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ANÁLISE DE AÇÕES
Aula 1
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
DE AÇÕES
Análise Fundamentalista de Ações
Olá estudante!
Nesta videoaula você conhecerá a análise fundamentalista de ações.
Esse conceito é fundamental para a sua prática profissional em análise
de ativos, pois permite entender os fundamentos econômicos e
financeiros das empresas, como seu desempenho histórico, perspectivas
de crescimento, saúde financeira, e outros fatores relevantes que
impactam no valor das ações.
Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos! Assista à videoaula e
fortaleça suas habilidades financeiras.
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Nesta aula, iremos conhecer a análise fundamentalista de ações,
incluindo as técnicas utilizadas, como a análise de demonstrações
financeiras, avaliação de cenários econômicos e o uso de modelos de
precificação de ações. Você aprenderá sobre o Modelo de Gordon, o
Modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF), além de explorar
indicadores-chave como Lucro por Ação (LPA), Índice Preço/Lucro (P/L) e
Valor Patrimonial da Ação (VPA).
Para contextualizar o nosso estudo, imagine que você é um investidor ou
investidora iniciante e está interessado em comprar ações de uma
empresa do setor de tecnologia. No entanto, você se depara com uma
série de dúvidas, tais quais: como saber se o preço atual das ações
dessa empresa reflete seu verdadeiro valor? Qual a importância de
analisar os dados contábeis e econômicos antes de investir? E como
utilizar os diferentes métodos de análise fundamentalista para tomar
decisões mais assertivas?
Para ilustrar essa questão, vamos considerar o caso fictício da empresa
TechX. TechX é uma empresa de tecnologia que anunciou recentemente
um grande lançamento de produto. Seu preço de mercado aumentou
significativamente nos últimos meses, mas será que esse preço reflete
seu verdadeiro valor intrínseco? Como investidor, você precisa analisar
cuidadosamente os dados disponíveis e aplicar os conceitos aprendidos
nesta aula para decidir se vale a pena investir nas ações da TechX.
Ao entender como avaliar o valor intrínseco das empresas e considerar o
impacto do cenário econômico, você estará mais preparado para tomar
decisões inteligentes no mercado de investimentos.
Lembre-se de que cada conceito e ferramenta discutidos aqui têm
aplicação prática e podem fazer toda a diferença no seu cotidiano
profissional como investidor. Então, vamos começar esta jornada juntos e
explorar as possibilidades que o mundo dos investimentos nos reserva.
Vamos lá? 
Vamos Começar!
É muito comum questionar-se se uma ação está com valores altos ou
baixos ao começar a investir na bolsa de valores. A resposta desse
questionamento não é tão simples, porém existem diversas técnicas que
podem ser utilizadas para avaliar ativos financeiros, principalmente as
ações.
O objetivo do investidor ao utilizar essas técnicas de análise é minimizar
as chances de erro, e comprar ações que estejam com preços atrativos e
com potencial de valorização no futuro. Nesse contexto, as duas
principais técnicas de análise são:
Análise técnica: avaliação de ações com base no comportamento
dos preços passados.
Análise fundamentalista: avaliações de ações com base nos
dados contábeis, financeiros, cenário macro e microeconômico.
Segundo Pinheiro (2019, p. 455) “[...] A análise fundamentalista é o
estudo de toda informação disponível no mercado sobre determinada
empresa, com a finalidade de obter seu verdadeiro valor e formular uma
recomendação sobre sua compra ou venda”.
O principal propósito desta análise é examinar o desempenho da
empresa com o objetivo de determinar seu valor intrínseco. Esta
abordagem parte do princípio de que as ações possuem um valor
intrínseco associado ao desempenho da empresa emissora e às
condições gerais da economia.
Assim, a análise fundamentalista investiga os elementos que explicam o
valor intrínseco de uma empresa, setor ou mercado, priorizando fatores
fundamentais em detrimento de fatores de mercado, como preço e
volume (Pinheiro, 2019).
Essa análise parte como premissa que os mercados não são eficientes
no curto prazo, logo, o preço da ação poderá não refletir o verdadeiro
valor da empresa emitente, mas existe uma tendência que isso ocorra no
futuro (longo prazo).
De acordo com Pinheiro (2019, p. 455 grifo nosso) “[...] O mercado de
capitais é eficiente a longo prazo, podendo ocorrer ineficiências na
valorização a curto prazo que seriam corrigidas ao longo do tempo”.
Essa dinâmica pode ser visualizada na Figura 1, no qual o preço (valor
intrínseco) de uma ação poderá ser menor e oscilar no curto prazo,
porém tenderá a corrigir e valorizar ao seu verdadeiro valor ao longo do
tempo, em um processo de valorização.
Figura 1 | Hipótese básica da análise fundamentalista. Fonte: Pinheiro (2019, p. 456).
Siga em Frente...
A análise fundamentalista compreende a avaliação do valor justo da
empresa, isto é, o valor hipotético da empresa em um determinado
momento. O processo de tomada de decisão envolve a comparação
desse valor com o preço listado em bolsa de valores (preço de mercado)
e a seleção do ativo com menor preço em relação ao seu valor justo
(intrínseco) (SINATORA, 2016). A regra de decisão será a seguinte:
Figura 2 | Regra de decisão na análise fundamentalista. Fonte: adaptado de Pinheiro (2019).
Ainda de acordo com Pinheiro (2019), para estimar o valor de uma ação
em determinado momento, a análise fundamentalista se baseia em três
pontos básicos:
1. Demonstrações financeiras passadas: mostram quais são os
gastos, o retorno sobre investimentos, os faturamentos previstos e uma
análise da saúde financeira de uma maneira completa. Assim, existem
quatro tipos diferentes: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultados do Exercício (DRE), o Fluxo de Caixa e a Demonstração do
Valor Adicionado
2. Situação atual da economia e estimativas futuras: o fato é que
todas as empresas são afetadas de alguma forma pelas mudanças na
economia de um país. Portanto, é especialmente importante que uma
análise fundamentalista leve em conta estas variáveis. Alguns exemplos
de outras variáveis macroeconômicas são: Índice de desemprego,
Inflação, Taxa de juros,etc.
3. Grau de confiança do investidor: nota de crédito concedida pelas
agências internacionais de classificação de risco (rating) é importante
porque indica aos investidores, principalmente estrangeiros, qual o nível
de confiança para se investir em um determinado país.
É relevante observar que a análise fundamentalista, assim como outros
tipos de análise, pode empregar dois métodos distintos para chegar a
uma conclusão (SINATORA, 2016). Os resultados serão semelhantes,
porém os processos divergem.
O primeiro enfoque é a chamada análise top down (de cima para baixo).
Essa análise começa pelo ambiente macroeconômico, posterior análise
do setor da organização e, por fim, dos fundamentos financeiros da
empresa.
Já a análise bottom up (de baixo para cima), parte inicialmente do estudo
dos fundamentos financeiros da organização, para posterior análise do
setor e por fim, avaliação do impacto da conjuntura econômica. Esses
métodos são ilustrados na Figura 3:
Figura 3 | Métodos ou enfoques para o desenvolvimento da análise fundamentalista. Fonte: adaptado de
Pinheiro (2019).
Surge então o questionamento de como encontrar o valor intrínseco
(justo) de uma ação. Bom, alguns métodos podem nos ajudar nessa
resposta. Vamos estudar alguns.
Modelo de Gordon
Segundo Assaf Neto (2023), o Modelo de Gordon, também conhecido
como Modelo de Crescimento de Dividendos, é uma abordagem de
avaliação de ações que se baseia na premissa de que o valor intrínseco
de uma ação é determinado pelo valor presente de seus dividendos
futuros.
O Modelo presume que o valor intrínseco de uma ação é igual à soma
dos dividendos futuros esperados, descontados a uma taxa apropriada
de retorno exigido pelos investidores. A fórmula básica para calcular o
valor intrínseco de uma ação pelo Modelo de Gordon é:
P=
D1
K−g
Em que: “P” é o preço intrínseco da ação;Aprovação da Lei nº 12.431/2011, que instituiu a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) como órgão regulador do
mercado de capitais brasileiro e estabeleceu diretrizes para a
governança corporativa das companhias abertas.
2017: Lançamento do Código Brasileiro de Governança Corporativa
pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),
atualizando e consolidando as melhores práticas de governança no
país.
Essas iniciativas foram no sentido de aprimorar o sistema de gestão das
organizações e aumentar os mecanismos de proteção e confiança no
nível de informação.
No Brasil, o processo de registro de empresas de capital aberto é
regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão
responsável pela fiscalização e regulamentação do mercado de capitais.
Uma vez registrada e listada na bolsa de valores, as empresas de capital
aberto estão sujeitas a uma série de obrigações regulatórias, incluindo a
divulgação regular de informações financeiras e operacionais, conforme
exigido pela CVM.
Além disso, as empresas de capital aberto são incentivadas a adotar
práticas de governança corporativa como forma de proteger os interesses
dos acionistas e promover a transparência, a ética e a responsabilidade
social.
Portanto, para que uma empresa realize a abertura de capital e tenha
suas ações listadas e negociadas na bolsa de valores, é necessário
cumprir não apenas os requisitos de governança corporativa (ROCHA;
CESTARIA; PIELLUSCH, 2023), mas também os seguintes critérios:
Ser uma sociedade sob a forma de Sociedade por Ações (ou
Sociedade Anônima).
Ter suas demonstrações financeiras auditadas por auditoria
independente registrada na CVM por três anos.
Obtenham, junto à CVM, o registro de emissor, com os seus valores
mobiliários admitidos á negociação na B3.
Possuir uma Diretoria de Relações com Investidores
Definir a estratégia da oferta de ações e registrá-la na CVM.
Além dos critérios mencionados anteriormente, é imprescindível que a
empresa escolha o segmento de listagem que corresponda ao seu grau
de aderência às práticas de governança corporativa (ROCHA;
CESTARIA; PIELLUSCH, 2023).
Os segmentos foram estabelecidos em 2001, inicialmente pela Bovespa
(hoje B3), com o objetivo de categorizar as empresas de acordo com seu
comprometimento com a governança corporativa, facilitando assim a
identificação por parte dos investidores daquelas empresas que adotam
as melhores práticas nesse aspecto.
Atualmente, os segmentos especiais de listagem da B3 são: Bovespa
Mais, Bovespa Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1. O Novo
Mercado é o grau mais alto de governança Corporativa.
Vamos conhecer cada segmento da listagem conforme apresentado por
Rocha; Cestaria; Piellusch, (2023):
Nível 1
As companhias devem adotar práticas que favoreçam a
transparência e o acesso às informações pelos investidores.
Devem possuir um conselho de administração de no mínimo 3
membros.
Manutenção de percentual mínimo de ações em circulação (free
float) em 25%.
Nível 2
Cumprimento das exigências do nível 1.
Devem possuir um conselho de administração de no mínimo 5
membros, sendo 20% independentes.
Demonstração financeiras traduzidas para o inglês.
No caso de venda do controle, assegurar a todos os demais
acionistas o mesmo tratamento concedido ao acionista controlador
de alienar suas ações ao novo acionista por 100% do preço pago
(Tag along).
