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FIRTH, R - Sucessão à Chefia

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Prévia do material em texto

2
i' \. !I
Sucessao
à Chefia
em Tikopia
RaymondFirth
TEXTOS DE AULA
Antropologia5
. l·~·'·'·'·"···"'·"·
. :,.-~,
,-c·
E19110HCl
IHSTIIUI0 Df SDCIOlúGlâ f rol/rICA
UXIVfRSIDAOE fEDERAL Df PElorAS
/
Sucessão.aChefiaemTikopia1
RaymondFinh
Estante
Obra
Registro
Reglnt.
'J/.\J '-/'"
F301.72 I F527s
56747 C. Sociais
~~~:~~71111111111\111111111111111111111111111111
,
I
I
f
I
I
A instituição da chefia é básicapara o sistema
polftico dos Tikopia e, tradicionalmente, era
um dos aspectoschaves no seu desempenho
religioso. É interessante,então, examinar os
princípiose o .P.f-ºf~ de sucessão.peloqual os
P.:l..~~~ií~êhefiaer.aJ:ú,j)!~~c:~iª9~~·......
A sucessão,no sentidosocial, é um processode
substituição, com reconhecimentopúblico, se.
gundo o qual os títulos,. cargos, autoridades,
papéise outr()~in(IT~~d~~s·d~·;t~;;;·;~~·~~;s.
feridosde uma ~a(in~~hi~'i)p~;~"'~~tra.
A sucessãopode se fazer P<;~'ge~;ção','q~~~do
o período socialmenteativo do incumbido se
completa por renúncia ou morte, ou pode ser
periódica, segundo um intervalo definido. A
sucessãoa um cargo ou título raramente é
aberta a qualquer membro da comunidade
semcritérios específicosexigidosdo candidato;
geralmenteé restrita e envolveuma limitação
de sexo, qualidade de maturidade, a condição
de membrode um dado.grupo social,etc. Parte
da restriçãopode ser em termosde um elo de
parentesco,tomando a sucessãohereditária.
Em Tikopia, a sucessãoà chefia se fazpor ge'
ração, é restrita ao sexo masculinoe h~~~ditá;
.'ria. Normalmente dá-se apenas no caso de
morte do incumbido; não há rotaçãode cargo
nem dispositivoreconhecidopara renúncia.
A sucessãoa cargo e posiçãode autoridadeimo
plica em uma necessidade,por parte da socie.
dade, de continuidade de pessoal. Em qual.
quer comunidade espera·seque o mecanismo
Da ta , ../ .1..,.._ _ .
L I v r a r i<l .
ct.~.....
'tI D-r(
para escolherum novo incumbido funcione tão
logo quanto possívelpara que a autoridade e
ordem social tenham uma continuidade e os
serviçosessenciaistenhamseu funcionário. On-
de o incumbido tem a autoridadee as funções
múltiplasde um chefe, a escolharápida de um
substitutoé particularmenteimportante. Uma
interrupção dá Oportunidadesà desordemno
corpo político e pode deixar o grupo sem re-
presentantefrente a outros grupos e SupOsta.
mente(na Tikopia tradicional) frente aosdeu.
ses.Q'uandourna vaga é aberta por renúncia,
o planejamento da sucessãoé facilitado e o
momentopara sua ocorrência pode ser arran-
jado. Quando a vaga é aberta por morte, o
planejamentoé imperfeito e a necessidadede
sucessãopode chegar a qualquer momento.A
sucessão,quando da morte de um chefe, exige
um princípio de substituiçãoaceito pela socie-
dade. A vaga pode chegar de um momento
para outro. Após a .:~ortede um homem de
POSição,a tensãoemocionaltendea ser grande
e é funcionalmenteútil ter um mecanismoque
possaser acionado para asseguraruma substi-
tuiçãorápida.
Em algumas sociedadeseste problema ainda
~.~ofoi muito claramenteresolvido.Um perío-
do i~.~_onfusãosesegue à morte de umchefe,
.e disIJutas faccIonais violentas pÓde;~
desenrolar-se até uma pessoa surgir como
vitoriosano processode sucessao.Em algumas
outras sociedadesé costume a morte de um
lfder ser anunciada com a proclamaçãode seu
sucessor,anteriormente apresentado. Le Roi
est m~rt,vivele Roi. Em Tikopia, o liist:ma
...não era de competição confusa entre candIda-
tos, nem de sucessãoautomática.Era um siste-
ma interessantede "eleição, em que o papel
principal c:radesempenhadopor «fazed()res-de-
rei,., ao mvés-decandidatoscompetid0.r<~~.
À~ examinar este sistema em detalhe quero
primeiro considerar o tipo de qualidade num
chefe, vistascomo desejáveispela sociedadeTi-
x-opia.
QualidadesDesejadasemum Chefe
T1kopia
Se alguém perguntar o que se requer de um
chefe em Tikopia, que qualidades deve pos-
suir, não se tem uma formulação bem delinea-
da de uma personalidade ideal que atenda a
um conjunto claramentedemarcadode obriga.
ções.~~I!!_<!~_ef~_!gE~L~~.~~~
S~fZ:<lída..&'I:<l<:luª.Ill1çEt~_..~<i~.g.pÍEi.Qe.~.E.~~~_;!§..
sobre /};,;eucomportamento em situaçõescon-
cretas,e de assenivasisoladassobreo princípi()
freqüent~~~'iitee~;;âdô"'dê-s-i~s'sTtt;~ç2e.i~As
g~~êr;IizàçckS·~âiSexplícitas -têrnvÍndo, não
do povo, mas dos próprios chefese dos mem-
bros de suasfamílias, cada vezmaisconscienti-
zadosde seu papel de chefe. Pela minha expe-
riência em 1928-29e 1952, pode-sedizer, de
modo abrangente,que todosos Tikopia garan-
tiam seremos chefes~!di~es d~_~upovo, e
isto demandavado chefe certostiposde condu-
ta, incluindo abstençãoda injúria direta a seu
povo por motivos egofsticos,e limitaçõesà sua
liberdade de ação onde tal liberdade pudesse
ser-Ihesindiretamenteprejudicial. Tradicional-
mente esta posição era correlata às suas fun-
çõescomo sacerdotes,ou seja, como represen-
tantese intermediários dos deusesTikopia. O
chefe Tikopia podia ser, teoricamente,um di-
tador. Na prática, seu poder e autoridade
eram sujeitos a limitações impostas pelo pró-
prio caráterdessaautoridade. A eficáciadas li-
mitaçõessobre ele dependia, em larga escala,
da sua concepçãoda naturezado cargo.
Esta concepçãode responsabilidadee de cargo
recebeuexpressãoexplícita nas afirmativasdos
próprios chefes sobre seus próprios motivos, e
nas críticas das açÕesde outros chefesem tais
termos. Deram-se também mostras concretas
em atosonde um chefe se colocou em situação
inconveniente ou teve'perda econômica pelo
bemdcseupovo(2).
Em muitos contextosera implícito que um che-
fe devia ser.um homem maduro, capazde to-
mar çleç~po~á-;~I;O-'Ãriki T-;f~;:-
~;ê~-e-;;'p~~ami~~-·~~··í-952, como seu pai,
quando muito doente, fez consideraçõesa res-
peito de seu filho tomado adulto (ku tangata)
• e preparou-separa abandonar a vida, acredi-
tando ser hora do filho suceder-lhena chefia.
'E creió ser significativo que, embora tenha
anotadoapenasum casode um chefe ter sido
eleit~enquanto menor de idade. não hã caso
algum de um chefe ter sido eleito in absentia
- enquantoem viagemmarítima alémde seus
domínios.
Das outrasqualidadesrequeridasde um chefe,
era uma a saúdefísica. Se seucorpo não estava
são, ele ~p~'di~-~rvir eficientementecomo
representantede seu povo e um intermediário
para seus deuses. Isto foi exemplificado por
Ariki Kafika, Pepe, há aproximadamentenove
gerações,de acordo com a tradição'J). Diziam-
no ter sido atormentadopor severabouba tro-
pical (framboésia), abdicando, portanto, em
favor de seuirÍnão mais novo, Tuisifo. Comen-
tando sobre esta estória. um dos homensde
maisposiçãoem Kafika disse:«Sehã um chefe
que contrai bouba, então ele é passadopara
trãs. É passadopara trãs, pois tornou-semau.
Mesmo enquanto a bouba é leve, ele vai para
trãs, pois ela é uma coisa má. Quando a bou-
ba fica (no corpo de) o chefe, é um ato dos
deuses.É ruim, portantoé postode lado, para
Outro chefe, que seja bom, poder ser escolhi-
do». A razao preponderantepara deixar este
chefede lado, de acordo com a crençaem Ti-
kopia, não era a doença em si ser contagiosa
ou ritualmentedestrutiva,mas a manifestação
de um.c:l~liCont~mentQdos d~~.
~:io~~chefe.Havia suspeitade haverele feito
algo errado. De qualquer modo, ~Q~
comos deusesdevia terperdidº_ºd~i_~º__gu elé
,~ão-'~~t~~f~- ·~2I!:.~~dQ.~-~~ .._,!~sim~
pr[ncipi;;~g~-~;'i~ão era necessariamenteobst".r-
~7>na práti-;;. Em 1929,o Ariki Fang.~ere,
~m homem idos~,estavaafligido por uma úl-
cera tropical debilitanteno pé, jã havia alguns
anos, mas ainda desempenhavasuas funções
como chefe,'e não ouvi sugestãoalguma que
deviade renunciar. Ele próprio não expressou
qualquer desejode abdicar. Isto pode se deverIao fato de ter sido extremamentedinãmico emnegócioseconômicose rituais a despeitode sua.
cIaudicação. Ocasionalmente, era-lhe feita'
uma concessão,como quando, durante os ritosdo Trabalho dos Deuses,veio de-canoa pelo"
lago, ao invésde andar ao redor dele comseus
colegaschefes.Como vi, em 1952, tai conces-
são também podia ser feita a um chefe em
conseqüênciada fraqueza causada pela idade
avançada. A aflição do Ariki Fangarere era
tratada,então, mais como fraquezado que co.
;/ :'--I
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io queco,
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I
I
mo falta.Mas asopiniões.emEf952. constata-
raro ser a fraquezado Ariki'kàfikâ;'causaâa
por sua velhice.consideradadéletériapara o
b~mestareprosperidadedaterra(41.
Aliada à purezafísica, acreditava-seque um
chefedeviaterumacertapurezamoral.O la-
do éticoda reli&ião-dosT~' forte-
menteenfatizado'por eles,todaviaassegurava-
se que a feitiçaria deveria:ficar fora da
provínciadeumchefe.Em 1929.o Ariki Tau-
makofalou·me:«Umchefedeveriacontinuara
viverbelamente.a fazerkava;esteJ>Ó é feito
parao bem<::si•••• ~'''':r7,l(> alimentoserbom,..O
termo traduzidocomo «belamente,.'também
poderiasê-Iocomo«demodoapropriado»,ou
seja.«semmá intenção'"A sançãodadaa tal
tipo de comportamentoera uma referênciaà
mortetradicionaldo grandeheróiculturalTi-
kopia;'>aprimeiradivindadeda comunidade
inteira,c p'lal tinha ido sempecadospara o
reinodosdeusessemvingar-sedoseuassassino.
