manuseio dos resíduos sólidos. 
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No processo de armazenagem deve-se observar as normas do Conama e ABNT, devendo os 
locais de armazenamento serem regularmente identificados e classificados, levando-se em 
conta o tempo e a capacidade de armazenamento do local.  Ressalto ainda que a etapa de 
destinação final deverá ser feita conforme Resolução Conama n° 313/02 e outras normas 
aplicáveis.  
Cumpre destacar que o PGRS atenderá ao disposto no plano municipal de gestão integrada 
de resíduos sólidos do respectivo Município, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos 
órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, sendo que sua inexistência não obsta a elaboração, a 
implementação ou a operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.  
O Decreto 10.936/2022 prevê normas especiais para a elaboração do conteúdo dos Planos de 
Gerenciamento de Resíduos Sólidos em relação à participação das cooperativas e outras 
formas de associação de catadores de materiais recicláveis. Nessa linha, estabeleceu o art. 60, 
que o PGRS dos empreendimentos obrigados a apresentá-lo, poderá prever a participação de 
cooperativas ou de associações de catadores de materiais recicláveis no gerenciamento 
dos resíduos sólidos recicláveis ou reutilizáveis, quando:
houver cooperativas ou associações de catadores com capacidade técnica e 
operacional para gerenciar os resíduos sólidos;
a contratação de cooperativas e de associações de catadores para o gerenciamento 
dos resíduos sólidos for economicamente viável; e
não houver conflito com a segurança operacional do empreendimento.
No mesmo sentido, o art. 63, do Decreto apresentou tratamento diferenciado para os Planos 
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos relativos às Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte. Assim, aquelas que venham a gerar apenas resíduos sólidos domiciliares ou que gerem 
resíduos sólidos equiparados aos resíduos sólidos domiciliares pelo Poder Público municipal 
até o volume de duzentos litros por empreendimento por dia, estão dispensadas de 
apresentar o plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Nesse sentido, cabe destacar que 
os geradores de resíduos sólidos de que trata a  alínea “d” do inciso I do  art. 13 da Lei nº 
12.305/2010, caracterizados como não perigosos podem ser equiparados aos resíduos 
domiciliares pelo Poder Público municipal, em decorrência de sua natureza, sua composição 
ou seu volume.
Caso não se encaixe na regra acima estabelecida e tenha que apresentar o PGRS, poderá ser 
inserido no plano de gerenciamento de empresas com as quais operam de forma integrada, 
desde que estejam localizadas na área de abrangência da mesma autoridade de 
licenciamento ambiental. Mas, para isso, os PGRS apresentados conterão a indicação 
individualizada das atividades e dos resíduos sólidos gerados, bem como as ações e 
responsabilidades atribuídas a cada um dos empreendimentos.
Acrescente-se ainda o fato de que os planos de gerenciamento de resíduos sólidos das 
microempresas e empresas de pequeno porte poderão ser apresentados por meio de 
formulário simplificado por meio do Sinir.
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Questão 2016 | 4000062691
Nos termos estabelecidos pela Lei Federal n. 12.305/2010, que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, assinale a alternativa INCORRETA.
A)
Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos
gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das competências de controle e
�scalização dos órgãos federais e estaduais do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Uni�cado
de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), bem como da responsabilidade do
gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
B)
A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos
sólidos, ou de planos de regiões  metropolitanas ou aglomerações urbanas, em
consonância com o previsto no parágrafo 1º do artigo 17 da Lei, poderá dar-se com a
participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das
prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
C)
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização
e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas.
D)
A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é
condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou
para serem bene�ciados por incentivos ou �nanciamentos de entidades federais de
crédito ou fomento para tal �nalidade.
Por outro lado, se as microempresas e empresas de pequeno porte forem geradoras de 
resíduos perigosos, não devem ser aplicadas as regras de tratamento diferenciado 
anteriormente listada, devendo seguir a regra das demais empresas.
Nas etapas de elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento do plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos deve ser designado responsável técnico devidamente 
habilitado para escorreito controle dos resíduos e fixação das responsabilidades. Esses experts 
manterão informações completas e atualizadas sobre a implementação e a operacionalização 
do plano sob sua responsabilidade, devendo estar sempre disponíveis ao órgão municipal 
competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a outras autoridades. 
O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do processo de 
licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão competente do Sisnama, 
sendo assegurada a oitiva do órgão municipal competente, em especial quanto à disposição 
final ambientalmente adequada de rejeitos. Por outro lado, caso o empreendimento ou 
atividade não esteja sujeito a licenciamento ambiental, a aprovação do plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade municipal competente.  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
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E)
A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduossólidos não exime o
Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de
outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).
Solução
Gabarito: B)
A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de
resíduos sólidos, ou de planos de regiões  metropolitanas ou aglomerações
urbanas, em consonância com o previsto no parágrafo 1º do artigo 17 da Lei,
poderá dar-se com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem
nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municípios previstas
por esta Lei.
O enunciado requer do candidato conhecimentos especí�cos relacionados à Política
Nacional de Resíduos Sólidos, que foi instituída pela Lei nº 12.305/2010, e regulamentada
pelo Decreto 7.404/2010. Podemos dizer que a PNRS se constitui no conjunto de
princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotadas pelos entes
federativos, em conjunto com a sociedade, voltados para a gestão integrada e adequada
dos resíduos sólidos, integrando a Política Nacional do Meio Ambiente e articulando-se
com a Política Nacional de Educação Ambiental e com a Política Nacional de Saneamento
Básico (artigos 4º e 5º).
Em um contexto de crescente consumo, e consequente aumento da produção de lixo,
torna-se imperioso e urgente acharmos soluções para a correta destinação desses
resíduos, bem como para a reciclagem e, porque não dizer, para a própria redução de
sua emissão. En�m, é necessária a existência de uma política nacional de resíduos
sólidos, que trate da gestão desses resíduos de forma articulada entre o Poder Público e
a sociedade.  
A Lei da PNRS não se aplica aos rejeitos radioativos (artigo 1º, §2º, da Lei nº 12.305/2010),
pois estes são regulados em legislação especial, a saber, a Lei nº 10.308/2001. Sujeitam-
se à Lei da PNRS todas aquelas pessoas que, direta ou indiretamente, são responsáveis
pela geração de resíduos sólidos ou que desenvolvam ações relacionadas à gestão ou
gerenciamento dos resíduos sólidos.
A letra A está incorreta.
CERTA.
Segundo o artigo 10, da Lei nº 12.305/2010, incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a
gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das
competências de controle e �scalização dos órgãos federais e estaduais do Sisnama, do
SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de
resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 46/75
A gestão integrada de resíduos sólidos pode ser conceituada como o conjunto de ações
voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a
premissa do desenvolvimento sustentável.
A letra B está correta. ERRADA.
Segundo o artigo 17, §2º, da Lei nº 12.305/2010, a elaboração e a implementação pelos
Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões
metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no § 1º do artigo
17 da Lei, dar-se-ão obrigatoriamente (e não facultativamente) com a participação dos
Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo
dos Municípios previstas por esta Lei. 
Lei 12.305/2010
Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigência por prazo
indeterminado, abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de atuação de 20
(vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos, e tendo como conteúdo mínimo: 
I - diagnóstico, incluída a identi�cação dos principais �uxos de resíduos no Estado e seus
impactos socioeconômicos e ambientais; 
II - proposição de cenários; 
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição �nal ambientalmente
adequada; 
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição
�nal de resíduos sólidos; 
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; 
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas; 
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado, para a obtenção
de seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente, por
entidade estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos resíduos
sólidos; 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 47/75
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou compartilhada dos
resíduos sólidos; 
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; 
X - normas e diretrizes para a disposição �nal de rejeitos e, quando couber, de resíduos,
respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional; 
XI - previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial,
especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de: 
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de
disposição �nal de rejeitos; 
b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a
serem objeto de recuperação ambiental; 
XII - meios a serem utilizados para o controle e a �scalização, no âmbito estadual, de sua
implementação e operacionalização, assegurado o controle social. 
§ 1o Além do plano estadual de resíduos sólidos, os Estados poderão elaborar planos
microrregionais de resíduos sólidos, bem como planos especí�cos direcionados às regiões
metropolitanas ou às aglomerações urbanas. 
§ 2o A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos
sólidos, ou de planos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância
com o previsto no § 1o, dar-se-ão obrigatoriamente com a participação dos Municípios
envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos
Municípios previstas por esta Lei. 
§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, o plano
microrregional de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e
estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o
tratamento e a destinação �nal dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as
peculiaridades microrregionais, outros tipos de resíduos. 
A letra C está incorreta.
CERTA.
Segundo o artigo 15, parágrafo único, da Lei nº 12.305/2010, o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a
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realização de audiências e consultas públicas. 
Lei nº 12.305/2010
Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, o Plano
Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20
(vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos, tendo como conteúdo mínimo: 
I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; 
II - proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas; 
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição �nal ambientalmente
adequada; 
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição
�nal de resíduos sólidos; 
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveise recicláveis; 
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas; 
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção
de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade
federal, quando destinados a ações e programas de interesse dos resíduos sólidos; 
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos; 
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das
regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como para as
áreas de especial interesse turístico; 
X - normas e diretrizes para a disposição �nal de rejeitos e, quando couber, de resíduos; 
XI - meios a serem utilizados para o controle e a �scalização, no âmbito nacional, de sua
implementação e operacionalização, assegurado o controle social. 
Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de
mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas
públicas. 
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A letra D está incorreta.
CERTA.
Segundo o artigo 16, da Lei nº 12.305/2010, a elaboração de plano estadual de resíduos
sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados terem acesso a
recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem bene�ciados por incentivos ou
�nanciamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal �nalidade. 
Lei 12.305/2010
Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei,
é condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para
serem bene�ciados por incentivos ou �nanciamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal �nalidade. (Vigência)
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os Estados que
instituírem microrregiões, consoante o § 3o do art. 25 da Constituição Federal, para integrar
a organização, o planejamento e a execução das ações a cargo de Municípios limítrofes na
gestão dos resíduos sólidos. 
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos
recursos da União na forma deste artigo. 
§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, as microrregiões
instituídas conforme previsto no § 1o abrangem atividades de coleta seletiva, recuperação e
reciclagem, tratamento e destinação �nal dos resíduos sólidos urbanos, a gestão de resíduos
de construção civil, de serviços de transporte, de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou
outros resíduos, de acordo com as peculiaridades microrregionais. 
A letra E está incorreta.
CERTA.
Segundo o artigo 19, §4º, da Lei nº 12.305/2010, a existência de plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal do licenciamento
ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais
integrantes do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo
órgão competente do Sisnama. 
Lei 12.305/2010
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 50/75
mínimo: 
I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a
origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição
�nal adotadas; 
II - identi�cação de áreas favoráveis para disposição �nal ambientalmente adequada de
rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal e o
zoneamento ambiental, se houver; 
III - identi�cação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou
compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a
proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais; 
IV - identi�cação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento
especí�co nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33,
observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; 
V - procedimentos operacionais e especi�cações mínimas a serem adotados nos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição �nal
ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007; 
VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos; 
VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que
trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS e
demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual; 
VIII - de�nição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização,
incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20
a cargo do poder público; 
IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e
operacionalização; 
X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a
reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos; 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 51/75
XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; 
XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a
valorização dos resíduos sólidos; 
XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a
