Buscar

QUERO SER INCENTIVADO, MAS COMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUERO SER INCENTIVADO, MAS COMO? 
 
 
 
 
 
 
 
 MARCELO TAVARES DOS SANTOS 
THIAGO GARCIA 
 
SÃO PAULO 
2015 
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUERO SER INCENTIVADO, MAS COMO? 
 
 
 
 
 
 Trabalho apresentado na disciplina 
Planejamento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Arte Dramática, sob a orientação 
do Prof. Guilherme Vidal 
 
 
 
SÃO PAULO 
2015 
Sumário 
 
 
Introdução..........................................................................................................................3 
Desenvolvimento...............................................................................................................4 
Considerações finais........................................................................................................16 
Referências bibliográficas...............................................................................................17 
 
Introdução 
 
 
Apresentaremos três leis que estão relacionadas ao incentivo estatal e privado à 
esfera cultural no Brasil. 
Este excerto é importante para conhecermos melhor a situação de levantamento 
de recursos nessa esfera. 
Acreditamos que esse trabalho deva ser útil a aqueles que se iniciam na 
produção cultural, tais como agentes culturais, funcionários públicos, advogados, 
marquetólogos, entre outros. 
Inicialmente, faremos um breve histórico da realidade brasileira no início dos 
anos 90. Em seguida, as leis em questão serão apresentadas, para, enfim, fazer as 
últimas considerações. 
 
 
 
 
Desenvolvimento 
 
 
A Queda do Muro de Berlim e a instauração duma Nova Ordem Mundial impôs 
a todos uma nova realidade. Isso afetou os Estados, e claro, os artistas e seus entusiastas. 
Em 1990, Fernando Collor de Mello assumiu a presidência do Brasil, numa situação de 
hiperinflação. Diante da realidade externa e interna, as ideias liberais voltaram à tona 
como tentativa de solucionar a celeuma. A crise sugeriu uma nova postura do Estado 
com a classe artística, mais focada em arranjos empresariais. 
Collor nomeou o diplomata Sérgio Paulo Rouanet para chefiar a Secretaria da 
Cultura. Meses depois, após ouvir propostas de artistas, Rouanet lançou medidas de 
incentivo cultural com base na dedução do imposto, o Programa Nacional de Apoio à 
Cultura (PRONAC) – ou a Lei Rouanet (Lei nº 8313/91). 
Em 1995, no governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, implantou-se o 
Ministério da Cultura (MINC), presidido pelo intelectual Francisco Weffort. Procurou-
se desburocratizar os mecanismos para tornar a captação de recursos mais ágil e 
estimulou-se a profissionalização dos gestores culturais. 
O acesso à arte 
 O Estado brasileiro tem-se preocupado em democratizar o acesso à cultura, mas 
com muitos limites, pois, em geral, seu foco é expressões mais bem prestigiadas e 
consolidadas (teatro, museu, concerto) e esquecendo-se das barreiras sociológicas (nível 
de escolaridade, localização dos equipamentos culturais etc.), o que acaba por favorecer 
os mais escolarizados. Pesquisas têm mostrado que a herança cultural familiar é crucial 
para o acesso a bens culturais. Como política, o Estado busca diminuir preços e 
estimular o acesso a uma obra menos “vendável”. 
 Na cidade de São Paulo, os equipamentos culturais estão distribuídos de forma 
muito desigual, concentrados no Centro e seus arredores, onde está parte da população 
mais escolarizada, de maior nível de renda, e é região com melhor rede de transporte. A 
administração pública tem sérias dificuldades em corrigir essa distorção em face da 
dinâmica econômico-social da urbe. 
 Entre os frequentadores habituais, temos uma subdivisão ente os assíduos e os 
regulares. Os primeiros diferenciam-se do segundo, por não se preocuparem em aliar 
outras atividades aos espetáculos, geralmente vão sozinhos a eles e os recomendam às 
pessoas que fazem parte de seu grupo social. Os frequentadores ocasionais denotam um 
comportamento cultural menos ativo e diversificado. 
Economia Criativa 
 