Novo Mercado
É o segmento especial de listagem de maior governança
corporativa.
Cumprimento das exigências dos níveis 1 e 2.
Capital social composto apenas por ações ordinárias, que dão ao
acionista direito a voto.
Devem possuir free float mínimo de 25% ou 15%, caso a oferta seja
superior a R$ 3 bilhões.
Devem possuir comitê de auditoria.
Só pode emitir ações ordinárias.
Para as empresas de menor porte, têm-se os segmentos:
Bovespa Mais
Emitem apenas ações ordinárias.
Tem o prazo de até 7 anos para realizar o I.P.O.
A partir do 7° ano de listagem, devem manter em circulação no
mínimo 25% de free float.
Concessão de tag along para 100%.
Bovespa Mais Nível 2
Regras e condições muito semelhantes ao Bovespa Mais
É permitida a emissão de ações preferencias.
Após explorarmos os principais conceitos e práticas de governança
corporativa nesta Aula, torna-se evidente a importância desse conjunto
de princípios e diretrizes no ambiente empresarial contemporâneo.
Compreendemos que a governança corporativa não apenas promove a
transparência e a prestação de contas, mas também é essencial para
fortalecer a confiança dos stakeholders, proteger os interesses dos
acionistas e impulsionar o desempenho sustentável das organizações a
longo prazo.
Além disso, ao analisar os diferentes segmentos de listagem na bolsa de
valores e as práticas exigidas em cada um, percebemos a variedade de
opções disponíveis para as empresas, permitindo-lhes adaptar suas
estratégias de governança conforme suas necessidades e objetivos
específicos.
Em última análise, a governança corporativa não é apenas uma
ferramenta para o sucesso financeiro, mas também um princípio
orientador para a construção de empresas éticas, responsáveis e
socialmente conscientes em um mercado globalizado e dinâmico.
Vamos Exercitar?
Agora, vamos retomar a problematização do início dessa aula.
Bom, consideramos um cenário hipotético, no qual você está avaliando
em aplicar seu dinheiro em uma determinada empresa e quer avaliar as
práticas de gestão do negócio. Surgiram alguns questionamentos que
vamos refletir individualmente a seguir:
Vajamos a resposta para cada uma das perguntas:
1. Como você pode avaliar se essa empresa segue as melhores
práticas de governança corporativa? É possível avaliar se uma
empresa segue as melhores práticas de governança corporativa
examinando diversos aspectos, como a composição e independência do
conselho de administração, a transparência na divulgação de
informações financeiras e operacionais, a existência de políticas claras
de ética e conduta, a prestação de contas aos acionistas e a existência
de mecanismos de controle interno e gestão de riscos.
2. Como isso influencia sua credibilidade no mercado financeiro? O
cumprimento de boas práticas de governança corporativa aumenta a
credibilidade de uma empresa no mercado financeiro, pois demonstra um
compromisso com a transparência, equidade e responsabilidade.
Investidores e analistas financeiros tendem a confiar mais em empresas
que adotam essas práticas, pois elas geralmente apresentam menor risco
de fraudes, manipulação de informações e conflitos de interesse.
3. Como você pode identificar essas informações na bolsa de
valores? Você pode identificar informações sobre as práticas de
governança corporativa de uma empresa por meio de diversos canais,
como relatórios anuais, comunicados ao mercado, divulgações
obrigatórias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), websites
corporativos, relatórios de analistas e classificações de agências de
rating.
Além disso, as empresas listadas em segmentos especiais de
governança da bolsa de valores, como o Novo Mercado, geralmente são
obrigadas a seguir padrões mais rigorosos de governança e divulgar
informações adicionais aos investidores. 
A partir dessas reflexões, você poderá analisar a governança corporativa
da organização no qual deseja investir. 
Saiba Mais
Para saber mais sobre o assunto abordado na Aula, leia o livro
Governança Corporativa da autora Roberta Nioac Prado. Nele, a autora
trata de noções e conceitos fundamentais que permeiam as boas
práticas, tais como o conceito e os princípios Éticos Básicos da boa
Governança Corporativa (Transparência, Equidade, Prestação de Contas
e Responsabilidade Corporativa), a Teoria de Agência / Conflito de
Agência, os Objetivos e Benefícios Gerais das Boas Práticas de
Governança Corporativa e de circunstâncias nas quais a sua
implementação se torna imprescindível.
Referência: PRADO, R. N. Governança Corporativa. V III. São Paulo:
Editora Saraiva, 2023. 
Assista o filme: “Enron: Os mais espertos da sala”. Este documentário
apresentaa ascensão e queda da corporação do ramo de energia e gás
natural Enron, a sétima maior empresa dos Estados Unidos, envolvida
em um esquema mascarado por uma fraude contábil. A falência da
empresa foi decretada em 2001 e deixou saldo de 20 mil desempregados
e US$ 1 bilhão na conta dos responsáveis pela fraude. As filmagens
consultam analistas econômicos e ex-empregados, que denunciam
Kenny Lay e Jeff Skilling como os cabeças do escândalo. A obra mostra
também o envolvimento da empresa com a crise energética da Califórnia,
decorrente da desregulamentação do sistema elétrico. O documentário
relata como surgiu a Lei SOX e o enredo, baseado em fatos reais, retrata
a importância da governança no mundo corporativo.
Referências Bibliográficas
GIACOMELLI, G.; et al. Governança Corporativa. Porto Alegre: SAGAH,
2017.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553625129/
IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Caderno de Boas
Práticas de
Governança Corporativa Para Empresas de Capital Fechado Um
guia para sociedades limitadas e sociedades por ações fechadas.
Disponível em:
https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21047/Ca
d%2012%20-%20Empresas%20de%20Capital%20Fechado.PDF. Acesso
em: 18 jul. de 2024. 
PRADO, R. N. Governança Corporativa. V III. São Paulo. Editora
Saraiva, 2023. 
ROCHA, R., H.; CESTARI, W.; PIELLUSCH, M. Mercado de capitais e
bolsa de valores. Santana de Parnaíba - SP: Editora Manole, 2023. 
SINATORA, J. R. P. Mercado de capitais. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2017.
Encerramento da Unidade
ANÁLISE DE AÇÕES
Análise de Ações
Olá, estudante!
Nesta videoaula você verá um resumo da quarta unidade de estudos:
Avaliação de Ações. Esse conteúdo é fundamental para você que deseja
avaliar investimentos em ações da bolsa de valores. Prepare-se para
aprofundar seus conhecimentos! Assista à videoaula e fortaleça suas
habilidades financeiras.
Ponto de Chegada
Olá, estudante!
Para desenvolver a competência desta Unidade, que é utilizar técnicas
de análise de ações para tomada de decisão de investimentos você
deverá primeiramente conhecer os conceitos fundamentais da análise
fundamentalista.
Na Aula sobre a análise fundamentalista, você desenvolve a habilidade
de avaliar a saúde financeira de uma organização, por meio de
indicadores financeiros e avaliação de múltiplos no qual poderá encontrar
o valor justo das ações da companhia e determinar se o ativo está
sobrevalorizado ou subvalorizado.
Avançando para os tópicos sobre a análise técnica, você conhece os
principais padrões gráficos e indicadores de tendência utilizados para
analisar o comportamento histórico dos preços das ações. Com essas
ferramentas, você poderá identificar tendências de mercado, pontos de
entrada e saída, além de avaliar o momento certo para realizar
operações de compra ou venda de ações.
Ao estudar a alocação de recursos e avaliação de fundos de
investimentos, você compreende a importância da determinação do perfil
de investidor antes de iniciar o processo de alocação de recursos.
Com essa informação, você conseguirá direcionar os investimentos com
base na qualificação do perfil, ajustado os riscos, objetivos e horizonte do
tempo. Também nesse estudo, você adquire a habilidade de avaliar
fundos de investimentos por meio do índice de Sharpe e Modigliani.
Por fim, ao estudar sobre a governança corporativa, você conseguirá
analisar e avaliar como as práticas de gestão e transparência adotadas
pelas empresas podem impactar sua credibilidade, sustentabilidade e
valor de mercado.
Você estará apto a identificar se uma empresa segue as melhores
práticas de governança, o que influenciará diretamente suas decisões de
investimento, pois empresas bem governadas tendem a ser mais
atrativas para os investidores e apresentar menor risco de investimento.
É Hora de Praticar!
A Empresa XYZ é uma fabricante de tecnologia estabelecida há 20 anos,
com uma presença significativa no mercado de dispositivos eletrônicos.
Recentemente, a empresa anunciou planos de expansão para novos
mercados e lançamento de produtos inovadores.
A empresa possui ações negociadas na bolsa de valores a muitos anos e
tem chamado a atenção dos investidores. Atualmente a ação está cotado
ao valor de R$6,35.
Nesse contexto, vamos analisar a Empresa XYZ usando tanto a análise
fundamentalista quanto a análise técnica para determinar se é uma boa
oportunidade de investimento.
Análise Fundamentalista
Ao realizar um estudo dos dados financeiros da XYZ, as seguintes
informações foram levantadas:
Tabela 1 | Análise fundamentalista
 
Análise Técnica
O gráfico semanal das ações da XYZ entre 2019 e 2024, no momento
das apurações das informações é dado abaixo:
Indicador Valor Encontrado
Modelo de Gordon R$ 7,50
Fluxo de Caixa Descontado R$ 8,00
Lucro por Ação (LPA) R$ 0,90
Índice Preço/Lucro (P/L) 7,00
Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) 0,95
Dividend Yield 6%
Figura 1 | Gráfico de ações
Com base nessas informações, deve-se determinar se investir nas ações
da XYZ é um bom negócio ou não. 
Reflita
Como a combinação entre análise fundamentalista e análise técnica pode
potencializar a tomada de decisões de investimento em ações?
Qual a importância da determinação do perfil de investidor na alocação
de recursos e como isso influencia na construção de uma carteira de
investimentos?
De que forma as práticas de governança corporativa podem influenciar a
credibilidade, sustentabilidade e valor de mercado de uma empresa, e
como isso se reflete nas decisões de investimento dos acionistas?
Resolução do estudo de caso
Nas últimas aulas, estudamos os métodos de avaliação de investimentos.
O Objetivo é utilizar técnicas de análise de ações para tomada de
decisão de investimentos, principalmente por meio das análises
fundamentalista e técnica.
Nesse contexto, vamos analisar a Empresa XYZ usando tanto a análise
fundamentalista quanto a análise técnica para determinar se é uma boa
oportunidade de investimento. 
Análise Fundamentalista
Ao realizar um estudo dos dados financeiros da XYZ, as seguintes
informações foram levantadas:
Tabela 2 | Levantamento de dados
 
Com base no modelo de Gordon, pode-se concluir que o valor intrínseco
das ações da empresa em questão é de R$ 7,50. Esse valor está acima
do atual preço de mercado, mostrando que pode ser uma oportunidade
de compra, pois, o mercado está negociando o ativo abaixo do seu valor
justo.
