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INFORMATIVOS 2018 
 
 1 
STJ: 617/636 
STF: 889/927 
ADMINISTRATIVO 
 
SÚMULA 619 STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível 
de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. 
 
NEPOTISMO 
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de natureza 
política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info 914). Em regra, a proibição da SV 13 
não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo, Secretário Municipal. Assim, a 
jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de 
autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo. Exceção: 
poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada a 
inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade 
moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018. 
 
CONCESSÃO DE MEDICAMENTOS PELO SUS 
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos 
seguintes requisitos: 
1) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o 
paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento 
da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; 
2) Incapacidade financeira do paciente de arcar com o custo do medicamento prescrito; e 
3) Existência de registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
STJ. 1ª Seção. REsp 1657156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo). 
 
Em, 25/04/2018, o STJ, ao julgar o REsp 1.657.156-RJ (Info 625), afirmou que o poder público é obrigado a conceder 
medicamentos mesmo que não estejam incorporados em atos normativos do SUS, desde que cumpridos três 
requisitos. Em 12/09/2018, o STJ decidiu retificar o terceiro requisito da tese anteriormente fixada: Redação original 
Redação após os embargos A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a 
presença cumulativa dos seguintes requisitos: (...) 3) existência de registro na ANVISA do medicamento. A concessão 
dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes 
requisitos: (...) 3) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela agência. 
O que o STJ quis dizer com essa mudança: • Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o 
fornecimento de medicamento para uso off-label; • Excepcionalmente, será possível que o paciente exija este 
medicamento caso esse determinado uso fora da bula (off-label) tenha sido autorizado pela ANVISA. Em outras 
palavras, o requisito do registro na ANVISA afasta a possibilidade de fornecimento de medicamento para uso off-
label, salvo se autorizado pela ANVISA. 
A tese fixada ficou, portanto, com esta nova redação: A concessão dos medicamentos não incorporados em atos 
normativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes requisitos: a) Comprovação, por meio de laudo 
médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou 
necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos 
pelo SUS; b) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito; c) existência de registro do 
medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela agência. Além disso, o STJ decidiu alterar a data de 
início da produção dos efeitos desta decisão: Modula-se os efeitos do presente repetitivo de forma que os requisitos 
acima elencados sejam exigidos somente quanto aos processos distribuídos a partir da data da publicação do 
acórdão, ou seja, 4/5/2018. Explicando melhor: a) Os três requisitos cumulativos estabelecidos no acórdão (REsp 
1.657.156-RJ) são aplicáveis a todos os processos distribuídos na primeira instância a partir de 4/5/2018; b) Quanto 
aos processos pendentes, com distribuição anterior a 4/5/2018, é exigível apenas um requisito que se encontrava 
sedimentado na jurisprudência do STJ: a demonstração da imprescindibilidade do medicamento. STJ. 1ª Seção. EDcl 
no REsp 1.6. 
 
 
2 | P á g i n a 
 
AGÊNCIAS REGULADORAS 
É constitucional o art. 7º, III e XV, da Lei nº 9.782/99, que preveem que compete à ANVISA: 
III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância sanitária; 
XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, 
em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; 
Entendeu-se que tais normas consagram o poder normativo desta agência reguladora, sendo importante 
instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e 
na legislação setorial. 
Além disso, o STF, após empate na votação, manteve a validade da Resolução RDC 14/2002-ANVISA, que proíbe a 
comercialização no Brasil de cigarros com sabor e aroma. Esta parte do dispositivo não possui eficácia erga omnes 
e efeito vinculante. Significa dizer que, provavelmente, as empresas continuarão ingressando com ações judiciais, 
em 1ª instância, alegando que a Resolução é inconstitucional e pedindo a liberação da comercialização dos cigarros 
com aroma. Os juízes e Tribunais estarão livres para, se assim entenderem, declararem inconstitucional a Resolução 
e autorizar a venda. Existem, inclusive, algumas decisões nesse sentido e que continuam valendo. 
STF. Plenário. ADI 4874/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 1º/2/2018 (Info 889) 
 
CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL 
Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua propriedade 
como oficiais. STJ. 1ª Turma. AREsp 1.029.385-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/12/2017 (Info 619). 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito 
privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e 
com finalidade de lucro. STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa 
Weber, julgado em 7/8/2018 (Info 910). 
 
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de 
seus empregados. STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão 
geral) (Info 919). 
 
PODER DE POLÍCIA 
É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria prima, antes do 
beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser realizada no próprio estabelecimento 
rural onde se desenvolve a carcinicultura. STJ. 1ª Turma. REsp 1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 
08/02/2018 (Info 620) 
 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT detém competência para a fiscalização do 
trânsito nas rodovias e estradas federais, podendo aplicar, em caráter não exclusivo, penalidade por infração ao 
Código de Trânsito Brasileiro, consoante se extrai da conjugada exegese dos arts. 82, § 3º, da Lei nº 10.233/2001 e 
21 da Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). STJ. 1ª Seção. REsp 1.588.969-RS, Rel. Min. Assusete 
Magalhães, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 623). 
 
BOA-FÉ – ENTES FEDERATIVOS 
Súmula 615 STJ Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em 
irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadasas providências cabíveis à 
reparação dos danos eventualmente cometidos. 
 
LICITAÇÃO 
As regras gerais previstas na Lei nº 8.666/93 podem ser flexibilizadas no Programa Minha Casa Minha Vida, por 
força do art. 4º, parágrafo único, da Lei nº 10.188/2001, desde que se observem os princípios gerais da 
administração pública. STJ. 2ª Turma. REsp 1.687.381-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/04/2018 (Info 
624). 
 
 
3 | P á g i n a 
 
 
ATUALIZAÇÃO DO DECRETO 9.412/2018 
Modalidade Obras e serviços de engenharia Compras e serviços que não sejam de engenharia 
CONVITE 
Antes: até 150 mil 
Agora: até 330 mil 
Antes: até 80 mil 
Agora: até 176 mil 
TOMADA DE 
PREÇOS 
Antes: até 1 milhão e 500 mil 
Agora: até 3 milhões e 300 mil 
Antes: até 650 mil 
Agora: até 1 milhão e 430 mil 
CONCORRÊNCIA 
Antes: acima de 1 milhão e 500 mil 
Agora: acima de 3 milhões e 300 mil 
Antes: acima de 650 mil 
Agora: acima de 1 milhão e 430 mil 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA PELO PEQUENO VALOR (ART. 24, I e II) 
(Com a atualização do Decreto 9.412/2018) 
Pode haver contratação direta (sem licitação) nos seguintes casos: 
Obras ou serviços de engenharia: 
Antes: para haver a contratação direta, o 
valor deveria ser até R$ 15 mil. 
Agora: o valor da obra ou do serviço deve 
ser de até R$ 33 mil. 
Compras e serviços diferentes de engenharia: 
Antes: o valor da compra ou do serviço deveria ser de até 
R$ 8 mil. 
Agora: para contratar sem licitação, o valor da compra ou 
do serviço deve ser de até R$ 17.600,00 (17 mil e 600 reais). 
 
Sociedade empresária em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre, na fase de 
habilitação, a sua viabilidade econômica. STJ. 1ª Turma. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 
26/06/2018 (Info 631). 
 