Lei nº 11.445, de 2007; 
XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a
reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição �nal ambientalmente
adequada; 
XV - descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta
seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas à
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
XVI - meios a serem utilizados para o controle e a �scalização, no âmbito local, da
implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de
que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33; 
XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de
monitoramento; 
XVIII - identi�cação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo
áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; 
XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do
plano plurianual municipal. 
§ 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano
de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo
mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste artigo. 
§ 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simpli�cado, na forma do regulamento. 
§ 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municípios: 
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I - integrantes de áreas de especial interesse turístico; 
II - inseridosna área de in�uência de empreendimentos ou atividades com signi�cativo
impacto ambiental de âmbito regional ou nacional; 
III - cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação. 
§ 4o A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o
Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras
infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público de limpeza urbana
e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sisnama. 
§ 5o Na de�nição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é
vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a
realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo
com a respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
e, se couber, do SNVS. 
§ 6o Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos contemplará ações especí�cas a serem desenvolvidas no
âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos
ambientais, ao combate a todas as formas de desperdício e à minimização da geração de
resíduos sólidos. 
§ 7o O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será
disponibilizado para o Sinir, na forma do regulamento. 
§ 8o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser
utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades
devidamente licenciados pelos órgãos competentes. 
§ 9o Nos termos do regulamento, o Município que optar por soluções consorciadas
intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o plano intermunicipal
preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser
dispensado da elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. 
Responsabilidades dos Geradores de Resíduos Sólidos e do Poder
Público
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 53/75
Aspectos Iniciais quanto à Responsabilidade pela Geração de Resíduos Sólidos 
A Lei da PNRS prevê do art. 25 ao 29, as regras gerais sobre responsabilidades a serem 
aplicadas aos diversos atores que estão envolvidos na produção e consumo de produtos que 
gerem resíduos sólidos.  
Primeiramente devemos ter em mente sempre que estão sujeitas a Lei da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que por meio 
de suas atividades geram resíduos sólidos, nelas incluídos os consumidores, e as que 
desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. 
São os denominados geradores de resíduos sólidos. 
É nesse cenário que o poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis 
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nas normas sobre o 
tema. O objetivo central é harmonizar e coordenar a atuação desses diversos atores 
diminuindo o descarte de resíduos que podem ser reutilizados/reaproveitados evitando-se, 
dessa forma, danos ao meio ambiente e sociedade em geral. 
Assim, nessa perspectiva, qualquer pessoa ou empresa que produza resíduos são 
consideradas geradoras de resíduos sólidos, independentemente da área de atuação, bem 
como de sua natureza jurídica, se pública ou privada, valendo, inclusive, para as pessoas 
físicas, consumidoras, que ao adquirirem os produtos efetivam o descarte das embalagens ou 
mesmo dos próprios produtos ou acessórios, em face de sua obsolescência, produzindo 
resíduos das mais diferentes formas. 
Nesse ponto, estabeleceu o art. 28, da Lei 12.305/2010, que o gerador de resíduos sólidos 
domiciliares só terá cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a disponibilização 
adequada para a coleta, ou quando efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou 
distribuidores, dos produtos e das embalagens como pilhas, baterias, produtos eletrônicos e 
seus componentes, bem como de outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa. 
Todas as pessoas físicas ou jurídicas previstas no art. 20, da Lei da PNRS, sujeitas à 
elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, são responsáveis pela sua 
implementação e operacionalização. Inclusive persiste a responsabilidade civil por danos 
eventualmente provocados pelos serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, 
tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, por 
terceiros por elas contratados, em face do gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos 
ou rejeitos.  
Nessa gestão harmônica dos resíduos entre os diversos atores envolvidos, cabe ao Poder 
Público, nos termos do art. 29, da Lei da PNRS, atuar, subsidiariamente, com vistas a 
minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente 
ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos, cabendo aos 
responsáveis pelo dano o ressarcimento integralmente ao poder público pelos gastos 
decorrentes das ações empreendidas com fins de cessar os danos. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 54/75
Por fim, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é 
responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços, observados o 
respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e as regras previstas na Lei 
11.445, de 2007 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. 
Responsabilidade Compartilhada   
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos corresponde a um conjunto 
de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e 
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de 
manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, 
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental 
decorrentes do ciclo de vida dos produtos, entendido este como uma série de etapas que 
envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o 
processo produtivo, o consumo e a disposição final. Nesse sentido, o art. 30, da Lei 
12.305/2010, instituiu a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, 
devendo ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os referidos 
atores geradores de resíduos sólidos. 
  A Lei da PNRS definiu os objetivos que se buscam atingir com a implementação da 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. São eles: 
compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão 
empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias 
sustentáveis;  
promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia 
produtiva ou para outras cadeias produtivas;  
reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos 
ambientais;  
incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior 
sustentabilidade;  
estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados 
de materiais reciclados e recicláveis;  
propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade; e 
incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.  
Há responsabilidades específicas ou mesmo prioritária aos fornecedores, neles incluídos os 
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes abrangendo, além daquelas 
obrigações estabelecidas no planode gerenciamento de resíduos sólidos: 
investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos:  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 55/75
que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra 
forma de destinação ambientalmente adequada;  
cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível. 
divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos 
sólidos associados a seus respectivos produtos;  
recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua 
subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de 
sistema de logística reversa;  
compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o 
Município, participar das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.  
Verifica-se que os cuidados relativos à geração de resíduos sólidos não se limitam apenas aos 
produtos, mas se aplicam também em relação a suas embalagens, havendo obrigação 
específica para a sua fabricação para que as embalagens sejam feitas com materiais que 
propiciem a reutilização ou a reciclagem, ficando evidenciada a preferência para que sejam 
reutilizados, cabendo aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens sejam:  
restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do conteúdo e à 
comercialização do produto;  
projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável e compatível 
com as exigências aplicáveis ao produto que contêm;  
recicladas, se a reutilização não for possível.  
É responsável pela fabricação de embalagens todo aquele que as manufatura ou fornece 
materiais para a sua fabricação; ou mesmo coloca em circulação embalagens, materiais 
para a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de 
comércio.  
Nos termos do art. 20 do Decreto n° 10.936/2022, os sistemas de logística reversa são 
estendidos ainda aos:
produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro; e
demais produtos e embalagens, considerados prioritariamente o grau e a extensão do 
impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
Nesse sentido, cabe a ato do Ministério do Meio Ambiente definir tais produtos e embalagens. 
Para fins da edição do referido ato, devem ser ouvidos previamente os Ministérios:
da Saúde;
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 56/75
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
da Fazenda; e
da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Logística Reversa   
Nos termos do art. 3º, XII, a logística reversa consiste em um instrumento de 
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao 
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou 
outra destinação final ambientalmente adequada. 
A logística de produtos pode ser realizada de forma direta e indireta. Na logística direta, o 
fluxo da cadeia de suprimentos se inicia com a matéria-prima, passa pela produção, e atinge 
seu ponto fulcral com a distribuição e entrega ao consumidor final. Ao seu turno, na logística 
reversa ou indireta temos o retorno dos materiais às etapas anteriores da cadeia para o seu 
processamento em uma nova utilização, por meio da reutilização ou reciclagem, fazendo com 
que o fluxo de matérias seja circular, formando uma cadeia sempre fechada. 
A implantação da logística reversa é uma grande aliada da Economia Circular, já que ao 
retornar o resíduo para o ciclo produtivo o material deixa de ser resíduo e se torna matéria-
prima para novos produtos. Junto com a conscientização da população, através da educação 
ambiental, a logística reversa ajuda a minimizar os impactos ambientais causados pelo mau 
gerenciamento dos descartes residuais, dando um grande passo rumo a sustentabilidade.  
Nesse cenário, a Lei da PNRS, em seu art. 33, elencou os produtos que estão sujeitos ao 
sistema de logística reversa obrigando os fabricantes, importadores, distribuidores e 
comerciantes a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos 
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza 
urbana e de manejo dos resíduos sólidos. São eles: 
agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, 
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de 
resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos 
do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;  
pilhas e baterias;  
pneus;  
óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;  
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;  
produtos eletroeletrônicos e seus componentes.   
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 57/75
Cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos ou embalagens 
tomar todas as medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização 
do sistema de logística reversa sob seu encargo, podendo, entre outras medidas: implantar 
procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados; disponibilizar postos de 
entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis; bem como atuar em parceria com 
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis. 
Nessa responsabilidade compartilhada na logística reversa cabe aos consumidores efetuar a 
devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens 
que são objeto de logística reversa. Aos comerciantes e distribuidores cabe efetuar a 
devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou 
devolvidos pelos consumidores. Aos fabricantes e os importadores, ao seu turno, darão 
destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, 
sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada, na forma 
estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão 
integrada de resíduos sólidos.  
O titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos poderá 
encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens 
sujeitos a essa sistemática, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor 
empresarial, devendo as ações do poder público serem devidamente remuneradas, na forma 
previamente acordada entre as partes.  
Todos os participantes dos sistemas de logística reversa manterão atualizadas e disponíveis ao 
órgão municipal competente e a outras autoridades informações completas sobre a 
realização das ações sob sua responsabilidade, com exceção dos consumidores, que não 
responderão por essa obrigação informacional. 
O Decreto 10.936/2022 estabelece as normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no 
cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, aos importadores, aos distribuidores e 
aos comerciantes de produtos, seus resíduos e suas embalagens sujeitos à logística reversa 
obrigatória.
Previu o normativo que os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os comerciantes 
dos produtos e embalagens previstas no art. 33 da Lei 12.305/2010 devem estruturar, 
implementar e operar os sistemas de logística reversa, por meio do retorno dos produtos e 
das embalagens após o uso pelo consumidor; e assegurar a sustentabilidade econômico-
financeira da logística reversa.
Nesse sentido, os fabricantes, os importadores,os distribuidores e os comerciantes ficam 
responsáveis pela realização da logística reversa no limite da proporção dos produtos que 
colocarem no mercado interno, conforme metas progressivas, intermediárias e finais 
estabelecidas no instrumento que determinar a implementação da logística reversa.
Na implementação e na operacionalização do sistema de logística reversa, podem ser 
adotados procedimentos de compra de produtos ou de embalagens usadas; e instituídos 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 58/75
postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis.
Além disso, as cooperativas e as associações de catadores de materiais recicláveis podem 
integrar o sistema de logística reversa desde que sejam legalmente constituídas, cadastradas 
e habilitadas; e isso seja feito por meio de instrumento legal firmado entre a cooperativa ou a 
associação e as empresas ou entidades gestoras para prestação dos serviços, na forma prevista 
na legislação.
Os sistemas de logística reversa são implementados e operacionalizados por meio dos 
seguintes instrumentos:
acordos setoriais;
regulamentos editados pelo Poder Público; ou
termos de compromisso.
Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os 
fabricantes, os importadores, os distribuidores ou os comerciantes, com vistas à implantação da 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
Nesse sentido, a implementação ou o aprimoramento de sistema de logística reversa por meio 
de acordo setorial de âmbito nacional observa o seguinte procedimento:
I - apresentação de proposta formal pelos fabricantes, pelos importadores, pelos distribuidores 
ou pelos comerciantes dos produtos e das embalagens, ao Ministério do Meio Ambiente, com 
as informações e os documentos;
II - submissão da proposta à consulta pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo prazo de 
