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artigo proteína ideal em aves

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E 
MUCURI 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USO DO CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL NA FORMULAÇÃO 
DE RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE 
 
 
 
 
 
Graciene Conceição dos Santos 
 
 
Orientador: 
 
Prof. Dr. Joerley Moreira 
 
Co-orientador: 
 
Prof. Dr. Édison José Fassani 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Zootecnia, como parte dos 
requisitos exigidos para a conclusão do 
Curso. 
 
 
 
 
 
DIAMANTINA 
2007 
 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E 
MUCURI 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USO DO CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL NA FORMULAÇÃO 
DE RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Graciene Conceição dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAMANTINA 
2007 
 
 
ii 
 
 
 
USO DO CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL NA FORMULAÇÃO 
DE RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE 
 
 
 
 
 
Graciene Conceição dos Santos 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Zootecnia, como parte dos 
requisitos exigidos para a conclusão do 
Curso. 
 
 
APROVADA em ... /.../... 
 
 
 
 
_______________________________ 
Prof. Aldrin Vieira Pires – UFVJM 
 
 
 
_________________________________ 
Prof. Édison José Fassani - UFVJM 
 
 
 
________________________________ 
Prof. Joerley Moreira – UFVJM (Orientador) 
 
 
 
 
 
DIAMANTINA 
2007 
 
 
iii
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a Deus. 
Aos meus pais e irmãos pelo carinho e incentivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
 
Aos meus pais, Roberto e Geralda, pela presença em todos os momentos, por todo 
amor, por acreditarem em meus sonhos e por fazerem de tudo para que eles tornassem 
realidade. 
Aos meus irmãos Glêison (que tanto me ajudou nesta caminhada), Betinho e 
Wemerson. 
Às amigas de república: Bruna que está fazendo muita falta nestes últimos meses, 
Cibele e Grazy. 
Aos grandes amigos Daya, Andrade, Jaque, Rômulo, Amélia, Cíntia, Luana, Fran, 
Luciana, Vanessa etc., pelos momentos muito agradáveis de convivência. 
Aos amigos do GEPAM. 
Às pessoas que não estão nominalmente citadas e que fizeram ou fazem parte da minha 
vida, agradeço. 
Aos professores, Joerley Moreira e Edison Fassani, pela paciência, dedicação e 
disponibilidade em me ajudar na conclusão deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
SUMÁRIO 
 
 
RESUMO................................................................................................................... vi 
ABSTRACT............................................................................................................... vii 
LISTA DE TABELAS............................................................................................... viii 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 01 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 03 
2.1 O conceito de proteína ideal............................................................................ 03 
2.2 Perfis de proteína ideal.................................................................................... 05 
2.3 Fatores que afetam as relações ideais de aminoácidos.................................... 09 
2.4 Aplicação do conceito de proteína ideal......................................................... 11 
2.4.1 Redução do teor protéico......................................................................... 17 
2.4.2 Utilização de subprodutos de origem animal com base no conceito de 
proteína ideal..................................................................................................... 19 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
RESUMO 
 
 
SANTOS, G. C. Uso do conceito de proteína ideal na formulação de rações para frangos 
de corte. 2007. 25p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Zootecnia). 
Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e 
Mucuri, Diamantina, 2007. 
 
Um importante avanço na pesquisa em nutrição animal, e, portanto, na nutrição de 
frangos de corte foi o desenvolvimento do conceito de proteína ideal. A proteína ideal é 
um balanço adequado de aminoácidos cuja composição atende às exigências dos 
animais para os processos de mantença e crescimento. Todos os aminoácidos essenciais 
são expressos em taxas ideais ou em porcentagem em relação a um aminoácido de 
referência. O aminoácido utilizado como referência é a lisina, que é o primeiro 
aminoácido limitante em dietas de suínos e segundo em dietas para aves. O uso do 
conceito de proteína ideal na formulação de rações para aves, preconiza a redução dos 
níveis de proteína bruta da dieta, através da utilização de aminoácidos sintéticos ou com 
o uso de ingredientes com maior aporte em aminoácidos, e isso, além de reduzir os 
custos da alimentação contribui para a redução na excreção de N ao meio ambiente. 
Dietas formuladas no conceito de proteína ideal, para frangos de corte no Brasil, têm se 
tornado uma prática cada vez mais comum, com bons resultados de desempenho e 
rendimento das aves. A formulação das dietas com uso deste conceito tende a crescer e 
substituir o uso da formulação com base na quantidade de proteína bruta, devido ao fato 
da melhoria da relação custo – beneficio exigências nutricionais e menos poluição 
ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras chave: avicultura, aminoácidos essenciais, aminoácidos digestíveis, lisina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
ABSTRACT 
 
 
SANTOS, G. C. Ideal protein concept used in feed formulation to broilers. 2007. 25p. 
Course Conclusion Work (Animal Science Graduation). Faculdade de Ciências 
Agrárias, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 
2007. 
 
An important advance in animal nutrition research and, therefore, in broilers nutrition 
was the ideal protein concept development. Ideal protein is an amino acids or proteins 
balance whose composition attends to animal requirements for keeping and growing. 
Overall essential amino acids are expressed in ideal rates or a reference amino acid 
percentage. The amino acid used as reference is lysine, which is the first hedging amino 
acid in swine diet and the second in poultry diet. Ideal protein concept used in poultry 
feed formulation profess gross protein level reduction in the diet through synthetic 
amino acids utilization or by ingredients use with greater amino acids amount, and this, 
beyond to reduce food costs, contribute for N excretion decrease in the ambient. Dietsformulated in ideal protein concept to poultry in Brazil have been became an 
increasingly common practice with good performance and yield results from broilers. 
Diet formulation with this concept use tends to increase and prevail rather gross protein 
use, due cost/benefit improvement fact. 
 
