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CONSTRUÇÕES RURAIS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Daiane Rodrigues Cardoso Seki 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Projetos de instalações rurais 
Nesta etapa, vamos estudar projetos de construções rurais, que 
desempenham um papel fundamental no planejamento estratégico para 
impulsionar as atividades agropecuárias. Seja na criação de animais, seja na 
agricultura em geral, as construções rurais estão intrinsicamente presentes, 
desdobrando-se em um amplo campo de atuação que visa aumentar a 
produtividade por meio de métodos eficientes de produção. 
Essas construções abrangem instalações para animais, armazenamento 
e beneficiamento da produção, aproveitamento de subprodutos, industrialização 
e comercialização. Elas demandam conhecimentos especializados, 
estreitamente ligados às áreas agronômica e zootécnica, aliados à simplicidade 
e à economia na execução para garantir o funcionamento técnico desejado das 
instalações. 
As construções devem atender a critérios básicos, sendo higiênicas, bem 
orientadas no terreno, simples, funcionais, duráveis, seguras, racionais e 
passíveis de controle das variáveis climáticas, expansão e baixo custo. Além 
disso, devem estar em conformidade com as legislações ambientais, de controle 
sanitário e segurança, promovendo eficiência na movimentação e manejo dos 
dejetos, proporcionando condições de trabalho favoráveis e, não menos 
importante, sendo economicamente viáveis. 
O princípio norteador de qualquer construção, independentemente do 
tamanho, é buscar a realização de uma obra praticamente perfeita no menor 
tempo e custo possível, aproveitando ao máximo o rendimento das ferramentas 
e da mão de obra. Embora atingir a perfeição seja desafiador, o objetivo é se 
aproximar ao máximo desse ideal, assegurando eficiência e qualidade na 
execução. Por esses motivos, os projetos serão fundamentais para orientar a 
respeito da melhor escolha. Tudo isso será visto em detalhes. 
Boa leitura e bons estudos! 
TEMA 1 – PROJETO ARQUITETÔNICO 
O projeto arquitetônico é um dos pontos iniciais quando falamos a respeito 
de projetos dentro da construção rural, pois é por meio dele que muitos estudos 
 
 
3 
importantes serão realizados para a tomada de decisões que irão nortear toda a 
construção. 
Ao começar os estudos para o projeto-base, inicia-se juntamente a etapa 
de planejamento, destacando-se as etapas cruciais que orientam a eficiência do 
sistema produtivo. Inicialmente, o estudo de mercado surge como peça 
fundamental, visando à comercialização como objetivo central do sistema 
produtivo. Compreender o comportamento do mercado, incluindo curvas de 
demanda, oferta e preços, é essencial. Além disso, previsões e perspectivas 
para o futuro, aliadas a uma compreensão econômica, são elementos-chave 
nessa fase do planejamento, tudo isso para nortear o projeto arquitetônico e 
entender qual será o objetivo e valor do investimento. 
A escolha do local para implantação das construções rurais é uma decisão 
estratégica que influencia diretamente o sucesso do empreendimento. O terreno 
deve apresentar características como pouca inclinação, firmeza e secura. 
Aspectos como proximidade de estradas, facilidade de captação de água e 
acesso à rede elétrica também são determinantes. Verificações minuciosas 
devem ser realizadas, considerando a legalidade do uso do terreno, a topografia 
para uma implantação econômica, a natureza do subsolo para construção 
estável e custo efetivo, bem como aspectos como fluxo eficiente, vias de acesso, 
direção de ventos e condições climáticas. 
O manejo dos dejetos é uma preocupação ambiental crucial, exigindo a 
escolha de locais adequados que atendam às normativas ambientais, garantam 
drenagem eficiente e evitem impactos negativos sobre habitações vizinhas. 
A localização das instalações é outro ponto-chave. O arranjo das 
construções deve buscar máxima eficiência, reduzindo distâncias percorridas e 
minimizando efeitos negativos de sol, vento e topografia. Atenção especial deve 
ser dada à posição no terreno, considerando instalações em partes mais altas 
para melhor escoamento de águas. Distâncias eficientes visam otimizar mão de 
obra e controle de doenças e odores. A orientação solar é essencial, evitando 
insolação direta em regiões quentes e úmidas e buscando insolação nas 
primeiras e últimas horas do dia em regiões de temperaturas amenas e umidade 
elevada. 
A escolha sábia da localização e o arranjo eficiente das instalações não 
apenas promovem o bem-estar dos animais, mas também contribuem para a 
eficácia operacional e a sustentabilidade do empreendimento rural. 
 
 
4 
1.1 Posição do Sol 
É essencial avaliar criteriosamente a orientação solar e a prevalência dos 
ventos em relação ao terreno ao planejar a construção de benfeitorias, como 
galpões para criação de aves. Essas estruturas demandam proteção contra 
exposição direta ao Sol, ventos intensos ou temperaturas frias, o que pode ser 
alcançado por meio de uma localização estratégica nas áreas designadas. 
A análise da posição do Sol em projetos arquitetônicos desempenha um 
papel vital, influenciando o conforto térmico, a eficiência energética e o bem-
estar dos ocupantes. Ao compreender a trajetória solar, é possível otimizar a 
iluminação natural, controlar a entrada de calor e criar ambientes mais 
saudáveis. Além disso, considerar a posição solar é essencial para projetos 
agropecuários, pois impacta diretamente a climatização, a ventilação e a 
proteção contra elementos climáticos, contribuindo para a saúde e produtividade 
dos animais. 
Em regiões quentes e úmidas, a orientação Leste-Oeste é apropriada, 
visando evitar a incidência direta do sol no interior das instalações. Em locais de 
temperaturas amenas e alta umidade, a orientação Norte-Sul permite uma 
exposição adequada à luz solar nas primeiras e últimas horas do dia. Em 
atividades como avicultura, em que a exposição solar direta pode ser 
dispensável, a construção dos aviários com o eixo longitudinal orientado Leste-
Oeste é aconselhada (Figura 1). Contudo, reconhecemos que nem sempre é 
viável seguir essa orientação devido a fatores como topografia, ventos 
predominantes e outras estruturas existentes. 
Essa orientação específica, especialmente em áreas mais quentes, 
proporciona sombra sob a cobertura nas horas mais quentes do dia, minimizando 
a carga calorífica recebida pelo aviário. Mesmo com uma orientação solar 
adequada, pode ocorrer incidência direta de radiação solar em algumas horas 
do dia na face Norte. Nesses casos, medidas como o plantio de árvores ou a 
instalação de beirais podem ser adotadas para evitar a exposição solar direta. 
 
