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TIPOS DE RATOS URBANOS Alison Angelo OLINDA Dezembro - 2015 Quais as Causas do Crescimento Populacional dos Ratos Urbanos na Cidade de Paulista no Período de 2010 a 2015? Professora: Joana D’ arc. Disciplina: Metodologia Científica Turma: 2015.1 Turno: Noite Curso: Ciências Biológicas FUNESO OLINDA – 12/2015 Introdução A Proliferação de ratos urbanos vem crescendo exponencialmente a cada ano embora muitas pessoas considerem roedores, em geral, como pragas, somente um pequeno número de espécies causa danos econômicos e transmite doenças ao homem, aos animais domésticos e aos animais silvestres. Provavelmente, menos de 50 espécies são consideradas realmente pragas (ALVES, 1990). Na cidade do paulista os ratos urbanos vêm aumentado sua população gradativamente ao longo dos tempos. O “crescimento populacional dessa praga” vem causando muitos problemas, doenças e prejuízos à população, a qual já se sente a mercê dessa praga, As espécies mais conhecidas de ratos urbanos são o Mus musculus, um típico rato doméstico conhecido por (catita), Rattus rattus conhecido por Rato de telhado e Rattus norvegicus, por vezes chamados de ratazanas e que habitam esgotos e córregos. A partir desses dados surge um questionamento. “Quais as causas do crescimento populacional dos ratos urbanos na cidade de paulista no período de 2010 a 2015 ?” O aumento da produção de lixo, o acumulo de lixo na cidade por causa da demora da efetivação da coleta, descaso das autoridades com a população, a falta de estrutura urbana na cidade, pode contribuir para esse aumento populacional dessa praga? Na busca da real confirmação para resposta desse questionamento pretendo ir em busca de informações que comprovassem essas hipóteses de resposta com base em pesquisa bibliográfica, informações e fatos ocorridos na cidade nos bairros. Resolvi fazer essa pesquisa por que acredito que sabendo as causas podemos controlar esse crescimento diminuindo sua proliferação. Objetivo Geral Investigar as causas do crescimento populacional dos ratos urbanos em paulista Objetivos Específicos Levantar informações importantes sobre os tipos comuns de ratos urbanos. Identificar os tipos comuns de ratos urbanos. Verificar o tempo de sua reprodução. Analisar as diferenças anatômicas entre eles. Verificar como surgiram Analisar as doenças mais comuns transmitidas pelos ratos urbanos Discutir o que fazer para controlar sua proliferação Com base nas respostas e informações traçar um método mais eficaz para controlar a proliferação de ratos (aumento populacional) gradativos, conscientizar a população sobre os problemas causados por essa praga urbana, e trazer mais tranquilidade para população. Referencial Teórico Proliferação: s.f. Multiplicação; em que há reprodução; que se multiplica, se propaga ou se reproduz com facilidade: proliferação de doenças; proliferação de bactérias: Crescimento; em que se observa ou há um aumento significativo na quantidade de: proliferação de armas; proliferação de médicos. (Etm. proliferar + ção) (Dicionário de português online) Rato é o nome dado a mamíferos pertencentes à Família Muridae, tendo como características principais o focinho afilado e a cauda comprida. Esses roedores geralmente são onívoros, com olfato bem aguçado e gestação rápida, dando origem a vários descendentes que em pouco tempo já se mostram independentes. Ao todo, são mais de 700 espécies existentes em todo o mundo. (Mariana Araguaia Bióloga, especialista em Educação Ambiental). Rato é o nome genérico dado a animais roedores pertencentes à Família Muridae. Esses animais, cujos dentes incisivos crescem de forma contínua, também têm como características principais o rosto afilado, a presença de longos bigodes, e cauda comprida. Além disso, têm gestações rápidas, dando origem a numerosos descendentes que, com rapidez, se tornam independentes e sexualmente maduros. (Mariana Araguaia de Castro Sá Lima em Animais ). Metodologia Para elaboração desse Projeto foi feito um levantamento de dados bibliográficos em livros, jornais, revistas e sites, foram feito visitas nas comunidades em busca de fatos e noticias, foi feito uma pesquisa com alguns moradores locais para extrair informações importantes relacionando provas contundentes sobre o aumento populacional dessa praga de ratos urbanos. Cronograma Atividades JUL AGO SET OUT NOV DEZ Levant. Bibliográfico X X X Elab. do Projeto X X