 
 
Key Words: aviculture, essential amino acids, digestible amino acids, lysine. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 – Principais perfis de proteína ideal usados para frangos de corte........ 06 
 
TABELA 2 – Perfis de aminoácidos totais (expressos em valores absolutos e 
como porcentagem da lisina) de acordo com diferentes critérios de formulação de 
rações no período de 1 a 21 dias................................................................................ 07 
 
TABELA 3 – Perfis de aminoácidos digestíveis (expressos em valores absolutos e 
como porcentagem da lisina) de acordo com diferentes critérios de formulação de 
rações no período de 1 a 21 dias................................................................................ 07 
 
TABELA 4 – Desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes 
recomendações, baseadas em aminoácidos totais, no período de 1 a 21 dias de 
idade .......................................................................................................................... 08 
 
TABELA 5 – Desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes 
recomendações, baseadas em aminoácidos digestíveis, no período de 1 a 21 dias 
de idade...................................................................................................................... 08 
 
TABELA 6 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar 
(CA) de frangos de corte, machos, no período de 1 – 21 dias e de 1 – 42 dias de 
idade segundo o conceito protéico e a linhagem....................................................... 12 
 
TABELA 7 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar 
(CA) de frangos de corte, fêmeas, no período de 1 – 21 dias e de 1 – 42 dias de 
idade segundo o conceito protéico e a linhagem....................................................... 14 
 
TABELA 8 - Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas 
formuladas a base de proteína bruta (PB) e proteína ideal (PI) no período de 1 a 
21 dias ....................................................................................................................... 16 
 
TABELA 9 - Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas 
formuladas à base de proteína bruta (PB) e proteína ideal (PI) no período de 1 a 
21 dias........................................................................................................................ 16 
 
TABELA 10 - Consumo de ração (CR), ganho de peso corporal (GP), peso 
corporal (PC), conversão alimentar (CA) e viabilidade criatória (VC) de frangos 
de corte de 7 a 21 dias de idade................................................................................. 19 
 
TABELA 11 - Desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias recebendo dietas 
formuladas com base na proteína bruta e na proteína ideal e com duas fontes de 
proteína animal...........................................................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Preparada pelo Serviço de Biblioteca/UFVJM 
Bibliotecária: Ieda Maria Silva – CRB-6ª nº 1251 
 
 
S237u 
2007 
Santos, Graciene Conceição dos 
Uso do conceito de proteína ideal na formulação de rações para 
frangos de corte./Graciene Conceição dos Santos. - Diamantina: 
UFVJM, 2007. 
25 p. 
Monografia (Graduação/Zootecnia)-Universidade Federal dos 
Vales do Jequitinhonha e Mucuri/Faculdade de Ciências 
Agrárias. 
 
Orientador: Prof. Dr. Joerley Moreira 
Co-Orientador: Édison Fassani 
 
1. Frangos de corte 2. Aminoácidos essenciais 3. Aminoácidos 
digestíveis 4. Lisina. I. Título. 
 
 CDD: 636.5 
 
 
 
 
 
 
1 
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante muitos anos as dietas para aves e suínos foram formuladas com base na 
proteína bruta, e isso resultava em dietas com um conteúdo de aminoácidos superiores 
ou em desequilíbrio em relação ao exigido pelos animais. Com a redução dos custos dos 
aminoácidos sintéticos e, portanto, após sua viabilidade econômica, as dietas podem ser 
formuladas com base em aminoácidos essenciais, com um menor nível protéico e com o 
nível de aminoácidos mais próximo às necessidades das aves. Além disso, a maior 
disponibilidade dos aminoácidos sintéticos ajuda na diminuição da poluição ambiental 
pela diminuição da quantidade de nitrogênio excretado (ROSTAGNO, 2006). 
Um importante avanço na pesquisa em nutrição animal foi o desenvolvimento do 
conceito de proteína ideal (HACKENHAAR & LEMME, 2005). Todos os aminoácidos 
essenciais são expressos em taxas ideais ou em porcentagem de um aminoácido de 
referência (BRAGA & BAIÃO, 2001). O aminoácido utilizado como referência é a 
lisina, que é o primeiro aminoácido limitante em dietas de suínos e segundo em dietas 
para aves. Isto se justifica pelo fato de a análise de lisina ser mais fácil de ser realizada 
que a de metionina e de cistina, sendo a lisina utilizada exclusivamente para produção 
de proteína (ARAÚJO et al., 2001). 
Na produção avícola, os custos com a alimentação representam cerca de 75%, 
sendo a proteína um dos nutrientes mais caros da ração. Assim, o uso do conceito de 
proteína ideal na formulação de rações para aves, preconiza a redução dos níveis 
protéicos da dieta com utilização de aminoácidos sintéticos, e isso, além de reduzir os 
custos da alimentação promove melhora da poluição ambiental, uma vez que dietas 
formuladas com este conceito promovem uma redução dos níveis de N excretado nas 
fezes. 
 
