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Mensagem – Fernando Pessoa BRASÃO – Visão Geral da Parte I INTRODUÇÃO: Na primeira parte do livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa, nos é apresentado os alicerces da fundação e história de Portugal. Primeiro, onde a nação está localizada, a Europa, e Portugal seria o país mais importante que há nesse continente. Em seguida, o mito de criação com Ulisses, depois, Viriato, mostrando a ancestralidade lusitana. Mais para frente, nos é apresentado os pais, D. Henrique e Dona Tereza, do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. E assim sucede, nos é apresentados uma série de reis importantes para Portugal, como por exemplo, D. Dinis, D. João I, D. Duarte, D. Fernando, D. Pedro, D. João, D. Sebastião. Em sequência, nos apresenta também outras personalidades importantes portuguesas, Nun’Álvares Pereira, Infante D. Henrique e Afonso de Albuquerque. I. Os Campos - No brasão português, os campos são dois: o externo, Dos Castelos, que representam a proteção militar da nação, e o interno, O das Quinas, que representam o espírito religioso, cristão (as chagas de Cristo), que deu origem a Portugal. Primeiro Poema: Dos Castelos: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE Há neste poema uma imagem de uma mulher, a Europa, deitada sendo a cabeça Portugal dando uma imagem de “cérebro” do mundo. Foi a primeira grande nação europeia, a primeira a se lançar ao mar, fitando o ocidente. Segundo Poema: Das Quinas: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE As Quinas representam as cinco chagas de Cristo. Além disso, na bandeira de Portugal, representam os cinco reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques. II. Os Castelos – Os Castelos representam a defesa e a proteção da nação. Primeiro Poema: Ulisses: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE (Primeiro Castelo). Ulisses, segundo uma lenda portuguesa, teria sido o fundador da cidade de Lisboa. Logo no início, “O mito é o nada que é tudo”, faz referência ao mito de criação de Lisboa. Na mesma estrofe, há a ainda a junção do pagão, Ulisses, com o sagrado, Cristo. Na segunda estrofe, o eu-lírico compara a vinda de Ulisses com a vinda de Jesus à Terra. O mito que não tem consistência, pois Ulisses é um personagem da Odisseia, de Homero, é um nada, mas, ao mesmo tempo, torna-se tudo adquirindo materialidade e relevância. Segundo Poema: Viriato: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE (Segundo Castelo). Viriato foi uma figura histórica e mítica que pertencia à tribo dos Lusitanos, na península Ibérica, no século II a.C. O guerreiro e chefe lusitano é visto como o fundador da terra lusitana, aquele que cujos atos fez de Portugal um país genuíno tendo em conta que não caiu em esquecimento por parte da nação. É por esse reconhecimento por parte do povo e feitos heroicos que este país se fundou. Terceiro Poema: O Conde D. Henrique: APENAS MENCIONAR (Terceiro Castelo). Pai de Afonso Henriques. A força do herói vem de Deus. Na segunda estrofe, o eu-lírico se pergunta o que fará com a espada. Em seguida há conclusão do poema com a resposta da indagação anterior. Quarto Poema: Dona Tareja: APENAS MENCIONAR (Quarto Castelo): Mãe de Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal que, para isso, se voltou contra sua própria mãe. O mistério, para o ocultista, é apenas o destino que espera ser cumprido no futuro e que por isso se vai necessariamente revelar. A “mãe de reis e avó de impérios” é o começo do revelar desse “mistério”, desse destino por ser. Cumpre-se nela o mistério no nascimento do nosso primeiro rei, efetivo instrumento e agente do destino nas suas obras. Quinto Poema: D. Afonso Henriques: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE (Quinto Castelo): Este poema apresenta-se como uma prece dirigida a D. Afonso Henriques, “Pai” de uma geração que lendariamente recebeu a força e a missão de Deus. Implicitamente, este poema recupera a lenda da Batalha de Ourique, que atribuiu uma dimensão sagrada a fundação de Portugal, tal como nos é apresentada no episódio “Batalha de Ourique” de Os Lusíadas. Sexto Poema: D. Dinis: APENAS MENCIONAR (Sexto Castelo): D. Dinis representa a certeza adivinhada do futuro. A expressão “ouve um silêncio múrmuro consigo”, contendo um paradoxo realça a atitude meditativa do rei que, como um rei-mago, ao escrever o seu cantar de amigos profetiza já a epopeia marítima dos portugueses. Sétimo Poema: D. João, O Primeiro: APENAS MENCIONAR (Sétimo Castelo I): O homem acha o seu destino, no entanto parece que Deus é que o comanda. Apesar de a última escolha