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Raissa de Oliveira da Silva ( Casos concretos)

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Nome: Raissa de Oliveira da Silva Matéria: Teoria do Direito Penal
Matrícula: 201908516917 Professor: Alberto Junior
· Casos concretos e ativiade de campo, solicitados pelo professor :
· Caso concreto I:
A partir dos estudos sobre as missões e características do Direito Penal no Estado Democrático de Direito, é correto afirmar que: 
 A) A criminalização secundária tem como características a igualdade e a abstração, uma vez que a lei penal é genérica e a todos dirigida.
 B) Pode-se afirmar, no tocante aos objetivos e às missões do Direito Penal, que a opinião majoritária considera que a missão do Direito Penal é a de proteger bens jurídicos de possíveis lesões ou perigos, sendo que tais bens devem ser aqueles que permitem assegurar as condições de existência da sociedade, a fim de garantir os aspectos principais e indispensáveis da vida em comunidade. 
C) Destacam-se dentre as missões do Direito Penal, aplacar o clamor popular através de instrumentos simbólicos de punição e aplicar a pena com o escopo único de retribuir ao criminoso o mal causado, pois a pena é intrinsecamente justa.
 D) A pena, exclusiva do Direito Penal, como visa ressocializar, seu uso é sempre salutar, devendo ser utilizada mesmo nos conflitos mais simples
 E) Na aplicação da lei penal, o julgador, preocupado com a legitimação da atividade jurisdicional e com a adesão social a seus atos, deve orientar suas decisões em conformidade com o consenso geral da população.
Resposta: A alternativa correta é a letra B. Resposta baseada na seguinte doutrina:
‘’ [...] Das necessidades humanas decorrentes da vida em sociedade surge o direito, que visa garantir condições indispensáveis à coexistência pacífica. 
 O fato que contraria a norma lega, ofendendo ou pondo em perigo um bem jurídico tutelado, é um ilícito jurídico e poderá ter conseqüências em vários ramos do direito. 
O direito penal constitui uma das espécies do sistema de controle social formal. Possui regras e princípios especiais, devendo ser utilizado apenas como ultima ratio, ou seja, para os casos de ofensas graves aos bens jurídicos fundamentais, os mais sensíveis à sociedade.
 Os princípios penais decorrem da Constituição Federal de 1988 que deu forma, na República Federativa do Brasil, a um tipo de estado designado como Estado Democrático de Direito. ”
 ( Maurício de Luciano de Almeida e Silva, 2015, p. 16)
Jurisprudência:
Processo
RHC 70141 / RJ
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS
2016/0110354-5
Relator(a)
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ (1158)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
07/02/2017
Data da Publicação/Fonte
DJe 16/02/2017
Ementa
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. POSSE E PORTE ILEGAL DE ARMAS DE
FOGO E MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO. AUSÊNCIA DE CERTIFICADO FEDERAL.
DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL. IRRELEVÂNCIA. CONDUTA TÍPICA. TRANCAMENTO
DO PROCESSO IMPOSSIBILIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. O trancamento do processo em habeas corpus somente é cabível
quando ficarem demonstradas, de plano, a atipicidade da conduta, a
absoluta falta de provas da materialidade do crime e de indícios de
autoria ou a existência de causa extintiva da punibilidade.
2. É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo
autorizado a portar ou possuir arma de fogo, não observa as
imposições legais previstas no estatuto do Desarmamento, que impõem
registro das armas no órgão competente.
3. É incabível a aplicação do princípio da adequação social, segundo
o qual, dada a natureza subsidiária e fragmentária do direito penal,
não se pode reputar como criminosa uma ação ou uma omissão aceita e
tolerada pela sociedade, ainda que formalmente subsumida a um tipo
legal incriminador. Possuir armas de fogo e munições, de uso
permitido, sem certificados federais e que só vieram a ser
apreendidas pelo Estado após cumprimento de mandado de busca e
apreensão, não é uma conduta adequada no plano normativo.
4. Por fim, sob a ótica do princípio da lesividade, o recorrente não
preenche os vetores já assinalados pelo Supremo Tribunal Federal
para o reconhecimento do princípio da insignificância, tais como a
mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da
ação, reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e
inexpressividade da lesão jurídica provocada, ante os armamentos
apreendidos (dois revólveres calibre 38 e 48 munições).
5. Recurso não provido.
 
· Caso Concreto II:
Sobre os princípios norteadores e garantidores do Direito Penal, assinale a opção INCORRETA:
 A) A ideia de que o Direito Penal, deve tutelar os valores considerados imprescindíveis para a sociedade, e não todos os bens jurídicos, sintetiza o princípio da intervenção mínima.
 B) A tipificação de condutas somente terá por premissa critérios formais, não sendo questionada à luz dos princípios constitucionais.
 C) Segundo o princípio da lesividade somente pode ser considerada lesiva a conduta que, sendo capaz de extrapolar a esfera interna do agente, não configure uma autolesão, não sancione o agente pelo o que ele é e tampouco não configure uma real lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado.
 D) A aplicação do princípio da insignificância tem por finalidade excluir ou de afastar a própria tipicidade penal.