 
2 
Desta forma, essa revisão bibliográfica teve por objetivo apresentar e avaliar o 
uso do conceito de proteína ideal no balanceamento de rações para frangos de corte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1 CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL 
 
A primeira a definição do conceito de proteína ideal foi realizada por Mitchell 
(1964) citado por Araújo et al. (2001) como sendo uma mistura de aminoácidos ou 
proteína cuja composição atende às exigências dos animais para os processos de 
mantença e crescimento. Segundo Parsons & Baker (1994) a proteína ideal é uma 
mistura de aminoácidos ou de proteínas com total disponibilidade de digestão e 
metabolismo, capaz de fornecer, sem excessos nem deficiências, as necessidades 
absolutas de todos os aminoácidos exigidos para manutenção e produção animal, para 
favorecer a deposição protéica com máxima eficiência. 
Este conceito foi primeiramente desenvolvido para a nutrição de suínos, vindo o 
ARC (Conselho Britânico de Pesquisa Agrícola) propor o uso da proteína ideal a partir 
de 1981 (MOURA, 2004). 
Segundo Araújo et al. (2001) não existem dúvidas de que as proporções de 
aminoácidos devem ser expressas em termos de aminoácidos digestíveis ao invés de 
totais e, caso sejam incluídos outros alimentos além do milho e da soja, é importante 
considerar as diferenças na digestibilidade desses alimentos e, consequentemente, 
elaborar a formulação baseada no conteúdo de aminoácidos digestíveis. 
O conceito de proteína ideal estabelece que todos os aminoácidosessencias 
sejam expressos como proporções ideais ou porcentagens de um aminoácido de 
referência. 
 
 
4 
O aminoácido geralmente usado como referência é a lisina. Em situações 
práticas os aminoácidos sulfurados, lisina, treonina, triptofano, valina e arginina, são os 
mais importantes para produção de suínos e aves (BRAGA & BAIÃO, 2001). 
Entre os aminoácidos essenciais a lisina foi escolhida como aminoácido de 
referência pelas seguintes razões: 
• É o primeiro aminoácido limitante em dietas para suínos e o segundo limitante 
em dietas para aves; 
• Trata-se de um aminoácido estritamente essencial, ou seja, não há síntese 
endógena; 
• É de análise relativamente simples; 
• Sua exigência é bastante conhecida sobre diversas condições de ambientes e de 
genética; 
• Existe muita informação sobre sua concentração e digestibilidade nos 
ingredientes; 
• Aminoácido envolvido exclusivamente com a síntese protéica; 
• Sua suplementação é economicamente viável; (FARIA FILHO & TORRES, 
2007). 
A grande vantagem da proteína ideal é que as relações de aminoácidos 
essenciais digestíveis/lisina digestível não são influenciadas por fatores que 
normalmente afetam as exigências de aminoácidos (FARIA FILHO & TORRES, 2007). 
Com o uso do conceito de proteína ideal, o processo de formulação de ração é 
simplificado, uma vez que é necessário somente definir as exigências em lisina 
digestível e aplicar o conceito de proteína ideal para obter as exigências dos demais 
aminoácidos. 
 
 
 
5 
2.2 PERFIS DE PROTEÍNA IDEAL 
 
Vários estudos já foram realizados com o propósito de determinar a proporção 
ideal de aminoácidos para aves. 
Uma das formas de se obter um perfil ideal de aminoácidos é através da revisão 
da literatura, já o ideal seria a utilização dos métodos de abordagem fatorial e os 
métodos de dose-resposta, são métodos mais eficientes de se obter os perfis ideais de 
aminoácidos. 
A abordagem fatorial é baseada no conceito de que a exigência de um 
aminoácido pode ser dividida em três compartimentos: exigência para deposição de 
proteína corporal, para crescimento das penas e para mantença (HACKENHAAR & 
LEMME, 2005). 
Segundo Faria Filho & Torres (2007), no método dose-resposta as exigências 
são determinadas com base nas características zootécnicas como o ganho de peso e a 
conversão alimentar, sendo essa exigência posteriormente expressa em porcentagem de 
lisina. 
O primeiro perfil de proteína ideal para frangos de corte foi publicado por Baker 
e Han (1994), baseados em estudos utilizando dietas purificadas, ou seja, com 
nitrogênio proveniente de aminoácidos sintéticos, que são 100% digestíveis (FARIA 
FILHO & TORRES, 2007). Vários outros autores também definiram perfis de 
aminoácidos, segundo diferentes métodos, e fase de vida das aves, na Tabela 1 são 
relacionados alguns perfis de aminoácidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
TABELA 1 - Principais perfis de proteína ideal1 usados para frangos de corte 
 
Pesquisas (Período em dias) 
BAKER & 
HAN (1994) 
MACK et 
al. (1999) 
ROSTAGNO 
et al. (2005) 
BAKER et 
al. (2002) 
Aminoácidos 
1 a 21 21 a 42 20 a 40 1 a 21 22 a 42 43 a 56 8 a 21 
Lys 100 100 100 100 100 100 100 
Met+cys 72 75 75 71 72 72 - 
Trp 16 17 19 16 17 17 16,6 
Thr 67 70 63 65 65 65 55,7 
Arg 105 105 112 105 105 105 - 
Ile 67 67 71 65 67 67 61,4 
Val 77 77 81 75 77 77 77,5 
Leu 109 109 -2 108 109 109 - 
His 32 32 - 36 36 36 - 
Phe+tyr 105 105 - 115 114 115 - 
 1 todos os aminoácidos essenciais digestíveis são determinados como uma porcentagem da lisina digestível. 
 2 valores não determinados. 
 Adaptado de Faria Filho, (2003) 
 
