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COMO SE APROVA UMA PROPOSTA DE EMENDA À CONTITUIÇÃO

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COMO SE APROVA UMA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO 
(PEC)? 
 
No dia de ontem, 30, a Câmara dos Deputados enfrentara uma longa e difícil 
votação, que fora o texto da comissão especial para a PEC da redução da maioridade 
penal. Entre as centenas de discussões suscitadas pelo assunto, uma que causou dúvida 
entre milhares de brasileiros diz respeito aos resultados da votação. Como muito 
divulgado nos veículos de comunicação, foram 303 votos favoráveis, 184 contrários e 3 
abstenções. Como de comum em outras votações, vence a maioria, o que não aconteceu 
neste caso. Isso por se tratar de uma Emenda Constitucional. 
A constituição pode ser classificadas sob diversos aspectos. Pois bem, quanto à 
alterabilidade, ou estabilidade como preferem alguns autores, nossa Constituição de 
1988 é tida como rígida. Essa rigidez significa dizer que só pode alterar ou modificar a 
Constituição mediante um processo legislativo diferenciado, solene. Esse processo é 
mais difícil que o de alteração ou elaboração das leis. Tal processo diferenciado 
encontra-se no art. 60 da Constituição. 
A primeira indagação talvez seja sobre quem tem legitimidade para propor uma 
Emenda Constitucional. Os três incisos do art. 60 respondem de forma clara e objetiva 
quais são os legitimados: I – um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; II – Presidente da república; III - mais da metade das 
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, 
pela maioria relativa de seus membros. Cabe aqui ressaltar que atualmente contamos 
com 513 Deputados Federais e 81 Senadores da República. Numericamente precisa-se 
de 171 Deputados Federais e 27 Senadores para propor uma Emenda Constitucional. 
Uma anotação interessante de ser mencionado é que apenas o Presidente da República 
pode propor sozinho uma emenda. 
 Depois de proposta a PEC deverá se discutida e votada em cada casa do 
Congresso Nacional. A casa que propor será a iniciadora, a outra será a revisora. O 
ponto chave de uma emenda encontra-se na fase de votação. Segundo o parágrafo 2º do 
art. 60, só será aprovada a emenda se obtiver o quórum de 3/5 em dois turnos de 
votação nas duas casas do Congresso Nacional. Primeiro, na casa iniciadora, após a 
discussão, será aprovada se obtiver 3/5 dos votos. Sendo assim, para ser aprovada na 
Câmara dos Deputados Federais, deverá ter no mínimo 308 votos. Já no Senado Federal 
seria aprovada caso obtivesse no mínimo 49 votos. 
 Entretanto, fazendo uma interpretação literal do parágrafo 2º do art. 60, se 
percebe que o quórum mínimo deve ser obtido em dois turnos de votação em cada casa. 
Se uma PEC x não obtiver esse quórum mínimo no primeiro turno não será aprovada. 
Mas, se obtiver segue para a votação do segundo turno na casa iniciadora ainda. Nesta 
fase temos duas situações interessantes, a primeira é que em nova votação não for 
adquirido o quórum mínimo a proposta será rejeitada não importando que na primeira 
votação tenha conseguido. Obtendo o quórum mimo exigido na segunda votação a 
proposta foi aprovada naquela casa, agora segue para o mesmo processo só que na casa 
revisora. Quando chegar a casa revisora, a PEC, deve seguir o mesmo processo da casa 
iniciadora, caso não seja obtido o quórum mínimo em um dos dois turnos de votação, a 
proposta será rejeitada, mesmo que na casa iniciadora tenha sido aprovada conforme 
exige o texto Constitucional. 
 Muitos podem se questionar se a matéria da proposta de emenda for rejeitada 
poderá ser objeto de nova proposta. A resposta é sim, pode. Entretanto, de acordo com o 
art. 60 § 5º da Constituição Federal, não na mesma sessão legislativa, mas na 
subsequente. Os leitores devem atentar-se para o que significa sessão legislativa, esta é 
o período anual, em que o Congresso se reúne anualmente, com início em 02 de 
fevereiro e recesso a partir de 17.07, com retorno em 01.08 e encerramento em 22.12. E, 
por fim, por período legislativo revelam-se os períodos semestrais. 
 Outro ponto interessante é que, diferente das leis, a emenda à Constituição não 
precisa de veto presidencial. Sendo aprovada, atentando-se todo o processo 
mencionado, será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, sem a interferência do Presidente, como de costume em outros casos. Além dos 
pontos mencionados, o referido artigo trata de outros pontos relevantes, como as 
cláusulas pétreas, e limites temporais e circunstanciais em que não será possível 
modificar à Constituição. 
 Como fora derrotado ontem o texto da comissão especial para a PEC da redução 
da maioridade penal, o correto seria a votação do texto original da PEC 171/1993. 
Entretanto, querem atropelar o processo legislativo, pois fora protocolado uma nova 
proposta, n manhã de 1 de Julho, que trata da mesma matéria, mas com modificações. 
Fica a cargo dos leitores avaliarem se esse novo texto é constitucional ou 
inconstitucional. 
Autor: Carlos Henrique de Lima Andrade é natural de Ribeirópolis, interior de 
Sergipe. Atualmente é graduando em Direito Pela Faculdade Pio Décimo, como 
Bolsista Integral do Programa Universidade para Todos (PROUNI), mas já foi aluno do 
curso de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Já fora aprovado em 
diversos cursos em distintas Universidades Federais do País, é concursado público 
municipal na Prefeitura de Pinhão-SE. Também é pesquisador em Filosofia e 
Fundamentos Sócio-Antropológicos aplicados ao Direito na PIO X. 
 Email: carloshenrique_lima16@hotmail.com

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