ser do homem ele precisa de Deus para lhe mostrar o caminho. Há também lances de patriotismo e referência à imortalização do rei. Sétimo Poema: APENAS MENCIONAR Dona Filipa de Lencastre: (Sétimo Castelo II): D. Filipa é comparada com a Virgem Maria que vou avisada por um arcanjo da vinda de seu filho Jesus. Tal como a Virgem Maria que teve Jesus e que foi avisada da chegada de tal ser tão importante e bondoso também D. Filipa deveria ter sido avisada da chegada de tais filhos, pois estes eram tão grandiosos que seriam comparados com Jesus. D. Filipa para com Portugal e a afirmação de que ela se tornou uma protetora de Portugal, devido aos filhos que criou que não deixaram Portugal ser esquecido e incentivaram a sua expansão. III. As Quinas – As Quinas representam as cinco chagas de Cristo. Nesta parte do livro, Pessoa decide reunir os cinco homens pertencentes à realeza mais importantes de Portugal, isto é, cinco mártires. Primeira - D. Duarte, rei de Portugal: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE O primeiro mártir, D. Duarte foi criado para ser rei e ter poder assim como Deus criou o mundo. Com isso, dedicou-se inteiramente ao governo e às letras. Apesar de todas as adversidades, o rei cumpriu com seu destino divino que não foi em vão simplesmente pelo fato de o cumprir. Segunda - D. Fernando, infante de Portugal: APENAS MENCIONAR D. Fernando é retratado como instrumento da vontade de Deus. O gládio simboliza o poder com que Deus investe o herói para que ele possa fazer cumprir o destino de Portugal. Os três últimos versos do poema exprimem o destemor e a confiança com que o herói se lança na ação por se encontrar imbuído do espírito de Deus. Não importa se essa ação se concretizará ou não em obra feita, o que interessa é a própria ação. Terceira - D. Pedro, regente de Portugal: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE O poeta começa por descrever D. Pedro como sendo um homem honesto, harmonioso e extremamente inteligente que sabia como queria e como fazê-lo. Dava mais importância aos valores morais que aos valores materiais. Apesar de nunca ter sido rei, o poeta elogia-o como sendo um grande rei se o fosse. Quarta - D. João, infante de Portugal: APENAS MENCIONAR D. João embora feito Condestável, não chegou a ser rei, nem sequer regente. ‘’ Nunca fui alguém’’, quer significar não ter sido ninguém de alto cargo ou responsabilidade, visto que ao seu lado se erguiam grandes figuras da nossa história (D. Duarte e D. Pedro). Assim ficou a sua alma ‘’inutilmente eleita’’, ‘’virgemente parada’’, sem que pudesse dar tudo o que poderia dar. A alma de D. João é triste e Pessoa explica o que ele sente. Ele sente que o português, na alma ‘’pai dos amplos mares’’, é sempre um homem de extremos, não podendo ter ‘’o tudo’’, ele tem ‘’ o nada’’. O nada, neste caso, para D. João ainda foi alguma coisa, mas não tudo que ele poderia ter: ser rei, ter o seu próprio reino. Quinta - D. Sebastião, rei de Portugal: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE Na primeira estrofe, o eu-lírico encontra a base da loucura na grandeza. Em consequência dessa loucura, o herói encontrou a morte em Alcácer Quibir (perífrase). Apesar disto a loucura tem neste poema uma conotação positiva, já que se liga ao desejo de grandeza, à capacidade realizadora, sem a qual o homem não passa de um animal. Ainda na primeira estrofe há a referência ao ser histórico “ ser que houve” que ficou na batalha de AlcácerQuibir, onde encontrou a destruição física, e a distinção deste com o ser mítico “ não o que há”, que sobreviveu pois é imortal, é a ideia-símbolo, o sonho que fecunda a realidade. Este perdura na memória coletiva como exemplo. Na segunda parte, o sujeito poético lança um repto aos destinatários, fazendo um apelo à loucura e à valorização do sonho. Deve, portanto, dar-se asas à loucura como força motora da ação. Trata-se de um apelo de alcance nacional e universal. Este mesmo elogio será repetido várias vezes ao longo da obra. É a referência ao mito sebastianista, força criadora, capaz de impelir a nação para a sua última fase que está aqui em questão. O repto permite aos destinatários considerarem a grandeza do rei suficiente para todos. A utopia foi e será sempre a força criadora de novos mundos quer a nível individual quer a nível coletivo. Sem ideal cai-se no viver materialista. A interrogação retórica com que termina o poema aponta precisamente para a loucura como força criativa que poderá ser canalizada para a reconstrução nacional. Sem o sonho “a loucura” o homem não se distingue do animal. É a través do sonho que o homem é capaz de seguir em