Pelo método do Fluxo de Caixa Descontado, o valor intrínseco da ação é
de R$ 8,00. Também acima do atual preço de mercado, mostrando que
pode ser uma oportunidade de compra.
O Lucro por Ação (LPA) é de R$ 0,90, mostrando que a empresa é
lucrativa é distribui dividendos aos acionistas. O Índice Preço/Lucro (P/L)
é de 7,00, ou seja, o investidor leva, nas condições atuais, 7 anos
(exercícios sociais) para recuperar o capital aplicado na ação. O correto é
Indicador Valor Encontrado
Modelo de Gordon R$ 7,50
Fluxo de Caixa Descontado R$ 8,00
Lucro por Ação (LPA) R$ 0,90
Índice Preço/Lucro (P/L) 7,00
Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) 0,95
Dividend Yield 14%
comparar esse indicador com outras empresas no mercado, porém, não
é um múltiplo elevado e pode ser um bom sinal de que a empresa esteja
barata.
Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) é de 0,95, ou seja, abaixo de 1, o que
indica que o mercado está avaliando a empresa abaixo de seu valor
patrimonial contábil. Isso pode sugerir que a ação está subvalorizada, e
pode representar uma oportunidade de compra para investidores que
acreditam que o mercado está subestimando o valor real da empresa.
O Dividend Yield de 14% mostra que a empresa tem alta taxa de retorno
por meio dos dividendos. O que pode ser atrativo ao investidor.
Portanto, por meio da análise fundamentalista, detecta-se que as ações
da XYZ podem ser uma ótima oportunidade de compra. 
Análise Técnica
Por meio da análise do gráfico semanal das ações da XYZ, percebe-se
que a ação está em um canal de tendência de alta, desde meadosde
2020, mesmo com processos corretivos ao longo dos meses.
 
Figura 2 | Gráfico semanal
Portanto, pela análise gráfica, as ações da XYZ apresentam uma
oportunidade de compra, logo que os movimentos dos preços nos últimos
anos possuem tendência altista.
Com base nessas informações, deve-se concluir que investir nas ações
da XYZ é um bom negócio.
Dê o play!
Assimile
Veja nesse mapa mental os principais tópicos estudados nesta unidade.
Figura 1 | Avaliação de ações
Referências
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 15. ed. Barueri [SP]: Atlas,
Instituto Assaf, 2023.
PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
ROCHA, R. H.; CESTARI, W.; PIELLUSCH, M. Mercado de capitais e
bolsa de valores. 1. ed. Santana de Parnaíba [SP]: Editora Manole,
2023." D1 " é o dividendo esperado
para o próximo período; “K” é a taxa de retorno exigida pelos investidores
(também conhecida como taxa de desconto); “g” é a taxa de crescimento
dos dividendos. Exemplo:
Suponhamos que uma empresa pague um dividendo de R$ 2,00 por
ação e espera-se que esse dividendo cresça a uma taxa de 5% ao ano.
Se os investidores exigirem uma taxa de retorno de 10%, o preço
intrínseco da ação pode ser calculado da seguinte forma:
P=
2
0,10−0,05
=
2
0,05
=R$ 40,00
Sendo assim, com base no modelo de Gordon, pode-se concluir que o
valor intrínseco das ações da empresa em questão é de R$ 40,00. Agora,
o investidor deve avaliar se o preço de mercado está acima ou abaixo
desse preço.
Considerações Importantes:
A taxa de crescimento dos dividendos (gg) deve ser menor ou igual
à taxa de retorno exigida pelos investidores (rr).
Se a empresa não paga dividendos, ou se os dividendos não estão
crescendo a uma taxa constante, o Modelo de Gordon não é
aplicável.
O modelo assume que o crescimento dos dividendos é constante no
longo prazo, o que pode não ser realista para todas as empresas.
Modelo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD)
O Modelo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é uma metodologia de
avaliação de ações amplamente utilizada na análise fundamentalista. O
modelo visa estimar o valor intrínseco de uma ação com base nos fluxos
de caixa futuros que a empresa é esperada para gerar (ASSAF NETO,
2023).
O conceito por trás do FCD é bastante simples. Ele se baseia na ideia de
que o valor de uma empresa é igual ao valor presente de todos os seus
fluxos de caixa futuros, descontados a uma taxa apropriada de retorno
exigida pelos investidores.
Em outras palavras, o FCD considera quanto dinheiro uma empresa pode
gerar no futuro e traz esse valor para o presente, levando em conta o
tempo e o risco associado a esses fluxos de caixa (ASSAF NETO, 2023).
A fórmula básica para calcular o valor presente dos fluxos de caixa
futuros usando o DCF é a seguinte:
VP=
FCL1
( 1+K )1 +
FCL2
( 1+K )2 +
FCL3
( 1+K )3 +
FCLn
( 1+K )n
Em que: “VP” é o valor presente dos fluxos de caixa futuros; “FCL” é o
fluxo de caixa livre da empresa no período t; “K” é a taxa de desconto,
que representa a taxa de retorno exigida pelos investidores; “n” é o
número de períodos no futuro em que os fluxos de caixa são previstos. A
fórmula para calcular o Fluxo de Caixa Livre (FCF) é:
FCL = Resultado Operacional - Imposto de renda (IR) e contribuição
social (CSLL) + Depreciação e amortização - Despesas de compra e
manutenção de Capital fixo - Investimento em capital de giro
Vejamos um exemplo: Suponha que uma empresa espera gerar os
seguintes fluxos de caixa livres nos próximos cinco anos: $2 milhões, $3
milhões, $4 milhões, $5 milhões e $6 milhões. Se a taxa de desconto
(custo do capital) é de 10%, o cálculo do valor presente dos fluxos de
caixa futuros será:
VP=
2.000.000
( 1+0,10)1 +
3.000.000
( 1+0,10)2 +
4.000.000
( 1+0,10)3 +
5.000.000
( 1+0,10)4 +
6.000.000
( 1+0,10)5
VP=
2.000.000
1,10
+
3.000.000
1,21
+
4.000.000
1,331
+
5.000.000
1,4641
+
6.000.000
1,6105
𝑉𝑃 = 1.818.181,81 + 2.479.338,84 + 3.005.259,20 + 3.415.067,28 + 3.725.551,07
𝑉𝑃 = $ 14.443.398,20
Portanto, o valor presente dos fluxos de caixa futuros é de
aproximadamente $14.443 milhões. Para determinar o valor justo da
ação com base no valor presente dos fluxos de caixa futuros calculados
no exemplo, basta dividir o valor presente dos fluxos de caixa futuros pelo
número total de ações em circulação da empresa. Suponhamos que a
empresa tenha 1 milhão de ações em circulação. O cálculo seria o
seguinte:
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑗𝑢𝑠𝑡𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑠
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴çõ𝑒𝑠 𝐸𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑗𝑢𝑠𝑡𝑜 = 14.443.398,20
1.000.000
= $ 14,44
Isso significa que, de acordo com as projeções de fluxo de caixa futuros e
a taxa de desconto utilizada, o preço justo para cada ação da empresa
seria em torno de $14,44. Este valor seria utilizado como referência para
comparar com o preço de mercado atual da ação, determinando se a
ação está subvalorizada, sobrevalorizada ou precificada corretamente no
mercado.
Na prática não é tão simples, pois é necessário levantar as informações
contábeis e financeiras das organizações.
Normalmente essas informações encontram-se no site de relação com
investidores dessas companhias. Já a projeção do fluxo de caixa deve
ser realizada com base em projeções do mercado. Porém, saiba que a
maiorias das casas de análises de ações, usam esse método, o que pode
facilitar a vida do investidor.
Outra possibilidade de análise de ações, é por meio de avaliação de
múltiplos. Nessa metodologia, diversos indicadores podem ser
desenvolvidos para análise do investidor e utilizar critérios de decisão.
Vamos estudar alguns!
Lucro por Ação (LPA)
É uma métrica financeira que representa a parcela do lucro líquido de
uma empresa atribuída a cada ação em circulação. Essa medida é
calculada dividindo-se o lucro líquido da empresa pelo número total de
ações em circulação. A Fórmula é dada por:
𝐿𝑃𝐴 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴çõ𝑒𝑠 𝐸𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠
O LPA é uma medida importante na análise fundamentalista de ações,
pois fornece uma indicação do quão lucrativa a empresa é em relação ao
número de ações que possui. Quanto maior o LPA, mais lucro a empresa
está gerando por cada ação emitida.
Índice Preço/Lucro (P/L)
Ele compara o preço atual de mercado de uma ação com seu lucro por
ação (LPA). O cálculo do P/L é realizado dividindo o preço da ação pelo
LPA da empresa, conforme fórmula a seguir:
𝑃 / 𝐿 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 ( 𝐿𝑃𝐴 )
O índice Preço/Lucro (P/L) indica o número de exercícios sociais que um
investidor levaria para recuperar o capital investido na ação. Por
exemplo, um P/L igual a 10 indica que o investidor leva, nas condições
atuais, 10 anos (exercícios sociais) para recuperar o capital aplicado na
ação. Um P/L mais alto pode indicar que o mercado está disposto a pagar
mais por cada unidade de lucro gerada pela empresa, o que pode sugerir
uma sobrevalorização.
Por outro lado, um P/L mais baixo pode indicar que a ação está
subvalorizada em relação aos seus lucros, tornando-a potencialmente
uma oportunidade de compra.
Valor Patrimonial da Ação (VPA)
O Valor Patrimonial da Ação (VPA), também conhecido como Valor
Contábil da Ação, é uma medida financeira que representa a parcela do
patrimônio líquido de uma empresa atribuída a cada ação em circulação
(ROCHA; CESTARI; PIELLUSCH, 2023).
Essa métrica é calculada dividindo-se o patrimônio líquido da empresa
pelo número total de ações em circulação. Matematicamente, a fórmula
do VPA é:
𝑉𝑃𝐴 = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴çõ𝑒𝑠 𝐸𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠
É importante notar que o VPA é baseado no valor contábil dos ativos e
passivos da empresa, o que pode diferir significativamente do valor de
mercado das ações. Comparar o VPA com o preço de mercado da ação
pode ajudar os investidores a determinar se uma ação está sendo
negociada com desconto (VPA maior que o preço de mercado) ou a um
prêmio (VPA menor que o preço de mercado) em relação ao seu valor
contábil.
Preço/Valor Patrimonial (P/VPA)
O Preço/Valor Patrimonial (P/VPA), também conhecido como múltiplo
P/VPA, é uma métrica financeira que compara o preço atual de mercado
de uma ação com seu Valor Patrimonial por Ação (VPA).
Matematicamente, o P/VPA é calculado da seguinte forma:
𝑃 / 𝑉𝑃𝐴 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 ( 𝑉𝑃𝐴 )
Um P/VPA abaixo de 1 indica que o mercado está avaliando a empresa
abaixo de seu valor patrimonial contábil. Isso pode sugerir que a ação
está subvalorizada, e pode representar uma oportunidade de compra
para investidores que acreditam que o mercado está subestimando o
valor real da empresa.