SERVIDORES PÚBLICOS 
Segundo a atual e predominante jurisprudência do STJ, os efeitos financeiros, por ocasião da concessão da 
segurança, devem retroagir à data de sua impetração, devendo os valores pretéritos ser cobrados em ação própria. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1481406/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/04/2018. MUDANÇA DE 
ENTENDIMENTO. 
 
A Constituição do Estado do Ceará previa que deveria ser assegurado “aos servidores da administração pública 
direta, das autarquias e das fundações, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas 
do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de 
caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.” O STF decidiu que é inconstitucional a expressão 
“das autarquias e das fundações”. Isso porque a equiparação remuneratória entre servidores, a teor da redação 
originária do art. 39, § 1º, da CF/88, restringiu-se aos servidores da administração direta, não mencionando os 
entes da administração indireta, como o faz a norma impugnada. Além disso, o dispositivo estadual não foi 
recepcionado, em sua integralidade, pela redação atual do art. 39 da Constituição Federal, na forma EC 19/1998. 
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907) 
 
A Constituição do Estado do Ceará prevê que deverá ser assegurada isonomia salarial para docentes em exercício, 
com titulação idêntica, respeitando-se o grau de ensino em que estiverem atuando. O STF decidiu que essa regra é 
constitucional e que não ofende o art. 37, XIII, da CF/88. Isso porque não há, no caso, equiparação salarial de 
carreiras distintas, considerando que se trata especificamente da carreira de magistério público e de docentes com 
titulação idêntica. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). 
 
São inconstitucionais os arts. 154, § 2º; 167, XII e XIII, §§ 1º e 2º; e 174, da Constituição do Estado do Ceará, e os 
arts. 27 e 28 do seu ADCT. Tais dispositivos tratam de remuneração e direitos de servidores públicos, que, por não 
4 | P á g i n a 
 
encontrarem similares na CF/88, somente poderiam ser veiculados por meio de lei de iniciativa do Chefe do Poder 
Executivo. São previsões específicas que não tratam da organização e estruturação do Estado-membro ou de seus 
órgãos, mas que versam sobre o regime jurídico de servidores públicos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). 
 
A Constituição do Estado do Ceará previa que o servidor, ao se aposentar, deveria receber, como proventos, o valor 
pecuniário correspondente ao padrão de vencimento imediatamente superior ao da sua classe funcional, e, se já 
ocupasse o ultimo escalão, faria jus a uma gratificação adicional de 20% sobre a sua remuneração. O STF decidiu 
que essa previsão não era considerada materialmente inconstitucional à época da edição da Carta, uma vez que a 
superação da remuneração em atividade era tolerada na redação original da CF. Porém, essa regra não foi 
recepcionada pela EC 20/98 que proibiu a superação do patamar remuneratório da atividade e a impossibilidade de 
incorporação da remuneração do cargo em comissão para fins de aposentadoria (art. 40, §§ 2º e 3º, da CF/88). STF. 
Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). 
 
O acordo de partilha de pensão por morte, homologado judicialmente, não altera a ordem legal do pensionamento, 
podendo, todavia, impor ao órgão de previdência a obrigação de depositar parcela do benefício em favor do 
acordante que não figura como beneficiário perante a autarquia previdenciária. STJ. 2ª Turma. RMS 45.817-RJ, Rel. 
Min. Humberto Martins, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 26/09/2017 (Info 618). 
 
O direito à percepção de VPNI não impede a sua eventual absorção pelo subsídio e, do mesmo modo, não inviabiliza 
a aplicação do teto constitucional, que inclui a vantagem de caráter pessoal no cômputo da remuneração do 
servidor para observância do teto. STJ. 1ª Turma. RMS 33.744-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 
05/04/2018 (Info 624). 
 
O termo inicial do adicional de insalubridade a que faz jus o servidor público é a data do laudo pericial. STJ. 1ª 
Seção. PUIL 413-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/04/2018 (Info 624). 
 
Em 2001, foi editada uma lei estadual criando cargos e organizando a Polícia Civil do Estado do Amazonas. Nesta Lei 
foi previsto que, na estrutura da Polícia Civil, haveria cargos de Delegado de Polícia e de Comissário de Polícia. Ainda 
em 2001, foi realizado um concurso público, com provas específicas para cada um desses cargos, e os aprovados 
nomeados e empossados. Contudo, em 2004, houve duas leis modificando o cargo de Comissário de Polícia. • a 
primeira delas afirmou que Comissário de Polícia seria autoridade policial, juntamente com o Delegado de Polícia, 
equiparando a remuneração dos dois cargos. • a segunda lei, transformando o cargo de "Comissário de Polícia" em 
"Delegado de Polícia". Essas duas leis foram impugnadas por meio de ADI. Em 2015, o STF decidiu que elas são 
INCONSTITUCIONAIS porque representaram burla à exigência do concurso público. As referidas leis fizeram uma 
espécie de ASCENSÃO FUNCIONAL dos Comissários de Polícia porque transformaram os ocupantes desses cargos 
em Delegados de Polícia sem que eles tivessem feito concurso público para tanto. No caso concreto, os Ministros 
entenderam que, quando o cargo de Comissário de Polícia foi criado, ele possuía diferenças substanciais em relação 
ao de Delegado de Polícia, o que impediria a transformação, mesmo sob o argumento de ser medida de 
racionalização administrativa. Foram opostos embargos de declaração contra a decisão. Em 2018, o STF acolheu os 
embargos e aceitou modular os efeitos da decisão proferida na ADI 3415. Além disso, o Tribunal determinou ao 
Estado do Amazonas que promova, no prazo máximo de 18 meses, a contar da publicação da ata de julgamento 
(07/08/2018), a abertura de concurso público para o cargo de Delegado de Polícia. O Ministro Relator Alexandre de 
Moraes afirmou que mais de 70 delegacias de políciaficariam sem delegados e que a população amazonense é que 
sofreria as consequências. Além disso, na decisão dos embargos, os Ministros esclareceram que são plenamente 
válidos os atos praticados nos cargos de Delegado de Polícia que serão afastados. STF. Plenário. ADI 3415 ED-
segundos/AM, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2018 (Info 909). 
 
São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em razão de atos de 
exceção praticados durante o regime militar. Ex: João era servidor da ALE/PR. Em 1963, João foi demitido em razão 
de perseguição política perpetrada na época da ditadura militar. Em 2011, João ajuizou ação ordinária contra o 
Estado do Paraná pedindo a sua reintegração ao cargo. Esta pretensão é considerada imprescritível considerando 
que envolve a efetivação da dignidade da pessoa humana. Vale ressaltar, contudo, que a imprescritibilidade da 
ação que visa reparar danos provocados pelos atos de exceção não implica no afastamento da prescrição 
quinquenal sobre as parcelas eventualmente devidas ao autor. Não se deve confundir imprescritibilidade da ação 
5 | P á g i n a 
 
de reintegração com imprescritibilidade dos efeitos patrimoniais e funcionais dela decorrentes, sob pena de 
prestigiar a inércia do Autor, o qual poderia ter buscado seu direito desde a publicação da Constituição da 
República. Em outras palavras, o recebimento dos “atrasados” ficará restrito aos últimos 5 anos contados do 
pedido. STJ. 1ª Turma. REsp 1.565.166-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 26/06/2018 (Info 630). 
 