 
 
5 
Figura 1 – Trajetória solar 
 
Crédito: Yuthana/Adobe Stock. 
No caso da construção de estufas, é recomendável observar a direção 
dos ventos predominantes, evitando uma construção perpendicular a essa 
direção. Entretanto, para aproveitar ao máximo a radiação solar, especialmente 
no inverno, a estufa deve ter seu eixo principal na direção Leste-Oeste. Essa 
posição reduz a sombra nas vigas da estrutura, otimizando sua eficiência na 
transmissão da radiação solar. 
1.2 Climatização 
Nos trópicos, a principal preocupação na ocupação de instalações 
agrícolas está relacionada à inadequação térmica, resultante da ação dos 
elementos meteorológicos, dissipação de energia por máquinas, equipamentos, 
animais e pessoas que realizam atividades nessas estruturas prediais. Esse 
cenário, associado às altas temperaturas, elevada umidade relativa e à baixa 
velocidade do ar, reduz a capacidade de transferência de energia, resultando no 
aumento do estresse térmico para os ocupantes (Torres Júnior et al., 2008). A 
avaliação do conforto térmico e da qualidade do ar nas instalações agrícolas está 
https://stock.adobe.com/br/contributor/211438072/yuthana?load_type=author&prev_url=detail
 
 
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diretamenteligada à eficiência dos sistemas de controle ambiental. Esses 
sistemas visam promover a saúde e o bem-estar tanto dos animais confinados 
quanto dos trabalhadores que passam muitas horas nesses ambientes (Moura 
et al., 2010). 
Condições térmicas acima da zona de conforto podem comprometer o 
desempenho dos animais de produção e contribuir para o desenvolvimento de 
problemas de saúde nos trabalhadores. Isso demanda atenção e agilidade na 
execução de tarefas, prejudicadas pela falta de concentração e fadiga 
decorrentes do calor (Carvalho et al., 2011). De acordo com Baêta & Souza 
(2010), o uso de abrigos com materiais adequados de cobertura pode reduzir até 
30% da carga térmica radiante em comparação com situações de exposição à 
radiação solar direta, melhorando, assim, o conforto térmico dos ocupantes. 
A manutenção de sistemas de climatização natural é uma premissa 
fundamental para a obtenção de uma instalação eficiente energeticamente. Isso 
é alcançado por meio de estratégias como a correta especificação de materiais 
de construção para redução do ganho térmico e manutenção do conforto interno, 
além da utilização de sistemas passivos de climatização e iluminação natural nos 
ambientes internos, entre outras medidas (Keeler; Burke, 2010). 
1.3 Sonorização 
Ao realizar o projeto arquitetônico, também devemos nos atentar a alguns 
aspectos sonoros. A sonorização em construções rurais desempenha um papel 
crucial no contexto do conforto e bem-estar dos animais. O ambiente sonoro ao 
qual os animais são expostos pode afetar significativamente seu 
comportamento, saúde e produtividade. Portanto, ao planejar e projetar 
instalações para a criação de animais, é essencial considerar cuidadosamente 
aspectos relacionados à sonorização. 
• Níveis de ruído adequados: manter níveis de ruído dentro de limites 
adequados é fundamental. Animais, especialmente em sistemas de 
criação intensiva, são sensíveis a sons excessivos e perturbadores. 
Ruídos altos e constantes podem causar estresse, impactar a 
alimentação, reprodução e até mesmo predispor os animais a doenças. 
• Controle do ambiente acústico: a escolha de materiais de construção e 
o design das instalações podem desempenhar um papel importante no 
 
 
7 
controle do ambiente acústico. Materiais absorventes de som, como 
isolamento acústico, podem ser empregados para minimizar a 
propagação de ruídos indesejados e proporcionar um ambiente mais 
tranquilo para os animais. 
• Consideração das atividades diárias: compreender as atividades 
diárias nas instalações é crucial. Por exemplo, em locais onde ocorrem 
maquinários agrícolas, como tratores ou colheitadeiras, é necessário 
avaliar o impacto sonoro desses equipamentos nas áreas de criação 
animal. Estratégias para minimizar a perturbação sonora, como a escolha 
de horários específicos para atividades mais ruidosas, podem ser 
implementadas. 
• Proteção contra sons externos: a localização das construções rurais em 
relação a fontes externas de ruído, como estradas movimentadas, pode 
influenciar significativamente o conforto acústico. O planejamento 
cuidadoso, incluindo barreiras físicas ou o posicionamento estratégico das 
instalações, pode reduzir a exposição dos animais a sons indesejados. 
• Monitoramento e adaptação: a implementação de sistemas de 
monitoramento do ambiente sonoro pode ser útil para avaliar 
continuamente os níveis de ruído e identificar áreas de melhoria. Além 
disso, é importante estar disposto a ajustar as práticas e instalações 
conforme necessário para garantir um ambiente acústico adequado. 
1.4 Exemplos de projetos 
Agora, abordaremos alguns projetos que serão comuns em sua 
caminhada profissional e os principais pontos que precisam de atenção em cada 
projeto arquitetônico, de acordo com sua finalidade. 
• Silos: 
o Capacidade de armazenamento: determinar a quantidade e o tipo de 
grãos ou produtos a serem armazenados. 
o Material e estrutura: escolher materiais resistentes e seguros para 
garantir a integridade dos grãos. 
o Aeração: projetar sistemas eficientes para evitar a proliferação de 
fungos e pragas. 
 
 
 
8 
Figura 2 – Projeto de silos 
 
Fonte: USP, Escola Superior de Agricultura. 
Figura 3 – Projeto de silos metálicos 
 
Crédito: Fábrica do Projeto. 
 
 
9 
• Galpões rurais: 
o Finalidade: definir o uso específico do galpão, seja para 
armazenamento, criação de animais ou outras atividades. 
o Dimensionamento: levar em conta o espaço necessário para as 
atividades planejadas. 
o Ventilação e iluminação: garantir condições adequadas para o bem-
estar dos animais ou armazenamento de produtos. 
Figura 4 – Projeto de galpão rural 
 
Crédito: Wasteresley Lima. 
• Depósitos de defensivos: 
o Normas de segurança: seguir regulamentações rigorosas para 
armazenamento seguro de produtos químicos. 
o Ventilação e contenção: implementar sistemas que evitem 
vazamentos e assegurem a proteção ambiental. 
o Acesso restrito: garantir que apenas pessoas autorizadas tenham 
acesso a esses locais. 
• Biodigestor: 
o Tipo de resíduos: identificar os resíduos a serem processados no 
biodigestor. 
 
 
10 
o Capacidade: determinar a capacidade necessária com base na 
quantidade de resíduos gerados. 
o Produção de biogás: projetar para otimizar a produção de biogás para 
energia. 
Figura 5 – Projeto de biodigestor 
 
Crédito: Elias Aleixo. 
• Fossas sépticas: 
o Tamanho adequado: dimensionar a fossa de acordo com o número de 
usuários e a demanda diária. 
o Material de construção: escolher materiais duráveis e impermeáveis 
para evitar vazamentos. 
o Manutenção: considerar a facilidade de manutenção e esvaziamento 
periódico. 
 
