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O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E O ESTADO BRASILEIRO A Constituição brasileira de 1988, em seu artigo 1º inciso III, traz como um dos fundamentos da nossa República, a dignidade da pessoa humana. De forma inovadora, nossa Carta Maior adota o homem como centro e fim do Direito. A partir deste fundamento, derivam os direitos e garantias fundamentais da pessoa humana, que cabe ao Estado assegurar o mínimo de dignidade aos seus cidadãos. E, respeitando o princípio da supremacia da Constituição, todos os atos devem ser feitos atentando-se a tal princípio. Mas, que dizer deste princípio basilar em nosso ordenamento jurídico? Bem, analisando minuciosamente poderemos notar incoerência com a realidade. O princípio da dignidade da pessoa humana fora uma construção histórica, que surge desde a Carta Magna em 1215 do Rei João sem terra, ao qual se lutava contra os abusos dos reis, até os dias atuais, que está em constante transformação. Entretanto, se o mundo progrediu no que diz respeito à dignidade da pessoa humana, o Brasil parece ter sido exceção a tal progresso. Se for analisar a educação, saúde e segurança do país, por exemplo, notarão total divergência com o compromisso firmado em nossa Constituição Federal. O mais irônico é nos depararmos com a notícia de que senadores da nossa República viajam para outros países em nome da luta pela democracia e esquecem que a nossa está em decadência. Mas, voltando ao assunto principal, avaliemos as quantas anda nosso direito a educação. Como se sabe, a educação é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo, sendo indispensável a este, é fundamental que seja de boa qualidade para que se respeite o princípio da dignidade da pessoa humana. Entretanto, segundo dados do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) estamos numa situação crítica. Segundo dados deste órgão internacional, o Brasil ocupa a 88ª posição de um total de 122 países no que tange a qualidade da educação. Além da péssima qualidade, o estudo nos revela outros problemas que não nos cabe discutir nesse momento. Outro ponto muito importante é fazer uma rápida anotação sobre nosso direito à saúde. Segundo pesquisa Datafolha, 45% dos brasileiros identificam a saúde como principal problema do Brasil, e ainda Datafolha, para 62% a saúde no Brasil é avaliada como ruim ou péssima. São dados preocupantes para um campo que é extremamente importante à garantia da dignidade humana, como é o direito a saúde. Como se pode notar nesses dois pontos, o princípio da dignidade humana parece está em constante decadência, e que para milhares de brasileiros já não mais existe. Um país que não se compromete em garantir o mínimo de dignidade aos seus cidadãos não pode insistir no discurso de defesa dos direitos humanos, é, no mínimo, contraditório. Uma análise mais extensa terá por conclusão resultados mais preocupantes. Pois é, ainda dizem mundo afora que o Brasil é um país democrático. A realidade social do nosso país e os fundamentos constitucionais, como o da dignidade da pessoa humana, denota grande distância. Dirley da Cunha Jr. nos ensina, em uma de suas lições, que o grau de democracia de um país é medido em função do quanto é respeitado os direitos e garantias fundamentais dos seus cidadãos. Sendo assim, fica a indagação: qual o grau de democracia do Brasil? Autor: Carlos Henrique de Lima Andrade é natural de Ribeirópolis, interior de Sergipe. Atualmente é graduando em Direito Pela Faculdade Pio Décimo, como Bolsista Integral do Programa Universidade para Todos (PROUNI), mas já foi aluno do curso de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Já fora aprovado em diversos cursos em distintas Universidades Federais do País, é concursado público municipal na Prefeitura de Pinhão-SE. Também é pesquisador em Filosofia e Fundamentos Sócio-Antropológicos aplicados ao Direito na PIO X. Email: carloshenrique_lima16@hotmail.com
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