É constitucional a previsão legal que assegure, na hipótese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em 
instituição pública, se inexistir instituição congênere à de origem. Ex: Paulo é servidor público federal, lotado em 
Recife (PE), onde faz faculdade de Medicina em uma universidade particular. Ele é transferido, de ofício, para Rio 
Branco (AC). Suponhamos, hipoteticamente, que, em Rio Branco, as universidades privadas lá existentes não 
possuem o curso de medicina. Neste caso, Paulo teria direito a uma vaga no curso de Medicina da universidade 
pública. Fundamento legal: art. 1º da Lei nº 9.536/97. STF. Plenário. RE 601580/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado 
em 19/9/2018 (repercussão geral) (Info 916). 
 
Não é possível a extensão a servidores públicos civis da majoração de vencimentos, no percentual de 45%, 
concedida a servidores militares, a título de reestruturação de cargos, com base na Lei nº 8.237/91 e no princípio 
da isonomia dos índices revisionais disciplinados na redação original do art. 37, X, da Constituição Federal. O reajuste 
de vencimentos concedido aos integrantes das Forças Armadas, à base de 45%, pela Lei nº 8.237/91, não configurou 
um aumento geral na remuneração dos servidores militares que autorizasse, com fundamento no art. 37, X, da 
CF/88, a extensão aos servidores civis. STF. 2ª Turma. RE 229637/ SP, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 6/11/2018 (Info 922). 
 
Não deve ser determinada a devolução de valores recebidos de boa-fé por servidor público, percebidos a título 
precário no período em que liminar produziu efeitos. É desnecessária a devolução dos valores recebidos por 
liminar revogada, em razão de mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição de valores recebidos 
indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé. STF. 1ª Turma. MS 32.185/DF, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 13/11/2018 (Info 923). 
 
Incide o teto remuneratório constitucional aos substitutos interinos de serventias extrajudiciais. STF. 2ª Turma. MS 
29.039/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/11/2018 (Info 923). 
 
O reajuste geral de 28,86%, concedido pelas Leis nº 8.622/93 e 8.627/93, não pode ser compensado pelas novas 
gratificações criadas pela Lei nº 9.654/98. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.577.881-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado 
em 27/06/2018 (Info 631). 
 
ACUMULAÇÃO DE CARGO 
O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina do trabalho, não pode cumular o exercício do seu 
cargo com outro da área de saúde. STJ. 1ª Turma. REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. 
Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2018 (Info 625). 
 
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se 
sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na 
Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício 
das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª Turma. RE 1.094.802 AgR, 
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2018. STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 2ª Turma. REsp 1.746.784-PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 
23/08/2018 (Info 632). 
 
GREVE SERVIDORES PÚBLICOS 
O Governador da Bahia editou um decreto prevendo que, em caso de greve, deverão ser adotas as seguintes 
providências: a) convocação dos grevistas a reassumirem seus cargos; b) instauração de processo administrativo 
disciplinar; c) desconto em folha de pagamento dos dias de greve; d) contratação temporária de servidores; e) 
exoneração dos ocupantes de cargo de provimento temporário e de função gratificada que participarem da greve. 
O STF decidiu que este Decreto é constitucional. Trata-se de decreto autônomo que disciplina as consequências — 
estritamente administrativas — do ato de greve dos servidores públicos e as providências a serem adotadas pelos 
agentes públicos no sentido de dar continuidade aos serviços públicos. A norma impugnada apenas prevê a 
6 | P á g i n a 
 
instauração de processo administrativo para se apurar a participação do servidor na greve e as condições em que 
ela se deu, bem como o não pagamento dos dias de paralisação, o que está em consonância com a orientação fixada 
pelo STF no julgamento do MI 708. É possível a contratação temporária excepcional (art. 37, IX, da CF/88) prevista 
no decreto porque o Poder Público tem o dever constitucional de prestar serviços essenciais que não podem ser 
interrompidos, e que a contratação, no caso, é limitada ao período de duração da greve e apenas para garantir a 
continuidade dos serviços. STF. Plenário. ADI 1306/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/6/2017 (Info 906). 
 
REMOÇÃO 
Cônjuge que passou em concurso público. Se o cônjuge do servidor público for aprovado em um concurso público 
e tiver que se mudar para tomar posse, este servidor terá direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, 
III, "a", da Lei nº 8.112/90? Ex.: Eduardo e Mônica são casados e moram em Boa Vista. Eduardo é servidor público 
federal e Mônica estuda para concurso. Mônica é, então, aprovada para um cargo público federal e sua lotação 
inicial é Fortaleza. Eduardo terá direito de se remover para Fortaleza para acompanhar sua esposa? NÃO. 
O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da Lei nº 
8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, para 
atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal). 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/11/2017 (Info 617). 
 
NOMEAÇÃO TARDIA 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda que a 
demora tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.238.344-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 30/11/2017 (Info 617). 
 
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob 
fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. 
STF. Plenário. RE 724347/DF, rel. orig. Min. MarcoAurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 
26/2/2015 (repercussão geral) (Info 775). 
 
CONCURSO PÚBLICO 
Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial 
tomada à base de cognição não-exauriente. Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consumado para 
candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão judicial provisória posteriormente revista. Trata-
se do entendimento firmado no RE 608482/RN (Tema 476). A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após 
permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado 
grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção da confiança legítima incide com maior 
intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção (distinguish) quanto ao leading case do 
RE 608482/RN (Tema 476). STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
14/8/2018 (Info 911). Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se 
aposentou, antes do julgamento final do mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse 
exercício e após legítima contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira 
ao servidor prosseguir no certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria. STJ. 1ª Seção. MS 20.558-
DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600). 
 
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação caso 
surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja manifestação inequívoca da administração 
sobre a necessidade de seu provimento e não tenha restrição orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. 
Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630). 
 
Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos públicos? REGRA: NÃO. Os 
candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em 
razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no 
edital permitindo essa possibilidade. STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
15/5/2013 (repercussão geral) (Info 706). EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem. É constitucional a 
remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, 
7 | P á g i n a 
 
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. 
Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (repercussão geral) (Info 924). 
 
APOSENTADORIA ESPECIAL 
Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os 
estabelecidos normalmente para as demais pessoas. A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades 
de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 
40, § 4º, II, “b”). Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria 
especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais. A aposentadoria especial não pode ser estendida aos 
guardas civis, uma vez que suas atividades precípuas não são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de 
não integrarem o conjunto de órgãos de segurança pública relacionados no art. 144, I a V, da CF/88. STF. Plenário. 
MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 
20/6/2018 (Info 907). 
 