 E) O princípio da proporcionalidade das penas aplica-se tanto na criminalização das condutas, quanto na aplicação da pena pelo juiz.
Resposta: A alternativa correta é a letra B. Resposta baseada na seguinte doutrina: 
”[...] Os princípios constitucionais possuem a função de orientar, organizar e estruturar o ordenamento jurídico, especialmente quanto a aplicação do direito e interpretação da norma jurídica. 
 Neste sentido, aliás, já se disse que “ os princípios constitucionais e as garantias individuais devem atuar como balizas para a correta interpretação e o justo emprego das normas penais, não se podendo cogitar de uma aplicação meramente robotizada dos tipos incriminadores...’’
( Direito Penal I, Maurício Luciano de Almeida e Silva, 2015, p. 22).
Jurisprudência:
Processo
AgRg no REsp 1848479 / CE
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2019/0340743-6
Relator(a)
Ministro FELIX FISCHER (1109)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
28/04/2020
Data da Publicação/Fonte
DJe 04/05/2020
Ementa
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INSERÇÃO DE DADOS
FALSOS EM SISTEMA DO INSS. DOSIMETRIA. EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE
QUANTO À CULPABILIDADE, CIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQUÊNCIAS DO CRIME.
FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM. POSSIBILIDADE. BIS IN IDEM.
INOCORRÊNCIA. NEXO DE CAUSALIDADE. OBSERVÂNCIA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
I - A dosimetria da pena, quando imposta com base em elementos
concretos e observados os limites da discricionariedade vinculada
atribuída ao magistrado sentenciante, impede a revisão da reprimenda
por esta Corte Superior, exceto se for constatada evidente
desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em
que caberá a reapreciação para a correção de eventual desacerto
quanto ao cálculo das frações de aumento e de diminuição e a
reavaliação das circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do
Código Penal.
II - "A fundamentação per relationem é válida, inexiste óbice à
utilização de elementos contidos em manifestações ministeriais ou em
sentença, não havendo que se falar em violação aos princípios do
contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal pelo
emprego da técnica. Precedentes" (AgRg no REsp n. 1.848.688/PR,
Quinta Turma, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador
Convocado do TJPE), DJe de 18/2/2020).
III - In casu, o aumento da pena-base pela negativação da
culpabilidade mostra-se, de fato, fundamentado, pois considerados o
modus operandi na execução do delito, que ultrapassa o previsto no
tipo penal, a evidenciar a periculosidade do agente e
reprovabilidade da conduta que ultrapassa as elementares do tipo
penal. Dessa forma,o acórdão da origem consignou expressamente os
motivos que acarretaram a exasperação da pena-base, não havendo
tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
IV - Lado outro, não comportam censura por este Tribunal a valoração
negativa das circunstâncias e consequências do crime pelo qual foi o
recorrente condenado, na medida em que resultou em prejuízo de
elevada quantia, bem como porque "as circunstâncias da conduta
criminosa já foram amplamente descritas nesta sentença. O condenado
enganou e iludiu diversas pessoas humildes, levando-as a acreditar
no direito à aposentadoria, o que certamente provocou uma mudança no
planejamento de suas vidas, inclusive quanto à possibilidade de
inserção regular no sistema protetor da Previdência Social. Ademais,
pode-se registrar o fato de o crime ter sido cometido em detrimento
da Previdência Social, que, pela escassez de seus recurso, é
obrigada a orientar-se pelos princípios da seletividade e
distributividade na prestação de benefícios e serviços, o que
inegavelmente afeta o equilíbrio do sistema previdenciário. A
propósito disso, cabe destacar que a conduta causou um prejuízo no
montante de R$ 576.841.68, em valores históricos de 2005" (fl. 679),
o que constitui base empírica idônea para a elevação da basal em 9
(nove) meses em relação ao mínimo legal, que se mostra proporcional
e razoável às circunstâncias do caso concreto. Precedentes.
V - Assim, não se verifica a ocorrência de bis in idem porquanto a
valoração negativa das circunstâncias judiciais referentes à
culpabilidade, circunstâncias e consequências do crime se fundaram
em elementos fático-probatórios distintos.
VI - Não há que se falar em inobservância ao nexo de causalidade
apontado pela defesa pois, como bem asseverado pelo acórdão
recorrido, a partir da análise do arcabouço probatório constante dos
autos, no qual é soberana a Corte de origem, "as provas produzidas
nos autos (interrogatórios, depoimentos das testemunhas e
documentos) e minudentemente detalhadas na sentença convergem,
inequivocamente, para a autoria dos réus João dos Santos da Paz e
Bernardino Fernandes de Freitas na prática do crime previsto no art.
171, § 3º, do CP, e dos réus Marcelo Cavalcanti dos Santos e Maria
Leonide de Carvalho no cometimento do delito do art. 313-A do CP"
(fl. 676). Ademais, sequer foi apontado no apelo raro a violação ao
art. 13 do Código Penal, o que evidencia a prescindibilidade de
maiores argumentos quanto a essa tese defensiva.
Agravo regimental desprovido.
