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DIREITO PENAL II (VP1) CURIOSIDADES - O direito penal só incide sobre 1% - As agências de execução do direito penal (como por exemplo, a polícia) elegem os seus alvos ESPÉCIES DE PENA: - Privativas de liberdade: Reclusão (decorrência da prática de crimes), detenção (decorrência da prática de crimes) e prisão simples (aplicada às contravenções penais) Prisão simples: Não pode ser cumprida em regime fechado, comportando apenas os regimes semiaberto e aberto. Reclusão: como efeito da condenação, a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela, curatela; Propicia a internação nos casos de medida de segurança; É cumprida inicialmente nos regimes fechado, semiaberto ou aberto; é cumprida em primeiro lugar; é prevista para crimes mais graves; proibição de fiança. Detenção: Só pode ter início nos regimes semiaberto e aberto; permite a aplicação do regime de tratamento ambulatorial; é reservada para os crimes mais leves - Restritivas de direito: Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos, limitação de fim de semana, prestação pecuniária e perda de bens e valores. - Pena pecuniária: multa * Regime fechado: O condenado deve trabalhar , dentro do estabelecimento prisional, durante o dia e ficar isolado durante a noite. * Regime semiaberto: O condenado fica sujeito ao trabalho durante o dia, podendo freqüentar cursos profissionalizantes. Admite-se o trabalho externo, e não há mais isolamento noturno. * Regime aberto: O condenado recolhe-se durante a noite, a Casa do Albergado, ou similar, desenvolvendo atividades laborativas externas, durante o dia. DOSIMETRIA DE PENA QUALIFICADORA: A lei estabelece circunstâncias, que presentes, conduzem o mínimo e máximo de pena, novos marcos de pena. OBS.: Não posso chamar de duplamente, nem triplamente qualificado, pois apesar de ter mais de uma qualificadora, basta uma para qualificar um crime. EXEMPLOS: # Homicídio (art. 121, § 2º) * Mediante paga ou promessa de recompensa * Motivo torpe: causa maior repulsa social * Motivo Fútil: Motivo insignificante, desprezível (“motivo sem motivo”) * Meio insidioso (quando se usa de estratégia, um plano para matar) * Traição (Quebra de confiança); Emboscada (“Crime de espera”); Dissimulação (exemplo: esconder a arma no paletó) * Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime (exemplo: Eu mato meu parceiro de crime, porque ameaçou me delatar) # Roubo (Art. 157, § 3º) – Latrocínio # Receptação (Art. 180, § 1º) # Extorsão (Art. 158, § 3º) # Quadrilha ou bando (Art. 288, parágrafo único) – Não é qualificadora, pois não tem o mínimo e o máximo, apenas a pena aumenta. OBS.: Dizer que uma conduta é qualificada, não é dosimetria, é uma tipificação do crime. *VINGANÇA: já foi considerada relevante valor moral. Mas hoje se tem uma discussão, se a vingança seria um motivo fútil ou não. AGRAVANTES: É aquilo que a lei diz que é (Art. 61, CP). Têm de estar expressas em lei. As presentes na parte geral são as agravantes genéricas. O legislador não estabelece o quanto de pena eu devo agravar, a quantidade de agravação. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime. EXEMPLOS: # Infanticídio (Art. 123): *Elementares: temporal (Durante ou logo após o parto); puerpério (estado puerperal); o próprio filho (descendente) já há “uma agravante” (descendente), logo não se aplica agravante, pois está na lei, já faz parte do crime em si. # Abandono material (Art. 244) Já constitui uma agravante no próprio crime, na própria norma OBS.: Presentes as agravantes, elas sempre levarão a um aumento de pena desde que não constituam ou qualifiquem o crime. # Artigo 61: Agravantes I – Reincidência: (artigos 63 e 64): é quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que o tenha condenado por crime anterior. *Tempo de duração da reincidência: 5 anos após o cumprimento da pena. *Suspensão condicional da pena ou sursis: é uma novidade no direito penal, sendo introduzida no atual sistema por influência do direito francês e belga. O réu é condenado, mas não executa a pena se ele cumprir, durante determinado prazo, as obrigações e condições impostas pela lei e pelo magistrado. Justifica-se este instituto, pois o mais importante não é punir o delinqüente, mas reeducar, ressocializar. "Permite a lei que não se execute a pena privativa de liberdade ao condenado que preencha os requisitos exigidos, ficando o condenado sujeito a algumas condições impostas na lei ou pelo juiz, durante prazo determinado, e que, se não cumpridas, podem dar causa à revogação do benefício". A