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direito_constitucional- Estado de defesaII

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3. ESTADO DE DEFESA
3.1. Conceito e Hipóteses
O estado de defesa é uma medida excepcional menos gravosa que o estado 
de sítio, decretada pelo Presidente da RFB com posterior aprovação do Congresso 
Nacional, e que visa restabelecer a normalidade em locais restritos e determinados. 
Por estado de defesa nos referimos a um conjunto de medidas temporárias 
com o objetivo de manter ou restabelecer, dentro de uma área determinada e 
delimitada, a ordem pública ou a paz social, quando estas forem ameaçadas por 
fatores de ordem político-social (instabilidades institucionais) ou por fenômenos 
(calamidades) da natureza de grandes proporções (art. 136 da CR/88).
São duas as hipóteses do estado de defesa: (1) questão estrita do restabeleci-
mento da normalidade, no que diz respeito à ordem pública ou paz social ameaça-
da por grave instabilidade institucional no país; (2) calamidade pública, de grandes 
proporções na natureza. 
É preciso lembrar, que só vai poder ter estado de defesa ante uma calamidade 
de gigantescas (grandes) proporções que vai atender ao princípio da necessidade, 
não havendo outro meio menos gravoso para o restabelecimento do equilíbrio. 
3.2. Hipóteses5
Para haver a decretação do estado de defesa, algumas condições devem ser 
observadas no plano fático, capazes de garantir a legitimidade dessa modalidade 
extraordinária. 
A Constituição de 1988 exige, então, alternativamente, a constatação de exis-
tência de: (a) grave e iminente instabilidade institucional; ou (b) calamidade de 
grandes proporções na natureza.
3.2.1. Requisitos para a Decretação
Sem dúvida, haverá a exigência cumulativa dos seguintes requisitos:6
a) Prévia manifestação dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, que
apenas em caráter consultivo, sem qualquer vinculação com o Presidente da
República, fornecerão uma posição;
b) Decreto do Presidente da República com a previsão do prazo de duração da
medida, com prazo máximo de 30 dias, podendo haver uma prorrogação (art.
136, §§ 1º e 2º CR/88) por também no máximo 30 dias, e a especificação das
áreas abrangidas e indicação das medidas coercitivas;
5. Alguns doutrinadores chamam as hipóteses de pressupostos materiais.
6. Na doutrina os requisitos também são intitulados de pressupostos formais.
c) Aprovação pela maioria absoluta do Congresso Nacional do decreto de estado
de defesa editado pelo Presidente da República.
3.3. Procedimento 
A determinação do estado de defesa tem seu ato de instauração por iniciativa 
e titularidade do Presidente da RFB, que determina que sejam ouvidos o Conselho 
da República (art. 89 – 90) e o Conselho de Defesa (art. 91). Ressalte-se que tal ma-
nifestação não é vinculante, mas meramente opinativa. 
Depois dessa opinião, o Presidente decide se decreta ou não o estado de de-
fesa. Se o Presidente decretar o estado de defesa, o ato deverá ser submetido ao 
Congresso Nacional em 24 horas e este, por sua vez, deverá ser convocado em 5 
dias, se em recesso, para se reunir. 
Na sequência, o CN tem 10 dias para votar e para aprovar a medida, sendo que 
terá que o fazer por meio de maioria absoluta de seus membros.7 Se não aprovadas 
as medidas, estas têm que ser cessadas imediatamente, sob pena de ser o Presi-
dente responsabilizado (crime de responsabilidade) e sujeitado a impeachment. 
3.4. Prazo 
O estado de defesa, terá duração de no máximo de 30 dias, que podem ser 
prorrogados por no máximo mais 30 dias. Portanto, o Presidente da República, se 
entender necessário, irá prorrogar o prazo por no máximo mais 30 dias, e, essa 
prorrogação já realizada pelo Chefe do Executivo, será, obviamente submetida à 
aprovação da maioria absoluta do Congresso Nacional. 
É claro que se não for resolvida a situação nesse período (retorno da normali-
dade) deverá ser decretado o estado de sítio (medida mais gravosa). 
3.5. Abrangência
A abrangência do estado de defesa será sempre em função de locais restritos, 
ou seja, de logradouros determinados. O estado de defesa não tem amplitude na-
cional. A abrangência é sempre restrita e será especificada pelo decreto do Presi-
dente da República.
3.6. Controle 
O controle do estado de defesa será político, feito pelo Congresso Nacional, e o 
controle judicial, realizado pelo Judiciário. 
7. Certo é que, se aprovado o estado de defesa, enquanto o mesmo estiver em andamento, o Congresso Nacio-
nal não pode parar de trabalhar.
Tipo de 
Controle
Autoridade 
Responsável Espécies ATUAÇÃO
Político Congresso Nacional
Imediato
Cabe ao CN (art. 49, IV, CR) decidir, por maio-
ria absoluta, a aprovação ou prorrogação do 
estado de defesa (art. 136, § 4º)
Concomitante
Mesa do Congresso Nacional nomeará comis-
são de 5 de seus membros para acompanhar 
e fiscalizar a execução das medidas referen-
tes ao estado de defesa (art. 140).
Sucessivo
Findo o estado de defesa, o Presidente en-
viará mensagem ao CN, especificando e justi-
ficando as providências por ele tomadas (art. 
141, parágrafo único).
Os executores poderão ser responsabiliza-
dos por qualquer tipo de arbítrio, excesso ou 
atos ilícitos cometidos (art. 141).
Judicial Poder Judiciário
Concomitante
É um controle da legalidade, sobre o exercí-
cio (execução) da medida, sobre as práticas 
que estão sendo tomadas, ao desenvolvi-
mento da medida. Se as medidas forem ile-
gais, caberá habeas corpus ou mandado de 
segurança. 
O que não há, por parte do Poder Judiciá-
rio é um controle sobre a medida em si, ou 
seja, sobre o decreto do Presidente, porque 
o mesmo é juízo de conveniência do Presi-
dente. 
Sucessivo (ou 
Posterior)
Se posteriormente, a medida ficar consubs-
tanciada de abusos, o Poder Judiciário res-
ponsabilizará o Presidente e demais envol-
vidos pelos possíveis abusos, tanto na seara 
cível quanto na penal.
3.7. Restrições de Direitos
No decreto que institui o estado de defesa, poderá haver previsão de medidas 
restritivas de direito de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) 
sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. 
Ainda, poderá haver previsão de ocupação e uso temporário de bens e servi-
ços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos 
e custos decorrentes.8
Na vigência do estado de defesa, ainda, poderá ocorrer a prisão por crime 
contra o Estado, determinada pelo executor da medida, que será por este comuni-
cada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado 
ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial. A comunicação 
será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do 
detido no momento de sua autuação. Importante lembrar que a prisão ou detenção 
de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada 
pelo Poder Judiciário. E é vedada a incomunicabilidade do preso.

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