· Caso Concreto III
Em 05/10/2018, Lúcio, com o intuito de obter dinheiro para adquirir uma moto em comemoração ao seu aniversário de 18 anos, que aconteceria em 09/10/2018, sequestra Danilo, com a ajuda de um amigo ainda não identificado. No mesmo dia, a dupla entra em contato com a família da vítima, exigindo o pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para sua liberação. Duas semanas após a restrição da liberdade da vítima, período durante o qual os autores permaneceram em constante contato com a família da vítima exigindo o pagamento do resgate, a polícia encontrou o local do cativeiro e conseguiu libertar Danilo, encaminhando, de imediato, Lúcio à Delegacia. Em sede policial, Lúcio entra em contato com o advogado da família. Considerando os fatos narrados, o(a) advogado(a) de Lúcio, em entrevista pessoal e reservada, deverá esclarecer que sua conduta:
 A) não permite que seja oferecida denúncia pelo Ministério Público, pois o Código Penal adota a Teoria da Ação para definição do tempo do crime, sendo Lúcio inimputável para fins penais. 
B) não permite que seja oferecida denúncia pelo órgão ministerial, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir o tempo do crime, e, sendo este de natureza formal, sua consumação se deu em 05/10/2018.
 C) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na condição de imputável, pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma consumada.
 D) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na condição de imputável, pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma tentada, já que o crime não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, pois não houve obtenção da vantagem indevida.
Resposta: A alternativa correta é a letra C. Resposta baseada na seguinte doutrina: 
“Trata-se de crime formal, que se consuma com o sequestro, independentemente da obtenção da vantagem indevida, decorrente do resgate. A tentativa é admissível, pois se trata de crime plurissubsistente, passível de fracionamento.”
 ( José Nabuco Filho)
Jurisprudência:
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF - APR : APR 0165239-72.2009.807.0001 DF 0165239-72.2009.807.0001
PENAL. PROCESSO PENAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. DESCLASSIFICAÇÃO. CRIME CONSUMADO PARA CRIME TENTADO. INVIABILIDADE. CONSUMAÇÃO. INVERSÃO DA POSSE. PENA BASE. REDUÇÃO. ANTECEDENTES. PERSONALIDADE. DESPROPORCIONALIDADE. REDIMENSIONAMENTO DA REPRIMENDA, COM A FIXAÇÃO DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ART. 59, DO CPB, A SEREM VALORADAS NEGATIVAMENTE. 1. A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE ROUBO SE DÁ NO MOMENTO EM QUE OCORRE A INVERSÃO DA POSSE DA RES FURTIVA, AINDA QUE POR BREVE ESPAÇO DE TEMPO, NÃO HAVENDO, PORTANTO QUE SE FALAR EM TENTATIVA NO VETUSTO ENTENDIMENTO DA ESFERA DE VIGILÂNCIA DA VÍTIMA, PELO MODERNO ENTENDIMENTO DA COLENDA CORTE SUPERIOR. 2. O ENUNCIADO DA SÚMULA N. 444 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA FIRMOU O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DE QUE INQUÉRITOS POLICIAIS E AÇÕES PENAIS EM ANDAMENTO, NÃO PODEM SER CONSIDERADOS PARA AUMENTAR A PENA-BASE. 3. NÃO PODENDO SUBSISTIR O AUMENTO DA PENA-BASE, PELA VALORAÇÃO NEGATIVA DA PERSONALIDADE, PELA EXISTÊNCIA DE PROCESSOS EM ANDAMENTO EM DESFAVOR DO RÉU, POIS A PERSONALIDADE É A SÍNTESE DAS QUALIDADES MORAIS E SOCIAIS DO INDIVÍDUO, AS ANOTAÇÕES EM FOLHA DE ANTECEDENTES SÃO ELEMENTOS INSUFICIENTES PARA UMA CONCLUSÃO DE QUE A PERSONALIDADE DO AGENTE SEJA VOLTADA PARA A PRÁTICA DE CRIMES. 4. DEVE SER EXCLUÍDA A CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO SE, ALÉM DE NÃO HAVER REQUERIMENTO NA DENÚNCIA, NÃO SE CONCEDEU AO RÉU O CONTRADITÓRIO, NEM FOI-LHE PERMITIDO O EXERCÍCIO DA AMPLA DEFESA. 5. DEU-SE PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.
(TJ-DF - APR: 1652397220098070001 DF 0165239-72.2009.807.0001, Relator: ALFEU MACHADO, Data de Julgamento: 11/11/2010, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação: 22/11/2010, DJ-e Pág. 252)
· Caso Concreto IV: Atividade de Campo
Leia a notícia abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas
Feminicídio também abrange mulheres transexuais, decide Justiça do DF
 Determinação se deu a partir de caso de vítima agredida em lanchonete, em Taguatinga, no ano passado. Suspeitos ainda serão julgados.
Por Pedro Alves, G1 DF.
Determinação se deu a partir de caso de vítima agredida em lanchonete, em Taguatinga, no ano passado. Suspeitos ainda serão julgados.A 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TDJFT) rejeitou recurso e manteve como tentativa de feminicídio um crime cometido contra uma mulher transexual. A decisão foi unânime. Os suspeitos ainda serão julgados pelo crime. Ao analisar o caso, o desembargador Waldir Leôncio Lopes Júnior entendeu que a imputação do feminicídio se deveu ao menosprezo ou discriminação à condição de mulher trans da ofendida. 
