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Como Aumentar a Produtividade de Seus Estudos

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1
Como aumentar a 
produtividade de seus 
estudos 
 Gabriel Pereira 
 
2
SUMÁRIO 
1. A REALIDADE DO CONCURSEIRO. ...........................................03 
2. DICAS BÁSICAS DE PREPARAÇÃO. .........................................18 
3. TÉCNICAS DE ESTUDO. .............................................................35 
4. MÉTODO DE ESTUDO INTEGRADO. .........................................60 
5. APRENDENDO A FAZER PROVA. .............................................69 
 
3
1. A REALIDADE DO CONCURSEIRO 
A carreira pública é o sonho profissional de um número cada vez maior 
de brasileiros. A quantidade crescente de candidatos e o tamanho do setor de 
preparação para concurso é uma realidade incontestável. Atualmente, todo 
mundo conhece alguém que passou num concurso público ou que está se 
preparando para tal. Contudo, nem sempre foi assim. 
Se voltarmos uma década ou mais no tempo, o mercado de trabalho 
brasileiro colocava a carreira pública, geralmente, como uma alternativa para 
profissionais que não encontravam oportunidades nas empresas privadas. 
Assim, na hora de planejar a carreira profissional, o concurso público era 
apenas um “plano B”. As pessoas se capacitavam para construir carreiras na 
iniciativa privada. Somente quando não encontravam oportunidades ou 
perdiam o emprego é que elas procuravam o concurso público como 
alternativa. 
Lembro-me como se fosse hoje de uma palestra a que assisti em 2003, 
logo depois que entrei na faculdade de Relações Internacionais em Belo 
Horizonte. Num evento organizado pela faculdade, colegas egressos do curso 
foram convidados a contar suas experiências para os alunos calouros. Dentre 
os palestrantes, havia duas colegas formadas em Relações Internacionais que 
tinham sido aprovadas no concurso de Analista de Comércio Exterior (ACE) do 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O cenário 
da carreira pública descrito por elas era mediano: um bom salário inicial, mas 
com pouca perspectiva de melhora. Ou seja, no médio e longo prazo, a carreira 
empresarial parecia mais atraente. 
 
4
A história contada por aquelas colegas que tinham ingressado há pouco 
tempo no serviço público causou um burburinho tímido entre os alunos 
calouros. A remuneração revelada era bastante para nós estudantes, mas não 
chegava a ser um grande atrativo para nosso futuro profissional. Portanto, um 
cargo público era uma boa opção, mas não estava entre as melhores. Todavia, 
aquele momento já indicava o início de uma mudança na realidade do mercado 
de trabalho brasileiro. 
Que mudança foi essa? Acredito que são dois os principais fatores que 
explicam a valorização do serviço público como opção de carreira no Brasil e o 
consequente boom dos concursos públicos: o aumento da remuneração dos 
cargos públicos e as perspectivas de trabalho dos servidores. 
No passado, quando o profissional colocava na balança as vantagens e 
desvantagens da carreira pública, de um lado ele tinha a estabilidade e um 
ambiente de trabalho menos estressante como pontos positivos e, de outro, o 
ambiente desmotivador e a falta de perspectiva de progressão na carreira 
como pontos negativos. Hoje, não só a remuneração, em regra, é superior à da 
iniciativa privada, como também o serviço público proporciona desafios e 
perspectivas de trabalho muito semelhantes aos do ambiente empresarial. 
Aquela imagem de funcionário público preguiçoso, que só carimba 
documentos, está sendo enterrada no passado. A implantação de técnicas de 
gestão próprias do mundo empresarial nas instituições públicas e a valorização 
constante dos servidores fizeram a balança pender fortemente para o serviço 
público. 
Assim, menos de uma década depois daquela palestra na faculdade, a 
remuneração daquele cargo de ACE do Mdic teve seu valor praticamente 
multiplicado por dois e os servidores que preenchem esses cargos estão 
envolvidos nas negociações comerciais do Brasil com vários países do mundo. 
 
5
Tais servidores contribuem ativamente para o processo de integração 
econômica do País e têm possibilidades de ocupar posições-chave na gestão 
do comércio exterior brasileiro. Esse é só um exemplo da transformação 
ocorrida recentemente e dos atrativos das carreiras públicas. 
 
O mais interessante nesse cenário é que, embora não seja consensual, 
acredito que o mercado de trabalho na iniciativa privada tenha melhorado 
sensivelmente nos últimos anos, de uma maneira geral. Porém, certamente a 
carreira pública melhorou muito mais. Assim, se compararmos cargos 
medianos do setor público e do setor privado, que tenham atribuições similares, 
na média o setor público oferecerá ao trabalhador um pacote de vantagens e 
benefícios bastante superior ao da iniciativa privada. 
Por que estou divagando sobre as transformações no mercado de 
trabalho brasileiro? Porque, naturalmente, a valorização dos cargos públicos 
acirrou a disputa pelas vagas dos concursos e o aumento da competição 
demanda dos candidatos uma preparação mais consistente. Foi-se o tempo em 
que as pessoas conseguiam ser aprovadas em alguns concursos estudando 
apenas nas vésperas. A melhoria da remuneração e das condições de trabalho 
do setor público tem sido responsável pela atração de muitos talentos e 
resultou no acirramento da disputa pelos cargos públicos. 
Hoje alguns cargos públicos se transformaram no sonho profissional de 
muitas pessoas e a competição por eles acompanha essa transformação. Não 
são poucos os alunos que escolhem seu curso de faculdade já pensando no 
concurso para o qual pretende se preparar. Também são muitos os alunos de 
faculdade que conciliam, nos últimos períodos de seu curso, suas aulas 
regulares com aulas de cursinhos preparatórios para concurso público. A 
preparação para concursos está começando cada vez mais cedo. 
 
6
Outro desdobramento dessas transformações no mundo dos concursos 
foi a proliferação de cursinhos preparatórios para concurso e de materiais 
específicos para esse público, nos mais variados formatos. Agora existem 
vários livros de praticamente todas as matérias cobradas em concursos 
públicos, voltados exclusivamente para esse público-alvo. Na internet, há um 
amplo leque de materiais oferecidos e de fontes de informação. Logo, a oferta 
de material para estudo deixou de ser um problema. Talvez a dificuldade agora 
seja escolher os melhores materiais e evitar o desperdício de tempo com 
materiais de baixa qualidade. 
O motivo de todos os argumentos apresentados acima é um só: serviço 
público hoje em dia é uma excelente escolha profissional e somente as 
pessoas bem preparadas alcançarão o tão sonhado cargo público. Ninguém 
mais passa em concurso por pura sorte e não há espaço para quem quer 
passar estudando só um pouquinho. Aquelas transformações 
profissionalizaram o processo de seleção dos servidores públicos e, 
consequentemente, o de preparação dos candidatos. Além de criar o hábito de 
estudar muito, o grande problema dos candidatos a concurso público, nesse 
contexto, é encontrar uma fórmula para alcançar a preparação eficaz. 
Nessa realidade de muita competição e oferta abundante de cursinhos e 
materiais, muitos alunos ficam perdidos nesse mar de informações e 
alternativas. Todavia, não há motivo para desânimo. Se você está lendo esse 
texto, já está no caminho certo. Para se destacar nesse ambiente complexo e 
alcançar um bom nível de preparação, o grande diferencial dos alunos bem 
sucedidos é um planejamento sólido para atravessar essa jornada até a 
aprovação, adotando técnicas de estudo eficientes e com organização capaz 
de transformar as horas de dedicaçãoaos estudos em aprendizado 
permanente. 
 
7
A boa notícia é que uma preparação eficaz depende de métodos e 
técnicas que estão ao alcance de todos os alunos. Esse movimento de 
profissionalização dos estudos, num certo sentido, democratizou o concurso 
público. Agora não são apenas os gênios ou os mais inteligentes que são 
aprovados. Os fatores que fazem a diferença são a dedicação aos estudos, a 
disciplina de seguir um método com rigor, a persistência de tentar até passar e 
de fazer mudanças quando não estiver no caminho certo. 
Eu particularmente gosto da ideia do concurseiro profissional. Existem 
aquelas pessoas que estão “tentando concurso” como se estivessem fazendo 
aposta, como se concurso fosse uma Mega Sena. Estudam um pouco e fazem 
prova uma vez por mês, esperando que estejam com sorte naquela vez. Ao 
contrário, o concurseiro profissional tem um objetivo claro e traça um 
planejamento para alcançá-lo. Embora exista a ansiedade de ser aprovado, 
esse tipo de concurseiro tem consciência que é preciso ter paciência para 
construir um aprendizado sólido e que sua aprovação é apenas uma questão 
de tempo. 
A essa altura já deve ter ficado claro para todos que, embora vários 
candidatos estudem para os mesmos concursos, o estudo de cada um é 
bastante diferente dos demais. O que define os mais bem preparados? A 
qualidade da preparação não está apenas na quantidade de horas que você 
fica sentado lendo um livro, mas na maximização do aprendizado que você 
constrói num dia de estudo. Existem vários alunos que lêem e relêem uma 
matéria sem apreender aquele conteúdo de forma permanente. Esse texto traz 
técnicas de estudo para que você aumente a produtividade dos seus estudos e 
não desperdice o tempo dedicado a sua preparação para concursos. Seguindo 
esse caminho, você rapidamente estará entre a turma de candidatos que 
realmente brigam pelas vagas. 
 
