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Fichamento do livro História da riqueza do homem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: BRASIL COLÔNIA 
PROFESSORA: ANA MARIA
ESTUDANTE: KELRYN LAINYM SOARES
PERIODO: 1º
 
 Fichamento do livro: História da Riqueza do Homem
 
 RECIFE/2013
	HUBERMAN, Leo. HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM. Ano 1986, editora LCT.
Capitulo 1: Sacerdotes, guerreiros e trabalhadores. (pp.12-25)
	“A sociedade feudal consistia dessas três classes — sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, sendo que o homem que trabalhava produzia para ambas as outras classes, eclesiástica e militar” (p.12)
“Era o trabalho na terra, cultivando o grão ou guardando o rebanho para utilizar a lã no vestuário, era o trabalho agrícola, mas tão diferente de hoje que dificilmente o reconheceríamos... A maioria das terras agrícolas da Europa ocidental e central estava dividida em áreas conhecidas como “feudos”... Cada propriedade feudal tinha um senhor, dizia-se comumente do período feudal que não havia “senhor sem terra, nem terra sem um senhor”” (p.13)
“Eram essas, portanto, as duas características importantes do sistema feudal. Primeiro, a terra arável era dividida em duas partes, uma pertencente ao senhor e cultivada apenas para ele, enquanto a outra era dividida entre muitos arrendatários; segundo, a terra era cultivada não em campos contínuos, tal como hoje, mas pelo sistema de faixas espalhadas.” (p.15)
“O camponês vivia numa choça do tipo mais miserável. Trabalhando longa e arduamente em suas faixas de terra espalhadas... A propriedade do senhor tinha que ser arada primeiro, semeada primeiro e ceifada primeiro” (p.15)
“O camponês desejava que seu trigo fosse moído ou suas uvas esmagadas na prensa de lagar? Poderia fazê-lo — mas tratava-se do moinho ou prensa do senhor e exigia-se pagamento para sua utilização” (p.15-16)
“o camponês nunca bebe o produto de suas vinhas, nem prova uma migalha do bom alimento; muito feliz será se puder ter seu pão preto e um pouco de sua manteiga e queijo” (p.16)
“o servo, não podia ser vendido fora de sua terra. Seu senhor deveria transferir a posse do feudo a outro, mas isso significava, apenas, que o servo teria novo senhor” (p.16)
“Havia vários graus de servidão, mas foi difícil aos historiadores delinear todos os matizes das diferenças entre os diversos tipos... A situação dos cidadãos, aldeões e servos confunde-se através de muitas fases. É difícil estabelecer, exatamente, quais eram e determinar a posição real de cada classe.. Nenhuma descrição do sistema feudal pode ser rigorosa- mente precisa, porque as condições variavam muito, de lugar para lugar” (p.17)
“Os camponeses eram mais ou menos dependentes. Acreditavam os senhores que existiam para servi-los. Jamais se pensou em termos de igualdade entre senhor e servo.. Na verdade, no século XI, um camponês francês estava avaliado em 38 soldos, enquanto um cavalo valia 100 soldos... Seu arrendamento era chamado ‘título de posse’ mas, pela lei, o título de posse mantinha o servo, não o servo ao título” (p.18)
“havia regras estipulando que os servos ou seus filhos não poderiam casar-se fora dos domínios, exceto com permissão especial.. Quando um servo morria, seu herdeiro direto podia herdar o arrendamento, em pagamento de uma taxa” (p.18)
“Não havia um governo forte na Idade Média capaz de se encarregar de tudo. A organização, no todo, baseava-se num sistema de deveres e obrigações do princípio ao fim... A posse implicava deveres que tinham que ser cumpridos. Caso contrário, a terra seria tomada” (p.19)
“Uma briga entre servo e senhor tendia sempre a ser solucionada favoravelmente ao senhor, já que este podia ser o juiz da disputa... O senhor do feudo, como o servo, não possuía a terra, mas era, ele próprio, arrendatário de outro senhor, mais acima na escala, O servo, aldeão ou cidadão “arrendava” sua terra do senhor do feudo que, por sua vez, “arrendava” a terra de um conde, que já a “arrendara” de um duque, que, por seu lado, a “arrendara” do rei. E, às vezes, ia ainda mais além, e um rei “arrendava” a terra a um outro rei” (p.19)