 
 
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Figura 6 – Fossa séptica 
 
Fonte: João Miguel/Pinterest1. 
TEMA 2 – PROJETOS COMPLEMENTARES 
Ao viabilizar os projetos para as construções rurais, é importante estar 
atento aos projetos complementares ao arquitetônico que serão necessários 
durante a obra. Esses projetos, como o próprio nome diz, visam complementar 
as informações do projeto arquitetônico, sendo eles: estrutural, elétrico, 
hidráulico e de sistemas, quando necessários. 
2.1 Projeto estrutural 
A inclusão de projetos complementares, especialmente os projetos 
estruturais, é de suma importância no contexto da construção rural. Esses 
projetos são essenciais para assegurar a solidez, a segurança e a funcionalidade 
das edificações, independentemente do sistema estrutural escolhido. 
 
1 Disponível em: . Acesso em: 18 abr. 2024. 
https://br.pinterest.com/pin/702139398132281316/
 
 
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Os projetos estruturais são responsáveis por definir a disposição e o 
dimensionamento dos elementos que sustentam a construção, como vigas, 
colunas e fundações. Mesmo que os técnicos não sejam engenheiros, é crucial 
compreender a relevância de contar com um profissional habilitado para 
desenvolver esses projetos. 
A segurança estrutural é vital para garantir que as construções resistam 
às cargas impostas ao longo do tempo, incluindo as condições climáticas, peso 
dos materiais, e até mesmo as atividades desenvolvidas dentro das instalações 
rurais, como a movimentação de animais ou equipamentos. 
A expertise de um profissional especializado na elaboração desses 
projetos é crucial, pois ele considerará fatores específicos do local, 
características do solo, demandas de carga e outros elementos que impactam 
diretamente na resistência e durabilidade da estrutura. Esses projetos 
proporcionam uma base sólida para a execução da construção, evitando 
problemas estruturais futuros e garantindo a integridade do ambiente. 
Portanto, ao desenvolver construções rurais, os técnicos devem 
reconhecer a importância dos projetos estruturais e buscar a colaboração de 
profissionais capacitados para garantir a segurança e a eficiência das 
edificações, contribuindo assim para o sucesso e durabilidadedas instalações 
no contexto agrícola. 
2.2 Projeto de instalações elétricas 
Os projetos de instalações elétricas desempenham um papel crucial nas 
construções rurais, sendo de extrema importância para garantir um ambiente 
seguro, eficiente e funcional. Esses projetos, mesmo para técnicos não 
especializados em engenharia elétrica, são fundamentais para o correto 
dimensionamento e distribuição dos sistemas elétricos nas instalações 
agropecuárias. 
 
 
 
13 
Figura 7 – Instalações elétricas 
 
Crédito: PV Productions/Shutterstock. 
A importância dos projetos de instalações elétricas reside em diversos 
aspectos: 
• Segurança: garantem que a distribuição elétrica seja realizada de 
maneira segura, minimizando riscos de curtos-circuitos, sobrecargas e 
outros problemas elétricos que possam resultar em incêndios ou 
acidentes. 
• Eficiência energética: contribuem para a eficiência no consumo de 
energia, otimizando a distribuição e utilização dos equipamentos elétricos, 
o que pode resultar em economia de recursos financeiros e energéticos 
ao longo do tempo. 
• Atendimento às normas técnicas: asseguram que a instalação esteja 
em conformidade com as normas técnicas vigentes, garantindo não 
apenas a segurança, mas também a legalidade do projeto. 
• Funcionalidade e conforto: planejam a disposição de pontos de 
iluminação, tomadas e equipamentos elétricos de forma a atender às 
necessidades específicas do ambiente. Isso contribui para o conforto e a 
funcionalidade das atividades desenvolvidas no local. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Uximetc+pavel
 
 
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• Dimensionamento adequado: definem a capacidade necessária dos 
componentes elétricos, como fios, disjuntores e transformadores, de 
acordo com a demanda da instalação. Isso evita sobrecargas e garante o 
funcionamento adequado do sistema elétrico. 
Dentro desse contexto, o projeto de instalações elétricas dimensiona e 
especifica, entre outros elementos: 
• Pontos de iluminação: determina a quantidade, localização e tipo de 
luminárias para proporcionar uma iluminação adequada ao ambiente. 
• Pontos de tomadas: define a disposição e a quantidade de pontos de 
energia, considerando as necessidades dos equipamentos a serem 
utilizados. 
• Circuitos elétricos: organiza os circuitos elétricos de forma a evitar 
sobrecargas e assegurar uma distribuição eficiente da energia. 
• Proteção e aterramento: especifica dispositivos de proteção, como 
disjuntores, e estabelece um sistema de aterramento adequado para 
prevenir acidentes elétricos. 
Os projetos elétricos contribuem para a eficiência energética e o 
cumprimento das normas técnicas aplicáveis. 
Dentro do projeto luminotécnico, que pode ser especificado no projeto 
arquitetônico e dimensionado pelo projeto elétrico, é importante projetar uma 
iluminação adequada para os animais. Vamos adentrar um pouco no caso dos 
animais bovinos e suínos, que necessitam de uma atenção especial em 
instalações agropecuárias. A iluminação desempenha um papel fundamental no 
bem-estar, comportamento e desempenho desses animais, influenciando 
diversos aspectos de sua saúde e produção. Aqui estão algumas considerações 
específicas para cada tipo de animal: 
• Bovinos: 
o Níveis de iluminação natural: bovinos beneficiam-se de níveis 
adequados de luz natural para promover seu comportamento natural, 
atividade e bem-estar. Projetar instalações que permitam a entrada de 
luz natural pode ser benéfico. 
o Iluminação uniforme: assegurar que a iluminação seja uniformemente 
distribuída em todas as áreas do estábulo ou galpão. Isso evita 
 
 
15 
sombras intensas, que podem causar desconforto e estresse nos 
bovinos. 
o Ciclos de luz e escuridão: manter ciclos regulares de luz e escuridão 
para simular o ambiente natural. Isso ajuda a regular os ritmos 
circadianos dos bovinos, afetando positivamente seu comportamento e 
produção. 
• Suínos: 
o Níveis de iluminação adequados: suínos têm uma sensibilidade 
única à luz. Garantir níveis de iluminação adequados, evitando a 
iluminação excessiva, é crucial. Ambientes muito brilhantes podem 
causar estresse. 
o Controle da intensidade: implementar sistemas que permitam o 
controle da intensidade da luz. Suínos são sensíveis a mudanças 
bruscas de luz, portanto, ajustar gradualmente os níveis ao longo do 
dia é benéfico. 
o Distribuição uniforme: certificar-se de que a iluminação seja 
uniformemente distribuída em áreas de descanso, alimentação e áreas 
de atividade dos suínos. Isso contribui para ambientes mais 
confortáveis. 
o Ciclos de luz para reprodução: em instalações de reprodução, 
considerar ciclos de luz específicos para otimizar o desempenho 
reprodutivo. 
Outros pontos a serem considerados: 
• Cor da luz: a escolha da cor da luz é relevante. Luzes mais quentes 
podem criar um ambiente mais aconchegante, enquanto luzes mais frias 
podem estimular atividade. Adaptar a cor da luz às necessidades 
específicas dos animais pode ser benéfico. 
• Evitar ofuscamento: evitar fontes de luz direta que possam ofuscar ou 
incomodar os animais. Ofuscamento pode causar estresse e afetar 
negativamente o comportamento e a produção. 
• Economia de energia: utilizar tecnologias eficientes em termos 
energéticos, como lâmpadas de LED, para equilibrar a eficácia da 
iluminação com a eficiência energética. 
 