8
Minha experiência 
Minha história é parecida com a de vários concurseiros do País. 
Completei minha graduação de Relações Internacionais em julho de 2007 e fui 
me aventurar no mercado de trabalho. No início, cheio de dúvidas, me 
candidatei a vários mestrados e também corri atrás de uma oportunidade em 
grandes empresas, distribuindo currículos, fazendo contatos e participando de 
processos seletivos. Logo desisti dos mestrados e vi que queria construir uma 
carreira na iniciativa privada, quem sabe virar um executivo. Com o insucesso 
nas seleções e sem encontrar oportunidades, fui trabalhar onde encontrei uma 
porta aberta: uma pequena empresa familiar de comércio varejista em 
Petrópolis/RJ. Persisti no meu objetivo, fiz um MBA em Gestão Empresarial e 
ainda assim não encontrei boas perspectivas de trabalho. Resultado? Depois 
de um tempo, resolvi estudar para concurso. 
Embora minha história seja semelhante à de muitos candidatos de 
concurso público, ela já não é a regra absoluta. Eu certamente poderia ser 
enquadrado naquele perfil que enxergava a carreira pública como “plano B”, 
como se a frustração na iniciativa privada fosse um pré-requisito para a opção 
pela carreira pública. Depois de ter percorrido esse caminho, fico me 
perguntando por que não decidi estudar para concurso há mais tempo. 
Em maio de 2009, decidi me preparar para concursos. Depois de uns 
dois meses sem um norte definido, resolvi focar na área fiscal. Felizmente fui 
aprovado no concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de 
2009/2010, um cargo que estava muito além de minhas expectativas iniciais. 
Meu tempo de preparação foi bem menor do que eu esperava: do dia em que 
decidi estudar para concurso até a data da prova objetiva, foram sete meses de 
estudo intenso. Se contarmos até a data da última prova, as discursivas, foram 
 
9
oito meses de preparação. Nessa trajetória adotei várias técnicas que 
aumentaram a produtividade dos meus estudos, me garantindo uma 
preparação eficaz em pouco tempo. Espero que meu método ajude alguns 
alunos a alcançarem seus objetivos também. 
A decisão inicial 
Se você está lendo esse texto é porque está decidido pela carreira 
pública. Contudo, essa não é uma decisão simples e é preciso que o candidato 
esteja atento às implicações dessa escolha. A preparação eficaz para um 
concurso público exige um grande investimento de tempo e dinheiro. Portanto, 
a pessoa que decide investir uma parcela de sua vida num desejo de alcançar 
um futuro profissional seguro e consistente precisa ter muita firmeza de 
propósito para percorrer a jornada de preparação. Se você não estiver convicto 
de sua decisão, é provável que os primeiros fracassos sejam golpes duros em 
sua motivação e podem fazer com que você desista dessa jornada. 
 Lembre-se das palavras do William Douglas: “concurso não se faz para 
passar, mas até passar.” Logo, recomendo a toda pessoa que deseja se 
preparar para concursos públicos que reflita profundamente e amadureça essa 
decisão para que seja uma escolha consciente e consistente. 
Uma vez tomada a decisão inicial, é preciso ter foco em relação aos 
objetivos da preparação. Muitas pessoas decidem fazer concurso e querem um 
cargo público, mas não sabem qual cargo. As opções de carreiras públicas são 
vastas e cada cargo tem atribuições distintas. Na hora de decidir pela carreira, 
a maioria das pessoas tenta equilibrar o interesse pelas atividades do trabalho 
 
10
e os benefícios do cargo com a dificuldade de competição no concurso e o 
esforço necessário para a aprovação. 
Embora essas considerações sejam muito importantes, acredito que o 
fator primordial que deve orientar a escolha de cada um é o interesse e a 
afinidade pelas atividades do futuro cargo. É perfeitamente aceitável que um 
aluno opte por ingressar num cargo público no qual não tenha muito interesse, 
para que tenha condições de se preparar para o seu objetivo maior, um cargo 
que demande uma preparação mais sólida. Contudo, no final das contas, é 
preciso escolher um cargo que nos dê prazer de trabalhar. Por incrível que 
pareça, existem várias pessoas que desistem de ótimos cargos públicos 
porque ficam insatisfeitas com a rotina do trabalho. 
Diante desse quadro, é muito comum vermos pessoas atirando para 
todos os lados, concurseiros que fazem qualquer prova que aparece, 
totalmente sem FOCO. Num mês, a pessoa estuda para a prova do concurso 
do Tribunal Regional do Trabalho. No mês seguinte, ela se prepara para a 
prova do Corpo de Bombeiros. Depois, emenda com a prova de fiscal de ICMS 
de algum estado. Daí, tenta um concurso da área de Tecnologia da Informação 
na Petrobrás. Se não dá certo, estuda mais um ou dois meses para a prova da 
Polícia Federal... 
 
Não adianta tentar todos os concursos e não conseguir se preparar 
adequadamente para nenhum. Às vezes o edital para o cargo que queremos 
não sai e temos que fazer adaptações na nossa trajetória. Isso é normal. 
Contudo, não podemos guiar nossa preparação de acordo com a publicação de 
editais, sem um norte definido. Os editais desses concursos de áreas tão 
distintas cobram conteúdos muito diferentes, de tal forma que o aproveitamento 
das matérias estudadas para uma prova é muito baixo na preparação para o 
outro concurso. Assim, o candidato estuda várias disciplinas, mas não 
 
11
consegue aprofundar seu estudo em nenhuma, não alcançando uma 
preparação sólida para nenhum concurso específico. 
Ao mesmo tempo, entendo que é muito angustiante depositar todas as 
suas fichas em só um cargo determinado e focar sua preparação em um só 
concurso, pois geralmente não sabemos sequer quando haverá uma nova 
seleção para aquele cargo. Portanto, acredito que a melhor recomendaçãoé 
optar por uma área e se preparar para aquele tipo de prova. 
 
E quais seriam essas áreas? Acho que podemos definir algumas áreas 
que incluem algumas carreiras semelhantes que, geralmente, cobram 
disciplinas similares em seus concursos. Quem se prepara para a área fiscal, 
pode fazer os concursos de AFRFB, ATRFB, fiscos estaduais (ICMS) e 
municipais (ISS), podendo tentar até o AFT. Já aqueles que almejam as 
carreiras dos Tribunais, podem focar as seleções dos TRTs, TREs, TJs e até 
MPU, por exemplo. Se o desejo é a área policial, foque nos concursos da 
Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, podendo expandir para as 
polícias estaduais. Outra área importante é a de gestão pública, que envolve os 
concursos do MPOG (APO e EPPGG), do TCU, da CGU e até do Banco 
Central. Há também as carreiras bancárias, que incluem os concursos do 
Banco do Brasil e da Caixa Econômica, basicamente. Podemos ainda definir 
uma área administrativa, que inclui os cargos de Analista Administrativo das 
Agências Reguladoras e de outros órgãos. Isso sem falar nas carreiras de 
magistratura e da diplomacia. 
Bom, as opções são muitas e é claro que esses caminhos podem ser 
adaptados e até combinados em algumas situações. Nada impede que uma 
pessoa que se prepara para a área fiscal tente um concurso da área de gestão, 
como o cargo de Analista de Planejamento e Orçamento (APO) do MPOG, por 
exemplo. Em alguns casos, existe uma grande coincidência de disciplinas, o 
 
12
que favorece o candidato. Não existem limites fixos, o que não dá é para o 
aluno querer se preparar para todo e qualquer concurso. Aquele que tem foco 
sempre levará vantagem. Como disse o filósofo, “nenhum vento sopra a favor 
de quem não sabe para onde ir”. 
Decidida a área para a qual o candidato deseja se preparar, como 
organizar a preparação? Minha recomendação é para que seus estudos sejam 
planejados em cima do seu concurso preferido, principalmente se esse for o 
certame mais abrangente. Por exemplo, se a opção é pela área fiscal, paute 
seus estudos no edital do concurso de AFRFB, que exige um grande número 
de matérias. Assim, você poderá guiar seus estudos para um concurso 
específico, mas terá uma ótima base para fazer adaptações necessárias 
quando aparecer uma boa oportunidade de um concurso similar, como uma 
prova para um fisco estadual, por exemplo. 
Existem alguns concursos que cobram conteúdos muito específicos e 
fica difícil conciliar uma preparação focada nesses cargos com outras seleções. 
Se uma pessoa deseja se preparar para a carreira diplomática, não há muitas 
outras oportunidades com conteúdos semelhantes ao do IRBr, talvez só o 
concurso da Abin. Esse também é o caso de alguns cargos específicos das 
Agências Reguladoras, que demandam conhecimentos específicos de aviação 
civil (ANAC) ou de engenharia elétrica (ANEEL). Ou seja, existem concursos 
tipicamente sui generis, que não se encaixam em nenhuma área. Esses 
geralmente exigem uma preparação muito específica voltada só para eles e, 
portanto, fogem da regra aqui proposta. 
Ok, tomada a decisão inicial, o candidato poderá começar a planejar 
seus estudos. Essa é a hora de recolher o máximo de informações possível 
sobre o cargo(s) almejado(s), escolher a bibliografia a ser utilizada e começar 
os estudos pra valer, de forma organizada e seguindo um método. 
 
13
Mudanças de rota 
Mesmo os candidatos que conseguem estabelecer um foco para seus 
estudos, mirando sua preparação em um cargo específico, muitas vezes 
enfrentam decisões difíceis sobre possíveis revisões de rotas. Por exemplo, 
digamos que um aluno esteja se preparando para o cargo de Agente da Polícia 
Federal e é publicado o edital de Oficial de Inteligência da Abin, sendo que não 
há previsão para publicação do edital da PF. Se o candidato também tem 
interesse nesse cargo, ele deve pausar os estudos para o cargo de Agente da 
PF e dedicar dois ou três meses para se preparar para a prova da Abin? 
Essa é uma decisão difícil, individual. São muitos os fatores que devem 
ser considerados. Muitas vezes essas mudanças de rota são bem-vindas, até 
porque a proximidade do concurso aumenta a motivação do candidato. 
Contudo, faço a seguinte recomendação: o primeiro objetivo na preparação 
deve ser construir uma base sólida das matérias básicas. Acredito que o aluno 
deve ter paciência e determinar um tempo suficiente no início dentro do qual 
ele não se desviará de sua rota, até construir uma base consistente que lhe 
permita alçar novos voos. Logo, para tomar sua decisão, o candidato deve 
levar em consideração seu estágio de preparação e seus objetivos globais. De 
nada adianta focar num concurso para o qual você não está preparado e que 
vai atrapalhar sua preparação para seu objetivo maior. 
Trabalhar e estudar ou só estudar? 
 
