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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA PABLO ROBERTO SEIXAS COSTA O SISTEMA PRISIONAL E O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE APENADOS: CAMINHOS POSSÍVEIS VILA VELHA 2014 PABLO ROBERTO SEIXAS COSTA O SISTEMA PRISIONAL E O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE APENADOS: CAMINHOS POSSÍVEIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO A FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VILA VELHA COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE PEDAGOGO SOB A ORIENTAÇÃO DA PROFº MSC. ELDA ALVARENGA. VILA VELHA 2014 PABLO ROBERTO SEIXAS COSTA O SISTEMA PRISIONAL E O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE APENADOS: CAMINHOS POSSÍVEIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Pedagogia. Aprovado em _________________________ COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________________________ Professora Mestre Elda Alvarenga FACULDADE ESTACIO DE VILA VELHA _____________________________________________________ Professora Especialista Elisabeth Alvarenga INSTITUTO DE ATENDIMENTTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPIRITO SANTO "Então, educamos e somos educados. Ao compartilharmos, no dia-a-dia do ensinar e do aprender, ideias, percepções, sentimentos, gestos, atitudes e modos de ação, sempre ressignificados e reelaborados em cada um, vamos internalizando conhecimentos, habilidades, experiências, valores, rumo a um agir crítico-reflexivo, autônomo, criativo e eficaz, solidário. Tudo em nome do direito à vida e à dignidade de todo o ser humano, do reconhecimento das subjetividades, das identidades culturais, da riqueza de uma vida em comum, da justiça e da igualdade social. Talvez possa ser esse um dos modos de fazer Pedagogia." (JOSÉ CARLOS LIBÂNEO). Nunca se esqueça, em toda a sua vida, abaixo de Deus, tenha sempre: “FOCO, FORÇA E FÉ”. (PABLO SEIXAS) AGRADECIMENTOS “O Deus de meus pais, eu te dou graças e te louvo, porque me destes sabedoria e força”. (Daniel 2: 23a) Agradeço primeiramente a DEUS por ter me dado a chance de ser o que escolhi, mas também por ter iluminado o meu caminho durante esta caminhada dando-me a força e a sabedoria necessárias para viver um dia de cada vez. À minha orientadora Elda Alvarenga pela paciência, incentivo, companheirismo na orientação que tornaram possível a conclusão desta monografia e pela amizade que se construiu para além dos espaços da universidade. À minha família, mãe, pai irmãos filhos e esposa querida Mônica de Carvalho Rodrigues Costa, que muito colaborou me apoiando nesta caminhada espinhosa e dolorida em busca de novos saberes e conquistas. Agradeço também a Professora Especialista Elisabeth Alvarenga por ter me honrado aceitando o convite para minha banca. Nesta caminhada existem pessoas que sou muito grato e que fez a diferença na minha vida, Russiene Santos Sarlo, minha professora e coordenadora do Curso de Pedagogia que me apresentou juntamente com os professores João Neto e Elda Alvarenga, a saída da caverna através do conhecimento e busca de saberes. Ás instituições que abriram suas portas para acolher cada estagiário que ali chegou, obrigada pela confiança e experiência adquirida ao longo dos períodos. Aos mestres que cruzei durante minha vida acadêmica, pelas trocas de conhecimento, incentivo, ajuda e principalmente por mostrar -me o verdadeiro papel do educador. RESUMO A pesquisa, ora denominada “o sistema prisional e o processo de ressocialização de apenados: caminhos possíveis” tem como problema em que medida o sistema prisional realiza a reintegração social de apenados no Brasil?, que por sua vez as hipóteses se presenta na visão de Foucault (1998), afirmando que o conceito de prisão passou por variadas fases da história até a atualidade, e que o ser humano e de extremo valor. Já o teórico Bulos (2003), afirma que a educação e o caminho para que o homem possa evoluir perante seus objetivos e ideais. Cicilliatti (2008), por sua vez relata que os presos estão se fortalecendo do poder público deixando claro que o poder paralelo esta sob a legislação vigente. O objetivo da presente pesquisa é fazer uma breve análise de que forma são garantidos os direitos dos apenados que se encontram sobre a custodia do Estado, pois visa avaliar o processo educativo da reintegração social de apenados no Brasil, identificar a metodologia utilizada no processo de reintegração social de apenados no Brasil e relacionar a práxis do reintegrador com as necessidades dos internos do sistema penitenciário brasileiro. Quanto a justificatica, o processo de reintegração social dos internos nas unidades penitenciárias do Brasil, tem um significado de grande importância, pois é trabalhando com a visão de reintegração que se garante o direito de um sujeito que em outros tempos se perdeu mediante a um padrão ao qual a sociedade o tem como ideal. A escolha do tema se deu pela extrema importância de levar ao conhecimento de todos, que em presídios existem medidas de reintegração social, e que os futuros pedagogos devem estar atualizados de várias metodologias e ambientes educacionais. A relevância desta pesquisa é trazer à reflexão para uma sociedade sobre a importância da reintegração dos internos, pois é desta forma que mudamos todo um contexto social, colocando a educação como prioridade e fazendo valer o direito aqueles que através de seus atos infracionais se excluíram da sociedade. Referente a metodologia, a análise se deu de forma bibliográfica e com base na experiência que adquiri trabalhando no sistema penitenciário capixaba onde pude observar a realidade dos apenados da unidade prisionais que atendo por pertencer ao quadro de escolta penitenciária. Baseando-se no pensamento de Lima (2007), se tratando da pesquisa bibliográfica, foi possível destacar teoricamente os diversos pensamento dos autores em relação ao problema da pesquisa contribuindo com elementos que subsidiam a análise futura dos dados obtidos. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 09 2 PROBLEMA ....................................................................................... 11 3 HIPÓTESE.......................................................................................... 4 OBJETIVOS........................................................................................ 4.1 OBJETIVOS GERAL....................................................................... 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................... 5 JUSTIFICATIVA................................................................................. 6 METODOLOGIA................................................................................. 6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.................................................. 7 O SISTEMA PRISIONAL E O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DOS APENADOS: CAMINHOS POSSÍVEIS.... 7.1 SISTEMA PRISIONAL E DIREITOS HUMANOS NO BRASIL........7.2 REINTEGRAÇÃO SOCIAL NO SISTEMA PENAL.......................... 7.3 REALIDADE NO SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL..................... 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 9 REFERÊNCIAS.................................................................................. 12 13 13 13 14 15 15 17 17 24 35 43 44 1. INTRODUÇÃO A Reintegração Social num sistema prisional hoje, nunca teve tantas atenções e políticas voltadas para seu bom desempenho. Nos últimos anos, estudos têm apontado que a solução dos problemas carcerários e da necessidade de gerar dignidade aos sujeitos envolvidos, não dependem somente de profissionais qualificados em suas áreas específicas, mas também de uma legislação que funcione mediante as necessidades dos problemas sociais. Neste TCC abordaremos a forma que é executada a pena, e as formas legais que fazem parte da reintegração social dos presos com suas perspectivas relacionadas aos problemas sociais. A pesquisa, ora denominada “o sistema prisional e o processo de ressocialização de apenados: caminhos possíveis” tem como problema em que medida o sistema prisional realiza a reintegração social de apenados no Brasil?, que por sua vez as hipóteses se presenta na visão de Foucault (1998), afirmando que o conceito de prisão passou por variadas fases da história até a atualidade, e que o ser humano e de extremo valor. Já o teórico Bulos (2003), afirma que a educação e o caminho para que o homem possa evoluir perante seus objetivos e ideais. Cicilliatti (2008), por sua vez relata que os presos estão se fortalecendo do poder público deixando claro que o poder paralelo esta sob a legislação vigente. O objetivo da presente pesquisa é fazer uma breve análise de que forma são garantidos os direitos dos apenados que se encontram sobre a custodia do Estado, pois visa avaliar o processo educativo da reintegração