Um P/VPA acima de 1 indica que o mercado está avaliandoa empresa a
um preço superior ao seu valor patrimonial contábil. Isso pode sugerir
que a ação está sobrevalorizada, e os investidores podem preferir evitar
comprar ações a esse preço, a menos que acreditem que a empresa
possui perspectivas de crescimento significativas que justifiquem o
prêmio.
Medidas de dividendos
Buscam estabelecer uma relação entre os dividendos distribuídos pela
empresa e uma medida que destaque a participação relativa desses
rendimentos. Vamos conhecê-los.
Payout
Representa a proporção dos lucros de uma empresa distribuídos aos
acionistas na forma de dividendos (ASSAF NETO, 2023). É uma medida
importante para os investidores, pois indica quanto da lucratividade da
empresa está sendo repassada aos acionistas em vez de ser reinvestida
no negócio. A fórmula é dada por:
𝑃𝑎𝑦𝑜𝑢𝑡 = 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜𝑠
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 ( 𝐿𝑃𝐴 )
 𝑥 100
Por exemplo, para um LPA de $2,00, a distribuição de $1,00 /ação de
dividendos determina um índice de payout de 50% ($1,00/ $2,00).
Significa que metade dos lucros da empresa está sendo distribuída aos
acionistas na forma de dividendos, enquanto a outra metade está sendo
retida pela empresa para reinvestimento ou outras finalidades.
Dividend Yield
Indica a proporção dos dividendos pagos por uma empresa em relação
ao preço atual de suas ações (ASSAF NETO, 2023). Uma yield mais
elevada pode indicar boas perspectivas de distribuição de dividendos
(lucros) aos acionistas. Matematicamente, é calculado da seguinte forma:
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑 𝑌𝑖𝑒𝑙𝑑 = 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑎çã𝑜
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑎çã𝑜
 𝑥 100
Por exemplo, se uma empresa paga $2,00 em dividendos por ação e o
preço de mercado de suas ações é de $50,00, o Dividend Yield será: 4%
(2,00 / 50,00) x 100. Os investidores podem comparar o Dividend Yield de
uma empresa com as taxas de retorno oferecidas por alternativas de
investimento, como títulos do governo ou títulos corporativos. Se o
Dividend Yield da empresa for significativamente maior do que as taxas
de retorno dessas alternativas, pode ser considerado atraente para os
investidores em busca de renda.
Vários indicadores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação,
crescimento econômico, desemprego e contas públicas, têm um impacto
significativo nos preços dos ativos e no valor intrínseco das ações. Neste
texto, vamos explorar como cada um desses fatores afeta a análise
fundamentalista de ações.
Taxa de Juros
A taxa de juros é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes
e tem um impacto direto nos preços dos ativos. Quando as taxas de juros
aumentam, os investimentos em renda fixa, como títulos do governo,
tornam-se mais atraentes em comparação com investimentos de risco,
como ações. Isso geralmente leva os investidores a realocar seus
investimentos, vendendo ações e comprando títulos de renda fixa, o que
pode resultar em uma queda nos preços das ações.
Além do mais, o custo do financiamento para as empresas também
aumenta, o que pode reduzir seus lucros e diminuir o valor presente dos
fluxos de caixa futuros. Isso geralmente leva a uma queda nos preços
das ações.
 Por outro lado, quando as taxas de juros diminuem, os investimentos em
ações se tornam mais atrativos, impulsionando os preços das ações.
Também, o custo de financiamento das empresas diminui, aumentando
os lucros e potencialmente elevando os preços das ações.
Inflação
A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços dos bens e
serviços em uma economia ao longo do tempo. Altas taxas de inflação
podem corroer o poder de compra do dinheiro e reduzir os retornos reais
dos investimentos. O que pode levar os investidores a procurar ativos
que ofereçam proteção contra a inflação, como imóveis e commodities,
em detrimento das ações.
Portanto, a inflação alta geralmente pressiona os preços das ações para
baixo, enquanto a inflação baixa pode impulsionar os preços das ações.
Crescimento Econômico
O crescimento econômico é um indicador-chave da saúde geral de uma
economia e tem um impacto direto no desempenho das empresas. Um
ambiente de crescimento econômico sólido geralmente é favorável para
as empresas, pois aumenta a demanda por seus produtos e serviços.
Isso pode resultar em maiores receitas e lucros para as empresas, o que
pode impulsionar os preços das ações. Por outro lado, um ambiente de
baixo crescimento econômico pode prejudicar as empresas e levar a uma
queda nos preços das ações.
Desemprego
A taxa de desemprego é um indicador-chave do mercado de trabalho e
da capacidade dos consumidores de gastar. Quando o desemprego é
alto, os consumidores têm menos renda disponível para gastar, o que
pode levar a uma queda na demanda por produtos e serviços e afetar
negativamente as receitas e os lucros das empresas, resultando em uma
queda nos preços das ações.
Por outro lado, uma baixa taxa de desemprego pode impulsionar a
demanda do consumidor e beneficiar as empresas, elevando os preços
das ações.
Contas Públicas
As contas públicas, incluindo o déficit orçamentário e a dívida pública,
também podem ter um impacto significativo nos preços das ações.
Um déficit orçamentário crescente e uma dívida pública elevada podem
levar os investidores a se preocuparem com a capacidade do governo de
financiar suas despesas e pagar sua dívida, o que pode aumentar a
incerteza e a aversão ao risco nos mercados financeiros. Isso pode
resultar em uma queda nos preços das ações. Por outro lado, uma
situação fiscal sólida pode aumentar a confiança dos investidores e
impulsionar os preços das ações.
Assim, ao avaliar fatores como balanços patrimoniais, demonstrações de
resultados, fluxo de caixa e fatores macroeconômicos, os investidores
podem identificar empresas subvalorizadas ou com potencial de
crescimento a longo prazo. 
Vamos Exercitar?
Você é um investidor iniciante e está interessado em comprar ações de
uma empresa TechX. No entanto, você se depara com uma série de
dúvidas: Como saber se o preço atual das ações dessa empresa reflete
seu verdadeiro valor? Qual a importância de analisar os dados contábeis
e econômicos antes de investir? E como utilizar os diferentes métodos de
análise fundamentalista para tomar decisões mais assertivas? 
Além do mais, após o lançamento de um novo produto, seu preço de
mercado aumentou significativamente nos últimos meses, o que torna
ainda maior a sua dúvida.
Para resolver essa problemática, você pode seguir o seguinte passo a
passo:
1. Análise da situação da empresa:
Descreva brevemente a empresa TechX, seu setor de atuação e
qualquer informação relevante sobre sua história e desempenho
recente.
Analise os últimos relatórios financeiros da empresa, incluindo o
balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício
(DRE) e o fluxo de caixa. Identifique tendências, como o
crescimento das receitas, margens de lucro, endividamento e
eficiência operacional.
2. Avaliação do valor intrínseco:
Utilizando o Modelo de Gordon, calcule o valor intrínseco das ações
da TechX com base nos dividendos esperados, taxa de retorno
exigida pelos investidores e taxa de crescimento dos dividendos.
Em seguida, aplique o Modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF)
para estimar o valor presente dos fluxos de caixa futuros gerados
pela empresa. Considere as projeções de fluxo de caixa livres e a
taxa de desconto apropriada.
3. Comparação com o Mercado:
Compare os valores obtidos com o preço atual de mercado das
ações da TechX. Analise se as ações estão subvalorizadas,
sobrevalorizadas ou precificadas corretamente com base nos
modelos utilizados.
Utilize indicadores como o Índice Preço/Lucro (P/L) e o Preço/Valor
Patrimonial (P/VPA) para complementar sua análise.
4. Conclusões e recomendações:
Com base em sua análise, conclua se vale a pena investir ou não
nas ações da TechX neste momento.
Justifique suas conclusões, destacando os pontos fortes e fracos da
empresa e os principais fatores considerados em sua decisão.
Este estudo de caso oferece uma oportunidade paraaplicar os conceitos
aprendidos na análise fundamentalista em um contexto prático, ajudando
a tomar decisões de investimento mais embasadas. 
Saiba Mais
Para saber mais sobre o assunto, leia o capítulo 7 “Análise
Fundamentalista” do livro Mercado de capitais e bolsa de valores. Nesse
capítulo, você encontrará um conteúdo detalhado sobre os principais
conceitos e ferramentas da análise fundamentalista, desde aos
indicadores econômicos, demonstrações financeiras, análise financeira e
cálculo do valution por meio de múltiplos e fluxo de caixa descontado.
Referência: ROCHA, R. H.; CESTARI, W.; PIELLUSCH, M. Mercado de
capitais e bolsa de valores. Santana de Parnaíba [SP]: Editora Manole,
2023.
Leia também o artigo Análise fundamentalista no mercado de capitais:
Um estudo sobre os indicadores p/l e p/vp. Ele explica a análise
fundamentalista como método para a compra de ações com maior
segurança e rendimento no longo prazo.
Além disso, o artigo tem um enfoque na análise por múltiplos de mercado
e descreve os pontos fortes e fracos dos múltiplos P/L e P/VP, que são
muito utilizados nas análises para verificar se as ações estão
subavaliadas ou sobreavaliadas.
Referência: AVELAR, G S.; HAYASHI, A D. Análise fundamentalista no
mercado de capitais: Um estudo sobre os indicadores p/l e p/vp.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520458365/
https://cadernotcc.fae.edu/cadernotcc/article/viewFile/3/1
https://cadernotcc.fae.edu/cadernotcc/article/viewFile/3/1
Memorial TCC – Caderno da Graduação.
Referências Bibliográficas
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 15. ed. Barueri [SP]: Atlas,
Instituto Assaf, 2023.
AVELAR, G S.; HAYASHI, A D. Análise fundamentalista no mercado de
capitais: Um estudo sobre os indicadores p/l e p/vp. Memorial TCC –
Caderno da Graduação. Disponível em:
https://cadernotcc.fae.edu/cadernotcc/article/viewFile/3/1.
PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
ROCHA, R. H.; CESTARI, W.; PIELLUSCH, M. Mercado de capitais e
bolsa de valores. Santana de Parnaíba [SP]: Editora Manole, 2023.
SINATORA, J. R. P. Mercado de capitais. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2017. 
Aula 2
ANÁLISE TÉCNICA DE AÇÕES
Análise Técnica de Ações
Olá, estudante!
Nesta videoaula, você conhecerá a análise técnica de ações. Esse
conceito é fundamental para a sua prática profissional em finanças, te
capacitando a compreender os padrões de comportamento do mercado,
identificar tendências de preço e tomar decisões de investimento
embasadas em dados históricos e análise gráfica.
https://cadernotcc.fae.edu/cadernotcc/article/viewFile/3/1
Vamos lá? 
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Durante esta aula, exploraremos os princípios básicos da análise técnica,
também conhecida como análise gráfica. Você aprenderá sobre os
conceitos fundamentais dessa abordagem, como tendências de mercado,
padrões de preços e indicadores gráficos. Além disso, discutiremos a
importância da análise técnica como ferramenta para identificar
oportunidades de investimentos.