Dizia-seentãoqueeleobjetoua qualquer«dis-
cursode amaldiçoamento»(tarangatautuku),
i.e.•quaisquerfórmulasdefeitiçariaporchefes
queemtantosritose atividadeseramseguido-
resdo modelocriadopor ele.O Ariki Tauma-
leo,tambémme contouqueseupai lhe disse:
.Nós que fazemoso kava, seguimoso único
deus,a divindadede Kafika».De acordocom
seupai, um chefequeusassefeitiçariaperdia
seuJné!_Il':l! _,ª=~2_t~~~!i~~~~~)~i~~:::Y~m:chêIe
que praticassefeitiçaria teria feito mal, seu
manusehaveriadirigidopor essemeioparaa
feitiçaria.Seukavasó seriaeficazemocasiões
do ritualdescritivoemsi. Em outrasocasiõeso
chefeinvocaria:osdeuses,maselesnãoo ouvi-
riam; não mais o desejariam.A chuvanão
maiscairia a umapalavrasua,nemos mares
se acalmariam.Como o supostocontrolede
taisfenômenosajudavao chefea mantera opi-
niãofavoráveldeseupovo,estacrençapoderia
dissuadi-lode usar indevidamenteo seurela-
cionamentocom os deuses.Em 1929, Pa Fe-
nuataradisse:.Se um chefeestázangado,ele
sóralhacompalavrasboas,elemaldizemno-
me do pai (i.e. «Que seupaicomasujeira»).
maselenãousafeitiçaria.Todavia,continuou:
É verdademesmo.algunschefessãomaus.• 0'
Ariki Tafua mefoi mencionado(confidencial·
mente)comoum doscausadoresdasmortesde
váriaspessoase da doençade outros,invocan-
do seusdeusescontraeles,e istoeracondena-
do comomá condl,Hàpor quantosmefalaram
do assunto.Pa Fenuatarafoi ao pontode ad-
mitir que, se seupai, o Ariki Kafika. tivesse
usadofeitiçariacontraum homem,«Elemor-
reriamesmo;elenãoveriaa noite;nãohaveria
demora;:elel110rreriano mesmo/instante»;,jo
rém,dissede: «OAriki KafikateIllcompaixã,
da terra; cada indivíduopermaneceno seI
pensamento.'Seumhomemestádoentealgure
e a notíciachegaaoAriki Kafika, elerecitar;
a fórmulaparao homemficarbom».
A atitudedoschefesde Tikopia emrelação~
feitiçarianãoeradesimplesaderênciaaocódi,
goéticotradicional.Ondeadotada,o era,par,
teemdeficiênciaa umsensoderesponsabilida,
dee partepelomedodeperdero poderdedi-
rigir rituais.Alémdisso,emboralhefossedada
fidelidadeverbal,àsvezeselaeraignorada,ou
haviasuficientefaltadefé, porpartedo povo,
,emsuaobservânCiaparaqueelesfizessemacu~
saçõesespecificasde violação.Mas o efeitode
tal códigode abstinênciade feitiçariaera di-
fundidoentreasfaroiliasdoschefes,e o povo
tambémo achavaindicadocomopanedocon-
ceí'togeraldo deverdo chefeemrelaçãoa seu
povoes).
Todavia,correlataa estaatitudede responsa-
bilidadee obrigaçãoconcernenteao povode
seuclã e à comunidadecomoum todo,estava
o ofgl,lLhosentidoporum chefee..suafamília
deVidoã:'~a__p~ºs}çiQ,··f;:;;·~~;-rid;·~;t'idTá:na,
cadachefeestavacontinuamenteafirmandoa
tese<!e__s~_.su~maeia ~,__~.~,!LP~p!:L_ún~<?.
~!l_c}!:Ele aceitavapresentescomouma'espé-
ciede tributodevido;acreditavana prodigali-
dadecomoum direitoseu;comportava·sede
ummodoqueemoutroshomensseriadescrito
como arrogante;apressava-seem criticar as
açõ,ÇSdoshomenscomunsquea seuverultra-
passavamoslimitesde seusstatus;tinhacrises
de fúria quandoqualquercoisa lhe parecia
umaafronta.Indoalémdosseusinteressespes-
soaisimediatos.falavaaprovandoas açõesde
outroschefescomreferênciaao clã deles,cui-
davada manutençãodeseusinteressescomuns
e se prontificavaa estarpresenteem ocasiões
críticase a apoiá-Ioscom a sua autoridade.
Um chefeestavaaptoa exemplificarseustatus
com expressõesfigurativasespeciais.O Ariki
Kafika me disse,em 1929: «Eu que habito
aquisouo urua rompedorde rede,o tubarão
comedor-de-homem.- comparando-secomo
peixefuriosodo oceano.Em outra ocasião,
deu-menovasériedemetáforas.O Ariki Kafi-
ka é «abocada terra,a confirmaçãode todas
ascoisas,aqueleaoquala terraouve,o famo-
sochefe•.Explicando-meumafórmulasecreta,
chamouatençãoparaumafrasequenelaocor-
ria «A divindadeda terraé única•. Estadivin-
dade,segundoele,erao chefequeemseupo·
der permaneceacimados comunscomoum
deus.Seumhomemcomumdeseuclãpertur-
,
- -- - __ o --=~'~.-.,,'"V- •..
'-~.'
•.·.....a;a.:paL, ,;~então:cÚhe~ouV1~0: ~el..a~:,,-
:0-kf2;t~:r~~~1a:,c:1;;i~~itZ--.
"'Chefesé0niôdem~or llUpOrtância.Pa Fenua-"tãiadiSSe~~e.em1929:•.A hist6riaancestral
'dohoménJ.dopo~oéa dochefe;suadivindade
não pesae não vai para muitoslugares.Isto
significavaqueo indivíduocomum do clã não
tinha histórIanem origenstradicionais.além
dasdo seuchefe.queE-uperaviuuas suas.Os
deusesa::quemde ,invocava·tinham pouca
influência(cluu).Eles nãodesempeIÍhavamia-
;çanhasrdevantesque'demonstrassemseupo-
der•..nem.tiveram.aventurasde tal variedade
ou interesse.qu~os autorizassea umaposição
numahierarquiaespiritual.
Esperava-se.~tãO. queum chefe,emrelação
aopovo.fosseal!U~_~or,_l!ID P-QHf.~LQi~:
tante.cap~mostrar fúria quandozangado,
lIi.ãSSendocomplacente.~o círculofamiliarelo
Ariki Tafua;em 1929.foram-mecitadasvária:;
'frasesde elogiosa um·chefereferentesa sua
generosidadeparacomseupovo.Dirigiam-sea
eleassim:•.o senhoré'o chefequealimentafi-
lhosviajantes.um chefede aparênciacompas-
siva, um chefe que alimentafilhos Órfãos":
Agora,é verdadequeouvialgumasdestasfra-
sesdos)ábios de pessoasdo povoe foram-me
dadosexemplosde cançõesnasquaisestasex-
pressõeseram usadaspara agradecimentose
elogiosformais.Masé significativoquefoi nos
círculosfamiliaresdoschefesoI}deasouvimais
dtadas.
Esteestereótipodo idealparao carátere con-
duta do chefeera aceitopelo povo, embora
formuladoprincipalmentepeloschefese seus
parentesmais próximos.O sociologicamente
importante sobre t~~~__._.fQdigg__.~e.~~ ..
irltroduzia.umac;ategoriaw()ral,que.tinha o
) ~feit?.p.r:~tjc::?_~~~Qi~~~~i.ª.J?Q.§!Ç~Q~~-Q.Lf~~f~~~
Até certoponto,'poderiaserconsideradacomoumaconscientizaçãoda necessidadede colocar
um halo em redorda autocraciae de fazero
chefeserviraosinteressespúblicosse <}uizesse
exercerseusprivilégios.
Um indícioparaa posiçãoespecialdeumche-
fe emTikopia é o cuidadoobservadoa propó-
sitodo casar~entodo herdeiroempotencial.o
tUhomaisvelhode um chefe.A histÓriadas
uniõesmaritaisdo Ariki ·Taumakode 1952,
antesdetomar-sechefe,'mostraisto.
Quandojovemeleprimeirodesposouumamu-
lherda linhagemde Fetauta.A primei.raespo-
sa tinha sido escolhidapor Pa Tarikitonga,o
filho do irmão do pai do jovem.A escolha
foi feita pelosparentesagnáticos,mas nun-
caioi aprovada.pelomarido- ele nuncase
dirlgrraa elaPJmo sua-amada.Nuncalhede-
~ra,:bétel.ou.tabaco.Contudo.amulherfora
trazidapelosparentesdele,de acordocomo
costumetradicionalde tukunganofine.Elesfo-
rammorarjuntos.masapósalgumtempoo jo-
~emcolocouobjeções,dizendoqueelanãoera
boaesposa.Assim,elao deixoue depoiscasou
nov;unente,tendopor maridoum homemdo
distrito'de Rofaea.Então. o jovemdesposou
Tauviitevasa.uma jovemda linhagemAkitu-
nu. de Namo.Ele próprioa escolheu.trouxe-
a. fez-sea festade casamento.e elesforam
morar juntos. Mas. e~tão.sua esposaatual
velodeFaeapara·elesozinha.Elesehaviadi-
rigidoa elacomosuaamadaantese, segundo
diziam.elafoi casar-secomeleporvontadedo
pai 'dela, o Ariki Tafua (anteriormentePa
Rangifreri).O pai deiaqueriaquesuafilhase
tornassea esposado homemo qualalgumdia
seriao.chefe- queriaqueTaumakoa aco-
lhesse.O jovemobviamenteestavafeliz em
recebê-Iacomosua esposae a festade casa-
mentofoi feita.Então,o ciúmedanovaesposa
afastoua antiga.Estasegundamulhervoltou
para a casae casounovamente,tomando-se
Nau Te Aroaro.Não tevefilhoscomo jovem;
foiparacasagrávida,masnadasesabedosre-
sultados- provavelmentetento~um aborto.
dizem.
O pai do jovem,o Ariki Taumako,aindavivo
naépoca,tinha-seimpressionadocoma segun-
da esposae ficou furiosoquandoela foi man-
dadaembora.Ela era UIWlpessoainstruída,
sabia cuidar dos assun-tosdomésticose,
principalmente,proveralimentoparaosmem-
brosdo clã. A terceiraesposa,comodizem,
n:Ioalimentavabemo povo.Em 1952,meuin-
formantedisse:•.Reparouquenãovamoscom
freqüênciaa Motuata?~(Motuataera a resi-
dênciaprincipaldochefedeTaumako).«Olu-
garde reuniãodesteclã outroraeraMotuata,
o lugarde assembléiado povo.A razãopela
qualosirmãosdo chefee outraspessoasdoclã
n:Iovãomuitoà casadeAriki Taumakoé por
causada mulher.Um chefeé bom, outroé
maisou menos(na atamai e fefea). Seusir-
mãos o observame se comportamde acordo.
