Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 IMPORTANTE é analisar variações percentuais/relativas na quantidade e no preço, e não variações absolutas O QUE É MAIS IMPACTANTE? Um aumento de R$ 1.500,00 no preço de um carro Um aumento de R$ 5,00 no preço do quilo de feijão variações absolutas podem não dizer nada Suponha o seguinte comportamento da demanda de dois bens X e Y Entre o primeiro e o segundo instante, o preço de ambos os produtos subiu 20%. A reação do consumidor – medida pelas quantidades adquiridas (Qd) – foi bastante diferente nos dois casos. No caso do produto X, a demanda se reduziu 40% (caindo de 100 para 60), no caso do produto Y a quantidade demandada só reduziu 5% (caindo 4 unidades de 80). Pode-se concluir que a demanda do consumidor pelo produto X é mais sensível a uma variação do preço do que a do produto Y 2 Imóvel usado na cidade de São Paulo COMPRA = O preço médio do metro quadrado de apartamentos com mais de oito anos localizados em Moema, na zona sul, e no Alto de Pinheiros, na região oeste, subiu de R$3.286 em 2011 para R$6.338 em 2012. Apesar de a alta procura elevar os preços, a concretização de compras caiu. As vendas no primeiro semestre deste ano recuaram 5,33% em relação ao mesmo período de 2011 P = alta de 92,84% Q = queda de 5,33% ALUGUEL = O valor do aluguel também teve forte alta na cidade. O preço médio da locação de apartamentos de três dormitórios saiu de R$1.884,29 no primeiro semestre de 2011 para R$3.132,19 nos seis primeiros meses de 2012 A procura por imóveis para alugar subiu 12,15% nos seis primeiros meses deste ano em relação a 2011. P = alta de 63,2% Q = alta de 12,15% Jornal da Tarde, 01 de agosto de 2012 Imóvel usado está mais caro na cidade de São Paulo ELASTICIDADE A elasticidade mede a proporcionalidade existente entre as variações que ocorrem nas quantidades e as variações provocadas em um fator qualquer, permanecendo todos os demais fatores constantes (Ceteris paribus). Segundo Mendes (2004), o termo elasticidade é uma medida de resposta, que compara a mudança percentual em uma variável dependente (Y), devido a uma mudança percentual em uma variável explicativa (X). Assim, sempre que houver duas variáveis inter-relacionadas, pode-se calcular a elasticidade. Uma medida de elasticidade refere-se à resposta - medida em termos de variação percentual -, de uma determinada variação a mudanças - também medida em valores percentuais -, em algum de seu componentes (GRAMAUD, 2007) 3 De acordo com os supermercados que operam no Brasil, a venda de pratos prontos é deficitário: A receita total proveniente das vendas desses produtos é inferior ao custo com aquisição, exposição, propaganda e armazenagem do produto. Suponha que uma rede resolva reduzir esse déficit e decida aumentar o preço do produto em 10%. Observe a reação de dois gerentes da rede: Gerente 1: uma aumento nos preços é uma excelente idéia. Vamos recolher mais dinheiro dos consumidores, a receita aumentará, e o déficit diminuirá. Gerente 2: Você conhece a lei da demanda? O aumento nos preços diminuirá o número de consumidores; vamos receber menos dinheiro, a receita diminuirá, e o déficit vai aumentar. A pergunta é: quem tem razão? Não é possível prever como um aumento no preço afeta a receita total, a menos que saibamos qual será a reação dos consumidores a esse aumento. PRODUTOS PROCESSADOS EM SUPERMERCADOS TIPOS DE ELASTICIDADE elasticidade-preço da demanda elasticidade-cruzada da procura/demanda elasticidade-renda elasticidade-oferta 4 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA elasticidades-preço da procura/demanda: “relação existente entre as modificações relativas (ou percentuais) observadas nas quantidades procuradas, decorrentes de alterações relativas (ou percentuais) introduzidas nos preços” (Rossetti, 2000:413). ε = Variação percentual da quantidade demandada Variação percentual do preço Matematicamente inicial inicialfinal inicial inicialfinal P PP Q QQ P Q ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Exemplo. Quando o preço de um copo de refrigerante era de R$ 1,00 a quantidade demandada era de 1.000 copos diários. O preço foi elevado para R$ 1,10 e a quantidade demandada reduziu-se para 800 copos diários. 2 1,0 2,0 00,1 00,110,1 000.1 000.1800 inicial inicialfinal inicial inicialfinal P PP Q QQ P P Q Q Queda na quantidade demandada de 20% (Q/Q), decorrente do aumento de 10% nos preços (P/P). impacto sobre a quantidade foi proporcionalmente superior à variação no preço. 