APOSENTADORIA 
O art. 3º, § 7º, da Lei nº 12.618/2012 e o art. 92 da Lei nº 13.328/2016 previram que os servidores titulares de 
cargos efetivos da União (inclusive magistrados, membro do MP e do TCU) poderiam aderir, até o dia 29/07/2018, 
aos planos de benefícios administrados por entidades fechadas de previdência complementar. Duas associações 
de magistrados ingressaram com ação requerendo a prorrogação deste prazo. O STF, contudo, negou o pedido. 
O deferimento do pleito representaria indevida manipulação de opção político-normativa do Parlamento. Ao STF, 
à semelhança do que ocorre com as demais Cortes Constitucionais, cabe exercer o papel de legislador negativo. 
É sua a relevante função de extirpar do ordenamento jurídico normas incompatíveis com a Lei Maior, devendo, 
exatamente por esse motivo, atuar com parcimônia. Não há, sob o ângulo material ou formal, qualquer traço de 
incompatibilidade direta com a Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 4885 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 27/6/2018 (Info 908) 
 
Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do 
servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional noturno e adicional de 
insalubridade. STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/10/2018 (repercussão 
geral) (Info 919). 
 
FGTS 
A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como 
forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir o mencionado índice. STJ. 
1ª Seção. REsp 1.614.874-SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 
625). 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
Súmula 611 STJ Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida 
a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever 
de autotutela imposto à Administração. 
 
Compete ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União a aplicação da penalidade de demissão a 
servidor do Poder Executivo Federal, independentemente de se encontrar cedido à época dos fatos para o Poder 
Legislativo Federal. STJ. 1ª Seção. MS 19.994-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/05/2018 (Info 598). 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime 
sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade 
administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro 
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não 
é extensível às ações de improbidade administrativa. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. 
p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901). 
 
8 | P á g i n a 
 
Não existe foro por prerrogativa de função em ação de improbidade administrativa proposta contra agente 
político. O foro por prerrogativa de função é previsto pela Constituição Federal apenas para as infrações penais 
comuns, não podendo ser estendida para ações de improbidade administrativa, que têm natureza civil. STT. 
Plenário. Pet 3240/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 10/05/2018. 
 
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de 
Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão 
Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910). 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
O DL 3.365/41 dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. Veja o que diz o art. 15-A, que foi incluído pela 
MP 2.183-56/2001: “Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço 
ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros 
compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da 
imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos. § 1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a 
compensara perda de renda comprovadamente sofrida pelo proprietário. § 2º Não serão devidos juros 
compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento 
administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições 
decorrentes de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros 
sobre o valor fixado na sentença. § 4º Nas ações referidas no § 3º, não será o Poder Público onerado por juros 
compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação.” 
O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e chegou às seguintes conclusões: 1) em relação 
ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41: 1.a) reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros 
compensatórios no patamar fixo de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente 
público na posse de seu bem; 1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”; 1.c) deu interpretação 
conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença 
entre 80% do preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor do bem fixado na sentença; 2) declarou a 
constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros compensatórios à comprovação 
da “perda da renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”; 3) declarou a constitucionalidade do § 2º do 
art. 15-A, afastando o pagamento de juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra 
e de eficiência iguais a zero; 4) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e 
restrições de pagamento dos juros compensatórios à desapropriação indireta. 5) declarou a inconstitucionalidade 
do § 4º do art. 15-A; 6) declarou a constitucionalidade da estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo 
(5%) para a concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade da expressão “não podendo os 
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” prevista no § 1º do art. 27. STF. Plenário. 
ADI 2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018 (Info 902). 
 
Súmula 618-STF: Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por 
cento) ao ano. 
 
Súmula 408-STJ: Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória 
1.577 de 11/06/1997 devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e a partir de então, em 12% ao ano, na 
forma da Súmula 618 do Supremo Tribunal Federal. 
Critério objetivo Critério subjetivo 
Art. 9º — Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente 
público Exige DOLO 
Art. 10 — Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário Pode ser DOLO ou, no mínimo, CULPA 
Art. 10-A — Atos de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou 
aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário Exige DOLO 
Art. 11 — Atos de improbidade que atentam contra princípios da administração 
pública Exige DOLO 
9 | P á g i n a 
 
 
Período aproximado Taxa de juros compensatórios Fundamento 
De 1941 até 1963 Não havia Ausência de previsão no DL 
De 1963 até 1984 6% ao ano (0,5% ao mês) Súmula 164-STF e CC-1916 
De 1984 até 10/06/97 12% (1% ao mês) Súmula 618-STF 
De 11/06/1997 a 13/09/2001 6% (0,5% ao mês) MP 1.577/97 reeditada sucessivas vezes até 
a MP 2.183-56. 
De 14/09/2001 a 28/05/2018 12% (1% ao mês) Decisão liminar na ADI 2332 e Súmula 408-
STJ 
A partir de 28/05/2018 6% (0,5% ao mês) Decisão final na ADI 2332 e art. 15-A do DL 
3.365/41 
 
Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a restituição, pelo 
expropriado sucumbente, de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do MPF. STJ. 1ª Turma. REsp 
1.306.051-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 08/05/2018 (Info 626) 
 
CONCESSIONÁRIA 
A concessionária de fornecimento de energia elétrica não pode exigir de órgão público, usuário do serviço, multa 
por inadimplemento no pagamento de fatura, fundamentada no parágrafo único do art. 4º do Decreto-Lei nº 
2.432/88. A multa prevista no parágrafo único do art. 4º do DL 2.432/88 refere-se aos contratos de compra e 
venda de energia elétrica entre concessionárias de serviço público de energia elétrica, não sendo aplicada para 
as relações entre a concessionária e os usuários do seu serviço, ou seja, não é uma multa a ser cobrada dos clientes 
(usuários finais). STJ. 1ª Turma. REsp 1.396.808-AM, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/08/2018 (Info 632) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão de 
dano decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88. Caso 
concreto: o caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança de pesagem na Rodovia Anhanguera 
(SP), quando se constatou excesso de peso. Os agentes da concessionária determinaram que o condutor 
estacionasse o veículo no pátio da concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório para ser autuado. 
Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão, o condutor observou que o 
veículo havia sido furtado. O STF condenou a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa concessionária 
responsável pela rodovia a indenizar a transportadora. O Supremo reconheceu a responsabilidade civil da 
prestadora de serviço público, ao considerar que houve omissão no dever de vigilância e falha na prestação e 
organização do serviço. STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901). 
 
O acórdão do STF no RE 841526/RS “é claro ao afirmar que a responsabilização do Estado em caso de morte de 
detento somente ocorre quando houver inobservância do dever específico de proteção previsto no art. 5º, 
inciso XLIX, da Constituição Federal. Logo, se o Estado nada pôde fazer para evitar o sinistro, não há falar em 
responsabilidade civil do ente estatal, pois a conclusão em sentido contrário ensejaria a aplicação da 
inconstitucional teoria do risco integral.” (Min. Mauro Campbell Marques). 
Isso significa que o Estado deverá sempre ser condenado a indenizar os familiares do preso que se suicidou? 
NÃO. 
Somente haverá a responsabilização do Poder Público se, no caso concreto, o Estado não cumpriu seu dever 
específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF/88. 
Como se adota a teoria do risco administrativo, o Estado poderá provar alguma causa excludente de 
responsabilidade. Assim, nem sempre que houver um suicídio, haverá responsabilidade civil do Poder Público. 
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações: 
• Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando indícios de que poderia agir assim, então, neste 
caso, o Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares. Isso porque o evento era previsível e o Poder 
Público deveria ter adotado medidas para evitar que acontecesse. 
• Por outro lado, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente que poderia praticar esta conduta, de forma 
que o suicídio foi um ato completamente repentino e imprevisível, neste caso o Estado não será responsabilizado 
porque não houve qualquer omissão atribuível ao Poder Público. 
10 | P á g i n a 
 
 
O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de 
importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de 
brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os 
nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que 
permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedosingressou com ação contra a 
União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público 
deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido. Não se verifica o dever do Estado de 
indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-
tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado 
planejamento específico. A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a possibilidade de alteração das 
alíquotas do imposto de importação decorre do próprio ordenamento jurídico, não havendo que se falar em 
quebra do princípio da confiança. O impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de 
mercadorias pelas sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da 
atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. Não havia direito subjetivo da indústria quanto 
à manutenção da alíquota do imposto de importação. STJ. 1ª Turma. REsp 1.492.832-DF, Rel. Min. Gurgel de 
Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634). 
 
