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Responsabilidade civil - aula 1 a 11

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AULA 1:
Caso Concreto 1:
Marcos, tendo seu veículo fechado por outro carro, desvia com o intuito de evitar a colisão, sobe na calçada e atropela João, transeunte que retornava de seu trabalho. Reconhecido o estado de necessidade de Marcos na esfera criminal, com sua absolvição nesta seara, respaldada pelo ato justificado de fugir ao perigo iminente à própria vida, bem como dos passageiros de seu automóvel, pergunta-se: Marcos será compelido a indenizar João? Justifique.
RESPOSTA: Aquele que deu a fechada em Marcos que foi a causa direta e imediata. Aquele que causou o perigo é que responde pelo dano causado. Marcos tem ação regressiva, terá ônus de identificar quem deu a fechada e correr atrás para reparar com base no art. 930 do CC. João foi a pessoa lesada, ele não causou perigo. O CC determina que aquele que causou o dano, mesmo em estado de necessidade tem o dever de reparar o dono. Caso de indenização por ato lícito art. 929 C/C art. 188, II do CC.
Q.Objetiva:
Ao se desviar de uma brusca fechada dada por um ônibus, Antônio subiu com seu veículo na calçada e atropelou Benedito, ferindo-o gravemente. Antônio:
a) terá que indenizar Benedito porque praticou ato ilícito.
b) não terá que indenizar Benedito porque não praticou ato ilícito.
c) não terá que indenizar Benedito porque o ato praticado foi no exercício regular de um direito.
d) terá que indenizar Benedito mesmo tendo praticado o ato em estado de necessidade.
e) todas as respostas estão incorretas.
AULA 2:
Em discussão ocorrida no trânsito, Antonio (25 anos) depredou com uma barra de ferro o veículo de José (75 anos), tendo este sido acometido de infarto fulminante, morrendo no local. Antonio responde civilmente pela morte de José? Por que? Resposta fundamentada.
RESPOSTA: Não responderá pelo evento morte, mas pelo dano no veículo, porque ele quis depredar o automóvel do outro. Ele não queria que o José morresse, teve um resultado que não era previsto. Trata de responsabilidade subjetivo que é preciso culpa, e como faltou um dos elementos da culpa que é a previsibilidade, ele não responde então, pelo resultado morte, pois não deu a causa. E sim praticou ato ilícito, conforme Artigo 927 do CC.
Q.Objetiva:
Na culpa lato sensu é corrreto dizer que abrange:
a) o dolo e a culpa em sentido estrito;
b) a culpa provada e a culpa presumida;
c) a culpa in eligendo e a culpa in vigilando;
d) a culpa grave e a culpa contra a legalidade;
e) a culpa concorrente.
Aula 3:
Augusto, comerciante de bois, vende a Gustavo, lavrador, um boi doente, que, por sua vez, contagia os outros bois do comprador, que morrem. Privado desses elementos de trabalho, o lavrador vê-se impedido de cultivar suas terras. Passa a carecer de rendimentos que as terras poderiam produzir, deixa de pagar seus credores e vê seus bens penhorados, os quais são vendidos por preço abaixo de seu valor. Arruinado, o lavrador suicida-se. Seus filhos e viúva ingressam com ação de indenização em face do comerciante. Pergunta-se: quais são os danos ressarcíveis e quem terá de repará-los? Resposta fundamentada.
RESPOSTA: Depende da teoria adequada.
Pela teoria da equivalência das condições – art. 13 CP – o vendedor estava ferrado, enseja resultados injustos. Responderia por tudo, o vendedor do boi doente que deu causa.
Pela teoria da causa adequada- responde pela venda dos bois tem que ver qual foi a mais adequada.
Q.Objetiva: Aula 3
Diante das excludentes de nexo causal não é correto afirmar:
I – Havendo uma excludente de nexo causal o dever de indenizar será afastado mesmo nos casos de risco integral.
II – O fortuito interno afasta o dever de indenizar.
III – O dever de indenizar é afastado tanto nos casos de responsabilidade civil subjetiva quanto objetiva, diante de alguma excludente de nexo causal.
A) Somente I e II estão incorretas.
B) Somente I e III estão incorretas.
C) Somente II e III estão incorretas.
D) Todas estão incorretas. 
AULA 4:
Antonia teve o seu veículo apreendido em ação de busca e apreensão movida pelo Banco X. Pagas as prestações em atraso, seis meses depois o veículo lhe foi devolvido, mas inteiramente danificado, inclusive com subtração de peças e acessórios. Alega também Antonia que não poderá usar o seu veículo, enquanto não for consertado, no fornecimento de quentinhas para cerca de 80 pessoas, o que lhe daria um ganho diário de R$ 120,00. Em ação indenizatória contra o Banco X o que Antonia poderá pedir?