 
16 
O dimensionamento elétrico deve ser procurado por engenheiro 
responsável sempre que necessário, visto que trará inúmeros benefícios para a 
execução do local projetado. 
2.3 Projeto de sistemas 
 O projeto de sistemas hidráulicos, de climatização e, quando aplicável, 
de automação, desempenha um papel fundamental nas instalações rurais, 
contribuindo para a eficiência operacional, o bem-estar dos animais e a 
sustentabilidade das práticas agropecuárias. Aqui estão algumas considerações 
sobre a importância de cada um desses projetos. 
• Projeto de sistemas hidráulicos: 
o Abastecimento de água: o projeto hidráulico contempla o 
abastecimento adequado de água para diversas finalidades, como 
consumo animal, irrigação e atividades operacionais. Garantir uma 
distribuição eficiente e confiável é crucial para manter a saúde dos 
animais e o funcionamento das atividades. 
o Drenagem: adequar o sistema hidráulico para a gestão eficaz de águas 
pluviais e efluentes é vital para evitar alagamentos, a contaminação da 
água e garantir a sustentabilidade ambiental da operação. 
o Reservatórios e tanques: dimensionar corretamente reservatórios e 
tanques para armazenamento de água é essencial para suprir 
demandas diárias e prevenir escassez em momentos críticos. 
• Projeto de sistemas de climatização: 
o Ventilação natural: projetar sistemas que favoreçam a ventilação 
natural é crucial para garantir ambientes adequados para a criação de 
animais. Isso contribui para a saúde respiratória, reduz o estresse 
térmico e melhora o conforto dos animais. 
o Climatização artificial: em casos de climas extremos, a climatização 
artificial pode ser necessária para manter condições ideais. Sistemas 
de resfriamento ou aquecimento controlados são fundamentais para 
preservar a saúde dos animais e otimizar a produção. 
o Controle térmico: a capacidade de monitorar e controlar a 
temperatura, umidade e outros fatores climáticos é essencial. Isso pode 
 
 
17 
ser alcançado por meio de sensores e sistemas automáticos que 
ajustam as condições ambientais conforme necessárias. 
• Projeto de automação: 
o Eficiência operacional: a automação permite a otimização de 
processos, como a distribuição de alimentos, controle de iluminação e 
gerenciamento de sistemas hidráulicos. Isso resulta em maior eficiência 
operacional e redução de desperdícios. 
o Monitoramento remoto: sistemas automatizados podem incluir 
recursos de monitoramento remoto, permitindo que os gestores 
acompanhem as condições das instalações de qualquer lugar. Isso é 
crucialpara a tomada de decisões rápidas e a prevenção de problemas. 
o Redução de custos: a automação bem planejada pode levar a uma 
gestão mais eficiente dos recursos, reduzindo custos operacionais e 
melhorando a sustentabilidade econômica das atividades rurais. 
Ao realizar o planejamento dos projetos necessários para a execução das 
instalações rurais, é necessário prever e destinar parte do investimento para 
projetos de sistemas hidráulicos, de climatização e de automação. Essa 
contratação é estratégica para promover a eficiência, a sustentabilidade e o bem-
estar tanto dos animais quanto das operações nas instalações rurais. Esses 
projetos proporcionam condições ideais para a produção agropecuária, 
garantindo a qualidade dos produtos e a integridade ambiental das práticas 
agrícolas. 
TEMA 3 – INSTALAÇÕES PARA AVES 
Ao longo do tempo, as instalações tornaram-se um dos elementos mais 
cruciais na avicultura brasileira. Elas representam a adaptação dos animais, que 
antes viviam em estado selvagem, para um ambiente de cativeiro, preservando, 
no entanto, suas características fundamentais. Nesse processo de adaptação, o 
papel humano é de suma importância, proporcionando as condições necessárias 
para atender às exigências das aves. Dessa forma, contribui de maneira racional 
para o surgimento e desenvolvimento das possibilidades de transformação, 
visando alcançar máxima eficiência em um período mínimo. 
As instalações destinadas às aves apresentam consideráveis diferenças 
em relação às destinadas a outros animais, tanto em termos higiênicos quanto 
 
 
18 
no manejo da criação. O criador enfrenta o desafio de proporcionar uma área 
relativamente pequena para acomodar um número significativo de animais. 
Qualquer projeto desse tipo deve atender a condições que garantam seu bom 
funcionamento, com ênfase na eficiência econômica da construção. A 
simplicidade é essencial, permitindo uma execução mais rápida, garantindo 
resistência adequada e fazendo uso de materiais acessíveis. 
3.1 Planejamento do aviário 
Dentro do planejamento, a seleção do terreno para a instalação do aviário 
deve ser subordinada à sua localização, uma vez que os fatores econômicos 
cruciais para a comercialização dependem dela, influenciando a relação entre o 
rendimento bruto e o lucro líquido. Diversos aspectos devem ser considerados 
nesse processo: 
• Proximidade das fontes de produção de milho: dado que o milho 
representa entre 60% e 79% do volume das rações, a escolha de locais 
com grande produção de milho permite adquiri-lo a preços mais 
acessíveis durante a safra, armazenando-o em silos ou armazéns 
apropriados para garantir abastecimento ao longo do ano. 
• Facilidade na aquisição de rações e concentrados: é essencial 
garantir fácil acesso a rações, evitando que as aves fiquem desprovidas 
de alimento. 
• Aquisição de pintos de um dia de qualidade: assegurar uma fonte 
confiável e consistente de pintos de qualidade ao longo do ano, 
provenientes de um incubador confiável. 
• Mão de obra capaz: a disponibilidade de mão de obra capacitada ou de 
fácil treinamento é crucial para o sucesso da operação. 
• Proximidade do mercado consumidor: quanto mais próxima a granja 
estiver do mercado consumidor, menores serão os custos de frete, e 
melhores serão os preços de venda alcançados. 
• Estradas e vias de transporte de boa qualidade: em áreas de avicultura 
desenvolvida, a proximidade a abatedouros avícolas é essencial para 
evitar perdas por mortalidade, ferimentos e quebras de peso durante o 
transporte. 
 