O caso
 A decisão foi tomada no caso da estudante Jéssica Oliveira, vítima de tentativa de homicídio em abril do ano passado. Ela foi agredida por quatro pessoas dentro de uma lanchonete, em Taguatinga.O crime foi registrado por câmeras de segurança (veja acima). As imagens mostram que a transexual foi atingida com socos e pontapés. Os suspeitos também usaram cadeiras e uma pedra de 3 quilos para agredir a vítima. À época, a Polícia Civil decidiu indiciar os criminosos por tentativa de feminicídio. Foi o primeiro caso envolvendo umatransexual a ser tipificado dessa forma no DF.
Discussão na Justiça
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) também denunciou os acusados pelo crime e a acusação foi aceita pela Justiça. Os agressores recorreram da decisão, sob o argumento de que não poderiam ser acusados de tentativa de feminicídio, já que a vítima não é "biologicamente do sexo feminino". O MP, por sua vez, argumentou pela manutenção da denúncia, já que o crime foi praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino, em menosprezo e discriminação à condição de mulher.
"Dupla vulnerabilidade"
 Ao decidir sobre o caso, o desembargador Waldir Leôncio Lopes Júnior diz estar ciente da polêmica que envolve a questão. No entanto, segundo o magistrado, não se pode deixar de considerar a situação de dupla vulnerabilidade a que as pessoas transgêneros femininas, grupo ao qual pertence a ofendida, são expostas?. Por um lado, em virtude da discriminação existente em relação ao gênero feminino, e de outro, pelo preconceito de parte da sociedade ao buscarem o reconhecimento de sua identidade de gênero?, diz o relatório.
Lei Maria da Penha
 Em maio do ano passado, o TJDFT já havia entendido que a Lei Maria da Penha também é válida para transexuais. Polícia registra sete casos graves de violência doméstica durante o fim de semana, em Rondônia. À ocasião, o tribunal julgou o caso de uma mulher trans que foi agredida pelo ex-namorado após passeio com as amigas. O ataque teria sido motivado por ciúmes. Segundo o entendimento dos desembargadores, "uma vez que se apresenta dessa forma, a vítima também carrega consigo todos os estereótipos de vulnerabilidade e sujeição voltados ao gênero feminino, combatidos pela Lei Maria da Penha."
 Ante o exposto, com base nos estudos realizados nas aulas 1 a 4, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas:
a) Os desembargadores, ao considerarem uma mulher transexual como vítima de feminicídio se utilizaram de um recurso interpretativo ou integrativo? Diferencie interpretação analógica e analogia.
Resposta: Recurso integrativo, pois no ordenamento jurídico não há lei para feminicídio de transexual. A interpretação analógica é a adaptação das lacunas da lei, onde é feita uma comparação de casos concretos diferentes mas com um problema parecido para surgir a mesma resposta. Analogia FUNCIONA USANDO SEMELHANÇA ENTRE NORMAS, MAS DESTA VEZ NÃO INDICADAS NA MESMA 
 B) A matéria trata de feminicídio tentado praticado por quatro jovens menores de 18 anos. Caso a vítima viesse a falecer três meses após em decorrência das agressões sofridas, seria possível imputar tal delito aos envolvidos que tenham completado 18 anos antes do falecimento da vítima?
Resposta: Não, uma vez que o código adota a teoria da atividade ou seja crime é aquilo que ocorre durante a ação ou omissão, mesmo que o resultado seja outro. Logo eles responderão pelo resultado morte por meio do ato infracional análogo ao crime de homicídio, conforme está no estatuto da criança e do adolescente. 
 c)Caso a vítima viesse a falecer a caminho do hospital em decorrência da colisão da ambulância na qual se encontrava com um ônibus, o resultado morte seria imputado aos adolescentes?
Resposta: Sim, pois se não houvesse ocorrido as agressões ela não estaria ali. 
 d)Caso um policial estivesse presente no momento do crime e, por livre e espontânea vontade, decidisse não intervir na defesa da vítima, sua conduta teria relevância penal?
Resposta: Sim, pois se trata de omissão de socorro e por ser policial tem por lei a obrigação de cuidar. Caso a família venha tomar conhecimento o mesmo poderá sofrer um processo de preconceito pois conforme a questão da a entender que ele sabia que ela era trans. 
 ’’ [...] Consiste em aplicar-se a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um caso semelhante. Na analogia o fato não é regido por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma de caso análogo.’’
Jurisprudência: 
Classe do Processo:20180710019530RSE - (0001842-95.2018.8.07.0007 - Res. 65 CNJ) Registro do Acórdão Número: 1184804 Data de Julgamento: 04/07/2019 Órgão Julgador: 3ª TURMA CRIMINAL Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR Data da Intimação ou da Publicação: Publicado no DJE : 12/07/2019 . Pág.: 137/138 EMENTA: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PRONÚNCIA. FEMINICÍDIO TENTADO. VÍTIMA MULHER TRANSGÊNERO. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER. MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA PRESENTES. PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO.