Para contextualizar nossas discussões, consideremos o seguinte estudo
de caso:
Imagine que você é um investidor ou investidora iniciante e está
avaliando em comprar ações de uma determinada empresa. No entanto,
você precisa saber o momento certo para entrar no mercado. As ações
dessa empresa têm apresentado volatilidade nos últimos meses, e você
se pergunta:
Como utilizar a análise técnica para identificar o melhor momento
para comprar essas ações?
Quais indicadores gráficos você deve considerar?
Como interpretar os padrões de preços e as tendências de mercado
para tomar a melhor decisão?
Durante a Aula, vamos explorar essas questões e fornece as ferramentas
necessárias para que você possa responder a esses desafios e tomar
decisões de investimento mais assertivas.
Ao compreender os conceitos e técnicas apresentados nesta Aula, você
estará capacitado não apenas a entender melhor o funcionamento do
mercado financeiro, mas também a tomar decisões mais embasadas e
estratégicas em seus investimentos.
Vamos lá? 
Vamos Começar!
Sabemos que um dos principais desafios em investir em ações, é saber
determinar se o ativo está caro ou barato, ou se existe uma tendência de
alta ou baixa. Como já estudamos anteriormente, a análise
fundamentalista apresenta uma série de indicadores econômicos e
financeiros que pode ajudar o investidor no processo de tomada de
decisão.
Porém, outra metodologia de análise muito utilizada por investidores
profissional é a análise técnica, também conhecida como análise gráfica.
De acordo com Rocha; Cestari; Piellushh, (2023), a análise técnica é uma
abordagem que se fundamenta na análise das tendências de evolução
dos preços dos ativos ao longo do tempo, as quais são influenciadas
pelas movimentações de compra e venda realizadas pelos investidores.
Segundo Pinheiro (2019), a abordagem técnica ou gráfica parte do
princípio de que os preços das negociações futuras estão intimamente
ligados aos preços das negociações passadas.
Assim, ela sugere que é viável prever tendências de preços ao observar
os movimentos passados, sendo o comportamento histórico dos preços o
principal fator considerado. Portanto, essa análise é o estudo de como os
preços movimentam-se, não se preocupando com o porquê de eles se
movimentarem.
Ainda de acordo com Pinheiro (2019), os princípios básicos dessa análise
são:
O preço de mercado reflete todos os fatores envolvidos nele:
qualquer fator (fundamentalista, econômico, psicológico ou político)
que possa influir no preço de um valor já se encontra refletido em
seu preço.
Os preços se movimentam em tendências: o propósito da análise
técnica é identificar em que direção se movem os preços para tentar
assumir posições no começo da tendência.
O futuro reflete o passado: a história se repete e o investidor tende
a reagir de forma similar a situações anteriores.
Siga em Frente...
Diversas teorias surgem para prever tendências no mercado de capitais,
porém, segundo Pinheiro (2019) a teorias de Charles H. Down é a que
mais se destaca na análise técnica. A teoria de Dow é uma das bases
fundamentais da análise técnica, desenvolvida pelo famoso editor
financeiro do Wall Street Journal, Charles H. Dow, no final do século XIX.
Esta teoria é composta por uma série de princípios que se destinam a
ajudar os investidores a compreenderem e a interpretarem a dinâmica
dos mercados financeiros. Segundo a teoria de Dow, os preços dos
ativos se movem em tendência, podendo ser classificado em três
categorias:
Tendência primária: é a tendência principal e mais importante,
podendo durar vários anos. Pode ser altista (bull market) ou baixista
(bear market). É comum que dentro da tendencia principal, possa ter
movimentos contrários temporariamente, conforme Figura 1, o valor
do ativo tende a subir ao longo do tempo:
 
Figura 01 | Tendência Primária. Fonte: Pinheiro (2019, p. 548).
Tendência secundária: Reações contrarias dentro da tendência
principal. Pode durar semanas ou meses, conforme ilustrado na
Figura 2, no qual o valor do ativo pode cair em certos períodos:
Figura 2 | Tendência Secundária. Fonte: Pinheiro (2019, p. 548).
Tendência terciária: são oscilações que podem durar alguns dias
ou horas, e são pequenas flutuações dentro da tendência
secundária, conforme Figura 3:
Figura 3 | Tendência Terciária. Fonte: Pinheiro (2019, p. 548).
Ainda segundo Dow, as tendências apresentam comportamento de
acordo com a velocidade da disseminação de informações relevantes
para sua formação. As tendências são compostas por 3 fases, a
depender da direção do movimento.
A fase inicial da tendência de alta é chamada de “fase de acumulação” na
qual os investidores menos informados começam a adquirir quantidades
consideráveis de ações sem causar grandes oscilações nos preços
(PINHEIRO, 2019). Este estágio reflete compras feitas com base em
expectativas.
A segunda etapa é marcada pela entrada dos analistas de mercado, à
medida que os preços começam a subir rapidamente e surgemrelatórios
sobre o bom desempenho das bolsas de valores. Nesse estágio
intermediário, denominado "alta sensível", o número de ordens de
compra aumenta, impulsionando tanto os preços das ações quanto o
volume de negócios (PINHEIRO, 2019). 
Na terceira etapa, o público leigo começa a ingressar no mercado,
atraído pelas expectativas de "grandes lucros" divulgadas pelos jornais.
Nessa fase final ocorre uma "alta acelerada", sendo essa a fase da
“euforia”. Essa dinâmica é apresentada na Figura 4:
Figura 4 | Representação gráfica da tendência de alta. Fonte: Pinheiro (2019, p. 550).
Após a euforia, começa a “fase de distribuição”, em que aqueles que
compraram na fase de acumulação começam a realizar seus lucros,
desfazendo suas posições, e os preços começar a recuar.
Na fase intermediária, ocorre uma baixa abrupta dos preços, começa o
chamado “pânico” no mercado e a grande maioria dos investidores
começam a vender as ações (PINHEIRO, 2019). Por fim, na fase final, os
preços continuam a cair, porém, de maneira lenta e menos volátil,
chegando ao chamado “fundo” de preços.
Figura 5 | Representação gráfica da tendência de baixa. Fonte: Pinheiro (2019, p. 550).
Vamos conhecer um pouco mais sobre a análise gráfica. Existem
diversos tipos de gráficos, porém, vamos estudar os gráficos de linha e
principalmente o gráfico de candlestick.
Segundo Pinheiro (2019, p. 556) “[...] O gráfico de linha consiste numa
representação das cotações em intervalos de tempo regulares unidas por
linhas”. Ainda, segundo o autor, esse gráfico deve situar os preços ou
cotações no eixo vertical e o tempo no eixo horizontal. Um exemplo de
gráfico de Linha é apresentado na Figura 6.
Figura 6 | Gráfico de Linha do Ibovespa
Vimos na Figura 6 a evolução do índice Ibovespa de 2023 a início de
2024, por meio do gráfico de linhas. Perceba que houve tendência de alta
a partir de Maio de 2023, mesmo com períodos de correção.
No entanto, o gráfico mais utilizado pelos analistas técnicos, é o de
candlestick. Vamos compreender inicialmente o que é candlestick.
O candlestick ou simplesmente candle na análise gráfica é uma
representação visual do movimento de preços de um ativo financeiro em
um determinado período. Cada candle é composto por um corpo e duas
sombras, uma em cada extremidade.
O corpo do candle mostra a diferença entre o preço de abertura e o preço
de fechamento do ativo para o período considerado, enquanto as
sombras indicam os pontos mais altos (sombra superior) e mais baixos
(sombra inferior) que o preço atingiu durante esse período.
Vejamos a estrutura do candle na Figura 7 a seguir:
Figura 7 | Elementos do gráfico de candlestick ou candle. Fonte: Rocha; Cestari; Piellushh (2023, p. 170).
Segundo Rocha; Cestari; Piellushh (2023), neste estilo de gráfico, o
retângulo vertical central é denominado corpo, enquanto as linhas
verticais acima e abaixo são conhecidas como sombras (ou pavios). A
diferenciação entre os candlesticks de alta e de baixa é determinada pelo
preenchimento do corpo em branco ou verde para alta e em preto ou
vermelho para baixa.
Os candles podem ser formandos em diversos períodos de tempo, seja
ela diária, semanal, mensal, anual, ou até mesmo em minutos ou horas.
O exemplo a seguir apresenta a evolução dos preços das ações
preferencias da Petrobras (PETR4), com o uso do gráfico de candle no
período mensal, ou seja, cada candle representa a variação do ativo em
um mês específico.
Figura 8 | Gráfico de candle das ações preferenciais da Petrobrás (PETR4) (Gráfico Mensal)
A Figura 8 apresenta a evolução dos preços das ações da Petrobras
mensalmente desde 2019. Os candles apresentam diversos formatos,
pois representam a amplitude do movimento do preço da ação no mês
que ele representa. Candles vermelhos foram formados em meses de
queda dos preços, enquanto os candles verdes foram formados em
meses de alta.
Assim, essa ação apresenta uma clara tendência primária de alta desde
2020, com períodos corretivos. De acordo com a teoria de Dow, as ações
se movem em tendência. Vejamos um exemplo disso na Figura 9 com as
ações ordinária da Magazine Luiza (MGLU3).
Figura 9 | Gráfico de candle das ações da Magazine Luiza (MGLU3) (Gráfico Mensal)
A Figura 9 apresenta a evolução dos preços das ações da Magazine
Luiza mensalmente desde meados de 2019. A ação teve uma forte
tendência de alta até 2021 com vários candles de padrão altista, porém a
partir de 2021, houve mudança de direção, com o ativo indo para uma
tendência de baixa. É possível perceber algo em comum com a Teoria de
Down?
Os conceitos de suporte e resistência são fundamentais na análise
técnica do mercado financeiro. O suporte é uma área de preço abaixo do
atual onde a demanda é esperada para ser forte o suficiente para impedir
que o preço caia ainda mais.
Em outras palavras, é um nível em que há uma concentração de
compradores dispostos a entrar no mercado, o que cria uma pressão de
compra que tende a impedir que os preços caiam abaixo desse ponto.
Geralmente, o suporte é identificado observando-se áreas onde os
preços pararam de cair e começaram a se recuperar ou consolidar.
Por outro lado, a resistência é uma área de preço acima do atual onde a
oferta é esperada para ser suficientemente forte para impedir que o preço
suba ainda mais. É um nível em que há uma concentração de
vendedores dispostos a entrar no mercado, o que cria uma pressão de
venda que tende a impedir que os preços ultrapassem esse ponto.
A resistência é geralmente identificada observando-se áreas onde os
preços pararam de subir e começaram a recuar ou consolidar. Veja o
exemplo na Figura 10 com as ações ordinárias da Vale (VALE3).
Figura 10 | Suporte e Resistência da Vale (VALE3) (Gráfico Mensal)
Notamos que a faixa de preço de R$ 28,35 representou um suporte de
preços das ações da Vale entre 2019 e 2020. Já entre 2021 e 2023, o
suporte configurou na faixa de preço de R$ 59,28. Assim, perto da casa
dos R$ 90,00 a ação enfrentou forte resistência, sendo que entre 2021 e
2023, essa ação não conseguiu ultrapassar essa faixa de preço por três
tentativas.