DIREITOS ADMINISTRATIVO MILITAR 
As Leis nº 8.112/90 e 10.820/2003 preveem que, se o servidor público civil fizer um empréstimo consignado, o 
limite máximo de descontos que ele poderá autorizar que sejam feitos em sua remuneração é de 30% (mais 5% 
se forem despesas com cartão de crédito). Esse limite não se aplica para os militares. Isso porque os militares 
estão submetidos a um regramento específico previsto na MP 2.215-10/2001, que permite que seja descontado 
até 70% da remuneração dos militares para pagamento de empréstimos consignados. Desse modo, os descontos 
em folha, juntamente com os descontos obrigatórios, podem alcançar o percentual de 70% das remunerações ou 
dos proventos brutos dos servidores militares. STJ. 1ª Seção. EAREsp 272.665-PE, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julgado em 13/12/2017 (Info 618) 
 
ACORDO DE LENIÊNCIA 
É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas no acordo de 
leniência, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em relação aos aderentes. Assim, 
por exemplo, se uma empresa celebra acordo de leniência com o MPF aceitando fornecer provas contra si, estas 
provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. No entanto, nada impede 
que tais provas sejam fornecidas (compartilhadas) para os órgãos de apuração para que sejam propostas medidas 
contra as outras pessoas envolvidas nos ilícitos e que não fizeram parte do acordo. STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 913) 
 
ANISTIADO POLÍTICO 
1 - Reconhecido o direito à anistia política, a falta de cumprimento de requisição ou determinação de 
providências por parte da União, por intermédio do órgão competente, no prazo previsto nos artigos 12, 
parágrafo 4º, e 18, caput, parágrafo único, da Lei 10.559 de 2002, caracteriza ilegalidade e violação de direito 
líquido e certo. 2 - Havendo rubricas no orçamento destinadas ao pagamento das indenizações devidas aos 
anistiados políticos, e não demonstrada a ausência de disponibilidade de caixa, a União há de promover o 
pagamento do valor ao anistiado no prazo de 60 dias. 3 - Na ausência ou na insuficiência de disponibilidade 
orçamentária no exercício em curso, cumpre à União promover sua previsão no projeto de lei orçamentária 
imediatamente seguinte. STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2016 (repercussão 
geral) (Info 847). STF. 1ª Turma. RMS 28201/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/9/2018 (Info 917). 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSTITUCIONAL 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o 
conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a 
produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). 
 
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de decreto 
regulamentar de lei estadual. Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um 
decreto que apenas regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). 
 
O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de procuração com 
poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato normativo que será impugnado na ação. 
Repetindo: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, o 
ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida. Vale ressaltar, 
contudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que seja reconhecida 
a carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). 
 
O que acontece se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do julgamento da ação? Neste caso, o autor 
da ADI deverá aditar a petição inicial demonstrando que a nova redação do dispositivo impugnado apresenta o 
mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na redação original. A revogação, ou substancial alteração, do 
complexo normativo impõe ao autor o ônus de apresentar eventual pedido de aditamento, caso considere 
subsistir a inconstitucionalidade na norma que promoveu a alteração ou revogação. Se o autor não fizer isso, o 
STF não irá conhecer da ADI, julgando prejudicado o pedido em razão da perda superveniente do objeto. STF. 
Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
 
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle 
concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador. A 
legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da 
CF/88). Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de 
controle concentrado de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 05/04/2018. 
 
É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de decisão” de caráter 
abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade. 
STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900). 
 
A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho no 
exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, sujeito a 
controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal. STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899). 
 
Cabe ADI contra recomendação conjunta de Tribunal de Justiça e de Tribunal Regional do Trabalho 
recomendando aos juízes que considerem como sendo da Justiça do Trabalho a competência para autorizar o 
trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística. Esta recomendação deve ser considerada 
como ato de caráter primário, autônomo e cogente, inovando no ordenamento jurídico, razão pela qual pode ser 
impugnada por meio de ADI. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 
917). 
 
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) possui legitimidade para propor ADI contra ato 
normativo que previa que a competência para autorizar o pedido de trabalho de crianças e adolescentes em 
espetáculos artísticos seria da Justiça do Trabalho. A ABERT enquadra-se no conceito de entidade de classe de 
12 | P á g i na 
 
âmbito nacional (art. 103, IX, da CF/88) e possui pertinência temática para questionar ato normativo que versa 
sobre esse tema, considerando a participação de crianças e adolescentes nos programas de suas associadas. STF. 
Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917). 
 
Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de 
ofício, fazer a modulação dos efeitos dessa decisão. Ex: no julgamento de uma ADI, o STF decidiu que 
determinado artigo de lei é inconstitucional. Um dos legitimados do art. 103 da CF/88 opôs embargos de 
declaração pedindo a modulação dos efeitos. Ocorre que o STF considerou que esses embargos eram 
intempestivos. O STF, mesmo não conhecendo dos embargos, poderá decretar a modulação dos efeitos da 
decisão. STF. Plenário. ADI 5617 ED/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/10/2018 (Info 918). 
 
É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. Assim, tanto a decisão do Relator 
que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, 
rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 (repercussão geral) (Info 920). 
 
A CE/AP trouxe regra dizendo que se o Prefeito ou o Vice-Prefeito for viajar ao exterior, “por qualquer tempo”, 
ele deverá pedir uma licença prévia da Câmara Municipal para a viagem. O STF considerou inconstitucional a 
expressão “por qualquer tempo”. Essa regra de “por qualquer tempo” está em desacordo com o princípio da 
simetria. Isso porque a CF/88 somente exige autorização do Congresso Nacional se a ausência do Presidente da 
República for superior a 15 dias (art. 49, III). De igual modo, a Constituição do Estado do Amapá também só exige 
autorização da Assembleia Legislativa se a ausência do Governador (ou do Vice) for superior a 15 dias (art. 118, § 
1º). Logo, a exigência de autorização da Câmara Municipal para que o Prefeito possa se ausentar por períodos 
menores que 15 dias quebra a simetria existente em relação ao Governador. STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921). 
 
É constitucional norma de Constituição Estadual que preveja que “o Estado e os Municípios reservarão vagas em 
seus respectivos quadros de pessoal para serem preenchidas por pessoas portadoras de deficiência.” Apesar de, 
em tese, a Constituição Estadual não poder dispor sobre servidores municipais, sob pena de afronta à autonomia 
municipal, neste caso não há inconstitucionalidade, considerando que se trata de mera repetição de norma da 
CF/88: Art. 37 (...) VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 25/10/2018 (Info 921). 
 
