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006 Respostas Caso Concreto 106802 - Redação Jurídica CCJ0052

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Redação Jurídica – CCJ0009
Prof.ª Maria Geni de Almeida Fortunato genifortunato@yahoo.com.br
Cel.: (22) 9269-5064 - Tel.: (22) 2732-2661.
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618.
006 Resposta Caso Concreto 106802
Ao parecerista cabe compreender a totalidade dos eventos relevantes ocorridos e selecionar tudo quanto possa orientar uma opinião técnica, justa, fundamentada.
Em outras palavras, é função de um parecerista apreciar com cautela todas as informações recebidas e conjugá-las em uma narrativa imparcial que auxiliará na compreensão do conflito jurídico.
 
Questão - Leia o caso concreto que segue e produza um relatório jurídico adequado a um parecer em grau de recurso, ou seja, um parecer que instrua o pedido de reforma da sentença.
 
Juiz manda soltar grávida que tentou furtar xampu.
Um juiz de Goiás aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico) e mandou soltar mulher que furtou xampu de supermercado. "Tanto no aspecto jurídico quando no social não se depreende que a prisão da indiciada seja recomendada", afirmou em seu despacho o juiz Wilson Safatle, que considerou tratar-se de crime de bagatela e mandou expedir o alvará de soltura da mulher.
A doméstica Regina Rocha de Carvalho foi presa em flagrante no sábado (21/1), quando tentava furtar um xampu do supermercado Bom Preço, de Goiânia. A tentativa de furto foi notada pelo proprietário do estabelecimento. Segundo ele, Regina pegou alguns produtos, pelos quais pagou devidamente, mas guardou na blusa um xampu, que custa R$ 3,75. Surpreendida, Regina foi detida e encaminhada à delegacia, onde foi presa.
O juiz observou que, ao depor, a mulher confessou o crime e se disse arrependida. Também levou em consideração o fato de tratar-se de pessoa que possui apenas o primeiro ano primário, estar desempregada, grávida e ser responsável pela mãe, que é cega. Além disso não tinha antecedentes criminais. Ele acrescentou que o supermercado não sofreu maiores prejuízos já que recuperou o xampu.
Processo 2006.002.610.20
Revista Consultor Jurídico, 24 de janeiro de 2006.
Resposta:
PARECER JURÍDICO
EMENTA
TENTATIVA DE FURTO – crime de menor potencial ofensivo – princípio da insignificância – sentença absolutória indevida - aplicação de medida socioeducativa – Reforma da sentença.
RELATÓRIO
Trata-se da tentativa de furto cometido por Regina Rocha Carvalho, doméstica, desempregada e grávida, no sábado (21/01), no supermercado Bom Preço em Goiânia, GO.
O proprietário do estabelecimento notou a tentativa de furto e deteve a suspeita, pois segundo ele, a ladra comprou alguns produtos, pelos quais pagou devidamente, mas escondeu na blusa um xampu, que custa R$ 3,75.
A autora do ilícito foi presa em flagrante e por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, o juiz Wilson Safatle, em sua fundamentação, levou em consideração o fato da ré se tratar de uma pessoa que possui apenas o primeiro ano primário, estar desempregada, grávida e ser responsável pela mãe, que é cega. Além disso, não tinha antecedentes criminais.
Em sentença absolutória, aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico), haja vista o crime de bagatela, mandou expedir o alvará de soltura da mulher.
Eis o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
A única questão suscitada é a possibilidade de ser a sentença reformada para aplicação de medida socioeducativa, cumprindo o Estado com a sua função educadora.
Não se pode deixar de levar em conta que o ato infracional em discussão foi praticado na presença de diversas pessoas e como tal necessita de alguma correção.
As medidas socioeducativas visam precipuamente adequar o comportamento do adolescente infrator aos padrões sociais, no sentido de colaborar para sua formação psicossocial, oferecendo supedâneo para um desenvolvimento pleno, auxiliando na formação de um cidadão apto a exercer todas as suas virtudes. Devem portanto ter conteúdo pedagógico, procurando integrar o cidadão à família e à comunidade.