Na análise gráfica, os canais de alta e baixa são padrões que ajudam os
investidores a identificar tendências de preço em um gráfico. Um canal de
alta é formado por duas linhas paralelas inclinadas para cima,
conectando os pontos mais baixos e mais altos dos preços ao longo do
tempo.
Esse padrão sugere uma tendência de alta, onde os preços tendem a se
mover em direção à linha superior do canal. Veja o exemplo na Figura 11
a seguir, com a formação de um padrão de canal alta da PETR4 no
gráfico de candle diário entre 2023 e início de 2024. 
Figura 11 | Canal de Alta da PETR4 (Gráfico diário)
Percebemos que os preços se movem dentro de um canal de alta. A
tendência é de alta, mesmo com processos corretivos em alguns dias.
Por outro lado, um canal de baixa é formado por duas linhas paralelas
inclinadas para baixo, conectando os pontos mais baixos e mais altos dos
preços ao longo do tempo. Esse padrão indica uma tendência de baixa,
onde os preços tendem a se mover em direção à linha inferior do canal.
Vejamos o exemplo na Figura 12 a seguir, com a formação de um padrão
de canal baixa das ações da Gol Linha Aéreas GOLL4 no gráfico de
candle semanal entre 2021 e início de 2024.
Figura 12 | Canal de Baixa da GOLL4 (Gráfico semanal)
Desse modo, é importante saber que ao examinar os gráficos de preços,
os investidores podem identificar padrões recorrentes, tendências e
pontos de entrada e saída potenciais. Uma das principais vantagens da
análise gráfica é sua capacidade de visualizar a psicologia do mercado e
as interações entre oferta e demanda.
Priorizar ativos que apresentam tendência de alta no gráfico de candle é
uma estratégia comum adotada por muitos investidores. Essa tendência
indica um aumento consistente nos preços ao longo do tempo, o que
pode ser um indicativo de força e otimismo em relação ao ativo. Os
investidores tendem a buscar oportunidades de compra durante
tendências de alta, esperandoque os preços continuem a subir e
proporcionem lucros significativos.
Além disso, quanto maior o período gráfico utilizado na análise, mais
confiável pode ser a identificação da tendência. Gráficos de longo prazo,
como semanais, mensais ou anual tendem a suavizar o ruído do mercado
e fornecer uma visão mais clara e abrangente da direção predominante
dos preços. Isso permite que os investidores identifiquem tendências de
longo prazo e tomem decisões de investimento mais informadas e
estratégicas.
Vamos Exercitar?
Agora, vamos retomar a problematização inicial no qual imaginamos que
você é um investidor ou investidora iniciante e está interessado em
comprar ações de uma determinada empresa.
No entanto, você precisa saber o momento certo para entrar no mercado.
As ações dessa empresa têm apresentado volatilidade nos últimos
meses e diversas dúvidas surgiram. A partir de agora, vamos refletir
sobre cada dúvida levantada.
Inicialmente, a dúvida é sobre como utilizar a análise técnica para
identificar o melhor momento para comprar essas ações?
Nós aprendemos que a abordagem técnica ou gráfica parte do princípio
de que os preços das negociações futuras estão intimamente ligados aos
preços das negociações passadas. Assim, ela sugere que é viável prever
tendências de preços ao observar os movimentos passados, sendo o
comportamento histórico dos preços o principal fator considerado.
Os princípios básicos dessa análise são: o preço de mercado reflete
todos os fatores envolvidos nele; os preços se movimentam em
tendências; o futuro reflete o passado.
A segunda dúvida é sobre quais indicadores gráficos você pode
considerar?
Na análise gráfica, pode-se utilizar o gráfico de linhas ou de candle.
Todos os gráficos apresentam a evolução do preço do ativo em função do
tempo. Vimos que o gráfico de candle é o mais utilizado, no qual o corpo
do candle mostra a diferença entre o preço de abertura e o preço de
fechamento do ativo para o período considerado, enquanto as sombras
indicam os pontos mais altos (sombra superior) e mais baixos (sombra
inferior) que o preço atingiu durante esse período
A terceira dúvida é como interpretar os padrões de preços e as
tendências de mercado para tomar a melhor decisão.
Vimos que de acordo com a teoria de Charles Dow, os preços movem-se
em tendência, podendo ser primária, secundária e terciária. Estudamos
nessa teoria que o padrão de tendencia de alta é formando por três
fases: fase de acumulação, alta sensível e euforia. Já a tendência de
baixa é formada por: fase de distribuição, pânico e baixa lenta.
A partir desse conhecimento, compreendemos que as ações podem subir
dentro de um canal de alta, ou cair dentro de um canal de baixa. Também
vimos que os preços dos ativos podem apresentar faixas de suporte, no
qual determinada faixa de preços apresentam barreiras a queda ou
resistência, no qual determinada faixa de preços apresentam barreiras a
continuidade da alta.
Muito bem, com essas reflexões, você conseguirá realizar suas análises
técnicas, e definir se a ação em análise apresenta tendência de alta ou
baixa, ou se encontra em regiões de suporte ou resistência. 
Saiba Mais
Para saber mais sobre o que estudamos, leia o capítulo dezesseis
“Análise Técnica de Ações” do livro Mercado de Capitais. Nesse capítulo,
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021752/
você terá acesso a um conteúdo completo sobre a análise técnica e
gráfica, no qual o autor vai te apresentar conceitos, definições e
principais teorias. Vai te apresentar os tipos de gráficos, tendências
gráficas. Por fim, você vai conhecer indicadores técnicos, tais como
indicadores de tendência, osciladores e aplicação dos indicadores
técnicos à análise de tendências.
Referência: PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais. 9. Ed. – São Paulo:
Atlas, 2019. 
Leia o artigo: Candlestick: veja 18 padrões de candle e como interpretar,
para ter uma análise efetiva dos seus investimentos, é necessário e muito
importante a interpretação de dados. Para isso, você pode contar com o
candlestick. Saiba tudo sobre esse tipo de gráfico, desde sua origem até
sua aplicação.
Referência: EXPERT XP. Candlestick: veja 18 padrões de candle e
como interpretar.
Referências Bibliográficas
EXPERT XP. Candlestick: veja 18 padrões de candle e como interpretar.
Disponível em: https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-
investir/relatorios/candlestick/.
PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
ROCHA, R. H.; CESTARI, W.; PIELLUSCH, M. Mercado de capitais e
bolsa de valores. –Santana de Parnaíba [SP]: Editora Manole, 2023.
Aula 3
ALOCAÇÃO E AVALIAÇÃO DE
CARTEIRA DE
https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/candlestick/
INVESTIMENTOS
Alocação de ativos e avaliação de
carteira de investimentos
Olá, estudante!
Nesta videoaula você conhecerá a alocação de ativos e avaliação de
carteira de investimentos. Esse conceito é fundamental para a sua prática
profissional, pois permite otimizar a distribuição dos recursos entre
diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa, imóveis e
commodities, de acordo com seus objetivos financeiros, tolerância ao
risco e horizonte de investimentos. Vamos lá?
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Nesta aula, vamos abordar temas como a importância da avaliação do
perfil de investidor, a diversificação de carteira, e a análise de
desempenho de fundos de investimento. Entender o perfil de investidor é
essencial, pois permite que cada indivíduo alinhe suas escolhas de
investimento com seus objetivos pessoais, tolerância ao risco e horizonte
temporal.
Além disso, discutiremos como os fundos de investimentos podem ser
uma opção interessante para quem tem pouco tempo disponível para
estudar o mercado financeiro, mas busca uma forma de aportar seus
recursos de maneira eficiente e diversificada.
Imagine que Pedro, um jovem investidor, está interessado em ingressar
no mercado de capitais. Ele procura um agente de investimentos em
busca de orientação. O agente destaca a importância de Pedro entender
seu perfil de investidor, mas ele fica confuso sobre quais são esses perfis
e como identificar o seu.
Além disso, Pedro tem pouco tempo para se aprofundar no estudo de
investimentos. O agente oferece três opções de fundos de investimentos,
cada um com características diferentes, deixando Pedro indeciso sobre
qual escolher. Essas situações levantam questões importantes:
Como identificar o perfil de investidor de Pedro?
Como ele pode fazer uma escolha assertiva entre os fundos de
investimentos oferecidos?
Ao longo da Aula, você vai encontrar subsídios para essas respostas e
ajudar Pedro em suas decisões.
Lembrem-se sempre de que entender o seu perfil de investidor é o
primeiro passo para tomar decisões financeiras alinhadas com seus
objetivos e tolerância ao risco. E ao avaliar fundos de investimentos, os
índices de Sharpe e Modigliani serão suas ferramentas confiáveis.
Vamos lá? 
Vamos Começar!
Tipicamente, o mercado financeiro é percebido como um terreno
arriscado para os investidores, dado que os valores dos ativos, incluindo
ações, títulos e fundos de investimento, podem variar consideravelmente
ao longo do tempo.
Essas oscilações podem ser desencadeadas por uma variedade de
elementos, como alterações nas condições econômicas globais, políticas
governamentais, desempenho corporativo e outras variáveis
imprevisíveis.
Nessa perspectiva, é fundamental que os investidores conduzam uma
avaliação minuciosa dos riscos associados antes de alocar recursos em
qualquer ativo financeiro. Além disso, é importante que diversifiquem
suas carteiras de investimento e adotem uma estratégia de investimento
bem definida e coerente para alcançar seus objetivos financeiros de
longo prazo.
Dessa forma, uma maneira de reduzir os efeitos dos riscos do mercado
financeiro é o investidor entender o seu perfil de investimento. Mas, o que
exatamente é esse perfil?
Conforme destacado por Assaf Neto (2023), compreender o perfil do
investidor é crucial para entender osseus objetivos ao decidir investir e
para orientar a composição de suas carteiras de ativos. Segundo o autor:
[...] alguns investidores decidem investir com o intuito de
realizarem grandes retornos e, talvez, fazerem grandes fortunas;
outros, para ter um fluxo de renda que permita sua estabilidade
financeira (aposentadoria); e outros ainda visam tão somente
preservar seu patrimônio (ASSAF NETO, 2023, p. 280). 
Assim, fica evidente que uma carteira de investimentos deve conter
ativos financeiros que estejam alinhados com os objetivos e o perfil do
investidor, levando em consideração suas expectativas de risco e retorno.
No entanto, para alcançar esse alinhamento, é crucial entender o nível de
tolerância do investidor em relação ao risco, sua disponibilidade de
capital e seus objetivos. Conforme ressaltado por Assaf Neto (2021), os
investidores podem ser categorizados com base em seu grau de
tolerância ao risco, como mostrado na Figura 1.
Figura 1 | Classificação do investidor, conforme tolerância ao risco
O investidor classificado como "conservador" tem como principal objetivo
a preservação do seu capital. Por essa razão, opta por investir em ativos
considerados mais seguros, mesmo que isso signifique um retorno menor
para a carteira de investimentos.
Portanto, os ativos financeiros mais buscados por esse grupo de
investidores incluem:
Tesouro Selic.
Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Letras do Crédito do Agronegócio/Imobiliário (LCA, LCI).
Fundos de Renda Fixa.
O investidor classificado como "moderado" compartilha algumas
características do perfil conservador, pois também busca preservar seu
capital. No entanto, diferencia-se ao aceitar uma exposição um pouco
maior a ativos de maior risco, visando retornos mais substanciais no
médio e longo prazo.
Portanto, esse tipo de investidor procura equilibrar rentabilidade e risco, e
costuma investir nas seguintes classes de ativos:
Tesouro Selic.
Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Letras do Crédito do Agronegócio/Imobiliário (LCA, LCI).
Certificado de Recebíveis Imobiliários/Agronegócio (CRI/CRA).
Fundos de Renda Fixa.
Fundos Multimercado.
Fundos Imobiliários.
Fundos de Ações. 
Por outro lado, o investidor caracterizado pelo perfil "agressivo" é aquele
que prioriza a taxa de retorno em suas decisões, estando disposto a
buscar oportunidades que prometam ganhos mais expressivos, mesmo
que isso implique em assumir maiores riscos (ASSAF NETO, 2023).
Apesar de adotar uma abordagem mais ousada em seus investimentos, é
importante notar que esse investidor ainda pode reservar uma parte de
seu portfólio em ativos de renda fixa, especialmente para criar uma
reserva de emergência e acumular recursos para possíveis
oportunidades em ativos de renda variável.
Contudo, uma parcela significativa de sua carteira estará exposta a ativos
de maior risco, como:
Fundos Multimercado.
Fundos Imobiliários.
Fundos de Índices (ETF´s).
Debêntures.
Fundos de Ações.
Ações.
Derivativos.
Moedas (Dólar, Euro, Libra, etc). 
Para descobrir em qual perfil de investidor estamos, podemos fazer um
questionário ao investido, que as instituições financeiras e corretoras de
valores imobiliárias aplicam, ao final, poderá classificá-lo segundo a
tolerância ao risco e aos objetivos dos investimentos.
Siga em Frente...
Compreendido a importância de conhecer o perfil do investidor, falaremos
dos fundos de investimentos. Devido a complexidade do mercado de
capitais, muitos investidores optam por alocar parte do seu capital em
fundos de investimentos, no qual um gestor será responsável por
administrar os recursos, selecionando as melhores estratégias e ativos,
dado a característica do fundo.
É observado que os investimentos em fundos de investimento têm
ganhado crescente popularidade no Brasil. Concomitantemente,
investidores individuais estão construindo seus próprios portfólios através
de estratégias de alocação de ativos, com o objetivo de alcançar a
rentabilidade almejada.
Assim, a avaliação do desempenho de um fundo ou de uma carteira
torna-se crucial. Uma das ferramentas utilizadas para essa avaliação é o
índice de Sharpe. Desenvolvido por William Sharpe em 1966, este índice
é empregado para medir o desempenho de fundos, permitindo aos
investidores ajustar o retorno pelo risco ao avaliar fundos de investimento
(SINATORA, 2016).
Conforme destacado por Filho (2019), o índice de Sharpe avalia o retorno
excedente da carteira em relação à taxa livre de risco, também conhecido
como prêmio de risco, em comparação com o risco total do portfólio
medido pelo seu desvio-padrão.
Por isso, o índice de Sharpe é também referido como índice de
recompensa pelo risco, pois mensura o retorno da carteira em relação ao
risco, representado pelo desvio-padrão.
A fórmula do índice de Sharpe é:
IS = ERp - 𝑅𝑓
𝜎p
Em que: E (Rp) é o retorno esperado do portfólio; Rf é o retorno do ativo
livre de risco; σp é o desvio-padrão do retorno do portfólio
O resultado apresenta o prêmio oferecido por um ativo para cada
percentual adicional de risco assumido (desvio-padrão). Também pode
ser interpretado da seguinte forma: “Quanto maior o índice, melhor o
portfólio” (SINATORA, 2016).
Para compreender a aplicabilidade do índice de Sharpe, vamos supor
que um investidor queira avaliar o seu portfólio na qual vamos denominar
de fundo (X) e comparar com a performance de outros fundos no
mercado.
Na tabela 1, apresenta- se os dados do retorno médio esperado pela
carteira do fundo (X), bem como dos fundos (Z) e (Y). Também se
apresenta o retorno livre de risco do mercado e o desvio-padrão de cada
carteira.
Tabela 1 | Riscos e retornos dos portfólios. Fonte: adaptado de Sinatora
(2016).
Cálculo do índice Sharpe para a carteira X:
IS = 0,20 - 0,14
0,09
= 0,67 
O resultado indica que o ativo com risco apura 0,67% de prêmio de risco
para cada 1% de risco adicional incorrido no período.
Cálculo do índice Sharpe para a carteira Z:
IS = 0,18 - 0,14
0,10
= 0,40 
O resultado indica que o ativo com risco apura 0,40% de prêmio de risco
para cada 1% de risco adicional incorrido no período.
Cálculo do índice Sharpe para a carteira Y:
IS = 0,22 - 0,14
0,11
= 0,73 
Fundos X Z Y
E(Rp) 20% 18% 22%
Rf 14% 14% 14%
Σp 9% 10% 11%
O resultado indica que o ativo com risco apura 0,73% de prêmio de risco
para cada 1% de risco adicional incorrido no período.
Agora podemos analisar o índice Sharpe e apresentar o ranking.
Tabela 2 | Classificação do Índice de Sharp (IS). 
 
Conforme a Tabela 2, dentre os três fundos analisados, o fundo Y
apresenta a melhor avaliação, ou seja, melhor remunera o investidor,
dado o risco exposto.
A partir de agora, vamos conhecer outro indicador alternativo para avaliar
o retorno de uma carteira de investimentos.
De acordo com Assaf Neto (2023), o índice de Modigliani, considera
também a relação entre o retorno e o risco do portfólio de investimento.
Elaborado por Franco Modigliani e Leah Modigliani (1997), o índice de
Modigliani, baseia-se na Linha de Mercado de Capitais e permite ajustar
o risco do portfólio ao risco do benchmark, utilizando como conceito de
risco o desvio-padrão (FILHO, 2019).
A fórmula do índice de Modigliani (IM) é dado por:
𝐼𝑀 = 𝜎𝑚
𝜎𝑝
 × (𝑅𝑃 - 𝑅𝑓 ) + 𝑅𝑓
Em que:
Fundo IS Classificação
Y 0,73 1º
X 0,67 2º
Z 0,40 3º
σm = Desvio-padrão da carteira de mercado;
σp = Desvio-padrão do portfólio;
Rp = Retorno do portfólio;
Rf = Retorno do ativo livre de risco.
Para exemplificar o uso do índice de Modigliani, consideremos os
mesmos dados utilizados no exemplo anterior, e incluiremos o desvio-
padrão do mercado, que será hipoteticamente de 6%.
Índice de Modigliani na Carteira X:
𝐼𝑀 = 0,06
0,09
 × ( 0,20 - 0,14 ) + 0,14 = 0,18 = 18,00%
O resultado indica que se o risco da carteira X fosse igual ao risco de
mercado, o fundo performaria 18,00%
Índice de Modigliani na Carteira Z:
𝐼𝑀 = 0,06
0,10
 × ( 0,18 - 0,14 ) + 0,14 = 0,1640 = 16,40%
O resultado indica que se o risco da carteira X fosse igual aorisco de
mercado, o fundo performaria 16,40%.
Índice de Modigliani na Carteira Y:
𝐼𝑀 = 0,06
0,11
 × ( 0,22 - 0,14 ) + 0,14 = 0,1836 = 18,36% 
O resultado indica que se o risco da carteira Y fosse igual ao risco de
mercado, o fundo performaria 18,36%.
Desse modo, compreender o perfil do investidor é essencial para
construir uma estratégia de investimento que atenda às suas
necessidades, objetivos e tolerância ao risco. Seja conservador,
moderado ou agressivo, cada perfil requer uma abordagem específica na
seleção de ativos e na gestão do portfólio, visando otimizar a relação
entre retorno e risco.
Além disso, os índices de Sharpe e Modigliani oferecem ferramentas
valiosas para avaliar o desempenho de um fundo ou de uma carteira de
investimentos. Enquanto o índice de Sharpe ajusta o retorno pelo risco,
permitindo uma comparação entre diferentes fundos de investimentos, o
índice de Modigliani vai além, considerando também o impacto do risco
do mercado no retorno do portfólio.
Assim, ao empregar esses indicadores, os investidores podem tomar
decisões mais informadas e eficientes para alcançar seus objetivos
financeiros. 
Vamos Exercitar?
Retomando ao caso de Pedro, vamos ajuda-lo a responder as duas
questões:
Como identificar o perfil de investidor?
Como escolher os melhores fundos de investimentos disponíveis? 
Para ajudar Pedro a identificar seu perfil de investidor, o agente de
investimentos pode realizar uma análise mais aprofundada de suas
necessidades, objetivos financeiros e tolerância ao risco. Isso pode ser
feito por meio de questionários específicos que muitas instituições
financeiras disponibilizam para seus clientes. O perfil pode ser:
conservador, moderado ou arrojado.
Uma vez identificado o perfil de investidor de Pedro, o agente pode então
apresentar opções de fundos de investimentos alinhadas com esse perfil.
Por exemplo, se Pedro for classificado como um investidor conservador,
o agente pode recomendar fundos de renda fixa ou fundos multimercado
com baixa exposição a riscos.
No entanto, se Pedro estiver mais inclinado a assumir riscos em busca de
retornos mais altos, o agente poderia sugerir fundos de ações ou fundos
multimercado mais agressivos.
Quanto à escolha entre os três fundos oferecidos, Pedro poderá utilizar o
índice de Sharp como critério de decisão. Esse índice avalia o retorno
excedente da carteira em relação à taxa livre de risco, também conhecido
como prêmio de risco, em comparação com o risco total do portfólio
medido pelo seu desvio-padrão.
Também pode ser interpretado da seguinte forma: “Quanto maior o
índice, melhor o portfólio”. Logo, Pedro poderá solicitar o índice de Sharp
dos três fundos oferecidos, e escolher aquele que apresentar o maior
valor. Assim, saberá que o fundo justifica o retorno dado o risco exposto.
Em resumo, a resolução da problematização envolve uma análise
individualizada do perfil de investidor de Pedro, seguida pela seleção de
fundos de investimentos que atendam a esse perfil e uma avaliação
criteriosa das opções disponíveis para tomar a melhor decisão de
investimento.
Saiba Mais
Para saber mais, leia o capítulo oito “Avaliação da performance de
fundos” do livro Gestão de Fundos de Investimentos. Nesse capítulo,
você vai encontrar uma série de indicadores que são usados no mercado
financeiro para avaliar fundos de investimentos. O autor apresenta
exemplos e formulações matemáticas em um nível avançado de
conteúdo.
Referência: FILHO, B. G. O. Gestão de Fundos de Investimentos. São
Paulo: Saint Paul Publishing (Brazil), 2019. 