 
Atualmente, o avanço através da rede mundial de computadores está acelerando, 
duma forma extremamente cada vez mais rápida, a produção, o consumo e o comércio 
de serviços culturais; e influenciando as tomadas de decisões de políticas públicas. 
O mundo contemporâneo exige que tais políticas sejam feitas de forma 
multidisciplinar, a fim de obterem resultados positivos, sobretudo, em países de menor 
desenvolvimento. 
Diante dessa realidade, surgiu o conceito de “economia criativa”, um conceito 
amplo para a vinculação de comércio, cultura e tecnologia, utilizando-se de produtos e 
serviços cotidianos. Ela está relacionada a atividades criativas que antes quase não 
tinham importância econômica. O que está por trás dela é a reserva cultural intangível, 
que traz ideias, valores simbólicos, uma herança antropológica, ligada ao valor 
econômico do capital intelectual. Ela engloba campos dinâmicos da criação humana, 
desde os mais tradicionais (festas populares, artesanato, artes dramáticas) até os mais 
recentes e com grande aplicação tecnológica (design, videogames). 
Incerteza da demanda é uma das características mais marcantes da economia 
criativa. O comportamento do consumidor varia conforme o modismo, o poder 
aquisitivo, o estilo de vida. Esses produtos também podem ser singulares, capazes de 
causar diferentes emoções no receptor. Outrossim, percebeu-se que, geralmente, os mais 
bem-sucedidos atentam-se para a circulação em meios digitais. 
Na economia criativa, as formas de desenvolvimento aplicadas majoritariamente 
devem sofrer mudanças, a fim de que “possam captar as significativas mudanças 
culturais e tecnológicas em curso na sociedade” (Santos-Duisenberg, Edna dos. In: 
Medeiros, 2007, p. 40). Uma simbiose entre tecnologia, cultura e economia é necessária. 
A economia criativa não deve gerar apenas crescimento econômico, não obstante 
aumentar a participação social das pessoas. Nos últimos anos, ela tem crescido mais que 
a economia tradicional. 
Em países em desenvolvimento, a economia criativa está muito aquém de seu 
verdadeiro potencial. Isso se deve por questões políticas internas, bem como da grande 
distorção econômica entre desenvolvidos e subdesenvolvidos (barreiras tarifárias, 
participação diminuta no que tange à distribuição de bens). 
A diplomacia brasileira não tem medido esforços para incrementar a economia 
criativa, buscando defender os interesses dos países em desenvolvimento no campo do 
direito autoral, a fim de aumentar a democratização da oferta cultural no Mundo. 
Dentre as causas internas nos países em desenvolvimento, Santos-Duisenberg 
(Ibid., p. 55) arrola algumas, como “capacidade e diversidade de oferta criativa limitada; 
falta de capacitação na área de marketing voltada para as artes e criação; estratégias de 
promoção de exportações ineficazes; marco regulatório inadequado, principalmente no 
que tange a políticas fiscais e creditícias; acesso limitado ao financiamento de 
tecnologias avançadas; ausência de marcas e produtos de padrão de qualidade 
internacional; políticas públicas ineficientes para atrair investimentos e promover 
parcerias público-privadas para o setor criativo; políticas de concorrência inadaptadas 
que limitam a capacidade dos criadores nacionais a competir com grandes 
conglomerados internacionais; estratégias de promoção de exportações ineficazes; falta 
ou inabilidade de empreendedorismo cultural criativo; e infraestruturalogística de 
facilitação do comércio ineficaz”. 
Santos-Duisenberg (Ibid., p. 48) defende as intervenções governamentais, a fim 
de aumentar o nível educacional da população, ampliando uma perspectiva local, 
enaltecendo a diversidade cultural. Deve-se encorajar o crescimento da quantidade e 
qualidade de oferta de produtos/serviços criativos (arquitetura, moda, joias). Investir em 
recursos humanos para capacitação em comercio digital, em técnicos de som e 
iluminação etc. Promover parcerias com artistas de países vizinhos, bem como entre 
empresas e centros universitários. Melhorar as relações comerciais com países do 
MERCOSUL e outros em desenvolvimento. Enfim, é necessário ter políticas públicas 
sincronizadas nas três esferas de poder, conciliando políticas industriais, artísticas, 
tecnológicas, de comércio e de turismo, para fortalecer a economia criativa nacional, 
dentro e fora do país. 
 