social de Iinternos no Brasil, identificar a metodologia utilizada no processo de reintegração social de apenados no Brasil e relacionar a práxis do reintegrador com as necessidades dos internos do sistema penitenciário Brasileiro. Quanto a justificativa, o processo de reintegração social dos internos nas unidades penitenciárias do Brasil, tem um significado de grande importância, pois é trabalhando com a visão de reintegração que se garante o direito de um sujeito que em outros tempos se perdeu mediante a um padrão ao qual a sociedade o tem como ideal. A escolha do tema se deu pela extrema importância de levar ao conhecimento de todos, que em presídios existem medidas de reintegração social, e que os futuros pedagogos devem estar atualizados de várias metodologias e ambientes educacionais. A relevância desta pesquisa é trazer à reflexão para uma sociedade sobre a importância da reintegração dos internos, pois é desta forma que mudamos todo um contexto social, colocando a educação como prioridade e fazendo valer o direito aqueles que através de seus atos infracionais se excluíram da sociedade. Referente a metodologia, a análise se deu de forma bibliográfica e com base na experiência que adquiri trabalhando no sistema penitenciário capixaba onde pude observar a realidade dos apenados da unidade prisionais que atendo por pertencer ao quadro de escolta penitenciária. Baseando-se no pensamento de Lima (2007), se tratando da pesquisa bibliográfica, foi possível destacar teoricamente os diversos pensamento dos autores em relação ao problema da pesquisa contribuindo com elementos que subsidiam a análise futura dos dados obtidos. 2. PROBLEMA DE PESQUISA Em que medida o sistema prisional realiza a reintegração social de apenados no Brasil? 3. HIPÓTESES * Nas Penitenciárias dos Estados do Brasil, os profissionais da área da educação seguem uma expectativa referenciada no Modelo Pedagógico de formação do sujeito, voltados à autonomia dos sócios educandos com base numa proposta da Educação libertadora. * Nas Unidades de Sistema Prisional do Brasil, a abordagem ampla do conceito educacional se deve ao processo de formação dos educadores, visando à formação dos internos, tendo como princípios de valores: a Ética, Legalidade, e respeito aos Direitos Humanos. * Nas Unidades de Prisionais do Brasil, os internos seguem normas prescritas pelo regime interno, que por sua vez são fundamentadas pela (LEP) Lei de Execuções Penais e a Declaração Universal dos direitos Humanos. 4. OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL - Avaliar o processo educativo da reintegração social de apenados no Brasil. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Identificar a metodologia utilizada no processo de reintegração social de apenados no Brasil; - Relacionar a práxis do reintegrador com as necessidades dos internos do Sistema Penitenciário brasileiro. 5. JUSTIFICATIVA O processo de Reintegração Social dos internos nas Unidades Penitenciárias do Brasil tem um significado de grande importância, pois é trabalhando com a visão de Reintegração que se garante o direito de um sujeito que em outros tempos se perdeu mediante a um padrão ao qual a sociedade o tem como ideal. A escolha do tema se deu pela extrema importância de levar ao conhecimento de todos, que em presídios existem medidas de reintegração social, e que os futuros Pedagogos devem estar atualizados de várias metodologias e ambientes educacionais. A relevância desta pesquisa é trazer à reflexão para uma sociedade sobre a importância da reintegração dos internos, pois é desta forma que mudamos todo um contexto social, colocando a educação como prioridade e fazendo valer o direito aqueles que através de seus atos infracionais se excluíram da sociedade. 6. METODOLOGIA 6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Quanto a abordagem do problema, de acordo com Nanning (1979), a pesquisa é qualitativa, pois há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem, pois, “Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que ''estimulem a compreensão''. (SELLTIZ et al., 1967, p. 63 apudGIL, 2007, p. 41). Quanto aos objetivos da pesquisa, classifica-se como exploratória por visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Gil (1991) Para o autor, este tipo de pesquisa envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Quanto aos procedimentos do ponto de vista técnico da Pesquisa Gil (1991), se enquadra em Pesquisa Bibliográfica, pois é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo. O material publicado pode ser de fonte primária ou secundária. Sendo assim, a partir deste processo, procuramos encontrar e alcançar subsídios, fazer triagens críticas dos documentos pesquisados e anotações destas leituras, a fim de esboçar objetivos e procedimentos para a estruturação do projeto, que; “Ao tratar da pesquisa bibliográfica, é importante destacar que ela é sempre realizada para fundamentar teoricamente o objeto de estudo, contribuindo com elementos que subsidiam a análise futura dos dados obtidos. Portanto, difere da revisão bibliográfica uma vez que vai além da simples observação de dados contidos nas fontes pesquisadas, pois imprime sobre eles a teoria, a compreensão crítica do significado neles existente.” (LIMA,2007, p.44) Lima (2007) relata em sua obra que a flexibilidade na obtenção dos dados em uma pesquisa bibliográfica, não a torna mais fácil, pois ao contrário do que se pensa ira requerer mais trabalho do pesquisador e disciplina em seus recursos metodológicos pois e um movimento continuo de busca da apresentação dos objetos, das observação das etapas, da leituras, do questionamento e interlocução que o material bibliográfico permite, pois deste modo a pesquisa se tornara um procedimento metodológico de muita importância em relação a produção de conhecimento cientifico totalmente capaz de gerar em temas que foram pouco explorados, a postulação de hipóteses, ou ate mesmo interpretações que serviram de ponto de partida para outras pesquisas e pesquisadores. Lima (2007) aput Quiroga (1991), chama a atenção para que se possa enfatizar o pensamento, pois e preciso haver um constante dialogo com o real, pois as categorias são compreendidas a partir da realidade, de sua observação totalmente empírica do movimento histórico concreto onde desta forma, Entende-se pesquisa como um processo no qual o pesquisador tem “uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente”, pois realiza uma atividade de aproximações sucessivas da realidade, sendo que esta apresenta “uma carga histórica” e reflete posições frente à realidade (LIMA, 2007,p.38.aput. MINAYO, 1994, p.23). Lima (2007) relata que a exposição do método da pesquisa e o primeiro passo para que se possa definir todo o percurso na metodologia onde se apresentar, ira compor determinada pesquisa do caminho do pensamento e a pratica exercida na expressão da realidade ira se encontrar constituída pela visão de um mundo social veiculado pela teoria da qual o pesquisador vale. 7. O SISTEMA PRISIONAL EO PROCESSO DE RESOCIALIZAÇÃO DE APENADOS: CAMINHOS POSSÍVEIS 7.1 SISTEMA PRISIONAL E DIREITOS HUMANOS NO BRASIL De acordo com Cultura Brasileira, os direitos humanos são resultado de uma longa história, Khammu-rabi, rei da Babilônia no 18º século A.C mandou que inscrevessem 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurábi, desde então já se falava em direitos humanos, o rei em uma de suas declarações dizia que: “Em minha sabedoria eu os refreio, para que o forte não oprima o fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão... Que cada homem oprimido compareça diante de mim, como rei que sou da justiça”. (Código de Hamurábi). O Código de Hamurabi foi considerado como a primeira codificação a confirmar os direitos comuns dos homens, como a vida a honra, a dignidade, entre outros, sendo que, na Idade Média, diversos documentos jurídicos reconheciam a existência de direitos humanos, onde passam mesmo a ser importantes no meio internacional com o advento da Carta das Nações Unidas, em 1945, bem como com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, sendo através destas que os direitos humanos passaram a ser destaque na esfera internacional. O artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que, ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Com o passar do tempo, através das novas constituições que foram se criando, essa preocupação com os direitos humanos foi se lapidando, buscando cada vez mais um aperfeiçoar e aprimorar no assunto. Contudo após várias evoluções, podemos afirmar que com a promulgação da atual Constituição, em 05 de outubro de 1988, foi ampliado consideravelmente o rol de garantias fundamentais, dando mais ênfase e efetividade aos direitos humanos. Por sua vez os direitos humanos visam assegurar os valores mais preciosos da pessoa humana, a