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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZONAS

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(Info 492 STJ). 
 
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito 
interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
STJ. 2ª Seção, DJe 1/8/2012. 
 
Qual é o prazo prescricional para que moradores de casas atingidas por queda de avião ajuízem ação de 
indenização contra a companhia aérea? 5 anos (art. 27 do CDC). 
Os moradores, embora não tenham utilizado o serviço da companhia aérea como destinatários finais, 
equiparam-se a consumidores pelo simples fato de serem vítimas do evento. São conhecidos como 
bystanders (art. 17 do CDC). Não se aplica o prazo prescricional do Código Brasileiro de Aeronáutica 
quando a relação jurídica envolvida for de consumo. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.202.013-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013. 
 
Súmula 477-STJ: A decadência do artigo 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter 
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários. 
 
Responsabilidade civil do médico em caso de cirurgia plástica 
I – A obrigação nas cirurgias meramente estéticas é de resultado, comprometendo-se o médico com o 
efeito embelezador prometido. 
II – Embora a obrigação seja de resultado, a responsabilidade do cirurgião plástico permanece subjetiva, com 
inversão do ônus da prova (responsabilidade com culpa presumida) (não é responsabilidade objetiva). 
III – O caso fortuito e a força maior, apesar de não estarem expressamente previstos no CDC, podem ser 
invocados como causas excludentes de responsabilidade. 
STJ. 4ª Turma. REsp 985.888-SP, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012 (Info 491 STJ). 
 
Responsabilidade da ECT por roubo ocorrido no interior de banco postal 
A ECT é responsável pelos danos sofridos por consumidor que foi assaltado no interior de agência dos 
Correios na qual é fornecido o serviço de banco postal. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.183.121-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 559). 
 
 
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Dever de utilização do sistema Braille por instituições financeiras 
As instituições financeiras devem confeccionar em Braille os contratos de adesão que são assinados para 
contratação de seus serviços a fim de que os clientes com deficiência visual possam ter conhecimento, 
por meio próprio, das cláusulas contratuais ali contidas. 
Os bancos devem também enviar os extratos mensais impressos em linguagem Braille para os clientes 
com deficiência visual. 
Além disso, tais instituições devem desenvolver cartilha para seus empregados com normas de conduta 
para atendimentos ao deficiente visual. 
A relutância da instituição financeira em utilizar o método Braille nos contratos bancários de adesão firmados 
com pessoas portadoras de deficiência visual representa tratamento manifestamente discriminatório e tem o 
condão de afrontar a dignidade deste grupo de pessoas gerando danos morais coletivos. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.315.822-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 24/3/2015 (Info 559). 
 
Súmula 543-STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel 
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas 
pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente 
vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. 
 
É abusiva a cláusula que preveja a perda integral dos valores pagos em caso de desistência de pacote turístico 
É abusiva a cláusula penal de contrato de pacote turístico que estabeleça, para a hipótese de desistência 
do consumidor, a perda integral dos valores pagos antecipadamente. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.655-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/10/2013 (Info 533). 
 
É vedada a denunciação da lide para que ingresse terceiro em processo de autoria do consumidor, 
cuidando-se de relação de consumo, propiciando ampla dilação probatória que não interessa ao 
hipossuficiente e que apenas lhe causa prejuízo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1305780/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 04/04/2013. 
 
Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação de consumo, seja no 
caso de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade pelo fato do serviço 
(arts. 12 a 17 do CDC). 
Assim, a vedação à denunciação da lide prevista no art. 88 do CDC não se restringe à responsabilidade de 
comerciante por fato do produto (art. 13 do CDC), sendo aplicável também nas demais hipóteses de 
responsabilidade civil por acidentes de consumo (arts. 12 e 14 do CDC). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.165.279-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/5/2012 (Info 498 STJ). 
 
A responsabilidade por débito relativo ao consumo de água e serviço de esgoto é de quem efetivamente 
obteve a prestação do serviço. Trata-se de obrigação de natureza pessoal, não se caracterizando como 
obrigação propter rem. Assim, não se pode responsabilizar o atual usuário por débitos antigos contraídos 
pelo morador anterior do imóvel. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.313.235-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/9/2012 
(Info 505 STJ). 
 
Súmula 359-STJ: Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor 
antes de proceder à inscrição. 
 
Súmula 404-STJ: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre 
a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
 
 
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Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano 
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
 
Súmula 323-STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por 
até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução. 
 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL 
 
Ato infracional 
Quando uma criança ou adolescente pratica um fato previsto em lei como crime ou contravenção penal, 
esta conduta é chamada de “ato infracional”. 
Assim, juridicamente, não se deve dizer que a criança ou adolescente cometeu um crime ou contravenção 
penal, mas sim ato infracional. 
 
Criança: é a pessoa que tem até 12 anos de idade incompletos. 
Adolescente: é a pessoa que tem entre 12 e 18 anos de idade. 
 
Quando uma criança ou adolescente pratica um ato infracional, não receberá uma pena (sanção penal), 
considerando que não pratica crime nem contravenção. O que acontece então? 
 Criança: receberá uma medida protetiva (art. 101 do ECA). 
 Adolescente: receberá uma medida socioeducativa (art. 112 do ECA) e/ou medida protetiva (art. 101 
do ECA). 
 
Procedimento aplicável no caso de apuração de ato infracional 
A apuração de ato infracional praticado por criança ou adolescente é regulada por alguns dispositivos do 
ECA. No entanto, como o Estatuto não tratou de forma detalhada sobre o tema, o art. 152 determina que 
sejam aplicadas subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. 
 
No caso de apuração de ato infracional, aplica-se subsidiariamente o CPP ou o CPC? 
Depende. Aplica-se: 
 o CPP para o processo de conhecimento (representação, produção de provas, memoriais, sentença); 
 o CPC para as regras do sistema recursal (art. 198 do ECA). 
 
Resumindo: 
1ª opção: normas do ECA. 
Na falta de normas específicas: 
 CPP: Para regular o processo de conhecimento. 
 CPC: para regular o sistema recursal. 
 
 
Procedimento no caso de uma criança praticar ato infracional 
1) Deverá ser encaminhada ao Conselho Tutelar (art. 136, I, do ECA). 
2) É aconselhável que o
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