trinta dias, contado da data da sua divulgação;
III - oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas à matéria, após o encerramento 
da consulta pública de que trata o inciso II, que deverão se manifestar no prazo de trinta dias; e
IV - consolidação e análise das manifestações a que se refere o inciso III e das contribuições 
recebidas por meio da consulta pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, que poderá:
a) aceitar a proposta, hipótese em que convidará os representantes do setor empresarial para 
assinatura do acordo setorial, com a publicação de seu extrato no Diário Oficial da União;
b) solicitar aos representantes do setor empresarial a complementação ou o ajuste da proposta 
de acordo setorial, com subsequente encaminhamento para a hipótese prevista na alínea “a” ou 
“c”; ou
c) determinar o arquivamento do processo, quando não houver consenso na negociação do 
acordo.
Uma outra possibilidade é de a logística reversa ser implementada ou aprimorada diretamente 
por meio de regulamento editado pelo Poder Executivo.
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 59/75
A implementação ou o aprimoramento de sistema de logística reversa por meio de 
regulamento editado pelo Poder Executivo federal observa, por sua vez, o seguinte 
procedimento:
I - elaboração de proposta de regulamento pelo Ministério do Meio Ambiente;
II - submissão da proposta à consulta pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo prazo de 
trinta dias, contado da data da sua divulgação;
III - oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas à matéria, após o encerramento 
da consulta pública, que deverão se manifestar no prazo de trinta dias; e
IV - consolidação e análise das manifestações dos órgãos federais com competências 
relacionadas à matéria a que se refere o inciso III e das contribuições recebidas por meio da 
consulta pública, pelo Ministério do Meio Ambiente, que poderá:
a) ajustar e encaminhar a proposta de regulamento ao Presidente da República; ou
b) determinar o arquivamento do processo, na hipótese de concluir pela inviabilidade da 
proposta.
Assim, os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os comerciantes devem apresentar, 
no prazo estabelecido para a realização da consulta pública, estudo de viabilidade técnica e 
econômica do sistema de logística reversa objeto do regulamento, de forma a contribuir para o 
aprimoramento da proposta. Contudo, cabe destacar que o estudo não vincula a decisão final 
do Ministério do Meio Ambiente e a ausência de seu envio, no prazo estabelecido, não obsta a 
continuidade do procedimento previsto ou a edição do regulamento.
Por fim, o Poder Público pode firmar os termos de compromisso com os fabricantes, os 
importadores, os distribuidores ou os comerciantes, com vistas ao estabelecimento de sistema 
de logística reversa:
nas hipóteses em que não houver, na mesma área de abrangência, o acordo setorial ou 
o regulamento específico; ou
para o estabelecimento de compromissos e metas mais exigentes do que aqueles 
previstos no acordo setorial ou no regulamento.
A implementação ou o aprimoramento de sistema de logística reversa por meio de termo de 
compromisso de âmbito nacional observa o seguinte procedimento:
I - apresentação de proposta formal pelos fabricantes, pelos importadores, pelos distribuidores 
ou pelos comerciantes dos produtos e das embalagens, ao Ministério do Meio Ambiente, com 
as informações e os documentos;
II - oitiva dos órgãos federais com competências relacionadas à matéria, que deverão se 
manifestar no prazo de quinze dias; e
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 60/75
III - análise das manifestações a que se refere o inciso II, pelo Ministério do Meio Ambiente, 
que poderá:
a) aceitar a proposta, hipótese em que convidará os representantes do setor empresarial para 
assinatura do termo de compromisso, com a publicação de seu extrato no Diário Oficial da 
União;
b) solicitar aos representantes do setor empresarial a complementação ou o ajuste da proposta 
de termo de compromisso, com subsequente encaminhamento para a hipótese prevista na 
alínea “a” ou “c”; ou
c) determinar o arquivamento do processo, quando não houver consenso na negociação do 
termo de compromisso.
Os sistemas de logística reversa estabelecidos por termo de compromisso não são 
precedidos de consulta pública.
Cumpre destacar ainda que o Decreto 10.240/2020 estabeleceu as normas para a 
implementação de sistema de logística reversa obrigatória de produtos eletroeletrônicos de 
uso doméstico e seus componentes. O Anexo I do normativo estabelece a relação dos 
produtos eletroeletrônicos objeto do sistema de logística reversa, sendo excluídos dessa 
sistemática: 
produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso não doméstico, incluídos os 
produtos de uso corporativo e os produtos utilizados em processos produtivos por usuários 
profissionais; 
produtos eletroeletrônicos de origem, uso ou aplicação em serviços de saúde, incluídos 
os produtos utilizados nas residências (home care); 
pilhas, baterias ou lâmpadas não integrantes ou removíveis da estrutura física dos 
produtos eletroeletrônicos constantes do Anexo I, que constituem objeto de sistemas de 
logística reversa próprio; e 
grandes quantidades ou volumes de produtos eletroeletrônicos oriundos de grandes 
geradores de resíduos sólidos, na forma da legislação municipal ou distrital. 
Cumpre destacar ainda, quanto à responsabilidade do consumidor, que em sendo estabelecido 
sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, os 
consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os 
resíduos sólidos gerados, bem como disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos 
reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução, podendo inclusive, o Poder Público 
Municipal instituir incentivos econômicos aos consumidores que participam do sistema de 
coleta seletiva, natendo em vista a implantação da 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;  
Área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, 
de quaisquer substâncias ou resíduos;  
Área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam 
identificáveis ou individualizáveis;  
Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a 
obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;  
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição 
ou composição;  
Controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade 
informações e participação nos processos de formulação, implementação e avaliação das 
políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;  
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, 
a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras 
destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 5/75
disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos 
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;  
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, 
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública 
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;  
Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que 
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo;  
Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas 
etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente 
adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de 
acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;  
Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções 
para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, 
cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável;  
Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um 
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos 
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;  
Padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo de bens e serviços de 
forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores condições de vida, 
sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das gerações 
futuras;  
Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas 
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou 
novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos 
competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;  
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e 
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não 
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;  
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades 
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está 
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em 
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;  
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições 
individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos 
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 6/75
resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como 
para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do 
ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;  
Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação 
biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos 
órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;  
Serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades 
previstas no art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007.  
Art. 7º [...] 
I - de coleta, de transbordo e de transporte dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I 
do caput do art. 3º desta Lei;  
II - de triagem, para fins de reutilização ou reciclagem, de tratamento, inclusive por 
compostagem, e de destinação final dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I 
do caput do art. 3º desta Lei; e  
III - de varrição de logradouros públicos, de limpeza de dispositivos de drenagem de águas 
pluviais, de limpeza de córregos e outros serviços, tais como poda, capina, raspagem e roçada, 
e de outros eventuais serviços de limpeza urbana, bem como de coleta, de acondicionamento 
e de destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos provenientes dessas 
atividades.  
Para fins de fixação dos conceitos, é fundamental conhecermos termos essenciais presente 
neles para diferenciar alguns dos institutos apresentados na Lei 12.305/2010. Dentre eles, 
vejamos esquema simplificado abaixo: 
Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos 
Instituto  Palavra Chave 
Reutilização  Aproveitamento 
Rejeitos  Disposição final ambientalmente adequada 
Resíduos Sólidos  Destinação final 
Logística Reversa  Restituição ao setor empresarial 
Reciclagem  Alteração da matéria (física ou química) 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 7/75
Princípios da PNRS
O Decreto n° 7.404/2010 instituiu o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, com a finalidade de apoiar a estruturação e implementação da PNRS, por meio da 
articulação dos órgãos e entidades governamentais, de modo a possibilitar o cumprimento das 
determinações e das metas previstas na Lei da PNRS. Ocorre que em dezembro de 2019, por 
força do Decreto 10.179, o governo federal extinguiu o Comitê revogando as disposições 
previstas no Decreto 7.404/2010. 
Desde então não houve implementação de um novo Comitê, mesmo com a edição do Decreto 
n° 10.936/2022. Assim, suas atribuições, inicialmente previstas no art. 4º, do Decreto 
7.404/2010, ficaram, em tese, a cargo do Ministério do Meio Ambiente.
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Os princípios (normas-princípios) não são excludentes, podendo haver maior aplicação de um 
princípio em um caso específico em detrimento de outro, mas, diferentemente das normas-
regras, não será ele completamente afastado, uma vez que princípios não se vinculam a uma 
situação específica. Isso porque os princípios servem para interpretação das demais regras 
postas no ordenamento jurídico, sendo balizas norteadoras para o alcance de seu exato sentido. 
São os valores fundamentais de uma matéria, que enquanto normas jurídicas, suprem a 
ausênciaforma a ser estabelecida em lei municipal.  
Não podemos olvidar a responsabilidade dos titulares dos serviços públicos de limpeza 
urbana e de manejo de resíduos sólidos, no âmbito da responsabilidade compartilhada pelo 
ciclo de vida dos produtos, que são elencadas no art. 36, da Lei 12.305/2010. São elas: 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 61/75
Produtos e Resíduos Perigosos
adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis 
oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;  
estabelecer sistema de coleta seletiva;  
articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo 
produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de 
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;  
realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma 
do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;  
implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os 
agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido;  
dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos 
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. 
Cumpre lembrar ainda que o titular dos serviços públicos estará dispensado de licitação para 
contratação de serviço de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos 
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, realizados 
por associações ou cooperativas formadas exclusivamente de pessoas físicas de baixa 
renda, nos termos do art. 75, IV, “J” da Lei n° 14.133/2021:
Art. 75. É dispensável a licitação:
IV - para contratação que tenha por objeto:
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou 
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, realizados por associações ou 
cooperativas formadas exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo 
poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos 
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
Os produtos e os resíduos perigosos são definidos legalmente, quanto à periculosidade, como 
aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e 
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de 
acordo com lei, regulamento ou norma técnica. 
Nesse sentido, para ser considerado perigoso, ou produto ou resíduo deverá apresentar pelo 
menos uma das características descritas que traga risco ao meio ambiente ou à saúde 
pública, devendo está previsto expressamente como perigoso em lei, regulamento ou norma 
técnica.  
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 62/75
Como destaca Paulo Affonso Leme Machado, aplica-se a conceituação de “produtos perigosos” 
o princípio da precaução, pois mesmo em face da incerteza científica, existindo um desses 
caracteres, haverá a possibilidade, ainda que remota, de danos à vida e ao meio ambiente. 
Convenção da Basiléia – Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos 
e seu Depósito. 
A Convenção da Basiléia (1989) é um tratado internacional em que o Brasil é signatário 
(Decreto 875/1993) que disciplina o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos 
Perigosos e seu Depósito.  
O Movimento transfronteiriço é todo movimento de resíduos perigosos ou outros resíduos 
procedentes de uma área sob a jurisdição nacional de um Estado para ou através de uma área 
sob a jurisdição nacional de outro Estado ou para ou através de uma área não incluída na 
jurisdição nacional de qualquer Estado, desde que o movimento afete a pelo menos dois 
Estados. 
O objetivo central da Convenção foi fixar obrigações com vistas a reduzir os movimentos 
transfronteiriços de resíduos perigosos ao mínimo, com manejo eficiente e ambientalmente 
seguro, minimizar a quantidade e toxicidade dos resíduos gerados, preparar seu tratamento 
(depósito e recuperação) ambientalmente seguro e próximo da fonte geradora e assistir aos 
países em desenvolvimento na implementação destas disposições. 
Buscou-se com a Convenção eliminar a destinação clandestina e ilegal dos resíduos 
perigosos dos países industrializados, como EUA, Canadá e Japão, aos países em 
desenvolvimento como a África ou outros países em desenvolvimento, fato causador de 
impactos ambientais significativos a estes países. Nesse sentido, a convenção procurou evitar o 
tráfico ilegal de resíduos perigosos                          utilizando-se de instrumentos de cooperação 
internacional para a gestão ambientalmente adequada desses materiais. 
A convenção foi internalizada na íntegra por meio do Decreto nº 875/1993, sendo também 
regulamentada pela Resolução Conama nº 452, 02 de julho de 2012. 
Resumidamente, a Convenção de Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços 
de Resíduos Perigosos e seu Depósito contempla, dentre outros, os seguintes compromissos 
para os países partes: 
a necessidade de consentimento prévio, por escrito, por parte dos países   importadores   
dos   resíduos   autorizados   de   importação;   