14
Muitas pessoas, quando começam a pensar em se preparar para uma 
carreira pública, ficam se questionando se é possível conciliar uma rotina 
desgastante de trabalho com o estudo para concurso ou se a única maneira 
eficaz é se dedicar exclusivamente aos estudos. Essa é sempre uma questão 
muito difícil envolvida na decisão de preparação para a carreira pública. 
Sinceramente, penso que não existem muitas regras a esse respeito. 
Acredito que a oportunidade de se dedicar exclusivamente aos estudos 
para concurso é um grande privilégio. Em minha opinião, as pessoas que 
conseguem o apoio familiar nessa jornada de preparação têm uma grande 
vantagem. Poder contar com seus familiares para ajudar a bancar seus 
investimentos nos estudos é uma grande tranquilidade que ajuda no equilíbrio 
emocional. Ao mesmo tempo, há que se ter cuidado para que essa situação 
não gere um comodismo no concurseiro, senão a pessoa pode virar um eterno 
estudante. 
É interessante observar que não são apenas aquelas pessoas que têm 
pais ou familiares com boas condições financeiras que podem alcançar o 
privilégio de dedicar alguns anos de sua vida exclusivamente aos estudos. 
Conheci muitas pessoas que atingiram essa situação por outros meios. 
Algumas pessoas passam um tempo trabalhando e juntando dinheiro para 
depois poderem parar de trabalhar e ficar só estudando. Outras pessoas 
conseguem planejar suas carreiras em conjunto com seus cônjuges: durante 
um tempo, um trabalha e o outro só estuda; depois que o outro passa no 
concurso, o primeiro larga o trabalho e passa a estudar para conquistar o cargo 
que deseja. 
Se você não está entre as pessoas que têm o privilégio de se dedicar 
exclusivamente aos estudos, não fique desmotivado. Existem inúmeros casos 
de pessoas que conciliam o trabalho com os estudos e conseguem a 
 
15
aprovação almejada. É perfeitamente possível encarar esse desafio. 
Certamente você terá menos horas para se dedicar aos estudos, mas ainda 
assim é possível aproveitar as horas disponíveis para estudar com o máximo 
de produtividade. Nesses casos, as estratégias serão ainda mais importantes. 
Uma ótima opção é deixar para tirar férias nos meses que antecedem a prova 
do concurso, para conseguir estudar mais na reta final. 
Se não existe regra nessa área, há, pelo menos, uma orientação básica. 
Organize sua vida para conseguir as melhores condições de preparação 
possível. Se não dá pra fazer mais nada para melhorar essas condições, 
encare as adversidades como fonte de motivação para fazer suas horas de 
estudo renderem o máximo. Percebemos com bastante frequência que 
pessoas que fazem grandes sacrifícios para poder estudar têm um 
comprometimento maior com o estudo. Essas pessoas têm uma grande aliada: 
a necessidade! É impressionante como várias pessoas que enfrentam grandesadversidades conseguem transformar as pedras no caminho em um trampolim 
para o sucesso. 
Concluindo, a experiência dos concursos públicos nos mostra que essas 
condições de estudo, inclusive a necessidade de trabalhar, influem na trajetória 
dos candidatos, mas não são determinantes. Digo mais, às vezes as 
adversidades influem até de maneira positiva. Logo, se você está convicto de 
seu objetivo, faça tudo o que estiver a seu alcance para aumentar suas 
condições de alcançá-lo. A partir daí, o resto é motivação... 
Cursinho presencial, telepresencial, virtual ou estudar por conta própria? 
 
16
Outra dúvida muito frequente entre as pessoas que decidem estudar 
para concurso está relacionada à necessidade de frequentar um cursinho 
preparatório para concurso público. Mesmo aquelas que decidem se matricular 
num cursinho têm dúvidas sobre o melhor tipo de aula, se presencial, 
telepresencial ou até virtual. Como disse no início, existe um movimento de 
profissionalização do mercado de preparação para concurso e as fontes de 
preparação são variadas. Para o candidato, a alternativa é diversificar as fontes 
de aprendizado e filtrar os melhores materiais e professores. 
Se você está focado num bom concurso nacional, dificilmente você 
conseguirá uma preparação eficaz através de uma única fonte de estudo. É 
preciso somar aulas de bons professores com livros de qualidade e materiais 
complementares. Mais do que o meio (ou a mídia) de transmissão do 
conhecimento, o que vale é o conteúdo transmitido e a qualidade do 
aprendizado. Portanto, busque pelos melhores professores e pelos melhores 
materiais, independentemente de onde eles estejam e da forma pela qual você 
terá acesso a eles. 
Agora, em relação à necessidade de procurar um cursinho preparatório, 
acredito que esse tipo de aula é indicado, sobretudo, para o aluno iniciante. 
Quando a pessoa está começando a se preparar para concurso, vendo 
matérias que nunca havia estudado antes, é importante ter um professor para 
explicar os assuntos e que possa esclarecer as dúvidas. Dessa maneira, se 
você não tem nenhuma familiaridade com os conteúdos das matérias, 
provavelmente sentirá mais segurança tendo um professor para te auxiliar 
pessoalmente. Se já tiver algum domínio das matérias, pode se adaptar melhor 
às aulas telepresenciais, que têm a vantagem de não serem interrompidas por 
dúvidas de outros alunos e por isso rendem mais. 
 
17
Assim, quanto mais avançado o estágio de preparação do aluno, maior a 
autonomia para conduzir seus estudos. É bastante comum vermos candidatos 
com vários meses ou anos de experiência que estudam exclusivamente em 
casa através de bons livros. Portanto, não existe uma regra única que vale para 
todos. O ideal é escolher alternativas que te deem mais segurança e 
complementar as aulas com materiais de qualidade, pois o conteúdo das aulas 
precisa ser aprofundado e fixado em casa. 
 
 
18
2. DICAS BÁSICAS DE PREPARAÇÃO 
Em minha experiência de concurseiro, tive muita sorte de encontrar um 
bom material sobre técnicas de estudo logo nos primeiros meses de minha 
preparação: as dicas do Alexandre Meirelles (recomendo a leitura). O método e 
o planejamento do estudo são tão importantes que, quando vejo a forma que 
eu estudava antes de conhecer essas técnicas, tenho a sensação de que os 
meus primeiros dois meses de estudo foram inúteis, totalmente desperdiçados. 
As técnicas de preparação são importantíssimas para organizar o tempo 
dedicado aos estudos e melhorar o aprendizado. Contudo, o importante não é 
seguir à risca o que um ou outro professor diz, o objetivo é aprender os 
princípios contidos nas técnicas e aplicá-los a seu estudo, fazendo adaptações 
ao seu estilo de aprendizagem e à sua necessidade. 
Portanto, repassarei nesse capítulo algumas técnicas de estudo básicas 
que aprendi com outros professores em minha jornada e farei alguns 
acréscimos baseados em minha experiência pessoal. Depois apresentarei mais 
detalhadamente, no terceiro capítulo, um novo método de estudo baseado em 
minha experiência. Essa é a lógica do processo: adote o máximo de técnicas à 
sua rotina de estudos. Quando perceber que elas não estão maximizando seu 
rendimento e sua aprendizagem, faça adaptações que melhorem seu 
desempenho. 
Ambiente de estudo 
 
19
O local em que você estuda é muito importante para uma aprendizagem 
adequada. Encontre um lugar tranquilo, silencioso e no qual você não seja 
incomodado e interrompido com frequência. Evite ao máximo atender ligações 
e interromper suas sessões de estudo. Outra recomendação muito legal do 
Alexandre Meirelles é o suporte para a leitura. Quando você lê um livro com ele 
deitado na mesa, você tem que fazer um esforço com sua coluna e seu 
pescoço que gera desconforto. Portanto, adquira um suporte para leitura que 
deixe o livro num ângulo que lhe permita lê-lo numa postura ereta, que será 
menos cansativa. Hoje em dia você encontra alguns modelos em papelarias 
especializadas. No meu caso, eu mesmo fiz um suporte com caixas de papelão 
e fita adesiva. Recortei o papelão no formato que eu queria com estilete e 
passei fita adesiva para colar. Veja abaixo o resultado nas fotos do meu 
suporte: 
 
20
Profissão: Concurseiro! 
Independente se você trabalha e estuda ou só estuda, é importante que 
seu estudo seja uma ocupação séria, um verdadeiro trabalho. Não é porque 
você não tem um patrão naquele momento que você não precisa ser 
responsável com suas atribuições e atividades. Aliás, agora que o resultado do 
seu trabalho (estudo) vai trazer grandes resultados para você, e não para seu 
chefe, é que você deve estar mais comprometido com suas atividades diárias. 
O desdobramento mais importante de encarar o estudo como uma 
verdadeira profissão é a dedicação a ele nas horas determinadas. Quando 
você está no trabalho, você pode fazer um intervalo de duas horas para ir ao 
shopping fazer umas comprinhas? Se vai passar, excepcionalmente, um 
amistoso da seleção brasileira na TV à tarde, você deixa de trabalhar para 
assistir ao jogo? E parar de trabalhar para atender telefonemas pessoais de 
meia hora, é normal? Se você não faz isso no trabalho, por que vai fazer essas 
coisas quando estiver estudando? 
 