5 Aumento no preço vai corresponder uma queda na quantidade demandada Queda no preço vai provocar um aumento na quantidade demandada. ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Observações Como a correlação entre preço e quantidade demandada é inversa, ou seja, a uma alteração positiva de preços corresponderá uma variação negativa da quantidade demandada, o valor encontrado da elasticidade-preço da demanda será sempre negativo EXCEPCIONALMENTE - um produto pode apresentar elasticidade com sinal positivo. Para o consumidor, existe uma associação preço/qualidade em que o produto mais caro traduz-se como nobre. Por exemplo, uma marca muito forte pode beneficiar-se desta condição e até, andar na contramão dos concorrentes: “aumentar preços para aumentar vendas”. ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Preço Quantidade Demandada Ponto A 12 30 Ponto B 10 50 Situação 1 – Mudança do ponto A para o ponto B. Usando a fórmula temos uma elasticidade de (-4) ou 4 1 12 1 12 P PP Q QQ Situação 2 – Mudança do ponto B para o ponto A. Usando a fórmula temos uma elasticidade de (-2) ou 2 1 12 1 12 P PP Q QQ A divergência entre os dois coeficientes ocorre porque a variação de A para B, não é a mesma de B para A. Isso ocorre em função da alteração da base de cálculo. Como resolver? 6 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Elasticidade no arco – mede a sensibilidade da quantidade demandada entre dois pontos separados sobre uma curva de demanda 2 2 21 12 21 12 PP PP QQ QQ Essa ambigüidade pode ser resolvida utilizando-se a média das quantidades para se calcular a variação percentual em Q, e a média dos preços para se calcular a variação percentual em P No exemplo anterior, usando a nova fórmula, o resultado é (-2,75) ou 2,75. Ou seja, para cada alteração de 1% no preço do bem, a quantidade demandada irá variar 2,75% (positiva ou negativamente) Não existe nada de errado com o método usual. O uso de um método diferente deve-se à necessidade de que o percentual da variação seja o mesmo quando a variação é de 30 para 50, ou de 50 para 30. Pequenas alterações no preço provocam acentuadas alterações na quantidade demandada. Fortes alterações no preço, provocam pequenas alterações nas quantidades demandadas. Alteração nos preços e nas quantidades demandadas são as mesmas Preço P1 P2 Q1 Q2 Quantidade Q1 Q2 Preço P1 P2 Quantidade TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA 7 TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA ELASTICIDADE-PREÇO UNITÁRIA - MODELO TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA PROCURA ELÁSTICA Variação na quantidade demandada superior a variação no preço >1 Amplitude da variação de Q é maior que a amplitude da variação de P - existe uma grande elasticidade da procura em resposta a variações do preço > 1 P P Q Q Os consumidores respondem significativamente a mudanças no preço Bens de maior valor agregado, bens supérfluos 8 TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Procura elástica TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA PROCURA INELÁSTICA Variação na quantidade demandada é inferior a variação no preço < 1 Amplitude da variação de Q é menor que a amplitude da variação de P Existe uma rigidez da procura em resposta a variações do preço; < 1 P P Q Q Os consumidores respondem pouco a mudanças no preço Alimentos e produtos essenciais 9 TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Procura inelástica TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA PROCURA PERFEITAMENTE INELÁSTICA Valor de ε, tende a zero, ou seja, representado por uma curva perpendicular ao eixo horizontal. Quantidade fixa, será procurada, independente do nível de preço. = 0 P P Q Q Condição dificilmente observada no mundo real Aproxima apenas em casos de monopólio que venda um produto extremamente necessário (água ou energia) ou medicamentos essenciais. 