Coexistência de ADI no TJ e ADI no STF, sendo a ADI estadual julgada primeiro Coexistindo duas ações diretas de 
inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra perante o STF, o julgamento da 
primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas duas condições cumulativas: 
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e 2) se a inconstitucionalidade for por 
incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal. Caso 
o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a 
jurisdição do STF para o controle abstrato de constitucionalidade. Viola a igualdade a exigência de que o cargo 
público seja ocupado por indivíduo com curso de administração pública mantido por instituição pública 
credenciada no respectivo Estado É inconstitucional lei estadual que, ao criar o cargo de administrador público, 
exige que ele seja ocupado por profissional graduado em Curso de Administração Pública mantido por Instituição 
Pública de Ensino Superior, credenciada no respectivo Estado. Essa previsão da lei estadual ofende o princípio 
constitucional da igualdade no acesso a cargos públicos. Além disso, essa regra também viola o art. 19, III, da 
Constituição Federal, que proíbe a criação de distinções ilegítimas entre brasileiros. STF. Plenário. ADI 3659/AM, 
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2018 (Info 927). 
 
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO 
O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a concessionária poderá contratar com terceiros o 
desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a 
implementação de projetos associados.” Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga 
ilegal a terceirização contratada por uma concessionária do serviço público, afastando a aplicação do art. 25, § 
1º, da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a súmula vinculante 10? • SIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 permite 
a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias do serviço público. Logo, se um órgão fracionário 
13 | P á g i n a 
 
do TRT afasta a aplicação deste dispositivo, haverá afronta à súmula vinculante 10 por violação à cláusula da 
reserva de plenário. STF. 1ª Turma. Rcl 27.068/MG, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto, 
julgado em 5/3/2018 (Info 896). • NÃO. O ato reclamado, ao considerar ilegal a contratação de empregado, por 
empresa interposta, para prestar serviços essenciais à atividade fim da tomadora, nos termos da Súmula 331, I, 
do TST, não declarou expressamente, nem implicitamente, a inconstitucionalidade de qualquer norma especial 
de regência aplicável ao caso. É firme a jurisprudência do STF no sentido de que não se exige reserva de plenário 
para a mera interpretação e aplicação das normas jurídicas que emerge do próprio exercício da jurisdição, 
sendo necessário, para caracterizar violação à cláusula de reserva de plenário, que a decisão de órgão 
fracionário fundamente-se na incompatibilidade entre a norma legal e o Texto Constitucional. STF. 1ª Turma. 
Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848). STF. 2ª Turma. Rcl 26408 AgR, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 07/11/2017. 
 
É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, sem observar a 
cláusula de reserva de plenário (art. 97, da CF/88), observado o art. 949 do CPC/2015. STF. Plenário. ARE 
791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10 e 11/10/2018 (repercussão geral) (Info 919). 
 
Sociedade de economia mista realizou concurso público para advogado da empresa. Mesmo havendo aprovados 
no certame, que ainda estava dentro do prazo de vigência, a empresa decidiu contratar um escritório de advocacia 
para realizar os serviços jurídicos. Diante disso, uma das Turmas do TRT reconheceu que houve preterição dos 
aprovados e determinou a nomeação. Ao assim decidir, a Turma do TRT disse que não se aplicava, ao caso, o art. 
25, § 1º, da Lei nº 8.987/95. Essa decisão da Turma do TRT (órgão fracionário do Tribunal) não viola a SV 10. Isso 
porque o enfoque do acórdão do TRT não era a terceirização dos serviços, mas sim a preterição arbitrária 
praticada pela Administração Pública. STF. 1ª Turma. Rcl 29307 AgR/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o 
ac. Min. Rosa Weber, julgado em 4/12/2018 (Info 926). 
 
ADPF 
É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental 
(ADPF)? SIM. É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que fique 
demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que comporta solução por meio 
de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar 
nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes no processo. O STF irá apenas homologar as disposições 
patrimoniais que forem combinadase que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A 
homologação estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à 
prestação jurisdicional. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/3/2018 (Info 
892). 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
É CABÍVEL SUSTENTAÇÃO ORAL EM MS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS? 
Antes da Lei 13.676/2018 Depois da Lei 13.676/2018 (atualmente) 
• No julgamento do pedido de liminar: NÃO 
• No julgamento do mérito: SIM 
• No julgamento do pedido de liminar: SIM 
• No julgamento do mérito: SIM 
 
Em regra, é indispensável a intimação do Ministério Público para opinar nos processos de mandado de segurança, 
conforme previsto no art. 12 da Lei nº 12.016/2009. No entanto, a oitiva do Ministério Público é desnecessária 
quando se tratar de controvérsia acerca da qual o tribunal já tenha firmado jurisprudência. Assim, não há 
qualquer vício na ausência de remessa dos autos ao Parquet que enseje nulidade processual se já houver 
posicionamento sólido do Tribunal. Nesses casos, é legítima a apreciação de pronto pelo relator. STF. 2ª Turma. 
RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
 
O mandado de segurança não é o instrumento processual adequado para o controle abstrato de 
constitucionalidade de leis e atos normativos. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ 
o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
 
14 | P á g i n a 
 
Nos casos de anistia política, em sede de mandado de segurança, só é possível a inclusão de juros de mora e 
correção monetária na fase executiva quando houver decisão expressa nesse sentido. STJ. 1ª Seção. ExeMS 
18.782-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/09/2018 (Info 634). 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer transação com o réu e pedir a extinção do 
processo, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. O art. 5º, § 6º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) 
prevê que os órgãos públicos podem fazer acordos nas ações civis públicas em curso, não mencionando as 
associações privadas. Apesar disso, a ausência de disposição normativa expressa no que concerne a associações 
privadas não afasta a viabilidade do acordo. Isso porque a existência de previsão explícita unicamente quanto 
aos entes públicos diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao passo que aos 
entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 1º/3/2018 (Info 892). 
 
O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas 
demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos contendo 
beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 
8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.836-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624). 
 
O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública que vise o fornecimento de 
remédios a portadores de certa doença. STF. Plenário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico 
ou entrega de medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se 
tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na 
forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.836-
SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624). 
 
IBGE SIGILO DE INFORMAÇÕES 
O IBGE está legalmente IMPEDIDO DE FORNECER a quem quer que seja as informações individualizadas que 
coleta, no desempenho de suas atribuições, para que sirvam de prova em quaisquer outros procedimentos 
administrativos. STJ. 1ª Turma. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 30/11/2017 
(Info 617) 
 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. 
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo 
determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
Uma decisão judicial determinou a retirada de matéria de “blog” jornalístico, bem como a proibição de novas 
publicações, por haver considerado a notícia ofensiva à honra de delegado da polícia federal. Essa decisão afronta 
o que o STF decidiu na ADPF 130/DF, que julgou não recepcionada a Lei de Imprensa. A ADPF 130/DF pode ser 
utilizada como parâmetro para ajuizamento de reclamação que verse sobre conflito entre a liberdade de 
expressão e de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos direitos de personalidade. 
A determinação de retirada de matéria jornalística afronta a liberdade de expressão e de informação, além de 
constituir censura prévia. Essas liberdades ostentam preferência em relação ao direito à intimidade, ainda que 
a matéria tenha sido redigida em tom crítico. O Supremo assumiu, mediante reclamação, papel relevante em 
favor da liberdade de expressão, para derrotar uma cultura censória e autoritária que começava a se projetar no 
Judiciário. STF. 1ª Turma. Rcl 28747/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ ac. Min. Luiz Fux, julgado em 
5/6/2018 (Info 905). Sobre o mesmo tema: STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
6/3/2018 (Info 893). 
 