Cada um permaneceemsuaprópria casa."
Quando as primeiras duas esposascasaramde
novo, os homensde sa Taumako. em.ambosos
casos, formaram uma comitiva e foram
mostrar-secontra seus casamentos.Assegura-
vamque umamulher, tendosido esposade um
chefeou de um chefeem potencial, não deve-
ria casar novamente,mesmotendo sido de a
l-O
abandon:
mante,costumeA festafeita natunu.
n
esposa.
l
em Mé?,1952•. osbem .vis.Meu·infres.
a c"• ramopo'alimentI.gemdee seforaramaokoroa. tt-Poi, poi,5a Taumko teku.Além
d.
pontos
(
afirmathumchef.tambémseconsi(;esposaesao aba10. Em ~clã
ech
hospitalj·responsá,membro~bemreClnestesentruir ourelaçõesagnático'mar um;diretamclprópriasnãotêmcana:«APorém,
('
quaseo n
Prindpio~Como
er.
emexecu'cessão?
A
requeridacargo
ma
estabeleciva;
e vir!"
governo.encontran
Nemem1929,nemem1952,ocorreuumcaso
real de sucessãoà chefia em Tikopia, Mas
foram-medadasinúmerasinformaçõesdcscriti·
PrincipiosdeSucesslio
Como eram tais ideaisreconhecidose postos
~n;-tixec_~io_(Utª,~~Q~~ij,iKr~X!!~p~~!0i.~--ª-i4e:·~~:
cessão?Aristótelesformuloutrêsqualificações
requeridaspara os que têm de preenchero
cargomais alto. São: lealdadeà constituição
estabelecida;a maiorcapacidadeadministrati-
va; e virtudee justiçaapropriadaà formade
governo.Como todasestasqualidadesnão se
encontran1obrigatoriamentena mesmapessoa,
i
I•
\:
" .~,;
;",\é'}i,.;
, " ".' »'::;'~-1';<:~(::\", . i,'>;' '.y., , ;:~;, -L~~,~::~-''7-~),.,;
••.bandoná-léi.:'""Qriaridôrotcst '"' ar.;;;>,:"",':""",,,,, ,c,,e".",s,sáriauma "se1eç:lo.,/Arist6teles
mante-fez'uma'Carétà.':~=:CJ.fiSé?fF«Ni.(j-=:iei,;;':t-:&;:·';aconsellioü:íiosfâZer-a'éSCõ1hilAluz do tipo'de
costumeda tÚra.», " 'furiçõésqueo incumbidotem deexercer.Sele·
A festade casamentoda jovemda Fetautafoi cionandoum general,por exemplo,devíamos
feitana casade Vangatau;.irdajovemdeAlei- escolherumhox:nemhabilidosoao invésde um
tunu, na casade Te Aorcrc; e a da terceira virtuososemhabilidade,poiscapacidademili-
esposa,quepermaneceucomoNau Taumako, tar é supostamenterara. Mas devíamosesco-
em Motuata, a própria casado chefe.Em lhervirtudeemumhomemprocuradoparain-
1952,os trêscasamentosdo chefen~oeram tendente,poisa capacidadeadministrativaexi-
bem vistospor algunsmembros'do seu dão gidapor eStecargoé comum(conformeopi-
f:~-."";;:!,.,rmantedisse:cObjetamoS:"'::','osvaIo_mão sua)_
res,a cordado sinetee os.i"emôsdt:saparcce- Em geral,o modoTikopiade pensarpodeser
ram,porqueelecasoutrêsvezcs.'Osvaloreseo' relacionadoaos conceitosde Arist6teles.Eles
alimentodo cl~de TaumaJcoe nossd,'alinha- nãoparecemsentirnecessidadedeaptidliomi-
gerode Taumakoaqui,simplesmenteseforam litar no sentidoorganizacional.Seuslíderes,
e seforame seforam. Tijelaseremoschega- em combatescomotinham,parecemter sido
ram ao Iun.» (Matoune teke-ku Iekuko te lu'tadoresindividuaisagressivos'(toa) maisdo;
koroa.tekafama tefe - ku avangafakatoru. quegenerais.A lealdadeà coxÍstituiçãoda so-
Poi, poi, pai ko te'koroama tekai tekainanga ciedadepode ser pressuposta,já que até
sa Taumakomamatousa Taumakonei ~ oó recentementetodosos Tikopia parecemter
ko tekumetematefe.) participadodos mesmosvaloresgeraise da
Além da objeçãoao casamentotripló, dois satisfaçãocomseumodode vida, incluindoa
pontosde importânciaestãoimplícitosnesta estruturasocialtradicional.A medidaque.a
afirmativa.Um~...9.!1eos assuntosmaritaisde oçidentalizaçãoseaproximade-Tj~~pi;~-~--i~~-
umcLde ou.InesmodeUmcha~em-poi.~n~iiL te;~-mai~~--de-aIg;~-h~~~-~p;;i~smeios
tambémdizem-respclto-aocfi:-SeusI;:embros modernostemapenascomeçadoa Ievant<iro
I I se consrde;~~~~toriz;d~;-a:-~rranjar-Iheuma problemada lealdadebásicacomoumaques-
UA1J.,~'esposae prontificam-sea protestarseessaespo- tão consciente.A _çID>..<J.~ida_C!<:_ª,d!lli~trati_y.ª,
i }-;: sa o a.,andona,apesarde serinduzidaa fazê- ' comocritérioparaa chefiaparecetersidodes-
',)~~/ ' 10. Em segundolugar,~&!Jl:.l!<!e_}is:~.ç~c:>_~~~~eprezadapelosTikopia - ou melhorparece
iJ' ,clãe chefeé até certo.pontodep~~dentedª ter-sepresumido(comoAristóteles)que todos
pospitalidadeq1.!e_su.ª_esU9§a,oJ~rec.er.Ela é os homensa possuemem um grau suficiente
responsávelpor tomar providênciasp:-.raos para exercero cargo.Além disto,um chefe
membrosdo clã, que visitamo chefe,serem podeterbonsconselheiros.A virtudefoi consi-
bemrecebidose alimentados.Por sua'conduta derad-aum determinantede importância,em-
nestesentidoelapodefaazermuitoparacons- boranãonecessariamentefinal, na seleçãopa-
truir ou destruira reputaçãodoichefee suas ra o cargo.
relaçõescom o clã, mesmocomseusparentes Isto aconteceuporqueos Tikopia realistica-
agnáticosíntimos.O interessedo clã ao arru- mentepodemter consideradomaissimplesas-
mar uma esposapara o chefeestá,portanto. segurar a conduta virtuosa em um chefe
diretamenterelacionadoà qualidadede suas exigindo-aapóssuaeleição,do queprocurá-Ia
própriasfuturasrelaçõescomele. Os Tikopia deantemão.Em outrostermos,comumavisão
nãotêmqualquerexpressão'equivalenteà afri· umpoucocínicada fraquezahumana,elespa·
cana:«A esposado chefeé a esposada tribo.. recemterconfiadomaisno efeitoreguladordo
Porém, em verdadeseu comportamentotem c6digosocialem um titular de cargo,do que
quaseo mesmosignificado. em qualquerinduçãoanteriorde virtudeper
se.Parecemter dadomuitomaisimportância
a uma forma regularde sucessãodo que a
umaprocuradas qualidadesideaisna pessoa
queseriasucessor,emborataisqualidadesnãofossemignoradas.EstetipodeassertivainteIec'
tuale abstratanãoé. obviamente,o dosTiko-
pia. É inferênciaminhada evidênciadadapor
eles.
':Jficase
lhede-
<:rfora
<:omo
Eles Io-
>O o jo-
!~a:oera
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çaasscn
men~o,
sliofoi,
Ele foi
chefesC;
menor(
••
Em Kafika aparentementeexistemtrêscasos
nosquaisa reversll:oao ramomaisvelhonão
ocorreuapósa sucessãotersidoquebradadeste
jeito.O primeirofoi quandoo chefePepe,que
abdicoupor motivode doença,fundoua casa
de Tavi. Nenhumatentativapareceter sido
feitaparaprocurarchefesposterioresde Kafi·
kanestacasa.O segundoeasoocorreuduasge·
raçõesdepois.O chefe.Tanakiforau,tinhasu-
cedidoseupai; ele era o segundofilho,mas
seuirmãomaisvelho,Mourongo,tepupura,a
«sementede chefe_,haviamorridono mal'.
ComoTanakiforauenvelheceu,foi negligenci~-
do por seusfilhos. Eles costumavamsair em
buscade alimento;masnãolhetraziamaspe·
quenasguloseimasdevidasa um pai idoso-
frutassilvestres,caranguejosterrestres,pássa-
ros. Egoisticamente,elesprópriosos comiam
na floresta.Vendo isto, um de seusparentes
maisnovos.Vakauke,umacriançaadotadana
casa.costumavatrazer·lhetaiscoisasparaseu
deleite.Istoduroubastantetempoe umdia o
chefedisseao rapaz: «Quandoeu me for,
aquiloque estápenduradoem'meu pescoço
deveráserseu- - Istoé, o 'rapazreceberiao
colarleito de palmade coqueiro,usadopo'r
umchefeemrituais.Tanakiforauficoudoente
e estavapara morrer.Todosseusparentesse
reuniram.Tereiteata,o Ariki Tafua, foi con·
vocado.Quandoelechegou,o ·chefedeKafika
;:r~:s,:':
«>c ~tenh~"~uc~doa seupai
~i'iêuêÜmÍ~O"maisvelhoain-
. ............" ..,,~'Wh'caso,odeKafika - já
menciôíiâdo-onde um irmãomaisnovosu-
cedeua,~u:innãOmais.velho,estandoo últi-
moaiD.â~vivomasdoente).9 padrãode su-
cessão'ÍI1iaI era comuma todosos c1ãs:--Em
:1catikã-ee~-T;J~~-,-ofilh;;~~d~ a~-paiem
oitocasosentre13,emTaumakoemsetecasos
entre.15.emFangarereemquatrocasosentre
oito.Em geral,ondeumfilho nãofoi o suces-
sor,o n~rmal'parecetersidoselecionarumir-
mll:o~ou outro agnatotão próximo quanto
possfvel,dochéfemorto.Um problemasurgia,
porém,"quando.da mortedestehomem-. ele
. deviaserSuc~do por seuprópriofilho ou a
~chefia..reverteriaà linha de seupredecessor?
Aqui·' OS Tikopia parecem'ter .adotado o
princípio de reverslio,mas não automatica-
mente.A adoçliodesteprincípiopareciade-
penderda disponibilidaderelativade sucesso-
resprOVáveisr,;tlS diferenteslinhas,e era aqui
talvezque as qualidadesconsideradasdesejá·
veisem um chefesurgiamcomocritériomais
importantede seleçlio.Masa sucessãono caso
dosfilhosdo irmãoera,na maioria'dasvezes,
umareverslioa umalinhamaisantiga.