frente sem temer a própria morte. Assim o homem deixará de ser um animal sadio ou reprodutor com a morte adivinhada. IV. A Coroa – A coroa simboliza a realeza e a soberania. Na obra em questão, é representada não por um rei, mas por Nun’Álvares Pereira, o guerreiro que se tornou santo. Para Pessoa, a verdadeira nobreza não depende do sangue, mas sim, do desprendimento, lealdade, generosidade, coragem e renúncia aos bens terrenos. Nun’Álvares Pereira: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE No poema, Fernando Pessoa refere-se a uma auréola. A auréola que cerca Nuno Álvares Pereira é, ao mesmo tempo, uma auréola de santidade (do guerreiro tornado monge) e uma auréola de combate (“é a espada (…) volteando”). Quer o eu-lírico dizer que a santidade que ele alcançou, foi a custo também dos seus actos de guerreiro, pois é a sua espada que desenha o círculo diáfano por cima da sua cabeça, destacando-o – santo – do comum dos homens. Conhecendo-se a origem da auréola que cerca Nuno Álvares Pereira - a espada - na segunda estrofe, Pessoa fala-nos sobre essa mesma espada. Diz-nos que a espada “que, erguida / Faz esse halo no céu” não é uma espada qualquer, não é a espada de um comum cavaleiro, mas “é Excalibur, a ungida”, a espada do “Rei Artur”. Pessoa pede a Nuno Alves Pereira, nos dois últimos versos, que erga a luz da sua espada “para a estrada se ver”, para sabermos que caminho seguir no futuro. V. O Timbre - Segundo a tradição, deveria ser representado pelo dragão alado, mas o poeta o substitui por outro animal mitológico, o grifo. A razão é que se trata de um símbolo mais antigo e elevado que o dragão, e porque o grifo se associa a ideias antitéticas: dia, noite, ordem e desordem, agitação e repouso... A cabeça do Grifo: o infante D. Henrique: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE O Infante foi o grande impulsionador da expansão ultramarina portuguesa, isso é referido no poema, no último verso. “O único imperador que tem, deveras / O globo mundo na sua mão”. Os adjetivos utilizados no poema caracterizam o Infante D. Henrique, e o seu percurso histórico e os seus feitos. Alguns adjetivos são utilizados para caracterizar o Infante. “Em seu trono entre o brilho das esferas”, “Com seu manto de noite e solidão” e “Tem aos seus pés o mar novo e as mortas eras”. O tempo presente é utilizado para eternizar o Infante D. Henrique e os seus feitos, demonstrar que ainda não foram esquecidos, ou seja, continuam presentes. O presente indica a permanência, hábito e é geralmente utilizado para cantar feitos históricos, trata-se do presente histórico, daí resultando uma maior realidade do narrador. Os recursos estilísticos, utilizados no poema são: a adjetivação simples, a antítese, com o confronto de ideias opostas, “Com seu manto de noite e solidão,” e “O globo mundo em sua mão.” Nos poemas de Camões é relatado a história de Portugal e os Descobrimentos no séc. XVI, e os poemas de Pessoa, a história passada de Portugal para falar no futuro de Portugal e no Quinto Império que Fernando Pessoa acreditava que vai ser construído por Portugal. Uma asa do Grifo: D. João, o Segundo: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE Na 1ª estrofe, em geral, Pessoa destaca nesta “asa” o “poder da vontade’’. De “braços cruzados” – não usando a força, só a vontade, ele fita por isso “além do mar” – para a Índia. Como um “promontório”, que alto desafia o mar, que é terra e ao mesmo tempo quase mar. O promontório é um limite, mas D. João II encarna esse mesmo limite, ele define-o e expande-o, com a sua vontade. É ele “o limite da terra a dominar / O mar que possa haver além da terra”. Na 2ª estrofe, tal como todos os heróis na Mensagem, o ‘’formidável vulto solitário’’ é algo que Pessoa elogia e valoriza por serem heróis solitários, sombrios, quase apagados da sua individualidade, em favor de Portugal. Existe aqui um paradoxo, porque apesar da sua vontade ser solitária, João II “enche de estar presente o mar e o céu” ao navegar por mares nunca antes navegados e descobrir terras para além do que nos era conhecido. Estas ações fazem ‘’temer o mundo vário’’. O Mundo inconstante, poderoso, teme que D. João II “abra os braços e lhe rasgue o véu”, ou seja, que João II com a sua vontade consiga desvendar os mistérios do Mundo desconhecidos ainda aos homens. Outra asa do Grifo: Afonso de Albuquerque: ESTÁ NO SLIDE PARA ANÁLISE Se tivermos em conta o simbolismo dos três poemas do Timbre teremos algo como visão (D. Henrique), o poder da vontade (D. João, o segundo) e o poder da força. O autor começa captando um momento da vida do herói, dando uma imagem deste de pé