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão da 
persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial. No julgamento da ADPF 130, 
15 | P á g i n a 
 
o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo 
de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões. A liberdade de expressão desfruta de uma posição 
preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser uma pré-condição para o exercício esclarecido dos 
demais direitos e liberdades. 
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em 
situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade 
deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Diante disso, se uma decisão 
judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria jornalística, esta decisão viola a 
orientação do STF, cabendo reclamação. STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
6/3/2018 (Info 893). 
 
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida 
pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893). Atenção. Compare com RHC 
134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849). 
 
É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98. Esse dispositivo proíbe, no âmbito da programação das 
emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a 
converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia. O STF entendeu que essa proibição afronta 
os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal. A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o 
uso de argumentos críticos, o consenso e o debate público informado e pressupõe a livre troca de ideiase não 
apenas a divulgação de informações. STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o 
ac. Min. Edson Fachin, julgado em 16/5/2018 (Info 902) 
 
São inconstitucionais os atos judiciais ou administrativos que determinem ou promovam: • o ingresso de agentes 
públicos em universidades públicas e privadas; • o recolhimento de documentos (ex: panfletos); • a interrupção 
de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários; • a realização de atividade disciplinar 
docente e discente e a coleta irregular de depoimentos desses cidadãos pela prática de manifestação livre de 
ideias e divulgação do pensamento nos ambientes universitários ou em equipamentos sob a administração de 
universidades públicas e privadas. STF. Plenário. ADPF 548 MC-Ref/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
31/10/2018 (Info 922). 
 
DIREITOS SOCIAIS 
A incidência da estabilidade prevista no art. 10, II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) 
somente exige a anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa. Art. 10. (...) II - fica vedada a dispensa 
arbitrária ou sem justa causa: (...) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após 
o parto. O único requisito exigido é de natureza biológica. Exige-se apenas a comprovação de que a gravidez 
tenha ocorrido antes da dispensa arbitrária, não sendo necessários quaisquer outros requisitos, como o prévio 
conhecimento do empregador ou da própria gestante. Assim, é possível assegurar a estabilidade à gestante 
mesmo que no momento em que ela tenha sido demitida pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez. 
STF. Plenário. RE 629053/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919). 
 
HOMESCHOOLING 
Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito de cumprimento, pela 
família, do dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, 
apesar de não o prever expressamente, não proíbe o ensino domiciliar. No entanto, o ensino domiciliar não pode 
ser atualmente exercido porque não há legislação que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa 
modalidade de ensino. Assim, o ensino domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma 
regulamentação por meio de lei na qual sejam previstos mecanismos de avaliação e fiscalização, devendo essa lei 
respeitar os mandamentos constitucionais que tratam sobre educação. STF. Plenário. RE 888815/RS, rel. orig. 
Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/9/2018 (repercussão geral) 
(Info 915). 
 
 
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DIREITO AO ESQUECIMENTO 
Determinada pessoa se envolveu em uma suspeita de fraude há mais muitos anos, tendo sido inocentada das 
acusações. Ocorre que todas as vezes que digita seu nome completo no Google e demais provedores de busca, 
os primeiros resultados que aparecem até hoje são de páginas na internet que trazem reportagens sobre seu 
suposto envolvimento com a fraude. Diante disso, ela ingressou com ação de obrigação de fazer contra o Google 
pedindo a desindexação, nos resultados das aplicações de busca mantida pela empresa, de notícias relacionadas 
às suspeitas de fraude no referido concurso. Invocou, como fundamento, o direito ao esquecimento. O STJ 
afirmou o seguinte: em regra, os provedores de busca da internet (ex: Google) não têm responsabilidade pelos 
resultados de busca apresentados. Em outras palavras, não se pode atribuir a eles a função de censor, obrigando 
que eles filtrem os resultados das buscas, considerado que eles apenas espelham o conteúdo que existe na 
internet. A pessoa prejudicada deverá direcionar sua pretensão contra os provedores de conteúdo (ex: sites de 
notícia), responsáveis pela disponibilização do conteúdo indevido na internet. Há, todavia, circunstâncias 
excepcionalíssimas em que é necessária a intervenção pontual do Poder Judiciário para fazer cessar o vínculo 
criado, nos bancos de dados dos provedores de busca, entre dados pessoais e resultados da busca, que não 
guardam relevância para interesse público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo 
decurso do tempo. Nessas situações excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, bem como a 
proteção aos dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pessoas envolvidas sigam suas vidas 
com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador corriqueiramente rememorado e perenizado por 
sistemas automatizados de busca. No caso concreto, o STJ determinou que deveria haver a desvinculação da 
pesquisa com base no nome completo da autora com resultados que levassem às notícias sobre a fraude. Em 
outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: o Google não precisa retirar de seus resultados as notícias da autora 
relacionadas com a suposta fraude no concurso. Mas para que esses resultados apareçam será necessário que o 
usuário faça uma pesquisa específica com palavras-chaves que remetam à fraude. Por outro lado, se a pessoa 
digitar unicamente o nome completo da autora, sem qualquer outro termo de pesquisa que remete à suspeita de 
fraude, não se deve mais aparecer os resultados relacionados com este fato desabonador. Assim, podemos dizer 
que é possível determinar o rompimento do vínculo estabelecido por provedores de aplicação de busca na 
internet entre o nome de prejudicado, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia apontada nos 
resultados. O rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza também os interesses 
individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação, na medida em que viabiliza a 
localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa fornecendo argumentos de pesquisa relacionados 
ao fato noticiado, mas não àqueles que buscam exclusivamente pelos dados pessoais do indivíduo protegido. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
08/05/2018 (Info 628) 
 
EDUCAÇÃO 
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na 
educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas 
idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2018 (Info 909). É 
constitucional a exigência de 6 (seis) anos de idade para o ingresso no ensino fundamental, cabendo ao Ministério 
da Educação a definição do momento em que o aluno deverá preencher o critério etário. STF. Plenário. ADC 
17/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, jugado em 1º/8/2018 (Info 909). As Resoluções 
nº 01/2010 e nº 06/2010, ambas emanadas da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação 
(CNE/CEB), ao estabelecerem corte etário para ingresso de crianças na primeira série do ensino fundamental (6 
anos completos até 31 de março do correspondente ano letivo), não incorreram em contexto de ilegalidade (não 
violaram a lei). Ao contrário, tais Resoluções encotram respaldo na interpretação conjunta dos arts. 29 e 32 da 
Lei nº 9.394/96 (LDB). O Poder Judiciário não pode substituir-se às autoridades públicas de educação para fixar 
ou suprimir requisitos para o ingresso de crianças no ensino fundamental, quando os atos normativos de regência 
não revelem traços de ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade. STJ. 1ª Turma. REsp 1412704/PE, Rel. Min. Sérgio 
Kukina, julgado em 16/12/2014. 
 