RESPOSTA:  Ela sofreu prejuízo no seu patrimônio, dano material e dano emergente (as peças). Há o dever de indenizar, porque o depositário tinha que ter guardado e devolver em perfeitas condições. O carro era utilizado para trabalho, durante 6 meses ela perdeu o ganho que é o lucro cessante.   PORTANTO, Antonia poderá pedir ressarcimento em relação aos danos matérias decorrentes da conduta do banco, exigindo o dano emergente, relativo ao que perdeu efetivamente e os lucros cessantes correspondente aos que razoavelmente deixou de ganhar com a venda das quentinhas, além de eventuais danos morais supervenientes.
Q.Objetiva:
No que diz respeito ao dano é CORRETO afirmar:
I – O dano material se divide em dano emergente e lucro cessante.
II – No dano material sempre estará presente o dano emergente.
III – No dano material nem sempre haverá o dever de indenizar pelo lucro cessante.
A) Somente I e II estão corretas.
B) Somente I e III estão corretas.
C) Somente II e III estão corretas.
D) Todas estão corretas.
AULA 5:
Joana e João da Silva moveram ação de indenização por dano moral contra o Estado do Rio de Janeiro porque dois servidores estaduais, José da Silva e Aroldo dos Santos, assinaram, divulgaram e promoveram distribuição de aviso de suspeita de caso de AIDS no Município do Rio das Pedras, indicando o nome do filho dos autores, Antonio da Silva, como sendo portador de tal doença. Sustentam que o mencionado aviso, além de violar o direito à intimidade e à vida privada de Antonio, debilitou ainda mais o seu estado de saúde, apressando a sua morte, ocorrida poucos meses depois da divulgação. Em contestação o Estado alega não terem os autores, pais de Antonio, legitimidade para pleitearem a indenização porque o dano moral, por se tratar de direito personalíssimo, é intransmissível, desaparece com o próprio indivíduo, impossibilitado a transmissibilidade sucessória e o exercício da ação indenizatória por via subrogatória. Diante do caso concreto, aborde a possibilidade de os pais de Antonio obterem a reparação civil pelos danos causados ao seu filho.
RESPOSTA: não há que indenizar porque cessou a morte. Não há transmissão do dano moral, pois se extingue com a morte. Só se transmite os efeitos patrimoniais e econômicos. Art. 943 do CC. A personalidade cessa com a morte.
2º corrente – Se ele morreu antes de mover ação indenizatória, os herdeiros têm direito à indenização, que seria transmissível. O que se transmite é o direito á indenização e não ao dano moral.
Q.Objetiva: Aula 5
Com relação ao dano estético é CORRETO afirmar:
I-                   Existe jurisprudência que coloca o dano estético como um terceiro tipo de dano ao lado do dano material e moral.
II-                Há quem defenda que o dano estético não é um tipo autônomo de dano.
III- Não há qualquer controvérsia sobre o tema.
A) Somente a I e II estão corretas.
B) Somente a I e III estão corretas.
C) Somente a II e III estão corretas.
D) Nenhuma está correta.
AULA 6:
Carlos Santana, quando chegava ao seu trabalho no Shopping Leopoldina, foi atingido por uma bala oriunda de troca de tiros entre assaltantes e vigilantes de um carro forte. Carlos faleceu no local. A viúva e filhos (2) de Carlos pretendem ser indenizados pela empresa proprietária do carro forte: Protege S/A Transportes de Valores. Como advogado da viúva e filhos de Carlos, responda as seguintes questões prévias:
a) é caso de responsabilidade subjetiva ou objetiva?
RESPOSTA: Atividade de risco – art. 927, § único do CC, trata de responsabilidade objetiva.
É caso de questãoobjetiva, pois foram os vigilantes do carro forte que por acidente atingiu Carlos, eles trabalham para a empresa, então, terá que indenizar a família pelo dano causado(apesar de ter sido Carlos a sofrer o dano).
b) em que dispositivo legal seria fundada a ação?
RESPOSTA:  Seria fundada no Art. 186 e 187 c/c art. 927, § único do CC.
c) pode ser alegada com sucesso pela ré a tese da força maior?
RESPOSTA: Não terá sucesso a força maior, porque a morte do sujeito se deu em razão de atividade de risco. Poderia ser alegado pela empresa que ocorreu caso fortuito, sendo este um caso imprevisível.
d) aplica-se ao caso a teoria do risco integral?
RESPOSTA: Não, é do risco criado. Necessita de provar o nexo causal. Essa TEORIA é aplicada quando a previsão for expressa em lei.
Q.Objetiva:
Paulo foi atropelado por caminhão de transporte de mercadoria de grande empresa multinacional produtora de refrigerantes. Tendo sofrido graves lesões, que lhe causaram invalidez total permanente, Paulo quer ser indenizado por danos materiais e morais. No caso é correto afirmar que a responsabilidade da empresa proprietária do caminhão atropelador é:
a) subjetiva com culpa provada;
b) objetiva, fundada no risco integral;
c) objetiva, com culpa presumida;
d) objetiva, pelo fato do produto (art. 931 do C.C.)
e) objetiva pelo risco da atividade (art. 927, par.ún. do C.Civ.)
AULA 7:
Paulo, 16 anos, dirigindo o carro do pai, atropela e fere B gravemente. A vítima, completamente embriagada, atravessou a rua inesperadamente, sendo certo que Paulo dirigia em velocidade normal.