Araújo et al. (2002) desenvolveram dois experimentos com o objetivo de avaliar 
critérios de formulação de rações, baseados em aminoácidos totais e digestíveis, para 
frangos de corte no período de um a 21 dias de idade. Foram utilizados quatro critérios 
de formulação de rações, para atender às exigências em aminoácidos totais, (NRC 
(1994), Rostagno (1992), Degussa (1997) e AEC (1993) ) e para atender as exigências 
em aminoácidos digestíveis foram utilizados três perfis de proteína ideal na formulação 
das rações, (Rostagno et al. (2000), Baker & Han (1994) e Degussa (1997)), como 
mostrado nas Tabelas 2 e 3. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
TABELA 2 - Perfis de aminoácidos totais (expressos em valores absolutos e como 
porcentagem da lisina) de acordo com diferentes critérios de formulação 
de rações no período de 1 a 21 dias 
 Critérios 
Aminoácido NRC (1994) Rostagno (1992) Degussa (1997) AEC (1993) 
Lisina 
Metionina 
Met + cis 
Treonina 
100 (1,10) 
45 (0,50) 
82 (0,90) 
73 (0,80) 
100 (1,10) 
41 (0,45) 
74 (0,81) 
65 (0,72) 
100 (1,10) 
45 (0,50) 
77 (0,85) 
62 (0,68) 
100 (1,10) 
53 (0,58) 
88 (0,97) 
74 (0,81) 
Adaptado de Araújo (2002) 
 
TABELA 3 - Perfis de aminoácidos digestíveis (expressos em valores absolutos e como 
porcentagem da lisina) de acordo com diferentes critérios de formulação 
de rações no período de 1 a 21 dias 
 Critérios 
Aminoácido Rostagno (2000) Baker & Han (1994) Degussa (1997) 
Lisina 
Metionina 
Met + cis 
Treonina 
100 (1,18) 
39 (0,46) 
71 (0,84) 
59 (0,70) 
100 (1,18) 
36 (0,42) 
72 (0,85) 
67 (0,79) 
100 (1,18) 
48 (0,57) 
77 (0,91) 
60 (0,71) 
Adaptado de Araújo (2002) 
 
Os resultados encontrados pelos autores demonstram não haver diferença no 
desempenho das aves ao serem alimentadas com diferentes critérios de formulação 
baseados em aminoácidos totais. Ao formular dietas com aminoácidos digestíveis, o 
padrão estabelecido por Baker & Han (1994) resultaram em melhor desempenho das 
aves no período avaliado, como mostrado nas Tabelas 4 e 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
TABELA 4 - Desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes 
recomendações, baseadas em aminoácidos totais, no período de 1 a 
21 dias de idade 
Tratamentos Características 
 Ganho de peso (g) Consumo de ração (g) Conversão alimentar (g/g) 
 Critérios 
NRC 
Rostagno 
Degussa 
AEC 
CV (%) 
665 a 
657 a 
646 a 
635 a 
3,19 
1,067 a 
1,046 a 
1,056 a 
1,067 a 
4,58 
1,61 a 
1,51 a 
1,61 a 
1,61 a 
4,96 
Dentro de cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (p>0,05) 
Adaptado de Araújo (2002) 
 
 
TABELA 5 - Desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes 
recomendações, baseadas em aminoácidos digestíveis, no período de 
1 a 21 dias de idade 
Tratamentos Características 
 Ganho de peso (g) Consumo de ração (g) Conversão alimentar (g/g) 
 Critérios 
Rostagno 
Baker & Han 
Degussa 
CV (%) 
667 b 
700 a 
689 ab 
2,20 
1,120 a 
1,085 a 
1,096 a 
3,54 
1,68 a 
1,55 a 
1,59 ab 
1,92 
Dentro de cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05) 
Adaptado de Araújo (2002) 
 
As aparentes diferenças atribuídas entre os vários perfis de aminoácidos 
apresentados podem ser devidas ao método aplicado para determinação da proteína 
ideal, assim como às interações entre as exigências de aminoácidos e outros fatores 
relacionados ao animal ou ao ambiente. 
 
 
 
 
 
9 
2.3 FATORES QUE AFETAM AS RELAÇÕES IDEAIS DE 
AMINOÁCIDOS 
 
 
Há indicações que as relações ideais de aminoácidos podem ser afetadas em 
certas circunstâncias como, por exemplo, por fatores dietéticos (nível de proteína, teor 
energético, presença de inibidores de proteases), por condições ambientais (densidade 
de criação, estresse térmico, padrão sanitário etc.) e por fatores genéticos (sexo e 
linhagem).Os principais exemplos das relações afetadas por condições ambientais são as 
relações entre Arginina: Lisina e Treonina: Lisina (HACKENHAAR & LEMME, 
2005). 
Os valores citados na Tabela 1 para porcentagem de Arginina:Lisina variam de 
105 a 112 %, segundo Brake et al. (1998), o ganho de peso e também a conversão 
alimentar melhoram com relação Arginina:Lisina até 139% em altas temperaturas, 
porém o mesmo não é observado em temperaturas moderadas. Os autores relataram 
ainda que em experimentos in vitro a absorção de arginina é significativamente reduzida 
pelo epitélio intestinal sob condições de estresse por calor. 
De acordo com Hackenhaar & Lemme (2005) a menor taxa de absorção sob 
altas temperaturas poderia ser compensada com níveis mais altos de arginina, que por 
sua vez resultaria em relações ideais de Arginina: Lisina mais alta. 
Kidd et al. (2002) relataram que frangos de corte de 42 a 56 dias exigiram níveis 
mais altos de treonina dietética para atingir desempenho máximo ou conversão 
alimentar mínima em condições de produção “sujas” em comparação aos frangos 
criados em ambientes “limpos”. Isso pode ser explicado pelo fato da treonina fazer parte 
das proteínas do sistema imunológico. 
 