10 TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Procura perfeitamente inelástica TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA PROCURA PERFEITAMENTE ELÁSTICA 11 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Conceitos Significado Valor do Coeficiente Procura elástica As quantidades procuradas são relativamente sensíveis a alterações nos preços ε > 1 Procura de elasticidade unitária As variações nas quantidades procuradas são rigorosamente proporcionais às variações nos preços ε = 1 Procura inelástica As quantidades procuradas são relativamente insensíveis a alterações nos preços ε < 1 Procura perfeitamente elástica A procura é definida por um único preço. Qualquer variação reduz a zero as quantidades procuradas ε = ∞ Procura perfeitamente inelástica As quantidades procuradas são dadas e não reagem a preços ε = 0 Fonte: Rossetti, 2001:415 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA 12 Fato Em uma região muito pobre, batatas são a base da alimentação da população e também o alimento mais barato Problemas climáticos levam ao aumento no preço das batatas, porém, ao contrário do que se imaginava, a sua demanda aumentou. Como isso é possível? PARADOXO DE GIFFEN Aumento do preço da batata população não consegue mais comprar as mesmas quantidades dos mesmos produtos que comprava antes para a sua alimentação Deixa de comprar o que é mais caro e compra mais do produto mais barato: no caso as batatas. Assim quando aumenta o preço das batatas aumenta também o seu consumo • Possibilidade de um produto possuir elasticidade-preço da demanda positiva • Aumento no preço do produto e aumento do consumo • Característica de produtos inferiores consumidos por populações de baixa renda Difícil encontrar produtos como características de bens de Giffen, mas é possível Possíveis aplicações - Alimentação em Restaurantes Universitários e o pão Brasil pesquisas apontam que a mandioca possui elasticidade preço da demanda positiva PARADOXO DE GIFFEN ou BENS de GIFFEN 13 FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA SUBSTITUTIBILIDADE Quanto menos substitutos menos elástica tende a ser a demanda comparativamente a outros produtos que tenham mais substitutos. Produto considerado essencial quando possui poucos substitutos e é essencial à sobrevivência. Grau de substitutibilidade entre dois produtos depende de quão restrita é a definição do mercado e do produto que esteja sendo analisado (produtos e marcas) Produtos alimentares, dois casos extremos: o sal de cozinha e a manteiga. Sal - baixa elasticidade pois não tem substituto e é essencial. Manteiga - vários substitutos (mais ou menos perfeitos, margarina e geleias) O padrão de concorrência da indústria de refrigerantes é baseado em diferenciação, no qual os produtos apresentam algumas distinções entre si, acarretando diferentes graus de preferências quanto ao desejo de consumir os refrigerantes. Todavia, há uma alta elasticidade-cruzada entre refrigerantes, significando que, independentemente do sabor, são substitutos entre si. A existência de inúmeros bens substitutos e a não essencialidade do refrigerante à população, explica a sua alta elasticidade-preço da demanda, ou seja, sua elevada sensibilidade em relação a alterações de preços. Mesmo concentrada, a indústria de refrigerantes não apresenta barreiras à entrada, sendo a tecnologia de produção de domínio e a opera em mercados regionais e não diferenciados possível, em função da alta sensibilidade de consumidores em relação a variável preço (FONTE: SANTOS e AZEVEDO, 2003) FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Exemplo Refrigerante 14 FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA ESSENCIALIDADE DO PRODUTO Produtos de maior essencialidade tendem a ter coeficientes de elasticidade-preço baixos, inferiores a um (1). Em caso de alta essencialidade, tendem a ser bastante próximo de zero. Aumentos de preço tendem a provocar baixas alterações na demanda. Não traz muitas opções para o consumidor “fugir” do aumento de preços Ex - Sal, Açúcar, Cimento, Serviços de Saúde, Serviços de Educação HÁBITOS Caracterizado pela rigidez ou pela flexibilidade dos hábitos de consumo. Segundo Rossetti, 2001:416, “no limite, a sustentação de hábitos que se transformam em vícios praticamente independe do preço dos bens que os satisfazem” FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA IMPORTÂNCIA NO ORÇAMENTO Quanto o gasto com o produto representa no orçamento total Quanto mais o indivíduo gasta a sua renda com um determinado bem ou serviço, maior tenderá a ser a elasticidade–preço da demanda. Mesmo uma pequena variação no preço pode causar um enorme estrago nas finanças do indivíduo ou família. Baixa importância, baixa elasticidade, procura inelástica, coeficiente inferior a um (1) - sal de cozinha, fósforo Alta importância, alta elasticidade-preço, procura elástica, coeficiente superior a um (1) – carro no curto prazo. 