Pesquisa em Campo X X Analise de Dados X X Escrit. da Monografia X X Pesquisas em algumas comunidades da Cidade do Paulista O prefeito eleito de Paulista / Prefeito Sr. Junior Matuto está demonstrando o descaso com os seus eleitores do Bairro de Maranguape I conforme os fatos denunciados por moradores do bairro devido à falta de coleta de lixo o bairro está entregue aos ratos baratas e mosquitos, ”Fazem mais de 30 dias que não passa o carro do lixo aqui na rua Diz Morador do bairro” Rua Cecília carneiro da silva em pau amarelo não tem tratamento de esgoto nos últimos 5 anos já foram mais de 10 pessoas hospitalizadas com suspeita de Leptospirose, segundo moradores a comunidade está entregue a ratos e baratas não existe ação da prefeitura para o controle das pragas. Em Paratibe Moradores jogam o lixo no Rio Paratibe. A falta de consciência dos moradores próximo as margens do “rio Paratibe o qual hoje parece mais com um canal” aumenta a proliferação de pragas, as quais invadem as suas próprias residências. A prefeitura em nota afirma que esses problemas serão resolvidos e já está com data marcada, foi essa a informação passada para os moradores dessas comunidades. Pernambuco confirmou surto de leptospirose em três cidades A Secretaria da Saúde de Pernambuco confirmou a ocorrência de um surto de leptospirose em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, cidades que foram atingidas pelas enchentes. Nesses municípios, foram confirmados 88 dos 122 casos registrados da doença desde o início do ano no Estado. Das 29 mortes, 21 ocorreram nessas três localidades. Com 45 casos e 11 mortes, Recife é o município mais atingido pelo surto. Olinda vem em segundo lugar, com 27 ocorrências e nove mortes. Em Jaboatão dos Guararapes, 16 pessoas contraíram leptospirose e uma morreu. Só na semana passada foram confirmados 26 casos da doença no Estado, com quatro mortes. Segundo a diretora executiva de epidemiologia da Secretaria Estadual da Saúde, existem ainda 30 casos suspeitos sendo investigados. O número de doentes e mortos este ano em Pernambuco já supera o total registrado em todo o ano passado. Em 99, foram infectadas 52 pessoas no Estado. Desse total, 13 morreram. A diretora de epidemiologia afirma que as estatísticas deste ano ainda não refletem as enchentes que atingiram 38 municípios na semana passada. "Esses casos são consequência das chuvas ocorridas anteriormente", declarou. Chove em Pernambuco desde abril, depois de três anos de seca. A leptospirose, transmitida principalmente por meio do contato da pele ou de mucosas com água ou lama contaminada com urina de rato, leva cerca de dez dias para se manifestar.Com as grandes inundações da semana passada, o Estado já se prepara para uma eventual epidemia, que se caracteriza pela expansão da doença e pela velocidade de disseminação. Os surtos ocorrem em áreas localizadas. Cerca de 50 leitos em quatro hospitais de referência foram reservados para o atendimento dos pacientes. Os médicos das regiões atingidas receberão um protocolo de conduta para o atendimento de casos suspeitos. As unidades de saúde ficarão em estado de alerta. Cartazes educativos foram sendo distribuídos nas empresas de ônibus e nos municípios atingidos pelas cheias. Até hoje, 54 mil pessoas permaneciam desabrigadas em Pernambuco. Segundo a Defesa Civil,foram confirmadas 22 mortes. O prejuízo estimado pelo governo é de R$ 128,5 milhões. Inverno contribui para aumentar a infestação de ratos De acordo com o biólogo e especialista de pragas urbanas, André Luís Fernandes, as baixas temperaturas da estação estimulam pequenos roedores, principalmente os camundongos, a invadirem casas e empresas a procura de locais quentes e com boa oferta de alimentos para habitarem e se procriarem. “É o estopim para que a população comece a utilizar raticidas, muitas vezes proibidos e extremamente nocivos à sua saúde, de forma inadequada”, afirma Fernandes. De acordo com o biólogo, ações preventivas são mais eficazes, seguras e baratas para se evitar ratos em casas ou empresas. Ele sugere algumas, como não deixar materiais que possam servir de abrigo, como tijolos, depositados em quintais; limpar os locais onde animais domésticos se alimentam, removendo restos de comida; recolher diariamente o lixo orgânico; manter ralos bem afixados; consertar trincas em calçadas e muros; instalar rodinhos em portas a fim de vedar completamente o vão inferior. “Mas se a infestação já