.vas.so
'~ixí'~:;zh;. tenãf
geneàI6&ico~,re;as...' '. ageDS'....•..ees 'C ';ri-' -,
kopia.Enib~raj'iSto~ã:ó~Possa'~r'toÍnado·como
materiales~caInente' histórico,os tiposde
sucessã;:;'indicados~DldhaUl~Se.àosde ocor-
rênciamaisreçe'iíte'é'Podemser'tomadoscomo
exemplosdateoria Tikopia e, 'provavelmente,
dapráticatambém.
A sucessãoã chefia·emTikopia temsidohere-
ditária,com descendênciapatrilinear.Nenhu"
mamulhe~hemqualquerdescendentematrili-
nearfoi sucessordealguémna chefia.Comex~
ceçll:oapenaSdewii:,anceStral'fundador,'nin-
~ém'poWa'Ser5uc~rsé·nll:oJosse.umagna-
tona linhagemdo clíéfe~ ' ,
• ~" .. 0,. '-'," ,. "',
O materialdesucessãoã chefiaTikopiaé ob-
tido das geneáIogiasdas quatrolinhagensde
chefes,e comportava,em1952,umtotalde49
casosdesucessão,15Kaf"J.ka,18emTafua, 15
emTaumakoe8em Fangarere.A sucessão~
..~~_~,id~.~~~~~
Filhofoi sucessorem •••..•.••..•.. 27 casos
Filhodo filho •.••••.••.... ' .. o •• ••• 5 casos
Lrmlo;.,.:"',-.-•.•.·.co.•••.•••••••••••••••• 5 casos
Fllho.do irmão •.••••••........... 7 casos
pU~.MUa.toa .,•.••••••••....0·1.... 7casos
1)?tal·~?#3:+·:..~.-:. >c • 49casol>
.O~~prindpio:de tran5IDissa:ohereditáriadireta
~,;tl'td.Q"~,~â.~,nomaterial. Haviatambém
',~,',,:,. ../.~..••. ~ 'L'··"."''''''l;.-.,.l«:••;.-~.·.'''~''·,o-'.:,,·,•.••
.-,'tx.;..
~~:~~;t:,<_.'c..'
;•."ÓI , Q . va...~..}i1a.. terial geneal6gico,IOi-~r<,...~.... -.,-.;.-'ft'lt':!""-.-.••••- ""'':r'''''-''.' ..
i;:,me .... .~.:oCuioes,' que um homem
;~t:~~~iíb~~~~t;~Ic=m~~~h~~F'<j,FC.._:~~~~"'$UP-U~r6·;f~ttbento_ou «aplan-
,,:c':a;~:t:ê>W"ievjií:ipUi-iD,p'atuaa *plantanova
.dói'\',~",{O.:temiOaYeramusados,emcada
cUo~;-:!.âpenu:com·::.ref~ciaao filho maisve-
Ulo.de.,umchefe,_e.u analogias.complantas
emcrescimentomostr.uncomoosTikopiacon-
.ideramg.Jilho~_ai5 velho como.o provável
~erc!EiX::Q..4!U~.l!~fe(7~.Tambémpodiaserdadoã
tar'filho mais velho-um tratamentoespecial,
cómo levar-lhealimentoscomopresente.«já
queeleé o próximochefe».A primogenitura.
então,era o modonormalde sucessãoemTi-
k9pia.
Em 11 dos27 casosondefilhoseramsucesso.
res.b escolhidoera·o filho maisvelhoemor-
demde idade;emquatrooutroscasosumfilho
únicofoi o sucessor;e no restoerao filhomais
velhovivoou o único filho vivo, tendooutros
herdeirosem potencialperecido(geralmente
perdidosno mar).Não constacasoalgumonde
.QA
a seu paI
velho ain-
,lika - já'
novo su-
-10 o últi-
40 de su-
dlis. Em
'., pai em
'''-ttecasos
",{)S entre
',r um ir-
quanto
,I surgia,
-tfi - ele
lho o.ua
"decessor?
latado o
tomatica-
,recia de-
';sucesso.
era aqui
,1' desejá-
éoriomais
,) no caso
ias vezes,
três casos
.dho não
ada deste
'cpe, que
}u a casa
ter sido
de Kafi-
duasge-
tinha su-
,lho, mas
,upura,a
no mar.
.;ligencia-
saIr em
,m as pe-
idoso -
'. pássa-
comiam
parentes
'fada na
"ara seu
111 dia o
me for,
pescoço
"heria o
H10 por
doente'
ntes se
')\ con-
Kafika
••
,.,
i;' ' X0'~~~t'i
estava aparentemente morto, mas vez :pOt:i'.
outra um longo suspiro,asseguravaao povo que
ele esta~avivo. (A propósito, disseoAriki;ra~
fua, que me contava esta lenda, em 1929, o
chefeestavarealmentemorto, e o deusem seu
corpo SÓ estavaesperandoo Ariki Tafua che-
gar-antesde deixar o cadáversemmorador.) O
Ariki Tafua veio e perguntou: «O que ele dis-
se?Onde estáo discursodeixadolJorele?,. To-
dos'responderam:«Ele não dissenada." Então
voltou-separa o agonizante, agora parado, c
disse: «Fala-nos, deixa-nos saber a quem ;0
colar de chefe deve ser dado'" O corpo ,não
deu qualquer sinal de vida. Ele dirigiu-se aoc
corpo repeúdasvezes,mas não houve resposta
alguma. Então começoua repetir osnomesdos
filhos do morto, mas não houve qualquer
indício do chefequanto a favorecera um deles
ou n:1o.O Ariki Tafua falou osnomesde todos
os filhos e outrosagnatospróximose novam";"..
te repetiu: «Diga-nosquem deverecebero co-
lar de chefe,..Não houverespostaalguma. Por
fi~, virou-see disse:«É estacoisasaqueadora,
sentadaali?,., indicando Vakauke e usandoum
termo denotadorde desprezo.O corpo aparen-
tamentesemvida ergueu-se,acenousua cabe-
ça assentindo,e caiu de volta, semoutro movi-
mento, agora realmentemorto. Assim a suces-
são foi confirmada e Vakauke tomou-sechefe.
Ele foi o ancestral da presentelinhagem de
chefesque s:1o,portanto. os frutosdeum ramo
menor da linhagemde Kafika.
Tal é a lenda tradicional, que tem certosas-
pectosestranhos,inclusivea especificaç:1opou-
co usual de um sucessorfeita por um chefe
agonizante. Pode ser interpretada, em parte,
como uma estóriamoral para influenciar os fi-
lhos e fazê-Ios comportar-se bem em relação
aosseuspais. Mas o Ariki Tafua a contoupara
mim dando ênfaseao aspectopolítico para ex-
plicar - e atécerto ponto seregozijarcom ela
a quebra da linha direta de Kafika.
Realmente eu já havia descoberto ser im-
possívelI averigUarprecisamentequais eram os
ancestraisde Vakauke; a estóriapode ter sido
uma reconstruçãooriginária do ela Kafika pa-
ra apoiar a eleição de um estranho.Contudo,
se fosse assim, esperar-se-iauma ligação mais
direta na sucessão.Na estória relatada pelo
Ariki Tafua, seupróprio ancestraltoma parte
importante. e esta interferência de'"um outro
::hefer*'a facilitar uma decisãoquanto à su-
cessãoestá de acordo com a regra tradicional.
O termo «coisa saqueadora.. denotando
desprezo,usado pelo chefe que dirigia a reu-
nião. indica a imprevisãoda escolha.O motivo
da escolhater sido deixada para o chefeagoni-
~~fii[!J.....~·.~!i~~t.~N,a~b;:::e
Ileste'cáso'áseléÇiô'~euni novo chefefoi con-sideràâa"como"'efeti:Vadiatravésde um sinal
dôS"deuSês:"ConÍÓ'fun"chefeTikopia tinha tra-
dicionalmente'como fUnçãoprimãria, a tarefa
de servir de interm~diário'dos deusese, às ve-
zes, como sua personificação, é interessante
que normalmentep'areça'não se ter procurado
nenhuma aprovaçãosobrenaturalpara a sele-
ção huDima:O';que;estalenda sugereé ~a
sucesslioanômala, provavelmenteporque não
havia de modo claro quaisquercandidatosdis-
poníveis;,talvez";seja'significativoque, embora
osfilhos de,Tariakiforausejammencionadosna
lenda; eu fui incapazde descobrirseusnomes,
o que não é normal. como especulaçã:o,pode-
seadiantar isto çomoexemplode ultimogentu-
ra virtual: o velho chefe não tinha filhos de
bom calibre, a linha mais velhacomo um todo
não tinha indivíduos de destaque, a chefia,
portantC'.,recaiu sobreum agnatomuito novo,
na realidadevivendocom o chefe e a ele ser-
vindo. Um membrodo ramo maisvelho - um
bisnetodo Mourongo mencionadoacima - foi
escolhido como' chefe de Kafika mais tarde.
Entretanto, quando ele morreu, o titulo rever-
teu,a um irmão de seupredecessore depoisao
filho de seu predecessor,e não a um descen-
denteseu.
Em Tafua. a linha direta de sucessãofoi segui-
da rigorosamente.A divergência mais mar-
cante foi no caso do predecessordo Ariki Ta-
fua que conheci em 1928-29.Este homemera
um filho do filho do irmão do pai do pai de
seupredecessore o fruto de uma terceiraespo-
sa. Quando ele morreu, foi sucedidopelo filho
maisvelhoda primeira esposade seupredeces-
sore novamenteassumiu-sea linha direta.
Houve um caso. relatadopelo Ariki Tafua em
1929, onde um antigo chefe de Tafua, Mori-
~----"---'---"---'-"""""-""-"""'''''''''''-''-' e"~
tiaki, tentoureservaro carg:odechefeparaseu
fiiii~ maísnovo. C~nÍu~~es~;~;-A;;~~;--~I~t~--
ve-"Tat;'p~:-E'ID.borao rapaz não fosseseu filho
maisvelho, o chefedesejavaque ele obtivesseo
kasaa.o colar de chefe,pois em virtudeda ori-
gem estrangeira de sua mãe ele n:l.o tinha
qualquergrupo de parentespara dar-lhe apoio
em Tikopia. Seusmeio-irmãos,por outro lado.
tinham posição,devido a seuslaços de paren-
tesco.Mas quando ~UI]])"ãQs_.o..lly~r:ilf!l._<l.~_gr..Q-
postasdo p<li_JiçaL;~_!1'luitozangad~, e todos
d~~ert;;:~arnUta. onde o-paT-~i'yra-:--Vendoisto,
Taupe ficou envergonhadopor ser a causade
tantadiscórdia e foi viverem Namo. Lá elevi-
veudurante longo tempo, pescando,cozinhan-
do, comendopeixese dormindo só. Finalmen-
te, caso"-se lá e tornou-sepai da linhagemde
Akitunu.'1>orfim seupai chamou-oparaUta.