21
É importante também conversar com as pessoas a sua volta para que 
elas entendam sua necessidade de não ser interrompido desnecessariamente 
durante seu tempo de estudo. Digo isso porque, nos primeiros meses que 
comecei a estudar, as pessoas na minha casa achavam que eu era o office boy 
da família e pediam para eu fazer um monte de coisas que sempre 
atrapalhavam meus estudos. 
Registro das horas de estudo e horas líquidas 
Primeiramente, é muito importante registrar suas horas de estudo para 
você ter controle do seu tempo dedicado aos estudos. Estudar significa sentar 
na cadeira e ficar horas lendo a matéria, resolvendo exercícios, fazendo 
resumos e revisando o conteúdo. Portanto, conseguir ficar longos períodos 
estudando é uma questão de hábito. No início você não conseguirá estudar 
mais do que duas horas num dia. Com o tempo, você acostuma seu corpo e 
sua mente para essa tarefa e aumentará esse período para várias horas por 
dia. Contudo, você só consegue controlar sua evolução se registrar suas horas 
de estudo. Existe uma máxima da Administração de Empresas que vale para 
essa situação: “Quem não mede, não controla. Quem não controla, não 
gerencia”. 
Se você não gerenciar seu tempo de estudo, estará sempre em dúvida 
em relação a sua dedicação aos estudos e nunca terá a tranquilidade do dever 
cumprido. Sem o devido controle, pode acontecer de vocêchegar ao final da 
semana com a sensação de que estudou o suficiente, quando não estudou o 
que havia planejado, ou achando que não estudou como devia, quando na 
verdade estudou todas as horas programadas. Nada melhor para um bom 
 
22
concurseiro do que chegar no final da semana e fazer o somatório das horas 
estudadas e confirmar que estudou fielmente a quantidade de horas que havia 
planejado. A dúvida e a incerteza são grandes inimigas da serenidade de um 
candidato a concurso público. 
Além de ser importantíssima para o gerenciamento de seus estudos, a 
anotação de seu tempo de estudo serve como estímulo para que você consiga 
estudar o tempo que você planejou. Quando você vê nas anotações que não 
estudou o tempo devido durante um ou dois dias, você sente a necessidade de 
não deixar que isso se repita e acaba tirando o atraso nos próximos dias. 
Portanto, essa é uma dica que te dará mais controle e mais gana de persistir 
em seu objetivo. 
Contudo, é preciso fazer esse registro das horas com critério. 
Primeiramente, como diz o Alexandre Meirelles, o que conta são as horas 
líquidas de estudo, e não o tempo bruto que você ficou estudando. Isso quer 
dizer que, em seus registros, você só deve considerar o tempo em que ficou 
efetivamente estudando, sentadinho na cadeira! Aquelas pausas feitas para ir 
ao banheiro, atender a um telefonema, fazer um lanche ou tomar banho devem 
ser deduzidas do tempo de estudo, para que o registro seja fiel à realidade. 
Logo, se você começou estudar às 19h e parou às 22h, isso não quer dizer que 
você estudou necessariamente 3h. É preciso abater todos os intervalos em que 
você não estava efetivamente estudando, senão o registro perde o sentido e 
você estará se enganando. 
Portanto, registre suas horas de estudo e considere sempre as horas 
líquidas. Ao estabelecer metas diárias e semanais de estudo, você deve pensar 
sempre em horas líquidas de estudo. 
 
23
Outra questão é que, em minha opinião, você deve separar as horas de 
cursinho das horas de estudo em casa. No meu tempo de estudo, eu registrava 
minhas horas desconsiderando as três horas diárias do cursinho que eu 
frequentava, pois vale aquela máxima do concurseiro: no cursinho você 
entende, em casa você aprende! No final da semana, quando eu fechava 
minha contabilidade das horas de estudo, eu até anotava as horas totais de 
cursinho para ter a sensação de que eu estava estudando muito, mas minha 
meta de estudo estava focada nas horas de estudo em casa, independente do 
cursinho. 
Não estude mais que duas horas consecutivas 
Uma dica de estudo fundamental para maximizar o seu aprendizado é 
dividir seu estudo em sessões de, no máximo, duas horas de estudo. Ou seja, 
programe-se para fazer intervalos de, no mínimo, quinze minutos a cada duas 
horas. Nós estamos acostumados a assistir programas de televisão em que há 
um intervalo a cada dez minutos. Nas escolas e faculdades, as aulas têm 
duração de cinquenta minutos ou, no máximo, uma hora e quarenta. Portanto, 
é natural que tenhamos dificuldade de manter a concentração durante um 
período muito prolongado. 
Será preciso se esforçar para conseguir ficar concentrado durante duas 
horas. Esse é um esforço necessário. Todavia, não prolongue seu estudo além 
disso, pois seu rendimento cairá drasticamente e sua concentração na matéria 
ficará comprometida. Desse modo, programe-se para fazer intervalos de pelo 
menos 15 minutos a cada duas horas de estudo. 
 
24
Estude matérias alternadas 
Além de estudar fazendo sessões de no máximo duas horas, uma dica 
importante para aumentar a produtividade do tempo de estudo é alternar as 
matérias. Alguns alunos elegem uma única matéria para estudar durante um 
dia todo ou até uma semana toda. Fazem isso no intuito de estudar aquela 
disciplina até o fim ou então para acabar um capítulo inteiro do livro, por 
exemplo. Esse tipo de estudo era válido na época da escola, quando o 
estudante tinha uma prova de uma única matéria na sexta-feira e passava a 
semana toda estudando para aquela avaliação. Na prova de concurso, que 
exige o aprendizado permanente de várias disciplinas distintas, o tipo de 
estudo tem que ser diferente. 
Estudar uma mesma matéria durante várias horas prejudica o 
rendimento do aluno, porque não conseguimos manter um alto nível de 
concentração e interesse estudando um mesmo assunto durante tanto tempo. 
Portanto, entendo que o método mais eficaz é intercalar as matérias em 
sessões de estudo. Por exemplo, você estuda uma matéria durante 2 horas e 
depois faz um intervalo de 15 minutos. Na volta, estuda outra matéria por mais 
1h30’, digamos. Depois, um intervalo maior para lanchar, de 30’, e outra 
sessão de 2 horas. Esse método de estudo permite que você mantenha sua 
concentração e interesse por mais tempo, aumentado a fixação do aprendizado 
e a qualidade de seu estudo. 
Além disso, é ainda mais eficiente fazer um rodízio de matérias bem 
diferentes. Ou seja, alterne matérias que exigem tipos de inteligência e 
atividades distintas. Procure intercalar sessões de estudo de disciplinas de 
Direito, que exigem concentração na leitura e memorização, com outras 
disciplinas que exigem um raciocínio lógico-matemático, como Economia ou 
Contabilidade, por exemplo. Esse tipo de rodízio vai fazer com que você esteja 
 
25
sempre estudando matérias distintas, que exigem esforço de partes diferentes 
do seu cérebro, o que facilita a manutenção de um elevado nível de atenção e 
concentração e diminui seu cansaço. Isso ajuda a aumentar a produtividade de 
seus estudos e melhora seu aprendizado. 
 
Material de estudo 
Uma questão importante que todo candidato a concurso público tem de 
enfrentar no início de seus estudos é a decisão sobre os melhores materiais de 
estudo a serem adquiridos. Primeiramente, a orientação número 1 nesse tema 
é fugir das apostilas de banca, que reúnem várias matérias de um determinado 
concurso numa só apostila. No início, como os alunos não estão familiarizados 
com o mundo dos concursos e não conhecem os melhores materiais, muitos 
acabam recorrendo a essa alternativa mais fácil que parece resolver todos os 
problemas num só material. 
Eu fui um desses. Comprei logo duas apostilas, uma para “Técnico do 
Bacen” e outra para “Analista do Bacen”. Logo nas primeiras leituras percebi 
um monte de erros no material e contradições entre respostas dos exercícios e 
o texto da teoria. Resultado: nunca mais abri aquelas apostilas. Acho que até 
pode ser que existam exceções, mas eu não indico esse tipo de material para 
ninguém. 
Outra recomendação importante: prefira sempre materiais específicos 
para concurso. Já foi a época em que, para se preparar para uma prova de 
concurso, o candidato tinha que recorrer a vários livros acadêmicos que 
abordavam partes de cada matéria. Hoje em dia a riqueza de material voltado 
para o mercado de concurso é muito grande e existem bons materiais 
 
26
praticamente para todas as matérias cobradas em seleções públicas. Os 
materiais voltados para concurso são melhores porque abordam a matéria que 
cai nas provas, sem fazer você perder tempo com divagações teóricas que não 
são objeto de questões de concurso. Além disso, esses materiais costumam 
indicar a forma como as bancas cobram as matérias nas provas e geralmente 
trazem exercícios de provas anteriores que ajudam a consolidar o aprendizado. 
Mais uma dica importante: evite fazer “economia porca” na hora de 
adquirir seus materiais e oriente suas escolhas pela qualidade do material. O 
material de estudo é ferramenta fundamental para o aprendizado e devemos 
fazer bons investimentosem livros e apostilas que garantam nossa aprovação. 
Imagine que, ao escolher materiais mais baratos para economizar um dinheiro, 
você pode estar colocando em risco o salário dos seus sonhos. Mesmo que 
você consiga economizar muito em material, esse valor não é nada quando 
comparado ao rendimento que você terá no serviço público. Portanto, 
desculpem-me pela expressão, mas comprar material de estudo só pelo preço 
é uma economia porca. Eu mesmo, apesar se ter comprado vários livros caros 
e ter gastado muito com material, carrego até hoje a raiva de ter comprado 
aquelas apostilas do Bacen por R$ 49,00! Comprar materiais de má qualidade 
é um péssimo investimento. 
“E então, é preciso comprar um livro para cada matéria?” A princípio, eu 
diria que não. Ao analisar qual material adquirir, acredito que, quanto mais 
importante a matéria para seu concurso, maior o investimento de tempo e 
dinheiro que você deve fazer. Eu particularmente gosto muito de um bom livro 
de referência nas matérias mais importantes, o que dá mais segurança para o 
candidato. Em matérias como Direito Administrativo e Constitucional, que são 
fundamentais, encarei as centenas de páginas dos livros de Vicente Paulo e 
Marcelo Alexandrino sem medo. Esse material me deu uma base excelente e 
colaborou muito para meus resultados. 
 