 
Direito na criação 
 
 
 Ser ético não é exigível juridicamente, entretanto a criação artística vê-se 
envolvida por esse aspecto. A apresentação de ideias – seja na linguagem factual ou 
ficcional – deve ser sempre pautada pelo dever ético de acreditar-se que a mensagem 
mostrada ser verdadeira. Assim, deve-se sempre saber quem são os receptores da obra, 
as regras legais impostas pelo Estado e o objetivo do conteúdo. 
A Constituição traz como princípio fundamental da República Federativa do 
Brasil a dignidade humana (artigo 1º, III). Nosso Código Civil celebra a boa-fé (art. 
4222) entre os contratantes. 
 A apresentação artística configura-se também como uma relação jurídica. As leis 
e os investimentos públicos para a produção criativa torna a questão ética ainda mais 
tormentosa, a fim da defesa do interesse público. 
 Na Carta Magna em seu artigo 5º, inciso XXVII, o Estado brasileiro concede aos 
autores “o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras”. A 
Lei de Direito de Autor (9610/98) também confere a possib ilidade ao titular duma obra 
reter os direitos, por ele considerar que sua exibição foi deturpada. Os artigos 28 e 29 
desta Lei revela que cabe o autor tem o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor de sua 
obra, e que depende de sua autorização a utilização da obra. 
 Diante dessa realidade faz-se necessário os acordos serem específicos, 
detalhados impedindo que eles não tenham uma interpretação ampla. Outrossim, a 
existência de órgãos de fomento nessa área exige uma supervisão jurídica àqueles que 
se verem relacionados pelas regras de incentivo. 
 Cabe ressaltar que as expressões artísticas sofrem restrições do Código do 
Consumidor e do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), onde o criador deve levar 
em conta o não prejuízo de direitos de consumidores, crianças e adolescentes. 
 Cabe ao produtor tecer contratos civis, comerciais e públicos com titulares de 
direitos e prestadores de serviços tangentes às operações de aquisições, investimentos, 
empréstimos, parcerias, patrocínios, incentivos, comercialização, comunicação ao 
conteúdo da obra. 
 Relacionamos os direitos autorais a aqueles que se referem à reprodução fiel ou 
a que serve de inspiração para uma obra pré-existente. Outrossim, temos os direitos 
conexos que não servem para salvaguardar as obras propriamente, mas situações 
expressamente mencionadas em lei. Direitos relacionados à personalidade da pessoa 
humana (nome, imagem, pseudônimo, identidade, intimidade, honra e privacidade), 
garantidos pela Constituição e Código Civil, são inalienáveis e imprescritíveis. 
 Acerca dos contratos financeiros, temos o funding que se relaciona com os 
recursos para pagamento da atividade criadora. Muitas vezes, os recursos são 
conjuntamente privados e públicos. A essa troca pode se estender sobre uma parte do 
direito patrimonial em relação à obra (coprodução), ou não se preocupar em conceder 
titularidade patrimonial alguma, apenas referindo-se a algum resultado patrimonial 
específico (alienação). 
 