“À medida que o tempo corria, as propriedades maiores tendiam a ser divididas em arrendamentos menores, mantidos por um número cada vez maior de nobres de uma linhagem ou de outra. Por que? Simplesmente porque os senhores descobriram a necessidade de ter tantos vassalos quantos pudessem, e a única forma de o conseguir era cedendo parte de sua terra... a terra era a chave da fortuna de um homem”(p.20)
“Os serviços de um cavaleiro na Inglaterra e França geralmente consistiam de 40 dias, mas contratavam-se homens para prestar apenas metade do serviço a que os cavaleiros eram obrigados, ou um quarto... Os príncipes e nobres que mantinham terras em troca de serviço militar concediam-nas, por sua vez, a outros, nas mesmas condições” (p.21)
“Os arrendatários não podiam dispor da terra como desejassem, pois tinham que obter o consentimento de seus senhores, e pagar certos impostos, se a transferissem a outrem. Do mesmo modo que o herdeiro das terras arrendadas a um serviço tinha que pagar uma taxa ao senhor do feudo, ao tomar posse de sua herança, assim o herdeiro de um senhor tinha que pagar uma taxa de herança a seu senhor imediato” (p.21)
“Os herdeiros mulheres tinham que obter o consentimento do senhor para casar... Se uma viúva desejava casar-se outra vez, deveria ser paga uma multa ao seu senhor... Por outro lado, se uma viúva não queria casar-se outra vez, tinha que pagar para não ser obrigada a fazê-lo” (p.22)
“A Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão, mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de uma era religiosa e a igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual tremendos. Mas, além disso, tinha riqueza, no único sentido que prevalecia na época — em terras” (p.23)
“E exatamente como recebia a terra de um senhor, também a Igreja agia, ela própria, como senhor... Nos primórdios do feudalismo, a Igreja foi um elemento dinâmico e progressista... Enquanto os nobres dividiam suas propriedades, a fim de atrair simpatizantes, a Igreja adquiria mais e mais terras. Uma das razões por que se proibia o casamento aos padres era simplesmente porque os chefes da Igreja não desejavam perder quaisquer terras da Igreja mediante herança aos filhos de seus funcionários... A Igreja também aumentou seus domínios através do dízimo” (p.24)
“Alguns historiadores pensam até que se exagerava o valor de sua caridade. Admitem o fato de que a Igreja realmente ajudava os pobres e doentes. Mas ressaltam que ela era o mais rico e poderoso proprietário de terras da Idade Média, e argumentam que, comparado ao que poderia ter feito, com sua tremenda riqueza, não chegou a realizar nem mesmo tanto quanto a nobreza” (p.25)
	
Capitulo 2: Entra em cena o comerciante. (pp. 26-35)
	“A Igreja tinha seus cofres cheios de ouro e prata, que guardava em suas caixas-fortes ou utilizava para comprar enfeites para os altares. Possuía uma grande fortuna, mas era capital estático... O mesmo acontecia à fortuna dos nobres. Se qualquer quantia ia ter às suas mãos, por impostos ou multas, os nobres não podiam investi-la em negócios, porque estes eram poucos. Todo o capital dos padres e dos guerreiros era inativo, estático, imóvel, improdutivo(p.26)
“Nos primórdios da sociedade feudal, a vida econômica decorriasem muita utilização de capital... Era uma economia de consumo, em que cada aldeia feudal era praticamente autossuficiente... Sem dúvida, havia certo intercâmbio de mercadorias... Essa transação provavelmente se efetuou no mercado semanal mantido junto de um mosteiro ou castelo, ou numa cidade próxima. Esses mercadores estavam sob o controle do bispo ou senhor e ali se trocavam quaisquer excedentes produzidos por seus servos ou artesãos, ou quaisquer excedentes dos servos... , o comércio nos mercados semanais nunca foi muito intenso e era sempre local. Um outro obstáculo à sua intensificação era a péssima condição das estradas... ainda mais, eram frequentadas por duas espécies de salteadores” (p.27)