norma estabelece que a pena "poderá ser suspensa", atendendo aos requisitos legais necessários, é também um benefício ao réu, constitui um seu direito. A contagem do tempo de duração da reincidência (5 anos), começa a partir da liberdade condicionada. *Livramento condicional da pena: consiste na antecipação da liberdade ao condenado que cumpre pena privativa de liberdade, desde que cumpridas determinadas condições e a existência de pressupostos durante certo tempo. Serve como estímulo à reintegração na sociedade daquele que aparenta ter experimentado uma suficiente regeneração. O benefício significa um direito subjetivo do condenado que preencha os requisitos legais. Durante esse período de porva, se cumprir as condições, abate-se nos 5 anos. * Dois tipos de crimes que não marcam reincidência: art. 64, II, CP - Crimes Militares próprios: São os próprios crimes militares previstos unicamente no Código Penal Militar, portanto, praticados, com exclusividade, por militares. Exemplos: deserção, insubordinação, ou seja, que exigem uma subordinação especial do agente. (Impróprios, por outro lado, podem gerar reincidência: Não exige condição especial). OBS.: Se uma pessoa comete o crime de deserção e depois pratica furto não é reincidente; mas se cometer estupro e depois, roubo, torna-se reincidente. - Crimes Políticos: É o que ofende interesse político do Estado, tais como integridade territorial, soberania nacional, regime representativo e democrático, Federação, Estado de Direito, a pessoa dos chefes dos poderes da União, independência, além dos crimes eleitorais. Exemplo: Terrorismo * Reincidência genérica:/ inespecífica: Crimes diferentes * Reincidência específica: Mesmo crime OBS.: A lei não distingue essas duas reincidências. O aumento de pena fica a critério do juiz; há juízes que distinguem, e dão uma pena maior para reincidência específica. *Admite-se para efeito de reincidência, o seguinte quadro; a) Crime (antes) – Crime (depois) b) Crime (antes) – Contravenção penal (depois) c) Contravenção (antes) – Contravenção (depois) d) Não se admite reincidência (contravenção – crime), pois não há crime anterior. OBS.: Não há uma diferença ontológica, essencial, entre contravenção e crime. A lei de Introdução ao código penal diz que contravenção é aquilo que o legislador estipula, aquele tipo penal que ele culmina a prisão simples. *Crítica a reincidência: (De um setor importante, porém minoritário na doutrina, e quase nenhuma acolhida da jurisprudência) – A pena de um crime anterior reflete na pena de um crime posterior (dupla agravação – fere o Princípio do “Non Bis In Idem”), ou seja, a influência de um crime pretérito na dosimetria do crime atual * Outra crítica: Vimos que o índice de reincidência no sistema é de 80 a 90%. Eu sofro uma pena criminal, sou jogado no sistema e me torno mais propenso ao crime. O Estado me deixa mais fragilizado, mas vulnerável. Eu volto a cometer crime, e considera-se a reincidência de novo. II – Ter o agente cometido o crime: Por Motivo fútil (motivo insignificante; exemplo: matar por uma discussão no trânsito) ou torpe (desprezível, repugnante; exemplo: matou para ficar com o seguro) Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (exemplo: destruir arquivos que podem me comprometer, matar uma testemunha) À traição... (Quebra de confiança) ... ... Com abusode autoridade... OBS.: Lei 4.898/65 do abuso de autoridade (Não se usa essa agravante, pois já constitui na lei) ... Quando reduzir a capacidade Afronta ao Estado ... l) “Beber para criar coragem” – bebe com a finalidade de cometer o crime ATENUANTES: ART. 65 é taxativo, mas deve-se considerar o ART. 66 a existência de atenuante inominada (admitindo ao julgador, atenuantes não expressas em lei. Porém na prática, os juízes por insensibilidade, se limitam a usar agravantes e atenuantes expressas em lei). Supondo que avaliando as circunstâncias, todas sejam favoráveis ao réu, fixando, assim, sua pena no mínimo. Nas atenuantes (que servem pra reduzir a pena), encontra-se uma. NÃO SE APLICA, porque mesmo que haja a atenuante, não pode ficar abaixo do mínimo do crime. A exceção é as causas de aumento e de diminuição estabelecidas pelas próprias leis. I - Menoridade relativa: Atenuante aplicável aos menores de 21 anos na data do crime cometido (do fato). Sobrepõe-se, para a maioria da doutrina, sobre qualquer agravante. E Senilidade (Maior de 70 anos na data da sentença; por nessa idade, sofrer alterações somáticas repercutindo no seu estado psíquico) *Súmula 74, STJ, para provar a menoridade OBS.: Tribunais não