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Estudo dos atributos fisicos do solo sob diferentes manejos agricolas

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ESTUDO DOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO SOB DIFERENTES USOS AGRÍCOLAS
Fabíola Oliveira de Almeida, Natieli Gonçalves Chortaszko, Vinicius Iura Abreu da Silva, Aline Marques Genú, Jacieli Fatima Lyra Rebello. 
Palavras-chave: Física do solo, porosidade, densidade, compactação.
Resumo
	
As propriedades físicas do solo variam de acordo com o tipo, manejo e preparo do solo, são fundamentais para o desenvolvimento radicular de uma cultura influenciando assim diretamente na absorção de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Este trabalho teve por objetivo verificar os efeitos de atributos físicos de um Latossolo Bruno submetido a diferentes manejos. O estudo foi desenvolvido na área experimental de Agronomia no Campus Cedeteg – Unicentro. Para o experimento foram coletadas amostras indeformadas, com anéis volumétricos, na profundidade de 0-10 cm, em locais de usos distintos, para a determinação da densidade do solo, microporosidade, macroporosidade e porosidade total. Verificou-se diferença estatística entre os usos agricultura e pinus para com fruticultura tanto nos micro como nos macroporos, o que pode estar relacionado ao manejo orgânico do pomar da área de estudo. Diante disso, conclui-se que o manejo do solo afetou os atributos físicos do solo macroporosidade e microporosidade, no entanto a densidade do solo mostrou-se igual para todos os usos.
Introdução 
 O uso intensivo do solo pode levar a processos de compactação, o que pode levar a redução da macroporosidade ou porosidade de aeração e ao aumento da microporosidade e da densidade do solo, causando danos ao desenvolvimento e crescimento do sistema radicular das plantas. Desta forma, o manejo e preparo do solo determinam sua qualidade estrutural.
Segundo Fernandes et al. (2007) o preparo do solo compreende um conjunto de práticas que têm como objetivo a preservação de suas características físicas, químicas e biológicas, oferecendo condições ideais para a semeadura, a germinação e o desenvolvimento das plantas. A compreensão e a quantificação do impacto do uso e manejo do solo na sua qualidade física são fundamentais no desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis (Dexter & Youngs, 1992). De acordo com Kay & Angers (2000) a densidade do solo e a porosidade são propriedades frequentemente utilizadas para caracterizar os efeitos dos sistemas de preparo sobre a estrutura e as propriedades físicas dos solos. 
	As modificações que ocorrem em solos compactados dizem respeito ao aumento da resistência mecânica à penetração radicular, redução da aeração, alteração do fluxo de água e calor e da disponibilidade de água e nutrientes (Camargo & Alleoni, 1997). Dentre os fatores que mais contribuem para este processo estão a movimentação constante de máquinas agrícola e caminhões sobre as áreas cultivadas (Jorge,1985). Modificações na densidade e na porosidade do solo podem ocorrer consideravelmente, dependendo da textura, dos teores de matéria orgânica do solo e da freqüência de cultivo (Hajabbasi et al., 1997; Curtis & Post, 1964). Assim, a associação de práticas agrícolas como calagem, a rotação de culturas e a adubação verde objetiva proporcionar modificações nos teores de nutrientes no solo, na sua estrutura, porosidade, agregação, densidade, infiltração de água, tendo em vista o desenvolvimento radicular da cultura (Fernandes et al. ,2007).
	Sabendo-se que o manejo interfere na qualidade estrutural do solo o objetivo deste estudo foi avaliar os atributos físicos densidade, porosidade total, macroporosidade e microporosidade do solo em áreas com manejo distinto.
Referencial teórico 
Aplicação da física na compactação do solo 
O solo, de uma maneira geral, pode ser definido como um complexo dinâmico, resultado da ação integrada da atmosfera, litosfera e biosfera. Sendo assim a ciência do solo é regida por leis da física, também conhecida como física do solo. Esta pode ser vista como um ramo teórico e aplicado da ciência do solo com uma ampla faixa de interesses (Amaro,2008).
Neste estudo as principais aplicações da física além das relações massa-volume como a densidade e porosidade, existem outras, como a pressão aplicada na coluna de água no solo, e também, a exercida pelas máquinas agrícolas; retenção de água no solo;condutividade hidráulica; componente gravitacional; contração volumétrica das amostras de solo; potencial de pressão; forças atuantes na coluna de água e na agregação das partículas.
A densidade, por definição, é a razão entre a massa total e o volume da amostra, ou seja:
	A porosidadepode ser definida como o total de vazios do solo ocupados pelo ar e pela água, em símbolos tem-se: 
Forças que atuam na matriz do solo existem para que haja retenção de água, segundo Amaro (2008), são as forças capilares e forças de adsorção, em que ambas são denominadas forças mátricas e são responsáveis pelo potencial mátrico do solo. A umidade geralmente é expressa em porcentagem à base de massa (u) ou à base de volume .
	Tem-se convencionado que ao se referir à umidade do solo sem especificar se é à base de massa ou à base de volume, assume-se que a mesma seja à base de massa (Amaro, 2008).
Materiais e métodos 
O estudo foi conduzido na área experimental de Agronomia no Campus universitário Cedeteg-UNICENTRO, localizado no município de Guarapuava (PR), A altitude na região está entre 800–1.200 m, sendo um forte componente na determinação do clima frio e úmido (Ribas, 2010). O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Bruno de acordo com Embrapa (2013). 
	Para o desenvolvimento deste trabalho foram selecionadas áreas com usos distintos, sendo eles: pastagem, pinus, agricultura, eucalipto e fruticultura. Em cada uma destas áreas foram coletadas amostras indeformadas, com anel volumétrico, na camada de 0-10 cm. Com base nestas amostras, foram determinadas a densidade do solo, macroporosidade, microporosidade e porosidade total do solo. 
Para a determinação da densidade os anéis foram colocados em estufa com temperatura entre 105ºC e 110ºC e secos até peso constante, para em seguida transferi-los para o dessecador e pesar. Com os devidos cálculos da massa do solo seco pelo volume total obtêm-se a densidade. Para a porosidade, os anéis foram colocados para saturar em bandeja com água destilada, de modo que os mesmos não ficassem totalmente imersos, posteriormente as amostras foram pesadas, colocadas em mesa de tensão, com coluna de água a 60 cm, para drenagem até que cessasse o movimento de água, posteriormente as mesmas foram novamente pesadas, e na sequência, secas em estufa com temperatura entre 105ºC e 110ºC até seu peso constante, para serem transferidas para dessecador, esfriar e pesadas novamente. Assim, aplicando cálculos foram obtidas a microporosidade a macroporosidade e a porosidade total.
	Posteriormente, os dados obtidos foram avaliados estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probalidade.
Resultados e Discussão 
Não foi verificada diferença estatística entre os usos para a densidade do solo e para a porosidade total (Tabela 1). Este resultado pode estar relacionado ao fato da área de pastagem ter sido subsolada no ano anterior a amostragem de solo, o que descompactou o solo e, para os usos de pinus, eucalipto e fruticultura, que são espécies perenes, o revolvimento do solo é pequeno assim como os tratos culturais são feitos, na maioria das vezes, sem o uso de máquinas agrícolas.
Tabela 1 – Comparação dos atributos físicos do solo avaliados sob diferentes usos.
	Uso
	Densidade do solo (g cm-3)
	Porosidade (%)
	