a    adoção    de    medidas    adequadas e minimização da geração de resíduos, levando 
em consideração aspectos sociais, tecnológicos e econômicos;  
a administração ambientalmente saudável de resíduos perigosos   e   seu   depósito;    
a adoção   de   medidas   internas   para   a   implementação   da   convenção;  
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a possibilidade de movimentação entre Estados - partes e não partes somente mediante 
acordo de cooperação;  
a exigência de que o movimento transfronteiriço atenda às normas e padrões 
internacionais aceitos e reconhecidos para embalagem, etiquetagem e transporte;  
a permissão para a movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos, desde que os 
resíduos em questão, sejam necessários como matéria–prima para as indústrias de 
reciclagem e recuperação no estado de importação.   
O princípio geral que norteia a convenção da basileia é de que o tratamento do rejeito deve 
ser feito no local de sua geração, isto é, deverá ser feito no país de origem do resíduo sem a 
necessidade de movimentos transfronteiriços. Vejamos o preâmbulo da convenção:  
Reconhecendo também o desejo crescente de proibir movimentos transfronteiriços de 
resíduos perigosos e seu depósito em outros Estados, especialmente nos países em 
desenvolvimento; 
Convencidas de que os resíduos perigosos e outros resíduos devem, na medida em que 
seja compatível com uma administração ambientalmente saudável e eficiente, ser 
depositados no Estado no qual foram gerados. 
Esse princípio previsto na convenção só será aplicado se o país signatário tiver como 
proceder à administração ambientalmente saudável (racional) dos rejeitos perigosos, esta 
compreendida como tomada de todas as medidas práticas para garantir que os resíduos 
perigosos e outros resíduos sejam administrados de maneira a proteger a saúde humana e o 
meio ambiente de efeitos nocivos que possam ser provocados por esses resíduos. 
A Convenção também permitiu aos Estados membros que o direito soberano de proibir a 
entrada ou depósito de resíduos perigosos e outros resíduos estrangeiros em seu território. No 
Brasil, a Lei da Política Nacional Dos Resíduos Sólidos, proibiu, em seu art. 49, a importação 
de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características 
causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para 
tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.Pessoas Jurídicas que Operam Produtos Perigosos: responsabilidades 
Para fins de aplicação do disposto na Lei da PNRS, o Decreto 10.936/2022, considera como 
geradores ou operadores de resíduos perigosos empreendimentos ou atividades:
cujo processo produtivo gere resíduos perigosos;
cuja atividade envolva o comércio de produtos que possam gerar resíduos perigosos e 
cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental;
que prestem serviços que envolvam a operação com produtos que possam gerar 
resíduos perigosos e cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental;
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 64/75
que prestem serviços de coleta, transporte, transbordo, armazenamento, tratamento, 
destinação e disposição final de resíduos ou rejeitos perigosos; ou
que exerçam atividades classificadas como geradoras ou como operadoras de resíduos 
perigosos em normas editadas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com 
resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades 
competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além 
de condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos.  
As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu 
gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de 
Resíduos Perigosos – CNORS. Assim, é obrigação do empreendedor da atividade que maneje 
produtos perigosos efetivar o registro da produção, do transporte e da eliminação dos rejeitos 
perigosos.  
Esse cadastro é coordenado pelo órgão federal competente do Sisnama (IBAMA) e implantado 
de forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais, sendo parte integrante 
do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de 
Recursos Ambientais e do sistema de informações sobre resíduos sólidos. 
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA será 
responsável por coordenar o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, que 
será implantado de forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais, devendo 
adotar medidas visando assegurar a disponibilidade e a publicidade do cadastro aos órgãos e 
entidades interessados. 
O IBAMA deverá promover a integração do Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos 
Perigosos com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais e com o SINIR. 
O Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos será composto com base nas 
informações constantes nos Planos de Gerenciamento de Resíduos Perigosos, no relatório 
específico anual do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais, bem como nas informações sobre a quantidade, a 
natureza e a destinação temporária ou final dos resíduos sob responsabilidade da respectiva 
pessoa jurídica, entre outras fontes. 
É requisito indispensável para a efetivação do cadastro que as pessoas jurídicas contêm com 
responsável técnico pelo gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio quadro de 
funcionários ou contratado, devidamente habilitado, cujos dados serão mantidos atualizados no 
cadastro.  
Outra obrigação dessas pessoas é a necessidade de elaboração do plano de gerenciamento 
de resíduos perigosos devendo ser submetido ao órgão competente do Sisnama e, se couber, 
do SNVS, observado o conteúdo mínimo estabelecido no art. 21, da Lei da PNRS, e demais 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
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exigências previstas em regulamento ou em normas técnicas, podendo estar inserido no plano 
de gerenciamento de resíduos (plano geral da empresa) a ser elaborado pela pessoa jurídica.   
São obrigações das pessoas que operem com resíduos perigosos: 
manter registro atualizado e facilmente acessível de todos os procedimentos 
relacionados à implementação e à operacionalização do plano de gerenciamento de 
resíduos perigosos;  
informar anualmente ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, sobre a 
quantidade, a natureza e a destinação temporária ou final dos resíduos sob sua 
responsabilidade;  
adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a periculosidade dos resíduos sob sua 
responsabilidade, bem como a aperfeiçoar seu gerenciamento;  
informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a ocorrência de acidentes ou 
outros sinistros relacionados aos resíduos perigosos.  
Deve ainda o empreendedor de produtos perigosos, sempre que solicitado pelos órgãos 
competentes do Sisnama e do SNVS, assegurar o acesso para inspeção das instalações e dos 
procedimentos relacionados à implementação e à operacionalização do plano de 
gerenciamento de resíduos perigosos. No caso de controle a cargo de órgão federal ou 
estadual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o conteúdo, a implementação e a 
operacionalização do plano serão repassadas ao poder público municipal. 
No processo de licenciamento ambiental que envolvam produtos perigosos, o art. 40, da Lei da 
PNRS, previu expressamente que para os casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos ou atividades que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador do 
Sisnama pode exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados 
ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras sobre cobertura e os limites 
máximos de contratação fixados em regulamento, devendo ser levado em consideração o 
porte da empresa. 
Por fim, sem prejuízo das iniciativas de outras esferas governamentais, o Governo Federal deve 
estruturar e manter instrumentos e atividades voltados para promover a descontaminação de 
áreas órfãs, sendo estas conhecidas como áreas contaminadas cujos responsáveis pela 
disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis. Se, após descontaminação de sítio órfão 
realizada com recursos do Governo Federal ou de outro ente da Federação, forem 
identificados os responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o valor 
empregado ao poder público. 
Sistema de Logística Reversa de Medicamentos Domiciliares Vencidos ou em Desuso 
O Decreto nº 10.388/2020 regulamenta o § 1º do caput do art. 33 da Lei nº 12.305, de 2 de 
agosto de 2010, e institui o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos 
ou em desuso, de uso humano, industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o 
descarte pelos consumidores. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 66/75
O Decreto traz diversas definições relativas ao processo de logística reversa de medicamentos: 
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: 
I - acondicionamento: ato de embalar os medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, 
descartados em sacos, caixas ou recipientes que evitem vazamentos, devidamente lacrados e 
com identificação que permita a sua rastreabilidade e, quando couber, que sejam resistentes às 
ações de punctura, ruptura e tombamento, e adequados física e quimicamente ao conteúdo 
acondicionado; 
II - armazenamento primário - guarda temporária, realizada por drogarias, farmácias ou outros 
pontos definidos pelos comerciantes, dos sacos, das caixas ou dos recipientes com os 
medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, descartados pelos consumidores no 
dispensador contentor; 
III - armazenamento secundário - armazenamento, em local indicado pelos distribuidores até a 
etapa de coleta externa, dos sacos, das caixas ou dos recipientes devidamente lacrados, 
pesados e identificados com os medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, 
descartados pelos consumidores e coletados pelos distribuidores nos pontos de recebimento; 
IV - coleta externa -coleta dos sacos, das caixas ou dos recipientes com os medicamentos 
domiciliares vencidos ou em desuso, descartados pelos consumidores para que se proceda ao 
transporte ao local de tratamento e destinação final ambientalmente adequada; 
V - campanha de coleta - coleta pontual de medicamentos domiciliares vencidos ou em 
desuso, descartados pelos consumidores, realizada em farmácias, drogarias ou outros pontos 
localizados em Municípios com população igual ou superior a cem mil habitantes; 
VI - comerciante - pessoa jurídica que oferte medicamentos domiciliares ao consumidor, 
distinta do fabricante, do importador e do distribuidor; 
VII - consumidor - pessoa física usuária de medicamentos domiciliares; 
VIII - dispensador contentor - dispositivo ou equipamento, dotado de sistema antirretorno, 
destinado ao recebimento e ao armazenamento seguro dos medicamentos domiciliares 
vencidos ou em desuso descartados pelos consumidores; 
IX - distribuidor - pessoa jurídica que oferte medicamentos domiciliares a comerciante, distinta 
do fabricante e do importador; 
X - embalagem - invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou 
não, destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, 
medicamentos domiciliares; 
XI - entidade representativa - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
regida por estatuto social, que representa os interesses de fabricantes, importadores, 
distribuidores ou comerciantes de medicamentos e atuam na colaboração, no suporte e no 
apoio às empresas que representam; 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 67/75
XII - entidade gestora - pessoa jurídica constituída e que atenda aos requisitos técnicos de 
gestão, conforme definido em ato do Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de 
estruturar, implementar e operacionalizar o sistema de logística reversa de que trata este 
Decreto; 
XIII - fabricante - pessoa jurídica de direito público ou privado que fabrique ou mande fabricar 
medicamentos domiciliares em seu nome ou sob sua marca; 
XIV - importador - pessoa jurídica que promova a entrada de medicamentos domiciliares 
estrangeiros no território nacional; 
XV - logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso e de suas 
embalagens descartados pelos consumidores - instrumento de desenvolvimento econômico e 
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar 
o retorno desses medicamentos e de suas embalagens ao setor empresarial para destinação 
final ambientalmente adequada; 
XVI - medicamentos domiciliares - medicamentos de uso humano, vencidos ou em desuso, 
industrializados e manipulados, observado o disposto nos art. 5º e art. 6º; 
XVII - operador logístico - empresa detentora de autorização de funcionamento e de 
autorização especial, quando aplicável, habilitada a prestar serviços de transporte ou 
armazenamento; 
XVIII - ponto de armazenamento primário - local destinado à guarda temporária dos sacos, das 
caixas ou dos recipientes com os medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso 
descartados pelos consumidores até a coleta e o transporte aos pontos de armazenamento 
secundário; 
XIX - ponto de armazenamento secundário - local destinado ao armazenamento dos sacos, das 
caixas ou dos recipientes com os medicamentos descartados em local indicado pelos 
distribuidores de medicamentos até a realização das etapas de coleta e de transporte para os 
locais de destinação final ambientalmente adequada; 
XX - ponto fixo de recebimento - ponto situado em drogarias, farmácias ou demais locais em 
que sejam instalados os dispensadores contentores para o descarte pelos consumidores dos 
medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso; e 
XXI - ponto temporário de recebimento - ponto situado em drogarias, farmácias ou demais 
locais em que sejam instalados os dispensadores contentores para campanha de coleta. 
Um ponto importante acerca do Decreto, é que ele se destina tão somente a dispor acerca da 
implementação e a operacionalização do sistema de logística reversa de medicamentos 
domiciliares vencidos ou em desuso, exclusivamente de uso humano, industrializados e 
manipulados, e de suas embalagens após o descarte pelos consumidores. 
Deste modo, se aplica somente aos medicamentos: 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 68/75
de uso domiciliar; 
de uso humano; 
que não sejam descartados pelos prestadores de serviços de saúde públicos e privados. 
Art. 5º O disposto neste Decreto não se aplica aos seguintes medicamentos: 
I - de uso não domiciliar; 
II - de uso não humano; e 
III - descartados pelos prestadores de serviços de saúde públicos e privados.
O sistema de logística reversa conta com duas fases, trazidas e detalhadas no art. 7º
Art. 7º A estruturação e a implementação do sistema de logística reversa de medicamentos 
domiciliares vencidos ou em desuso, de uso humano, industrializados e manipulados, e de suas 
embalagens após o descarte pelos consumidores, de que trata este Decreto, será realizada em 
duas fases: 
I - fase 1 - a qual se iniciará na data de entrada em vigor deste Decreto e compreenderá: 
a) a instituição de grupo de acompanhamento de  performance, constituído por entidades 
representativas de âmbito nacional dos fabricantes, importadores, distribuidores e 
comerciantes, responsável pelo acompanhamento da implementação do sistema de logística 
reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso humano, 
industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o descarte pelos consumidores; e 
b) por intermédio do grupo de acompanhamento de performancede que trata a alínea "a", a 
estruturação de mecanismo para a prestação de informações, por meio de relatório anual, 
referentes ao volume de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso retornados ao 
sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso 
humano, industrializados e manipulados, e destinados de maneira ambientalmente adequada; e 
II - fase 2 - a qual se iniciará a partir do centésimo vigésimo dia subsequente à conclusão 
da fase 1 e compreenderá: 
a) a habilitação de prestadores de serviço que poderão atuar no sistema de logística reversa de 
medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, nos termos estabelecidos pelo grupo de 
acompanhamento de performance de que trata o inciso I; 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
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Instrumentos Econômicos, Condutas Proibidas e Educação Ambiental
em Matéria de Resíduos Sólidos
b) a elaboração de plano de comunicação com o objetivo de divulgar a implementação do 
sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso 
humano, industrializados e manipulados, e qualificar formadores de opinião, lideranças de 
entidades, associações e gestores municipais com vistas a apoiar a sua implementação; e 
