Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE PONTES Professor: Rodrigo Carvalho da Mata Alunos: Gustavo Henrique Alves Fernandes João Paulo Goiânia, Junho de 2015 INTRODUÇÃO As pontes são elementos que servem para transpor obstáculos naturais como rios e córregos ou obstáculos artificiais como são os casos dos viadutos, que atravessam ruas e rodovias. Esse trabalho tem como objetivo desenvolver conhecimentos sobre as estruturas de diversos materiais, porém tomando como base específica em estruturas de pontes. Além disso, serão analisados as diversas concepções de pontes, os tipos de carregamentos, o comportamento dos elementos estruturais, o dimensionamento e o detalhamento dos elementos estruturais que compõem o projeto de uma ponte de concreto armado. Para isso, será feito a análise estrutural e o dimensionamento do tabuleiro e das longarinas, determinação das envoltórias das reações das longarinas na estrutura de apoio e análise estrutural das travessas. ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DO TABULEIRO Nessa parte do trabalho foram feitos os cálculos dos momentos nas direções x e y utilizando as tabelas de Rusch. Dados de entrada na tabela de Rusch: 𝐿𝑥 = 1,5 𝑚 𝐿𝑦 = 50,34 𝑚 𝐿𝑦 𝐿𝑥 = 33,56 ≅ ∞ TB-240 (𝑃 = 40 𝐾𝑁 𝑒 𝑝 = 4 𝐾𝑁/𝑚²) 𝑎 = 2 𝑚 𝑏 = √0,4 × 0,2 2 ≅ 0,28 𝑡 = 𝑏 + 2×ℎ 2 ; 𝑡 = 0,28 + 0,2 → 𝑡 = 0,48 𝑡 𝑎 = 0,48 2 = 0,24 𝐿𝑥 𝑎 = 1,5 2 = 0,75 Peso da Roda (Mxm) Utilizando os dados de entrada para a Tabela de Rusch e fazendo interpolação chegou-se aos valores da tabela abaixo: Tabela 01: Tabela de Rusch Interpolada Tabela 02: Tabela de Rusch Interpolada lx/a t/a 0,125 0,24 0,25 0,5 0,2 0,1724 0,17 1 0,351 0,3234 0,3 lx/a t/a 0,125 0,24 0,25 0,5 0,2 0,1724 0,17 0,75 0,2479 1 0,351 0,3234 0,3 Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Peso da Multidão (Mxm) Ainda utilizando o mesmo procedimento, chegou-se aos valores da tabela abaixo para a carga de multidão: Tabela 03: Tabela de Rusch Interpolada lx/a t/a p p` 0,5 0 0 0,75 0 0,075 1 0 0,15 Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Coeficiente de Impacto (φ) Os momentos encontrados nos cálculos devem ser majorados para fazer-se o dimensionamento da estrutura do tabuleiro. O coeficiente de impacto é composto por três itens, Coeficiente de Impacto Vertical (CIV), Coeficiente de Número de Faixas (CNF) e o Coeficiente de Impacto Adicional (CIA). Para o cálculo do coeficiente de impacto usa-se a seguinte fórmula: 𝜑 = 𝐶𝐼𝑉 × 𝐶𝑁𝐹 × 𝐶𝐼𝐴 Obedecendo aos seguintes parâmetros, temos que: 𝐶𝐼𝑉 = 1,35 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣ã𝑜 ≤ 10𝑚 𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 × ( 20 𝐿𝑖𝑣 + 50 ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣ã𝑜 > 10𝑚 𝐶𝑁𝐹 = 1 − 0,05 × (𝑁 − 2) > 0,9 𝐶𝐼𝐴 = 1,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 𝑜𝑢 𝑀𝑖𝑠𝑡𝑎 𝐶𝐼𝐴 = 1,15 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐴ç𝑜 Portanto obteve-se o seguinte resultado para o valor do coeficiente de impacto: 𝜑 = [1,35] × [1 − 0,05 × (2 − 2)] × [1,25] 𝜑 = 1,7 Cálculo do Momento Mxm Para o cálculo do momento na direção x usou-se a fórmula: 𝑀𝑥𝑚 = 𝜑(𝑃 × 𝐿𝑥 + 𝑝 × 𝑝𝑥 + 𝑝` × 𝑝𝑥`) Dessa maneira obteve-se o seguinte resultado: 