Lá deu-lheuma cestinhádemachadinhassa·
gradas(tokitapu)paracarregare foramjuntos
para Maunga Faea. Lá~o chefe.enterrouas
machadinhasemvárioslugares,como«obstá-
culos»(pipi) para tomar posseperpétuada
terrapara Taupe e seusdescendentese evitar
qualquerusurpaçãopossívelpelosseusirmãos
ou descendentesdeles.Após a mortede seu
pai. o mais velho dos irmãos,Te Urumua,
tonou-se chefe,mas o futuro econômicode
Taupeestavaassegurado.
Em Taumako e Fangarerea linha do filho
maisvelhofoi ignorada,em algunscasos,pro-
vavelmentepor não havernenhumcandidato
disponível.Masparece'que,em quasetodosos
casos,fez-seuma tentativade retornoã linha
maisantigatãologoquantopossível.Em Tau-
mako,ondeum irmão foi o sucessorem três
casos,quandoele morreua sucessãofoi feita
por um filho de seuirmãomaisvelhoemdois
casose, no outro,a chefiareverteua umrarno
maisvelho.Onde um filho do irmãofoi o su-
("-::>5or,quandoelemorreua sucessãovoltouao
ramomaisvelhonovamente.Em Taumako,a
primogenituracomo direItodo ramomaisve-
lho sucedertemsidoo princípiodomminante;
salvoo únicocasode recusa,a idadejovemou
a ausênciaparecemtersidoa únicabarreira.
Normalmente,um chef~-Tikopraé um hom~m
casado,na épocade súaeleição.Masestanão
é umaregrainvariável.PakimoanadeTauma-
ko foi eleito quando ainda era criança(ver
maisadiante),e Tereiteatafoi sucessore era
solteiro.Ele seperdeuno marantesdecasar-se
e .nãodeixou descendentes,mas, de acordo
com uma prática Tikopia de respeitoa um
chefe,foi-lhedadoum título, Pu Tafua Lasi,
equivalenteao de um homemcasado,e um
ancestral.
A exceçãomaismarcanteà sucessãonormalà
chefiaTikopia foi o casorecentedeFangarere.
Como descobriem 1952, quandomorreuo
Ariki Fangarere,meu conhecido,dois chefes
do clã fOJ:"ameleitos.Istoeraumcasoóbviode
interessesfaccionaissurgindoda divergciareli-
giosa.O filho maisvelhodo ex-chefe,umcris-
tão não muito agradávelpessoalmente,havia
sidonomeado«oChefedo Evangelho»por in-
sistênciado Ariki Tafua. O filho maisnovo,
umpagãopessoalmentemaisadaptávelaocar-
go, tinh'asido nomeado«o ChefedosChefes»
pelosr~euscolegaspagãos.Ele era o chefede
sracus maiselevado(.).
Ao contrárioda prática entre algunspovos
africanos,Tikopia não tem estipulaçõespara
uma regência,O clã tem de ter um chefeo
, ~;. .. '. - ,.
.•...~na~T~o~Ç~i::·~~~s<~;tportede seuex-
líder, e/quemlidera'o'aã'tomo chefetemde
ter'plenospoderes.Na soCiedadeTikopia tra-
dicionalestaausência'de regênciapoderiaser
correlacionadaà necessidadede um chefede-
sempenharfunçõesrituais de relaç:iodireta
comancestraise conscientede queelepróprio
por'suavezseriaincorporadoà linhaancestral
comoum objetode apeloespiritual.Ninguém
quena:otivessesidoprópriae .completamente
empossadocomo,chefe poderiadesempenhar
essespapéis. Geralmente;entendia-seque,
quandoumchefevindodeumlmramomaisno~o i.'.
morresse,a sucessãoprovave enteretomana
a um de~endentede um ramo maisvelho..
Mas tal limitaçãosó podiaestarimplícitano
si'stemaTikopia. Na:oera estruturalmenteex-
pressacomouma limitaçãoexplícita;em ou-
tros termos,'não havia quaisquerpoderes
genuínosderegentes.
Não há casoalgumde umachefiaTikopiater·
sido tomadaà força, emborafreqüentemente
sefaçareferência,na tradição,ã tentativade
tomaro podercomotal, pelaviolência,e as
lendasdeorigemfalemdedisputaspelocargo.
Com certeza,em épocasquasehistóricas,a
combinaçãode sançõesrituaise sociaisparaa
chefiapareceter sidotal quenenhumalegiti-
midadepoderiaseresperadapor umatomada
depoderpelaforça.(Naturalmenteessatoma-
da poderealmenteter acontecido,e ter sido
dissimuladasob uma estóriade sucessãonor-
mal.masistoé impossível,poiso entrosamento
deelosde parenstecodosoutrosclãsprovavel-
mentete-la·iarevelado).
MecanismodeEleição
É interessantequenosistemaTikopiadesuces-
são, .a d~speitoda ênfasena primogenitura,
nãohá regra;m~ica pelaqualumherdei:
~"'---(resignado-sucede;--um chefe morto.Ne-
"~Ji~~j!Q!lle~~~~~;nO"~filh;~i;-;~rh;~...~
deria reivindicara chefiapara si àdiai1tada-
~;;:;:t;~Aoinvésdisto,~êOSt~qu--;;;;
Ü~~qna Polinésia,um chefeé escolhidopelo
quepodeserchamadoumsistemadeeleição(91.c.------ ~
Nestesistema,o papelativoprincipalé desem-
penhadopor líderesdeclãsdistintosdaquele
aoqualpertenciao chefemorco.
A eleiçãoseprocessatão logoquantopossível
apósa mortedo chefereinante,geralmenteno
meiodo tumultoe lafuentaçõesquedãoinício
àscerimôniasfunerárias.O indícioformalde
imposiçãodo cargoaonovochefeé a demons-
traçãopelaqual é~rado ~...lev~ntad2-no ar
nosbraçosde seuseleitores,Estaelevaçãopú'
~ notif~d~"';~;---~ãO, Tambémserve
Devese;
quea es
pessoas
nhum c:
Tikopia,
masfor;
nar claro
descreve
makotil
«O chef
por mir;
ondeo i
pelochc
deestá1
seusded
o filho,
seupai 1
ça a des'
tão um
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ajudá-Ia.
levante-c
segurado
quantoSI
te, segun
no sau a
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casade );
ram o
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mem.esc
jeçãoà Sl
escolhade'
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parentes'
de seuex-
de temde
ikopiatra-
poderiaser
~chefede-
,çâo direta
elepróprio
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L Ninguém
,pletamente
,sempenhar
ia-se que.
maisnovo
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,ais v~lho.
,plIcitano
mcnteex-
,,; em ou-
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'óricas, a
15 paraa
'na legiti-
a tomada
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" ter sido
'1>Sãonor-
'osamento
provavel-
"i desuces-
;ogenitura.
1m herdei-
,orto. Ne-
velho.po-
adiantada-'
Hnequase
,!hidopelo
t'ÍçãOC91•
; ,édesem-
)Í; daquele
10 possível
,Intenteno
<.tãoinício
iorntalde
., demons-
"io noar
'-'açãopú-
;}émserve
1
]
comosinalparao povoemgeraldequea suo
cessãofoi estabeIecida.Esteé o únicoatoceri-
~onial necessárioparacompletara eleição,à
partea operaçãodevestiro cheferecém-eleito
comumanovatangafeitade córtex.Não há
qualquerato de posseritual formalpelaqual
elesejaapresentadoaosancestraisoudealgum
outromodoconsagradoa seunovotrabalho.A
escolhado funeralcomolugardeeleiçãotema
vantagemde dar maior publicidadeao faw.
poisduranteas exéquiasde um chefegrande
númerode pessoasestápresente.vindode to·
dososclãse de todasaspartesda ilha. O ato
da elevação(que tambémpodeserefetuado
como chefeemoutrasocasiões)é descritopelo
termosapai e expressa.emformasimbólica,o
altostatusdo chefeemrelaçlioaopovoemge-
ral. Por esteato tambémosselecionadoresdo
chefeadmitemformalmentesuaprÓpriainfe-
rioridadeaelecIO).
Deveser especialmentenotadonesteprocesso
quea escolhae elevaçãodo chef~sãofeit~~_I:1ºr
pessoas'-aqlt~!ii=iJe I)-ª-_o_~iú)~e_m~~--Cõ~one-
-nhumchefemorreuenquantopermaneciem
Tikopia. não tenho dadosde primeiramão,
masforam-medadasdescriçõescapazesdetor-
nar claroo processo.Em 1929, <> Ariri Kafika
descreveuparamim'comoo entãoAriri Tau-
makotinhasidoescolhido.Eledisse:
"o chefequeestavamorandolá foi escolhido
por mim; meuchefea quemescolhi.Eu fui
ondeo povoestavachorando(i.e. lamentando
pelocheferecém-falecido).Eu perguntei:'On-
deestámeuchefe?A 'multidãoapontou-ocom
seusdedos».Entãoo Ariki Kafikachegoupara
o filho do morto, que estavalamentadopor
seupai pertodo cadáver,e agarrou-ocomfor-
ça a despeitode sualuta paralibertar-se.En-
tão um outro homem.tambémmembmda
famíliade Kafika, veiopor trásdo Ariki para
ajudá-Ia.O Ariki disse:"Segureseuchefee
levante-oao colo de um homem»_Ele foi
seguradocom força e levantadodo chãoen-
quantoseusparenteslutavamparasoltá-Ia.Es-
te, segundoo Ariki Kafika. é o costumegeral
no sau ariki. a escolhadeumchefe.O partido
que determinouuma escolha segue num
grandegrupo de parentes(paitosoa) para a
casade lamentações,e. enquantoalgunssegu-
ram o homem que escolheram.os outros
empenham-senumabrigacomosmembrosde
sua linhagem."o grupo de parentesdo ho-
mem,escolhidoparaf~rum chefe,colocaob-
jeçãoà suaescolha.Grandeé a lutadurantea
escolhade umchefe.Quandoumchefeé esco-
lhido. é terrível.O povosofreumimpactoe os
parentesdo novochefelamentamporseufilho'
J (\-4 )
escolhidopara govemar.»Embora:
indiqueo homema serelevado.ao se-
leçaéo.devesernotadoqueelenãoelevao novo
chefeem seusbraços.Isso seriadepreciador
parasuaprópriadignidade.~tarefa.9~~ky-ª[
é feita,emseulugar.por um ou_m_a._is~ª,~seus
E~iª~.!IQi-...__._-'.-.--. ----------- _ ...'_'
A luta dosparentesdo govemanteeleitopara
dissuadir.os~e elev~ o-~"Ovo'-chere--pãreée.
P:ªIi"ª~~ii~--furqu-;-~;-p;r~nte~-;re--ti;;:-homênl"
deveriamcolocarobjeçõestão energicamente?