c) a instalação de pontos fixos de recebimento de medicamentos domiciliares vencidos ou em 
desuso, de uso humano, industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o descarte 
pelos consumidores, observado o cronograma disposto no § 1º do art. 10. 
§ 1º Os medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso de que trata este Decreto poderão 
ser gerenciados como resíduos não perigosos durante as etapas de descarte, armazenamento 
temporário, transporte e triagem até a transferência para a unidade de tratamento e destinação 
final ambientalmente adequada, desde que não sejam efetivadas alterações nas suas 
características físico-químicas e que sejam mantidos em condições semelhantes às dos 
produtos em uso pelo consumidor. 
§ 2º O transporte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso de que trata este 
Decreto descartados pelos consumidores poderá ser realizado pelo mesmo veículo, pela 
mesmaaeronave ou pela mesma embarcação utilizado para a distribuição dos medicamentos 
destinados à comercialização, desde que feito de forma segregada. 
§ 3º A destinação final ambientalmente adequada dos medicamentos domiciliares vencidos ou 
em desuso de que trata este Decreto será realizada em empreendimento licenciado por órgão 
ambiental competente e atenderá à seguinte ordem de prioridade: 
I - incinerador; 
II - coprocessador; e 
III - aterro sanitário de classe I, destinado a produtos perigosos. 
Art. 8º Fica instituído o manifesto de transporte de resíduos, documento autodeclaratório e 
válido no território nacional, emitido pelo Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos 
Resíduos Sólidos - Sinir, para fins de fiscalização ambiental das atividades de coleta, 
armazenagem e transporte de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso 
humano, industrializados e manipulados, após o descarte pelos consumidores, do ponto de 
armazenamento primário ao ponto de armazenamento secundário e deste até a unidade de 
tratamento e destinação final ambientalmente adequada. 
O Decreto será avaliado em até 5 anos (2025) pelo Ministério do Meio Ambiente, para 
verificar a necessidade de revisão. 
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 70/75
Instrumentos Econômicos da PNRS 
A Lei da PNRS prevê os meios para efetivação de seus objetivos. Nesse sentido, o art. 42 
ventila a regra de que o Poder Público poderá instituir medidas indutoras e linhas de 
financiamento para atender, prioritariamente, às iniciativas de:  
prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo;  
desenvolvimento de produtos com menores impactos à saúde humana e à qualidade 
ambiental em seu ciclo de vida;  
implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou 
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas 
por pessoas físicas de baixa renda;  
desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, 
nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;  
estruturação de sistemas de coleta seletiva e de logística reversa;  
descontaminação de áreas contaminadas, incluindo as áreas órfãs;  
desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos 
sólidos;  
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria 
dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos.  
No fomento ou na concessão de incentivos creditícios destinados a atender diretrizes da 
PNRS, as instituições oficiais de crédito podem estabelecer critérios diferenciados de acesso 
dos beneficiários aos créditos do Sistema Financeiro Nacional para investimentos produtivos.  
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas competências, 
poderão instituir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou 
creditícios, respeitadas as limitações da Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de 
Responsabilidade Fiscal), a:  
indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos 
sólidos produzidos no território nacional;  
projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente 
em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais 
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;  
empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas.  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 71/75
O art. 45, da Lei da PNRS, estabeleceu prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo 
Governo Federal para os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei no 11.107/2005, 
com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que 
envolvam resíduos sólidos. 
Por fim, os incentivos fiscais e creditícios devem estar em consonância com a Lei 
Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como com as diretrizes e 
objetivos do respectivo plano plurianual, as metas e as prioridades fixadas pelas leis de 
diretrizes orçamentárias e no limite das disponibilidades propiciadas pelas leis orçamentárias 
anuais de cada ente federado instituidor do benefício. 
Condutas Proibidas na Destinação de Resíduos Sólidos 
A Lei da PNRS prevê condutas que não podem ser adotadas pelos diversos atores quanto à 
destinação dos resíduos sólidos. Nesse sentido, são proibidas as seguintes formas de destinação 
ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:  
lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;  
lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;  
queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para 
essa finalidade;  
outras formas vedadas pelo poder público.  
Importante frisar que quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu 
aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes do 
Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.  
Cumpre destacar também que não são considerados corpos hídricos para efeitos de aplicação 
da proibição de lançamento, as bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de 
mineração, devidamente licenciadas pelo órgão competente do Sisnama, desde que 
assegurada a devida impermeabilização. 
São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades:  
utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;  
catação, observado as metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à 
inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis;  
criação de animais domésticos;  
fixação de habitações temporárias ou permanentes;  
outras atividades vedadas pelo poder público.  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 72/75
Lembrando, como já sedimentado nesta obra, nos termos do art. 49, da Lei da PNRS, é proibida 
a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas 
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, 
ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.  
Educação Ambiental na Gestão de Resíduos Sólidos 
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, 
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. A educação ambiental na gestão dos 
resíduos sólidos é parte integrante da Política Nacional de Resíduos Sólidos e tem como 
objetivo o aprimoramento do conhecimento, dos valores, dos comportamentos e do estilo 
de vida relacionados com a gestão e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos 
sólidos. 
A educação ambiental na gestão dos resíduos sólidos obedecerá às diretrizes gerais fixadas 
na            Lei 9.795/1999 (Lei da Política Nacional de Educação Ambiental) 
Aquela norma fixa a regra geral de que a educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os 
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal, tendo todos 
direito à educação ambiental, incumbindo: 
ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas 
públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos 
os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e 
melhoria do meio ambiente; 
às instituições educativas, promover a educaçãoambiental de maneira integrada aos 
programas educacionais que desenvolvem; 
aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações 
de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria 
do meio ambiente; 
aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na 
disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a 
dimensão ambiental em sua programação; 
às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas 
destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre 
o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio 
ambiente; 
à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e 
habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a 
identificação e a solução de problemas ambientais. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 73/75
Lista de Questões
O Poder Público deverá adotar as seguintes medidas, entre outras, visando o cumprimento do 
objetivo previsto para a consecução dos objetivos da educação ambiental dentro da Política 
Nacional de Resíduos Sólidos: 
incentivar atividades de caráter educativo e pedagógico, em colaboração com entidades 
do setor empresarial e da sociedade civil organizada; 
promover a articulação da educação ambiental na gestão dos resíduos sólidos com a 
Política Nacional de Educação Ambiental; 
realizar ações educativas voltadas aos fabricantes, importadores, comerciantes e 
distribuidores, com enfoque diferenciado para os agentes envolvidos direta e 
indiretamente com os sistemas de coleta seletiva e logística reversa; 
desenvolver ações educativas voltadas à conscientização dos consumidores com relação 
ao consumo sustentável e às suas responsabilidades no âmbito da responsabilidade 
compartilhada de que trata a Lei nº 12.305, de 2010; 
apoiar as pesquisas realizadas por órgãos oficiais, pelas universidades, por organizações 
não governamentais e por setores empresariais, bem como a elaboração de estudos, a 
coleta de dados e de informações sobre o comportamento do consumidor brasileiro; 
elaborar e implementar planos de produção e consumo sustentável; 
promover a capacitação dos gestores públicos para que atuem como multiplicadores nos 
diversos aspectos da gestão integrada dos resíduos sólidos; e 
divulgar os conceitos relacionados com a coleta seletiva, com a logística reversa, com o 
consumo consciente e com a minimização da geração de resíduos sólidos. 
Por fim, as ações de educação ambiental acima previstas não excluem as 
responsabilidades dos fornecedores referentes ao dever de informar o consumidor para o 
cumprimento dos sistemas de logística reversa e coleta seletiva instituídos. 
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
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Referências e links deste capítulo
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https://www.sinir.gov.br/
https://www.sinir.gov.br/
https://www.sinir.gov.br/
https://www.sinir.gov.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art25%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art19
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 75/75
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https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/4ad93ea9-d15a-4082-ab35-f1ca53e7e4c5de regra. 
É possível concluir que toda essa carga normativa atribuída aos princípios, de um modo geral, é 
perfeitamente aplicável às normas-princípios do Direito Ambiental, sendo dotadas de eficácia e 
aplicabilidade imediata. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS é uma das leis mais cobradas em concursos 
públicos no que tange ao tema princípios. Isso porque ela trouxe, em seu art.6º, um rol dessas 
normas, legalizando alguns princípios que estavam presentes apenas em normas internacionais. 
Vejamos o dispositivo:  
Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:  
I - a prevenção e a precaução;  
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;  
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, 
social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;  
IV - o desenvolvimento sustentável;  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 8/75
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, 
de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade 
de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no 
mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;  
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais 
segmentos da sociedade;  
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e 
de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;  
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;  
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;  
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.  
Vamos pontuar o que há de mais relevante em cada um dos princípios enumerados, 
considerando que a maioria deles já foi objeto de estudo em nossa aula inaugural. Por outro 
lado, daremos uma atenção especial àqueles que são específicos e inovadores para a gestão de 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 9/75
resíduos sólidos, visando um melhor entendimento dos objetivos e metas traçados na Lei da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
Princípio da Prevenção 
O princípio da prevenção busca evitar que o dano possa se concretizar, tendo por base uma 
certeza científica dos impactos ambientais produzidos por determinada atividade. Esse 
princípio contempla os riscos certos, conhecidos pelo expert na área da atividade. Busca 
antecipar a ocorrência do dano ambiental em sua origem. É nesse sentido que se procura 
impedir os impactos previamente conhecidos. 
Além de está previsto expressamente na Lei da PNRS, constitucionalmente, esse princípio se 
corporifica na necessidade de elaboração de estudo prévio de impacto ambiental (EPIA), para 
as atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ao meio ambiente, nos 
termos, do art. 225, § 1º, IV, da CF/88. 
O princípio da prevenção aplicado à Política Nacional de Resíduos Sólidos visa evitar a 
existência de possíveis riscos e danos certos provocados pelos resíduos sólidos ao meio 
ambiente. Busca-se com esse princípio prevenir o incremento na produção de resíduos com a 
implementação de medidas tecnológicas e educacionais mais eficientes quanto à produção e o 
consumo que visem a diminuição na geração dos resíduos sólidos. Inúmeras atividades 
sustentáveis estão previstas na PNRS para dar mais concretude a esse princípio, como a 
necessidade de aplicação do sistema de logística reversa, reciclagem, bem como a coleta e o 
transporte sustentável. 
Outro ponto em que podemos observar a aplicação do princípio da prevenção é pela 
implementação dos diversos elementos de planejamento previstos na Lei 12.305/2010, como o 
Plano Nacional de Resíduos Sólidos, os planos estaduais de resíduos sólidos e os planos 
municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, assim como os planos de gerenciamento 
de resíduos sólidos, objetivando evitar, antecipadamente, danos ao meio ambiente por meio 
desses instrumentos de gestão de resíduos sólidos. 
Princípio da Precaução 
O princípio da precaução busca também evitar que o dano possa se concretizar, mas 
diferentemente do princípio da prevenção, há ausência de certeza científica sobre a atividade 
analisada. Tem-se um risco incerto. Foi previsto incialmente no Declaração da RIO-92 no 
princípio 15. Vejamos: 
Princípio 15 
De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente 
observado pelos Estados, de acordo com as suas capacidades. Quando houver ameaça de 
danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada 
como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a 
degradação ambiental. 
 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 10/75
Essa falta de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para postergar a adoção 
de medidas efetivas de modo a evitar a degradação ambiental. Isso porque a incerteza milita a 
favor do meio ambiente, cabendo àquele que pretende desenvolver atividade potencialmente 
poluidora o ônus de provar que sua atividade não é perigosa e/ou poluente. Resumindo, a 
relação de causalidade entre o dano e a atividade é presumida. 
Embora previsto expressamente no art. 6º, I, da Lei da PNRS, não tem previsão expressa na 
Carta Política. 
No âmbito da PNRS, o princípio da precaução atua como garantidor da sustentabilidade 
ambiental decorrente do desenvolvimento de atividades que gerem resíduos sólidos pelo 
homem, notadamente nos resíduos classificados como perigosos. Assim, devem ser adotadas 
todas as medidas necessárias para salvaguardar o meio ambiente mesmo não sabendo os 
verdadeiros riscos sociais e ambientais decorrente da prática da produção dos resíduos ou 
mesmo de seu descarte. Esse princípio se corporifica nas normas traçadas nos Planos de 
Resíduos Sólidos, bem como nas regras de rejeitos de produtos perigosos, quando não se tem 
certeza do potencial lesivo que a atividade pode trazer para o meio ambiente ou para a saúde 
pública.
Para fins de recordação, eis as fundamentais diferenças entre os princípios da precaução e da 
prevenção: 
 