Ainda, com base no roteiro de estudos desta aula e dos estudos realizados, solucione a questão abaixo: (XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)
 David, em dia de sol, levou sua filha, Vivi, de 03 anos, para a piscina do clube. Enquanto a filha brincava na piscina infantil, David precisou ir ao banheiro, solicitando, então, que sua amiga Carla, que estava no local, ficasse atenta para que nada de mal ocorresse com Vivi. Carla se comprometeu a cuidar da filha de David. Naquele momento, Vitor assumiu o posto de salva-vidas da piscina. Carla, que sempre fora apaixonada por Vitor, começou a conversar com ele e ambos ficam de costas para a piscina, não atentando para as crianças que lá estavam. Vivi começa a brincar com o filtro da piscina e acaba sofrendo uma sucção que a deixa embaixo da água por tempo suficiente para causar seu afogamento. David vê quando o ato acontece através de pequena janela no banheiro do local, mas o fecho da porta fica emperrado e ele não consegue sair. Vitor e Carla não veem o ato de afogamento da criança porque estavam de costas para a piscina conversando. Diante do resultado morte, David, Carla e Vitor ficam preocupados com sua responsabilização penal e procuram um advogado, esclarecendo que nenhum deles adotou comportamento positivo para gerar o resultado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que:
 A) Carla e Vitor, apenas, poderão responder por homicídio culposo, já que podiam atuar e possuíam obrigação de agir na situação.
 B) David, apenas, poderá responder por homicídio culposo, já que era o único com dever legal de agir por ser pai da criança.
 C) David, Carla, Vitor poderão responder por homicídio culposo, já que os três tinham o dever de agir.
 D) Vitor, apenas, poderá responder pelo crime de omissão de socorro.
Resposta: A alternativa correta é a letra C. Resposta baseada na seguinte doutrina. 
“É uma teoria que busca definir as bases de um conceito de conduta que possibilite o estabelecimento de limites ao poder de punir do Estado, perpassando, portanto, a sua construção, através de uma concepção de natureza onto-axiológica estruturada a partir de valores aceitos constitucionalmente, reconhecendo ser pré-típica, o que demandaria integração e respeito às estruturas lógico-objetivas, levando-se em consideração, sempre, o respeito à dignidade humana”. (YURI CARNEIRO COÊLHO, ENTREVISTA, Teoria da Conduta, 02/12/2014, Jornal Carta Forense)
 JURISPRUDÊNCIA: TJ-PA - AC: 00022997620068140000 BELÉM Relator: PRESIDENCIA P/ JUIZO DE ADMISSIBILIDADE Data de Julgamento: 25/06/2009 5ª CAMARA CIVEL ISOLADA Data de Publicação: 29/06/2009 EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MORAIS. MORTE DE AGENTE PRISIONAL POR SUPOSTO ENVENENAMENTO. NÃO REALIZAÇÃO DE EXAME PELO INSTITUTO MÉDICO LEGAL POR PERECIMENTO DAS AMOSTRAS COLETADAS. DESCASO DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA GUARDA. CAUSA DA MORTE DESCONHECIDA. CONDUTA OMISSIVA DO ESTADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. RECONHECIDA A NEGLIGÊNCIA. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
· Caso Concreto V:
Durante a madrugada, Lucas ingressou em uma residência e subtraiu um computador. Quando se preparava para sair da residência, ainda dentro da casa, foi surpreendido pela chegada do proprietário. Assustado, ele o empurrou e conseguiu fugir com a coisa subtraída. Na manhã seguinte, arrependeu-se e resolveu devolver a coisa subtraída ao legítimo dono, o que efetivamente veio a ocorrer. O proprietário, revoltado com a conduta anteriorde Lucas, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido. Intimado pelo Delegado para comparecer em sede policial, Lucas, preocupado com uma possível responsabilização penal, procura o advogado da família e solicita esclarecimentos sobre a sua situação jurídica, reiterando que já no dia seguinte devolvera o bem subtraído. Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá informar a Lucas que poderá ser reconhecido(a):
 A) a desistência voluntária, havendo exclusão da tipicidade de sua conduta.
 B) o arrependimento eficaz, respondendo o agente apenas pelos atos até então praticados.
 C) o arrependimento posterior, não sendo afastada a tipicidade da conduta, mas gerando aplicação de causa de diminuição de pena.
 D) a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada a tipicidade da conduta.