vida, a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, a dignidade da pessoa humana. Configuram um direito inalienável de qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, por isso se faz necessário a previsão em todas as Constituições. Contudo não basta garantir direitos sem criar meios para efetivamente protegê-los, fazendo-se necessário, no âmbito universal, a criação de sistemas direcionados à proteção dos direitos humanos, pois toda a historia humana com suas vivencias, crenças e objetivos deixa claro que, “a desigualdade dos direitos e a primeira condição para que haja direitos”. (NIETZSCHE apud FULLER, 2012, p.91). Ao longo dos anos foram criados instrumentos fundamentais na efetivação dos direitos humanos, dentre eles podemos citar a Declaração dos Direitos Humanos, que hoje é o pilar fundamental em todo o mundo e todos os demais instrumentos da normativa internacional, que por sua vez, a Carta Magna Constituição Federal de 1988 destaca a prevalência dos Direitos Humanos, visando este objetivo, todas as normas dirigidas a esse fim devem ser objeto de subscrição pelo Estado brasileiro e aprovação imediata pelo Congresso Nacional, desde que se ponha como certa a incondicionada vinculação dos atos de governo aos princípios constitucionais fundamentais, inclusive aqueles responsáveis pelo comportamento do Brasil no cenário internacional, pois O Brasil foi um dos primeiros países a aprovar um plano nacional de direitos humanos. Suas bases foram resultantes de longas jornadas de lutas de entidades, instituições e personalidades, expressando sempre o anseio da imensa maioria da população que se privava no dia-a-dia, as vezes de elementares direitos humanos e subjugada a mil formas de violência institucionalizadas ou não. O Espirito Santo foi um dos poucos estados a apresentar um conjunto de propostas articuladas, que em sua maioria foi aprovadana conferencia nacional de direitos humanos e incluída no programa nacional. (ESPIRITO SANTO, 1996, p.5). Numa perspectiva de busca de reconhecer e se preocupar com as questões que orientem a sociedade no que se diz a repito do direito do ser humano, políticas públicas foram criadas para que se pudesse de uma forma ética, humana e incondicional, e buscar fazer valer os direitos daqueles que se perderam em seu contexto histórico social mediante os valores e às necessidades impostas pela sociedade referente a uma vida em coletivo. Atualmente com as novas tendências humanísticas que busca, de uma forma democrática e libertadora, incluir ao ceio da sociedade os excluídos socialmente pelos seus atos criminosos e incoerentes ao que se espera em uma vida em coletivo, podemos enxergar claramente que a Reintegração Social num sistema Prisional, esta encontra-se em faze de grande conquista, pois nunca teve tantas atenções e políticas voltadas para seu bom desempenho acreditando no sujeito que ainda que em seu histórico social não tenha sido de grandes benefícios à sociedade. Nos últimos anos, vários estudos têm apontado que a grande solução dos problemas carcerários em inovação da necessidade de gerar dignidade aos sujeitos envolvidos que em seu tempo se perderão diante dos padrões sociais, não dependem somente de profissionais e estudiosos qualificados em suas áreas específicas, mas também de uma legislação faça diferença, ou seja, que funcione verdadeiramente mediante as necessidades dos problemas sociais encontrados em nosso País mediante o Sistema Prisional. De acordo com Foucault (2009), o afrouxamento da severidade penal no decorrer dos últimos séculos é um Fenômeno bem conhecido e velho dos historiadores do direito. Entretanto, foi visto, durante muito tempo, de forma geral, como se fosse fenômeno quantitativo, pois menos sofrimento, mais suavidade, mais respeito e “humanidade”. Na verdade, podemos enxergar que tais modificações e problemas se fazem concomitantes ao deslocamento do objeto da ação punitiva, pois talvez a mudança de objetivo, certamente, ao qual o autor ainda relata em sua obra que se não é mais ao corpo que se dirige a punição, em suas formas mais duras, sobre o que, então, se exerce? Mediante a estes questionamentos, os grandes teóricos nos traz a resposta daqueles que abriram, por volta de 1780. O período que ainda não se encerrou é simples, quase evidente, onde dir-se-ia inscrita na própria indagação, pois não é mais o corpo, é a alma qua se busca punir, a expiação que tripudia sobre o corpo deve suceder um castigo que atue, profundamente sobre o coração, o intelecto, a vontade, as disposições. Mably formulou o princípio decisivo: que o castigo, se assim posso exprimir, fira mais a alma do que o corpo. A individualização se apresenta como o objetivo derradeiro de um código bem adaptado. Ora, podemos viver essa individualização que é muito diferente, em natureza, das modulações da pena que se encontravam na jurisprudência. Pois nesse ponto ela estava de acordo com a prática penitenciária cristã que usava duas séries de variáveis para ajustar o castigo, as da “circunstância” e as da “intenção”. Ou seja, elementos que permitiam classificar o ato em si mesmo. Mediante o argumento do autor, digo que esta pesquisa buscar investigar a aplicações do processo de reintegração social dos internos nas Unidades prisionais do Brasil, buscando de uma forma objetiva e bem clara, entender sua história, problemas, dificuldades, avanços, seu crescimento positivo e negativo em nosso cotidiano social com o decorrer do tempo, muitas de suas deficiências e seus pontos positivos, são voltados para uma política de trazer de volta ao seio da sociedade aquele que um dia se perdeu mediante seus próprios conceitos caindo assim na contra mão dos princípios de valores sociais ditados por nossa sociedade. De acordo com teóricos do campo social, no Brasil muito foi feito, e muito ainda se tem para fazer, para que o sistema prisional brasileiro entenda e busque trabalhar de uma forma inclusiva, se preocupando com os sujeitos envolvidos com maior eficiência, trazendo seus valores e os seus conceitos de reintegração social dos internos em nosso sistema carcerário como prioridade em educar e preparar para uma nova vida em sociedade. De acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP), nas unidades do sistema prisionais do Brasil, os profissionais da área de reintegração social seguem uma perspectiva referenciada no modelo pedagógico de formação do sujeito, voltados á autonomia dos sócios educandos com base numa proposta libertadora, pois a abordagem ampla do conceito educacional, se deve ao processo de formação dos educadores, visando a formação dos internos, tendo como princípios de valores: a ética, legalidade, e respeito aos Direitos Humanos, que por sua vez, os internos seguem normas pré escritas pelo regime interno, pois as mesmas são fundamentadas pela Lei de Execuções Penais (LEP). Mediante os problemas encontrados em nosso campo social referente a reintegração daqueles que um dia não conseguirão se manter no seio da sociedade seja La por qual situação o levou verdadeiramente a praticar tais atos, o objetivo desta pesquisa está focado em avaliar o processo educativo da reintegração social dos internos nas penitenciárias do Brasil, buscando investigar de uma forma incondicional suas formas e métodos de aplicação, onde se poderá identificar as metodologias utilizadas, avaliar seu nível de aceitação no processo de Reintegração Social buscando relacionar a práxis no sistema prisional. Buscando conhecer pensamentos de diversos autores envolvidos com o tema e causa dos Direitos Humanos, fica visível a preocupação e dedicação de diversos sujeitos com o assunto. Jhering (2012), relata em sua obra “a luta pelo direito” que todas as leis do mundo foram criadas através de batalhas e que por sua vez fica caracterizado mediante pesquisas que todo o principio da lei que hoje existente em nosso contexto histórico social foram extraídos usando a força daqueles que a negarão e que todo o ato de direito legal das nações e de seus indivíduos se dispõem em defender-se. O autor relata em seus registros que a lei não é simplesmente uma teoria, mas uma espécie de força viva. Diante do assunto apresentado chega se a conclusão que a espada e a balança precisam andar alinhadas para que possam ser utilizadas de forma equilibrada, pois o estado da lei só se torna perfeito quando o poder em que a justiça carrega a espada se mantem igualada com a habilidade a qual ela segura a balança para executar diante da sociedade buscando garantir o interesse de um coletivo social. Desta forma, Todas as leis no mundo foram estabelecidas por meio da luta. Todo princípio da lei que existe teve que ser extraído usando a força daqueles que negaram; e todo direito legal- os direitos legais de toda uma nação como também os dos indivíduos- supõe uma disposição contínua de se afirmar e de defender. A lei não é mera teoria, mas uma força viva. E é assim