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OS BACHARELANDOS DE HOJE E A JUSTIÇA DO AMANHÃ Muitos de vocês, caros leitores, já devem ter se questionado sobre justiça, direito, e assuntos ligados a tais palavras. Posso apostar também que já deve ter falado que a justiça é falha, ou, que o Direito é para quem é rico, defender bandidos etc. Se isso te deixa mais aliviado, saiba que este senso de injustiça, falta de credibilidade no Direito, é mais comum que os nomes João e Maria. Mais comum ainda em se tratando no Brasil e, ainda mais, na atual conjuntura política, aonde é descoberto novos esquemas de corrupção diariamente. Queria até lhe convencer do contrário, mas infelizmente o ditado “contra fatos não há argumentos” não me deixa adotar tal postura. Muitas são as possibilidades de reduzirmos, em curto prazo, a corrupção e esse senso de injustiça. Uma das armas é o próprio operador do Direito. Principalmente aqueles que ainda estão na academia. Estes, os iniciantes na área jurídica, possuem um importante papel neste objetivo. Se você é, assim como eu, um bacharelando em Direito, já se questionou o que seus longos anos de estudo irão contribuir para que essa realidade tristonha mude? Já se permitiu que o verdadeiro conhecimento jurídico toque sua alma? Se ainda não, AGORA seria um oportuno momento. Infelizmente, muitos vão repetir, ao ler estas palavras, que “a coisa não tem mais jeito”. Espero que você, leitor, não se enquadre nesses muitos. Quem me acompanha nas redes sociais, ou me conhece, sabe que Direito em minha vida representa amor. Sendo assim, gosto de estar sempre dialogando com os profissionais formados e, principalmente, com os iniciantes. São muitas as alegrias nesse feedback, mas também são muitas tristezas e preocupações. Numa avaliação geral que fiz, acredito que os cursos de Direito agregam muitas pessoas inteligentes. A própria concorrência para ingressar em uma Universidade pública no Curso de Direito, ou o valor alto das mensalidades nas Universidades privadas são divisores. A preocupação começa quando você participa de encontro de acadêmicos em Direito, eventos, discussões, congresso, e percebe que por mais que o estudante tenha uma MGP superior a 7,00 é desacreditado no que estuda, dá pouca importância, deixa suas convicções pessoais prevalecer nas discussões jurídicas. É uma pequena quantidade de estudantes que estudam as leis, princípios, doutrina, para aplicar o Direito, que entendem seu papel, enquanto futuros operadores do Direito, na sociedade. Há certa escassez de estudantes de Direito, pois a grande maioria são concurseiros da área jurídica. Os altos salários oferecidos aos bacharéis em Direito tem sito o atrativo dos vestibulandos. Claro que a escolha de uma profissão que te assegure uma perspectiva de salário bom deve ser levada em consideração. Mas entendamos o ponto chave, a palavra certa é TAMBÉM, e não O motivo da escolha. Até hoje meus colegas ficam surpresos com minha escolha da advocacia. Sempre digo que estudo pra ser advogado, mas a advocacia é a escolha de pouquíssimos estudantes, sob o argumento de que ganha pouco. O operador do Direito tem uma função social importantíssima. A sociedade clama por profissional do Direito exemplar. Devemos sempre nos lembrar de que o amanhã é reflexo do hoje, se buscamos uma formação puramente técnica, visando passar em ótimos concursos, certamente teremos sérios problemas lá na frente. Antes de tudo devemos almejar proporcionar uma justiça que ainda não gozamos. Essa justiça está lá na Constituição Federal, nos códigos, e para que ela seja efetivada depende, TAMBÉM, de nós, futuros operadores do Direito. Então, se você ainda está em dúvidas quanto à carreira que vai escolher, ou se você já é um estudante de Direito, reflita sobre o que VOCÊ pode fazer para que aquela injustiça possa ser reparada. Temos uma Constituição maravilhosa, repleta de direitos e garantias que, se cumpridos, viveríamos outra realidade. Ao pegarmos a doutrina, os códigos, devemos sempre assumir um compromisso de buscar consolidar o mínimo de justiça que precisamos, e que nossa própria Lei Maior assegura, pois amanhã será você o juiz, ministro, promotor, advogado, quem vai aplicar essas leis. Autor: Carlos Henrique de Lima Andrade é natural de Ribeirópolis, interior de Sergipe. Atualmente é graduando em Direito Pela Faculdade Pio Décimo, como Bolsista Integral do Programa Universidade para Todos (PROUNI), mas já foi aluno do curso de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Já fora aprovado em diversos cursos em distintas Universidades Federais do País, é concursado público municipal na Prefeitura de Pinhão-SE. Também é pesquisador em Filosofia e Fundamentos Sócio-Antropológicos aplicados ao Direito na PIO X. Email: carloshenrique_lima16@hotmail.com
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