Resposta: A alternativa correta é a letra D . Resposta baseada na seguinte doutrina:
"(...) A pena será atenuada se o agente tiver procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou, antes do julgamento, reparado o dano. Não se pode confundir a primeira parte do dispositivo com a figura do arrependimento eficaz (art. 15 do CP). No arrependimento eficaz o agente esgota os atos executórios, mas impede a consumação do crime. Exemplo: depois de efetuar disparos de arma de fogo contra a vítima, com o intuito de matá-la, arrepende-se o agente e a leva ao hospital, salvando-a da morte. Trata-se de causa de exclusão da tipicidade, pois subsiste somente a responsabilidade penal pelos atos praticados. Não há tentativa, uma vez que o crime não se consumou por vontade do agente. Por sua vez, na atenuante genérica o crime se consuma, mas o seu responsável procura, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, impedir ou reduzir as suas consequências. Exemplo: o sujeito atropela e mata um pai de família, mas passa a pagar pensão mensal aos seus herdeiros. Atende-se à menor reprovabilidade que indica quem, passado o ímpeto da ação delituosa, procura, com eficácia, diminuir ou evitar as consequências de sua ação. Deve o arrependimento ocorrer logo após, ou seja, em intervalo de tempo que não pode ser exatamente quantificado e que se deve aferir pelos fundamentos da atenuação. Por outro lado, é preciso que o arrependimento se materialize por espontânea vontade. O arrependimento tem de ser eficaz. De nada valerão os esforços do agente se não conseguir ele efetivamente evitar ou diminuir as consequências. No campo dos crimes de trânsito, decidiu o STJ ser incabível essa atenuante genérica quando o responsável pelo acidente presta socorro à vítima, pois se cuida de dever legal do agente causador do delito, e seu cumprimento não importa mitigação da sanção. A parte final do dispositivo – 'ter, antes do julgamento, reparado o dano' – precisa ser diferenciada do arrependimento posterior (art. 16 do CP), causa obrigatória de diminuição da pena. Nesse, a reparação do dano ou restituição da coisa deve preceder o recebimento da denúncia ou da queixa, enquanto na atenuante genérica é possível a reparação do dano antes do julgamento em 1ª instância. Contudo, aqui também a reparação do dano deve ser integral e efetuada pelo réu livre de coação. Destarte, se o dano é reparado em razão de condenação no juízo civil, não se aplica a atenuante. Incide, contudo, o abrandamento da pena quando a vítima renunciar ao seu direito de crédito ou recusar injustificadamente a indenização. Fundamenta-se essa atenuante genérica em questões de política criminal, buscando estimular o acusado, mediante a diminuição de sua pena, a reparar o dano provocado a um bem jurídico penalmente tutelado." (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. p. 380-381). (grifos no original) "(...) A pena será atenuada se o agente tiver procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou, antes do julgamento, reparado o dano. Não se pode confundir a primeira parte do dispositivo com a figura do arrependimento eficaz (art. 15 do CP). No arrependimento eficaz o agente esgota os atos executórios, mas impede a consumação do crime. Exemplo: depois de efetuar disparos de arma de fogo contra a vítima, com o intuito de matá-la, arrepende-se o agente e a leva ao hospital, salvando-a da morte. Trata-se de causa de exclusão da tipicidade, pois subsiste somente a responsabilidade penal pelos atos praticados. Não há tentativa, uma vez que o crime não se consumou por vontade do agente. Por sua vez, na atenuante genérica o crime se consuma, mas o seu responsável procura, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, impedir ou reduzir as suas consequências. Exemplo: o sujeito atropela e mata um pai de família, mas passa a pagar pensão mensal aos seus herdeiros. Atende-se à menor reprovabilidade que indica quem, passado o ímpeto da ação delituosa, procura, com eficácia, diminuir ou evitar as consequências de sua ação. Deve o arrependimento ocorrer logo após, ou seja, em intervalo de tempo que não pode ser exatamente quantificado e que se deve aferir pelos fundamentos da atenuação. Por outro lado, é preciso que o arrependimento se materialize por espontânea vontade. O arrependimento tem de ser eficaz. De nada valerão os esforços do agente se não conseguir ele efetivamente evitar ou diminuir as consequências. No campo dos crimes de trânsito, decidiu o STJ ser incabível essa atenuante genérica quando o responsável pelo acidente presta socorro à vítima, pois se cuida de dever legal do agente causador do delito, e seu cumprimento não importa mitigação da sanção. A parte final do dispositivo – 'ter, antes do julgamento, reparado o dano' – precisa ser diferenciada do arrependimento posterior (art. 16 do CP), causa obrigatória de diminuição da pena. Nesse, a reparação do dano ou restituição da coisa deve preceder o recebimento da denúncia ou da queixa, enquanto na atenuante genérica é possível a reparação do dano antes do julgamento em 1ª instância. Contudo, aqui também a reparação do dano deve ser integral e efetuada pelo réu livre de coação. Destarte, se o dano é reparado em razão de condenação no juízo civil, não se aplica a atenuante. Incide, contudo, o abrandamento da pena quando a vítima renunciar ao seu direito de crédito ou recusar injustificadamente a indenização. Fundamenta-se essa atenuante genérica em questões de política criminal, buscando estimular o acusado, mediante a diminuição de sua pena, a reparar o dano provocado a um bem jurídico penalmente tutelado." (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. p. 380-381). (grifos no original)
