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A PESQUISA COM EMBRIÕES EXTRA-UTERINOS

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A PESQUISA COM EMBRIÕES EXTRA-UTERINOS: 
ENTRE CIÊNCIA E PAIXÃO
Herculano Pontes
Louise Monteiro
Marina Costa
Raíssa Figueira
Rômulo Rangel
Sângela Fernandes
INTRODUÇÃO
 As células-tronco são células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras.
As células-tronco de embriões têm ainda a capacidade de se transformar, num processo também conhecido por diferenciação celular, em outros tecidos do corpo, como ossos, nervos, músculos e sangue. Devido a essa característica, as células-tronco são importantes, principalmente na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de combate a doenças.
POSSIBILIDADES DE EXTRAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO
 Embrionárias – São encontradas no embrião humano, possuem um alto poder de diferenciação celular em outros tecidos.
 Adultas – São encontradas em diversos tecidos, como a medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta, e outros. Estudos recentes mostram que estas células-tronco têm uma limitação na sua capacidade de diferenciação, o que dá uma limitação de obtenção de tecidos a partir delas.
A utilização de células-tronco embrionárias para fins de investigação e tratamentos médicos varia de país para país, em que alguns a sua investigação e utilização é permitida, enquanto em outros países é ilegal. O STF autorizou as pesquisas no Brasil.
Legislação sobre a sua utilização
Brasil - permite a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos para fins de pesquisa e terapia, desde que sejam embriões inviáveis ou estejam congelados por mais de três anos. Em todos os casos, é necessário o consentimento dos doadores. A comercialização do material biológico é crime. LEI 11.105 DE 24 DE MARÇO DE 2005.
 Em 29 de maio de 2008 o Supremo Tribunal Federal confirmou que a lei em questão é constitucional.
França - não tem legislação específica, mas permite a pesquisa com linhagens existentes de células-tronco embrionárias e com embriões de descarte.
Índia - proíbe a clonagem terapêutica, mas permite as outras pesquisas.
Israel - permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Itália - proíbe totalmente qualquer tipo de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas e sua importação.
Japão - permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
CIÊNCIA, CRENÇA E RELIGIÃO
1- CORRETO ?: Permitir a pesquisa e a terapia com o uso de células-tronco embrionárias, uma vez que as pesquisas objetivam não apenas aliviar a dor e o sofrimento de seres humanos portadores de graves enfermidades como também promover a cura de doenças específicas.
 2 - CORRETO ?: A manipulação de embriões humanos não implantados implica em verdadeira agressão ao princípio de proteção à vida, por violá-la diretamente e por dar permissão tácita a toda e qualquer prática de manipulação sobre o que se entende como vida humana.
A doutrina da Igreja Católica condena o uso das células-tronco embrionárias porque essas técnicas muitas vezes envolvem a destruição de embriões humanos, o que é considerado uma forma de assassinato pela Igreja. Investigações científicas com células-tronco embrionárias são chamadas de "um meio imoral para um bom fim" e "moralmente inaceitável.
 A Igreja apoia o uso de células-tronco adultas, que são células obtidas com o consentimento de alguém e sem pôr em causa a vida do doador, afirmando que se trata de um campo promissor de pesquisa e moralmente aceitável.
CIÊNCIA, CRENÇA E RELIGIÃO
TENSÃO MORAL
SER E DEVER SER
SER E DEVER SER
Sujeito moral e de direitos, somada ao advento das tecnologias reprodutivas.
Surge nos embriões concebidos em laboratório, há a possibilidade de manterem-se congelados. 
‘’O poder fazer’’ -> ‘’o que eles são’’ -> ‘’estarem vivos’’.
SER E DEVER SER
Tentativa de encontrar uma resposta capaz de acolher as dúvidas sobre o limite e as possibilidades da ação humana.
Infelizmente ‘’o que são’’ limita-se a ficção.
A partir da definição de algo, se concebe o seu dever. 
SER E DEVER SER
Lei de Hume: não se pode deduzir o que deveria do que é. 
Ou seja, é equivocada ideia de que a ontologia daria conta das preocupações éticas.
Ontologia: reflexão a respeito do sentido abrangente do ser, como aquilo que torna possível de múltiplas existências.
HUME x KANT
Lei de Hume: não se pode deduzir o que deveria do que é.
Empirismo (a sabedoria das coisas, busca da experiência, vem dos sentidos).
 Kant: idealismo transcendental (o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível).
SER E DEVER SER
Fontes de conhecimento no sujeito:
A sensibilidade, por meio da qual os objetos são dados na intuição.
 O entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos.
 Intuição: Kant define sensibilidade como o modo receptivo - passivo - pelo qual somos afetados pelos objetos, e intuição, a maneira direta de nos referirmos aos objetos.
SER E DEVER SER
Entraves:
Os limites das ações – dever ser.
 Como definir o que é vida, como eleger critérios para uma definição válida universalmente - o ser.