 
Lei Rouanet 
 
 
 Na Declaração dos Direitos Humanos, em seu artigo XXVII, assinala-se que 
todo indivíduo tem o direito a usufruir de expressões artísticas. A Cons tituição Federal 
vai além, versando que o Estado deve incentivar e valorizar as diversas manifestações 
culturais em nosso território. 
 Prosseguindo na Carta Magna, ela, no art. 170, assinala que se deve haver 
estímulo à livre iniciativa e buscar reduzir os desequilíbrios regionais. Dentro duma 
perspectiva contemporânea à Administração Pública, deve-se galgar pelo 
desenvolvimento através de formas incentivadoras e não de coação. 
 A fim de estimular setores estratégicos, dentre eles o cultural, o governo concede 
estímulos na forma de incentivos fiscais – renúncia à arrecadação de determinado 
tributo, tais como, isenções, alíquota reduzida, suspensão de imposto, tributação 
especial para atividades de menor interesse econômico etc. 
No MINC, a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura que é uma das 
responsáveis por projetos incentivados. O PRONAC além de promover a produção 
cultural tupiniquim no país, também é responsável por promover projetos nacionais a 
serem apresentados no além-mar. 
A lei possibilita incentivar a formação cultural através da concessão de bolsas de 
estudo, pesquisa e trabalho, de prêmios em concursos, e manutenção de cursos. Dar 
fomento à realização de espetáculos de artes. Estimular distribuição gratuita de 
ingressos e pesquisas na área cultural. Apoiar missões no Brasil e no estrangeiro. 
O financiamento aos bens culturais ocorreria através de: 
Fundo Nacional de Cultura (FNC), para qualquer modo de produção cultural 
com menor possibilidade de retorno financeiro. Um órgão competente analisa projetos, 
orçamento e viabilidade. O dinheiro vem do Tesouro Nacional, de doações e legados, 1% 
de arrecadação de Fundos e Investimentos Regionais, 3% das loterias esportivas, da 
conversão da dívida externa e do reembolso de empréstimos. O FNC chega a financiar 
até 80%. Permite que a União realize convênios tão somente com entidades públicas ou 
privadas, sem fins lucrativos. Uma comissão é responsável por selecionar os projetos, 
bem como apreciar as diretrizes presentes em editais para seleção pública de projetos, 
com recursos do FNC. 
Fundos de Investimentos Culturais e Artísticos (FICART), para financiar formas 
de reprodução fonovideográfica, espetáculos, edição comercial de artes; compra, 
reparação e construção de equipamentos para salas de espetáculos. O valor do projeto é 
dividido em cotas, colocados no mercado por corretoras. As empresas compram as cotas 
como se estivessem numa bolsa de valores. Caso haja lucro, a empresará será taxada; 
prejuízo, a empresa poderá abatê- lo no imposto de renda. 
Incentivo a Projetos Culturais, onde os contribuintes (pessoas físicas ou jurídicas) 
patrocinem um projeto, onde o dinheiro pode ser abatido no imposto de renda Essa 
prática em conceder essa opção, na forma de doações ou patrocínios, em projetos 
culturais chama-se mecenato. Na doação, contrariamente ao patrocínio, o doador não 
pode ter sua marca veiculada nas peças publicitárias do espetáculo. O Incentivo serve 
para a área de artes cênicas e visuais, livros de humanidades ou arte, música, doações 
para museus e afins, produções videográfica e cinematográfica, e preservação de 
patrimônio cultural imaterial e material. Pessoas jurídicas podem utilizá- lo para 
distribuição gratuita de ingressos a espetáculos – o que é equiparado à modalidade de 
doação, bem como destinar seus recursos a projetos do FNC. Podem-se contemplar 
projetos que prevejam pagamento de previdências de artistas. 
 
