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Aula 3 de Direito Tributário - UGF

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Direito Tributário e Finanças Públicas
Prof. Leonardo Pessoa
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AULAS
Aula 01: Apresentação da Disciplina. Conteúdo Programático. Forma de avaliação. Bibliografia básica. Introdução ao Direito Tributário
Aula 02: O Estado e o Poder de Tributar
Aula 03: Tributos: conceito, natureza, espécies. Função dos Tributos
Aula 04: Princípios Jurídicos da Tributação
Aula 05: Princípios Constitucionais da Tributação
Aula 06: Obrigação Tributária: conceito e espécies. Natureza Jurídica
Aula 07: Fato Gerador da Obrigação Tributária
Aula 08: Sujeito Ativo e Passivo da Obrigação Tributária. Responsabilidade
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CONCEITO DE TRIBUTO
RECEITA DERIVADA QUE O ESTADO ARRECADA MEDIANTE EMPREGO DE SUA SOBERANIA, NOS TERMOS FIXADOS EM LEI, INDEPENDENTE DA EXISTÊNCIA DE CONTRAPRESTAÇÃO, DESTINANDO-SE AO CUSTEIO DAS FINALIDADES QUE LHE SÃO PRÓPRIAS. (Luiz Emygdio)
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NATUREZA DO TRIBUTO
Ingressos Públicos
Entradas
Receitas Públicas
Receitas Públicas Originárias
(ou Voluntárias)
Receitas Públicas Derivadas
(ou Coercitivas)
Empréstimos
Cauções
Receitas Públicas Transferidas
Doações
Preços 
Públicos
Multas
Tributos
Voluntárias
Obrigatórias
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EXERCÍCIO
José, ao falecer, deixou legado ao Município A, como gratidão pelo excelente tratamento que teve em hospital municipal. O Município, ao aceitar o legado, recebeu: (Procurador TCE/PI – 2005)
 bem vacante.
 receita tributária.
 indenização.
 caução.
 receita originária.
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
(ART. 3º CTN)
TRIBUTO É TODA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA, EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR, QUE NÃO SE CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO, INSTITUÍDA EM LEI E COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA.
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Prestação Pecuniária: Não há mais nos sistemas tributários modernos o tributo in natura ou in labore. 
OBS 1:Não são tributos: Serviço Militar obrigatório, Mesário nas Eleições ou Júri no Tribunal.
OBS 2: LC 104/01 acrescentou no artigo 156, XI do CTN a possibilidade de dação em pagamento em bens imóveis.
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Prestação Compulsória: O dever de pagar tributo nasce independentemente da vontade. É uma obrigação “ex lege”. 
OBS: Não são tributos: Foro, Laudêmio, Royalties, Compensação Financeira, tarifa de água e esgoto (s. STJ 407 e 412), DPVAT (s. STJ 405). As custas e emolumentos SÃO tributo (ADI 1.378-5/ES)
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Não constitua sanção de ato ilícito: O tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como hipótese de incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre algo lícito. 
OBS: Não se conclua, por isso, que um rendimento auferido em atividade ilícita não está sujeito ao tributo.
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Instituída em Lei: Só a lei pode instituir o tributo. Isto decorre do princípio da legalidade, prevalente no Estado de Direito. 
OBS: Em princípio, a lei será ordinária, mas o constituinte autoriza lei complementar e medida provisória.
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DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: A autoridade administrativa não pode preencher com seu juízo pessoal, subjetivo, o campo de indeterminação normativa. Nada fica a critério da autoridade.
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EXERCÍCIO
Sobre o conceito de tributo construído a partir da definição do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que tributo: (Procurador/SE-2005)
 pode constituir sanção de ato ilícito.
 está submetido à reserva legal.
 pode ser pago por intermédio de prestação de serviços de qualquer natureza.
 deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária.
 é toda prestação pecuniária facultativa.
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Teoria Tripartite (art. 5º CTN): Imposto (art. 16 CTN e 145, I CF); Taxas (art. 77 CTN e 145, II CF) e Contribuição de Melhoria (art. 81 CTN e 145, III CF)
Teoria Pentapartite: Além dos tributos elencados no artigo 5º CTN e 145 CF, APÓS A CF/88, devem ser considerados tributos o Empréstimo Compulsório (art. 148 CF) e Contribuições Especiais (art. 149 CF)
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Imposto: É o tributo exigível independentemente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (art. 145, I, da CF e art. 16, do CTN). Sua receita não deve ter destinação específica (art. 167, IV, da CF).
Taxa: É o tributo exigível em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN). A taxa destina-se a custear o relativo serviço público (art. 145, II, da CF). Não poderá ter base de cálculo própria de impostos.