Por queeleshaveriamde quererqueumchefe
fosseescolhidoem outraparte,comoos pró-
priosTikopiadizem querer?O Ariki Kafika
deu-meduasrazõespara estaatitude.A pri-
meirafoi que o grupode p;rentes_p_~l:
gunsdosserviçQ?_..dL\!m homemquandoeleé
eicit~-.-p~;"i~"~f~nã~irá-p;~p-;~;-~"~-Ú~ênto-t;:ntõ-
qüã;toantes,devidoa ~eunovostatuse obri-
gações.Não mepare(/~"havermuitopesoprá-
ticonestaobjeção.porque,emboraum chefe
Tikopiaparticipepoucono preparodealimen-
to. e nadano trabalhode fogão,eleseocupa
nocultivodo so10,napescaeemmuitasoutras
ocupaçõeseconômicas.Alémdisso.existemou-
trasvantagenseconômicaspassíveisdecompen-
sar a perda i.nediata de seus serviços.A
segunda razão.talvezmaisplausível.eraa de
queosparentesdo chefete~gL!ieLçJtª!p--ªdos
«\lIDafamfliadesejosa.de.Ser..shd.Ç»(paito fia
arlkl) .....:oll-s~ja.-t~~~~s~~acu~!!Sotq§,A~._~E1..lJL
ção.cJ:-a,!!ª.!!çli!..:Contudo.essasduas razões
prov~~elmentesejampuramentenominais.A
mostrade resistênciapareceser. em grande
parte, um movimentotradicionalizadopara
«salvarasaparências».Estainterpretaçãoema-
na do fatode eu nãoter obtidoindicaçõesde
tal resistênciater sido algumavez levadaa
pontodeimpedira eleição.
Os parentesdo escolhidonão sãoos únicosa
colocarobjeção.O própriohomemgeralmente
dá mostrasde evitara eleição,lutandoou fu·
,gindo. Em 1929. disseram-mecomoo então
Ariki Kafika fugiu, quando achou que sua
eleiçãoestavapróxima,e se escondeunuma
casa,no topo de umaprateleira.árrumando
cuidadosamenteaoseuredoralgumastijelasde
madeira.Masum homemo descobriue anun-
ciouseuparadeiroà multidão.Comisto.ore·
lutantearikieleitodesceue correu,masfoi in-
terceptadopor braçosestendidos;elefoi agar-
radoe levantadocomochefe.Nestaevasãoha-
viaconcebivelmenteum poucode timidezpor
serjogadorepentinamenteno centroda aten·
çãopúblicae pela ameaçade umamudança
radicalemseumododevida.Mastal conduta
~
Limbém'é tradicionalmente ditada como uma
expressãode modéstia e é adotada para evitar
suspeitade um desejode asseguraro poder. O
Tikopia é ~~:nte Se~~~~LLce~ura d_~.
ser curna..pessoa que quer se engrandecer!,
(~·;fiii-pâsa.iJ);ê'si:ã-recusasimuladada hon-
raria está,portanto, em acordo com o compor-
tamentode seusparentes.
/\ sensibilidadea tal censura pública dá uma
explicação evidente par_'Lº--º2g!!.~e_anômalo
~_ el~.iS~p~_aç~·ii:m=:Chê.i~~I!ºL.!1!~~!?!2sCl:~_mii__.
outro clã. Mas além de permitir aos próprios
'~eguidor~do chefe preservar uma reputação
de modéstiae relutância, o costumetem certas
outras funções, talvez igualmente importantes,
embora não sejam enfatizadas pelos Tikopia.
Uma referência às condiçõesconstantesde su-
cessãoirá revelar tais funções. Pelo já dit..9L..es-
tá claro que não existe.qualqtl~rd~~li.~~<i_esu-
~iQ~~c0~=d.e::~çli.cle.Entretanto, êertas
l2.!:~~.a.:!J~nr;l,ª_<:l~§.§ã,(]-,iIl(o.!!?-.'l:I~~~_!,~,Ç,()EEt:.c:~j_~:
na vida cotidiana. Onde um filho mais velho
do chefe é adulto; casado e mostrou-sp:uma
pessoa amadurecida e habilidosa, então nor-
malmentesupõe-seque será eleito apósa mor-
te de seu pai. Em 1929, parecia quasecerto
que Pa Fenuatara seria o sucessordo Ariki
Kafika, e Pa Rangifuri do Ariki Tafua. Duran-
te minha permanência lá, quando o Ariki Ta-
fua estavamuito enfermo. perguntei ao líder
da Missllo quem seria chefe se o velho morres-
se. Ele respondeu: eNão sabemos,mas acha-
mos que será Pa Rangifuri.» Esta predição
realmentese confirmou. Em 1952. soube que
Pa Rangifuri tinha mesmosido sucessorde seu
pai, e por sua vez tinha morrido e sido
sucedido pelo seu único filho sobrevivente.
Igualmente, em 1952, estava perfeitamente
claro que os Tikopia esperavame desejavam
Pa Fenuataracomo sucessorde seupai, o Ariki
Kafika. 11 Quando não existe tal herdeiro ób-
vio ou quando o filho mais velho do chefeain-da é criança, o sistemade eleição pelo grupo
externotoma-se mais que formal. Então pare-
ce estar - literalmente - em mãosdessegru-
po a decisão quanto a quem deveser escolhi-
do. entre várias possíveispessoas.Nestecasoa
decisãodelesafasta dos membros do clã'a ne-
cessidadede fazer o que pode ser uma escolha
conturbada pela inveja_ Alternativamente,
afasta a possibilidade de desunião interna no
clã antes de chegar-a uma decisão.Desacordo
e falta de harmonia. se existem,são transferi-
dos para fora do di, onde provavelmentehá
menos tendência para ressentimentoperma-
nente e mais possibilidade para acalmar
orgulhosferidos.
O inter~ do PróPrio'c1ãpode .ser.expr~;·;;i
por um lado. quando'ôs:'desejoide umchéfé'
quanto à sucessãopodem ser exprimidos'dü·
rante a sua vida. O Ariki Tafua Pukenga, che-
fe anterior ao Ariki qu~conheci em 1929, ti-
nha sido selecionadoprincipalmentecomo um
substituto. pois o· filho do chefe anterior,
Fokimainiteni. ainda era novo. Antes da morte
de Pukenga houve rumores de que seu filho.
Pa Fenutapu. seria escolhido para sucedê-Io,
maso velho fez objeçãOa isto. Ele instavaque
a seu íIlho deveriaser'cdado um espaçopara
respirar,.. isto é. que se deveria permitir que
continuassecomo um homem comum para ele
poder servir como encarregado executivo
(maru) do descendenteem linha direta. Mais
tardeele poderia ser eleito. se ascircunstâncias
assÍmo indicassem.O filho de Fokimainiteni
realmentefoi eleito e Pa Fenutapu e seusdes-
cendenteseforam, superados». Por volta de
1929elesestavampraticamentefora da classe
dos chefese em 1952 eles estavamcompleta-.
mentefora da linha de sucessãoembora ainda
fossempessoasimportantes.
N:l:oé possívd decidir em todos os casosqual
grau de certezarealmentepresentena escolha
eletiva aparentementelivre. O fato de que a
eleiçãonão ocorre arbitrariamenteé mostrado
no caso~doAriki - Kafika que-~ondeu, ob-
viamentecom a idéia de que seria convocado.
Além disso,a história completada sucessãoem
Tikopia está impregnada do pressupostode
que um filho mais velho e maduro de um che-
fe é o mais passívelde ser escolhido.-Mas.~,
n:l:oparece ser automático. Quando ó Ariki
'Ta~ako, a q~em"""'Cõiilieciem 1929,foi eleito,
o Ariki Tafua não estavapresente.Ele entrou
em cena depoise. conformedizem, ficou mui-
to zangado porque o problema já tinha sido
decidido. .Ai~l!!_q!!~,E~Q~Íi!.YiLª.-çl.<:i,ç~9.
de Pae..AV3,kok. irmão mais novo do chefe
~;;n;;~-C~~~';:'~u~~~i~i~"~~~'~é'ri~";:ie--g:;i~~;'
pà-~~--;xpressarsua exasperaçãopor ter sido an-
tecipado.Mas era tardedemais.O costumeTi-
kopia prevêque, ~~_~Y_3,s::,Ig.i2I!!!-ª.!.I.a su-
cessãoestáirrevogavelmentedecidida. Para as-
segurarqualquer ponto de vista ou interferên-
cia pessoalé essencialchegarlogo apósa morte
do ex-govenlante.Ainda assim, no complexo
funcionamentoda política Tikopia. o ato do
Ariki Tafua talvez não fosse um protestoge'
nuíno. Pae Avakofe era o homem mais respei-
tado e influente em Tikopia. Muito antes.-Pa
Veterei. o filho mais velho de Pae Avakofe,
tinha-se sobressaído por sua força física e
grande influência na área. Alegava-seque ele
havia permitido a insinuação de que deveria
. ,
.' ser escol'
....'llin.~iver'-
;didriâI"2
fika. nu:
pusanga,
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mar Pa \
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Mas, plé
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Avakofe .
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alguma (
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levantá-Ia
de perde:
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Ora, é p.
emitir gr;
antecipaà
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seuprote~
Avakofe,
filho ainc
poderoso,
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nhecida..
~»presso,
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,idosdu-
19a,. che-
1929.ti-
"'comoum
anterior,
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ucedê-Io,
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''lVocado.
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"••.,)5to de
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ou mui-
,ha sido
j eleição
~o chefe
de gritos
sido an-
,lume Ti-
clal, a suo
Para as-
lterferên-
,a morte
complexo
") ato do
,t{."Stoge·
;~;respeI-
,":ltcs,Ra
'\'akofe,
física e
que ele
deveria
ser escolhidocomo o próximo Ariki Taumako.