15 FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA PERIODICIDADE DE AQUISIÇÃO • Demanda tende a ser mais elástica para um período mais longo de tempo do que no curto prazo • Intervalo de tempo maior permite que os consumidores descubram mais formas de substituí-la, quando seu preço aumenta • Ex. Se você tem um carro que consome muita gasolina e o preço da gasolina aumenta bastante, você provavelmente não trocará de carro hoje, mas pode decidir trocar o carro por um mais econômico nos próximos meses FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Fonte: LIMA, Adilson Celestino de. Precificação na indústria do trigo, 2005 16 Exemplo Suponha um consumidor com renda mensal de R$ 4.000,00, que deseja adquirir uma nova televisão e 05 quilos de arroz que custam R$ 1.000,00 e R$ 15,00 respectivamente. Ao comprar esses dois produtos, ele constatou que seus preços haviam sido majorados em 20%. Consequentemente, se optar em adquiri-los, ele gastará 30% de sua renda (em vez de 25%) com a televisão, mas apenas0,45% com arroz (antes era 0,37%). Nesse caso, provavelmente muitos (novos) consumidores não comprarão a televisão, mas poucos (ou nenhum deles) deixarão de adquirir o arroz OBS – Desse modo, também se explica porque a demanda de um produto é menos elástica entre as pessoas de alta renda do que entre as de baixa renda. ELASTICIDADE PREÇO – EUA 17 TAXA DE COLETA DE LIXO • A partir de 2003 algumas cidades (principalmente capitais) passaram a cobrar taxas crescentes para retirada de volumes crescentes de lixo • À medida que os moradores se tornaram responsáveis diretos pelo pagamento do serviço de retirada de lixos, foi possível analisar alguns comportamentos: Elasticidade preço da demanda do serviço “retirada de lixo” é pequena - maioria das pessoas não possui alternativas para se livrar do lixo produzido e o serviço é essencial O volume de lixo diminui - as taxas de lixo estipuladas são mais baixas para menores volumes produzidos, embora o peso possa aumentar para ocupar menor volume. O despejo ilegal ou clandestino (jogar lixo de casa em terrenos abandonados) aumenta A separação do lixo reciclável aumenta - possibilidade de remuneração com a venda do material APLICAÇÃO DA ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA • A lei da demanda diz que a queda nos preços de um bem, leva a aumentos na quantidade demandada, ceteris paribus, porém: – Quanto a mais será vendido a um preço mais baixo? – Um aumento no preço de um bem aumentará ou diminuirá a despesa total do consumidor? – Um aumento no preço de um bem aumentará ou diminuirá a receita total da empresa? 18 MUDANÇAS NA QUANTIDADE DEMANDADA • O que acontece com a quantidade demanda quando o preço aumenta? d = Variação percentual da quantidade demandada Variação percentual do preço Sabendo o valor da elasticidade do bem e a variação no preço ..... • Exemplo1: Sabendo que a Ed para sal é 0,1, qual seria a variação na quantidade demanda caso o supermercado eleva-se o seu preço em 10%? 0,1 = Variação percentual da quantidade demandada = 1,0% 10% • Exemplo2: Sabendo que a Ed para sucos prontos para beber é 1,26, qual seria a variação na quantidade demanda caso o supermercado aumenta-se o seu preço em 5%? 1,26 = Variação percentual da quantidade demandada = 6,3% 5 % MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA • Se uma empresa aumentar o preço de seu bem, a receita total de vendas aumentará ou diminuirá? • A resposta dependerá do valor da elasticidade desse bem. • Um aumento no preço dos bens traz boas e más notícias: – boas notícias - você terá mais dinheiro para cada unidade vendida – más notícias - você vende menos unidades • Sua receita aumentará - caso as boas notícias prevaleçam sobre as más notícias • A partir do valor da elasticidade - prever o impacto percentual da variação planejada nos preços sobre a quantidade demandada • A partir dos novos valores de preço e quantidade - estimar a variação na receita total de vendas 19 MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA • Exemplo 1: Suponha que o supermercado esteja pensando em aumentar o quilo do sal de 2,00 para 2,20. Ao preço de R$2,00 o supermercado vendia 100 kg/mês de sal, já ao preço de R$ 