O pré-projeto deverá conter o cronograma de execução e o plano de aplicaçãode 
recursos. Os projetos têm que sofrer aprovação estatal, através duma avaliação 
meritocrática, o que torna a produção artística lenta. Para protocolar os projetos deve-se 
utilizar formulário específico. Os incentivos tornam-se tangentes por meio do recibo do 
valor transferido à conta bancária do responsável pelo projeto – o proponente. 
Podem propor projetos pessoas físicas ou jurídicas (sociedades com ou sem fins 
lucrativos). Todos devem ter atuação no segmento cultural. A pessoa jurídica sem 
finalidade lucrativa pode obter recursos através de patrocínio ou doação; a lucrativa, 
patrocínio apenas. 
A pessoa física deve apresentar cópias similares reprográficas autenticadas do 
registro de identidade e do Cadastro de Pessoas Físicas – CPF, comprovante de 
regularidade fiscal na Receita Federal. As com fins lucrativos: cópia autenticada do 
contrato social e do cartão do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), cópia 
autenticada da identidade e do CPF do sócio-gerente, currículo da empresa (focando a 
atuação na esfera cultural), comprovações de regularidade fiscal, negativa de débitos 
com o Fundo de Garantia de Tempo do Serviço (FGTS), com o Instituto Nacional de 
Seguro Social (INSS) e de tributos (estaduais e municipais). As sem fins lucrativos: 
cópias autenticadas do estatuto, da ata de constituição, do cartão do CNPJ, da identidade 
e CPF do dirigente; currículo, comprovações de regularidade fiscal, negativas de débitos 
com o FGTS, com o INSS e de tributos. Pessoas jurídicas de direito público: cópias 
autenticadas do termo de posse do governante, do cartão de CNPJ, da cédula de 
identidade e do CPF do governante, lei criadora da instituição, comprovações de 
regularidade fiscal, negativas de débitos com o FGTS e com o INSS. 
O proponente deve especificar o preço de seu espetáculo – de mercado ou abaixo, 
proporcionar acesso a pessoas idosas e com deficiência, a possibilidade de cotas de 
ingresso gratuitas e as formas de divulgação. 
O formulário deve conter também a identificação do projeto (título, área cultural, 
localidade, forma de apoio), identificação do proponente, objetivos, justificativas, 
estratégia de ação (da formatação à prestação de contas), realização (público-alvo, 
forma de distribuição) e orçamento. 
O orçamento deve conter despesa de no máximo de 15% com despesas 
administrativas, de 20% com a mídia, de 10% com elaboração. Se houver, também se 
deve especificar a origem dos recursos (próprios, outras leis de incentivo ). Se convênio, 
o valor da contrapartida. 
Para projetos destinados para a área de artes cênicas deve-se enviar a sinopse do 
texto, autorização dos autores, caso seja de terceiros; período e roteiro da temporada 
(número de apresentações, lotação dos teatros, forma de distribuição de ingressos). 
O projeto pode ser protocolado no próprio Ministério, numas de suas 
representações ou via correio. Ao chegar ao MINC, o projeto recebe um número de 
referência. O projeto pode ser acompanhado pelo sítio do Ministério. Ocorre uma pré-
análise onde há o exame documental, de possibilidades jurídicas ou técnicas. Em 
seguida, será remetido a um parecerista, o qual fornecerá sua análise técnica. Se 
aprovado, o projeto vai à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). Caso 
aprovado, o proponente deve assinar o tempo de compromisso para que a portaria 
habilitadora de captação de recursos seja publicada no Diário Oficial da União – DOU. 
O art. 18 da Lei Rouanet deduz integralmente o valor transferido para projeto às 
artes cênicas e outras áreas. Empresas com base no lucro presumido ou arbitrado não 
podem sofrer benesses de incentivo fiscal à cultura. Outrossim, é vedado ao 
patrocinador qualquer vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio. 
As transferências efetuadas pela empresa ao projeto não sofrerão recolhimento de 
Imposto sobre a Renda na Fonte. Não pode haver doação ou patrocínio a instituição ou 
pessoa vinculada ao agente (ter sócio como cônjuge, parente até terceiro grau e os 
dependentes; pessoa jurídica da qual o transferidor seja titular, administrador, gerente, 
acionista ou sócio). Isso não vale apenas para entidades culturais sem fins lucrativos. 
Pessoa física pode investir até 6% do seu Imposto de Renda (IR) devido a projetos 
culturais. 
O recibo deve servir de comprovante aos recursos transferidos do incentivador 
ao proponente. Uma via deve ser remetida para a secretaria autorizadora da captação em 
até cinco dias úteis. Ressalta-se que a liberação de recursos deve ser autorizada pelo 