 
10 
Há evidências que a genética, em termos de sexo, linhagem ou progresso 
genético ao longo dos anos, pode influenciar a relação ideal de aminoácidos. Em geral, 
qualquer alteração na proporção de proteína corporal, penas e exigências de mantença 
podem resultar em mudanças nas relações ideais de aminoácidos (HACKENHAAR & 
LEMME, 2005). 
Com base neste princípio Fisher (2002) demonstrou como as relações ideais de 
metionina + cistina: lisina diferem entre frangos de corte machos e fêmeas. Assim, a 
relação ideal para frangos de corte machos aumentou a um máximo às cinco semanas de 
idade e permaneceu neste nível até às oito semanas. Quanto às fêmeas, a relação 
máxima de metionina + cistina já havia sido atingida entre três e quatro semanas de 
idade, a um nível claramente mais alto, e caiu a partir daí até oito semanas de idade para 
o mesmo nível relatado para machos. As fêmeas necessitam de mais metionina + cistina 
durante a fase inicial do que os machos, devido ao empenamento precoce. 
Barbosa et al. (2000), em trabalho para determinar a exigência nutricional de 
lisina total para frangos de corte Hubbard e Ross de ambos os sexos, nos períodos de 
um a 21 e 15 a 40 dias de idade, considerando-se características como ganho de peso e 
conversão alimentar, observaram que para a fase de um a 21 dias a exigência foi de 
1,191 e 1,198% de lisina total para machos e fêmeas Ross e de 1,174 e 1,188% de lisina 
total para machos e fêmeas Hubbard. Para a fase de 15 a 40 dias, o nível de 1,125% de 
lisina total na ração foi considerado adequado para ambos os sexos das duas marcas 
comerciais. 
Sabino et al. (2004), em trabalho sobre níveis protéicos na ração de frangos de 
corte na fase de crescimento, observaram que o consumo de ração diferiu apenas entre 
sexos, e o consumo dos machos foi significativamente maior. Este efeito já era esperado 
 
 
11 
porque os machos possuem maior potencial de crescimento, e conseqüentemente, 
necessitam de maior quantidade de nutrientes para que este potencial seja maximizado. 
A formulação de dietas diferenciadas para machos e fêmeas resultará em 
menores custos na alimentação como conseqüência da economia de nutrientes e do 
melhor balanceamento das dietas. 
Dentro dos fatores dietéticos que influenciam as exigências de aminoácidos 
podem ser incluídos a concentração de energia metabolizável, o desequilíbrio de 
aminoácidos e o nível de proteína bruta da dieta (ROSTAGNO et al., 2006). 
 
2.4 APLICAÇÃO DO CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL 
 
O maior benefício da aplicação do conceito de proteína ideal é a simplificação 
do processo de formulação de ração, uma vez que é necessário somente definir as 
exigências em lisina digestível e aplicar o perfil ideal. 
Toledo et al. (2004) conduziram dois experimentos com o objetivo de avaliar o 
desempenho e analisar a viabilidade econômica entre dois conceitos protéicos (proteína 
bruta e proteína ideal) e duas linhagens de frangos de corte (Hybro G e Hybro PG) 
criados no período de inverno. Os machos não mostraram interação entre proteína x 
linhagens para as variáveis estudadas, entretanto, machos alimentados no conceito de 
proteína bruta consumiram mais ração. De acordo com o autor a provável explicação 
para o maior consumo de ração das aves alimentadas com o conceito de proteína bruta, 
é a de que o consumo também pode ser influenciado pelo teor de proteína da dieta. No 
caso de uma carência, as aves, em especial, tendem a consumir exageradamente o 
alimento, como se tentassem assegurar uma ingestão suficiente de aminoácidos. No 
 
 
12 
caso das linhagens, o maior consumo da linhagem Hybro PG em relação à linhagem 
Hybro G, pode estar associado ao seu maior peso vivo. 
Para ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA), os autores observaram que 
as aves alimentadas com o conceito de proteína ideal ganharam mais peso tanto na fase 
inicial, como no período total do experimento, com CA altamente significativo no 
período total. Isso mostra que deve ter ocorrido um melhor balanceamento de 
energia/aminoácido das dietas baseadas no conceito de proteína ideal, pois embora as 
aves alimentadas com o conceito de proteína bruta tenham consumido no período total, 
mais alimento do que as aves alimentadas com o conceito de proteína ideal, aquelas 
ganharam 5,5% menos peso e apresentaram CA 7,2% pior, provavelmente devido ao 
gasto de energia para eliminar os catabólitos de nitrogênio ou, devido à digestibilidade 
dos aminoácidos existentes nos ingredientes como mostrado na Tabela 6. 
 
TABELA 6 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) 
de frangos de corte machos, nos período de 1 – 21 dias e de 1 – 42 dias 
de idade, segundo o conceito protéico e a linhagem 
 1 a 21 dias 1 a 42 dias 
 CR (g) GP (g) CA CR (g) GP (g) CA 
Conceito protéico (CP) 
Proteína bruta 1241 721 b 1,726 4698 a 2408 b 1,942 b 
Proteína ideal 1237 744 a 1,663 4602 b 2541 a 1,811 a 
Linhagem (L) 
Hybro G 1220 b 705 b 1,733 b 4492 b 2344 b 1,911 b 
Hybro PG 1258 a 760 a 1,656 a 4806 a 2606 a 1,842 a 
Probabilidade 
Conceito protéico 0,798 0,041 0,118 0,063 0,0001 0,0001 
Linhagem 0,030 0,0001 0,059 0,0001 0,0001 0,003 
Interação CP x L 0,233 0,508 0,234 0,285 0,661 0,507 
CV (%) 3,20 3,62 5,60 2,54 1,81 2,68 
a,b = médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem pelo teste F 
Fonte: Toledo et al. (2004). 
 