que a justiça por um lado segura a balança, em que ela pesa o direito, e pelo outro segura a espada com que ela a executa. A espada sem a balança seria pura força, a balança e a espada seria a impotência da lei. A balança e a espada têm que andar juntas, e o estado da lei só é perfeito quando o poder em que a justiça carrega a espada está igualado pela habilidade com que ela segura a balança. (VON JHERING, 2012, p.53). Falconi (1998) considera em sua obra que a prisãoe como os estabelecimentos que o Estado destina para manter sob sua guarda aqueles indivíduos que, em decorrência de seu comportamento “antissocial”, precisam ser segregados, desde que haja norma jurídica assim determinando. O autor descreve com olhar crítico da situação carcerária que o conceito de prisão passou por variadas fases em nossa historia, desde a antiguidade até a atualidade, sendo certo que suas características sofreram agudas e profundas transformações em nosso cotidiano, pois o ser humano é um sujeito de extrema importância e valor. Todo indivíduo quando é colocado em uma posição em que ele e compelido, o mesmo se torna muito mais importante ainda e um dos atores principais que levara a defender seus direitos legais fazendo parte e contribuindo com todo os seus esforços e saberes para uma ideia de termos de leis defendidas por uma nação pois e estado e responsável pela integridade física e moral daqueles que se encontram sobre sua custodia pelos motivos de terem perdido seus valores perante e atacado todo um contesto social onde a sociedade a tem como modelo e certo. Sendo assim, [...] Cada indivíduo colocado em uma posição em que ele é compelido a defender os seus direitos legais faz parte do trabalho de uma nação e contribui o seu esforço rumo á realização da ideia de termos de leis na terra. (VON JHERING, 2012, p.54). Jhering (2012), relata que gerações são constituídas por suas historias de subjetividades, onde em seu tempo, algumas se constituem com guerras e outras em situação de paz, mas as mesmas com os mesmos objetivos, ou seja: de garantir seus direitos e seus objetivos coletivos sejam eles por meios de guerra o de acordo de paz. Para Jhering (2012), “[...] A vida de uma geração é guerra, da outra é paz; e nações, por causa dessa diferença de divisão subjetiva, estão sujeitas á mesma ilusão precisamente como indivíduos. Em nosso cotidiano, a palavra direito nos leva para duas formas distintas de analisa- lo, uma se apresenta subjetivamente mediante a transformação da regra abstrata em direito legal e concreto da pessoa envolvida, e outra forma e o da objetividade, visando abranger todos os princípios da lei pelo estado, se manifestando da seguinte forma, O termo “direito” é, como se sabe, usado em nossa língua de duas formas,- de uma forma objetiva e de uma forma subjetiva. Assim, “direito”, no sentido objetivo da palavra, abrange todos os princípios da lei aplicados pelo estado; é a ordem legal da vida. Mas “direito”, no sentido subjetivo da palavra, é, por assim izer, a transformação da regra abstrata ao direito legal concreto da pessoa. [...]. (VON JHERING, 2012, p.56). Visando a questão da lei histórica e da lei do passado, encontraremos partidos que se opõem em seus objetivos, pois existe uma lei que esta sempre se renovando, que e a eterna e primordial lei da humanidade, Jhering (2012) relata que esses conflitos são trágicos para aqueles que colocaram suas convicções, forças e objetivos em somente no julgamento supremo da historia. Todos as conquistas históricos de nossos conhecimentos tiveram que ser conquistados mediante lutas e grandes esforços sem se desfalecer, como a abolição da escravidão, da servidão pessoal, a liberdade da propriedade rural, da indústria, etc... Muitas dessas conquistas foram adquiridas em varias vezes por batalhas violentas e sangrentas que duravam por séculos e seus direitos a respeito do ser humano eram pisoteados e reduzidos ao pó para que se pudessem chegar a seus objetivos. O autor relata ainda que a lei pode ate renovar sua juventude, mas se abandonar seu passado de alienação e desrespeito a vida de uma forma sangrenta onde, [...] Aqui, encontramos dois partidos que se opõem, cada um levando com si a santidade da lei – a da lei histórica, a da lei passado, e o outro da lei que está sempre vindo a ser, sempre se renovando, a eterna e primordial lei da humanidade. Esse conflito é trágico para aqueles que colocaram todas as suas forças e os seus próprios seres nas suas convicções e que finalmente sucumbem ao julgamento supremo da história. A abolição da escravidão, da servidão pessoal, a liberdade da propriedade predial, da indústria, da consciência etc. – tiveram que ser conquistadas, em primeira instância, dessa forma, por meio das batalhas mais violentas, que muitas vezes duraram séculos. Frequentemente, rios de sangue, e por todos os lados direitos pisoteados, marcam o caminho pela qual a lei passou durante tal conflito. Pois a lei é Saturno devorando os seus próprios filhos. A lei pode renovar a sua juventude, mas somente quebrando com o seu passado. (VON JHERING, 2012, p.61). Jhering (2012), afirma que o ser humano passa a pensar que as coisas aconteceram de uma forma única, e que só resta a ele aguardar pelos resultados de uma forma pacífica com os braços cruzados acreditando que tudo acontecera vindo da tal conhecida e forte fonte primordial da lei. Resumindo o pensamento do autor, a lei em seu modo de ver as coisas e uma ideia que envolve muita força e que os olhos das grandes mentes se encontravam fechados para a causa, [...] de um lado a lei e do outro a linguagem e a arte. Essa doutrina é falsa, mas não é perigosa como uma opinião filosófica. Como uma máxima política, porém, ela contém um erro cheio das maiores consequências imagináveis, pois dá ao homem esperança em vez de faze-lo agir, é agir com uma consciência completa e clara sobre a meta que ele deseja alcançar. Ela dá ao homem a esperança de que tudo acontecerá de forma única, que o melhor que ele pode fazer é cruzar os seus braços e esperar com confiança que lentamente tudo acontecerá vindo da fonte primordial da lei chamada: a convicção natural do direito legal. [...]. O costume para Putcha é simplesmente um modo de reconhecer a convicção do que é legalmente correto, mas essa convicção em si é primeiro formada com base nas suas próprias ações, por meio dessa ação ele primeiro demonstra o seu poder e o seu chamado para governar a vida. Resumindo o princípio: a lei é uma ideia que envolve força – para isso, os olhos dessa grande mente estavam completamente fechados. [...](SAVIGNY. PUTCHA apud VON JHERING, 2012, p.62). O autor relata que a origem da lei assim como a do homem em todo o seu contexto histórico social, sempre foram acompanhados das grandes dores como de parto, pois mediante fatos que comprovam que a lei não e fácil, e que muitos tiveram que trabalhar e lutar sangrando por ela, foi criado as grandes nações e suas leis como vínculos gerando de mãe e filho, mas não deixando de registrar o momento em que a mãe em seu parto coloca o filho em risco, assim foram as grades batalhas em pro da nações conquistarem suas lei mediantes seus direitos e alvos, com tudo isso chegamos a conclusão de que a “a igualdade pode ser um direito, mas não há poder sobre a terra capaz de a tornar um fato”. (HONORE DE BALZAC apud FULLER, 2012, p.91). As politicas públicas voltadas ao contexto de direitos do homem, ainda caminham a passos lentos, se apresentando como uma utopia, mas de acordo com os teóricos aqui apresentados, muito trabalho ainda precisa ser feito para que realmente o ser humano possa fazer parte e tomar posse de todos os teus direitos. 