 
19 
• Infraestrutura de eletricidade e gás: a granja deve, preferencialmente, 
ter acesso à eletricidade para programas de iluminação. Na ausência de 
eletricidade da rede, a instalação de um gerador é necessária. O gás é 
crucial para alimentar as campânulas a gás dos pintinhos. 
Figura 8 – Aviário 
 
Crédito: Joa Souza/Shutterstock. 
Os galpões devem idealmente ter a cumeeira orientada no sentido Leste-
Oeste. Essa orientação visa minimizar a exposição à insolação nas longas tardes 
de verão, reduzindo o risco de sobreaquecimento. Embora essa seja a condição 
preferencial, sua execução pode ser limitada por fatores como topografia, ventos 
dominantes e outras instalações existentes. 
A organização estratégica dos galpões que compõem a exploração deve 
ser planejada de maneira a garantir uma disposição eficiente. Galpões que 
abrigam aves da mesma idade devem ser espaçados por no mínimo 20 metros, 
evitando interferências na ventilação natural entre eles. Quando se trata de 
galpões com aves de idades diferentes, a recomendação é que haja um 
afastamento mínimo de 100 metros. Além disso, ao redor de cada galpão é 
aconselhável ter barreiras naturais, como árvores, para impedir a circulação 
direta do ar de um galpão para o outro. Essa medida contribui para evitar a 
transmissão de doenças entre aves adultas e mais jovens. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Joa+Souza
 
 
20 
Uma granja pode abranger diversos setores, dependendo de seu porte: 
• Setor de produção: compreende galpões destinados a frangos de corte 
e postura, incluindo silos e um galpão para matrizes. 
• Setor de preparo dos alimentos: engloba a fabricação de ração, silos 
graneleiros conectados a armazéns e sistemas de transporte a granel. 
• Setor administrativo: inclui instalações para controle de acesso, 
escritório e almoxarifado. 
• Setor sanitário: engloba áreas para fossa ou crematório, pedilúvio, 
rodolúvio e plataformas de desembarque. 
• Setor de apoio: compreende uma oficina para manutenção e reparos. 
• Setor externo: inclui instalações como postos de vendas, abatedouro e 
um complexo de cooperativas. 
Essa organização estruturada dos setores visa otimizar o funcionamento 
da granja, promovendo eficiência operacional e garantindo boas condições para 
a criação de aves em diferentes estágios de desenvolvimento. 
3.2 Instalações para aves de corte 
De acordo com Souza (1997): 
a) Local de criação: geralmente, as aves permanecem no mesmo galpão 
desde o primeiro dia até a época do abate. A idade de abate varia de 
acordo com a ave e o nível tecnológico do manejo ao qual são 
submetidas. A seguir, apresentamos um período médio necessário para 
criação: 
o Frangos: 40 a 50 dias; 
o Chester: 65 a 70 dias (com peso vivo em torno de 3,75 kg). 
b) Densidade de aves: a densidade varia de acordo com as características 
físicas e comportamentais da ave, o clima e o nível tecnológico do 
produtor. Em média, um galpão pode conter: 
o Frangos: 
 8 a 12 aves/m² para climas mais quentes e baixa tecnologia; 
 12 a 14 aves/m² para climas mais frios e alta tecnologia; 
 Até 18 aves/m² para altíssima tecnologia. 
o Chester: 
 5 a 6 aves/m² no verão (metade da adotada para frangos de corte); 
 
 
21 
 7 a 8 aves/m² no inverno. 
c) Capacidade do galpão: a construção do galpão pode variar em tamanho, 
sendo determinada pelo tipo de ave, mercado consumidor e recursos 
disponíveis para o produtor. Galpões com dimensões de 12 x 50 m ou 12 
x 100 m são comuns devido a investimentos de empresas integradoras na 
produção de aves. 
d) Galpão: 
o Forma: recomenda-se a forma retangular por ser mais econômica. 
o Largura e pé-direito: determinados pelo clima e manejo. Larguras 
superiores a 8 metros exigem ventilação forçada (ventiladores). 
Tabela 1 – Largura e pé-direito dos galpões 
Clima Largura (m) Pé-direito (m) 
Quente e seco 10 - 14 3,0 - 3,3 
Quente e úmido 6 - 8 2,7 - 3,0 
e) Meios de controlar o efeito do clima: durante os meses de verão, medidas 
devem ser adotadas para manter a instalação em uma temperatura 
amena, tanto de dia quanto à noite. Os recursos incluem: 
o Ventilação forçada: recomendada para galpões com largura superior a 
8 metros, utilizando ventiladores com controle para evitar 
ressecamento das vias respiratórias das aves. 
o Lanternim: funciona como um exaustor, promovendo a saída do arquente, criando uma zona de convecção. Reduz o clima e purifica o 
ambiente de gases produzidos. O telhado deve ser inclinado para evitar 
acúmulo de ar quente, e as aberturas do lanternim são proporcionais à 
largura do galpão. 
 
 
 
22 
Figura 9 – Corte esquemático indicando as principais medidas de um lanternim 
 
Fonte: Souza, 1997, p. 103. 
3.3 Aspectos construtivos 
Para a seleção do material na construção, é fundamental considerar 
aspectos como fácil disponibilidade, custo econômico e durabilidade. Seguem 
algumas orientações específicas para diferentes elementos da estrutura do 
galpão: 
• Alicerces e/ou fundações: são geralmente simples, constituindo-se 
principalmente de concreto simples ou ciclópico, com até 40% de pedra 
de mão. Pequenos alicerces contínuos podem ser feitos de concreto 
simples, solo-cimento ou tijolo. 
• Pisos: devem apresentar uma leve declividade de 1 a 2% para facilitar o 
escoamento da água. Podem ser feitos de solo-cimento, tijolos rejuntados 
com argamassa, concretado simples (4 a 6 cm de espessura) ou até 
mesmo chão batido de terra. No entanto, o chão batido pode abrigar 
insetos, ovos de vermes e vírus. 
• Pilares, colunas ou esteios: podem ser construídos de concreto armado, 
concreto não armado, tijolos ou madeiras roliças, falqueadas ou serradas. 
 
 
23 
Pilares de madeira devem ser enterrados no mínimo 80 cm, com encaixes 
para receber o madeiramento do telhado. 
• Fechamento lateral do galpão: geralmente feito com tábuas ou alvenaria 
de ½ tijolo. Deve incluir um portão de duas bandeiras para a entrada de 
caminhões. 
• Fechamento longitudinal do galpão: deve possuir uma mureta de 30 a 
40 cm de altura, podendo ser construída com alvenaria, concreto simples, 
solo-cimento ou tábuas. Telas de malhas 0,5” a 1” são aplicadas acima da 
mureta até o telhado para evitar a entrada de pássaros. 
• Pedilúvio: colocado nas entradas dos barracões para desinfecção dos 
calçados em caso de necessidade de entrada de pessoas. 
• Cobertura: pode ser constituída por estrutura de madeira roliça, 
falqueada ou serrada, estrutura metálica ou concreto pré-moldado. As 
telhas de cimento amianto são comuns devido ao custo mais baixo e 
facilidade na instalação e manutenção, embora as de barro proporcionem 
melhor conforto térmico aos animais. A inclinação do telhado deve ser a 
maior possível para facilitar o escoamento de águas pluviais e ar quente, 
evitando colocar a inclinação com o mesmo ângulo de latitude da região 
para reduzir a absorção excessiva dos raios solares. 
TEMA 4 – INSTALAÇÕES PARA BOVINOS 
A elaboração de um projeto específico para a criação de bovino leiteiro é 
de suma importância, pois contribui para o desenvolvimento sustentável e 
eficiente da atividade. Além de otimizar o uso dos recursos disponíveis, um 
projeto bem elaborado considera diversas variáveis que impactam diretamente 
no bem-estar dos animais, na produtividade da exploração e na gestão 
econômica da propriedade. Um projeto bem elaborado para a criação de bovino 
leiteiro não apenas assegura o atendimento das necessidades básicas dos 
animais, mas também proporciona condições para uma produção eficiente, 
sustentável e economicamente viável, promovendo o sucesso a longo prazo na 
atividade leiteira. 
 