 
13 
Para CR em fêmeas, no período de um a 21 dias, os autores observaram 
diferença significativa somente entre linhagens. Quanto ao GP houve diferença 
significativa tanto entre conceitos, como entre linhagens. Entretanto, somente houve 
interação significativa entre conceitos e linhagens para a variável CA. No período total, 
para CR houve diferença significativa somente entre linhagens, para GP na fase final 
não houve diferença significativa, para CA houve interação entre conceitos e linhagens, 
como mostrado na Tabela 7. Na análise econômica dos resultados, foi observado que a 
formulação de dietas com o conceito de proteína ideal, para ambos os sexos, foi mais 
rentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
TABELA 7 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) econversão alimentar (CA) 
de frangos de corte fêmeas, nos períodos de 1 – 21 dias e de 1 – 42 dias 
de idade, segundo o conceito protéico e a linhagem 
 1 a 21 dias 1 a 42dias 
 CR (g) GP (G) CA CR (g) GP (g) CA 
Conceito protéico (PG) 
Proteína bruta 1172,8 655,0 b 1,774 4205 2027 b 
Proteína ideal 1171,9 695,3 a 1,686 4232 2144 a 
Linhagem (L) 
Hybro G 1142,8 b 647,9 b 1,779 4051 b 1983 b 2,049 
Hybro PG 1201,8 a 702,3 a 1,681 4387 a 2189 a 1,953 
Interação 
Proteína bruta Hybro G 1154,5 631,0 1,856 b 4021 1915 2,095 a 
Proteína bruta Hybro PG 1191,1 679,0 1,692 a 4390 2142 2,003 b 
Proteína ideal Hybro G 1131,2 664,9 1,702 a 4080 2052 1,964 bc 
Proteína ideal Hybro PG 1212,6 725,7 1,671 a 4394 2337 1,941 c 
Probabilidade 
Conceito protéico 0,949 0,0001 0,007 0,530 0,0001 0,0001 
Linhagem 0,0005 0,0001 0,003 0,0001 0,0001 0,0003 
Interação CP x L 0,132 0,452 0,034 0,369 0,369 0,017 
CV (%) 2,97 3,02 4,14 2,69 2,69 1,61 
a,b,= médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem entre si pelo teste F 
Fonte:Toledo et al. (2004) 
 
 
Mendonza et al. (2001), avaliaram o desempenho de frangos de corte, sexados, 
submetidos a dietas formuladas pelos conceitos de proteína bruta (PB) versus proteína 
ideal (PI) no período de um a 42 dias de idade. As dietas experimentais baseadas no 
conceito de PB foram formuladas segundo as recomendações do NRC (1994) e as dietas 
formuladas pelo conceito de PI adaptadas de HAN & BAKER (1994). Os autores 
avaliaram consumo alimentar, ganho de peso, peso corporal, ganho médio diário, 
conversão alimentar e índice de eficiência nutricional e observaram que estes 
parâmetros foram mais influenciados na fase inicial. As dietas formuladas pelo conceito 
 
 
15 
de PI, baseada no conteúdo de aminoácidos digestíveis (AAD), influenciaram 
positivamente os parâmetros estudados, proporcionando significativas melhorias no 
ganho de peso e eficiência alimentar, tanto para os machos quanto para as fêmeas nas 
fases inicial e total, sendo similares nas demais fases. As aves alimentadas com AAD 
apresentaram uma maior lucratividade nas fases inicial e crescimento. Esses dados 
permitem concluir que dietas à base de milho e farelo de soja, formuladas para atender 
às exigências de AAD, proporcionam melhores desempenhos biológico e econômico, 
em relação àquelas formuladas à base de PB, do primeiro até os 35 dias de idade. No 
entanto na fase final o efeito foi o contrário, sendo o conceito de PB mais econômico do 
que a PI. 
Araújo et al. (2001) realizaram dois experimentos com o objetivo de avaliar o 
desempenho de frangos de corte no período de um a 21 dias alimentados com dietas 
formuladas nos conceitos de proteína bruta e proteína ideal. No primeiro experimento, 
foram utilizados 400 pintos machos de um dia de idade da linhagem Cobb, com dois 
tratamentos (proteína total e proteína ideal). No segundo experimento, foram utilizados 
800 pintos, 400 machos e 400 fêmeas, com duas formulações, proteína bruta e proteína 
ideal e dois sexos. As dietas foram formuladas atendendo às exigências estabelecidas 
pela DEGUSSA (1997). Aos 21 dias, foram avaliados, o ganho de peso, o consumo de 
ração e a conversão alimentar. No experimento um, as aves alimentadas com dietas 
formuladas no conceito de proteína ideal apresentaram maior ganho de peso e maior 
consumo de ração. No experimento dois, as aves que se alimentaram com a dieta 
formulada com base da proteína ideal apresentaram melhor ganho de peso e melhor 
conversão alimentar, não influenciando o consumo de ração, conforme apresentado nas 
Tabelas 8 e 9. 
 