	
	Macro
	Micro
	Total
	Pastagem
	1,16 a*
	17,60 ab
	48,09 ab
	65,69 a
	Pinus 
	1,12 a
	15,32 b
	49,77 a
	65,09 a
	Agricultura
Eucalipto
Fruticultura 
	1,08 a
1,03 a
1,01 a
	15,06 b
20,21 ab
23,82 a
	50,16 a
48,28 ab
43,95 b
	65,22 a
68,49 a
67,77 a
* Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey a 5% deprobabilidade
	As diferenças foram verificadas para os atributos macro e microporosidade (Tabela 1), sendo que as áreas de pinus e agricultura foram estatisticamente distintas da fruticultura. A diferença provavelmente é pelo fato da área de fruticultura possuir uma quantidade maior de matéria orgânica, visto que o pomar é mantido no sistema orgânico, no qual utiliza-se adubação orgânica, o que melhora a agregação do solo.
	Os resultados aqui encontrados diferentes dos obtidos por Araujo et al. (2004), os quais verificaram maior valor de densidade para área agrícola cultivada em sistema convencional (1,45 g cm-3) e menores valores de porosidade total, macro e microporosidade no mesmo sistema.
Conclusões
O manejo do solo afetou os atributos físicos do solo macroporosidade e microporosidade, no entanto, a densidade do solo mostrou-se igual para todos os usos.
Referências
ALLEONI, L. R. F. CAMARGO, O. A. Compactação do solo e o desenvolvimento das plantas/ Piracicaba: Editora eletrônica,1997. 
AMARO, J. F.; ASSIS, R. N. J.; MOTA, J. C. A. Física do solo:conceitos e aplicações /Fortaleza: Imprensa Universitária , 2008.
ARAUJO, M. A.; TORMENA, C. A. & SILVA, A. P. Propriedades físicas de um Latossolo Vermelho Distrófico cultivado e sob mata nativa. R. Bras. Ci. Solo, 2004. 28: p. 337-345.
CALEGARI, A.; MONDARDO, A.; BULISANI, E. A.; WILDNER, L. D. O P.; COSTA, M. B. B.; ALCÂNTARA, P. B.; MIYASAKA, S.; AMADO, T. J. C. Adubação verde no sul do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1993
CURTIS, R. O. & POST, B. W. Estimating bulk density from organic matter content in some Vermont forest soils. Soil Sci. Soc. Am. Proc., 28:285-286, 1964.
DEXTER, A. R. & YOUNGS, I.M. Soil physic toward 2000. Soil Till. Res., 24:101-106, 1992.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA- EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3 ed. rev. ampl. Brasília, DF, 2013. 353 p.
FERNANDES, F.C. S; ALVES, M. C.; SILVA, M. M. (Produtividade de culturas e atributos físicos de um Latossolo afetados pelo sistema de manejo) Revista Brasileira de Milho e Sorgo. v,6.n6. p. 297-308,2007.
HAJABBASI, M.A.; JALALIAN, A. & KARIMZADEH, H.R. Deforestation effects on soil physical and chemical properties, Lordegan, Iran. Plant Soil, 190:301-308, 1997.
JORGE, J. A. Física e manejo dos solos tropicais/ Campinas: Instituto Campineiro de ensino agrícola, 1985.
KAY, B.D. & ANGERS, D.A. Soil structure. In: A. SUMNER, M.E., ed. Handbook of Soil Science. Boca Raton, CRC Press, 1999. p.229-276.
MAACK, R. Geografia física do estado do Paraná. 3.ed. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. 438 p. 
RIBAS, C. Caracterização da fertilidade atual dos solos da região de Guarapuava - PR. /Guarapuava: Universidade Estadual do Centro-Oeste, 2010.

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