Jurisprudência:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ESTELIONATOS CONSUMADOS E TENTADOS EM CONTINUIDADE DELITIVA. DOSIMETRIA. EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. PENA-BASE FIXADA NO DOBRO DO MÍNIMO LEGAL. PROPORCIONALIDADE. OFENSA. SANÇÃO REDUZIDA. EXTENSÃO AOS CORRÉUS. ATENUANTE DA REPARAÇÃO DO DANO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA E REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. REGIME INICIAL SEMIABERTO E NÃO SUBSTITUIÇÃO DA REPRIMENDA CORPORAL MANTIDOS. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DESFAVORÁVEL. FUNDAMENTO IDÔNEO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. - O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade. - A dosimetria da pena insere-se dentro de um juízo de discricionariedade do julgador, atrelado às particularidades fáticas do caso concreto e subjetivas do agente, somente passível de revisão por esta Corte no caso de inobservância dos parâmetroslegais ou de flagrante desproporcionalidade - Não obstante a reprovabilidade da conduta da agente, carece o acórdão recorrido de motivação concreta para a fixação da pena-base no dobro do mínimo legal, com lastro em apenas uma circunstância judicial desfavorável, sobretudo porque a exasperação da reprimenda deverá, sempre, respeitar o princípio da proporcionalidade. Precedentes. - Por outro lado, às circunstâncias do delito deve ser emprestado um maior rigor, pois os delitos envolveram um número elevado de vítimas e um forte esquema de organização, com abertura de empresa, locação de imóvel, mobília e computadores e impressão de documentos, o que permite a fixação da pena-base em 1/2 acima do piso legal. - Em relação à atenuante da reparação do dano (art. 65, III, b, do CP), consigne-se que, além de o tema não ter sido enfrentado pelo acórdão recorrido, o que impossibilita a análise da questão diretamente por esta Corte, sob pena de indevida supressão de instância, a Corte local assentou que não restou devidamente comprovado o ressarcimento integral, de modo que aferir tal circunstância importa revolvimento fático-probatório, inviável na estreita via do mandamus. Precedentes. - Mesmo com a redução da pena para 2 anos e 3 meses de reclusão, deve ser mantido o inicial semiaberto e a não substituição da pena corporal por medidas restritivas de direitos, diante da presença de circunstância judicial desfavorável, que ensejou a fixação da pena-base acima do mínimo legal, nos termos do disposto nos arts. 33, § 3º, 44, III, e 59, todos do Código Penal. Precedentes. - Estando os corréus na mesma situação fático-processual da paciente em tela, estendo-lhes, nos termos do art. 580 do CPP, os efeitos do presente decisum, com a redução das reprimendas para 2 anos e 3 meses de reclusão e 22 dias-multa. - Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, apenas para reduzir as penas da paciente para 2 anos e 3 meses de reclusão e 22 dias-multa, mantidos os demais termos da condenação, com extensão do presente decisum aos corréus.
(STJ - HC: 290211 SP 2014/0051383-6, Relator: Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 27/06/2017, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/08/2017)
· Caso Concreto VI:
A partir da concepção tripartida de delito, analise as assertivas sobre a ilicitude e assinale a opção correta:
 A) O Código Penal prevê um rol taxativo, portanto exaustivo, das causas excludentes de ilicitude.
 B) Descriminantes putativas ocorrem quando o agente supõe que está agindo licitamente, imaginando que se encontra presente uma das causas excludentes de ilicitude previstas em lei.
 C) Para o reconhecimento da legítima defesa, a agressão injusta deve ser atual, pois o agente não pode ser beneficiado pela excludente se a agressão ainda não se iniciou.
 D) O Código Penal brasileiro admite o estado de necessidade exculpante como causa excludente de ilicitude.
 E) O consentimento do ofendido é causa de extinção da tipicidade, independentemente do fato de estar expressamente ou tacitamente previsto no tipo de injusto, como condição que deve estar necessariamente presente para funcionar como excludente.
 
Resposta: A resposta correta é a letra D. Resposta baseada na seguinte doutrina: 
 Afirma Fernando Capez, no que concerne às considerações sobre o crime: “Crime não é uma estrutura lógico-objetiva axiologicamente indesejável, ou seja, algo que qualquer pessoa normal considera mal e pretencioso. Crime é aquilo que o legislador diz sê-lo e ponto final. Se tem ou não conteúdo de crime, não interessa. O que importa é o que está na lei” (página 117). Assim, entende-se como fato típico a comparação entre o fato praticado pelo agente e a descrição posta em lei, sem qualquer indagação quanto ao conteúdo, lesividade ou relevância de sua conduta, ou seja, a tipicidade do fato se limitava ao causador do resultado e a previsão de sua conduta na lei caracterizada como crime. Nesse sentido, a tipicidade do fato era independente da intenção da prática do ato, ou seja, se foi realizado com culpa ou dolo.
“O único nexo que importava estabelecer era o natural (da causa e efeito), desprezando-se os elementos volitivos (dolo) e normativo (culpa), cujo exame ficava relegado para o momento da verificação da culpabilidade.” (página 118)
Dessa forma, essa Teoria adota paradigmas correspondentes à Corrente Tripartida, pois sustenta que a culpa e o dolo não pertencem ao tipo, mas sim, constituem um terceiro elemento estrutural do crime: a Culpabilidade.