7.2 REINTEGRAÇAO SOCIAL NO SISTEMA PENAL Em pleno século XXI, é impossível pensar em um sistema prisional sem pensar em politicas voltadas para a reintegração social do sujeito que se perdeu mediante os conceitos e ideais da sociedade, pois, de acordo com Governo do Estado de Minas Gerais (2004), uma das soluções visíveis e concretas para solucionar os problemas relacionados a uma reintegração social medianteos problemas encontrados em um sistema prisional esta no ajustamento e politicas publicas voltadas as penas alternativas e assistência ao preso egresso, para que se possa trabalhar de uma forma que apresente resultados ressocializadores mais rápido possível. Ou seja, adquirir uma postura totalmente oposta a de ficar administrando crises, pois as penas alternativas ira diminuir a superlotação no sistema presidiário, os custos aos cofres públicos, favorecer o maior objetivo, que é o de ressocialização buscando integrar o individuo a sociedade com novos conceitos a respeito da vida em coletivo, reduzir a reincidência, pois de acordo com as novas formas na legislação referente as penas alternativas, elas podem ser aplicadas aos presos condenados por sentenças de até quatro anos e que não sejam reincidentes do sistema prisional, onde desta maneira; a) A pena privativa de liberdade deve ser a ultima ratio, limitando-se aos crimes de maior gravidade e infratores perigosos, sendo aplicada somente quando absolutamente necessária; b) A pena devera sempre cumprir uma função ressocializadora amparando hipóteses alternativas que prestigiem a reinserção do condenado no convívio social; c) A aplicação da lei penal envolve encarar não somente o problema da razão de se sancionar alguém, mas também como e quando faze-lo; d) A ressocialização de delinquente deve ser a meta prioritária da condenação penal, sem que isso signifique, em termos absolutos, esvaziamento da pena; e) A preponderância da ressocialização como fim de execução penal não deve pautar somente os programas de politica criminal, mas formular uma ética jurídica que represente equilíbrio entre liberdade individual e os interesses da sociedade democrática (JESUS; DMÁSIO 1998, apud MINAS GERAIS, 2004 p. 132-133). O referido documento relata que dentre todas as penas restritivas de direito de liberdade, aquela de prestação de serviços comunitários e a que tem sio de maior eficácia no sentido da ressocialização e da baixa reincidência no sistema carcerário. O monitoramento das penas alternativas de direito a liberdade e realizado da seguinte forma de acordo com o programa central de penas alternativas do Estado de Minas Gerais (2004), enquanto nas varas criminais os juízes aplicam as medidas alternativas de liberdade, uma equipe de apoio técnico, capta, cadastra e capacita algumas entidades parceiras, onde por sua vez os órgãos da execução como o Juiz e o Ministério Público possa credenciar uma rede de apoio local publica e de interesse social. Assim, Durante o acompanhamento, a equipe técnica de apoio monitora as situações vividas pelo beneficiário, estabelecendo um contato permanente entre o juízo e a entidade parceira, através de visitas, reuniões, entrevistas, grupos de discursão, seminários e oficinas de trabalho com os próprios beneficiários e os responsáveis daquela instituição.(MINAS GERAIS, 2004, p.48). Bulos (2003) em suas palavras relata que a educação é o caminho para que o homem possa evoluir perante seus objetivos e ideais e pois e um direito publico totalmente subjetivo onde por contrapartida e um dever do Estado e também do grupo familiar onde o mesmo se encontra inserido, que por sua vez a constituição deve ter em vista o desenvolvimento do individuo capacitando-lhe para o exercício da cidadania com o objetivo de qualifica-lo para o mercado de trabalho, pois desta forma prepara o homem, o cidadão e o produtor de bens e serviço de uma sociedade. O Governo do Estado de Minas Gerais, através do programa de penas alternativas (2004), afirma que as entidades parceiras e habilitadas que fazem o acompanhamento daqueles que se encontram em penas alternativas em um contexto de ressocialização, emitem relatórios e preenchem fichas de controle de frequência , pois através de vários instrumentos de trabalho repassados ao juizo desde o momento do credenciamento das instituições com a vara de execução ao juizado especial criminal, onde se concluem o tempo determinado do cumprimento da pena aplicada, que por sua vez se torna extinta a punibilidade e o processo e extinto pelos meios legais. Caso se caracterize uma situação de reincidente, a equipe de apoio técnico registra nos autos do processo ou dialoga, diretamente, com os órgãos da execução para que possa ser realizada uma audiência de advertência, onde ela se confirme ou se caracterize o descumprimento da pena ou medida. Esse procedimento jurídico pode implicar em um novo encaminhamento ou, no caso das varas de execução, em uma conversão de pena alternativa para pena privativa de liberdade. (MINAS GERAIS, 2004, p.49) De acordo com referido documento no Brasil, todas as penas alternativas vem se materializando nos últimos quinze anos, junto com a reforma do estado, onde se torna claro e nítido a passagem de um Estado burocrático para um Estado gerencial, que atenda as necessidades da sociedade em si e que gerou ações públicas baseadas em contrato de gestão. O Estado passa a executar de uma forma objetiva a política pública, e a sociedade, a monitorar seus resultados , de acordo com os princípios do Estado Democrático de Direito. Mediante toda a ação penal relacionada e voltada para uma medida alternativa de liberdade focando a reintegração social do apenado, necessário é também frisar que toda sanção penal de baixa e média criminalidade em seu momento da aplicação, devera se basear nos princípios de proporcionalidade e da razoabilidade da pena, onde desta forma no momento da execução o principio da punibilidade venha se apresentar com o cumprimento da medida alternativa imposta visando a reintegração, pois; As alternativas penais apresentam, já não há duvida, um dos maios eficazes de prevenir a reincidência, pois enseja que o infrator, cumprindo sua pena em liberdade, seja monitorado pelo Estado e pela comunidade, ampliando-se assim as possibilidades de sua reinserção social. Reinserção sócia, que não consiste somente em medidas que atuem sobre o delinquente, mas, sim, em uma eficácia politica de interação entre individuo e sociedade. (MINAS GERAIS, 2004, p.52) O documento aponta ainda que no Brasil, embora ainda esteja previsto na Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 1984), todas as penas alternativas de direitos eram poucas aplicadas mediante a grande dificuldade do Judiciário na execução do seu cumprimento onde as aplicações das penas de medidas alternativas começaram a avançar mediante a elaboração das Regras Mínimas das Nações Unidas para que se pudessem elaborar medidas não privativas de liberdade, conhecidas e chamadas de Regras de Tóquio, onde foram recomendadas pela ONU em 1990 com a finalidade de criar meios mais eficazes para que se pudesse melhorar a prevenção da criminalidade e no que se diz respeito ao tratamento dos delinquentes em uma visão socializadora, pois; A distinção entre uma injustiça objetiva e subjetiva é, do ponto de vista legal e científico, muito importante. Ela expressa a forma como a lei de vê o assunto e justifica as consequências que a violação da lei acarreta, mas ela não decide de forma alguma como o indivíduo verá esse assunto; como o seu sentimento do direito legal será excitado por uma injustiça sofrida, um sentimento que não pulsa de acordo com as noções abstratas do sistema [..]. (VON JHERING, p.85) Carvalho (2003) pronuncia uma cidadania plena, que se possa combinar a liberdade, participação e igualdade para todos, pois esse e um ideal desenvolvido pelo Ocidente e talvez inatingível, mas ele tem o serviço de parâmetro para o julgamento da qualidade da cidadania em cada país e em cada momento de sua historia. O Governode Minas Gerais (2004), relata que o perfil dos apenados que se beneficiam das penas alternativas numa visão de inclusão social buscando dar ao sujeito uma nova chance de se reintegrar ao seio da sociedade variam no mesmo perfil da população carcerária predominando o sexo masculino como maioria e os delitos predominantes entre os beneficiários das penas alternativas, estão o furto, porte de armas, uso de drogas e lesão corporal caracterizada como leve, e ainda que o envolvimento criminal do sujeito não se explique pela pobreza e miséria, não se pode deixar de analisa-los como elementos importantes na luta contra a exclusão social. O autor chama a atenção que querer fazer com que a aplicação de pena alternativa onde visa trabalhar a reintegração e ressocialização venha resolver as questões de segurança publica e meramente desconhecer as raízes e causas da criminalidade, pois nada adiantam como leis severas, criminalização totalmente excessiva de condutas penas mais longas e cruéis, se não tiverem conhecimento de causas especificas que realmente tenha significado de inclusão e reintegração dos apenados, pois as causas da criminalidade hoje enfrentada por nossa sociedade, não estão somente relacionadas a severidade das penas , mas estão também relacionadas as mas condições socioeconômicas que se aplicam a uma grande parcela da sociedade ao cometem um crime, aliados também a ineficiências de nossas politicas publicas onde há uma grande corrupção e violência de direitos do sistema de justiça penal, pois; Por isso, há que se definir uma estratégia para combater a violência como um todo. Se os governos implantarem politicas de ressocialização do preso, não permitindo que os crimes, por menores que sejam, fiquem impunes, se fomentar e fiscalizar a aplicação das penas alternativas, estarão contribuindo muito para evitar as altas taxas de homicídio e crimes violentos, ajudando, com isso, a construir um direito penal mais humanitário. (MINAS GERAIS, 2004, p.11). Nas palavras de Dallari (1998), a cidadania expressa em si um conjunto de direitos que da a pessoa