 
 
24 
4.1 Instalações para bovino leiteiro 
A seleção de um projeto de instalações para o manejo e exploração do 
bovino leiteiro é influenciada por diversos fatores, incluindo raça, manejo, 
tamanho da exploração, área da propriedade, recursos humanos, econômicos e 
características ambientais como clima, solo e topografia. Além disso, a escolha 
dos materiais e técnicas construtivas disponíveis é crucial. O projeto deve 
considerar a soma desses elementos, bem como a potencial expansão da 
exploração. 
Figura 10 – Instalações de bovino leiteiro 
 
Crédito: Valdis Skudre/Shutterstock. 
A localização ideal para as construções é em uma leve encosta, em 
terreno com boa drenagem, ensolarado e protegido contra ventos frios. Para 
garantir uma boa insolação, as partes abertas das construções devem ser 
voltadas para o Norte ou Leste e Oeste. A face Norte proporciona ótima 
insolação no inverno. Os cochos para volumosos devem ser protegidos, com seu 
comprimento no sentido Leste-Oeste e a parte baixa da cobertura voltada para 
o Norte, evitando o ressecamento da forragem. 
Ventos frios dominantes podem ser evitados fechando a construção com 
alvenaria até 1,50 metro de altura, superior à altura das vacas, ou plantando um 
https://www.shutterstock.com/pt/g/ValdisSkudre
 
 
25 
renque de vegetação distante da instalação. A água é essencial em quantidade 
e qualidade, podendo ser provida nos pastos por meio de aguadas ou canalizada 
para bebedouros com boia. Os currais devem dispor de bebedouros amplos para 
manter a temperatura estável, favorecendo o metabolismo. 
Figura 11 – Localização de instalações 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
De acordo com a figura de instalações, temos: 
 
 
26 
1. Circulação; 
2. Estradas de acesso; 
3. Corredores; 
4. Arborização (sombreamento e proteção); 
5. Piquetes; 
6. Rodolúvio; 
7. Residência; 
8. Bebedouros; 
9. Cobertas de manejo; 
10. Baia para touro; 
11. Bezerros em aleitamento (box individual); 
12. Bezerros desmamados (coletivo); 
13. Novilhas menores; 
14. Vacas “secas” e novilhas prenhes; 
15. Vacas em produção; 
16. Piquete de espera; 
17. Piquete maternidade; 
18. Pedilúvio; 
19. Centro de manejo; 
20. Silos; 
21. Estrumeira; 
22. Depósito de máquinas e implementos; 
23. Depósito de alimentos; 
24. Silos graneleiros; 
25. Reservatório de água; 
26. Brete e tronco; 
27. Embarcadouro; 
28. Comedouros; 
29. Pastagens anuais; 
30. Pastagens perenes; 
31. Milho para silagem; 
32. Capineiras. 
Vias de acesso são cruciais para o escoamento de produtos, devendo ser 
planejadas para cortar ou corrigir locais de difícil drenagem. Após a escolha e 
dimensionamento das instalações, a locação no terreno deve ser realizada de 
 
 
27 
forma sequencial, permitindo um uso racional, sem perda de energia e tempo, e 
evitando deslocamentos repetitivos e desnecessários. 
4.2 Projetos para tipos de sistemas de criação 
Cada sistema de criação possui as suas particularidades. Dessa forma, é 
necessário entendê-lo para realizar o correto direcionamento do projeto-base. 
Ainda de acordo com Souza (1997), existem três sistemas de criação 
amplamente utilizados para bovino, sendo eles: extensivo, semi-intensivo e 
intensivo. A escolha entre esses modelos demanda uma análise minuciosa do 
mercado para avaliar a demanda e a qualidade do leite a ser produzido. Além 
disso, a decisão sobre o sistema de criação mais adequado considera as 
condições econômicas do criador, as características locais e os recursos de 
produção disponíveis. 
• Sistema extensivo ou regime exclusivo de pastejo: predominante em 
muitas regiões, esse sistema envolve ordenha uma vez ao dia, devido à 
produção leiteira reduzida. 
O rebanho, frequentemente sem padrão racial definido, é conduzido ao 
curral pela manhã para a ordenha manual e à tarde para separação dos 
bezerros. 
Instalações simples incluem um estábulo para ordenha e alimentação, 
podendo conter sala de leite, que também pode servir como escritório e 
depósito, curral de alimentação com bebedouros, silos para forragens e 
cercas para piquetes de pastagens. 
• Sistema semi-intensivo ou semiestabulação: nesse sistema, o rebanho, 
geralmente de maior produção e melhorado, é ordenhado duas vezes ao 
dia. 
A alimentação no pasto é complementada com rações e volumosos, como 
silagem ou capim picado durante a época de estiagem. 
Instalações mais complexas incluem curral de alimentação com 
bebedouros, curral de espera, sala de ordenha, sala de leite, escritório, 
farmácia, sala de máquinas, bezerreiro fora do estábulo, esterqueira, 
reservatórios, silos ou fenos paraforragens, cercas para piquetes de 
pastagens com bebedouros e saleiros, entre outras. 
 
 
28 
• Sistema intensivo ou regime de estabulação: os animais são confinados 
em estábulos, recebendo toda a alimentação necessária, e são 
ordenhados duas a três vezes ao dia. 
• Instalações mais complexas, como sala de ordenha equipada com 
ordenhadeiras mecânicas, sala de leite, sanitários, sala de máquinas, 
farmácia, depósito, escritório e curral de espera, exigem um controle 
sanitário mais eficiente. 
• A eficiência do manejo e o aumento da produtividade são vantagens 
significativas, permitindo a produção de alimentos em áreas menores, 
armazenamento e fornecimento durante todo o ano, com os animais 
separados de acordo com idade e fase de produção. 
A estrutura necessária para a atividade leiteira varia significativamente 
com base no sistema de criação e nas práticas de manejo adotadas na 
propriedade. Dentre as principais instalações, destacam-se: 
• Estábulos: ambientes destinados ao alojamento e alimentação do bovino 
leiteiro; 
• Sala de ordenha: espaço específico para a realização do processo de 
ordenha, fundamental para a produção diária de leite; 
• Sala de leite: local destinado ao armazenamento e manipulação do leite 
obtido; 
• Escritório: espaço administrativo para registros, controle e planejamento 
da atividade leiteira; 
• Farmácia: área destinada ao armazenamento de medicamentos e 
produtos relacionados à saúde animal; 
• Sala de máquinas: espaço para armazenamento e manutenção de 
equipamentos utilizados na propriedade; 
• Banheiro: instalação sanitária para uso dos funcionários e proprietários; 
• Bezerreiro: área destinada à criação e cuidado dos bezerros; 
• Depósito para fezes e urina: local específico para armazenamento e 
tratamento dos resíduos animais; 
• Silos e fenos: estruturas para armazenamento de forragens utilizadas na 
alimentação do gado; 
 