Em verdade'havia uni engano, segundo me
afirmaram. Um dia, a filmília de chefesde Ka-
fika, numa reunião pri,,,adaem sua casa Ma-
pusanga, concordou em escolher o filho do
velho chefe - o homem realmenteescolhido
mais tarde pelo Ariki Kafika.~~~côJ-
mar ~ª_YÇ!~.!ei- o qual de outro modo pode-
·ri~-~x:"",s<:sentL(,LQ.mª~<l.:9- os membrosde
Kafika também cOIlc::()x:ci<lrarn"l':I11J~!e_r:_~l':Ilção
de "segurá:lo, embora sem a intenção de
levantá·Ío: Isto era «paramelhorar seuhumor»
(fakamatam';"talaui). A moCIa-tlpic7d~Tiko-
pia, as notícias dessadecisãochegaramaté o
velho Ariki Taumako por uma de suas filhas,
numa versãoadulterada: que o povoKafika es-
tava planejando fazer de Pa Vetereio chefe. O
velho ficou zangado. Ele disse: «Vão deixar
meu filho ficar inativo, enquanto escolhemal-
guém de trás? - querendo dizer que iam
ir"rar o filho em favor do ramo mais novo"
L~",oisdisso, dizem que apelou para seusdeu-
ses, fazendo Pa Veterei ser envenenadono
mar, por comer sumu,uma espéciede peixe,
de modo que morresse.Essa era uma explica-
ção post hoc da morte destehomem; foi-me
dada em 1929 por Pae Sao, um proeminente
líder ritual. Esseincidente mostracomo os Ti-
kopia ~~l11~J")ossi lJ.ÜLdª"Qc.d.C.tIfll.Q9.º.e-
r059homemde posição ªHÜx.aL;lchefia,embo"-
~i_~~g~~~9~~~hç~~~i~~_IIl_aisdire_tº:_P~V~te-
rei provavelmentenão tinha ambição política"
Mas, plajenando ou não chegar à chefia, a
opinião popular lhe atribuía algum interesse
pessoal na sucessão.Na época da morte do
Ariki Taumako poder-se-ia imaginar que Pae
Avakofe tivessepensadona sucessão.A necessi·
dade de aliviar orgulhos feridos é bem reco-
nhecida pelos Tikopia" Freqüentemente,se faz
alguma concessãocom um fingimento"O ato
de segurar uma pessoa corno se fosse para
levantá·la implica que, embora tenha acabado
de perder na seleção,ela é de tão grande irn·
portância que suasreivindicaçõessãoseriamen·
te consideradas.Assim, ainda que possaficar
desapontada, ela não se sentirá afrc:1tada"
Ora, é possívelque o ato do Ariki Tafua, ao
emitir gritos quando descobriu que tinha sido
antecipado e que Pae Avakofe não tinha sido
eleito, possa ser dessetipo de fingimento" O
fait accompli poderia ter"lhe agradado, mas
seuprotestoera um cumprimentoformal a Pae
Avakofe, talvezainda chorando a mortede seu
filho ainda reconhecidocomo o homem maIs
poderosoem Tikopia depoisdoschefes.
A competição real pela chefia é quasedesco-
nhecida" Pareceser possívela um homemindi·
car, em particular, que gostariadt;ser conside-
rado. Mas um fator poderosoque opera contra
qualquerpassoativodo candidatoé o medode
incorrerna reprovaçãopública e de assimpre-
judicar as chancesde sua eleição. Anotei ape-
nasum exemplode tal competição.Foi para a
chefia de Taumako há cinco gerações. Em
1929,o Ariki Tafua contou-mecomo Pu Vete-
rei, o chefedo clã há um séculoatrás, perdeu'
seno mar. Seufilho Pakimoana ainda era uma
criança, tão nova que ainda não tinha vestido
uma tanga - o que aconteceriamais ou me-
nosantesdos 10anosde idade. Pu Nukuraro,
um homemfone do clã Kafika, quando soube
da morte, pegoua criança e colocou em volta
de sua cintura o riri, a tanga cerimonial de
córtex,usadapor um chefeem ocasiõesrituais
e com que é investidoem sua eleição. Então,
gritou para o povo reunido: «Eis vossochefe.•
Mas Pu Kavasa,um homem da casade chefes
de Taumako, embora não em linha direta, já
tinha posto uma nova tanga em si mesmoco-
mo sinal que se tinha nomeadochefe. Quando
ouviua proclamação, repli:ou conciliatoria·
mente: .Eu vou me sentar assimna habitação
de chefese saborearos frutos do poder antes
do outro; quando eu morrer, o seu descenden-
te seráerguidopara o lugar de chefe. Em ou·
tras palavras, estava muito otimisticamente
oferecendo·secomo um substituto, pleiteando
uma concessão,um tipo de regência imaginá"
ria. Mas ele foi posto de lado rudementepor
Pu Nukuraro e a criança foi aceita como che-
fe.
Coma a competlçaopelaIchefia é quasedesco-
nhecida. a recusaefetivada honraria também
o é. Só tenho um casoanotado. Quando mor,
reu Fakatonuara, o Ariki Taumako há cinco
gerações.seu filho Vakasaua não queria ser o
sucessore recomendou que o colar ritual,
símboloda chefia, fosseoferecidoao irmão do
seupai. Ele di:;se:«Dêpara ser colocadonele".
Foi·me sugeridoque aquelestemposeram pro·
blemáticos e que ele provavelmentenão se
sentiasuficientementeforte para ssumirasdifi·
culdades do caI'go" Portanto, é claro que,
quantoà sucessãopessoal,um homempode re·
c:~s"araeIcição::n:~S.rI_~oas~~g~~~lI~':"'.'--.- ...
Os descendentesde Vakasaua, embora perten"
centesà linha primogénita de chefesdc Tau·
mako, a""partir daí começaram a ser tidos
como deJ;o;iÇ~~inferior. EI~Tc;rmava~-;;T~-'-""'-"--"-"-"-"'""- """""
nhagemde Maneveou Resiaki" Este ramo suo
perado Vnãoreteve qualquer primazia rituaL
Eles cultuavamseuspróprios ancestrais,mas o
chefe desempenhavaos principais ritos da li
nhageme do clã"
Quais a~.Ra.zõesque influenciam as pessoas
que fazem a seleção?Geralmentepodeser a sa-
tisfa'çãocom b desempenhodo poder e com a
tomada de d"~cisões.Nas diferentesgerações,
homens fortes\ podem 'ter tomado parte em
mais de uma e;eição. Por exemplo, Pu Nuku-
raro, que selecionou o chefe Taumako, tam-
bémfoi responsável,dizem, pela eleiçãode Te-
reiteata, um chefe de Tafua. Ligado a isso,
está a satisfaçãode ter o crédito público pela
responsabilidadede fazer um chefe. As pala-
vras sóbrias de Ariri Kafika mencionadasaci-
ma mostram isso. Mas também pode haverou-
tros fatores de interessepessoal.Não há qual-
quer ligação especificamente reconhecida de
caráter formal entre o novo chefee o povoque
,o elegeu.·Ele não lhes agradecede modo al-
gum, dando-Ihes presentes,nem parece haver
qualquer sentimentode amizadeentreeles.
Mas em casosparticulares é possívelassegurar
algun~beneficios:i:irãnc:l~--;;nt;i~n:!_da--;;-~tl~~
tUrade -j2arentesco-'-lfrri1929, 'J Ariki Taf':;-;
-fei=""me-~';iinificatÍva afirmaçao de que as pes-
soas desejam ter um sobrinho materno como
chefe. "Eles se esforçam no sentidode o tama
tapu (filho da irmã) poder ser erguido; eleso
empurram para cima porque assim sua casa
ganha poder. Ele não especificou exata_O
'ffientZ'êI;-q;'al aspecto, mas partindo do
padrão geral de relacionamentoé claro que as
possibilidadesde aumento do prestígio, de in·
fluenciar as decisõesdo chefe e mesmode ter
alguma vantagem econômica, podem estar
implícitas. Por outro lado, por tradição, havia
um lucro na esfera religiosa pois o nome do
chefe, apóssua morte, poderia ser invocadono
Kava do povo de sua mal'. Isto não era uma
vantagemilusória para os Tikopia.
Mas essaescolhade um chefe baseadana van-
tagem pessoaldos selecionadoresdeve ser suo
bordinada a outros fatores. Ao selecionar o
Ariki Taumako de 1929. por exemplo.o Ariki
Kafika não escolheuum sobrinho maternoseu.
masde Tafua. e o Ariki Tafua, ao desejarele·
ger Pae Avakofe, estava promovendo um
sobrinho da linhagem Rarovi, de Kafika. Ba-
seadona vantagempessoal,J-lareceriaser mais
do interesse do Ariki Kafika promover Pae
Avakofe, casadocom uma mulher de sua pró·
pria linhagem, pois assimobteria, como chefe,
um cunhado tanto quanto um homemque era
um rama rapu da linhagem do seu clã. Além
disso,a linhagem Kafika estariaconstruídados
•irmãos da mãe- do filho de Pae Avakofe se
ele, por sua vez, fossesucessor.A escolhade
Pa Veterei pela casa Kafika teria preenchido
esta condição. mas, como mencionado ante·
riormente.ele foi rejeitado por ela.
Os outrosfatoresde maior pesosãoas qualifi.
caçõespessoaisdo candidato epartic'~Elrz:nente
;eu-statu-sêSpecffico'~~-t;~~'S·de'aritf@fd';:de
_~~linh<igem.C~mo (Ú~~~tid;;'-;~'t~:"~~~h~~
membro de uma linhagem de comuns, ainda
quesuaposiçãoseja alta, podesetornar chefe.
Além disso.o princípio Tikopia é que. se um
membrocolateral da casa de chefestraça sua
descendênciaa partir de um ancestral que
nunca fora ele próprio um chefe, então sua
elegibilidadecai bastante.Ele é "lançadopara
o lado», como dizém os Tikopia. O princípio
de legitimidadeé claramenteo de primogeni-
tura ou do substitutomais próximo ,
Se o problema de sucessãoé tão bem definido'------_ ..;_.~.. _""~ ..- ,-~~._.,..__ ._--_ ..__.----_._'--,_ .....•..~.._ ..
porpnrll:íplCl.-...então porque não é assumido
como automátiCÕaoinvés~de..iõmã~r-a:rormã
n(;mXn;:r-..~i;;çio-d~ntré-·um ..··'- "'õ"d~~-;;'il-" .. '.' --" _'_..__~.' __ &D!P-........... .
dida.t,<:J~?Considerandoo caráter formal e o al-
to grau de integraçãoda estruturareligiosada
comunidade Tikopia, seria plausível pensar
que após a morte de um chefe um outro O
sucederiaautomaticamentepela regra religio-
sa. A aparenteliberdade do sistemade seleção
requer para sua interpretação mais alguma
consideraçãodas relações entre o chefe e o
I'0vo.<i..o..clã_,q.tl~...~I~.~l2.r~"ª=~"d~'~~m~pi:
.da<ieTikopiª ..<::_o~oul1l.t()<1o.
O sistemade controle social Tikopia é eXiJres-
50, por um lado, em termosde sançãoindivi-
dual do chefe, e não há ,qualquer autoridade
central de coordenação para resolver os
possíveis conflitos entre o chefe e seus
seguidores,ou mesmoentre os próprioschefes.
Na prática, entretanto, as-açõesde um chefe
são de fato restritaspelasde outras pessoasde
posição, tanto dentro como fora de seu clã;
elas expressampor seu comportamento um
corpo de opinião geral. Este controle prático
qasidiossir.l<:rasiasçleurn.-c~~ç ..~~;~~-;~··~~.
fletidonos .meios.pel(lSquais-;-e'ti-poder..lhe•..é
;:~nf~~id~.Ele não suc~deal~êm auto~atica-
íJ;e~;';'Le'.í2ºl"~-i~~2~ "s~o'fi;~~~,'pode;ia
sermaisdifícil verificar qualquer imposiçãode
suas atitudes individuais. M.'!.s_,~!~_.{;-el~j.tQ!....<::
~1.e.ll1_lllesmopeloseu próprio clã. Ele recebeo
mand~to-d~uma chefia: n~~'p~dereivindicá-
J~ Então, há oportunidad~·d-;;__Cont~õI~'d~;:h'~--:
fe pelopovomesmofora do seuclã. Não quero
dizer que os Tikopia vêema situaçãopor este
ângulosociológicomuito conscientemente,e de
um modo sofisticado.Mas afirmativasbruscas,
comoa feita pelo Ariki Tafua em 1929, de que
·um chefe é feito pelo povo da terra» expres-
sam a essênciadesteponto de vista. Em 1952,
?a Maneveme disse:.uma expressãoantiga de
opinião. feita pelosdeuses.é de que o chefefoi
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Q . ) . fl ._ UaLSas razõesque 10 uenClamaspessoasque
fazem a seleÇão?Geralmentepareceser a satis-
fação com o desempenhodo poder e com a to-
eleito pelo grupo de pessoasda terra para cui-
dar do grupo de pessoasda terra. Se um ho-
mem está faminto o chefe o alimenta. Se um
homem é ·mau o chefe falará com ele. Qual-
quer coisa que possaestarerrada com a terra,
o chefe falará de modoa poder torná-Ia boa.