Pretende a vítima ser indenizada por danos materiais e morais, pelo que propõe ação contra Carlos, pai de Antonio. Procede o pedido? Como advogado de Carlos o que você alegaria?
RESPOSTA: Causa de Exclusão do Nexo Causal, pelo fato exclusiva da vítima, afastando a responsabilidade. Se Paulo não teve culpa, não deu causa ao acidente, jamais o pai dele será responsabilizado. Isto é uma irregularidade administrativa não chega a ser ato ilícito não ensejou um dano, uma lesão. Houve o fato exclusiva da vítima exclui o dever de indenizar.
O pai dele não pode ser responsabilizado.
AULA 8:
Em ação ressarcitória, movida contra o Banco Quebrado S/A, pleiteia o autor indenização por dano morais e materiais decorrentes da queda de um letreiro de propaganda que se encontrava instalado na fachada do prédio onde funciona uma das agências do réu.
Em contestação, o réu não nega que a queda do letreiro feriu o autor, mas alega ser parte passiva ilegítima, uma vez que o imóvel não lhe pertence, sendo apenas locatário.
No mérito, sustenta que o autor não provou a sua culpa, ensejadora da responsabilidade civil, e, ainda, que tomou todas as providências exigíveis, contratando firma especializada do letreiro, que assumiu toda a responsabilidade pela instalação.
Decida a questão, indicando os dispositivos legais aplicáveis.
RESPOSTA: No caso se trata de responsabilidade por coisas caídas dos prédios (letreiro do banco) com base no art. 938 do CC. Quem responde não é o dono e sim aquele que habitar prédio, pois o letreiro não é parte do prédio que responderá será o Banco responsabilidade objetiva.
AULA 9:
Antonio estava lendo o jornal, na pequena varanda de sua casa, quando foi atingido mortalmente por uma bala proveniente de uma troca de tiros entre policiais e traficantes em um morro próximo. Viúva e filhos de Antonio querem ser indenizados pelo Estado por danos materiais e morais.
Provado que o projétil partiu efetivamente da referida troca de tiros, examine a responsabilidade do Estado nas seguintes hipóteses:
a) a bala partiu da arma do traficante;
b) a bala partiu da arma do policial;
c) não foi possível apurar de que a arma partiu a bala.
Fundamente sua resposta com base na lei, na doutrina e na jurisprudência.
RESPOSTA: Não importa se a bala partiu da arma do traficante ou a bala partiu da arma do policial e absolutamente irrelevante não há dúvida que está bala decorreu por uma atividade exercida pelo estado. Há uma relação de causa e efeito.
Não há que se falar em fato de terceiro e da vítima. O Estado vai ter que responder com base no art. 37, §6º da CRFB/88.
Apelação Cível nº 65834/2008
AULA 10:
Um prisioneiro do sistema penitenciário do Estado do Rio de Janeiro faleceu acometido de pneumonia. A viúva propõe ação indenizatória contra o Estado sob o fundamento de que a este cabia zelar pela integridade física do seu marido. Assiste-lhe razão? Resposta fundamentada.
RESPOSTA: A responsabilidade do Estado é uma rega objetiva fundamentada na teoria do risco administrativo. Todavia também existe a culpa anônima ou falta de serviço, seja porque não funcionou quando deveria ou funcionou mal e tardiamente, é a responsabilidade subjetiva. Tem que se comprovar a culpa art. 186 do CC, caso em que, se houver falta de serviço ou serviço mal prestado e este ser configurado responderá neste caso o Estado pelo falecimento.
AULA 11:
Flávia, 10 anos de idade, brincava com o irmão mais velho e dois colegas na piscina do Condomínio onde moravam. Quando Flávia estava mergulhando próximo do filtro (ralo) da piscina, teve seus cabelos sugados, tão fortemente que ficou presa no fundo, o que provocou o seu afogamento. Quando o irmão de Flávia conseguiu retirá-la do fundo da piscina ela já estava morta. Os pais de Flávia pretendem ser indenizados por danos materiais e morais. De quem poderão pleitear a indenização: do condomínio, do fabricante do filtro (ralo) ou de ambos? Em qualquer caso, qual será o fundamento legal do pedido indenizatório?
RESPOSTA:Temos no caso típico fato do produto. O que causou o trágico acidente foi o defeito do ralo ou filtro (produto) da piscina por não ter oferecido a segurança legitimamente esperada. Não é previsível, nem concebível que o ralo de uma piscina sugue a água com tal intensidade que deixe uma pessoa presa pelos cabelos. A ação indenizatória deverá ser ajuizada contra o fabricante do filtro com base no art. 12 do CDC.
Pode também ser admitida como correta a resposta do aluno que entender ser o condomínio responsável pela atividade perigosa (art. 927, parágrafo único do C. Civil) se sustentar que o ralo (ou filtro) da piscina não foi corretamente instalado e que o condomínio não exerceu o devido e necessário controle para o seu normal funcionamento.
Ver RESP 1081432/SP

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