a total possibilidade para que possa participar ativamente e do governo de seu povo. Segundo o autor, quem não tem cidadania, esta entregue e totalmente marginalizada ou excluída da vida social que e ditada por uma sociedade que ditam as regras do certo e do errado, fazendo com que o sujeito se mantenha em uma posição inferiorizada dentro de um determinado grupo social. Na Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania do Estado do Espirito Santo (2013), existe uma portaria que visa fazer valer o processo de reintegração social envolvendo os servidores do próprio sistema como os inspetores penitenciários que se encontram lotados em suas unidades, onde os mesmos são reconhecidos através do grupo de apoio escolar; PORTARIA – N° 203-S, de 04 de fevereiro de 2013. Institui o Grupo de Apoio Escolar no âmbito da Diretoria de Ressocialização – DIRESP da Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo –SEJUS/ES. O SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 98, inciso II, da Constituição Estadual, e o SUBSECRETÁRIO PARA ASSUNTOS DO SISTEMA PENAL, no uso da competência atribuída pelo Secretário de Estado da Justiça, por meio do artigo 2º, inciso V, da Portaria nº 1311 de 15 de outubro de 2012: CONSIDERANDO que a Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo – SEJUS/ES tem por competência a coordenação, a articulação, o planejamento, a implantação e o controle da Política Penitenciária Estadual, em conformidade ao artigo 74 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP); CONSIDERANDO que a assistência educacional é direito dos detentos/ preso s dos estabelecimentos penais, bem como dever do Estado em fornecê-la, conforme estabelecem o art. 41, inciso VII, e o art. 1, inciso IV, ambos da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP); CONSIDERANDO as diretrizes e estratégicas previstas no Plano Estadual de Educação para o Sistema Penitenciário do Espírito Santo, objetivando à ampliação da oferta de educação no âmbito dos estabelecimentos penais; RESOLVE: CAPÍTIULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Instituir o Grupo de Apoio Escolar no âmbito da Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo – SEJUS/ES. CAPÍTIULO II DO OBJETIVO E FUNCIONAMENTO DO GRUPO DE APOIO ESCOLAR Art. 2º O Grupo de Apoio Escolar tem por objetivo contribuir no cumprimento e organização da jornada diária das atividades educacionais desenvolvidas no âmbito dos estabelecimentos penais. Art. 3º O Grupo de Apoio Escolar será coordenado pelo Núcleo Educacional da Diretoria de Ressocialização - DIRESP/SEJUS e composto por agentes penitenciários, que serão destinados às atividades inerentes ao Programa Educacional do Sistema Penitenciário, desenvolvido através da parceria existente entre a SEJUS e a Secretaria de Estado da Educação - SEDU. Art. 4º Cabe ao Núcleo Educacional da DIRESP, planejar, executar, monitorar e avaliar as ações e atividades do Grupo de Apoio Escolar, inclusive indicar o quantitativo e avaliar o perfil dos agentes penitenciários que atuarão no Grupo, em conformidade à política de educação para o Sistema Penitenciário Estadual e às particularidades de cada unidade prisional. Parágrafo único. Em períodos de recesso escolar, cabe ao Núcleo Educacional da DIRESP indicar atividades complementares para os agentes penitenciário s do Grupo de Apoio Escolar e/ou, disponibilizá- los para outras atividades inerentes ao cargo , em parceria com a direção das unidades prisionais. Art. 5º Compete aos agentes penitenciários do Grupo de Apoio Escolar da SEJUS, exercer atividades de atendimento, custódia, guarda, assistência e orientação ao s interno s das Unidades Penitenciárias do Estado, em conformidade à Lei Complementar n. 455/2008, em especial: I – Auxiliar na movimentação dos detentos/presos para entrada e saída das salas de aula;( ESPIRITO SANTO, Governo do Estado do. 2013) Junqueira (2005) apud, Mendes (2005), relata a vida de um interno que toda semana lia de quatro a cinco livros, para que pudesse fazer com que seu tempo em que se encontra cumprindo pena se tornasse mais rápido e que seus problemas do cotidiano passassem invisíveis perante seus olhos pois vivendo em um mundo da literatura, o mesmo não teria temo para sentir as dores da realidade ao qual ele se encontrava. Dizia o interno, que delícia era o mundo dos livros! A cada viagem ele fumava um baseado e ia fundo, viajando do sistema carcerário a países onde estranhos, pessoas diferentes, mundos inteiramente diversos e fascinantes que a literatura o proporcionava, segundo o autor, o interno ia se apaixonando cada dia mais pelos livros, pois o enxerga como a porta da liberdade lendo em média oito horas por dia, pois ele não estava mais só em sua concepção, as histórias e os personagens eram vivos em sua mente e vida cotidiana como se fosse um passe de mágica, mas quando chegava o fim de cada livro, o interno sentia uma angustia, um aperto no coração onde não conseguia nem explicar. Era livro atrás de livro onde o mundo do interno se ampliou de acordo com o autor. O sistema prisional hoje enfrenta momento histórico, pois nunca se pensou tanto em reintegração social como se pensa hoje, normas pré-estabelecidas foram criadas para que se pudesse atender de forma ética e legal a questão da educação e assistência ao apenadovisando garantir os seus direitos não restritos pela pena; 1 - A detenção penal deve ter por função essencial a transformação do comportamento do indivíduo; 2 - Os detentos devem ser isolados ou pelo menos repartidos de acordo com a gravidade penal de seu ato, mas principalmente segundo sua idade, suas disposições, as técnicas de correção que se pretende utilizar com eles, as fases de sua transformação; 3 - As penas, cujo desenrolar deve poder ser modificado segundo a individualidade dos detentos, os resultados obtidos, os progressos ou as recaídas; 4 - O trabalho deve ser uma das peças essenciais da transformação e da socialização progressiva dos detentos; 5 - A educação do detento é, por parte do poder público, ao mesmo tempo uma precaução indispensável no interesse da sociedade e uma obrigação para com o detento; 6 - O regime da prisão deve ser, pelo menos em parte, controlado e assumido por um pessoal especializado que possua as capacidades morais e técnicas de zelar pela boa formação dos indivíduos; 7 - O encarceramento deve ser acompanhado de medidas de controle e de assistência até a readaptação definitiva do antigo detento.(FOUCAULT,1999, p.237). Referente aos direitos civis que constam na Constituição Federal de 1988, chama- se a atenção em relação ao individuo que um dia foi apenado ou esteja retornando ao sistema carcerário, ou seja, tanto o detento quanto o egresso prisional permanecem titulares dos seus direitos, conforme o art. 38 da Lei 7. 209/84 e o art. 5º XLI da Constituição Federal. Estes estabelecerem: Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. Art. 5º XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. Leal (2001) faz a seguinte observação em sua obra; como falar de fato em respeito e integridade física daquele que se encontra sobre a custódia do estado em prisões onde convivem pessoas sadias e doentes, por onde o lixo e todos os desejos humanos se acumulam a olhos vistos e as fossas abertas em suas galerias onde exalam um odor insuportável, onde as celas individuais são desprovidas de instalações sanitárias, aonde os alojamentos coletivos chegam de trinta a quarenta homens, ainda que a Lei nº 7.210/84 proíbe tal ação. Celas escuras em que presos são recolhidos por longos períodos sem banho de sol, sem direito sequer de visita, onde a alimentação e o tratamento médico e odontológico são totalmente precários e a violência sexual atinge níveis desassossegantes. Mediante a fala do autor como falar em integridade física e moral em prisões em que a oferta de trabalho e inexistente e absolutamente insuficiente, onde presos são obrigados pelo sistema a assumirem paternidade de crimes que não cometeram por imposição do mais forte. De acordo com Congresso Nacional (2009), o sistema carcerário ainda que se encontre trabalhado bastante para dar uma nova cara nas questões sociais que envolvem o apenado em perspectiva que venha fazer a diferença na vida do mesmo no que se diz humanização, ainda se encontra em plena; “Dez graçado, Dez humano, Dez truidor, Dez ligado, Dez figurado, Dez engonçado, Dez agregador, Dez temperado, Dez trambelhado, Dez informado” (Frase escrita a mão, vista pela CPI, em uma porta na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador). (CONGRESSO NACIONAL, 2009). Mello (2006) apud Moraes (2011), aponta que a reintegração social deve propiciar a formação necessária ao desenvolvimento das aptidões, das potencialidades e da personalidade do individuo, pois o processo da educação precisa ter como meta a qualificação do educando para o mercado de trabalho, preparando