 Princípio do Poluidor – Pagador  
O princípio do poluidor-pagador, por sua vez, além de previsto na Lei da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, tem previsão expressa no art. 225, §§ 2º e 3º, da Constituição Federal de 
1988, bem como no art. 4, VII, da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, vejamos: 
Constituição Federal de 1988 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
(...) 
Princípio da Prevenção  Princípio da Precaução 
Certeza científica sobre a ocorrência do 
dano 
Incerteza científica sobre a ocorrência do 
dano 
Risco Certo e Conhecido  Risco Incerto e Desconhecido 
Risco Concreto   Risco Abstrato 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 11/75
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma 
da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
 
Lei da PNMA- Lei 6.938/81 
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
(...) 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os 
danos causados e, aousuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
O princípio do poluidor – pagador é um instrumento econômico que exige que o poluidor 
suporte as despesas de prevenção, reparação e repressão de danos ambientais. O poluidor 
deve responder pelos custos socais da degradação causada, como também suportar as 
consequências negativas de sua atividade e não deixar para sociedade o ônus da degradação 
ambiental por ele produzida, buscando-se, com isso, evitar a privatização de lucros e a 
socialização de perdas. Ele tem o dever de eliminar essas externalidades negativas. 
Nessa quadratura, o poluidor deve internalizar os custos das externalidades negativas para 
que a sociedade não venha suportar o ônus da produção. Isso pode ser concretizado por meio 
do Estado (dever), através de ações de fiscalização, ou mesmo por meio de políticas públicas 
que fixem obrigações para as atividades potencialmente poluidoras do meio ambiente. 
Nesse contexto, o princípio do poluidor-pagador tem utilidade na PNRS no campo das 
responsabilidades. Exemplo disso é a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos entre produtores e consumidores, bem como quando aplicamos a sistemática da 
logística reversa na gestão de resíduos. 
Princípio do Protetor-Recebedor 
O princípio do protetor-recebedor, conforme leciona Frederico Amado, seria a outra face da 
moeda do Princípio do Poluidor-Pagador, ao defender que as pessoas físicas ou jurídicas 
responsáveis pela preservação ambiental devem ser agraciadas com benefícios de alguma 
natureza (sanção premial), pois estão colaborando com toda a comunidade para a consecução 
do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim, segundo o autor, 
haverá uma espécie de compensação pelos serviços ambientais em favor daqueles que 
atuam na defesa do meio ambiente.  
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 12/75
Esse princípio estabelece que cabe pagamento àquele que de alguma forma presta um 
serviço ambiental, preservando, melhorando ou recuperando a qualidade do meio ambiente. A 
ideia é dar uma retribuição financeira como incentivo ao agente que protege um bem 
ambiental em benefício da sociedade. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos cria mecanismos de incentivos à prática de atividades 
voltadas a escorreita gestão dos resíduos sólidos. Como exemplo, podemos considerar a 
diminuição dos custos no processo de licenciamento ambiental pelas atividades protetivas 
desenvolvidas pelo empreendedor no tratamento dos resíduos produzidos durante o processo 
de produção, circulação e descarte de produtos. 
Nessa toada, a Lei da PNRS previu em seu art. 44, dando maior concretude ao princípio do 
protetor – recebedor, que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de 
suas competências, podem instituir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, 
financeiros ou creditícios, a indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à 
reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional; a projetos relacionados à 
responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com 
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda; bem como a empresas dedicadas à 
limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas. 
Cumpre assinalar que esses incentivos devem respeitar as limitações fixadas na Lei de 
Responsabilidade Fiscal, bem como nas diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, as 
metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e no limite das 
disponibilidades propiciadas pelas leis orçamentárias anuais. 
Princípio da Visão Sistêmica na Gestão dos Resíduos Sólidos 
Uma visão sistêmica é aquela que nos permite desenvolver a capacidade de identificar as 
ligações entre partes de um sistema como um todo, buscando incorporar as variáveis diversas 
que se aplicam em um caso concreto. É nesse sentido que o princípio da visão sistêmica 
aplicado à PNRS permite um pensamento mais amplo de cada situação que serve de objeto de 
análise do seu interlocutor.  
Segundo a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), a visão sistêmica consiste na habilidade de 
compreender os sistemas como um todo, permitindo uma análise mais profunda do mesmo 
e de tudo que nele interfere, sendo os sistemas uma rede de elementos interdependentes que 
interagem para alcançar um objetivo comum, formando um todo complexo e unitário. 
O princípio da visão sistemática busca dar maior concretude a PNRS informando que as 
variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública sejam avaliadas 
como um todo, de uma forma abrangente, em conjunto. Assim, cabe ao gestor público e todos 
os demais atores que atuam na gestão de resíduos sólidos, analisar essas variáveis não como 
fatores estanques sem qualquer inter-relação, mais sim, como um organismo cujas partes são 
fundamentais para a composição do todo. A análise individualizada das variáveis sociais, 
ambientais, culturais e econômicas não está em consonância com o princípio da visão 
sistêmica para gestão dos resíduos sólidos. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 13/75
Segundo Paulo Affonso Leme Machado, essa visão sistêmica busca a aplicação dos institutos 
da transversalidade e da interdisciplinaridade à gestão de resíduos sólidos. Vejamos as 
palavras ventiladas pelo doutrinador: 
“A visão sistêmica deve conduzir a uma análise em conjunto dos diversos fatores e, 
também, a uma avaliação simultânea do meio ambiente, do social, da cultura, da 
economia, da tecnologia e da saúde pública   em   todo   o   gerenciamento   dos   resíduos 
sólidos. O entendimento sistêmico é um modo de praticar as metodologias da 
interdisciplinaridade e da tranversalidade, passando a ser uma verdadeira bússola na 
formulação e na implementação de todos os planos previstos pela lei.” 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
Outro princípio de notória importância para a implementação da PNRS é o do 
desenvolvimento sustentável que teve sua origem histórica na Conferência de Estocolmo de 
1972 e seu apogeu com a Cúpula da Terra (Rio-92). 
O termo “desenvolvimento sustentável” tem como ponto fulcral a harmonização do 
crescimento econômico com a preservação ambiental e a busca da equidade social. Isso 
porque só há desenvolvimento sustentável quando todas as referidas vertentes forem 
respeitadas. 
Romeu Thomé sustenta que a Rio-92 consolidou muitos princípios norteadores do Direito 
Ambiental no documento intitulado Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento. Um deles foi o princípio do desenvolvimento sustentável em suas três 
dimensões: proteção ambiental, crescimento econômico e equidade social.   
No âmbito da PNRS, o princípio do desenvolvimento sustentável é fonte inspiradora e basilar 
para as boas práticas na gestão de resíduos. Esta busca diminuir a geração de resíduos com o 
desenvolvimento de políticas apropriadas para a destinação ambientalmente correta deles, seja 
por meio de reciclagem, reutilização ou mesmo para destinação final em aterros sanitários 
buscando a redução do nível de poluição ambiental, dando maior efetividade ao princípio do 
desenvolvimento sustentável. 
Tendo em vista que o desenvolvimento sustentável visa suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações, a 
gestão dos resíduos sólidos é um instrumento de gestão que dar mais concretude ao princípio 
do desenvolvimento sustentável, considerando que se busca reduzir a utilização dos recursos 
naturais através da economia de energia, bem como de outros componentes existentes na 
natureza.  
Dentro desse cenário, foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (os 
chamados ODS) naConferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável no Rio 
de Janeiro em 2012 (Rio + 20). Os ODS visam combater a pobreza, proteger o planeta e buscar 
a paz social. São eles:  
Símbolo  ODS  Significado 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 14/75
 