 
29 
• Depósito de ração, insumos e ferramentas: área designada para 
armazenar alimentos, materiais e ferramentas necessários para a 
atividade; 
• Instalações auxiliares: incluem cochos, bebedouros, saleiros, cercas, 
tronco, pedilúvio, balança, lava-pés, embarcadouro e outros elementos 
que contribuem para o bom manejo e cuidado do gado leiteiro. 
A quantidade e a especificação de cada instalação podem variar conforme 
as características específicas da propriedade e a escolha do sistema de criação 
adotado. 
TEMA 5 – INSTALAÇÕES PARA SUÍNOS 
As edificações devem atender a requisitos fundamentais, como higiene, 
orientação adequada, funcionalidade e custos controlados. Construções 
grandiosas, dispendiosas, excessivas e complexas não apenas são 
economicamente desvantajosas, mas também indicam falta de preparo por parte 
do projetista. O criador deve dedicar atenção especial a essas construções, uma 
vez que sua eficiência desempenha um papel crucial no êxito do 
empreendimento, constituindo-se em um aspecto de significativo investimento 
de capital que não se recupera, dada sua condição de imobilizado. 
Com o intuito de aprimorar a eficiência nos sistemas de produção suína, 
bem como prevenir ou controlar doenças, a tendência contemporânea é adotar 
o confinamento total. Esse direcionamento tem promovido alterações nas 
estruturas e nos equipamentos, especialmente em empreendimentos de maior 
porte. 
5.1 Dimensionamento 
O ponto inicial consiste em determinar a extensão do terreno exigida para 
estabelecer a criação. Essa dimensão, por sua vez, é derivada do número de 
unidades de produção (edificações destinadas ao manejo dos animais) que 
serão utilizadas, proporcionalmente ao dimensionamento do plantel da criação. 
Segundo Souza (1997), teremos que não é necessário fornecer espaço 
para todas as porcas na unidade de pré-cobrição simultaneamente, pois parte 
do grupo de porcas pode estar nas gaiolas ou baias de gestação e nas gaiolas 
 
 
30 
de parição da maternidade. Para determinar o número de baias necessárias para 
as fases de pré-cobrição e cobrição, utiliza-se a seguinte fórmula: 
Número de baias: 
(N° porcas)⋅(N°ciclos/porca/ano)⋅(Período ocupacão)(N° porcas/baia)⋅(N° semanas do ano)𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍𝐍 𝐝𝐝𝐍𝐍 𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛
(𝐍𝐍° 𝐩𝐩𝐍𝐍𝐍𝐍𝐩𝐩𝐛𝐛𝐛𝐛/𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛𝐛)⋅(𝐍𝐍° 𝐛𝐛𝐍𝐍𝐍𝐍𝐛𝐛𝐬𝐬𝐛𝐛𝐛𝐛 𝐝𝐝𝐍𝐍 𝐛𝐛𝐬𝐬𝐍𝐍)(𝐍𝐍° 𝐩𝐩𝐍𝐍𝐍𝐍𝐩𝐩𝐛𝐛𝐛𝐛)⋅(𝐍𝐍° 𝐩𝐩𝐛𝐛𝐩𝐩𝐜𝐜𝐍𝐍𝐛𝐛/𝐩𝐩𝐍𝐍𝐍𝐍𝐩𝐩𝐛𝐛/𝐛𝐛𝐬𝐬𝐍𝐍)⋅(𝐏𝐏𝐍𝐍𝐍𝐍í𝐍𝐍𝐝𝐝𝐍𝐍 𝐍𝐍𝐩𝐩𝐍𝐍𝐩𝐩𝐛𝐛çã𝐍𝐍
 
Em que: 
• N° porcas: é o total de porcas do plantel; 
• N° ciclos/porca/ano tem uma média variável de 2,17 a 2,48 partos por ano; 
• Período de ocupação segue o critério de: 
• Da desmama até a cobrição: 1-2 semanas; 
• Da cobrição à confirmação da prenhez: 3-4 semanas; 
• Limpeza e desinfecção: 1 semana; 
• Período total de ocupação: 5-7 semanas; 
• N° de porcas/baia são utilizadas nesse setor 6 porcas/baia, para facilitar 
a homogeneização do lote em tamanho e diminuir a disputa por alimento; 
• N° semanas do ano – 52 semanas. 
As baias das porcas e marrãs nesse setor ficam localizadas em frente ou 
ao lado dos cachaços. A proximidade com os machos estimula o aparecimento 
do cio e facilita o manejo da cobertura. Essas baias devem ser dimensionadas 
em um espaço de 2,5 m² por animal. 
5.2 Aspectos construtivos 
• Piso: terá uma espessura variando entre 6 e 8 cm, composto por concreto 
nas proporções 1:4:8 (cimento, areia e brita 1) ou 1:10 (cimento e 
cascalho), com inclinação mínima de 2% em direção às canaletas de 
drenagem. Uma camada de cimentação com aproximadamente 1,5 a 2,0 
cm de espessura, utilizando argamassa 1:3 (cimento e areia média), será 
aplicada, seguida pela queima da cimentação com colher de pedreiro para 
evitar aspereza excessiva, prejudicando o casco dos animais. A coleta de 
drenagem pode ser externa à baia, com largura de 0,30-0,40 m, ou 
interna, ocupando cerca de 30% da largura da baia, com inclinação 
recomendada para evitar acúmulo de resíduos. 
 