 
16 
TABELA 8 - Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas formuladas a 
base de proteína bruta (PB) e proteína ideal (PI) no período de 1 a 21 
dias (experimento 1) 
Características Proteína Bruta Proteína Ideal CV (%) 
Peso inicial (g) 42 a 42 a 1,94 
Peso final (g) 807 b 834 a 0,67 
Ganho de peso (g) 763 b 792 a 0,62 
Consumo (g) 1077 b 1125 a 1,27 
Conversão alimentar (g) 1,41 a 1,42 a 1,18 
Medias seguidas de mesma letra, na mesma linha, não diferem pelo teste de Tukey 
Adaptado de Araújo et al. (2001) 
 
 
TABELA 9 - Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas formuladas à 
base de proteína bruta (PB) e proteína ideal (PI) no período de 1 a 21 
dias (experimento 2) 
Características Tratamentos 
 Proteína bruta Proteína ideal 
 machos fêmeas machos fêmeas CV(%))
Peso inicial (g) 42 a 43 a 42 a 43 a 1,02 
Peso final (g) 693 b 685 b 778 a 764 a 1,54 
Ganho de peso (g) 651 b 642 b 736 a 721 a 1,25 
Consumo (g) 1074 a 1065 a 1082 a 1075 a 2,80 
Conv. Alimentar (g) 1,62 a 1,66 b 1,47 a 1,49 b 2,16 
Medias seguidas de mesma letra, na mesma linha, não diferem pelo teste de Tukey 
Adaptado de Araújo et al. (2001) 
 
 
Os resultados desses experimentos confirmam a vantagem de se fornecer ao 
frango de corte uma dieta formulada com base em aminoácidos digestíveis. Embora o 
consumo de ração tenha apresentado comportamentos diferentes nos dois experimentos, 
observou-se que o peso corporal e ganho de peso dessas aves foram melhorados quando 
as aves alimentaram-se com dietas formuladas com aminoácidos digestíveis, denotando 
maior aproveitamento desses aminoácidos pelos animais. 
 
 
 
 
17 
2.4.1 REDUÇÃO DO TEOR PROTÉICO 
 
A redução do teor protéico é possível pelo uso do conceito da proteína ideal, 
sendo os níveis dos aminoácidos dietéticos mantidos através da utilização de 
aminoácidos sintéticos. Os aminoácidos disponíveis para a alimentação animal na forma 
sintética são a metionina, lisina, treonina e triptofano. Os demais aminoácidos 
essenciais e os não essenciais podem ser obtidos das linhas farmacêuticas de algumas 
empresas, no entanto, em preços que não permitem sua utilização na alimentação 
animal. 
Dentre as diversas vantagens da redução do teor protéico, insere-se a redução 
dos excessos de aminoácidos aproximando as dietas do perfil ideal de aminoácidos. 
Outra vantagem da redução do teor protéico é a redução da excreção de nitrogênio para 
o ambiente. Por ser a proteína o nutriente mais caro da ração após a energia, a redução 
protéica é uma das vias de possível melhoria dos custos de produção (SUIDA, 2001). 
Uma vantagem importante da redução do teor protéico refere-se à possibilidade 
de redução do incremento calórico das dietas, o que é bem visto para situações de 
estresse por calor. 
Uma das conseqüências da alimentação é a geração de calor. A digestão de 
proteína provoca incremento calórico maior que carboidratos e lipídios que são 
digeridos quase sem produção de calor (SUIDA, 2001). 
Com o objetivo de avaliar o desempenho da utilização de dietas com baixo teor 
protéico, formuladas usando o conceito de proteína ideal, para frangos de corte de 7 a 
21 dias criados em diferentes temperaturas, Faria Filho (2003) conduziu um 
experimento utilizando 900 pintos machos de 7 dias de idade,da marca Cobb-500, 
foram utilizadas três dietas, uma utilizando o conceito de PB (controle com 21,5% de 
 
 
18 
PB) e duas usando o conceito de proteína ideal com redução de 1,5 e 3,0 pontos 
percentuais no teor de PB em relação à dieta controle (20,0 e 18,5% de PB). O nível de 
lisina digestível das dietas com 20,0 e 18,5% de PB foram iguais aos da dieta controle, 
enquanto que os demais aminoácidos digestíveis foram estabelecidos através da relação 
ideal aminoácido:lisina proposta por BAKER & HAN (1994), e três temperaturas 
ambiente (fria = 18,3°C a 21,1°C, termoneutra = 26,3°C a 29,0°C e quente = 33,3°C a 
33,6°C). Foram avaliados o desempenho, rendimento de carcaça e de cortes comerciais, 
porcentagem de gordura abdominal, temperaturas superficiais e cloacal e a perda de 
calor por radiação. O teor protéico das dietas e a temperatura ambiente proporcionaram 
resultados independentes para todas as características avaliadas. As temperaturasquente 
e fria prejudicaram o desempenho dos pintos de maneira diferente, sendo que a 
temperatura quente acentuou a queda no ganho de peso, que pode ter ocorrido pela 
diminuição do consumo de ração em altas temperaturas para tentar aliviar o estresse por 
calor. A temperatura fria proporcionou a pior conversão alimentar. O desempenho foi 
prejudicado pela redução dos níveis de proteína bruta, os resultados estão apresentados 
na Tabela 10. A temperatura quente conduziu a um maior rendimento de carcaça, asas, 
gordura abdominal e menor rendimento de peito. A redução do teor protéico em três 
pontos percentuais reduz o rendimento de peito, aumenta o de coxa+sobrecoxa e a 
gordura abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
TABELA 10 - Consumo de ração (CR), ganho de peso corporal (GP), peso corporal 
(PC), conversão alimentar (CA) e viabilidade criatória (VC) de frangos 
de corte de 7 a 21 dias de idade. 
Características avaliadas 
Fatores 
CR (g) GP (g) PC(g) CA (g/g) VC (%) 
Temperatura ambiente 
Fria 1006 a 667 b 829 b 1,51 a 99,1 
Termoneutra 991 a 720 a 882 a 1,38 c 99,6 
Quente 788 b 540 c 702 c 1,46 b 98,7 
Proteína bruta (%) 
21,5 (controle) 929 663 a 826 a 1,40 b 99,1 
20,0 934 641 b 803 b 1,46 a 98,3 
18,5 923 623 c 784 c 1,48 a 100,0 
 Probabilidades 
Temperatura ambiente 
(TP) 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,68 
Proteína bruta (PB) 0,51 0,00 0,00 0,00 0,28 
Interação TP x PB 0,17 0,39 0,38 0,65 0,14 
CV (%) 2,54 2,78 2,23 2,87 2,52 
Médias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna, dentro de cada fator, diferem pelo teste de Tukey 
(p>0,05%). 
Fonte: Faria Filho (2003) 
 