Jurisprudência: TJMG, Ap. 1.0000.00.254046-6/000 (1) Rel. Reynaldo Ximenes Carneiro j. 29.08.2002 
EMENTA: É obrigatória a formulação aos jurados das teses sustentadas pela defesa, mesmo quando invocada causa supralegal de exclusão de culpabilidade que, é cediço, não se encontra agasalhada, de forma expressa, no ordenamento jurídico vigente, sob pena de cerceamento de defesa. TEORIA DO DIREITO PENAL
· Caso concreto VII:
Ana Maria colocou um par de botas no sapateiro para consertar. Na ocasião, ela recebeu um comprovante da entrega das botas, contendo o preço, o prazo de entrega e uma observação em caixa alta e negrito, na qual constava que a mercadoria seria vendida para saldar a dívida do conserto, caso não viesse a ser retirada no prazo de três meses. Ana Maria, por esquecimento, não retornou para saldar o conserto e retirar suas botas. Transcorridos os três meses, suas botas foram vendidas pelo sapateiro. Revoltada com a venda de suas botas procurou um amigo advogado que a informou que o sapateiro havia cometido o delito de furto. Transcorridos os três meses, suas botas foram vendidas pelo sapateiro, o qual acreditava ser lícita sua conduta por se tratar de uma prática habitual em seu meio. Assim, o sapateiro:
 a) incidiu no erro de tipo vencível.
 b) incidiu em erro quanto ao objeto.
 c) incidiu em erro de proibição.
 d) poderá responder pelo crime de furto.
 e) incidiu em erro de tipo invencível.
Resposta: A alternativa correta é a letra D. Resposta baseada na seguinte doutrina:
Trata-se de um erro incidente sobre situação de fato ou relação jurídica descritas: (i) como elementares ou circunstâncias de tipo incriminador; (ii) como elementares de tipo permissivo; ou (iii) como dados acessórios irrelevantes para a figura típica. De acordo com a conceituação do Código Penal. Fernando Capez
Jurisprudência: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1521390 - PR (2019/0167083-5) Relator(a) Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO (1133) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 30/03/2020 Data da Publicação/Fonte DJe 01/04/2020 EMENTA:PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. NOMEAÇÃO DE BENS. RECUSA DA FAZENDA PÚBLICA JUSTIFICADA NA ORDEM DE PREFERÊNCIA DO ART. 11 DA LEI 6.830/1980 E NA BAIXA LIQUIDEZ. POSSIBILIDADE. DISCUSSÃO ACERCA DO PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE. IMPOSSIBILIDADE NESTA VIA EXCEPCIONAL. AGRAVO INTERNO DA EMPRESA A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
· Caso concreto VII:
Em uma segunda-feira, por volta das 9h da manhã, CLÁUDIO e MAURO ingressaram em um Mini- Mercado e subtraíram, para eles, 12 (doze) barras de chocolate e 1 (um) engradado de latas de cerveja. Ao saírem do estabelecimento, CLÁUDIO, mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, subtrai um aparelho celular marca LG e a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais), pertencentes ao estabelecimento comercial e à vítima Laurinéia, caixa do mini-mercado. Em seguida, de posse da res furtivae, empreenderam fuga do local. Acionada a Brigada Militar, CLÁUDIO e MAURO foram localizados e presos em flagrante com os objetos subtraídos na mochila de MAURO. Dos fatos restaram denunciados como incursos nas sanções do art. 157, §§ 2º, II e 2º-A, I n.f. do art.29, caput, todos do Código Penal. Em reposta à acusação, CLÁUDIO e MAURO alegaram as seguintes teses de defesa:
a) Somente praticaram a conduta para saciar sua fome, pois não tinhamdinheiro para comprar os produtos subtraídos. Responda de forma objetiva e fundamentada se esta tese deve prosperar com base nos estudos realizados sobre ilicitude.
Resposta: Essa tese não pode prosperar, já que o que foi subtraído não corresponde a uma alimentação básica e não iria nutri-los, além disso também foi levado celular e dinheiro. 
b) O roubo não foi consumado em decorrência da prisão em flagrante e posterior restituição dos bens subtraídos. Responda de forma objetiva e fundamentada se esta tese deve prosperar com base nos estudos realizados sobre a classificação do delito de roubo conforme o seu resultado naturalístico e sobre iter criminis.
Resposta: Sim, pois a modificação no mundo exterior caracterizada pela diminuição de mercadoria do mini mercado e a ação de planejar e executar foram bem sucedidas e conseguiram fugir.
c) MAURO alegou que, como não estava portando a arma de fogo, não quis praticar o mesmo crime que CLÁUDIO, mas somente o crime de furto. Diante dos estudos sobre concurso de pessoas, o que a defesa de MAURO pretende alegar com esta afirmação e qual relevância para fins de aplicação de pena? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Resposta: A defesa de Mauro alegando esta afirmação queria deixar claro que a intenção não era ferir os bens jurídicos da moça, podendo reduzir a sua pena.
d) Caso CLÁUDIO tivesse logrado êxito na fuga com a mochila e os pertences subtraídos, o fato de MAURO ser preso em flagrante delito sem qualquer bem, teria relevância para a tipificação de sua conduta?
Resposta: Não, já que não seria encontrado provas com o suspeito, tornando o mesmo inocente até que se prove ao contrário.

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