sobre as suas conquistas no primeiro verso. Do segundo verso ao oitavo são dados os seus sentimentos que têm como causa os feitos heroicos e as suas consequências. Pessoa vai para além da imagem do herói forte e determinado, e mostra-o como um ser cansado de ver a injustiça que há no mundo e o que o destino (sorte) lhe reserva. A injustiça que o autor se refere é à ingratidão dos outros pelos seus feitos. O seu sucesso não desperta admiração nos outros, mas sim inveja. Há um desprezo pela vida material por parte do herói. Este já está tão cansado do poder e das conquistas que já não pensa em nada, já foram realizados todos os seus desejos materiais. O seu poder já é tão grande que ultrapassa o seu desejo. O seu desejo de glória trouxera mais do que vitórias e poder, trouxera também as invejas dos outros e da corte “Que o querer tanto/ calcara mais do que o submisso mundo”. Nos últimos dois versos Pessoa fala sobre as conquistas, referindo-se a três impérios. O número três representa a perfeição, pelo que a conquista destes três impérios é a utopia do herói. Estes três impérios podem ser o Material, o Espiritual, e o Cultural, podem também ser o império Português, o Árabe e o Hindu, e ainda, mais especificamente se nós tivermos a referir a Afonso de Albuquerque, podem ser Goa, Malaca e Ormuz, as três cidades fortes que conquistou. Pessoa mais uma vez chama sorte ao destino ao contrário dos poemas dos das quinas em que o azar é uma constante. Foi o destino que “deu”, que permitiu a realização dos feitos de Afonso de Albuquerque, mas como nada é de graça, ele presenciou um futuro negro, e uma vida repleta de azar. AS VÁRIAS VOZES - COMPARANDO COM OS LUSÍADAS A cada página do livro, há sempre uma voz que se manifesta sobre os acontecimentos da história de Portugal. Pessoa utiliza-se de algumas figuras e alguns episódios, para ver neles ou conferir a eles um sentido transcendente, mas a voz que aí fala, poema a poema, não é sempre a mesma: são várias. Ao contrário do que ocorre em Os Lusíadas, em que o ponto de vista a respeito da história é um só, o dopróprio Camões, em Mensagem, o que temos é uma grande variedade de pontos de vista a respeito da história. Os poemas nos colocam, muitas vezes, diante de uma voz impessoal, que não sabemos a quem pertence. É um “eu” implícito, que sempre fala de alguma coisa, sem se dirigir a ninguém. Outras vezes é uma voz pessoal, um “eu” explícito, no geral um rei, um guerreiro, um navegador, que fala de si próprio, num monólogo. Nos dois poemas da seção “Os Campos”, uma voz impessoal primeiro descreve a Europa, que, de costas para o continente, contempla o oceano, “futuro do passado”, depois descreve a figura de Cristo, mas não se dirige a ninguém, apenas sugere a intervenção de uma voz mediadora, impessoal. Em “Os Castelos”, a voz que se manifesta ganha um aspecto pessoal, por se dirigir à figura referida no título de cada poema. Já em “As quinas”, temos uma voz diferente para cada composição, isto é, a voz da figura histórica anunciada no título; são vozes que se manifestam sem a interferência de um observador de fora, como se a essência de Portugal falasse por si. Em “A coroa”, retorna a voz semipessoal de um “eu” que se dirige a alguém, no caso, Nun’Álvares Pereira, e na última seção, “O timbre” reaparece a voz impessoal. CONCLUSÃO Os componentes básicos do Brasão são três: a coroa, o escudo e o timbre. A coroa representa a unidade (um poema) que, atuando sobre a dualidade (dois campos, dois poemas), indicativa de conflito e separação, resulta na harmonização dos contrários, representada pela trindade (os três poemas que compõe o timbre). As quinas são cinco porque cinco, também, são os “fluidos da alma”, de acordo com a tradição esotérica: o astral, o nervoso, o fogo serpentino, o hormonal e o sangue. Os castelos são sete porque, na mesma tradição, esse é o número dos estados da matérias, as etapas do caminho alquímico que conduzem de volta à unidade primordial. Em síntese, a obra “Mensagem” pode ser categorizada como uma poesia épico-irônica e lírica - épica porque se volta para celebração heroica de mitos coletivos [os grandes eventos e os heróis da história portuguesa], irônicos porque essa celebração é feita sob o signo da irrealidade e da loucura [o que é celebrado não é o Portugal real, mas o fantástico, produto da demência de seus grandes heróis], e lírica porque nos poemas sempre se exprime um eu, que pode ser o poeta ou alguma de suas personagens. Dom Sebastião, uma das grandes figuras da história portuguesa, é bem o símbolo da loucura enaltecida pelo poeta.
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