2,20, a venda caiu para 97 kg/mês. Assim, a receita subiu de R$ 200/mês para R$ 213,4/mês (aumento de 6,7%) • Mesmo com aumento nos preços, o supermercado teve aumento na receita. • Exemplo 2: Suponha que o supermercado esteja pensando em aumentar o preço do suco pronto de R$ 2,20 para R$ 2,31. Ao preço de R$2,20 o supermercado vendia 100 litros/mês de suco, já ao preço de R$ 2,31, a venda caiu para 80 litros/mês. Assim, a receita caiu de R$ 220/mês para R$ 184,8/mês (aqueda de 16%) • Mesmo com aumento nos preços, o supermercado teve queda na receita. MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA 10,0 63,063,0 Q P Q Edp QQ 063,010,063,0 • Considerando a medida de elasticidade-preço da demanda de latas de cerveja seja de 0,63. • Empresas planejam aumentar os preços em 10% • Quanto será o aumento da quantidade demanda? O efeito final sobre a receita total de vendas de lata de cerveja depende do efeito líquido das duas mudanças = queda de 6,3% na quantidade demandada e aumento de 10% no preço %3,6Q 20 MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA • Supondo que inicialmente sejam vendidas 1.000 latas diárias de cerveja a um preço de R$ 1,0/lata • RT = P x Q RT = 1 x 1.000 = R$ 1.000,00/dia • Aumento de 10% no preço = R$ 1,10/lata • Queda de 6,3% na quantidade = 937 latas Nova receita RT = P x Q RT = 1,10 x 937 = R$ 1.030,70/dia Aumento de 10% nos preços queda de 6,3% na quantidade. RT da venda da cerveja aumento de 3,07%. Demanda por cerveja é inelástica ELASTICIDADE E RECEITA TOTAL Procura inelástica A receita total no ponto A será representada pelo retângulo 0 - P1 - A - Q1 A receita total no ponto B será representada pelo retângulo 0 - P2 - B - Q2. Este retângulo tem área inferior ao primeiro, logo a receita total caiu Conclusão - quando a procura é inelástica, uma diminuição do preço provocará uma queda da receita total, e uma subida do preço provocará uma elevação na receita total quantidade demandada altera-se percentualmente menos que a alteração de preços Se a demanda de um bem é inelástica, um preço mais alto aumenta a receita total (Efeito preço > Efeito quantidade). 21 ELASTICIDADE E RECEITA TOTAL - Demanda Inelástica $3 Quant. 0 Preço 80 RT = $240 Demanda $1 Demanda Quant. 0 RT = $100 100 Preço Um aumento no preço de R$1,00 para R$3,00... …leva a um aumento na receita total de R$100 para R$240 MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA 10,0 20,120,1 Q P Q Edp QQ 12,010,020,1 • Considerando a medida de elasticidade-preço da demanda de latas de refrigerante seja de 1,20. • Empresas planejam aumentar os preços em 10% • Quanto será o aumento da quantidade demanda? O efeito final sobre a receita total de vendas de lata de refrigerante depende do efeito líquido das duas mudanças = queda de 12% na quantidade demandada e aumento de 10% no preço %12Q 22 MUDANÇA NA RECEITA TOTAL DA EMPRESA • Supondo que inicialmente sejam vendidas 1.000 latas diárias de refrigerantes a um preço de R$ 1,0/lata • RT = P x Q RT = 1 x 1.000 = R$ 1.000,00/dia • Aumento de 10% no preço = R$ 1,10/lata • Queda de 12% na quantidade = 880 latas Nova receita RT = P x Q RT = 1,10 x 880 = R$ 968/dia Aumento de 10% nos preços queda de 12% na quantidade. RT da venda da cerveja queda de 3,2%. Demanda por refrigerante é elástica ELASTICIDADE E RECEITA TOTAL Procura elástica A receita total no ponto A será representada pelo retângulo 0 - P1 - A - Q1 A receita total no ponto B será representada pelo retângulo 0 - P2 - B - Q2. Este retângulo tem área superior ao primeiro, logo a receita total subiu Conclusão – podemos verificar que uma queda do preço se traduz em um aumento da receita total. O inverso também se pode verificar na figura, se considerarmos uma subida de preço, de P2 para P1: a receita total diminui. quantidade demandada altera-se percentualmente mais que a alteração de preços Se a demanda de um bem é elástica, um aumento de preço reduz a receita total (Efeito quantidade > Efeito preço) 23 ELASTICIDADE E RECEITA TOTAL - Demanda Elástica Demanda Quant. 0 Preço $4 50 Demanda Quant. 