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Ética da Intenção 
 Embriões Extra- Uterinos
Teoria da Concepção
Ética do Resultado
Utilitaristas 
Viver a Vida
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Direito 
Os direitos do nascituro devem ser protegidos desde a concepção .
A personalidade jurídica começa com o 
nascimento com vida.
Vida 
Vida Natural
 “ Vida Nua”
Vida Politica 
 		“ Modelo de Sociabilidade”( Foucault, 1984)
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Gregos X Modernos
Sentido Moderno da Vida 
 1º Concepção: A Vida como algo extra - humano
 2º Concepção: A vida como algo decorrente 
	das decisões humanas 
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Ciência Biológica
 Biologia Funcional
 Capacidade de viver a vida.
Biologia Evolutiva 
 Viver é modificar-se, é evoluir.
Exemplos:
 - Vírus 
 - Embrião extra - uterino 
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Tanto uma teoria quanto a outra concebe a vida como algo da alçada da razão humana e não como algo determinado por um foro extra-humano
Se a vida for pensada como algo metafísico ou como consequência de um desígnio inteligente, não poderá ter seu sentido questionado.
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Ciência
Dúvidas e questionamentos constantes
Incompatível com a sacralidade da vida
Fé
Imune ao questionamento
A pesquisa com embriões ocupa o lugar da ciência
SENTIDOS INCERTOS E PAIXÕES
Segurança da fé ou angústia da incerteza da ciência
O tema da pesquisa com embriões extrauterinos não se 
reduz a uma discussão sobre o que é vida, mas também 
acaba por trazer a tona um debate sobre o que é ciência
O que caracteriza a ciência é a possibilidade de questionamento, de refutação
SIGNIFICAÇÃO E NÍVEIS DE RACIONALIDADE
Controvérsias
Fundamentar os juízos morais exclusiva ou prioritariamente em crenças ou paixões
Campos de significação
SIGNIFICAÇÃO E NÍVEIS DE RACIONALIDADE
‘Vida’ e ‘Embrião’
Preterem a ciência
O sentido religioso, por exemplo, sobre o que é um embrião se sobrepõe ao único dado incontestável: o de ser um estágio de desenvolvimento celular
A valoração está condicionando a prática e o próprio saber científico, misturando, assim, ciência e liberdade de pensamento
Mesmo aderindo a uma ou outra crença sobre vida, embrião e humanidade, ainda assim não se terá a resposta sobre o que se pode ou não fazer 
ESCOLHAS RACIONAIS OU O FIM DA PAIXÃO
O processo de tomada de decisão não se restringe a elementos e fatores de ordem objetiva; há, além disso, crenças e subjetividades que condicionam as decisões e os juízos
As paixões, conforme sugerido por John Rawls (1997) na sua teoria da justiça como equidade, não se reduzem a expressões ou inclinações do arbítrio humano, mas ocupam um espaço de importante contribuição nas escolhas racionais. Trata-se, conforme denomina Richard Hare (1981), de
um dos níveis do pensamento racional: a intuição.
ESCOLHAS RACIONAIS OU O FIM DA PAIXÃO
As convicções morais comuns, que dão as respostas no nível intuitivo, não são confiáveis no nível crítico. Isso porque o nível intuitivo não possui fundamento, trata-se de uma convicção de uma ordem não crítica ou científica
Quando razões morais concorrem com razões extramorais, como interesses ou intuições (crenças ou paixões) se está diante de questões que exigem a eleição de prioridades e de definição de campos de competência. É na eleição racional de prioridades que se insere o nível crítico do raciocínio moral 
ESCOLHAS RACIONAIS OU O FIM DA PAIXÃO
As controvérsias morais carecem, assim, de definição sobre as considerações relevantes
Os critérios para determinar o que é mais ou menos relevante no rol dos diferentes deveres e justificativas possíveis decorrentes da ciência, do raciocínio crítico e das paixões
Considerando esses ‘critérios públicos consensuados’ para pensar a proibição ou não das pesquisas em embriões extrauterinos, cabe organizar duas ordens de razões que são consequência da utilização dos argumentos ‘vida’ e ‘embrião-humanidade’
A primeira ordem é aquela que, a partir do princípio da precaução e da ‘ladeira escorregadia’, nega a permissão das pesquisas justificando que, com isso, toda e qualquer manipulação sobre a vida humana se tornará possível
ESCOLHAS RACIONAIS OU O FIM DA PAIXÃO
A segunda ordem considera a possibilidade de cura de seres humanos com biografia e afirma que o dever com essas vidas é mais relevante que o com a vida em um estágio celular
Além de ter que se pressupor que os embriões tenham interesse8 e sejam representados para que, assim, se configure um conflito, será preciso justificar por que esses hipotéticos interesses deverão se sobrepor à hipotética de cura à doenças. Observa-se que a incerteza se dá em dois níveis: o do interesse suposto e a da cura possível
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