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Destrinchando artigos ART.251 CODIGO PENAL - Crime de Explosão

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PEQUENO “DESTRINCHADO” DE ARTIGOS DO CÓDIGO PENAL
TITULO VIII – Capitulo I - Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública
Crimes contra a incolumidade pública são crimes que colocam em risco a segurança de uma coletividade de pessoas. Não é necessário que o fato ocorra para caracterizar o crime, basta apenas que haja o risco.
Art. 251 - Crime de Explosão>>> Aposto que a expressão “BUUMM!!!” passou na sua cabeça certo? Mas este pensamento não está totalmente certo. Não precisa existir a explosão para caracterizar o crime. Não precisa de “BUUMM!!!”
O texto do artigo já inicia-se com a frase “Expor a perigo...”, ou seja, ninguém precisa morrer, ninguém precisa se machucar e nem precisa haver dano no patrimônio alheio para caracterizar o crime.
Continuando a leitura do artigo “...a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substancia de efeitos análogos.
O simples arremesso de artefato explosivo ou instalação do mesmo, mesmo que este falhe e não exploda, caracterizará o crime.
EXEMPLO: Puxei o pino de uma granada e joguei-a em uma multidão de pessoas, mas ela não explodiu.
EXEMPLO: Instalei três dinamites em um cronometro digital, tudo pronto para causar uma explosão, e coloquei dentro de um estádio de futebol, mas não armei, não ativei o cronometro.
Em ambos os exemplos, o crime está caracterizado.
PENA – Reclusão, de três a seis anos, e multa.
PERGUNTA: Se eu tiver uma granada vazia, sem pólvora ou fizer duas bombas falsas, só para assustar alguém, caracteriza crime?
§1º >>> O crime de explosão está no rol dos “crimes contra a incolumidade pública”, ou seja, a ameaça à segurança das pessoas. IMAGINE UM EXEMPLO, eu pego uma granada vazia, puxo o pino e arremesso no meio das pessoas. Você acha que alguém vai ficar esperando aquilo explodir para ver se é real ou não? Claro que não! Vai começar uma correria só, desespero, gente caindo, se machucando, pessoas sendo pisoteadas pelas outras, pessoas agredindo outras para usar saídas de emergências, etc. Esse é o ponto tratado neste parágrafo, o pânico, as lesões e até mesmo mortes causadas pela simples ameaça de bomba.
PENA – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
PERGUNTA: Cientes do citado neste parágrafo, podemos dizer cabe tentativa de explosão? Obviamente que não né, pois, mesmo que eu tente explodir uma bomba no meio de uma multidão, mesmo que essa venha a falhar impossibilitando meu objetivo, o crime já terá acontecido. Então não cabe tentativa.
§2º >>> A pena aumenta de um terço se o crime de explosão for praticado com intuito de obter vantagem pecuniária própria ou de terceiros:
EXEMPLO 1: Um dono de posto de gasolina, querendo acabar com o posto de gasolina concorrente na outra esquina, resolve instalar uma bomba neste e explodi-lo. Resumindo, pratica do crime para acabar com os concorrentes para aumentar suas vendas.
EXEMPLO 2: Não sou o dono do posto de gasolina, mas sou irmão dele e quero ajudá-lo a vender mais destruindo os concorrentes. Vou lá e insta-lo uma bomba no posto concorrente. Crime de explosão para obter vantagem pecuniária para terceiros.
AINDA NO §2º >>> Este parágrafo também fala de artefatos explosivos ou falsos, jogados ou colocados, explodindo ou não nos seguintes locais (citado no Art. 250, §1º, II):
Em casa habitada, mesmo que não tenha ninguém lá dentro (os donos estão viajando por exemplo); casa destinada à habitação (casas de aluguel ou casa feita pelo Governo e que ainda não foi distribuída); casa abandonada que foi invadida e possua uma família de desabrigados ali (se não houver ninguém morando na casa abandonada, não caracteriza aumento de pena).
Obs.: Não precisa estarem os habitantes na casa no momento do crime. Basta a casa ser habitada ou destinada ao fim de habitação.
Em edifício público (prefeituras, secretarias, governadorias, etc.), destinado ao uso público (escolas públicas, postos de saúde, centro de apoio ao cidadão, etc.), obra de assistência social (sociedades de caridade, associações, fundações, etc.) ou de cultura (museu, exposições, locais históricos, etc.)
Em embarcação (navios, barco, balsas, etc.), aeronave (avião, helicóptero, etc.), comboio (veículo por vagões: trem, metrô, etc.) ou veículo de transporte coletivo (ônibus).
Em estações ferroviárias (auto explicativo) e aeródromos (aeroportos, pistas de pouso).
Em estaleiro (local de manutenção ou montagem de navios), fábrica ou oficina (auto explicativo).
Em deposito de explosivo, combustível ou inflamável (fábricas de fogos de artificio, fábricas de munições, postos de combustível, distribuidoras de combustível, etc.)
Em poço petrolífero ou galeria de mineração (no caso das galerias de mineração, ocorre pelo risco de haver bolsões de gás natural em seu interior. Exemplo “portão do inferno”, ponto turístico no Turcomenistão. Era uma mina no qual encontraram gás e resolveram queimar esse gás. Isso foi a muitas décadas atrás, e está até hoje queimando.)
Em lavoura, pastagem, mata ou floresta (auto explicativo).
As quatro primeiras alíneas tratam de lugares com grande aglomeração de pessoas como shows, estádios de futebol, festas, enfim. As quatro últimas tratam de lugares que possuem materiais explosivos ou inflamáveis e que será muito difícil extinguir as chamas.
Crime de explosão aceita modalidade culposa?
Requisito fundamental para um crime possuir forma culposa: previsão expressa na lei.
§3º >>> O parágrafo terceiro prevê modalidade culposa. É possível alguém cometer uma explosão ou pânico devido ao risco de explosão sem querer.
EXEMPLO 1: Um rapaz, que trabalha em uma fábrica de fogos de artifícios, ao final do expediente, testa o ultimo fogos colorido de um lote para poder mandar aos compradores. Ao testar, por imperícia sua, os projeteis do fogos são disparados para dentro do galpão onde são armazenadas as pólvoras e outras químicas explosivas iniciando uma série de explosões.
EXEMPLO 2: Um técnico em explosivos e armas militares, ao fazer uma demonstração em um desfile de 7 de setembro com uma granada de som, puxa o pino e sem querer deixa a granada escorregar de sua mão caindo e rolando em direção ao público, causando um grande estouro. O público entra em pânico, começa aquele pisoteio, correia, lesões de todos os tipos, enfim.
O artigo 251 acaba em seu parágrafo terceiro.
Espero que isso ajude nos seus estudos, pois fazendo esses “destrinchados” em cada artigo, eu mesmo acabo por estudar e guardar tudo.
Em breve posto mais “destrinchados” ok?
Abraços
Lucas Ventura

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