existe, o mais correto e seguro é contratar uma empresa especializada em controle de pragas com alvará expedido pela Vigilância Sanitária local. Realizar o autosserviço é extremamente arriscado, uma vez que venenos proibidos, altamente nocivos à saúde humana, como o chamado chumbinho, são facilmente encontrados no mercado”, diz o especialista. De acordo com Fernandes, apesar desses produtos serem proibidos, eles agem mais rapidamente no organismo do animal, eliminando-o mais rápido que os autorizados pelo Ministério da Saúde. “Mesmo agindo em menos tempo, a maioria desses produtos não são eficazes no controle populacional dos roedores, pois esses animais têm instinto aguçado, o que faz que ratos da mesma colônia rejeitem o alimento contaminado que, após ser consumido, eliminou um de seus membros”, explica. “É uma questão cultural. As pessoas não se atentam para as medidas preventivas e quando passam a ter problemas com roedores querem uma ação rápida”, comenta. Produtos como os monofluoracetato de sódio não têm antídoto e se ingerido por um humano pode matá-lo antes mesmo de se conseguir socorro médico. Outro dado importante para ilustrar prejuízos causados pelos ratos são suas infestações em armazéns de grão. Estudos realizados na Universidade Federal do Espírito Santo, apontam para um consumo diário de 25 gramas de alimentos por rato nestes locais, causando um prejuízo anual médio de cinco dólares. Mas ao alimentar-se, o rato geralmente danifica um volume que varia 5 a 10 vezes ao consumido, o que estende o prejuízo anual para a faixa de 25 a 50 dólares por roedor. O rato e a historia Segundo o zoólogo americano Anthony Barnett, já faz 10 000 anos que tentamos nos livrar deles. “Convivemos com os roedores pelo menos desde que a agricultura começou”, diz Barnett, professor emérito da Universidade Nacional da Austrália e autor do livro The Story of Rats (A história dos ratos, inédito no Brasil). Mas o convívio com a humanidade não mudou só a vida dos ratos. Segundo Barnett, esses animais, na mão contrária, alteraram a história da humanidade também. Especialmente na ciência, mas não só. Os gatos, por exemplo, que na antiga mitologia egípcia alcançaram o status de divindade, só foram admitidos nas casas depois que as pessoas perceberam sua utilidade na caça aos roedores. Até na Bíblia os ratos mereceram citação. Em algumas passagens, escritas há 3 000 anos, eles são classificados como “impuros”. Os homens tementes a Deus deveriam manter distância deles. Essa rusga histórica teve dois momentos cruciais. O primeiro deles foi a fundação das primeiras cidades, há 10 000 anos, que, desde então, propiciam uma fonte inesgotável de alimento e abrigo para os roedores. “Nós fornecemos muita comida e boas condições de sobrevivência para eles”, afirma Neide Ortêncio Garcia, do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. Tanto é assim que, dos milhares de tipos de roedores nas florestas capazes de sobreviver de vegetais e insetos, as três espécies mais numerosas do mundo são aquelas que vivem nos esgotos, nos depósitos e nas ruas das cidades. São elas a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus). As grandes navegações, no século XIV, selaram de vez a aliança dos roedores conosco. A bordo das caravelas e de outras embarcações, essas três espécies se espalharam do seu local de origem – a Eurásia – para o resto do mundo. Poucas vezes, aliás, homens e roedores estiveram tão próximos. Eles infestavam os navios durante as grandes navegações, onde se alimentavam da mesma comida que os marinheiros. Matá-los ajudava os tripulantes a aliviar o tédio, mas também fornecia uma boa refeição. Um dos marinheiros de Fernão de Magalhães (1480-1521) – o comandante da primeira viagem ao redor do mundo – relatou que lamentava comer biscoitos que fediam a urina de rato e não conseguir nenhum desses animais para comer. “Eles provavelmente eram uma boa fonte de vitamina C e ajudavam a aliviar doenças como o escorbuto”, afirma Barnett. Pode parecer nojento, mas até hoje nós desfrutamos dos ratos como alimento. Os Irulas, um povo que se espalha por várias partes da Índia, capturam milhares de ratos por ano, os cozinham e os colocam como ingredientes de uma farta (mas não necessariamente deliciosa) refeição. Para quem tem estômago forte e não se preocupa com doenças, o Larousse Gastronomique, um dos mais importantes livros de culinária do mundo, traz uma receita em que ratazanas