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Universidade Camilo Castelo Branco Naiara Baum EXPERIMENTO GESTALT TERAPIA São Paulo 2014 Universidade Camilo Castelo Branco Naiara Baum EXPERIMENTO GESTALT TERAPIA Trabalho Experimento, na disciplina de Gestalt Terapia Universidade Camilo Castelo Branco. Docente Responsável: Livia São Paulo 2014 O EXPERIMENTO Na Gestalt Terapia o experimento é um método utilizado pelo terapeuta para que o paciente alcance o awareness “estado de consciência.” Um experimento é um ato criativo, uma peça única, irrepetível. Nasce da particularidade individual do cliente e evolui segundo os desígnios da intuição e da técnica do condutor. È um trabalho a quatro mãos, guardadas as especificidades do papel de cada um. O objetivo do experimento é favorecer ao cliente a substituição de seu habitual controle e deliberação por excitação e contato, de modo a favorecer a aquisição de algo novo (Filho, p 36). No experimento, é possível que a pessoa se explore de forma ativa, fazendo com que o consultório se torne um laboratório vivo, em que ele se investiga de forma realista, sem medo de criticas ou rejeição. Objetivo do Experimento • Expandir o repertório de comportamentos do cliente e da percepção sobre si mesmo; • Criar condições nas quais o cliente pode ver sua vida como sua criação pessoal (assumindo a autoria de sua terapia). Estimular e propiciar a aprendizagem a partir da sua própria criação. • Completar situações inacabadas e superar bloqueios dentro do ciclo de formação e destruição de gestalten. • Integrar as compreensões intelectuais com as expressões motoras; • Descobrir polaridades das quais não se tem consciência; • Fortalecimento do auto-suporte. Evolução do Experimento È uma construção muita complexa, um empreendimento cooperativo, que segue uma forma reguladora da seguinte sequência: Estabelece a base do trabalho; Negociar um consenso entre terapeuta e cliente; Graduar o trabalho de acordo com as dificuldades percebidas no cliente; Trazer a tona a awareness do cliente Localizar a energia do cliente Focar a awareness e a energia para o desenvolvimento de um tema Gerar auto suporte para o cliente e para o terapeuta Escolher um experimento em particular Realizar o experimento Questionar o cliente: insight e conclusão. Podem existir variáveis que alterem esta ordem, porém a mesma pode serve como uma referência a ser seguida. Cada experimento é único e impossível de ser repetido, pois se refere a uma pessoa específica em um momento específico. A estrutura do experimento se compõe de etapas que se sobrepõem em sua evolução, podendo acontecer em uma sequencia diferente conforme a situação: Identificação e preparo do terreno: são as exposições iniciais dos clientes as quais o terapeuta tem que estar preparado para explorar a perspectiva de outras pessoas. O acolhimento e o bom rapport são fundamentais para a comunicação livre do cliente, sendo que esta é a chave para a estruturação do campo onde se constrói o experimento. Consenso: é um acordo que se faz com o cliente no qual ele consente, aceitando participar do experimento. Sem o consentimento integral do cliente, o experimento se esvazia, portanto, o terapeuta deve estar atento e verificar com o cliente a sua disponibilidade para realizar o experimento. Caso se sinta inseguro, o cliente pode recusar-se a experimentar a proposta do terapeuta e este por sua vez pode fazer uma proposta que pareça mais segura ao cliente até que ambos cheguem a um acordo possível. O terapeuta pode também discutir o motivo da recusa, trabalhando com a resistência do cliente, quando for o caso. Gradação: é a dosagem do grau de dificuldade da tarefa proposta pelo terapeuta ao cliente. A dificuldade pode ser aumentada ou diminuída pelo terapeuta assim como a complexidade, de forma que o cliente seja bem sucedido na atividade. O grau ideal de uma tarefa é o equilíbrio onde a tarefa seja desafiadora o suficiente para levar ao aumento da awareness e ao mesmo tempo confortável o suficiente para que o cliente se sinta seguro ao realizá-la. Awareness: É um elemento básico para a construção do experimento, um procedimento empregado pelo terapeuta deve estar pautado num diagnóstico da awareness disponível ao cliente no presente para que possa então se falar em ampliação da awareness através do experimento proposto. Energia: pode ser entendida como a força motriz necessária para a realização do trabalho. O terapeuta deve observar a forma dos movimentos, a respiração, à cor da pele, a postura, o olhar, isto é, as reações presentes no cliente. Inclui-se na energia a excitação, a indiferença, a desvitalização de uma parte do corpo, entre tantas outras manifestações. Foco: O foco surge de uma temática, mas não se restringe ao tema. É o comprometimento em conjunto do terapeuta e do cliente com a tarefa e o comportamento condizente a ela. É a sintonia entre o objetivo e a ação do cliente e do terapeuta na tarefa em questão. Construção de auto-ajuda: são as medidas tomadas pelo psicoterapeuta para melhor executar a sua tarefa, como por exemplo, a sua posição corporal, a posição dos móveis, a adequação do ambiente, suas condições de realização da atividade. Tema: é o conteúdo da sessão expresso pelo cliente, ainda que este não o identifique. É a essência da preocupação do cliente, o assunto que ele aborda diretamente ou nas entrelinhas. Após a realização do experimento, é ideal que o cliente possa processar o tema trazido para que possa rearticulá-lo. Escolha do experimento: é a definição da modalidade do experimento, sendo esta uma responsabilidade do terapeuta. A escolha do experimento se baseia na awareness do terapeuta e deve ser consonante com a necessidade, limitações e recursos do cliente. Insight e conclusão: é a finalização do experimento e se dá quando o cliente demonstra uma nova compreensão através da experiência vivida. O terapeuta não deve neste momento intervir na compreensão do cliente, ainda que esta esteja aquém da riqueza da vivência, pois o cliente precisa se familiarizar aos poucos com as suas descobertas. Algo que para o terapeuta pode ser evidente e simples pode ser de difícil assimilação para o cliente, portanto é necessário respeitar o seu ritmo. � PAGE �4� � PAGE �5�
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