27
Desse modo, acredito que é importante ter um bom material de 
referência para cada matéria, mas não precisa ser necessariamente um livro. 
As aulas do Ponto dos Concursos muitas vezes substituem um livro, pois são 
abrangentes e feitas por ótimos professores, ao mesmo tempo em que são 
mais objetivas por serem direcionadas a um concurso específico, na maioria 
das vezes. 
Na realidade, atualmente precisamos aprimorar nossos estudos 
constantemente e muitas vezes usamos mais de um material para cada 
disciplina. Frequentemente usamos um bom livro de uma matéria e na reta final 
adotamos apostilas para complementar o estudo. Em outras situações, é 
importante complementar os estudos mais teóricos com materiais de questões 
comentadas. Portanto, a diversidade de material é grande e o importante é 
considerar o peso das matérias no concurso e seu estágio de estudo para 
adquirir os materiais mais adequados. No início, é sempre melhor optar por 
materiais mais abrangentes e detalhados, para formar uma base consistente. 
Depois, quando faltar menos tempo para a prova, é mais importante focar em 
materiais mais objetivos para revisão e concentrar esforços na resolução de 
questões de provas anteriores. 
Além disso, é preciso levar em conta que em algumas situações 
simplesmente não dá para construir um aprendizado tão completo e 
abrangente quanto gostaríamos. Em meu concurso de AFRFB 2009/2010, o 
edital trouxe como novidade a cobrança de 15 questões de Direito Comercial, 
Direito Penal e Direito Civil; ou seja, cinco questões de cada. Eram tão poucos 
pontos em jogo nessas matérias que não valia a pena investir muito tempo 
nesse conteúdo. Assim, estudei só por umas apostilas rasteiras de um cursinho 
e mais o Bizu do Ponto dos Concursos. Foi o suficiente para eu conseguir um 
pouco mais que o mínimo e garantir minha aprovação, o que foi uma ótima 
relação custo-benefício. 
 
28
Em relação aos autores indicados para ter um bom material de 
referência, seja livro ou apostila, é difícil indicar apenas alguns nomes, pois 
hoje em dia existem várias opções. Em algumas matérias, não há duvidas – os 
livros de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino são indiscutíveis em Direito 
Administrativo e Constitucional. Em outras, recomendo que os alunos 
conversem entre si, para saber os autores preferidos dos demais concurseiros, 
e que pesquisem referências em fóruns na internet, por exemplo. Vendendo 
nosso peixe, não posso deixar de dizer que os materiais dos professores do 
Ponto dos Concursos são sempre ótimas opções! É claro que isso é uma 
propaganda. Mas também é uma garantia atestada por anos de experiência e 
sucesso no mercado. 
Concluindo, o aluno deve escolher os materiais sempre com foco na 
qualidade. Leve em consideração o peso da disciplina no concurso e seu 
estágio de preparação na hora de escolher. No início é melhor optar por 
materiais mais abrangentes e depois refinar os estudos com outros mais 
objetivos e focados em exercícios. Quanto mais importante a matéria, maior o 
investimento de tempo e dinheiro nos materiais. Por fim, escolha materiais que 
lhe dê confiança e segurança e avalie a qualidade de seu aprendizado através 
de seu desempenho nos exercícios e nas próprias provas. Se você não vê que 
seus estudos estão progredindo, talvez seja a hora de substituir o material de 
estudo. 
Exercícios: nunca faça sem ter o gabarito 
Resolver questões de provas anteriores é um excelente exercício para 
fixar a matéria, avaliar sua assimilação do conteúdo e aprender como a banca 
costuma cobrar os assuntos nas provas. As bancas organizadoras de 
concursos públicos elaboram centenas de provas que cobram disciplinas 
 
29
semelhantes. Assim, fica difícil criar questões sempre diferentes, que abordem 
pontos novos da matéria. Portanto, o candidato que consegue incluir a 
resolução de muitos exercícios em sua preparação, principalmente nos últimos 
meses ou semanas antes da prova, ganha familiaridade com o tipo de pergunta 
da banca e pode até encontrar uma questão já cobrada em provas anteriores 
no dia do seu concurso, o que não é raro. 
Desse modo, não resta dúvidas sobre a eficiência da resolução de 
questões de provas anteriores na preparação para concurso. Contudo, uma 
dica importante que ouvi do Alexandre Meirelles (se não me engano) é sobre o 
risco de fazer exercícios sem gabarito. O momento de resolução de exercícios 
é quando você fixa a matéria e cria seu arsenal de respostas para usar na hora 
da prova. Se você resolve questões sem ter o gabarito, você corre o risco de 
errar questões pensando que está certo e repetir esses erros na hora da prova. 
Além disso, com frequência nos deparamos com questões dúbias, em que não 
há uma resposta inequívoca. Nesses casos, se você não tiver o gabarito, você 
vai acabar carregando essas dúvidas durante toda sua jornada e ficará 
inseguro sobre aquele conteúdo. Portanto, jamais resolva exercícios sem ter o 
gabarito. 
Não odiar a matéria 
Todo concurseiro que se dedica de verdade aos estudos, que passa 
muitos meses estudando várias matérias, acaba tendo uma preferência por 
uma ou por outra matéria. Certamente essas paixões variam muito: alguns 
adoram Direito Constitucional ou Direito Administrativo, outros podem passar 
horas resolvendo exercícios de Raciocínio Lógico. Há, ainda, os que se 
apaixonam por Direito Previdenciário, que foi o meu caso. Por mais incrível que 
possa parecer, existem também alunos que se encantam pelas regrinhas de 
 
30
pontuação do Português ou pelos cálculos da Estatística! Essa diversidade é 
algo sensacional, uma verdadeira dádiva da vida. 
Essas preferências se desenvolvem por várias razões: a empatia por um 
professor, que explica a matéria de um jeito estimulante; às vezes, é um 
interesse trazido desde os primeiros anos de escola, como a paixão pela 
matemática; e outras vezes o aluno tem afinidade com certo conteúdo 
decorrente de outras vivências, como sua experiência profissional. Como todos 
os concurseiros mais experientes já sabem, é muito mais gostoso estudar 
essas disciplinas que gostamos. Podemos passar horas lendo aquelas 
matérias com as quais temos mais afinidade. Nessa hora, o estudo rende, as 
horas correm e o aprendizado flui muito mais facilmente. 
Não é à toa que aprendemos mais facilmente as matérias que gostamos.Nossa inteligência emocional está conectada à nossa inteligência cognitiva, ou 
seja, nossa capacidade de compreensão e assimilação de um conteúdo é 
influenciada por nossas sensações e emoções envolvidas no momento do 
aprendizado. Quando detestamos matemática por causa daquele professor 
carrasco que tivemos no primário, esse sentimento negativo nos deixa 
desinteressados na matéria e nosso cérebro se fecha para o aprendizado. Daí, 
quanto maior a dificuldade de compreensão, menos interesse e mais ódio pela 
matéria. Esse é um círculo vicioso do qual precisamos sair. 
O candidato a concurso público que está completamente voltado para 
seu objetivo não pode se dar ao luxo de odiar uma matéria que será cobrada 
em seu concurso. Isso vai tornar seus estudos um verdadeiro martírio. 
Alternativamente, quando gostamos da matéria, temos prazer em 
estudá-la e sua assimilação se torna muito mais fácil, pois a alegria de adquirir 
 
31
novos conhecimentos deixa nosso cérebro aberto para o aprendizado. Daí, a 
facilidade de compreensão aumenta o interesse pela disciplina e estimula ainda 
mais o aprendizado. Assim, damos um grande passo quando saímos daquele 
círculo vicioso e entramos nesse círculo virtuoso. E como fazer para gostar de 
uma matéria que eu já odeio? 
Uma estratégia muito importante para superar resistências a certas 
matérias e desenvolver o interesse por elas é a aproximação dos conteúdos da 
disciplina à sua realidade cotidiana. Quando você consegue construir pontes 
entre a teoria da matéria e a sua vida, certamente você terá mais interesse pela 
disciplina e começará a se abrir para aquele conhecimento. Portanto, busque 
fazer links entre os conteúdos estudados e sua experiência pessoal ou 
profissional. 
Vejamos o exemplo do Direito Previdenciário. A Previdência Social é um 
sistema para o qual você contribui quando está trabalhando e gozando de boas 
condições de saúde, para que tenha direito a benefícios quando as 
adversidades da vida impedirem que você tenha condições de prover a própria 
subsistência. O Direito Previdenciário surge como o conjunto de regras que 
organiza e disciplina esse sistema. 
E por que o Direito Previdenciário é importante em nossas vidas? 
Quando somos jovens, vivendo a plenitude de nossas capacidades, não 
costumamos dar a devida atenção à necessidade de nos preparar para quando 
não tivermos condições de trabalhar. Muitas pessoas não planejam sua velhice 
e acabam dependendo da família para ser sustentado. Não raro essas pessoas 
acabam se tornando um peso para os parentes. Essa é uma situação terrível 
pela qual ninguém quer passar. Quando paramos para pensar nessas 
questões, certamente surge o desejo de planejar um futuro tranquilo, 
 