Ministério, e que o valor mínimo de recursos disponível do total aprovado seja de 20% 
para que haja a tal permissão de autorização. Pode ocorrer que o recibo seja referente a 
bens ou serviços e que para isso deve estar já previsto no orçamento aprovado. 
É vedada ao proponente pessoa física ou jurídica com finalidade lucrativa a 
aquisição de bens a partir da Lei de Incentivo, exceto materiais adquiridos para serem 
consumidos no próprio evento. As sem fins lucrativos podem adquirir tais bens, desde 
que deixem expressos no orçamento. A pessoa física tem carga tributária superior ao da 
jurídica, motivo pelo qual o proponente dá preferência a ter incentivadores como pessoa 
jurídica. 
Em relação ao pagamento a pessoas físicas deve-se se observar que IR e ISS 
(Imposto sobre serviços) são descontados do valor bruto que o prestador de serviço deve 
receber. O INSS é de responsabilidade do pagador. Para pessoas jurídicas, além da 
retenção do IR, deve-se sempre ficar atento às notas fiscais ao consumidor - bens ou 
serviços devidamente discriminados, a tíquetes de caixa, a recibos de passagens etc. 
Como serviços que interessam a projetos culturais e sobre os quais incidem alíquota de 
1,5% sobre o IR na fonte, temos: engenharia (execução física de obras, orientação 
técnica), assessoria (trabalhos jurídicos, contábeis, de marketing, de publicidade), 
recrutamento de pessoal, conservação de bens imóveis (segurança, limpeza), 
cooperativas de trabalho, agenciamento de projetos. Empresas que participam do 
Simples Nacional – regime tributário diferenciado destinado à micro e pequenas 
empresas – não sofrem retenção de pagamentos, tampouco incidência de IR na fonte. 
Após a conclusão do projeto cultural em si, o proponente tem trinta dias 
ulteriores para mostrar a prestação de contas final, contendo todos os valores pagos a 
terceiro, inclusive impostos e receitas. O extrato bancário que apresenta as 
movimentações financeiras dos recursos da conta-corrente deve apresentar saldo zero. 
Vale ressaltar que os bens de capital – aqueles que incorporam o bem ativo do 
proponente, bem como os imóveis só podem ser adquiridos por pessoa jurídica sem fins 
lucrativos. 
O relatório final deve apresentar os objetivos e metas (explanar o que foi ou não 
foi realizado, dificuldades na captação), cronograma (dados numéricos que envolvam as 
apresentações), custos (fontes de capitação com seus respectivos gastos) 
Pode-se precisar suplementação ao orçamento: correção de custos por defasagem 
temporal (do momento de cotação até a utilização real dos recursos), alteração de 
alíquotas de impostos etc. O pedido, fundamentado muito bem, deve ser feito ao titular 
da secretaria em que estiver o projeto, a ser remetido a um parecerista. 
Se houver parcial ou nenhuma captação e existindo ainda a possibilidade de 
execução, o período para tal captação terá renovação automática igual ao período inicial, 
desde que também não haja alguma manifestação contrária. 
A aprovação não garante recursos para a execução de projetos necessariamente. 
Vale lembrar também que o perfil do projeto montado, pode servir de limite ao perfil de 
empresasinteressadas. 
São passíveis de punição todos aqueles que infringirem qualquer mecanismo de 
incentivo. Caso haja fraude, dolo ou simulação (incorreta utilização de recursos, não 
realização do projeto) pode-se aplicar ao incentivador e ao proponente a multa 
corresponde a duas vezes o valor da vantagem. O projeto pode ser interrompido pelo 
Ministério caso se perceba o não cumprimento do cronograma, dificultar a fiscalização, 
tornar-se inadimplente com órgão público ou, em razão do projeto, com qualquer pessoa 
física ou jurídica. Fraudar a redução do IR é tipificado como crime (reclusão de dois a 
seis meses e multa no valor de 20% do projeto). 
A logomarca do Ministério da Cultura deve ser inserida em produtos materiais 
ou em peças promocionais resultante de programas de incentivo. 
Para Cesnik (2007, p. XVII), “o envolvimento entre o ente privado e o governo 
nas relações com produtores culturais e artistas criou uma profissionalização do 
mercado”. Prossegue ele que as formas de incentivo fizeram com que as organizações 
empresariais se atentassem para a manifestação cultural, como uma forma alternativa de 
divulgação de seu produto/serviço, possibilitando benesses com o marketing indireto. 
Elas trouxeram incrementos sociais e econômicos, com a geração de empregos. 
Outrossim, possibilita isso ao artista não a transformação de sua obra em mero produto 
mercadológico, mas com que ela seja apresentada ao público com melhor estrutura. 
 