 
31 
O material para revestir a canaleta interna pode ser madeira, ferro, 
concreto ou pisos plásticos industrializados. 
Figura 12 – Instalações de suínos 
 
Crédito: Artbypixel/Shutterstock. 
• Alvenarias (paredes): as paredes das baias podem ser construídas com 
cano metálico ou tijolos. No caso de tijolos, a espessura é de meio tijolo 
(0,10 m) e altura de 1,1 m, utilizando tijolos maciços ou blocos de concreto 
assentados com argamassa 1:8 (cimento e areia) com 10% de terra ou 
1:2:8 (cimento, cal e areia). Recomenda-se revestimento (cimentação) 1:3 
ou 1:4 (cimento e areia), preferencialmente natado para facilitar a limpeza. 
• Cobertura (telhado): a estrutura da cobertura pode ser de madeira, 
metálica ou pré-fabricada, com telhas de cimento amianto ou barro. A 
ventilação interna é crucial, sendo aconselhado o uso de sistemas como 
ventiladores e lanternins para galpões com largura superior a 6 metros. 
Medidas de pé-direito e beiral devem ser seguidas de acordo com a 
largura do galpão e as condições climáticas. 
 
https://www.shutterstock.com/pt/g/ArtbyPixel
 
 
32 
Tabela 2 – Largura, pé-direito e beiral em função do clima para telhas cimento 
amianto e barro 
 
Clima 
 
Largura (m) 
Telha cimento Telha de barro 
Pé direito 
(m) 
Beiral 
(m) 
Pé direito 
(m) 
Beiral 
(m) 
Quente seco 10 - 14 3,2 - 3,5 1,2 - 1,5 2,8 - 3,0 1,0 - 1,2 
Quente 
úmido 
6,0 - 8,0 3,0 - 3,2 1,2 - 1,5 2,5 - 2,8 0,7 - 1,0 
Fonte: Souza, 1997, p. 148. 
• Comedouro: para evitar competição e seus efeitos adversos no 
desempenho dos grupos de porcas, é imperativo utilizar comedouros 
individuais. A competição poderia levar à agressividade das porcas, 
ganho excessivo de peso e deficiências alimentares em outras, 
prejudicando o desempenho geral. A opção pelo manejo individual na 
alimentação das fêmeas requer a instalação de divisórias com dimensões 
de 1,5 m de comprimento, 0,55 m de largura e 1,0 m dealtura. Essas 
divisórias podem ser construídas com cano, madeira ou alvenaria de 
tijolos. 
5.3 Construções suplementares 
Existem algumas construções que são suplementares e essenciais para 
o bom funcionamento do setor de suínos. De acordo com Souza (1997), temos: 
• Balança e rampa de embarque: na gestão racional da criação de suínos, 
a balança desempenha um papel mais significativo do que meramente 
verificar a aferição adequada das balanças utilizadas nos frigoríficos. O 
criador utiliza a balança para monitorar de maneira precisa o 
comportamento da ração, especialmente durante alterações na 
formulação. Além disso, o controle do ganho de peso é essencial ao 
introduzir material genético, sendo a rampa de embarque projetada para 
facilitar o carregamento dos animais destinados ao mercado, minimizando 
a mão de obra, reduzindo o estresse e prevenindo acidentes. Essa 
construção, preferencialmente coberta, deve ser estrategicamente 
localizada próxima às baias de terminação. 
 
 
33 
• Fábrica de rações: recomendada exclusivamente para grandes criações 
com recursos de laboratório e técnicos especializados em nutrição animal, 
a fábrica de rações é substituída em criações médias por um triturador e 
um misturador. Nessas circunstâncias, o concentrado proteico com 
premix mineral e vitamínico é adquirido de uma fábrica e misturado em 
proporções adequadas com fubá ou outro sucedâneo. 
• Depósito de matérias-primas: a estocagem de milho na própria fazenda 
ou em silos da rede oficial é necessária em criações de grande porte. 
Recomenda-se estocar 60% do milho nas grandes criações para atender 
aos últimos 7 a 8 meses que antecedem a nova safra. Os demais 
componentes podem ser adquiridos ao longo do ano no mercado. Estocar 
matérias-primas por até 60 dias, principalmente em grandes criações, é 
aconselhável. Depósitos também são utilizados para a reserva de ração 
por um período determinado, sendo a dimensão calculada considerando 
que 8 sacos de ração de 60 kg ocupam 1 m3 de espaço. 
• Quarentenário: na renovação contínua do plantel em uma criação de 
suínos, a introdução de material genético aprimorado é uma prática 
necessária. Para minimizar o risco de doenças exóticas, é essencial 
manter uma pequena pocilga em área isolada para submeter os animais 
à quarentena e exames de rotina. Esse procedimento deve ser conduzido 
em uma área afastada da criação principal. 
• Área de recepção e escritório: essa construção desempenha um papel 
crucial na manutenção de um sistema de controle eficiente, não apenas 
para registros financeiros, mas também para monitorar continuamente os 
índices de produtividade. Para garantir a biossegurança, a recepção inclui 
uma área para troca de roupa e banho de desinfecção, além da 
desinfecção dos veículos que transportam produtos. É essencial que os 
operários troquem de roupa antes de entrar na área isolada dos suínos. 
• Casa do administrador e empregados: a residência próxima à criação 
para o administrador e funcionários é indispensável, proporcionando 
conforto, higiene e segurança. É crucial lembrar que a produtividade da 
criação de suínos está diretamente relacionada à mão de obra, e as 
condições habitacionais adequadas contribuem para a estabilidade e 
eficácia dos funcionários. 
 
 
34 
FINALIZANDO 
Encerramos aqui a explanação sobre os aspectos fundamentais para uma 
gestão eficiente dos projetos para os setores da construção rural. Esperamos 
que as informações compartilhadas tenham sido esclarecedoras e úteis para o 
seu aprendizado. 
Pudemos compreender a importância de um projeto bem elaborado e do 
conhecimento do setor onde será implementado, visto que muitas decisões são 
tomadas com base na produtividade e bem-estar dos animais. 
Também abordamos a importância dos projetos complementares 
realizados por profissionais devidamente habilitados, desde os projetos elétricos, 
até os hidrossanitários, de sistemas e de automação. Sendo cada um desses 
projetos essencial para o correto dimensionamento e funcionamento das 
instalações. 
Além disso, pudemos entrar um pouco nas características de cada setor 
de aves, bovinos e suínos, complementando o entendimento para a correta 
realização dos projetos de construções rurais e suas reais necessidades. 
Lembre-se sempre da importância de alinhar teoria e prática, 
considerando as peculiaridades do ambiente agrícola em cada decisão e projeto. 
Na sequência de nossos estudos, continuaremos nossa jornada 
explorando temas essenciais para a excelência na construção civil no meio rural. 
 
 
 
35 
REFERÊNCIAS 
BAÊTA, F. C.; SOUZA, C. F. Ambiência em edificações rurais: Conforto 
animal. 2. ed. Viçosa: UFV, 2010. 269 p. 
CARVALHO, C. C. S. et al. Segurança, saúde e ergonomia de trabalhadores em 
galpões de frangos de corte equipados com diferentes sistemas de 
abastecimento de ração. Engenharia Agrícola, v. 31, p. 438-447, 2011. 
KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de Projeto de Edificações 
Sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010.MOURA, D. J. et al. Strategies and 
facilities in order to improve animal welfare. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 
39, p. 311-316, 2010. 
SOUZA, J. L. M. Manual de construções rurais. 3. ed. Curitiba: 
DETR/SCA/UFPR, 1997. 
TORRES JÚNIOR, J. R. S. et al. Effect of maternal heat stress on follicular growth 
and oocyte competence in Bos indicus cattle. Theriogenology, v. 69, p. 155-
166, 2008. 
	Conversa inicial
	Projetos de instalações rurais
	REFERÊNCIAS

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