É constitucional lei estadual que: • assegure, nos estabelecimentos de ensino superior estadual e municipal, a 
livre organização dos Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes. • 
estabeleça que é de competência exclusiva dos estudantes a definição das formas, dos critérios, dos estatutos e 
demais questões referentes à organização dos Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais 
dosEstudantes. • determine que os estabelecimentos de ensino deverão garantir espaços, em suas dependências, 
17 | P á g i n a 
 
para a divulgação e instalações para os Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais 
Estudantis. Vale ressaltar, no entanto, que esta lei não se aplica para as instituições federais e particulares de 
ensino superior considerando que elas integram o “sistema federal”, de competência da União. Deve-se 
acrescentar, por fim, que é inconstitucional que essa lei estadual preveja multa para as entidades particulares de 
ensino em caso de descumprimento das medidas acima listadas. STF. Plenário. ADI 3757/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 17/10/2018 (Info 920). 
 
Não viola a Constituição Federal a cobrança de contribuição obrigatória dos alunos matriculados nos Colégios 
Militares do Exército Brasileiro. Os Colégios Militares apresentam peculiaridades que fazem com que eles sejam 
instituições diferentes dos estabelecimentos oficiais de ensino, por razões éticas, fiscais, legais e institucionais. 
Podem, assim, ser qualificados como instituições educacionais sui generis. A quota mensal escolar exigida nos 
Colégios Militares não representa ofensa à regra constitucional de gratuidade do ensino público, uma vez que não 
há violação ao núcleo de intangibilidade do direito fundamental à educação. Por fim, deve-se esclarecer que esse 
valor cobrado dos alunos para o custeio das atividades do Sistema Colégio Militar do Brasil não possui natureza 
tributária (não é tributo). Logo, é válida a sua instituição por meio de atos infralegais. Portanto, são válidos os 
arts. 82 e 83, da Portaria 42/2008 do Comandante do Exército, que disciplinam essa cobrança. STF. Plenário. ADI 
5082/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/10/2018 (Info 921). 
 
A emissão do certificado de conclusão do ensino médio, realizado de forma integrada com o técnico, ao estudante 
aprovado nas disciplinas regulares independe do estágio profissionalizante. Caso concreto: João fez o ensino 
médio em instituto federal de educação. Ocorre que optou por não concluir o estágio profissionalizante. A única 
consequência negativa para ele vai ser não ter direito ao certificado técnico-profissional. No entanto, não há nada 
que o impeça de ter direito ao certificado de conclusão do ensino médio, considerando que efetivamente estudou 
e foi aprovado nas respectivas matérias. STJ. 1ª Turma. REsp 1.681.607-PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado 
em 20/09/2018 (Info 634). 
 
SAÚDE 
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, o qual é aplicável aos procedimentos 
médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegurados o contraditório 
e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos os marcos jurídicos. O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, 
se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos serviços do SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido 
plano o ressarcimento que ele teve com essas despesas. Assim, o chamado “ressarcimento ao SUS”, criado pelo 
art. 32, é uma obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas 
que o SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente e que esteja coberta por esses planos. STF. Plenário. RE 
597064/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7/2/2018 (repercussão geral) (Info 890). 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
É CONSTITUCIONAL lei estadual que obrigue os planos de saúde a fornecerem aos consumidores informações 
e documentos justificando as razões pelas quais houve recusa de algum procedimento, tratamento ou 
internação. O Mato Grosso do Sul editou uma lei estadual prevendo que, se o plano de saúde recusar algum 
procedimento, tratamento ou internação, ele deverá fornecer, por escrito, ao usuário, um comprovante 
fundamentado expondo as razões da negativa. O STF entendeu que essa norma não viola competência privativa 
da União, considerando que ela trata sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência 
concorrente (art. 24, V, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4512/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/2/2018 (Info 
890) 
 
As disposições legais sobre a forma de cobrança do Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de 
quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) pela Procuradoria Geral do Estado e de sua intervenção em processos de 
inventário, arrolamento e outros de interesse da Fazenda Pública são regras de procedimento que não violam 
o Código de Processo Civil. Neste caso, são normas eminentemente procedimentais, autorizadas pelo art. 24 da 
CF/88, que prevê a competência concorrente da União e dos Estados. A possibilidade de a Procuradoria-Geral do 
Estado intervir e ser ouvida nos inventários, arrolamentos e outros feitos em nada atrapalha o processo. STF. 
Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). 
 
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A competência para legislar sobre as atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) 
é concorrente (art. 24, V, VIII e XII, da CF/88). No âmbito das competências concorrentes, cabe à União 
estabelecer normas gerais e aos Estados-membros editar leis para suplementar essas normas gerais (art. 24, §§ 
1º e 2º). Determinado Estado-membro editou lei estabelecendo que toda e qualquer atividade relacionada com 
os OGMs naquele Estado deveria observar “estritamente à legislação federal específica”. O STF entendeu que 
essa lei estadual é inconstitucional porque significou uma verdadeira “renúncia” ao exercício da competência 
legislativa concorrente prevista no art. 24, V, VIII e XII, da CF/88. Em outras palavras, o Estado abriu mão de sua 
competência suplementar prevista no art. 24, § 2º da CF/88. Essa norma estadual remissiva fragiliza a estrutura 
federativa descentralizada, e consagra o monopólio da União, sem atentar para nuances locais. Assim, é 
inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das atividades com organismos 
geneticamente modificados à regência da legislação federal. STF. Plenário. ADI 2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 5/9/2018 (Info 914). 
 
É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias realizada na saída de estabelecimentos 
comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após o cliente efetuar o pagamento nas caixas registradoras 
da empresa instaladas, não é possível nova conferência na saída. Os Municípios detêm competência para legislar 
sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88), ainda que, de modo reflexo, tratem de direito comercial 
ou do consumidor. STF. 2ª Turma. RE 1.052.719 AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/9/2018 
(Info 917). 
 
A competência para editar lei fixando o piso salarial das categorias profissionais (art. 7º, V, da CF/88) é privativa 
da União por se tratar de direito do trabalho (art. 22, I). A União editou a LC federal 103/2000 autorizando que 
os Estados-membros e o DF editem leis fixando o piso salarial dos profissionais de acordo com suas realidades 
regionais. Ocorre que a União exigiu, dentre outros requisitos, que essa lei seja de iniciativa do chefe do Poder 
Executivo estadual (Governador). Se uma lei estadual/distrital de iniciativa parlamentar fixa o piso salarial, essa 
lei ultrapassa os limites impostos pela LC federal 103/2000 e, em última análise, viola diretamente o art. 22, I e 
parágrafo único, da CF/88, sendo considerada inconstitucional. Assim, a extrapolação dos limites da competência 
legislativa delegada pela União aos Estados e ao Distrito Federal representa a usurpação de competência 
legislativa da União para legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I e parágrafo único) e, consequentemente, a 
inconstitucionalidade formal da lei delegada. STF. Plenário. ADI 5344 MC/PI, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
11/10/2018 (Info 919). 
 
Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou não, 
transportando cargas vivas

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