 
2.4.2 UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL COM 
BASE NO CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL 
 
 
A formulação com base no conceito de proteína ideal é mais eficiente quando 
são usados ingredientes alternativos ao milho e ao farelo de soja. 
Os subprodutos de origem animal apresentam dificuldade de padronização, em 
função do processo produtivo e da origem dos resíduos que compõem as farinhas de 
origem animal, por isso necessitam de um maior cuidado na hora da formulação de 
rações. 
 
 
20 
Alguns subprodutos de origem animal que são utilizados na alimentação de aves 
são: Farinha de penas e vísceras, farinha de penas hidrolisadas, farinha de vísceras, 
farinha de carne e ossos, farinha de carne, farinha de ossos, farinha de sangue etc. 
Bellaver et al. (2001) avaliaram a substituição parcial do farelo de soja (FS) pela 
farinha de vísceras (FV) de aves em dietas balanceadas com base em aminoácidos totais 
ou digestíveis para frangos de corte. Os tratamentos utilizados pelos autores foram T1 = 
dieta com 22% e 20% de proteína bruta (PB) nas fases iniciail (FI) e de crescimento 
(FC) e 3200 kcal/kg de EM durante todo o experimento; T2 = energia semelhante à 
dieta T1 e PI à base de milho e farelo de soja (1,15% de lisina digestível na FI e 0,90% 
de lisina digestível na FC); T3 = dieta semelhante à T2, com 20% e 25% de substituição 
do FS por FV nas fases FI e FC, respectivamente; T4 = dieta semelhante à T3, com 40 e 
50% de substituição do FS por FV, nas FI e FC, respectivamente; T5 = dietas 
semelhantes à T4, porém com balanço por aminoácidos totais (1,10 e 1,00% de lisina 
total nas FI e FC, respectivamente). Os autores observaram que a formulação com base 
na PI é melhor do que aquela que considera a PB ou AA totais. Verificaram que a 
inclusão de 20% FV na FI e 25% na FC de frangos de corte, em substituição ao FS, 
melhorou o desempenho até os 21 dias e não alterou o desempenho até os 42 dias em 
dietas formuladas dentro do conceito de proteína ideal. 
Cancherini et al. (2005) realizaram experimento para avaliar a utilização de 
subprodutos de origem animal em dietas para frangos de corte, formuladas com base na 
proteína bruta e proteína ideal. Utilizaram duas fontes de proteína animal, farinha de 
vísceras de aves e farinha de sangue bovino, dois conceitos de formulação, proteína 
bruta e proteína ideal, e uma dieta testemunha a base de milho e farelo de soja. As 
características avaliadas foram: ganho de peso, consumo de ração e conversão 
alimentar. Houve efeito significativo das interações entre as fontes de proteína de 
 
 
21 
origem animal e conceito de formulação para consumo de ração e ganho de peso Tabela 
11. Os melhores ganhos de peso foram obtidos com as dietas com farinha de sangue 
formuladas com base na proteína bruta e com farinha de vísceras de aves com base na 
proteína ideal. 
 
TABELA 11 - Desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias recebendo dietas 
formuladas com base na proteína bruta e na proteína ideal e com duas 
fontes de proteína animal 
Subproduto Proteína Média Testemunha CV (%) 
 Bruta Ideal 
Ganho de peso (g) 
Farinha de vísceras 840 aA 853 aA 846 
Farinha de sangue 848 aA 725 bB 786 
Média 844 789 805 3,38 
Consumo de ração 
Farinha de vísceras 1230 aB 1240 aA 1240 
Farinha de sangue 1350 aA 1200 bA 1280 
Média 1300 1220 1340 4,63 
Conversão alimentar 
Farinha de vísceras 1,47 1,46 1,47 B 
Farinha de sangue 1,59 1,66 1,62 A 
Média 1,54 1,56 1,67 6,03 
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes nas linhas e letras maiúsculas diferentes nas colunas diferem pelo 
teste Tukey (P <0,05) 
FONTE: Cancherini et al. (2005) 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O melhor conhecimento das exigências nutricionais das aves com a melhor 
avaliação dos nutrientes e suas respectivas digestibilidades, permitiu desenvolver o 
conceito da proteína ideal, que é uma importante ferramenta utilizada para flexibilizar a 
formulação de dietas. 
O uso do conceito de formulação de ração com base na proteína ideal, permite 
ao nutricionista inúmeras facilidades e vantagens, no processo de formulação de rações, 
uma vez que basta definir as exigências em lisina digestível e aplicar o perfil ideal. A 
formulação de dietas usando o conceito de proteína ideal resulta em ótimo desempenho 
dos frangos de corte, com redução da excreção de produtos nitrogenados e redução da 
poluição ambiental, além de apresentar um melhor custo benefício. 
É importante considerar que as relações ideais de aminoácidos podem ser 
afetadas em certas circunstâncias como, por exemplo, por fatores dietéticos, por 
condições ambientais e por fatores genéticos. 
 
 
 
 
23 
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AUTORIZAÇÃO 
 
 
 
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por 
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citado a fonte. 
 
 
 
Graciene Conceição dos Santos 
Instituição: UFVJM 
Local: Diamantina 
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