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bagos e ventres

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3. BAGOS E VENTRES
DESINDIANIZAÇÃO
Não existe ainda estudo elaborado para avaliar a população indígena original do território Brasileiro, mas, o numero de referencia que utilizamos é 5 milhões em 1500. No século seguinte aqueles 5 milhões de indígenas teriam reduzido a 4 milhões, com a dizimação pelas epidemias das populações do litoral atlântico, que sofreram o primeiro impacto da civilização pela contaminação das tribos do interior com as pestes trazidas pelo europeu e pela guerra. 
Em 1600 a 1700 continua a depopulação provocada pelas epidemias e pelo desgaste no trabalho escravo, bem como o extermínio na guerra, a população de indígena reduziu de 4 para 2 milhões. É provável que naquele século se tenham escravizado mais de 300 mil índios. Já no terceiro século, 1700 a 1800, reduziu o montante de índios isolados de 2 para 1 milhão.
O efeito dizimador das enfermidades desconhecidas, somado ao engajamento compulsório da força de trabalho e ao da deculturação, conduziu a maior parte dos grupos indígenas à completa extinção.
Apesar de tudo, sobreviveram algumas tribos indígenas ilhadas na massa crescente da população rural brasileira, ainda que crescentemente mestiçados e aculturados permanecem sempre “indígenas” na qualidade de alternos dos “brasileiros”, porque se veem e se sofrem como índios e assim também são vistos e tratados pela gente com que estão em contato. Índios genéricos concentrados em suas aldeias, algumas autônomas, outras administradas por missões religiosas ou por serviços oficiais de proteção. 
Cândido Rondon tendo muito mais experiência de trato com os índios, ele exigia do pais respeito à sua população original, seu apelo foi atendido não só pelo governo mas por dezenas de oficiais das forças armadas e profissionais de toda a sorte, que decidiram dedicar suas vidas à salvação dos povos indígenas. Rondon e seus companheiros estabeleceram um corpo de diretrizes que por décadas orientaram uma política indigenista oficial. Eles afirmavam que o objetivo não podia exterminar ou transformar o indígena, mas fazer dele um índio melhor, dando-lhe acesso a ferramentas e orientação adequada. 
O INCREMENTO PRODIGIOSO
A construção da população, se não se fez como um propósito deliberado foi resultante de uma política demográfica espontaneísta de que resultou tanto a depopulação de milhões de trabalhadores como o incremento de outros milhões. Utilizando largamente a imensa, disponibilidade de ventres de mulheres indígenas escravizadas, o incremento da população mestiça. 
Em 1584, o padre José de Anchieta avaliava a população do Brasil em 57 mil, sendo 25 mil brancos- mestiços de portugueses com índios-, 18 mil índios e 14 mil negros. 
A economia estava concentrada fundamentalmente na produção açucareira, que liderava as exportações; na criação de gado, que teria alcançado um rebanho de 1,5 milhão de cabeças e assumira certa importância como fonte de exportação de couro; na lavoura de tabaco, também importante artigo de exportação, principalmente para custear \ importação de escravos africanos. 
O resultado fundamental dos três séculos de colonização e dos sucessivos projetos de viabilização econômica do Brasil foi à constituição da população de mestiços e pardos. E as decisões indispensáveis para isso foi a abolição, a reforma agrária, industrialização autônoma. 
ESTOQUE NEGRO
O “branco” colonizador e seus descendentes aumentavam séculos após séculos pela multiplicação de mestiços e mulatos.
Os primeiros negros foram introduzidos no Brasil nos últimos anos da primeira metade do século XVI, talvez em 1538. A caçada de negros na África, sua travessia e a venda aqui passam a constituir o grande negocio dos europeus. A Coroa permitia a cada senhor de engenho importar até “120 peças”. 
Produziram quantidades de mulatas, que viveram melhores destinos na Casa grande. Algumas se converteram em mucamas e até se incorporaram às famílias, como amas-de-leite. A negra-massa, depois de servir aos senhores, provocando às vezes ciúmes em que as senhoras lhes mandavam arrancar todos os dentes, caía na vida de trabalho braçal dos engenhos e das minas em igualdade com os homens. Só a essa negra, largada e envelhecida, o negro tinha acesso para produzir crioulos.

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