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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZONAS

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É possível preencher o requisito da 
“controvérsia judicial relevante” com poucos dias de vigência do ato normativo? 
SIM. Mesmo a lei ou ato normativo possuindo pouco tempo de vigência, já é possível preencher o requisito 
da controvérsia judicial relevante se houver decisões julgando essa lei ou ato normativo inconstitucional. 
O STF decidiu que o requisito relativo à existência de controvérsia judicial relevante é qualitativo e não 
quantitativo. Em outras palavras, para verificar se existe a controvérsia não se examina apenas o número 
de decisões judiciais. Não é necessário que haja muitas decisões em sentido contrário à lei. Mesmo 
havendo ainda poucas decisões julgando inconstitucional a lei já pode ser possível o ajuizamento da ADC se 
o ato normativo impugnado for uma emenda constitucional (expressão mais elevada da vontade do 
parlamento brasileiro) ou mesmo em se tratando de lei se a matéria nela versada for relevante e houver 
risco de decisões contrárias à sua constitucionalidade se multiplicarem. 
STF. Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786). 
 
A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados e senadores antes 
do exame, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das casas do Congresso Nacional (CF, art. 62, § 
9º) configura fase de observância obrigatória no processo constitucional de conversão dessa espécie 
normativa em lei ordinária. 
Vale ressaltar, no entanto, que o parecer da comissão mista (previsto no § 9º do art. 62 da CF/88) é 
obrigatório apenas para as medidas provisórias assinadas e encaminhadas ao Congresso Nacional a partir 
do julgamento da ADI 4029. 
As medidas provisórias anteriores a essa ADI 4029 não precisaram passar, obrigatoriamente, pela 
comissão mista por estarem regidas pelas regras da Resolução n.º 01, do Congresso Nacional. 
Os arts. 5°, caput e 6°, §§ 1° e 2° da Resolução n.° 1, do CN foram reconhecidos inconstitucionais pelo STF, 
no entanto, a Corte determinou que essa declaração de inconstitucionalidade somente produz efeitos ex 
nunc (a partir da decisão); 
 
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Todas as leis aprovadas segundo a tramitação da Resolução n.° 1 (ou seja, sem parecer obrigatório da 
comissão mista após o 14° dia) são válidas e não podem ser questionadas por esta razão. 
STF. Plenário. ADI 4029/DF, rel. Min. Luiz Fux, 7 e 8/3/2012 (Info 657 STF). 
 
Não existe óbice a que o julgador, ao proferir sua decisão, acolha os argumentos de uma das partes ou de 
outras decisões proferidas nos autos, adotando fundamentação que lhe pareceu adequada. O que 
importa em nulidade é a absoluta ausência de fundamentação. 
A adoção dos fundamentos da sentença de 1ª instância ou das alegações de uma das partes como razões de 
decidir, embora não seja uma prática recomendável, não traduz, por si só, afronta ao art. 93, IX, da CF/88. 
A reprodução dos fundamentos declinados pelas partes ou pelo órgão do Ministério Público ou mesmo 
de outras decisões proferidas nos autos da demanda (ex: sentença de 1ª instância) atende ao art. 93, IX, 
da CF/88. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.021.851-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgados em 28/6/2012 (Info 500 STJ). 
 
Relator poderá decidir pela inconstitucionalidade se já houver pronunciamento do plenário 
Se já houve pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do órgão competente do TJ local 
declarando determinada lei ou ato normativo inconstitucional, será possível que o Tribunal julgue que 
esse ato é inconstitucional de forma monocrática (um só Ministro) ou por um colegiado que não é o 
Plenário (uma câmara, p. ex.), sem que isso implique violação à cláusula da reserva de plenário. 
Ora, se o próprio STF, ou o Plenário do TJ local, já decidiram que a lei é inconstitucional, não há sentido 
de, em todos os demais processos tratando sobre o mesmo tema, continuar se exigindo uma decisão do 
Plenário ou do órgão especial. Nesses casos, o próprio Relator monocraticamente, ou a Câmara (ou 
Turma) tem competência para aplicar o entendimento já consolidado e declarar a inconstitucionalidade 
da lei ou ato normativo. 
STF. 2ª Turma. Rcl 17185 AgR/MT, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 30/9/2014 (Info 761). 
 
Mandado de segurança contra projeto de lei supostamente inconstitucional 
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de 
projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu 
arquivamento? 
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura: 
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; 
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às 
regras constitucionais sobre o processo legislativo. 
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
20/6/2013 (Info 711). 
 
O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar (provisória) do parlamentar, ou seja, não 
proíbe a prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal 
condenado definitivamente pelo STF. 
STF. Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26/6/2013 (Info 712). 
 
Imunidade material e manifestações proferidas fora do parlamento 
A imunidade material de parlamentar (art. 53, “caput”, da CF/88) quanto a crimes contra a honra só 
alcança as supostas ofensas irrogadas fora do Parlamento quando guardarem conexão com o exercício da 
atividade parlamentar. 
No caso concreto, determinado Deputado Federal afirmou, em seu blog pessoal, que certo Delegado de 
Polícia teria praticado fato definido como prevaricação. 
A 1ª Turma do STF recebeu a denúncia formulada contra o Deputado por entender que, no caso 
concreto, deveria ser afastada a tese de imunidade parlamentar apresentada pela defesa. 
 
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A Min. Rel. Rosa Weber ressaltou que a imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) só é absoluta 
quando as afirmações de um parlamentar sobre qualquer assunto ocorrem dentro do Congresso 
Nacional. No entendimento da Ministra, fora do parlamento é necessário que as afirmações tenham 
relação direta com o exercício do mandato. Na hipótese, o STF entendeu que as declarações do Deputado 
não tinha relação direta com o exercício de seu mandato. 
STF. 1ª Turma. Inq 3672/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/10/2014 (Info 763). 
 
Perda do mandato em caso de condenação criminal de deputado federal ou senador 
Se uma pessoa perde ou tem suspensos seus direitos políticos, a consequência disso é que ela perderá o 
mandato eletivo que ocupa, já que o pleno exercício dos direitos políticos é uma condição de 
elegibilidade (art. 14, § 3º, II, da CF/88). 
A CF/88 determina que o indivíduo que sofre condenação criminal transitada em julgado fica com seus 
direitos políticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação (art. 15, III). 
A condenação criminal transitada em julgado NÃO é suficiente, por si só, para acarretar a perda do 
mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador. 
O STF, ao condenar um Parlamentar federal, NÃO poderá determinar a perda do mandato eletivo. Ao 
ocorrer o trânsito em julgado da condenação, se o réu ainda estiver no cargo, o STF deverá oficiar à Mesa 
Diretiva da Câmara ou do Senado Federal para que tais Casas deliberem acerca da perda ou não do 
mandato, nos termos do § 2º do art. 55 da CF/88. 
STF. Plenário. AP 565/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7 e 8/8/2013 (Info 714). 
 
Crimes de responsabilidade 
Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das 
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 
 
Polícias civil e militar
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