 
Lei de incentivo à cultura do Estado de São Paulo (PROAC) – Lei nº 12.268/06 
 
 
Os recursos são originados a partir do orçamento da Secretaria de Estado de 
Cultura, O Fundo Estadual de Cultura e o mecenato. A apresentação de projetos pode 
ser feita por pessoa física e jurídica que tenha como objeto atividades culturais, e que 
comprovem domicílio ou sede no Estado há dois anos, ao menos. 
 Os proponentes devem fazer o cadastro junto à Secretaria, devendo apresentar: 
cópia do comprovante de CNPJ, cópia do contrato social, do estatuto ou da ata de 
constituição, cópia do termo de posse do dirigente, cópias da cédula de identidade e do 
CPF do representante da instituição, comprovante do endereço da empresa, certidão 
negativa de débito do INSS e do FGTS, declarações em papel timbrado assinadas pelo 
representante da instituição de regularidade perante o Ministério do Trabalho e a 
Administração pública. 
 Caso o cadastro seja aprovado, o proponente recebe por correio eletrônico um 
número de cadastro – Cadastro Geral do Proponente (CGP). O proponente pode, a partir 
de agora, apresentar seu projeto. 
 A lei assinala que pessoas jurídicas com estabelecimento em São Paulo podem 
descontar até 3% de seu Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), 
conforme a apuração anual do imposto. 
 O incentivador deve fazer cadastro na Secretaria da Fazenda. Não pode ter 
participação alguma em qualquer tipo de direito (patrimonial, autoral ou de receita) com 
o projeto a ser custeado, não podendo também apoiar projetos em que seja beneficiária a 
empresa patrocinadora, sócios, diretores, cônjuges e parentes em primeiro grau, exceto 
casos específicos. 
 A Comissão de Análise de Projetos (CAP) levará em conta a compatibilidade de 
custos, capacidade para a realização do projeto entre outros. Sendo aprovado, será 
emitido um Certificado de Incentivo Cultural, estando apto a receber recursos de 
abatimento fiscal durante o mesmo exercício fiscal da aprovação. A primeira renovação 
no exercício seguinte é automática. Caso o projeto receba investimentos doutras fontes 
pública, o proponente deve informar a Secretaria em até quarenta e oito horas. 
 
 
Lei Mendonça (10.923/90) – Município de São Paulo 
 
 
 Nome dado em homenagem ao autor da lei, o vereador Marcos Mendonça. 
Regulamenta os incentivos fiscais, concedendo aos contribuintes do Imposto Predial e 
Território Urbano (IPTU) e do Imposto Sobre Serviço (ISS) benesses fiscais a 
investimentos para projetos culturais. 
O título de transferência pode ser em doação, patrocínio ou investimento, 
generalizando o limite de 20% do valor devido do ISS ou IPTU, e sob a forma de 
pecúnia, bens ou serviços. O mecenas não pode estar em dívidas com a Prefeitura de 
São Paulo. 
A análise dos projetos deve se restringir somente ao aspecto orçamentário. Dá-se 
prioridade a aqueles em que os incentivadores desejem participar do projeto, bem como 
os que possibilitem o desenvolvimento do turismo na urbe e a valorização das 
manifestações paulistanas. O empreendedor – o proponente chamado pela referida lei – 
deve residir no município. O projeto deve ocorrer em maior na urbe paulistana, podendo, 
portanto, expandir-se a outros municípios. O empreendedor deve abrir conta corrente 
específica. 
As pessoas físicas devem ter como documentos: cópias da cédula de identidade e 
do CPF, cópias de comprovante de domicílio na urbe de São Paulo (qualquer tipo de 
correspondência em seu nome ou contrato de aluguel de imóvel etc.), currículo 
profissional. Jurídicas: cópias do instrumento constitutivo da instituição, cópias da ata 
de eleição da diretoria, cópia do cartão de inscrição no CNPJ, currículo da instituição ou 
de seus sócios principais, cópias do comprovante de domicílio no município de São 
Paulo, RG e CPF do representante legal. A tramitação começa com a abertura do edital 
pela Secretaria Municipal de Cultura para a percepção de projetos, para após o fim do 
prazo, ser publicada a relação de todos os projetos inscritos. O Grupo de Trabalho (GT) 
faz a primeira análise, a qual será remetida à Comissão de Averiguação e Avaliação de 
Projetos Culturais (CAAPC) que definirá o valor do incentivo a cada projeto conforme a 
disponibilidade orçamentária, aqueles que priorizam as ações que visem atingir as 
comunidades com menor acesso a bens culturais, a capacidade econômica de 
autossustentação. A aprovação ocorre consoante à comprovação de documentos por 
parte do empreendedor, dentro de trezentos e sessenta e cinco dias, contados a partir da 
publicação do resultado pré-qualificatório: manifestação do incentivador (valores, forma 
de transferência, cronograma de repasses), cópia do cartão de contribuinte mobiliário do 
incentiva ou carnê do IPTU de que conste ser ele o proprietário, comprovação de 
regularidade do empreendedor junto à Previdência Social, comprovação de regularidade 
do empreendedor relativamente ao ISS, IPTU e Previdência Social. 
Caso aprovado, o município emite o certificado de investimento válido por dois 
anos – a partir da data de expedição. O incentivo pode ser usado para pagamento do 
montante do imposto devido, com a exclusão de multa e juros de mora e desde que os 
débitos não estejam inscritos na Dívida Ativa. 
O empreendedor deve apresentar o comprovante de despesas e o parecer do 
contador responsável até sessenta dias após a finalização do trabalho artístico. Entre os 
documentos estão: demonstrativo de recursos e despesas, notas fiscais, tíquetes de caixa, 
cópia de cartão de isenção ou guia de recolhimento dos impostos, extrato bancário com 
saldo zerado. Os comprovantes de despesas devem citar nominalmente o executor do 
projetor. As notas fiscais, recibos, recolhimento do ISS e IR deverão conter o nome e o 
endereço do empreendedor, e identificação do projeto, quando possível. As despesas 
com aquisição de material permanente serão aceitas somente se o empreendedor for 
pessoa jurídica sem finalidade lucrativa. Pode haver sanção de dez vezes ao 
empreendedor uso incorreto da aplicação de recursos. 
 