32
independente financeiramente e no qual possamos enfrentar as adversidades 
da vida com dignidade. 
Essa é uma função essencial da Previdência Social: prover a 
subsistência de seus beneficiários quando eles enfrentam riscos sociais que os 
impedem de trabalhar. Contudo, todos sabemos que nossa Previdência Social 
garante só o básico. Assim, podemos expandir esse raciocínio para 
desenvolvermos hábitos mais consistentes para conquistar a verdadeira 
independência financeira, que nos permita viver uma velhice ainda cheia de 
realizações e prazeres. Quem sabe possamos pensar numa plano de 
previdência privada para reforçar nossos rendimentos no futuro? E então, não 
é gostoso nos imaginar como aqueles velhinhos que curtem a terceira idade 
viajando e ainda aproveitando coisas boas da vida? O Direito Previdenciário 
nos alerta sobre a necessidade de pensarmos nessas questões. 
Vou dar outro exemplo com Contabilidade. Antes de começar a estudar 
para o concurso de AFRFB, meu único contato com Contabilidade havia sido 
através de uma matéria do curso de pós-graduação chamada “Contabilidade 
para Executivos”. Quando fiz essa matéria, achei a coisa mais chata do mundo, 
com regrinhas bobas que não faziam o menor sentido. Por que o Ativo tem 
sinal negativo se é uma coisa boa? 
Quando comecei a estudar Contabilidade para concurso, logo percebi 
que eu tinha que mudar minha relação com a matéria. Primeiramente, ignorei 
tudo o que eu já havia visto sobre aquilo e parti do zero, como se eu fosse uma 
página em branco. Isso foi importante para diminuir minha resistência à 
matéria. Depois, comecei a tentar aproximar o conteúdo da disciplina da minha 
realidade. Fiz isso pensando na aplicação da teoria às minhas finanças 
pessoais. Logo percebi que a Contabilidade é uma ferramenta muito útil para o 
controle das finanças de um modo geral. 
 
33
Primeiramente, é importante saber se você gasta mais do que recebe no 
mês. A Contabilidade faz esse controle na “Demonstração do Resultado do 
Exercício”. Se você consegue gastar menos do que recebe, dá para poupar e 
fazer investimentos, construindo um patrimônio. Do contrário, aparecem as 
dívidas. Para controlar essa situação patrimonial é que existe o “Balanço 
Patrimonial”. Quando você passa no concurso e começa a ganhar bem, o 
gerente do banco logo te oferece vários cartões de crédito com vários 
benefícios. Daí, quando você começa a usar, percebe que o dia que você faz 
compras não coincide com o dia do efetivo pagamento, pois o cartão só vence 
no mês seguinte. Essa não coincidência de datas vai atrapalhar seu controle do 
dinheiro e será preciso pensar numa “Demonstração dos Fluxos de Caixa” para 
controlar essa situação. 
Fazendo essa aplicação do conhecimento teórico na sua vida e 
aproximando o conteúdo de sua realidade, ainda que só na imaginação, fica 
tudo mais fácil e seu cérebro se abre para o aprendizado. É preciso deixar de 
lado as resistências que trazemos de experiências passadas e ser criativo para 
se aproximar das matérias e desenvolver sentimentos positivos em relação a 
elas. Os benefícios desse exercício são enormes! 
A última dica é a mais óbvia: se depois de todos esses argumentos você 
ainda não se convenceu que Direito Previdenciário ou Contabilidade são 
matérias interessantíssimas, estude bastante nem que seja só para passar no 
concurso. Em algumas das matérias que normalmente as pessoas têm mais 
dificuldade, como Contabilidade ou Raciocínio Lógico, eu adorava imaginar que 
meu estudo daquela matéria faria a diferença para a minha aprovação. Quando 
os candidatos em geral têm resistência a uma matéria e dificuldade de 
aprendê-la, é aí que você tem as maiores oportunidades de fazer a diferença e 
dar um passo na frente dos demais. Desse modo, quando os demais disserem 
“eu não consigo aprender essa matéria”, pense “eu adoro essa matéria, é ela 
 
34
que vai garantir minha vaga”! Ainda que você não seja apaixonado pela 
matéria, você acaba desenvolvendo sentimentos positivos e facilitando seu 
aprendizado. 
3. TÉCNICAS DE ESTUDO 
Pedro
Highlight
 
35
Calendário Dinâmico de Estudos 
Quando comecei a me preparar para concurso, eu não tinha nenhuma 
técnica ou método para gerenciar meus estudos. Inicialmente, meu jeito de 
estudar era escolher uma disciplina aleatória e estudar aquela matéria o 
máximo possível, para “matar” um assunto e poder passar para o próximo. 
Acontece que, estudando dessa maneira, à medida que as horas iam 
passando, meu interesse por aquela matéria ia diminuindo, acompanhado pelo 
meu nível de concentração. É muito cansativo e maçante pensar no mesmo 
assunto durante várias horas, às vezes por vários dias. Se nos deparamos com 
alguma dificuldade de assimilação nesse processo, aí a tarefa torna-se ainda 
mais difícil: nosso cérebro se fecha para qualquer aprendizado e ficamos 
desestimulados a prosseguir. 
Diante desse cenário, percebique meus estudos não estavam rendendo 
bem nas primeiras semanas e eu não estava aprendendo praticamente nada. 
Foi quando decidi procurar dicas de estudo. Já que existiam tantas pessoas 
focadas em concurso público, devia ter alguém que sabia um jeito melhor ou 
mais fácil de estudar, pois da forma como eu estava fazendo ficaria complicado 
seguir em frente. Foi aí que descobri o Alexandre Meirelles. Quando vi ele 
dizendo que o estudo para concurso era diferente do estudo de colégio ou de 
faculdade, logo me interessei. Como minha experiência maior de estudo havia 
sido no colégio e na faculdade, eu estava encarando o novo desafio dos 
concursos como eu havia feito naquela época. No entanto, notei que eu 
estudava a matéria toda sobre um assunto, mas logo depois já tinha esquecido 
tudo, assim como acontecia depois da data da prova, no tempo de colégio. 
Para melhorar minha rotina de estudo, a ideia inicial foi a técnica de 
Ciclos de Estudo do Alexandre Meirelles. Montei um primeiro ciclo com as 
 
36
matérias principais do concurso de AFRFB, intercalando as várias disciplinas, e 
comecei a estudá-las. Esse foi o primeiro ciclo de 29 horas que eu montei: 
A adoção dessa técnica já foi um enorme ganho, pois no método de 
Ciclos as sessões de estudo de cada matéria são mais curtas, então num 
mesmo dia eu estudava duas ou três disciplinas diferentes. Assim, minha 
motivação era maior, pois eu tinha a sensação de que estava aprendendo 
mais. Naturalmente, a ideia era ir acrescentando outras matérias à medida que 
eu avançasse nessas mais importantes. 
Entretanto, depois de duas semanas seguindo esse método, logo vi que 
eu tinha uma grande dificuldade. Como eu ainda estava na fase inicial de 
preparação, meu maior desafio era criar o hábito de estudar, pois meu corpo 
ainda não estava acostumado a ficar longos períodos estudando. Nesse 
 
37
estágio, ficar duas horas sentado era praticamente impossível: eu não tinha 
posição na cadeira, ficava inquieto pensando em outras coisas e sempre me 
levantava para me distrair por uns minutos. No transcorrer do dia, o cansaço 
sempre chegava antes do programado e eu acabava estudando menos do que 
o planejado. 
A técnica dos Ciclos tem o propósito de aumentar a produtividade dos 
estudos, motivando o aluno a estudar mais. O objetivo é que o aluno persiga a 
meta de “girar” o ciclo cada vez mais rápido. Logo, quanto mais horas de 
estudo por dia, menos dias para concluir o ciclo. Contudo, essa lógica 
simplesmente não estava funcionando para mim. Ao invés de me estimular a 
estudar cada dia mais, eu sempre pensava que poderia continuar o ciclo no dia 
seguinte e postergava meus estudos. Resultado: ao final do dia, eu nunca 
conseguia estudar a quantidade de horas que eu havia planejado. Da mesma 
forma, eu não gostava de chegar ao fim da semana no meio de um ciclo, ficava 
com a sensação de que estava deixando um serviço inacabado. 
Além disso, eu logo senti a necessidade de ter um pouco mais de 
flexibilidade no meu cronograma. Quando você faz sessões curtas de estudo, 
frequentemente acontece de você precisar passar um pouco do tempo 
programado para terminar um trecho do livro ou fazer mais um exercício. Não 
há nenhum problema em estudar 2h15’ ao invés das 2 horas programadas, por 
exemplo. O que não deve haver é uma obrigação de estudar um capítulo até o 
final. Por que não interromper a leitura numa subseção e continuar depois? Na 
maioria das vezes, isso não compromete o aprendizado. Também na técnica 
de Ciclos você pode ultrapassar o tempo estabelecido para uma matéria e 
descontar depois. A técnica te permite esse tipo de ajuste. Contudo, meu 
problema é que eu não conseguia manter o controle disso e acabava não 
completando o ciclo redondinho. 
 