Contribuição de melhoria: É o tributo exigível em decorrência de obra pública (art. 145, III, da CF) que implique valorização imobiliária. Destina-se a custear a obra realizada (arts. 81 e 82 do CTN. Além das regras do CTN, existem regras específicas no Decreto-lei n. 195/67.
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Empréstimo Compulsório: A União, mediante lei complementar, poderá instituir emprestimos compulsórios: (I) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e (II) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. (art. 148 da CF c/c art. 15 do CTN)
Contribuições especiais: (art. 149 CF)
Contribuições sociais: Consistem em instrumentais gerais (FGTS, Salário Educação, SENAI, SENAC, SESC etc) e para a Seguridade Social (INSS, PIS, COFINS, CSLL, CPMF) - estas últimas destinam-se a financiar a Seguridade Social. (art. 149, § 1º, 194, 195 CF e 74,75, 84 e 90 ADCT)
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): Intervenção no Domínio Econômico em razão do descompasso efetivo ou potencial do mercado. Serve para instrumentalizar a intervenção e dar efetividade às políticas econômicas. (art. 149, § 2º e 177 CF)
Contribuição no interesse das categorias econômicas e profissionais: Pode ser profissional ou econômica; contribuição compulsória destinada às entidades privadas (sindicatos, CRM, CRO, CREA, CRC, OAB, etc.). (art. 149)
Contribuição para o custeio da iluminação pública: Destinada ao custeio da iluminação pública, de competência dos Municípios e do Distrito Federal. (art. 149-A)
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NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
A denominação e demais características formais adotadas pela lei;
A destinação legal do produto da sua arrecadação.
(artigo 4º do CTN)
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
Quanto à competência impositiva: Federais, Estaduais e Municipais
Quanto à vinculação com a atividade estatal: 
vinculados (taxas, contribuições de melhoria e empréstimo compulsório e contribuições especiais) e
não-vinculados (impostos)
Quanto à função:
Fiscais: o objetivo principal é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado.
Extrafiscais: o objetivo principal é a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros. 
Parafiscais: o objetivo principal é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas.
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JURISPRUDÊNCIA
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. TIP - TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. INCONSTITUCIONALIDADE.A orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a Taxa de Iluminação Pública é inconstitucional, uma vez que seu fato gerador tem caráter inespecífico e indivisível.Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega provimento.” (AI 479587 AgR / MG - MINAS GERAIS)
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JURISPRUDÊNCIA
“EMENTA:PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ADMINISTRATIVO. PEDÁGIO. CARACTERIZAÇÃO COMO TRIBUTO (TAXA) OU PREÇO PÚBLICO....Para concluir que a exação em exame era tributo da espécie taxa, o acórdão recorrido foi categórico ao afirmar que o motorista não tinha opção a não ser trafegar
pelas estradas com pedágio....” (AI 531529 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL)
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JURISPRUDÊNCIA DO STJ
412 - A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
407 - É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.
405 - A ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em três anos.
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JURISPRUDÊNCIA DO STF
666 – A contribuição confederativa de que trata o artigo 8º IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
668 – É inconstitucional a lei municipal qeu tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
670 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
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SÚMULAS VINCULANTES
12 - A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
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EXERCÍCIOS
Quando tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, diz-se que o tributo é não-vinculado. Nesse sentido, é tributo não-vinculado (OAB/RJ - Maio/2007)
 
A - a CIDE.
B - a contribuição de melhoria. 
C - a contribuição de iluminação pública.
D - o imposto de renda. 
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EXERCÍCIO
A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública pode (OAB - Dezembro/2009)
 
A - ser cobrada na fatura de consumo de energia elétrica.
B - ser instituída pelos estados e pelo DF.
C - ter alíquotas máximas e mínimas fixadas pelo Senado Federal.
D - ser cobrada no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei que a instituir.

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