-  - 
 
Erradicação da 
pobreza 
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em 
todos os lugares 
 
Fome zero e 
agricultura 
sustentável 
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e 
melhoria da nutrição e promover a 
agricultura sustentável 
 
Saúde e bem-estar  Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar 
para todos, em todas as idades 
 
Educação de 
qualidade 
Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de 
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem 
ao longo da vida para todos 
 
Igualdade de 
gênero 
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as 
mulheres e meninas 
 
Água limpa e 
saneamento 
Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e 
saneamento para todos 
 
Energia limpa e 
acessível 
Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e 
renovável para todos 
Trabalho decente e 
crescimento 
econômico 
Promover o crescimento econômico sustentado, 
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e 
trabalho decente para todos 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 15/75
 
 
Inovação e 
infraestrutura 
Construir infraestrutura resiliente, promover a 
industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a 
inovação 
 
Redução das 
desigualdades 
Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles 
 
Cidades e 
comunidades 
sustentáveis 
Tornar as cidades e os assentamentos humanos 
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 
 
Consumo e 
produção 
responsáveis 
Assegurar padrões de produção e de consumo 
sustentáveis 
 
Ação contra a 
mudança global do 
clima 
Tomar medidas urgentes para combater a mudança 
climática e seus impactos 
 
Vida na água  Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, 
e dos recursos marinhos para o desenvolvimento 
sustentável 
 
Vida terrestre  Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos 
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as 
florestas, combater a desertificação, deter e reverter a 
degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade 
 
Paz, justiça e 
instituições eficazes 
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o 
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à 
justiça para todos e construir instituições eficazes, 
responsáveis e inclusivas em todos os níveis 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 16/75
É perfeitamente possível inferir que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável visam uma 
gestão adequada dos resíduos, pois somente dessa forma poderemos recuperar e promover o 
uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a 
desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e diminuir a perda da biodiversidade, 
bem como assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis de forma a dar uma 
destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos.  
Nessa perspectiva, a gestão desses resíduos visa eliminar os impactos negativos que eles 
causam principalmente os vinculados à destinação final, contribuindo para alcançar os objetivos 
do desenvolvimento sustentável.  
Princípio da Cooperação entre os Setores Públicos e Privados 
Previu a Lei 12.305/2010 o princípio da cooperação entre as diferentes esferas do poder 
público, do setor empresarial e demais segmentos da sociedade. O princípio da cooperação (ou 
da colaboração) ventila a ideia de que as atividades a serem desenvolvidas na gestão dos 
resíduos sólidos devem ser pautadas em uma relação de cooperação mútua entre as diferentes 
esferas do poder público, do setor empresarial e dos demais segmentos da sociedade. 
Busca-se uma integração política, econômica e social entre esses diversos atores para 
consolidação da PNRS agindo de forma sincronizada não apenas para a elaboração de políticas 
públicas sobre o tema, como também para a edição de normas regulamentares e a forma em 
que serão executadas para uma destinação ambientalmente correta desses resíduos. 
Esse princípio ganha força normativa quando a Lei da PNRS fixa as responsabilidades de todos 
os envolvidos na gestão integrada de resíduos, que tangencia o gerador, o distribuidor, o 
consumidor e o próprio poder público.  
Princípio da Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos 
Nos termos do art. 3º, XVII, da Lei da PNRS, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de  
vida  dos  produtos  consiste em um  conjunto  de  atribuições individualizadas e encadeadas 
dos        fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos 
titulares dos  serviços  públicos de  limpeza  urbana  e  de  manejo  dos  resíduos  sólidos, para 
minimizar o volume dos resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os 
impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos 
produtos. 
O objetivo central do princípio é fazer com que os diversos atores envolvidos na cadeia de 
produção e consumo assumam obrigações específicas, como, a título de exemplo, o 
desenvolvimento de coleta seletiva ou dos sistemas de logística reversa, com a finalidade de 
 