O cidadão que pratica ato infracional deve receber a medida socioeducativa (e não pena) adequada à sua conduta, capaz de interferir no seu processo de desenvolvimento e amadurecimento, buscando sempre oferecer ao ser humano melhor compreensão da realidade, procurando desperta-lhe o interesse pelo estudo e pelo trabalho, a fim de promover a efetiva integração social.
Por isso, tenho que a alternativa de prestar serviço voluntário em instituição beneficente, ao mesmo tempo em que se alimente e seja reeducada é a medida socioeducativa mais adequada na espécie. Até porque, a imposição de qualquer outra medida mais branda, além de insuficiente, poderá apresentar um caráter de impunidade, máxime levando-se em conta que a ré praticaram uma tentativa de furto.
CONCLUSÃO
Pelo exposto, tendo em vista o estrito cumprimento da lei, deve a sentença absolutória ser reformada em pena alternativa, para que a ré preste serviço voluntário, durante 30 dias na Associação Beneficente Mais Vida, e possa participar dos seminários sobre a responsabilidade da mulher grávida e também efetuar suas refeições neste estabelecimento.
É o parecer.
30 de agosto de 2013, Campos dos Goytacazes, RJ
Crevelino Pereira França Filho.
Resposta corrigida:
PARECER JURÍDICO
EMENTA
TENTATIVA DE FURTO – crime de menor potencial ofensivo – princípio da insignificância – sentença absolutória indevida - aplicação de medida socioeducativa – Reforma da sentença.
RELATÓRIO
Trata-se da tentativa de furto cometido por Regina Rocha Carvalho, doméstica, no sábado (21/01), no supermercado Bom Preço em Goiânia, GO.
A doméstica comprou e pagou alguns produtos, escondendo na blusa um xampu, que custa R$ 3,75. O ato foi notado pelo proprietário do estabelecimento que a deteve.
Levada para a delegacia local, e foi presa e no julgamento, o juiz Wilson Safatle, em sua fundamentação, considerou o fato da mesma não possuir antecedentes criminais.
Em sentença absolutória, por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico), haja vista o crime de bagatela, mandando expedir o alvará de soltura da mulher.
Eis o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
A única questão suscitada é a possibilidade de ser a sentença reformada para aplicação de medida socioeducativa, cumprindo o Estado com a sua função educadora.
Não se pode deixar de levar em conta que o ato infracional em discussão foi praticado na presença de diversas pessoas e como tal necessita de alguma correção.
As medidas socioeducativas visam precipuamente adequar o comportamento do adolescente infrator aos padrões sociais, no sentido de colaborar para sua formação psicossocial, oferecendo supedâneo para um desenvolvimento pleno, auxiliando na formação de um cidadão apto a exercer todas as suas virtudes. Devem portanto ter conteúdo pedagógico, procurando integrar o cidadão à família e à comunidade.
O cidadão que pratica ato infracional deve receber a medida socioeducativa (e não pena) adequada à sua conduta, capaz de interferir no seu processo de desenvolvimento e amadurecimento, buscando sempre oferecer ao ser humano melhor compreensão da realidade, procurando desperta-lhe o interesse pelo estudo e pelo trabalho, a fim de promover a efetiva integração social.
Por isso, tenho que a alternativa de prestar serviço voluntário em instituição beneficente, ao mesmo tempo em que se alimente e seja reeducada é a medida socioeducativa mais adequada na espécie. Até porque, a imposição de qualquer outra medida mais branda, além de insuficiente, poderá apresentar um caráter de impunidade, máxime levando-se em conta que a ré praticaram uma tentativa de furto.
CONCLUSÃO
Pelo exposto, tendo em vista o estrito cumprimento da lei, deve a sentença absolutória ser reformada em pena alternativa, para que a ré preste serviço voluntário, durante 30 dias na AssociaçãoBeneficente Mais Vida, e possa participar dos seminários sobre a responsabilidade da mulher grávida e também efetuar suas refeições neste estabelecimento.
É o parecer.
30 de agosto de 2013, Campos dos Goytacazes, RJ
Crevelino Pereira França Filho.

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