“Outros obstáculos retardavam a marcha do comércio... Mas não permaneceu pequeno. Chegou o dia em que o comércio cresceu, e cresceu tanto que afetou profundamente toda a vida da Idade Média. O século XI viu o comércio andar a passos largos; o século X viu a Europa ocidental transformar-se em consequência disso... As Cruzadas levaram novo ímpeto ao comércio... Além disso, registrou-se um acentuado aumento na população” (p.28)
“A Igreja envolveu essas expedições de saque num manto de respeitabilidade, fazendo-as aparecer como se fossem guerras com o propósito de difundir o Evangelho ou exterminar pagãos, ou ainda defender a Terra Santa” (p.28)
“Primeiro, havia a Igreja. Animada, sem dúvida, por um motivo religioso honesto. Mas também com o bom senso de reconhecer que se tratava de uma época de luta e, assim, dela se apoderou a ideia de transportar o furor violento dos guerreiros a outros países que se poderiam converter ao cristianismo... a Igreja Bizantina via nelas o meio de restringir o avanço muçulmano a seu próprio território... todos julgavam ver nas Cruzadas uma oportunidade para adquirir terras e fortuna” (p.29)
“E porque foram originariamente cidades comerciais, Veneza, Gênova e Pisa desejavam privilégios especiais de comércio com as cidades ao longo da costa da Ásia Menor” (p.30)
“embora os venezianos estivessem desejosos de ajudar a marcha dessa Cruzada, “por amor de Deus”, não permitiam que tão grande amor os cegasse quanto à melhor parte da pilhagem. Eram grandes homens de negócios” (p.31)
“Se os séculos XI e XII presenciaram um renascimento do comércio no Mediterrâneo, ao sul, viram também o grande despertar das possibilidades comerciais nos mares do Norte. Nessas águas, o comércio não renasceu. Pela primeira vez, tornou-se realmente intenso” (p.31)
“Nem havia uma procura firme e constante de mercadorias, em todas as regiões, que pudesse garantir às lojas uma venda diária, durante todo o ano... Os mercadores com suas mercadorias deslocavam-se de feira para feira” (p.32)
“Os mercados eram pequenos, negociando com os produtos locais, em sua maioria agrícolas. As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido... Além de convidar os mercadores de todas as partes para participar das feiras, o regulamento da Champagne lhes oferece salvo-conduto, para ir e voltar. Isso era importante, numa época em que os ladrões infestavam as estradas.” (p.33)
“As feiras eram tão grandes que os guardas normais da cidade não lhes bastavam; havia a polícia própria da feira, guardas especiais e tribunais... O programa das feiras era comumente o mesmo. Depois de alguns dias de preparativos, nos quais se desempacotava a mercadoria, armavam-se as barracas, efetuavam-se os pagamentos e cuidava-se de todos os outros detalhes, inaugurava-se a grande feira. Enquanto dezenas de saltimbancos procuravam divertir o povo que se movia de barraca em barraca, prosseguiam as vendas... No centro da feira, na corte para troca de dinheiro, pesavam-se, avaliavam-se e trocavam-se as muitas variedades de moedas” (p.34) 
“como o desenvolvimento do comércio trouxe consigo a reforma da antiga economia natural, na qual a vida econômica se processava praticamente sem a utilização do dinheiro... com o crescimento do comércio, a economia natural do feudo autossuficiente do início da Idade Média se transformou em economia de dinheiro” (p.35)
	Capitulo 3: Rumo a cidade. (pp.36-45
	“Um dos efeitos mais importantes do aumento no comércio foi o crescimento das cidades” (p.36)
“Logo, os mercadores dessa povoação, em seu desejo de proteção, construíram à volta de sua cidade muros protetores que provavelmente se assemelhavam às paliçadas dos colonos americanos... Toda a atmosfera do feudalismo era a da prisão, ao passo que a atmosfera total da atividade comercial na cidade era a da liberdade” (p.37)
“o comércio, por sua própria natureza, é dinâmico, mutável e resistente às barreiras. Não se podia ajustar à estrutura feudal. A vida na cidade era diferente da vida no feudo e novos padrões tinham que ser criados... se uniram em associações chamadas “corporações” ou ligas”, a fim de conquistar para suas cidades a liberdade necessária à expansão continua... O ar da cidade torna um homem livre” (p.38)