0 Preço RT = R$100 $5 20 RT = R$200 Um aumento no preçode R$4,00 para $5,00... …leva a uma diminuição na receita total de $200 para $100 ELASTICIDADE E RECEITA TOTAL 24 ELASTICIDADE NO AGRONEGÓCIO E NA ALIMENTAÇÃO Alimentação comporta-se de modo diferente de outros bens e serviços à medida que o rendimento do consumidor aumenta Consumo alimentar em termos físicos (absolutos) não cresce indefinidamente tende a estagnar a partir de certos limites Despesa financeira pode aumentar devido ao valor acrescentado na transformação e na distribuição Aumentos no rendimento per capita associados a aumentos menos que proporcionais na despesa em alimentação (Lei de Engel) A maior ou menor sensibilidade da demanda, a alterações do rendimento, pode ser medida pela elasticidade demanda ou pela elasticidade renda ELASTICIDADE PREÇO DE ALIMENTOS - BRASIL 25 ELASTICIDADE – INDUSTRIALIZAÇÃO E PERECIBILIDADE • Industrialização e perecibilidade – Aumenta o período de conservação dos alimentos – Aumenta o número de produtos substitutos – Consequência curva de demanda menos inelástica • Quando o alimento não é perecível consumidor é estimulado a demandar mais quando os preços caem (não necessariamente consumir, pois pode estocar) ELASTICIDADE – INDUSTRIALIZAÇÃO E PERECIBILIDADE Exemplo 1 • Consequência sobre a quantidade demanda redução de 20% nos preços do leite longa vida e no leite tipo “C”? • Vendas de leite longa vida (industrializado) devem aumentar muito, enquanto as do leite tipo “C” (sem industrialização) terão uma pequena alteração • Permite estratégia de promoção por parte das empresas processadoras de leite longa vida – demanda elástica • Pessoas compram mais e estocam o produto, enquanto a indústria reduz estoque • Para o leite tipo “C” - demanda inelástica - uma promoção não aumentaria a demanda pelo produto, e ainda poderia resultar em uma queda na receita 26 ELASTICIDADE – INDUSTRIALIZAÇÃO E PERECIBILIDADE Exemplo 2 • Supersafra de batatinha preços despencam no período de colheita – Por excesso de oferta e não por interesse do produtor • Não há crescimento significativo na demanda por parte das donas de casa elas não podem fazer estoque de batata • A RT do agricultor deve cair maior oferta, menor preço, bem inelástico • Entretanto.... • Transformação das batatas em “potatoes chips” situação se altera • Produto deixa de ser perecível (foi processado) e uma liquidação resultará em grande vendas aumento da RT, bem elástico ELASTICIDADE – INDUSTRIALIZAÇÃO E MARCAS Exemplo 3 • Industrialização permite o surgimento de um maior número de bens substitutos entre si – aumenta a elasticidade preço do bem • Demanda por margarina é relativamente mais elástica do que a demanda por soja em grão • Soja em grão – os grãos não diferem entre si • Margarina – diversas marcas concorrendo entre si (substitutibilidade) 27 ELASTICIDADE – AGRONEGÓCIO • Empresas do agronegócio gostariam de vender um produto cuja demanda fosse inelástica – poderia aumentar a receita, elevando o preço do bem • Entretanto – via de regra – existe mais de uma firma produzindo produtos relativamente similares (substitutos entre si) demanda é elástica • Aumento nos preços queda nas vendas redução das receitas • Quantidade demandada diminui consumidores podem obter bens substitutos a preços menores • Alimentos têm demanda inelástica (curva bastante vertical) não possuem bens substitutos e são essenciais • Dentro da categoria alimentos grande número de bens substitutos, e a demanda vai se tornando mais elástica (curva horizontal) • Quanto mais específico o produto, mais elástico ele é ELASTICIDADE – AGRONEGÓCIO Mendes e Padilha Jr, 2007 alimentos carnes carnes de boi picanha Q P m a is s u b s ti t u to s picanha orgânica picanha orgânica da marca X 28 ELASTICIDADE – AGRONEGÓCIO Mendes e Padilha Jr, 2007 Q1 Q2 Preço P1 P2 Quantidade D Demanda de um produto com diferenciação Q1 Q2 Preço P1 P2 Quantidade D Demanda de um produto sem diferenciação ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA Relação entre a variação percentual na demanda como reposta a variação no nível de renda dos consumidores (GRAMAUD, 2007) R R Qd Qd d r Além do preço, a demanda de um bem pode ser alterada por outras variáveis: renda do consumidor e os preços dos bens complementares e substitutos Pode-se utilizar outras elasticidades para medir a reação dos consumidores às mudanças nessas outras variáveis que afetam a demanda ε = Variação percentual da quantidade demandada Variação percentual na renda 29 ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA Em função da elasticidade-renda da demanda, os bens econômicos podem ser classificados em bens normais, essenciais, supérfluos e inferiores. normal, superior - é aquele que os consumidores compram mais com o aumento da renda, ou seja apresenta uma elasticidade-renda positiva. (Erd > 0) inferior - é aquele que os consumidores compram menos à medida que a renda aumenta. A despesa no bem diminui quando a renda aumenta. (Erd < 0) ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA supérfluo ou bens de luxo - possui elasticidade renda maior do que 1 (Erd > 1). A despesa no bem aumenta proporcionalmente mais do que a renda Observação importante: o conceito de essencial e de supérfluo depende basicamente do nível de renda do consumidor. Bem normal ou superior pode ser divido em dois: essencial - possui elasticidade renda menor que 1 (Erd < 1). A variação percentual na quantidade demanda é menor do que a variação percentual na renda 30 Grande maioria dos produtos, notadamente os alimentares aumento da renda resulta em expansão do consumo Porém crescimento do consumo é menos do que proporcional à elevação da renda, pelo menos para níveis maiores de renda. Bens normais consumo do bem aumenta com a elevação da renda, mas a taxas decrescentes proporção da renda gasta decresce com o aumento da renda. Produtos alimentares cujo consumo diminui com o aumento da renda Produtos “ditos inferiores” características e propriedades que não são muito desejáveis consumidores procuram reduzir o consumo à medida que a rende cresce. Passam a adquirir outros produtos com qualidade superior. Ex. carne “de segunda” consumidor substitui por carne de primeira quando a renda aumenta para níveis relativamente mais elevados ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA Elasticidade-renda da Demanda Normalmente, a elasticidade-renda da demanda de produtos manufaturados é superior à elasticidade-renda de produtos básicos, como alimentos. Mais elevada a renda Maior consumo de manufaturados (ex.: carro, eletrônicos), relativamente aos alimentos. 31 32 ELASTICIDADE PREÇO E ELASTICIDADE RENDA DE ALIMENTOS - BRASIL Biscoitos caseiros/não industrializados, 2008 ELASTICIDADE PREÇO E ELASTICIDADE RENDA DE ALIMENTOS - BRASIL Massas - possui coeficiente menor que 1 para todas as faixas de salário estudadas, denotando a baixa elasticidade em faixas salariais mais altas e quase se tornando elástico nas faixas salariais mais baixas, como em até 2 salários mínimos. Este fato pode ser atribuído a pouca possibilidade de variação do referido produto, bem como a sua destinação que não seja o seu uso tradicional Biscoitos - nas faixas mais baixas, apresentam elevada elasticidade, denotando a potencialidade deste mercado; se o nível de renda desta faixa da população aumentasse, provavelmentea demanda aumentaria. Isto se deve à alta diversidade de aplicação dos biscoitos, podendo servir como lanche em todas as ocasiões e para toda faixa de idade. FONTE: LIMA, 2005 33 ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA Elasticidade cruzada da demanda, existe quando é observada a existência dos chamados bens substitutos e bens complementares. Surge partir do momento em que o preço de um bem influenciará a quantidade demanda do outro bem. Py Py Qx Qx yx ε = Variação percentual da quantidade demandada do bem Y Variação percentual no preço do bem X complementares elasticidade cruzada negativa Exy < 0 Exemplos: pão e margarina, café e açúcar, aparelho de som e CD Aumento do preço de um bem, por exemplo aparelhos de som, reduziria a demanda do bem complementar, no caso CD. substitutos (concorrentes) elasticidade cruzada positiva Exy > 0 Exemplos: manteiga e margarina, chá e café, carnes. Bens substitutos também podem ser observados quando analisado um mesmo bem, a partir das suas diversas marcas ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA 34 ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA 35 ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA Em marketing, bens complementares dão um poder adicional a firma, permitindo que a firma “prenda" o consumidor quando os custos para mudar de produto são altos. Estratégias de valoração usadas quando as firmas produzem ambos: 1. Cobrar barato o bem base em relação ao bem complementar Estratégia incentiva o consumidor a comprar o bem base e a se manter cliente da firma (exemplo: aparelho de barbear e refil, video-game/console e jogos). 2. Cobrar caro o bem base em relação ao bem complementar Estratégia cria uma barreira a entrada do consumidor no consumo dos bens da firma (exemplo: clubes de golfe e taxas para jogar golfe). ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA A guerra para libertar o mercado cativo da Nespresso https://nesclub.nespresso.com/index/ 36 ELASTICIDADE – CRUZADA DA DEMANDA A guerra para libertar o mercado cativo da Nespresso A Nespresso hoje domina o setor no mundo todo — em 2011 faturou €2,5 bilhões em todo o mundo, o que corresponde a um crescimento de 20% ao ano — e isso tudo mediante uma estratégia pioneira: a criação de um vínculo indissolúvel, sem possibilidade de divórcio, entre suas máquinas de café expresso e as cápsulas utilizadas por elas. Desse modo, a partir do momento em que o consumidor compra o eletrodoméstico, sua relação fica selada para sempre com o fornecedor de cápsulas, já que elas não são compatíveis com as máquinas das outras empresas que entraram posteriormente no segmento, como a norte-americana Sara Lee ou a italiana Lavazza. O segredo do sucesso da Nestlé foi a criação de um sistema fechado: uma marca premium, um eletrodoméstico de design atraente e vanguardista, comercialização de acessórios e cápsulas com exclusividade através de lojas próprias ou da Internet ELASTICIDADE DA OFERTA A resposta do produtor às variações nos preços do produto pode ser medida por meio da elasticidade-preço da oferta E elasticidade preço da oferta (Es) expressa a mudança percentual na quantidade ofertada de um produto dada uma variação relativa no preço, com outros fatores mantidos constantes. Es = Variação percentual na quantidade ofertada Variação Percentual no Preço Considerando que um aumento na quantidade ofertada está, normalmente, associado a um aumento no preço, o sinal do coeficiente da Es é quase sempre positivo P P Qo Qo o p 37 TIPOS DE COEFICIENTE Oferta perfeitamente inelástica = Es = 0 oferta é fixa, não havendo nenhuma alteração na quantidade ofertada dada uma alteração no preço. Aumento dos preços durante a safra agrícola TIPOS DE COEFICIENTE Oferta inelástica = 0 < Es < 1 (quantidade ofertada varia relativamente pouco em comparação com as mudanças de preço) – ex. cimento Alta necessidade, sem substitutos 38 TIPOS DE COEFICIENTE Elasticidade unitária = Es = 1 (mudança na quantidade ofertada é exatamente igual à variação percentual no preço) TIPOS DE COEFICIENTE Oferta elástica = Es > 1 (variação relativa na quantidade é maior do que a correspondente mudança percentual no preço) – ex. vestuário, alimentação em restaurantes 39 TIPOS DE COEFICIENTE ELASTICIDADE DA OFERTA Natureza do processo produtivo – setores com maiores restrições produtivas (siderurgia, cafeicultura, citricultura, terrenos de frente para o mar) são inelásticos - setores com menores restrições (vestuário, restaurante, carros, sorvete) são elásticos O que acontece se a população aumentar, duplicando a demanda por hotéis a beira-mar e automóveis? A elasticidade-preço da oferta é determinada pela capacidade de reação dos produtores 40 ELASTICIDADE DA OFERTA Capacidade ociosa - é mais fácil promover variações na quantidade ofertada em setores ou empresas em que existe capacidade ociosa do que naqueles em que se está trabalhando no limite dos fatores produtivos ELASTICIDADE DA OFERTA Prazo – a capacidade de reação dos agentes econômicos é maior no longo prazo do que no curto prazo, o que determina uma oferta mais elástica no longo prazo Como aumentar a oferta de imóveis para atender a demanda? No caso de um aumento do preço dos refrigerantes e do vinho. Quem consegue responder mais rapidamente a essa oferta? 41 ELASTICIDADE DA OFERTA – PRODUTOS AGRÍCOLAS • A oferta de produtos agrícolas tende a ser inelástica ou elasticidade unitária em relação ao preço justamente pelas restrições impostas pela natureza para a produção – Sazonalidade – Clima – Perecibilidade • Não há possibilidade de aumentar a quantidade ofertada no mercado (supondo-se não haver estoque e não ser possível importar em curtíssimo prazo mesmo que os preços tenham se elevado) • A colocação de que os produtos agrícolas são inelásticos é válida para aqueles produtos ou alimentos cujo grau de processamento é baixo O clima no Brasil e o preço do café em Nova York Fonte: Profa. Marta Lemme -IE/UFRJ 42 O clima no Brasil e o preço do café em Nova York Fonte: Profa. Marta Lemme -IE/UFRJ O clima no Brasil e o preço do café em Nova York Fonte: Profa. Marta Lemme -IE/UFRJ
Compartilhar