38
O que quero dizer é que não é a técnica do Ciclo de Estudos que tenha 
problema. O problema é que eu não consegui me adaptar bem a ela e logo 
percebi que eu podia melhorar ainda mais meu desempenho. Esse tipo de 
técnica de estudo tem essa dinâmica, os resultados não são os mesmos para 
todo mundo. Alguns se adaptam melhor estudando de um jeito, outros têm 
fórmulas distintas. O importante é perseguir mais produtividade nos estudos, 
para que você não desperdice seu tempo. Caso contrário, corremos o risco de 
ficar pra trás na busca por um cargo público. Percebendo minhas dificuldades, 
fiz algumas alterações naquele método e criei uma técnica de estudo que 
funcionou melhor para mim. Dei o nome a esse método de “Calendário 
Dinâmico de Estudo”. 
O objetivo principal do Calendário Dinâmico de Estudo é melhorar o 
processo de aprendizagem do candidato, permitindo maximizar a produtividade 
do tempo dedicado à sua preparação para concurso. Como fazer isso? 
Definindo as matérias a serem estudadas 
Para começar a estudar seguindo seu Calendário de Estudos, primeiro 
você tem que preparar o terreno. Inicialmente, é preciso que você já tenha 
definido, dentro do serviço público, uma área de seu interesse (cap. 1). Uma 
vez definido seu concurso ou área de interesse, faça uma lista de todas as 
disciplinas que você terá de estudar para estar bem preparado para as provas 
que enfrentará. De preferência, tome como base o conteúdo programático do 
edital de seu concurso preferido. 
Para ficar mais claro o funcionamento do método, vou usar como 
exemplo minha preparação para o AFRFB. Foquei meus estudos nesse 
 
39
concurso, que abrange muitas disciplinas, e estava disposto a fazer 
adaptações para enfrentar outras provas que me interessassem. Assim, fiz a 
seguinte lista de disciplinas baseado no edital do concurso: 
- Português 
- Inglês 
- Raciocínio Lógico 
- Direito Civil, Penal e Comercial 
- Direito Administrativo 
- Direito Constitucional 
- Direito Previdenciário 
- Direito Tributário 
- Comércio Internacional 
- Contabilidade 
- Auditoria 
- Administração Pública 
- Economia e Finanças Públicas 
Considerando que Direito Civil, Penal e Comercial são matérias 
diferentes, assim como Economia e Finanças Públicas, temos um total de 16 
disciplinas. É uma quantidade enorme de matérias para aprender! 
Independentemente de sua área e de seu concurso, certamente sua lista 
também será grande. Contudo, não entre em pânico! Nessa primeira tarefa, o 
importante é você ter uma lista completa para visualizar todas as disciplinas 
que precisará estudar para estar bem preparado para o concurso que almeja. 
Quando chegar perto da data da prova, o ideal é que você tenha conseguido 
estudar todos os conteúdos de todas as disciplinas dessa lista. 
A partir dessa lista enorme, faça outra lista mais enxuta das matérias 
mais importantes pelas quais você deseja começar e deixe as demais para um 
momento posterior. É contraproducente iniciar encarando quase duas dezenas 
de matérias diferentes de uma só vez. Portanto, faça outra lista menor e vá 
incluindo as matérias menos importantes à medida que for avançando nas 
principais. Para escolher as mais importantes, leve em consideração aquelas 
 
40
que são mais cobradas nos concursos e que têm mais peso nos certames para 
os quais você deseja se preparar. É fundamental levar em conta seu estágio 
de preparação na hora de escolher a quantidade de matérias que irá estudar. 
No nosso exemplo, minha lista inicial de estudos continha as seguintes 
matérias: 
- Português 
- Raciocínio Lógico 
- Direito Administrativo 
- Direito Constitucional 
- Direito Previdenciário 
- Direito Tributário 
- Comércio Internacional 
- Contabilidade 
- Auditoria 
Nessa lista menor, a quantidade de matérias diminuiu para “apenas” 9. 
Embora ainda sejam várias matérias,é uma quantidade mais razoável para 
começar os estudos. Quando você ainda não tem um bom domínio da matéria, 
fica difícil conciliar o aprendizado do conteúdo de mais de uma dezena de 
disciplinas novas. Por isso, se você tentar começar seus estudos encarando 
todas as matérias do concurso de uma só vez, provavelmente terá mais 
dificuldade. 
Uma vez que você tenha definido quais são as disciplinas a serem 
estudadas, por qual conteúdo começar? O conteúdo programático contido no 
edital do seu concurso (pode ser o edital do último concurso do cargo 
almejado) deve orientar seu estudo de cada matéria. Portanto, quando você for 
estudar Direito Administrativo, veja quais são os assuntos cobrados no edital e 
siga aquela ordem. Assim, vá marcando os conteúdos já estudados no edital 
para você controlar seu progresso em cada disciplina. 
 
41
Esse controle do estudo das matérias através do conteúdo programático 
do edital é que vai te permitir avaliar a hora adequada de incluir novas 
disciplinas em seu Calendário de Estudo. Digamos que, no nosso exemplo, 
você já tenha estudado mais de 50% dos pontos do conteúdo de Direito 
Administrativo, Constitucional, Tributário e Previdenciário. Ora, nesse momento 
você já terá uma boa base e pode diminuir um pouco o tempo dedicado a 
essas disciplinas para se dedicar a estudar outras matérias, como Direito Civil, 
Penal e Comercial, por exemplo. 
O objetivo desse processo é incluir novas matérias à medida que for 
avançando nas demais, para chegar na data da prova tendo estudado todo o 
conteúdo de todas as matérias. Algumas pessoas gostam de estudar uma 
matéria toda e só depois passar para a próxima, eliminando as disciplinas já 
estudadas de sua lista. Como diz o Alexandre Meirelles, é muito melhor 
gerenciar os estudos para avançar em todas as disciplinas de forma 
equilibrada, pois se você terminar uma disciplina e parar de estuda-la, você 
acaba esquecendo aquela matéria e perdendo desempenho. 
No nosso método, a ideia é criar uma base sólida inicialmente, 
concentrando nas disciplinas mais importantes, e ir avançando nas outras 
matérias, de forma a chegar na época da prova terminando de estudar o 
conteúdo de todas as matérias. Naturalmente, se você tiver tempo para 
terminar o estudo de todo o conteúdo antes da prova, depois você terá tempo 
para fazer revisões das matérias, o que é ainda melhor. Administre as revisões 
de todas as matérias de forma equilibrada, a fim de manter um alto nível em 
todas elas. 
Metas de estudo 
 
42
Uma questão importantíssima no planejamento de estudo é a disciplina 
para sentar na cadeira e conseguir estudar o tempo programado. Não dá para 
estudar só quando a gente tem vontade, pois as fontes de distração são 
intermináveis. Por isso, é fundamental traçar metas de estudo, para que você 
tenha motivação para persegui-las e para que elas sirvam de parâmetro de 
controle da sua rotina. 
Sem metas de estudo, você sempre está olhando para trás, focando no 
passado. Digamos que depois de um dia de estudo, você contabiliza e vê que 
estudou 5 horas líquidas. Se você não tinha uma meta para aquele dia, o 
registro de 5 horas de estudo é apenas uma constatação, resultando numa 
atitude passiva. O tempo de 5 horas é suficiente? Depende de várias coisas. O 
problema é que sem a meta você fica sem referência e não assume uma 
atitude proativa necessária para alcançar seu objetivo. Provavelmente você 
poderia ter estudado mais e ficará angustiado com a sensação de ter 
desperdiçado um tempo precioso. 
Sua meta de estudo deve ser um compromisso pessoal diário. Ela serve 
para te alertar que você deve voltar aos estudos quando o intervalo começa a 
se esticar demais ou quando bate aquela preguiça depois do almoço. A meta 
não batida num dia é o puxão de orelha e um alerta de que você terá que 
compensar no dia seguinte. Desse modo, o acompanhamento de seu tempo de 
estudo te auxilia a balizar sua rotina para ir ao encontro de seu objetivo maior, 
maximizando sua dedicação aos estudos. 
A razão de ser número 1 das metas de estudo é algo essencial para os 
concurseiros: tranquilidade! Todos nós sabemos que a pressão é grande 
durante o período de preparação para concurso. É pressão do cônjuge, dos 
pais, das contas para pagar, dos filhos, da sociedade... As metas de estudo 
 
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contribuem para afastar a angústia dos alunos, que também se cobram 
constantemente. Se você estabelecer suas metas e conseguir cumpri-las, terá 
a gostosa sensação de dever cumprido e afastará essa angústia. 
Tendo em mente seu tempo disponível para estudar, trace metas de 
estudo diárias e semanais. Eu considero a meta de estudo semanal 
especialmente importante, pois ela serve de parâmetro final. Se você trabalha 
durante o dia e traça uma meta de 3 horas diárias de estudo, com alguma 
frequência você não conseguirá atingir as 3 horas. Contudo, o importante é 
chegar ao final da sexta-feira completando as 15 horas semanais, 
compensando os dias em que não conseguiu bater a meta diária. 
Ao estabelecer uma quantidade de horas líquidas de estudo, tanto para 
um dia quanto para uma semana, seja realista sem ser preguiçoso. As metas 
de estudo têm que ser, simultaneamente, desafiadoras e realistas. Se você 
estabelecer uma meta muito baixa, ela não servirá de estímulo para que você 
consiga estudar o máximo possível e você estará desperdiçando parte de seu 
tempo. Por outro lado, se a meta for muito alta, você não conseguirá alcança-la 
e vai ficar desmotivado com seu insucesso. 
No meu caso, minha meta de estudo diária era de 7 horas líquidas, 
enquanto a semanal era de 35 horas. Com o tempo, acabei fixando meu piso 
semanal em 32 horas, pois nem sempre eu conseguia estudar 7 horas líquidas. 
Assim, meu tempo de estudo oscilava entre 32 e 35 horas por semana, o que 
garantia mais de 6 horas líquidas por dia e me dava a certeza de estar fazendo 
um bom trabalho. Essa é a ideia da meta, um parâmetro para o qual você 
converge seus esforços. É importante não forçar muito a meta para cima, se 
não você acaba comprometendo seu estudo no médio prazo e gera 
desmotivação. 
 