Leia, também, a seção 16.7 “índice de Sharp” e 16.9 “Índice de
Modigliani” do livro Mercado Financeiro. Nessas seções de estudo, você
encontrará mais exemplos práticas de aplicação desses dois indicadores
de análise de fundos de investimentos.
Referência: NETO, A. A. Mercado Financeiro. 15. ed. Barueri [SP]. Atlas,
Instituto Assaf, 2023. 
Referências Bibliográficas
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 15. ed. Barueri [SP]: Atlas,
Instituto Assaf, 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580041514/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597028171/
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. -. ed. São Paulo:
Atlas, 2021.
FILHO, B. G. O. Gestão de fundos de investimento: o seu guia para
gestão de carteiras. São Paulo: Saint Paul Editora, 2019.
NETO, A. A. Mercado Financeiro. 15. ed. Barueri [SP]. Atlas, Instituto
Assaf, 2023. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597028171/.
SINATORA, J. R. P. Mercado de capitais. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2017.
Aula 4
NOÇÕES DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA
Noções de Governança Corporativa
Olá, estudante!
Nesta videoaula, você conhecerá os fundamentos da governança
corporativa. Esse conceito é fundamental para a sua prática profissional
em finanças, pois ao compreender os princípios e práticas de governança
corporativa, estará apto a entender como as empresas são gerenciadas e
como as decisões são tomadas em seu contexto organizacional.
Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos!
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597028171/
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Ao longo desta aula, exploraremos diversos aspectos da Governança
Corporativa, desde sua definição e princípios éticos básicos até sua
aplicação prática no mercado financeiro. Veremos como as boas práticas
de governança podem impactar diretamente a confiança dos investidores
e a reputação das empresas, bem como garantir a transparência,
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Para nos aprofundarmos nesse assunto, imagine que você está
avaliando aplicar seu dinheiro em uma determinada empresa. No
entanto, antes de tomar essa decisão, você deseja ter certeza de que
essa empresa possui boas práticas de gestão, afinal, precisa garantir que
seu investimento seja seguro e rentável. Sendo assim, surgem os
seguintes questionamentos:
Como poderá avaliar se essa empresa segue as melhores práticas
de governança corporativa?
Como isso influencia sua credibilidade no mercado financeiro?
E mais importante ainda, como você pode identificar essas
informações na bolsa de valores?
Essas são questões importantes que iremos abordar ao longo desta Aula,
e é fundamental estar atento aos tópicos discutidos, pois eles fornecerão
insights valiosos para responder a essas perguntas e entender como a
governança corporativa afeta diretamente suas decisões de investimento.
Vamos começar?
Vamos Começar!
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC
(2014), Governança Corporativa é “o sistema pelo qual as empresas e
demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre Sócios, Conselho de
Administração, Diretoria e Órgãos de Fiscalização e Controle e demais
Partes Interessadas”.
A definição prossegue como: “As boas práticas de governança
corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas,
alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor
econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a
recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua
longevidade e o bem comum” (IBGC, 2014).
De acordo com Prado (2023), a Governança Corporativa refere-se à
maneira como uma empresa é gerenciada por seus líderes, incluindo a
transparência na prestação de contas e a qualidade do relacionamento
entre acionistas, diretores, órgãos de fiscalização e outras partes
interessadas.
Essas partes interessadas, também conhecidas como stakeholders,
abrangem diversos grupos, como funcionários, colaboradores, clientes,
fornecedores, comunidade local, autoridades fiscais e a sociedade em
geral. Logo, a Governança Corporativa busca garantir a eficácia da
gestão empresarial e promover a confiança e a sustentabilidade das
operações da empresa.
Segundo Rocha; Cestaria; Piellusch (2023), a Governança Corporativa
surgiu em resposta a um problema conhecido como "conflito de agência",que ocorre quando os interesses dos proprietários (acionistas) de uma
empresa não estão alinhados com os interesses dos agentes
(executivos) que tomam decisões em nome da empresa.
Nesse contexto, os agentes (executivos) podem agir em benefício
próprio, buscando maximizar seus próprios interesses em detrimento dos
interesses dos acionistas, acarretando consequências chamadas de
custos de agência.
Ainda segundo os autores, as razões que levam os agentes a tomar
essas decisões estão relacionadas com três aspectos:
Conflito de interesses: este aspecto surge quando os objetivos
individuais dos agentes entram em conflito com os interesses da
organização ou de seus acionistas. Por exemplo, gestores podem
ter incentivos para tomar decisões que maximizem seus próprios
benefícios pessoais em detrimento do bem-estar da empresa.
Limitações técnicas individuais: os agentes podem enfrentar
limitações técnicas em termos de conhecimento, habilidades ou
recursos para avaliar e tomar decisões eficazes. Isso pode resultar
em decisões subótimas ou prejudiciais para a organização.
Vieses cognitivos: esses são padrões de pensamento automáticos
e inconscientes que podem levar os agentes a interpretar
informações de maneira distorcida ou a tomar decisões com base
em percepções distorcidas da realidade. Vieses cognitivos podem
incluir tendências como otimismo excessivo, aversão à perda,
ancoragem e confirmação de viés. 
Conforme Giacomelli; et al. (2017) os fatos que culminaram no
surgimento da governança corporativa foram: a formação e o
desenvolvimento do mercado capitalista, o aumento do tamanho e do
crescimento das empresas, resultando em estruturas mais robustas e
complexas; a diluição do capital, levando as empresas a terem um
grande número de acionistas; a separação entre propriedade e gestão; e
os conflitos decorrentes desse cenário, destacam a necessidade
premente de uma estrutura de relações, práticas e regulamentos que
assegurem a sustentabilidade empresarial a longo prazo.
Essa dinâmica é apresentada na Figura 1 a seguir:
Figura 1 | O surgimento da governança corporativa. Fonte: Giacomelli et al., (2017, p. 18).
Ainda de acordo com Giacomelli et al. (2017) a estrutura de governança
empresarial deve englobar quatro funções fundamentais:
A função de proteção de direitos, que visa supervisionar as práticas
empresariais.
A função de sistema de relações, que organiza a direção e o
controle das empresas.
A função de estrutura de poder, que monitora internamente as
empresas e coordena a tomada de decisões e a distribuição de
responsabilidades e autoridade.
A função de sistema normativo, que coordena as relações internas e
externas da empresa.
Siga em Frente...
Com o entendimento da origem e do conceito de governança corporativa,
agora vamos conhecer os princípios éticos básicos que devem estar
presentes nas regras, nos processos, mecanismos, estruturas e
instrumentos de fiscalização e de prestação de contas da gestão da
empresa que pratica boas práticas de governança (PRADO, 2023).
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2014),
os princípios éticos básicos são: transparência, equidade, prestação de
contas e responsabilidade corporativa.
Transparência
A transparência é um dos princípios éticos fundamentais que devem guiar
as práticas de governança corporativa de uma empresa. Este princípio
implica na divulgação clara, precisa e oportuna de informações
relevantes aos stakeholders da organização, incluindo acionistas,
investidores, funcionários, clientes e comunidade em geral.
Também garante que as partes interessadas tenham acesso às
informações necessárias para compreender as operações e o
desempenho da empresa, permitindo uma avaliação objetiva de sua
saúde financeira, práticas comerciais e impacto social e ambiental
(PRADO, 2023).
Além disso, a transparência promove a confiança e a credibilidade da
empresa, fortalecendo o relacionamento com seus diversos públicos e
contribuindo para a construção de uma reputação sólida no mercado.
Equidade
De acordo com PRADO (2023), a equidade é um princípio ético essencial
que deve ser incorporado nas práticas de governança corporativa para
garantir tratamento justo e igualitário a todos os stakeholders da
empresa. Isso significa que todas as partes interessadas devem ser
tratadas de maneira justa e imparcial, sem discriminação ou preferência
indevida.
Ela se manifesta na distribuição justa de oportunidades, benefícios e
responsabilidades entre acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores
e demais partes interessadas.
Além disso, a equidade na governança corporativa implica na adoção de
políticas e procedimentos transparentes e baseados em critérios
objetivos, evitando qualquer forma de favorecimento ou conflito de
interesses.
Prestação de Contas (accountability)
A prestação de contas é um princípio ético-chave que visa garantir que os
gestores e administradores da empresa sejam responsáveis por suas
ações e decisões perante os acionistas e demais partes interessadas
(PRADO, 2023). Isso implica na obrigação de prestar contas de forma
clara, transparente e periódica sobre o desempenho financeiro,
operacional e social da empresa.
Os gestores devem ser responsáveis por suas decisões, assumindo a
responsabilidade pelos resultados alcançados e garantindo que os
interesses dos acionistas sejam protegidos e promovidos (PRADO,
2023). A prestação de contas fortalece a confiança dos stakeholders na
empresa e contribui para a eficácia e eficiência de suas operações.
Responsabilidade Corporativa
A responsabilidade corporativa é um princípio ético que orienta as
empresas a agirem de forma ética, responsável e sustentável em todas
as suas operações e decisões. Isso implica na consideração dos
impactos sociais, ambientais e econômicos de suas atividades e na
adoção de práticas empresariais que contribuam para o bem-estar da
sociedade e a preservação do meio ambiente (PRADO, 2023). 
As empresas responsáveis incorporam preocupações éticas e
sustentáveis em sua estratégia de negócios, buscando criar valor de
longo prazo para todos os seus stakeholders e para a sociedade como
um todo.
A responsabilidade corporativa é essencial para o sucesso e a
perenidade das empresas no atual contexto empresarial, onde a
sustentabilidade e a responsabilidade social são cada vez mais
valorizadas pelos consumidores, investidores e pela sociedade em geral.
Percebamos, então, que a Governança Corporativa e seus princípios
buscam trazer mais segurança e confiança na gestão das organizações.
Segundo Sinatora (2016), a confiança desempenha papel fundamental no
mercado de capitais, motivo pelo qual os órgãos reguladores estão
empenhados em promover e fortalecer a confiança não apenas nesse
mercado específico, mas em todo o setor financeiro. Logo, a governança
corporativa é um elemento chave nesse processo.
Os órgãos reguladores brasileiros e o governo, visando aprimorar a
relação com investidores e demais partes interessadas, estabeleceram
órgãos e legislações voltados para as práticas de governança
corporativa. A seguir, apresentaremos um breve histórico dos principais
pontos:
1995: Surge o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa –
IBCG, estabelecendo as melhores práticas de governança
corporativa através de um código próprio.
1999: Lançamento do Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa pelo IBGC, consolidando princípios fundamentais e
recomendações para empresas brasileiras.
2000: Crescimento da adesão das empresas ao Código de
Governança Corporativa do IBGC, com a incorporação gradual das
práticas recomendadas em suas estruturas e operações.
2001: Criação do Novo Mercado pela B3, segmento de listagem de
empresas com práticas avançadas de governança corporativa,
incentivando a adoção de medidas adicionais de transparência e
proteção aos investidores.
2005: Lançamento do Código de Autorregulação de Governança
Corporativa para as Empresas Estatais pelo IBGC, visando melhorar
a gestão e a transparência dessas empresas.
2010:

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