𝑀𝑥𝑚 = 1,7(40 × 0,2479 + 5 × 0 + 4 × 0,075) 𝑀𝑥𝑚 = 17,37 𝐾𝑁 × 𝑚/𝑚 Peso da Roda (Mym) Utilizando os dados de entrada na tabela de Rusch e fazendo interpolação encontraram-se os valores da tabela abaixo: Tabela 04: Tabela de Rusch Interpolada Tabela 05: Tabela de Rusch Interpolada lx/a t/a 0,125 0,24 0,25 0,5 0,155 0,0998 0,095 1 0,223 0,1632 0,158 lx/a t/a 0,125 0,24 0,25 0,5 0,155 0,0998 0,095 0,75 0,1315 1 0,223 0,1632 0,158 Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Peso da Multidão (Mym) Os valores encontrados na tabela de Rusch após a interpolação para a carga de multidão foram os da tabela abaixo: Tabela 06: Tabela de Rusch Interpolada lx/a t/a p p` 0,5 0 0 0,75 0 0,015 1 0 0,03 Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Cálculo do Momento Mym Para o cálculo do momento na direção y utilizaremos a seguinte fórmula: 𝑀𝑦𝑚 = 𝜑(𝑃 × 𝐿𝑦 + 𝑝 × 𝑝𝑥 + 𝑝` × 𝑝𝑥`) Dessa maneira obteve-se o seguinte resultado: 𝑀𝑦𝑚 = 1,7(40 × 0,1314 + 4 × 0 + 4 × 0,015) 𝑀𝑦𝑚 = 9,04 𝐾𝑁 × 𝑚/𝑚 ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DAS LONGARINAS Para o dimensionamento das longarinas foi utilizado para os cálculos o TB-240 (Carga Móvel Rodoviária Padrão, definida por um veículo tipo de 240KN, de seis rodas, P=40KN, três eixos de carga afastados entre si por 1,5m, com área de ocupação de 18m², circundada por uma carga uniformemente distribuída p=4KN/m², sempre localizado na pior situação. Segue abaixo uma ilustração do veículo de acordo com as normas da ABNT. Figura 01: Trem Brasileiro de Acordo com as Normas ABNT Fonte: Material Didático Prof. Rodrigo da Mata Para cada uma das longarinas foram calculados três tipos de esforços, carregamento acidental móvel (devido ao trem tipo), carregamento acidental estático (ocorre apenas na passarela de pedestres) e carregamento permanente (devido ao peso próprio da estrutura). Para o cálculo do carregamento acidental móvel utilizaram-se a fórmula: Md=1,4×MK Q+1,3×MK G Seção I 𝑉𝐿¹ = 𝑝 × 𝐴 Onde, VL¹= Força Vertical da Longarina na Seção I (Carga de Multidão Externa); p= Peso de Multidão; A= Área de Influência. Seção II 𝑉𝐿² = 𝑃 × 𝜂 + 𝑝 × 𝐴 Onde, VL 2=Força Vertical da Longarina na Seção II (Carga do Trem Tipo + Carga de Multidão Interna); P= Peso da Roda do Caminhão; η= Cota da Linha de Influência; p= Peso de Multidão; A= Área de Influência. Longarina 1 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40 x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 2 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40 x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 3 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40 x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 4 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 5 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40 x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 6 Seção I Seção II V6’ = P x Ω V6’ = 4 x 1,48 = 5,92 KN/m V6’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’ = 40 x 1 + 4 x 0,32 = 40 KN + 1,28 KN/m V6’’’= ƩP i x ƞ i + p x Ω V6’’’= 40 x 0,301 + 40 x 0,301 + 0 = 24,08 KN Longarina 7 Seção I Seção II V7’ = P x Ω V7’ = 40 x 0,77 = 30,80 KN V7’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V7’’ = 40 x 1 + 4 x 0,22 = 40 KN + 0,88 KN/m V7’’’= 5,0 x 0,20 = 1,00 KN/m V7’’’’= 4 x 1,40 = 5,64 KN/m Longarina 8 Seção I Seção II V8’ = P x Ω V8’ = 5 x 1,04 + 5 x 0,33 = 6,85 KN/m V8’’ = ƩP i x ƞ i + p x Ω V8’’ = 40 x 0,2292 + 5 x 0,93 = 9,17 KN + 4,65 KN/m Longarina 9 Seção I Seção II V9’ = P x Ω V9’ = 5 x 1,85 = 9,25 KN/m Cálculo das ações permanentes 1) Longarina 1 Calculando a área de concreto: Ac = 0,60 x 1,4 x 1,25 x 0,20 + 0,38 + 0,04 Ac = 1,51 m² Área do CBUQ: Acbuq= 0,05 m² Calculando o carregamento permanente: G = Ac x Yc + A(cbuq) x Y(cbuq) G=1,51 x 25 + 0,05 x 20 G= 38,75 KN/m 2) Longarina 2, 3,4,5,6,7 Calculando a área de concreto: Ac = 0,60 x 1,4 x 1,5 x 0,20 Ac= 1,14 m² Área do CBUQ: Acbuq= 1,5 x 0,07 Acbuq= 0,105 m² Calculando o carregamento permanente: G = Ac x Yc + A(cbuq) x Y(cbuq) G = 1,14 x 25 + 0,105 x 20 G = 30,6 KN/m 3) Longarina 8 Calculando a área de concreto: Ac = 0,60 x 1,4 x 1,5 x 0,20 + 0,38 + 0,04 Ac= 1,56 m² Calculando o carregamento permanente: G = Ac x Yc + A(cbuq) x Y(cbuq) G = 1,56 x 25 + 0 G = 39 KN/m 4) Longarina 9 Calculando a área de concreto: Ac = 0,60 x 1,4 x 1,25 x 0,20 + 0,015 Ac= 1,21 m² Calculando o carregamento permanente: G = Ac x Yc + A(cbuq) x Y(cbuq) G = 1,21 x 25 + 0 G = 30,25 KN/m CONCLUSÃO Com esse trabalho pôde-se concluir que o projeto de uma ponte deve ser feito com bastante cautela e sempre bem apoiado nas normas, considerando que essas grandes estruturas são feitas sempre visando o bem geral da população que vai utilizá-la. Ter a oportunidade de conhecer melhor as partes que compõem uma ponte, de realizar os cálculos necessários e utilizar programas didáticos para obter resultados com embasamento teórico, com isso, chegar ao melhor dimensionamento das principais estruturas que formam uma ponte pré- moldada é de total relevância para alcançar os objetivos propostos no início dessa atividade, que foram justamente desenvolver os conhecimentos sobre essas estruturas, determinar os tipos de carregamentos que vão interferir nessas construções e fundamentar os elementos que a constituem. Tais experiências são de elementar importância para engenheiros que vão projetar e até mesmo executar esse tipo de estrutura. Muitas dúvidas que surgiram no decorrer do trabalho serviram para agregar uma bagagem ainda maior de conhecimento e sabedoria que serão úteis em realizações futuras. A informação é a base para o crescimento pessoal e da sociedade no mundo atual. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, D. L. Projeto de Ponte em Concreto Armado com Longarinas. Goiânia: Editora UFG, 2013. BITTENCOURT, Túlio; ASSIS, Wayne. Dimensionamento de Seções Retangulares de Concreto sob Flexão Simples. EPUSP, 2004. Disponível em <http://www.lmc.ep.usp.br/pesquisas/tecedu/>. Acesso em Junho de 2015. LEONHARDT, Fritz. Construções de Concreto. Vol. 6. São Paulo: Livraria Interciência Ltda, 1988. MATA, Rodrigo Carvalho da. Material Didático Pontes e Grandes Estruturas. 2015. Disponível em < https://sol.pucgoias.edu.br/aluno/login.asp>. Acesso em Junho de 2015. PFEIL, Walter. Pontes de Concreto Armado. Vol. 1. Rio de Janeiro: Livro Técnico e Científico Editora, 1990.
Compartilhar