“As populações das cidades desejavam algo mais que a liberdade: desejavam a liberdade da terra... As populações urbanas queriam estabelecer seus próprios tribunais, devidamente capacitados a tratar de seus problemas... Queriam, também, elaborar sua própria legislação criminal” (p.39)
“As populações das cidades desejavam fixar seus impostos, à sua maneira, e o fizeram... A liberdade das cidades não era, normalmente, concedida de uma só vez, mas pouco a pouco” (p.40)
“em muitos casos, os senhores feudais e bispos (particularmente os bispos) ferravam os dentes em seus ossos e não os largavam até que se vissem a isso forçados, pela violência das populações das cidades... as populações das cidades em luta, dirigidas pelas associações de mercadores organizados, não eram revolucionárias, no sentido que emprestamos à palavra” (p.41)
“Havia cidades totalmente independentes... havia comunas livres com graus diversos de independência... e havia cidades que apenas superficialmente conseguiram arrebatar uns poucos privilégios de seus senhores feudais, mas na realidade permaneciam sob seu controle... Mas, fossem quais fossem os direitos da cidade, seus habitantes tinham o cuidado de obter uma carta que os confirmasse” (p.42)
“Na luta pela conquista da liberdade da cidade, os mercadores assumiram a liderança. Constituíam o grupo mais poderoso e lograram para suas associações e sociedades todos os tipos e privilégios” (p.43) 
“E exatamente como as associações de mercadores tentaram manter à distância os não-membros, foram igualmente bem sucedidas em conservar fora de seu comércio de província os mercadores estrangeiros... Como constituíam o grupo mais importante da cidade, os mercadores opinavam na escolha dos funcionários da cidade... O integrante da sociedade gozava de certas vantagens, mas só podia permanecer como membro se seguisse à risca as regras da associação” (p.44)
“Os direitos que mercadores e cidades conquistaram refletem a importância crescente do comércio como fonte de riqueza. E a posição dos mercadores na cidade reflete a importância crescente da riqueza em capital em contraste com a riqueza em terras” (p.45) 
	Capitulo 4: O Surgimento de novas ideias. (pp.46-51)
	“No princípio da Idade Média o empréstimo de dinheiro a juros era proibido por uma Potência, cuja palavra constituía lei para toda a Cristandade, essa potência era a Igreja” (p.46)
“Mas não era apenas a Igreja que condenava a usura. Os governos municipais e mais tarde os governos dos Estados baixaram leis contra ela... Essa lei era um reflexo do que a maioria das pessoas na Idade Média pensava sobre a usura” (p.47)
“As regras da Igreja sobre o bem e o mal se aplicavam a todos os setores, igualmente... E a maioria das pessoas acreditava geralmente nos ensinamentos da Igreja” (p.48)
“Quem tem o bastante para satisfazer suas necessidades, e não obstante trabalha incessantemente para adquirir riquezas, seja paraconseguir uma posição social melhor, seja para viver mais tarde sem trabalhar, ou. para que seus filhos se tornem homens de riqueza e importância — todos esses estão dominados por uma avareza, sensualidade ou orgulho condenável... Cobrar juros era totalmente errado — dizia a Igreja. Isso é o que ela dizia. O que dizia e o que fazia, porém, eram duas coisas totalmente diferentes... Embora os bispos e reis combatessem e fizessem leis contra os juros, estavam entre os primeiros a violar tais leis. Eles mesmos tomavam empréstimos, ou os faziam, a juros” (p.49)
“É fácil ver que a doutrina do pecado da usura iria limitar os processos do novo grupo de comerciantes que desejava negociar... Que aconteceu então, quando a doutrina da Igreja, destinada a uma economia antiga, chocou-se com a força histórica representada pelo aparecimento da classe de comerciantes? Foi a doutrina quem cedeu. Não de uma só vez, evidentemente” (p.50)
“Assim, aos poucos foi desaparecendo a doutrina da usura da Igreja, e “a prática comercial diária” passou a predominar. Crenças, leis, formas de vida em conjunto, relações pessoais — tudo se modificou quando a sociedade ingressou em nova fase de desenvolvimento” (p.51)