proferem sentenças, mas sim acórdãos *Dois pensamentos a cerca da atenuante da senilidade 1º) Interpretação literal/ gramatical: Para os maiores de 70 anos até a data da sentença 2º) Teleológica/ Finalista: Em razão da vulnerabilidade, aplica-se a atenuante até o trânsito em julgado. II – O desconhecimento da lei: exemplo de lei de difícil conhecimento (O hino nacional deve ser tocado conforme disposto na lei 5.700/71) III – Ter o agente: Cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral. Relevante valor é um valor importante para a vida em sociedade, tal como o patriotismo, a lealdade, a fidelidade, entre outros. Relevante valor social – não só do individuo, mas de ordem geral (exemplo: quem aprisiona um bandido, na zona rural, por alguns dias, até que a polícia seja avisada). Valor moral leva em conta interesse de ordem pessoal (exemplo: apressar a morte de quem está desenganado, quando não constitui privilégio). Procurar evitar ou diminuir as conseqüências (arrependimento) (exemplo: o agente repara o dano causado pelo furto antes do julgamento ou busca sustentar a família desamparada da pessoa que matou) Coação a que podia resistir ordem de autoridade superior, influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima (exemplo: alguém furta um estabelecimento por receio de que o co-autor narre à sua esposa um caso extraconjugal). Confessar o crime (deve ser importante para o desfecho do processo, como confessar o crime que tem a autoria desconhecida) Sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Multidão “desperta” o sentimento. Trata-se de requisito essencial que o agente do crime não tenha provocado o tumulto no qual estava envolvido, bem como não vai se aplicar aqueles que se aproveitando da situação, conduzem a massa. *OBS.: A lei não expressa o quanto agrava, o quanto atenua. Fica a critério do juiz. *OBS.: Havendo concurso de agravantes e atenuantes, o juiz deve dá mais valor a reincidência, motivação e personalidade do agente (art. 67) * Atenuante inominada: Extremamente aberta, sem qualquer apego à forma, permitindo ao juiz o arbítrio para analisá-la e aplicá-la. Qualquer circunstancia relevante, ocorrida antes ou depois do crime, mesmo que não esteja expressamente prevista em lei. * Concurso de agravantes e atenuantes: ART 67. A pena deve se aproximar do limite indicado pelas circunstancias preponderantes. (Tais como as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.). Na segunda fase, o magistrado deve preponderar a agravante da reincidência, em cima da atenuante de confissão espontânea, por exemplo. Irá sobrepor a atenuante de relevante valor moral á agravante de crime praticado contra o enfermo. Compensar a atenuante do valor social com a agravante da reincidência, por serem ambas importantes. Agravantes simples x atenuantes simples = anulam-se, pena não é alterada. Ag preponderante x at simples = agravante anula a atenuante = pena elevada na 2ª fase. Ag simples x at preponderante = atenuante anula a agravante. Pena reduzida. Ag preponderante x atenuante preponderante = anulam-se, sem alteração. Duas ag simples x atenuante preponderante = anulam-se. Uma ag preponderante x duas at simples = anulam-se. *São preponderantes: motivos determinantes do crime, personalidade do agente, reincidência. A análise de personalidade é fundamental para descobrir quais agravantes ou atenuantes devem preponderar uma sobre as outras. CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DA PENA - Tentativa (art. 14) PARTE GERAL - Arrependimento posterior (art. 16) PARTE GERAL - Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º) PARTE ESPECIAL *OBS.: As causas de diminuição podem ir p/ aquém do mínimo CAUSAS DE AUMENTO DE PENA - Roubo (art. 157, § 2º, I a V) PARTE ESPECIAL - Quadrilha ou bando (art. 288) PARTE ESPECIAL CÁLCULO DA PENA (ART. 68, CP) 1º) Pena-base ou pena-básica (atendendo aos critérios do art. 59) 2º) Atenuantes e agravantes 3º) Causas de diminuição, causas de aumento *OBS.: As causas de aumento podem ir p/ aquém do máximo, desde que não ultrapasse o limite de 30 anos 1º FIXAÇÃO DA PENA-BASE (ART. 59) Culpabilidade (menor ou maior grau de reprovabilidade) Antecedentes (Sentença condenatória que transitou em julgado e não gera mais efeitos de reincidência) súmulas 241 e 444, STJ Conduta social Personalidade do agente Motivos Circunstâncias (fatos ao redor do criminoso) Se forem favoráveis, a pena ficará no mínimo; se forem desfavoráveis, a pena se afasta do mínimo Conseqüências Comportamento da vítima
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