44
No início, minha meta de estudo era de 5 horas líquidas diárias e fui 
aumentando um pouquinho a cada semana, até chegar nessa meta de 35 
horas semanais nos meses que antecederam a prova de AFRFB. Essa 
evolução gradual é importante, pois nosso corpo e nossa mente precisa se 
habituar ao estudo prolongado. 
Jamais extrapole seus limites a ponto de prejudicar sua saúde. Dormir 
bem é fundamental para um bom aprendizado. Às vezes eu tentava bater 
recorde de estudo num dia e simplesmente não conseguia estudar nada no dia 
seguinte. Uma vez, fiquei estudando até meia-noite e completei 9h15’ líquidas 
de estudo. Esse foi meu recorde! Achei o máximo. O problema é que no dia 
seguinte mal consegui estudar 3h. Resultado: teria sido melhor estudar 7h em 
cada dia. Portanto, para uma preparação sólida, é mais importante ter 
constância e equilíbrio. 
Cada um de nós tem uma realidade diferente. Independentemente dos 
seus outros compromissos, estabeleça metas adequadas para sua rotina, mas 
que maximizem sua dedicação. O mais importante é estabelecer uma meta 
realista que exija seu empenho sem ultrapassar seus limites. Esse processo 
exigirá uma sintonia fina ao longo das semanas para que você aumente seu 
tempo de estudo na medida do possível, até encontrar seu nível máximo de 
estudo. Não seja preguiçoso nem ultrapasse seus limites. 
Montando seu Calendário de Estudo 
Quando eu comecei a organizar meus estudos seguindo um método, 
percebi que era preciso conciliar duas necessidades: disciplina e flexibilidade.Eu precisava de disciplina para estudar mais, pois se dependesse só de minha 
 
45
vontade de estudar, eu estudaria muito pouco e desperdiçaria um tempo 
precioso. Ao mesmo tempo, eu também precisava de uma certa flexibilidade. 
Era simplesmente impossível estudar lendo regrinhas de pontuação 
(Português) depois do almoço, pois o sono não permitia. Nessas ocasiões, era 
melhor adaptar o planejamento para fazer uma atividade mais adequada, como 
resolver questões de Raciocínio Lógico, por exemplo. 
A partir dessas constatações, desenvolvi duas ferramentas básicas para 
planejar e gerenciar meus estudos: o Calendário de Estudo e a Agenda de 
Estudo. O Calendário de Estudo é a ferramenta que controla as metas de 
estudo e garante a disciplina necessária na preparação. Já a Agenda de 
Estudo organiza a seleção e a ordem das matérias a serem estudadas, 
permitindo as flexibilidades necessárias para aumentar a produtividade do 
estudo. 
Explico, primeiramente, como funciona a Agenda de Estudo. No início de 
cada semana, preferencialmente no domingo, faça uma programação de 
estudo para a semana toda, começando a partir de segunda. Estabeleça suas 
metas de estudo e liste as matérias que você estudará cada dia da semana, 
lembrando-se de separá-las em sessões com tempo máximo de 2 horas. Use 
uma agenda de verdade e faça sua programação a lápis, de tal forma que seja 
possível apagar e fazer as adaptações necessárias. 
Segue um exemplo para um candidato hipotético ao concurso de AFRFB 
que trabalha e traçou como meta estudar 3 horas por dia, durante a semana, e 
mais 7 horas por dia nos finais-de-semana. O exemplo se baseia naquela lista 
de disciplinas mais restrita para um aluno iniciante, só com as matérias mais 
importantes, apresentada na seção anterior: 
 
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Agenda de Estudo (exemplo) 
SEG → 19:00h às 20:45h – Dir. Adm. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Port. (1h15’) 
TER → 19:00h às 20:45h – Dir. Trib. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – RL (1h15’) 
QUA →19:00h às 20:45h – Dir. Const. (1h45’); +21:00h às 22:15h – Contab (1h15’) 
QUI → 19:00h às 20:45h – Com. Int. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Audit. (1h15’) 
SEX →19:00h às 20:45h – Dir. Prev. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Contab (1h15’) 
SAB → 9:00h às 10:30h – Dir. Adm. (1h30’); + 10:45h às 12:15h – Port. (1h30’) 
 → 14:00h às 16:00h – Dir. Trib. (2h); + 16:15h às 18:15h – Audit. (2h) 
DOM → 9:00h às 10:30h – Dir. Const. (1h30’); + 10:45h às 12:15h – RL (1h30’) 
 → 14:00h às 15:30h – Com. Int. (1h30’); + 15:45h às 16:45h – Contab. (1h’); 
+ 17:00h às 18:30h – Dir. Prev. (1h30’) 
Percebam que, nessa Agenda de Estudo, o aluno estudou cada 
disciplina pelo menos duas vezes durante a semana e as sessões de estudo 
são de, no máximo, 2 horas. Além disso, essa programação é para uma meta 
de 29 horas semanais, o que é um volume de estudo significativo, sobretudo 
para quem concilia os estudos com trabalho. Uma rotina tão rigorosa assim 
seria recomendável somente para os meses que antecedem a prova. 
 
47
Bom, essa programação inicial da Agenda de Estudo é a primeira etapa. 
Contudo, um planejamento não deve engessar os estudos do aluno e é 
perfeitamente possível fazer ajustes, quando necessários. Se durante uma 
sessão de estudo, você sente a necessidade de prolongar o estudo daquela 
matéria por mais 15 minutos para concluir a seção do livro, não há problema. 
Prossiga por mais 15 minutos e anote o horário correto na agenda. Se em 
decorrência desse prolongamento, você reduz o tempo da próxima sessão, 
tudo bem. Anote na agenda as alterações que ocorreram na concretização da 
programação. Essa diferença entre o estudo planejado e o realizado é natural. 
Vejamos como ficaria no nosso exemplo anterior: 
SEG → 19:00h às 20:45h 21:00h– Dir. Adm. (1h45’ 2h); + 21:00h 21:15h às 22:15h 
– Port. (1h15’) 
Perceba que, apesar da mudança, o aluno manteve o estudo das 3 
horas no dia, que era sua meta traçada. Como dito anteriormente, esse deve 
ser o foco da disciplina necessária para não desperdiçar o tempo de estudo. 
Mesmo que aconteçam imprevistos que te impeça de cumprir sua meta num 
dia, tente compensar nos outros dias para alcançar sua meta de estudo 
semanal. 
O Calendário de Estudo é uma outra ferramenta que serve para 
consolidar os registros e fazer sua contabilidade dos estudos. Como visto 
anteriormente, a programação feita na Agenda é bastante flexível e ao final da 
semana você terá feito várias alterações dos registros, refletindo os ajustes 
entre aquilo que foi planejado e o que foi concretamente executado. O 
Calendário de Estudo serve para passar a limpo todo o registro dos estudos 
semanais e fechar a contabilização das horas de estudo, para que você faça o 
acompanhamento das metas de estudo. 
 
48
Como fazer seu Calendário de Estudo? Para fazer meu Calendário, eu 
usava uma folha de papel ofício A4, na horizontal. Para tanto, criava linhas 
para 4 ou 5 semanas (que era o que cabia numa folha A4) e colunas para 
todos os dias da semana e mais uma para totalizar os estudos. Fica mais fácil 
visualizar através de ilustração. Considerando as informações do exemplo da 
Agenda, o Calendário daquela semana ficaria assim: 
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
Total da
Semana
18/10/2010 
Dir Adm ‐ 2h 
Port ‐ 1h
TOTAL = 3h
19/10/2010 
Dir Trib‐ 1h45'
RL ‐ 1h15'
TOTAL = 3h
20/10/2010 
Dir Cons 1h45'
Contab ‐ 1h15'
TOTAL = 3h
21/10/2010
Com Int‐
1h45' Audit ‐
1h15'
TOTAL = 3h
22/10/2010 
Dir Prev‐ 1h45'
Contab ‐ 1h15'
TOTAL = 3h
23/10/2010 
Dir Adm‐ 1h30'
Port ‐ 1h30'
Dir Trib‐ 2h
Audit ‐ 2h
TOTAL = 7h
24/10/2010 
Dir Cons 1h30'
RL ‐ 1h30'
Com Int‐ 1h30'
Contab ‐ 1h
Dir Prev‐ 1h30'
TOTAL = 7h
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Total da
Semana = 
29hs √
25/out 26/out 27/out 28/out 29/out 30/out 31/out
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Total da
Semana =
01/nov 02/nov 03/nov 04/nov 05/nov 06/nov 07/nov
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Total da
Semana =
08/nov 09/nov 10/nov 11/nov 12/nov 13/nov 14/nov
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Total da
Semana =
 
O Calendário de Estudos nada mais é do que o registro, numa folha A4, 
de seus horários de estudos realizados, que consolida as informações 
anotadas na Agenda de Estudo. Aqui, o importante não é o horário em que 
você estudou, mas a quantidade de horas estudadas, para fazer o 
acompanhamento de suas metas. Passe a limpo seu registro de horas da 
Agenda para o Calendário de Estudo ao final de cada dia. Assim, você terá o 
 
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controle de seu desempenho em relação a sua meta diária e, se ficar devendo 
tempo de estudo, poderá compensar já no dia seguinte. 
Percebam que a última coluna é a mais importante. É a coluna que 
contabiliza o total de horas de estudo da semana. Esse deve ser seu foco. Se 
você conseguir cumprir sua meta de estudos, isso significa que você fez um 
bom trabalho durante a semana e terá a sensação de dever cumprido. Caso 
contrário, se o total de horas estudadas ficou abaixo da meta, você precisará 
se esforçar mais na semana seguinte e analisar o que pode ser corrigido em 
sua rotina de estudos. 
Sempre que eu completava o preenchimento de uma folha do 
Calendário de Estudos, após 4 semanas, eu colava a folha num mural do meu 
quarto. Os números registrados na última coluna eram motivo de orgulho ou de 
vergonha. Os registros mostram algumas poucas semanas em que estive 
abaixo da minha meta, mas na grande maioria das semanas eu pude sentir 
aquela sensação de dever cumprido. Esse acompanhamento é muito 
estimulante, pois te dá a certeza de que está no caminho certo e de que sua 
aprovação está cada vez mais perto. Ainda hoje guardo minhas folhinhas do 
meu Calendário

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