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Resumo sobre "Mensagem" - Fernando Pessoa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
Resumo referente à apresentação do mestrando Lucca Tartaglia, sobre o livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa.
Discente: Yasmin Lana, 78715
Docente: Gerson Luiz Roani
Na última terça-feira, dia 17 de novembro, a aula foi ministrada pelo mestrando Lucca Tartaglia que apresentou durante a aula de LET 237 – Literatura Portuguesa III, a história do livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa.
Os poemas do livro estão organizados de forma a compor uma epopéia fragmentária, em que o conjunto dos textos líricos acaba formando um elogio de teor épico a Portugal. Traçando a história do seu país, Pessoa envereda por um nacionalismo místico de caráter sebastianista. O livro Mensagem está dividido em três partes: O Brasão, como primeira parte, representando em símbolo a nobreza na sua essência. Essa nobreza age no passado na segunda parte, O Mar Português e no futuro na terceira, O Encoberto. 
Na parte intitulada como “Brasão”, conta-se a história das glórias portuguesas. Se estrutura como o brasão português, que é formado por dois campos: um apresenta sete castelos, o outro, cinco quinas. No topo do brasão, estão a coroa e o timbre, que apresenta o grifo, animal mitológico que tem cabeça de leão e asas de águia. Assim se dividem os poemas desta parte, remetendo ao brasão de Portugal. Versam sobre as grandes figuras da história de Portugal, desde Dom Henrique, passando por sua esposa, Dona Tareja, e seu filho, primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, até o infante Dom Henrique (1394-1460), e Afonso de Albuquerque (1462-1515). 
Logo no início nos foi apresentada a cronologia dos reis de Portugal, começando na Dinastia Afonsina, passando pela Dinastia Joanina (ou Aviz) e depois a Dinastia Filipina, e finalizando na dos Bragança. Foi discutido em sala de aula o porquê de Fernando Pessoa dar maior destaque a alguns reis de Portugal, como podemos perceber logo no início de Mensagem, quando ele fala e D. Afonso Henriques e logo após escreve sobre D. Diniz. 
Segundo Lucca, a história de Portugal segue uma linha cronológica, passando por Baco, que na epopeia “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, Baco é o principal opositor dos heróis portugueses, argumentando no episódio do concílio dos deuses que seria esquecido se os lusos chegassem à Índia; Luso é o suposto filho ou companheiro de Baco, foi o progenitor da tribo dos lusitanos e o fundador da Lusitânia; até chegar no mito de Ulisses, que teria fundado a cidade de Ulissepona, depois Lisboa, é apresentado em: "O mito é o nada que é tudo. / O mesmo sol que abre os céus / É um mito brilhante e mudo”; logo após veio Viriato, descrito como sendo um pastor e caçador da Lusitânia foi eleito chefe dos lusitanos que depois de defender vitoriosamente as suas montanhas, lançou-se decididamente numa guerra ofensiva; Sertório, o penúltimo citado, iniciou uma campanha na Península Ibérica para recuperar as suas províncias, após os lusitanos lhe terem prometido o seu apoio e o terem convidado a ser seu líder. E por fim D. Tareja, infanta do reino de Leão e condessa do Condado Portucalense, governando como rainha. Esposa de D. Henrique, fundador do reino de Portugal. Assim se dividem os poemas dessa primeira parte, remetendo ao brasão de Portugal. Trata do nascimento e da fundação da nação, com as grandes figuras da história de Portugal. 
Também foi citado o mito do sebastianismo que é registrado em diversos discursos, e ganha maiores proporções em momentos de crise na História de Portugal. É uma expressão do malogro nacional, após uma fase de grandeza, a alimentar a esperança de possível recuperação, com apelos irracionais a uma fantasia ou esperança de futuro melhor pelo surgimento de algum salvador, que pode ser D.Sebastião ou outro, em encarnações diferentes.
Na parte da Coroa, conhecemos Nunálvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável,  que foi um nobre e general português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Em “O timbre”, Pessoa fala sobre o Grifo presente no brasão, dialogando com o Infante D. Henrique, D. João Segundo e Afonso de Albuquerque.
Mar português, a segunda parte, é apresentada as grandes navegações portuguesas, que levaram o país a seu lugar de destaque, e conquistas marítimas de Portugal. Mostra as principais etapas da expansão ultramarina que levou Portugal a ocupar um lugar de destaque no mundo durante os séculos XV e XVI: "E ao imenso e possível oceano / Ensinam estas Quinas, que aqui vês, / Que o mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português."  Esta segunda parte (O Mar Português) é formada por 12 poemas.
Mensagem é a resposta de Pessoa, que, numa possível leitura, nos indica que Portugal não tinha que lamentar as perdas materiais que sofreu (como a independência das colônias conquistadas), mas a perda da sede, da vontade, do espírito que havia levado o país à vanguarda marítima, comercial e científica de outrora. E Fernando Pessoa faz isso mostrando como o povo português teve muitos feitos e heróis, realizando aventuras de proporções épicas tendo como um dos pontos centrais o sonho. E que é o declínio desse sonho que deixou Portugal imerso no grande nevoeiro em que se encontrava no início do século XX.

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