 
 
Considerações finais 
 
 
 Inicialmente, gostaríamos de falar acerca das dificuldades encontradas na 
pesquisa. A cultura como arte está relacionada adiferentes ramos do conhecimento 
humano. Dando como exemplo apenas a legislação referente a incentivos na cultura, 
constatamos diversas áreas presentes, como Civil, Constitucional, Administrativo, 
Econômico, Previdenciário e Penal. Isso sem falar em antropologia, marketing, 
administração etc. Com período de pesquisa diminuto, nós não conseguimos nos 
aprofundar melhor na área jurídica, nem em outras igualmente importantes. 
Num mundo extremamente globalizado, intoxicado pela cultura mainstream, 
faz-se mister conhecer a cultura de diferentes povos. O Brasil é um expoente dessa 
diversidade, com uma potencialidade fantástica, permitindo a combinação dessa cultura 
genuína e miscigenada em demasia com a atividade turística. 
Felizmente, a partir da década de 90, o Estado voltou a olhar para a cultura com 
maior carinho. As leis específicas de fomento a essa área deram uma vitalidade enorme, 
permitindo a execução de projetos importantes em prol do nosso povo. Preciso é 
constituir um pacto contínuo, suprapartidário e republicano, atenuando as divergências 
políticas, a fim de avançar ainda mais, capaz de promover a cultura tupiniquim em 
diversas partes do Planeta. 
 
 
 
Referências bibliográficas 
 
 
BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 5 out. 
1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso em: 2 abr. 2015. 
BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Restabelece princípios da Lei n° 
7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) 
e dá outras providências., Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm>. Acesso em: 2 abr. 2015. 
BRASIL. Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Acesso em: 2 abr. 2015. 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 2 abr. 
2015. 
CESNIK, Fábio de Sá. Guia do incentivo à cultura. Barueri: Manole, 2007. 
MARSON, Melina Izar. Cinema e Políticas de Estado : da Embrafilme à Ancine. São 
Paulo: Escrituras, 2009. 
MELEIRO, Alessandra (Org.). Cinema e Economia Política. São Paulo: Escrituras, 
2009. 
Ministério da Cultura. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/>. Acesso em: 1 abr. 
2015. 
SÃO PAULO (Município). Lei nº 10.923, de 30 de dezembro de 1990. Dispõe sobre 
incentivo fiscal para a realização de projetos culturais, no âmbito do Município de São 
Paulo. Disponível em: 
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/lei_de_incentivo/index.php?
p=6>. Acesso em: 1 abr. 2015. 
Secretaria de Estado de Cultura. Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/>. 
Acesso em: 1 abr. 2015.

Outros materiais