Parcerias e meios 
de implementação 
Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a 
parceria global para o desenvolvimento sustentável 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 17/75
diminuir a produção de resíduos e rejeitos possibilitando uma proteção mais eficaz e 
sustentável dos recursos ambientais. 
Esse compartilhamento de responsabilidades cria um liame intersubjetivo entre diversos atores 
de direito público ou de direito privado com a finalidade de dar maior efetividade na proteção 
do meio ambiente pela gestão compartilhada dos resíduos sólidos. Dentro dessa concepção, a 
logística reversa é o principal instrumento para aplicação da responsabilidade compartilhado 
pelo ciclo de vida dos produtos.  
Princípio do Reconhecimento do Valor do Resíduo Sólido reutilizável e reciclável 
O Princípio do reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem 
econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania, visa 
fomentar a importância da reciclagem e da reutilização não apenas como ferramentas 
protetoras do meio ambiente natural, mas também como integradora de aspectos sociais e 
econômicos.  
O objetivo do princípio é valorizar atividades como a reciclagem e a reutilização de produtos 
que seriam descartados sem o aproveitamento adequado. A reutilização é o processo de 
aproveitamento dos resíduos sólidos sem que ocorra transformação biológica, física, química 
ou mesmo físico-química, enquanto a reciclagem é o processo de transformação dos resíduos 
sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com 
vistas à transformação em insumos ou novos produtos. Nessa linha, os dois procedimentos 
visam a transformação do produto de forma a torná-lo multiuso nas diversas atividades do 
cotidiano. A diferença reside no fato de haver ou não reações químicas originando moléculas 
que não estavam presentes no produto de origem. Assim, havendo reações químicas, 
motivadas por fatores biológicos, físicos ou químicos, teremos a reciclagem; caso contrário, 
teremos o reaproveitamento.  
Nesse processo de reutilização ou de reciclagem há o desenvolvimento de atividades de valor 
econômico e social, gerando renda e integração social. A essência do princípio é valoração da 
reutilização e da reciclagem, por meio do desenvolvimento de diversos instrumentos previstos 
na Lei da PNRS,ratificando seu múltiplo valor, de ordem econômica, social e promotor de 
cidadania.  
Podemos citar, a título de exemplo, a previsão do art. 17, §3º, que fixou a regra de que o plano 
microrregional de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e 
estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o 
tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades 
microrregionais, outros tipos de resíduos. Há outras normas ao longo da Lei 12.305/2010, nos 
termos do art. 17, III, dando concretude ao referido princípio ao estabelecer que o plano 
estadual    de resíduos sólidos deve prever metas de reutilização e de reciclagem com vistas a 
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente 
adequada. 
Dentro dessa multiplicidade de valores, notadamente de cunho social e promotor da cidadania, 
a Lei da PNRS, em seu art. 8º, IV, previu como um dos instrumentos da política nacional de 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 18/75
resíduos sólidos o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras 
formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. 
A implementação desse modelo de gestão pode ter diversas vantagens de ordem: 
Econômica: Gera renda, na medida em que otimiza os esforços da coleta e separação do lixo. 
Ambiental: Economiza os recursos naturais, no sentido de reinserir insumos reciclados no      
processo produtivo, evitando o desmatamento ou exploração mineral, bem como promove a 
preservação do meio ambiente, na medida em que a coleta seletiva reduz a quantidade de 
resíduos depositados em locais impróprios, como rios e mananciais.  
Social: Traz o resgate da autoestima, no sentido de integrar o catador no sistema de limpeza 
pública, dando-lhe o status de agente ambiental. 
Princípio do Respeito às Diversidades Regionais   
O princípio do respeito às diversidades regionais visa demonstrar que as peculiaridades 
regionais e locais devem ser levadas em conta no desenvolvimento das políticas públicas pelos 
respectivos entes federativos, deixando transparecer que a Lei 12.305/2010 apresenta apenas 
normas gerais em matéria de resíduos sólidos (art. 24, §1º, da CF/88), competindo aos 
Estados/DF, dentro da competência concorrente, legislar para suplementar a legislação federal 
para atender aos interesses regionais (art. 24, §2º, da CF/88), e aos Municípios, dentro da 
competência suplementar, legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88). 
O objetivo de estabelecer normas gerais sobre resíduos sólidos no Brasil, por meio da edição 
da              Lei 12.305/2010, foi atingir a uniformização de procedimentos, planos e programas 
numa visão sistêmica e integrativa, bem como a utilização de instrumentos de caráter universal 
que podem ser aplicados a qualquer região do país, não excluindo a possibilidade de fatores 
locais de ordem geográfica, econômica ou até mesmo cultural poderem ser inseridos pelos 
entes locais por meio de disciplinamento próprio, sendo vedado as normas gerais serem 
afastadas pelas normas locais.  
Princípio do Direito da Sociedade à Informação e ao Controle Social 
Temos aqui dois princípios: 
princípio do direito à informação da sociedade; e 
princípio do direito de controle social. 
O direito à informação da sociedade dentro da política nacional de resíduos sólidos é mais um 
dos tentáculos do direito à informação previsto no art. 5º, XXXIII, da CF/88, disciplinado na Lei 
n° 12.527/2011, que regulamentou o direito fundamental de acesso à informação obrigando o 
Poder Público a prestá-la, estatuindo expressamente que esse direito deve ser executado em 
conformidade com os princípios básicos da Administração Pública, bem como, na Lei 6.938/81 
que previu como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente a garantia da prestação 
de informações ambientais pelo Poder Público, assegurando a toda sociedade o acesso a elas.
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 19/75
É nesse contexto que a Lei 12.305/2010 previu também como princípio norteador da Política 
Nacional de Resíduos Sólidos o direito à informação da sociedade obrigando o poder público a 
manter completa e atualizada a informação para implementação de qualquer política pública 
relacionada com a gestão de resíduos sólidos. Desse modo, a informação adequada é requisito 
fundamental para que um indivíduo possa conhecer melhor o objeto de seu interesse e tomar 
decisões que influenciam na formação das políticas públicas sobre o referido tema. Isso porque 
o meio ambiente é um bem difuso de natureza transindividual que tem como titular toda a 
coletividade, remetendo-nos à ideia de que o seu proprietário deve ser regularmente 
informado de sua gestão para que adote as medidas administrativas ou judiciais necessárias à 
tutela desse bem. 
É nesse sentido que o art. 77, do Decreto 10.936/2022, estabelece que a regra geral a ser 
seguida na política nacional de resíduos sólidos, assim como nas demais políticas ambientais, é 
tornar a informação aberta, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos 
Resíduos Sólidos - Sinir, instituído sob a coordenação e a articulação do Ministério do Meio 
Ambiente. O Sinir conterá informações publicamente disponibilizadas em outras bases de 
dados oficiais que possam contribuir para a melhoria da gestão e do gerenciamento 
ambientalmente adequado de resíduos sólidos.
Nesse sentido, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem disponibilizar anualmente 
ao Sinir as informações necessárias sobre os resíduos sólidos em seu âmbito de competência., 
devendo os dados, informações, relatórios, estudos, inventários e instrumentos equivalentes 
que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços relacionados à gestão dos resíduos 
sólidos, bem como aos direitos e deveres dos usuários e operadores, serem disponibilizados 
pelo Sinir por meio de site. (https://www.sinir.gov.br/)  [1]
Um desdobramento des [2]se princípio do direito à informação é o princípio do controle social. 
Uma sociedade com informação qualificada poderá exercer seu direito de fiscalizar as 
atividades praticadas por todos os atores envolvidos na produção, comercialização, utilização e 
descarte dos produtos, podendo, inclusive, adotar comportamentos de controle por meio do 
manejo de ações individuais como a Ação Popular, ou mesmo de Ação Civil Pública por 
legitimação extraordinária do Ministério Público ou de outros entes legitimados, como as 
associações.  
O conceito de controle social foi definido no art. 3º, [3]VI, da Lei da PNRS, sendo um conjunto 
de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos 
processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos 
resíduos sólidos.  
Nessa linha, a PNRS criou instrumentos para dar maior concretude ao princípio do controle 
social por meio da participação da sociedade nos conselhos de meio ambiente e de saúde, 
como também pelos órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços 
de resíduos sólidos urbanos, ocorrendo um verdadeiro compartilhamento de funções entre o 
poder público e a sociedade, viabilizando a determinação constitucional do caput do art. 225, 
da Carta Política de 1988. 
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade 
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 20/75
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https://www.sinir.gov.br/Questão 2019 | 62083693
Sobre os princípios constitucionais ambientais, é correto a�rmar que
A)
o princípio da função socioambiental da propriedade possui caráter de dever individual,
estando o direito à propriedade garantido se sua função social for cumprida.
B)
o princípio da prevenção implica a adoção de medidas previamente à ocorrência de um
dano concreto, embora ausente a certeza cientí�ca, com o �m de evitar a veri�cação
desses danos.
C)
o princípio da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa física ou
jurídica, de arcar com as consequências de sua conduta lesiva contra o meio ambiente,
tanto na seara civil e administrativa, quanto na penal.
D)
as entidades privadas não estão sujeitas ao princípio da informação no que se relaciona à
matéria ambiental.
Solução
O princípio da razoabilidade e da proporcionalidade são utilizados em diversos ramos da 
ciência jurídica, seja no Direito Constitucional, Administrativo, Penal e Ambiental, com o 
objetivo de ponderar a ação dos agentes (púbicos ou privados) na prática de atos objetivando a 
proteção de interesses e de determinados valores existentes em uma sociedade. São princípios 
que servem como balizadores de controle de legitimidade dos atos praticados, melhor dizendo, 
analisam não apenas a previsão legal do direito/obrigação/restrição, mas a compatibilidade da 
previsão estabelecida com a proibição de excesso ou com a proteção deficiente. 
Embora uma parte da doutrina nacional entenda tratar-se de princípios de mesma carga 
semântica, vige o entendimento de que são princípios distintos, seja pela origem, seja pelo 
conteúdo. O Princípio da Proporcionalidade, de maior envergadura, tem origem no Direito 
Alemão e para se configurar deve atender aos critérios da adequação, necessidade e 
proporcionalidade em sentido estrito.  
A proporcionalidade, no elemento adequação, está relacionada com a possibilidade de a norma 
(ato) atingir os objetivos definidos por ela. Nessa quadra, uma determinação será adequada 
quando efetivamente for capaz de atingir os objetivos fixados. Será necessária quando a norma 
(ato) for a menos restritiva aos direitos fundamentais, sendo proporcional em sentido estrito 
quando houver adequação entre os meios utilizados para o desenvolvimento da ação e os fins 
colimados pela norma (ato). 
As normas da PNRS devem obedecer ao princípio da proporcionalidade devendo as políticas 
públicas de gestão dos resíduos guardarem verdadeira adequação com as metas fixadas nos 
Planos de gestão dos resíduos sólidos, devendo ser executadas de forma menos gravosa para a 
coletividade evitando-se restrições desnecessárias quanto ao uso e descarte desses produtos. 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 21/75
Gabarito: C)
o princípio da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa
física ou jurídica, de arcar com as consequências de sua conduta lesiva contra
o meio ambiente, tanto na seara civil e administrativa, quanto na penal.
A questão cobrou conhecimento dos seguintes princípios, abordados a seguir na ordem
em que aparecem nas alternativas. 
A função socioambiental da propriedade tem acepção coletiva, pois insere no direito
de propriedade restrições em prol do bem comum, merecendo destaque a preservação
do meio ambiente (art. 186, da CF/88, o art. 1.228, §1º, do CC/02 e o art. 1º parágrafo
único, da Lei 10257/01 e outros). O ideal meramente patrimonialista não mais conforma
o direito de propriedade.
O princípio da precaução autoriza o impedimento a obra ou atividade, mesmo havendo
incerteza cientí�ca em torno das consequências negativas ao meio ambiente (art. 6º,
parágrafo único, da Lei 11428/06, art. 3º, caput, da Lei 12187/09, art. 6º, I, da Lei
12305/10). Difere-se da prevenção, pois neste não há incerteza cientí�ca, já sendo
conhecidas/previstas as repercussões ao meio ambiente. 
O princípio da responsabilização integral funda-se na tríplice responsabilidade do
poluidor, que é obrigado a reparar integralmente o meio ambiente lesado, sem prejuízo
da responsabilidade administrativa e penal (art. 225, §3º, da CF/88 e art. 14 da Lei
6938/81). Em regra, tais esferas são independentes, salvo na hipótese do art. 935, do CC
(inexistência do fato ou negativa de autoria).
O princípio da informação rege o atuar de entidades públicas e privadas, que devem
publicizar informações ambientais que circundam suas atuações (art. 4º, V, da Lei
6938/81). Trata-se de vertente do princípio da participação democrática. 
Registre-se que a menção acima a dispositivos legais foi realizada a título
exempli�cativo. A legislação brasileira contém rol não exaustivo de princípios de
Direito Ambiental. Neste sentido, podem ser citados: art. 2º, da Lei 6938/81; art. 6º,
parágrafo único, da Lei 11428/06; art. 3º, da Lei 12187/09; art. 6º, da Lei 12305/10; art. 1º-
A, parágrafo único, da Lei 12651/12. 
A letra A está incorreta. ERRADA. 
O princípio da função socioambiental da propriedade tem acepção coletiva, pois submete a
propriedade privada a restrições de toda a ordem, em busca da máxima proteção do meio
ambiente e da satisfação de interesses coletivos, que não podem sucumbir frente a anseios
particulares e eminentemente patrimonialistas. 
O art. 186, da CF/88, o art. 1.228, §1º, do CC/02 e o art. 1º parágrafo único, da Lei
10257/01, por exemplo, trataram do citado princípio de forma expressa, conforme se vê da
descrição abaixo:
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 22/75
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas �nalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a �ora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece
normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em
prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental.
A letra B está incorreta. ERRADA.
O princípio da precaução implica a adoção de medidas previas à ocorrência de um dano,
ainda que ausente a certeza cientí�ca. 
Segundo tal postulado, a existência de dúvidas cientí�cas a respeito da possibilidade de uma
obra/atividade gerar dano ambiental deve orientar a opção pelo impedimento a que se
realize. Foi expressamente previsto no item 15 da declaração de princípios da Conferência
das Nações Unidas realizada no Rio no ano 1992, conforme abaixo descrito:
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de
danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza cientí�ca não deve ser
utilizada como razão para postergar medidas e�cazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.” 
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 23/75
Distingue-se do princípio da prevenção, que recomenda a adoção de medidas prévias à
ocorrência de umdano, quando já são conhecidas as consequências negativas ao meio
ambiente. Aqui, diferente da precaução, não há incerteza cientí�ca. 
A letra C está correta. CERTA. 
A responsabilização integral do poluidor determina sua obrigação de recuperar
integralmente o meio ambiente, abrangendo neste aspecto a condenação por danos
ambientais interinos, residuais, materiais e morais coletivos, sem prejuízo da
responsabilidade penal e administrativa. 
A tríplice responsabilização pelo dano ambienta tem fundamento no art. 225, §3º, da CF/88
e art. 14 da Lei 6938/81.
No aspecto cível, a reparação integral do meio ambiente justi�ca a cumulação de pedidos,
bem como admite a condenação por danos ambientais interinos, residuais, materiais e
morais coletivos. 
O tem 1 da edição 30 do "Jurisprudência em Tese" do STJ tem o seguinte enunciado:
"Admite-se a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer e
de indenizar na reparação integral do meio ambiente". 
A letra D está incorreta.
ERRADA. 
As entidades privadas estão sujeitas ao princípio da informação, eis que devem publicizar
os dados ambientais que possuírem a respeito de suas atividades, quando isso se mostrar
necessário à proteção do meio ambiente.
O princípio da informação tem relação direta com o princípio da participação democrática.
Com efeito, o art. 225, caput, da CF/88, impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de
defender e preservar o meio ambiente, mas isso somente será possível se estiverem
acessíveis as informações ambientais relacionadas a atividades/obras que, de alguma forma,
geram impacto efetivo ou potencial ao meio ambiente. 
Nesta ordem de ideias, o sigilo da informação é barreira que prejudica a �scalização
necessária à proteção e�ciente do meio ambiente. 
Exemplo de que as entidades privadas estão sujeitas ao princípio da informação é a
necessidade de apresentação de relatório de impacto ambiental (RIMA), que contém as
conclusões apuradas no estudo prévio de impacto ambiental (EIA), merecendo destaque a
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 24/75
necessidade de que seja apresentado de forma acessível, objetiva, a �m de permitir a
compreensão de seu conteúdo pela população em geral (art. 9º, parágrafo único da
Resolução CONAMA 01/1986).
Objetivos da PNRS
Os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos foram previstos no art. 7º, da Lei 
12.305/2010. Vejamos o normativo: 
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Art. 7o  São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:  
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;  
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem 
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;  
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;  
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de 
minimizar impactos ambientais;  
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;  
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e 
insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;  
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;  
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor 
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos 
sólidos;  
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;  
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos 
gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, 
como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, 
de 2007;  
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:  
a) produtos reciclados e recicláveis;  
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b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo 
social e ambientalmente sustentáveis. 
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;  
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados 
para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos 
a recuperação e o aproveitamento energético;  
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável. 
Desses objetivos elencados na PNRS podemos destacar o inciso II, que fixa uma prioridade na 
gestão e manejo dos resíduos sólidos devendo a sociedade observar a sua não geração, 
redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição 
final ambientalmente adequada. Nessa linha, o art. 9º, da Lei da PNRS prevê que na gestão e 
gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não 
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos.  
Desse modo, antes mesmo de se pensar na reciclagem, deve a população, empresários e o 
Poder Público priorizarem a não geração desses resíduos, reduzindo o consumo desenfreados 
de produtos que gerem rejeitos mais deletérios ao meio ambiente, e, dentro do possível, 
reutilizando boa parte dos produtos que já foram objeto de uso.  
Deve-se ressaltar também o inciso XI, que traz uma prioridade, nas aquisições e contratações 
governamentais, seja para produtos reciclados e recicláveis, como também para bens, serviços 
e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e 
ambientalmente sustentáveis. 
Essa norma veio positivar ações que já estavam sendo desenvolvidas pelo Poder Público dentro 
de práticas de sustentabilidade ambiental a serem observadas pelo Governo Federal quando 
das compras públicas sustentáveis. 
Nesse sentido, foi implementada, desde 2001, a Agenda Ambiental na Administração Pública – 
A3P sendo um programa de governo, criado, desenvolvido e mantido pelo Ministério do Meio 
Ambiente, coordenado pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental 
(SAIC). Esse programa tem caráter voluntário, sendo destinado às instituições públicas, não 
cabendo sanções legais por parte do Ministério do Meio Ambiente para a sua implantação, 
sendo disponibilizado para os órgãos públicos dos três poderes da República (Legislativo, 
Executivo e Judiciário) e para as três instâncias (federal, estadual e municipal).
A Portaria SAIC/MMA Nº 03/2018, que regulamentou o A3P, estabeleceu os objetivos do 
programa. Dentre eles podemos citar: apoiar os órgãos públicos na criação e implementação 
de ações de responsabilidade socioambiental; sensibilizar os servidores para a necessidade de 
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preservação dos bens naturais; estimular a construção de uma cultura institucional que agregue 
valores, atitudes e comportamentos consoantes com a responsabilidade socioambiental; 
aumentar a eficiência da gestão, promovendo a economia de recursos naturais e de gastos 
institucionais; facilitar o acesso das instituições públicas ao Programa A3P; como também 
promover a produção e o consumo sustentáveis. 
A A3P orienta as ações dos governos apresentando Eixos Temáticos como: a gestão adequada 
dos resíduos gerados adotando a política dos 5R's - Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e 
Recusar - e, com base na Lei nº 12.305/10, que estabelece a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS), implantar o gerenciamento de resíduos sólidos; bem como as contrataçõespúblicas sustentáveis para que o governo adquira e contrate com critérios de sustentabilidade, 
e considere a relação custo/benefício no médio e longo prazos, e não somente o critério de 
menor preço. 
Para efetivação dessas práticas sustentáveis na Administração Pública, foram previstos 
instrumentos de gestão como o Termo de Adesão ao Programa; a realização de Parcerias 
institucionais; a criação da Rede A3P; a expedição de Certificado de Sustentabilidade e Selo 
A3P; a condecoração com o Prêmio A3P-Melhores Práticas de Sustentabilidade; a criação do 
Fórum A3P para discussões; Publicações ou outros meios de divulgação do Programa; bem 
como a instituição do Sistema de Responsabilidade Socioambiental–Ressoa, sistema de 
monitoramento online disponibilizado pelo MMA para os órgãos que fizerem a adesão ao 
Programa A3P. 
Para fins de fixação dos objetivos, apresentamos um quadro resumo abaixo: 
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Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Para o cumprimento daqueles objetivos, a Lei da PNRS previu, no art. 8º, os instrumentos 
gerais, já ventilados em outras normas, e os específicos com características próprias para 
consecução da gestão dos resíduos sólidos no Brasil. Vejamos o normativo:  
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Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros:  
I - os planos de resíduos sólidos;  
II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;  
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à 
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de 
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;  
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;  
VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o 
desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, 
reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada 
de rejeitos;  
VII - a pesquisa científica e tecnológica;  
VIII - a educação ambiental;  
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;  
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico;  
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);  
XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);  
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;  
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos 
sólidos urbanos;  
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;  
XVI - os acordos setoriais;  
XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles: 
 a) os padrões de qualidade ambiental;  
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de 
Recursos Ambientais;  
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;  
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Aspectos Iniciais sobre Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos
d) a avaliação de impactos ambientais;  
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);  
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.  
XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta;  
XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes 
federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos 
envolvidos. 
De um modo geral a Política Nacional de Resíduos Sólidos utiliza-se de instrumentos que 
são objeto de outras políticas públicas ambientais, como a Política Nacional do Meio 
Ambiente e a Política Nacional de Recursos Hídricos. Nessa cadência, são políticas comuns, 
o uso de instrumentos de planejamento como a elaboração de planos governamentais para a 
escorreita aplicação da política pública, a educação ambiental, tal como os incentivos fiscais, 
financeiros e creditícios. 
Destaque-se também como instrumentos comuns previstos na Política Nacional de Meio 
Ambiente, entre eles: os padrões de qualidade ambiental; o Cadastro Técnico Federal de 
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais; o Cadastro 
Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; a avaliação de impactos 
ambientais; o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); bem como o 
licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.  
Ressalta-se ainda os instrumentos de cooperação, como o consórcio, entre os entes federativos 
com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos com 
apoio técnico e financeiro, assim como os órgãos que integram o SISNAMA e outros órgãos 
colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos 
Classificação dos Resíduos Sólidos 
Objetivando maior sistematização e tratamento diferenciado para os diferentes tipos de 
resíduos sólidos, a Lei da PNRS classificou-os, em dois critérios: origem e periculosidade.  
Quanto à origem, os resíduos podem ser:  
resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;  
resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias 
públicas e outros serviços de limpeza urbana;  
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11. Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS 30/75
resíduos sólidos urbanos: os resíduos domiciliares e os de limpeza urbana;  
resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas 
atividades, excetuados os resíduos de limpeza urbana, os de serviços públicos de 
saneamento básico, de serviços de saúde, de construção civil e de serviços de transporte; 
resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, 
excetuados os resíduos sólidos urbanos;  
resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;  
resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em 
regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;  
resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições 
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de 
terrenos para obras civis;  
resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, 
incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;  
resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais 
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; e 
resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento 
de minérios. 
Quanto à periculosidade, os resíduos podem ser: 
resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade 
e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, 
de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;  
resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados como resíduos perigosos. 
Esses critérios não são excludentes, melhor dizendo, é possível classificar um mesmo 
resíduo quanto à origem e ao mesmo tempo quanto à periculosidade. A título de exemplo 
podemos citar um descarte de baterias de lítio para celular que são considerados

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