Capitulo 5: O Camponês rompe amarras. (pp.52-62)
	“Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do comércio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos. Surge, portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo... Em toda a História o crescimento do mercado constitui sempre um tremendo incentivo ao crescimento da produção” (p.52)
“atraídos pela isca da liberdade e da propriedade milhares de pioneiros... ... vieram preparar caminho para o trabalho do arado e da enxada, queimando a vegetação rasteira e parasitária, abrindo florestas com o machado e levantando as raízes com a picareta”. Dessa forma, a Europa teve a sua “marcha para oeste”... Tal como os pioneiros americanos transformaram o deserto numa região de fazendas, os pioneiros europeus esgotaram os pântanos, construíram diques contra a invasão da terra pelo mar, limparam as florestas e transformaram as terras assim recuperadas em campos de cereais florescentes” (p.53)
“a luta foi longa e árdua, mas a vitória significou a liberdade e a possibilidade de ser, total ou parcial- mente, dono de um pedaço de terra, isento do pagamento do cansativo trabalho a que sempre estavam obrigados” (p.53-54)
“O mercado crescera tanto que qualquer colheita superior às necessidades do camponês e do senhor poderia ser vendida. Em troca, o camponês podia obter dinheiro” (p.55)
“Se trabalhasse mais, fizesse colheitas superiores às suas necessidades, poderia reunir algum dinheiro com o qual — talvez — lhe fosse possível pagar em dinheiro os serviços que devia ao senhor... O senhor realmente não tinha alternativa, pois se não aliviasse as obrigações dos servos, era muito possível que alguns deles fugissem, deixando-o sem dinheiro e trabalho” (p.56)
“Não devemos supor, porém, que todos os senhores considerassem vantajoso conceder liberdade aos servos, tal como não devemos supor que todos os senhores estivessem dispostos a abrir mão de seus direitos feudais sobre as cidades crescentes... Era de esperar que a Igreja liderasse um movimento de libertação dos servos. Mas, pelo contrário, o principal adversário da emancipação, tanto na cidade como no campo, não foi a nobreza, e sim a Igreja” (p.57)
“há muitos indícios de que, de todos os latifundiários, as ordens religiosas eram os mais severos — não os mais agressivos, mas os mais apegados aos seus direitos; defendiam a manutenção das condições feudais e dos direitos sobre as aldeias. Essa instituição imortal, mas sem alma, com sua riqueza de registros minuciosos, não cedia uma polegada, nem libertava nenhum servo ou arrendatário” (p.57-58)
“Foi em vão que os senhores obstinados e a Igreja lutaram contra a emancipação... A Peste Negra foi um grande fator para a liberdade... A Peste Negra, porém, matou mais gente na Europa, no século XIV, do que a 1 Guerra Mundial” (p.58)
“Com a morte de tanta gente, era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos. Trabalhadores podiam pedir e receber mais pelo seu trabalho... As revoltas dos camponeses do século X foram diferentes. A escassez do trabalho dera aos trabalhadores agrícolas uma posição forte, despertando neles um sentimento de poder. Numa série de levantes em toda a Europa ocidental, os camponeses utilizaram esse poder numa tentativa de conquistar pela força as concessões que não podiam obter — ou conservar — de outro modo” (p.60)
“Em lugares onde a terra, até então, só era cedida ou adquirida à base de serviços mútuos, surgiu uma nova concepção de propriedade agrária. Grande número de camponesa teve liberdade de se movimentar, e vender ou legar sua terra, embora tivessem de pagar certa importância para isso... Em lugares onde a terra, até então, só era cedida ou adquirida à base de serviços mútuos, surgiu uma nova concepção de propriedade agrária. Grande número de camponesa teve liberdade de se movimentar, e vender ou legar sua terra, embora tivessem de pagar certa importância para isso” (p.62)
 
 
 Fichamento do livro: História da Riqueza do Homem
 
 RECIFE/2013

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