o também para o exercício da cidadania onde com o acesso da educação possa também se realizar de uma forma democrática. Palma (1997), apresenta o trabalho como uma ferramenta importantíssima para cada um de nos, podendo ressaltar e afirmar que e mais essencial ainda para o portador de conduta desviante, por ter o caráter educativo, que esta incluída em processos sistematizados de varias substituições de valores inadequados, que foram incorporados durante a vida pregressa do individuo, como também uma nova perspectiva e inclusão de vida. Na medida em que o preso passa a valorizar um novo e inovador estilo de vida social sentindo se útil buscando adquirir novos valores centralizando toda sua energia para as atividades que possam reconhecer sua verdadeira capacidade criativa e despertando sua perspectiva de viver no futuro do seu próprio trabalho de luta para levar seu padrão de vida de acordo com os ideais de uma sociedade coletiva; A prisão celular é desumana porque elimina ou atrofia o instinto social, já fortemente atrofiado nos criminosos e porque torna evidente entre os presos a loucura ou a extenuação. A Psiquiatria tem notado igualmente, uma forma especial de alienação que chama loucura penitenciária. O sistema celular não pode servir à reparação dos condenados corrigíveis precisamente porque debilita, em vez de fortalecer o sentido moral e social do condenado. Por último, é muito caro para ser mantido (FERRI apud BITENCOURT, 2004, p.65) Thompson (1980) relata que parece que treinar homens para a vida livre os submetendo a certas condições de cativeiro, se parece tão absurda como alguém que veem se preparando para uma corrida ficando por varias semanas, pois a impressão que se passa é que a adaptação a prisão se transforma em desadaptação a vida livre ao ceio da sociedade. Zaffoni (2002) apud Graziano Sobrinho (2007), registra em sua pesquisa que o sistema penal produz em toda a uma clientela que se encontra sobre a custódia do Estado, um processo de condicionamento criminalizante ao qual se orienta através de estereótipos proporcionados pelos meios de comunicação em massa, pois os sistema carcerário seleciona de acordo com esses estereótipos atribuindo lhes e exigindo lhes tais comportamentos, olhando os e instigando e todos a alha-los do mesmo modo. Os estigmas produzidos pelo sistema segundo o autor são sentidas de forma mais intensa pelas pessoas carentes, não por que elas tem mais proporção de cometer crimes, mas sim em virtude de que já forma selecionadas e tem o esterotipo de criminalizáveis. O autor ainda relata que a carga de estigmatização é ainda maior, uma vez que o contato com o sistema penal faz com que todas a s pessoas se distancie dos indivíduos que de acordo com seus ideais se encontram contaminados, totalmente estigmatizados pelo contato com o sistema carcerário, formando um circulo vicioso aumentando a manutenção de todas as áreas do sistema. Segundo Lemos (1998), no Brasil, o trabalho prisional é realizado como forma de punição e controle de todos os indivíduos onde se predominou dede a época do Império ate 1937, onde passou a gerar grandes preocupações por parte dos juristas e penitenciaristas em instituir uma lei especial para a execução dos problemas enfrentados pelo sistema possibilitando um trabalho humanístico e reintegrador no futuro. Foucault (1987) apresenta o um grande grau de utilidade, o trabalho no sistema penal, desde suas origens até a execução da pena dos indivíduos, relata ainda que a prisão e um quartel estrito, uma escola sem indulgência, uma oficina sombria, onde se faz entender que a prisão e a forma mais imediata e mais civilizadora de todas as penas. Na concepção de Souza (2002) o trabalho no sistema penal visando a reintegração doindividuo precisa atender ao principio do interesse social acima dos resultados econômicos. Isto por que segundo o autor a maior contribuição da atividade da vida laboral sistemática se reflete no comportamento do interno, pois provoca a redução dos níveis de estresse da população carcerária melhorando o ambiente do presídio, seja por que evita a ociosidade e sobre tudo por se constituir em promissora perspectiva de absorção de trabalho, quando se retorna desse segmento ao convívio familiar e social. Neto (2006) chama a atenção que o trabalho para o preso, não representa o cumprimento de sua pena e muito menos um castigo, mas sim um fator que permitira o crescimento pessoal por meio do desenvolvimento pessoal e intelectual, significando a esperança de conseguir construir a vida no momento do retorno ao convívio social, resgatando a confiança em si mesmo, a auto imagem diante de seus familiares e resgatando a auto estima, pois a renumeração recebida o permitira adquirir materiais de suas necessidades, onde o fara se sentir bem com ele mesmo, gerando uma grande probabilidade de não retornar quando sair ao sistema carcerário. Art. 113. A todos cabe o direito de prover à própria subsistência e à de sua família, mediante trabalho honesto. O poder público deve amparar, na forma da lei, os que estejam na indigência; Art. 160: A ordem econômica e social tem por fim realizar o desenvolvimento nacional e a justiça social, com base nos seguintes princípios; II. Valorização do trabalho como condição da dignidade humana; “Da Ordem Econômica e Financeira - Capítulo I - Dos princípios gerais da atividade econômica. Art. 170. A ordem econômica, fundada valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a toda existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios, VIII - busca do pleno emprego (CONSTITUIÇÂO FEDERAL, 1988). Delmanto (2000) diz que o trabalho é um direito e dever dos presos e que sempre será renumerado em valor não inferior a três quartos do salário mínimo, mas devendo a renumeração atender á reparação do crime, assistência a família, e embora o trabalho do apenado não esteja sobre o regime da consolidação das leis de trabalho, o detento tem direito aos benefícios previdenciários, sendo assim; “... regenere a pessoa para a vida útil e produtiva, delegando esta atribuição à sociedade civil organizada. Como se vê, o espírito da lei é sempre no sentido de apostar na recuperação da pessoa, mas o grande desafio consiste em criar condições efetivas para que isso ocorra” (SILVA, 2001, p. 25-26). Ferreira (2002) e preciso acabar de vez com as manobras medievais que se tornaram nossos presídios, pois esperar somente pelo poder publico e cômodo de mais, ou a sociedade assume a parte dela em questão a dar uma nova cara aos que um dia se excluíram dela pelas suas ações antissociais participando ativamente na recuperação dos presos, ou então passara a vida toda lamentando. “Haverá de surgir o momento em que o bom -senso prevalecerá, quando se entenderá quão profunda é a problemática do sistema penitenciário no particular e presidial no geral e a permanência de soluções sérias e eficazes. Fatalmente, haveremos de entender que o tratamento do preso não pode ser tão-só um discurso lacônico (...) A pena, mantendo como mantém, características de punição, não acrescenta qualquer benefício ao trabalho da reeducação e da ressocialização, via crucis por onde, inquestionavelmente, h averá de passar o destinatário da reinserção social” (FALCONI, 1998, p. 116- 117). Em sua obra Falconi (1998) afirma que a reinserção passa pelo aprimoramento sócio cultural, onde devera receber tratamento para as eventuais doenças psicossomáticas; “A reinserção passa (...) pelo aprimoramento sócio-cultural do condenado, enquanto naquela condição. Ali, deverá receber tratamento para as eventuais doenças psicossomáticas, treinamento profissional e condicionamentos elementares à vida em uma sociedade aberta. Quando libertado, deverá ter à sua disposição ampla e eficaz infraestrutura para que materialmente se realize tudo aquilo que formalmente lhe foi transmitido. Para tanto nunca é demais repetir, torna-se imperiosa a criação material desses órgãos já previstos, mas não devidamente implantados, quando não é o caso de sequer iniciado o programa de implantação, como é o caso dos patronatos” (FALCONI, 1998, p. 163). Carvalho Filho (2002) afirma que o equilíbrio das penitenciárias é mantido por força de concessão e privilégios e tolerâncias que acabam estabelecendo focos de poder capazes de submeter a uma nova e inevitável rede de violência. Quanto mais tempo atrás das grades, distante do mundo real, mais profunda a desadaptação e mais previsível o retorno a criminalidade dificultando a visão e a ação de politicas publicas voltadas para a reintegração social. 