No sistemaTikopia a eleiçãodo chefe é feita
por proclamaçãoe a;:h~;çã; P:;ihfic-ã:nãõ"põi:-
qualquer proce~ode.esc()lhª.Q.~~_-~2i9.Ósfste:'
.ma permite uma certa ill!-ª-º!,idadede política
de pgger Q.araa ~L;:tção de interesses-f~cci~--,----"- -.,-., -~'---- -~---~._--~---------~,_.-
nais. Estesafirmam-senão tanto talvezna luta
para levantar candidatos competidoresà che-
fia, quanto no impulso competitivode chegar
à cena primeiro e ter o crédito de elevaro can-
didato óbvio. A incidência nrasional de casos
contestáveisquando a sucés:IJ não está clara
servepara reforçar o princípio geral de que a
eleição de um chefe depende da vontade do
povo e não de um direito automático.
Por algumas observações,tiro conclusõessobre
os efeitos da seleçãosobre o homem mais en-
volvido. A eleição de um homem como chefe
~i~Eca \lP;~t~~nsforn.:!ª~ªº-<l.hX1l.111ª__ÇID__SI.E1
condiâõ-'-sociaT--Até'~~tãoele tinha sido um
;homem comu~>. Repentinamente, como
ariki, ele é investidocom um novo conjunto de
Privi.l~KiQLe-se torna responsávdP~-;u~~sé;r~-"
complexa9-~deveresrituais. Não me é possível
descreverem detalhe como tal homemse com-
porta nestaascençãorápida ao poder, pois não
vi qualquer eleição, mas pode-sepresumir que
o embaraço sentido por ele é suavizado até
certo ponto por um mecanismoútil. Este mc-
canismo é a prática convencional dos outros
chefesde dar-lhe instruções.em particular, so-
bre assuntosrituais e algumas vezesaté conse-
lhos pessoais.Essa instrução quanto aos novos
deveresnão é automática e nunca é extensa.
Mas após sua eleição outros chefes reinantes
consideramcomo parte de sua responsabilida-
de providenciar para que o recém-chegadoà
posiçãodelesseja versadono cerimonial de seu
clã. De acordo com a tradição, elesse reúnem
e lhe fazem perguntassobre seu kava - não
como um exame para colocá-Io à pr'ova,mas
para dar-lhe assistênciase o seu conhecimento
deixa a desejar. Isso é conhecido como
tefuatanga o paito ariki (o canto fúnebre das
linhagens de chefes), segundo o Ariki Kafika,
em 1929.Outros mecanislllosajudam a separar
o novo chefe dos seus antigos associados.A
mudança em seu statusé simbolizadalingüisti·
J~
.camente.ilogo ele assumeum novo título, o de
líder de '.seu clã; tira seu antigo nome de
família e ~'~otao do clã como um todo. Assim
quemera l"'aTeve tornou-sePa Kafika. Quem
era Pa Rangifuri tornou-se Pa Tafua. Quem
era Pan Raniniu tornou-sePa Taumako. Esse
novonome pode ajudar bastante.I1<l,<:Ú<1ç~_O~(:t~..
uma nova personalidadesocial. Nele também
~~~i~it;~;idêi~-d~'q~-~;- chefeé o cabeça
ou pai de seu clã já que leva o nome coletivo
comoparte de seutítulo, Também ocorrem al-
gumasmudançasno parentesco.O chefe tende
a serchamado«pah maisextensamentedo que
foi atéentão, e freqüentementeo termo de pa-
rentescoé qualificado como «pai chefe>.Por
exemplo, em 1929eu ouvi o filho mais velho
do Ariki Taumako, falando do Ariki Kafika.
dizer: «O pai chefe está certo» (e tonu e pa
ariki). Tal expressãose conforma com os usos
comunsde parentescoe ainda preservaalgo da
dignidade especialdo chefe. A série de tabus
pessoaisenvolvendouma segregaçãocorporal
entre o chefe e os homens comuns e um
comportamentode respeitopor parte destesem
relaçãoa ele devemservir tambémpara ajudar
o chefea adaptar-sea suanova posição.
Além disto. a transiçãonão pode ser sempre
imprevista. Admite-se que nenhum homem
temcertezaabsolutade ser o sucessorà chefia,
mas o filho mais velho de um chefe pode ter
razoávelcerteza. se for maduro. Qtlando tal
homemobviamenteestá na linha de sucessão.
então seu pai e outros homens geralmenteo
instru~)nquanto a detalhesdo comportamento
de chefe e especialmentequanto ao conheci-
mentodos deuses:ritual, fórmulase mitologia.
Além disso ele terá sido treinado no exercício
da responsabilidadee conscientizadode que
um chefe tem obrigaçõestanto quanto privilé-
glOSo
Dep()i~.<i<:_,,1.9Ji6_~Q.9-~(2,5,,..ch~.fe,5,_~<i.L._.Ii~.?_0_a__
tornaram-se cristãos. Agora. cntão, eles não
~ã;;nl~';:~s--;P~-;;~(',;~-~lecessáriospara desempe
nhar os trabalhosda religião tradicional e to·
mar a responsabilidadeativa no bem estar da
terra. Mas o chefe Tikopia ainda parece ser
um símbolo cultural para seu povo e ter uma
responsabilidadeprimária dc manter a ordem
social. Os princípios de sucessãoa estecargo.
portanto, presumivelmentccontinuarão a ter
significânciadurantemuito tempo.
Um problema um pouco delicado pode surgi;
se o Governo do Protetorado Britânico das
11has Sa10mão ~2. oS,Ç,b_ÇXÇL.Ü~~_t.!:_ll,Q1S·D,tD;~~,Q.s.,
adrn.ipistrªç_ão.Em tal casoos requisitosadmi
'~;str<ltivosde; eficiência podc';r;;:;:;-~~'g';:~;~~'--a
'"
convéniênciada sucessãóde um homemcomo
chefe que não s~ri~--n-éCesSãriarnente-ê~-;;lhfd;-'
pelo'é~~fsi~=~r_a,ªI~i~~:a:I•.•d~.:~~~~çãõ.~-E-difí~il
..pr:~dizeroresultado de tal situação. Mas se o
interessédo -governo na sucessãofor grande,
poderia ser pruJente, fazer, antes,uma pesqui-
sa discreta e privada de opinião local, princi-
palmenteenrre os outros chefes.Em geral, o
respeitoà opinião pública mostradopelosche-
fes poderia inibi·los de agir como inovadores
efetivos da política em favor do governo, se
qualquer procedimento de «governoindireto"
(indirect rule) for adotado. Por outro lado. a
deferênciado povo à autoridade do chefe po-
deria dar a um conselho de chefesum poder
-maiordoqueo atual(12).
Notas
1. Para InICiar a preparaçãodesteartigo, devo
muito ao uso de parte de uma subvençãopes-
soal de pesquisa concedida pela Behavioral
SciencesDivision da Ford Foundation. Na pre-
paração da versão final fuil muito ajudado
pelas vantagenspostas a minha disposiçãoco-
mo Fallow, em 1958-59,do Center for Advan-
ced Study in the Behavioral Sciences,Stanford,
e pela discusslioque aí mantivecom meuscole-
gas.
2. Vide We, The Tikopia, pp. 173-360;
Primitive PalynesianEcanomy. p. 219.
3. Vide We. The Tikapia, Genealogy I. p.
347. History and Traditians in Tikapia.
4. Raymond Finh. «Some Principies of Social
Organization", Jaurnal Rayal Anthrapological
Institute, VaI. LXXXV 1955, pp. 8-10.
5. CL Social Change in Tikopia. pp. 311·313.
6. O título de Ariki Fafine (Chefe Feminino).
conferido àsvezesà filha mais velhada casade
chefesde Kafika, era uma dignidade de status
ritual ligada a certosprivilégiose funções,mas
de nenhum modo corpparáve1ao statuse fun-
çõesdo Ariki do clã.
7.Prlrnitive PolynesianEconomy, p. 190. illdi-
ca oi papel econômicode 'tal herde,irapoten-
cial. \
8. V:&e Social Change m Tikopia, pp. 280·
283.
9. A falta de qualquer herdeiro designadodu-
rante o período de vida de um chefenão é ra-
ra na Polinésia (e.g., na sucessãoaos títulos'
matai em Samoa). Mas a eleição de um líder
de um grupo por líderesde outro grupo parece
incomum. A analogiamaispróxima da prática
de Tikopia parece estar em Rarotonga, onde
F. J. Moss registrou que tradicionalmente«O
Ariki, é o supremo, masmuito controladope·
los Mataiapos (ou nobres).O novo ariki e no-
meado pelos arikis de outras tribos dentre os
membrosda família dosarikis da tribo do fale·
cido. Mas a confirmação depende dos
Macaiapos, bem como o empossamento~
(fouma! ."n/'mesianSociecy,Vol. III, p. 24). E.
Beagleholecita também, de Moss, «a amarga
disputaentre os cinco principais chefesde Ra-
rotonga pelo direito de um delesapontar peso
soalmenteantes da morte dela (sic) um filho
adotivocomo sucessordela (sic). Os chefesres-
tantesrecusaramter o que eleschamavamde
uma barata rastejando na esteira deles.~
(Social Change in South Pacific, 1957,p. 115).
Ele tambémassinalao poder dos chefesdo sta·
tus Mataiapo para eleger'e controlar bastante
o supremo chefe do distrito em que os
Mataiapos possuíamterra (ibid., p. 169).Por-
tanto, o sistemade eleiçãoainda não estámui·
to claro na literatura. .,
10, Comparar com o meu «Authonty and Pu·
blic Opinion in Tikopia~, em Social Struccure,
ed. MeyerFones,pp. 185·187.
11. Não estousegurode que isso tenhaaconte-
cido quandoo Ariki Kafika morreu em 1955,
uma vezque Pa Fenuatara pareceter morrido
pela mesmaépoca. O filho mais velho de Pa
Fenuatara, Rakeivavc (Pa Farikitonga), foi o
sucessorlogo depoió:,
12. CL Social Changc in Tikopia, p. 297,

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