7.3 REALIDADE NO SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL No sistema prisional, muitos dos acontecimentos negativos têm sido os reflexos históricos mediante o desejo de conquistas dos internos, pois os indivíduos que se encontravam sobre a custódia do Estado buscam conquistar os seus direitos através das grandes rebeliões, motins, quebradeiras e até agressões físicas a servidores que prestam serviços em unidades prisionais. Os internos danificam o patrimônio publico sem pensar nas consequência, por entenderem que nossa legislação e frágil mediante aquele que pratica um crime. Na visão de Shecaira (1993), o Estado muito tem se preocupado para apresentar a sociedade uma resposta em relação aos seus atos que não condis com a vida em coletivo, mas ao punir o sujeito, acaba apresentando a punição como um ato de destruição simbólica do crime, pois; tal exigência é tão imperiosa que, desconhecido o verdadeiro agente, vai muitas vezes, o ato punitivo incidir sobre qualquer outro, a quem seja atribuído o fato pela própria vítima ou seus parentes, ou por processo de natureza mágica. É a responsabilidade flutuante, em busca de um responsável para a pena, que libertará o clã da impureza com que o crime o contaminou. (SHECAIRA, 1993, p. 25). Barros (2003) apresenta a pena como uma dupla prevenção, onde é geral e especial. A prevenção geral porque a intimidação que se supõe alcançar através da ameaça da pena surte efeitos em todos os membros da coletividade, atemorizando os virtuais infratores os impedindo de se expressarem em relação aos seus problemas pessoais e atuam situação em que se encontram vivendo no sistema prisional, e a prevenção especial porque atua sobre a consciência do infrator da lei penal, fazendo o medir o mal que praticou, inibindo-o, através do sofrimento que lhe é inerente, criando em seu psicológico que o preso não tem mais jeito para a vida em sociedade o levando a idealizar coisas negativas referente sua vida e planejar a cometer novos delitos ao sair ou fugir da prisão. O autor ainda relata em sua obra que; a pena tem caráter retribuitivo preventivo. Retributivo porque consiste numa expiação do crime, imposta até mesmo aos delinqüentes que não necessitam de nenhuma ressocialização. Preventivo porque vem acompanhada de uma finalidade prática, qual seja, a recuperação ou reeducação do criminoso, funcionando ainda como fator de intimidação geral. (BARROS, 2003, p. 434). A prisão para Bitencourt (1993), é desumana porque elimina ou atrofia danificando de uma forma irreparável o interior psicológico do preso, pois o instinto social o tornando insensível mediante as questões da sociedade ao qualele precisar ser inserido e viva de forma harmoniosa, pois a autoestima já é fortemente atrofiada nos criminosos os tornando totalmente frios e manipuladores com todos os conceitos e pensamentos de humanização fortalecendo o ato de que; É do conhecimento que „grande parte da população carcerária está confinada em cadeias públicas, presídios, casas de detenção e estabelecimentos análogos, onde prisioneiros de alta periculosidade convivem em celas superlotadas com criminosos ocasionais, de escassa ou nenhuma nocividade, e pacientes de imposição penal prévia (presos provisórios ou aguardando julgamento), para quem é um mito, no caso a presunção de inocência. Nestes ambientes de estufa, a ociosidade é a regra; a intimidade inevitável e profunda‟. (LEAL, 2001, p. 58). A realidade vivida pelo preso é apresentada na obra de Bitttencourt (1993), quando surge uma oportunidade de mudança de vida através do trabalho, onde a mesma chance de mudar tem causado muitos constrangimentos também, pois o interno tem enfrentado grandes descriminações tanto por parte de funcionários de empresas quanto de próprios internos que trabalham nas mesmas empresas e que não aceitam o ato criminoso do outro, não permitindo para que ambos se sintam a vontade na busca de novos horizontes que se alinham a sociedade, dificultando todo o trabalho pedagógico planejado para que se possa inserir o interno no contexto social dando-lhes uma nova vida mediante o trabalho, para que o mesmo possa resgatar a sua dignidade de cidadão, A segregação de uma pessoa do seu meio social ocasiona uma desadaptação tão profunda que resulta difícil conseguir a reinserção social do delinqüente, especialmente no caso de pena superior a dois anos. A segregação sofrida, bem como a chantagem que poderiam fazer os antigos companheiros de cela, podem ser fatores decisivos na definitiva incorporação ao mundo criminal. (BITENCOURT 1993, p. 147). Grandes atos de facções criminosas tem sido realizadas debaixo dos olhos da sociedade como se vivêssemos em uma terra sem lei e sem regras sociais alguma de uma forma como se nada estivesse acontecendo, mídias independentes tem denunciado e trazido a publico que criminosos tem ditado as regras na sociedade e que estão administrando o crime organizado através das cadeias, ou seja; estão presos sobre a custódia do Estado, mas estão comandando todos os atos criminosos, um exemplo dessas ações é o primeiro comando da capital, denominado (PCC), que criou suas próprias regras sem se preocupar com a reação do Poder publico criando o; Estatuto do primeiro comando da capital (PCC) 1. Lealdade, respeito, e solidariedade acima de tudo ao Partido 2. A Luta pela liberdade, justiça e paz 3. A união da Luta contra as injustiças e a opressão dentro das prisões 4. A contribuição daqueles que estão em Liberdade com os irmãos dentro da prisão através de advogados, dinheiro, ajuda aos familiares e ação de resgate 5. O respeito e a solidariedade a todos os membros do Partido, para que não haja conflitos internos, porque aquele que causar conflito interno dentro do Partido, tentando dividir a irmandade será excluído e repudiado do Partido. 6. Jamais usar o Partido para resolver conflitos pessoais, contra pessoas de fora. Porque o ideal do Partido está acima de conflitos pessoais. Mas o Partido estará sempre Leal e solidário à todos os seus integrantes para que não venham a sofrerem nenhuma desigualdade ou injustiça em conflitos externos. 7. Aquele que estiver em Liberdade "bem estruturado", mas esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, serão condenados à morte sem perdão . (http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/05/353333.shtml - autor desconhecido - 15/05/2006 às 18h17min.) De acordo com Cicilliatti (2008), os presos estão se fortalecendo das fraquezas do poder público e seus agentes legais, aproveitando-se da desestruturação do sistema, a falta de efetiva vigilância e controle, das brechas legais e das facilidades em se articularem, se organizam em facções criminosas, aparentemente, com fins de defesa dos „oprimidos‟ deixando claro para todos que o poder paralelo esta sobre nossa legislação e que seus atos funcionam de verdade, gerando na sociedade uma impotência intelectual e desespero mediante ações que estão fora de controle de nossos governantes. Leal (2001), afirma mediante a situação do criminoso que tem afrontado de uma forma ilimitada para que se possam alcançar seus objetivos confrontando e amedrontando a sociedade, que a recuperação do condenado deve ser compreendida como a finalidade primordial da prisão. Nesse sentido é recente a preocupação estatal, que determinou na Lei de Execução Penal quais são os direitos do preso que são de acordo com a Lei de Execução Penal LEP; Art. 41: “Constituem direitos do preso: I – alimentação suficiente e vestuário; II – atribuição de trabalho e sua remuneração; III – previdência social; IV – constituição de pecúlio; V – proporcionalidade na distribuição do tempo para trabalho, descanso e a recreação; VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX – entrevista pessoal e reservada como advogado; X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI – chamamento nominal; XII – igualdade de tratamento, salvo quanto às exigências de individualização da pena; XII – audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIII – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes; XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade de autoridade judiciária competente. Mediante todas as ações e politicas públicas que tem trabalhado em favor dos presos que se encontram sobre a custodia do Estado, Leal (2001) chama a atenção para que se abram os olhos para as formas de reintegração social em um modelo renovador pois, é de conhecimento geral que a cadeia perverte, deforma e embrutece. É uma fábrica de reincidência, é uma universidade às avessas, que se diploma o profissional do crime. A prisão, essa monstruosa opção, perpetua-se ante a impossibilidade da maioria como uma forma ancestral de castigo. Positivamente, jamais se viu alguém sair do cárcere melhor do que quando entrou, ou seja e preciso criar politicas publicas que possam trabalhar na prevenção do sujeito para que não se torne um autor da população carcerária, Sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinqüente, promover sua reabilitação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade. (FERNANDO CAPEZ & BONFIM, 2004, p. 632). De acordo com o Entendimento de Muñhoz Conde
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