e ratos devem ser limpos, despelados, temperados com óleo e cebolas e grelhados em fogo alto. Para as pessoas de paladar tradicional, no entanto, ter ratos na despensa não significa ter um item a mais no cardápio do mês, mas apenas um problema difícil de resolver. Entre os vários truques que ratazanas e ratos de telhado desenvolveram para evitar nossos ataques, está uma habilidade especial em evitar armadilhas e devorar apenas a comida saudável. Não se trata de um sexto sentido ou de uma esperteza diabólica: eles simplesmente têm aversão a objetos novos colocados em um ambiente conhecido, uma característica que os cientistas chamam de neofobia. Como as ratoeiras e o veneno são novidades, acabam intocados. Já a comida que estava lá... Por isso, as armadilhas não funcionariam mesmo que não existissem outros alimentos por perto. Os animais comeriam uma quantidade de veneno muito pequena, insuficiente para matar todo o grupo, e o mal-estar que os sobreviventes sentiriam seria um alerta para nunca mais encostarem naquela comida. É como diz o ditado que ufana o conservadorismo: “O rato morreu de velho”. É preciso astúcia para capturar um rato. “Existem muitas estratégias para enganá-los”, afirma Neide. Uma delas é colocar pequenos alimentos inofensivos durante dias, até que os ratos se acostumem a comê-los, e só depois acrescentar veneno. Outro truque é utilizar substâncias químicas que só fazem efeito mais de cinco dias depois de ingeridas, o que impede que os animais relacionem a morte de um deles ao alimento ingerido. As ratoeiras só funcionam com espécies menos desconfiadas, como o camundongo. “O mais eficaz é retirar a comida disponível e as condições de sobrevivência dos roedores”, diz Neide. Por que exterminar os ratos? Porque eles transmitem doenças ao ser humano. São pelo menos 55 enfermidades, segundo Normam Gratz, biólogo aposentado da Organização Mundial de Saúde (OMS), que listou doenças transmitidas direta ou indiretamente pelos ratos. Mas ele mesmo reconhece que o número certamente é maior. Nenhuma delas teve um impacto maior que a peste, que começou no século XIV, na Ásia, e invadiu a Europa em um famoso e cruel episódio. Durante uma batalha, guerreiros turcos, diante da impossibilidade de romper a muralha de uma cidade da Criméia, onde hoje é a Ucrânia, arremessaram cadáveres contaminados para dentro dos muros. A peste, causada por bacilos transmitidos por pulgas de ratos,espalhou-se rapidamente e matou cerca de 25 milhões de europeus – um terço da população do continente naquela época. Por motivos desconhecidos, a epidemia sumiu. Mas reapareceu várias vezes nos séculos seguintes. A versão atual surgiu na China no século XIX e tornou-se endêmica em diversas regiões do mundo, como em áreas do Nordeste brasileiro. Mas a lista de doenças graves transmitidas por roedores não termina aí. A leptospirose, por exemplo, uma infecção provocada por uma bactéria que causa febre, dores e às vezes hemorragias e morte, é transmitida pela urina de ratos. A doença infecta centenas de pessoas todo ano e é um dos maiores riscos decorrentes de enchentes. E há ainda as enfermidades causadas por hantavírus, micróbios que vivem nas secreções dos roedores e são transmitidos pelo ar. Apesar de terem sido detectadas há poucas décadas, as doenças causadas por hantavírus já se espalharam pelo mundo e têm alto índice de letalidade. “Os ratos são uma rede global e subterrânea de transmissores de doenças”, diz Bartlett. Graças à diversidade existente entre elas, as três espécies de ratos adaptadas ao homem ocupam hábitats diferentes e acabaram por cobrir praticamente todas as possibilidades de convívio humano: camundongos, por exemplo, preferem lugares fechados (como um armário). Ratos de telhado são encontrados normalmente no ambiente que lhes dá o nome. Já as ratazanas costumam cavar buracos no chão e possuem uma habilidade impressionante para caminhar nesses túneis. Em seu hábitat, eles são eficientes como atletas profissionais em sua especialidade. Experiências com ratos em labirintos, que já são realizadas há mais de cem anos, desde 1900, mostraram que esses animais não só são capazes de aprender os caminhos com rapidez, mas também conseguem inventar atalhos e retornar sem dificuldades para o ponto de partida. Um biólogo comparou essa habilidade à de um pianista que, depois de aprender uma peça, consegue tocá-la de trás para a frente com a mesma desenvoltura. Nessa área, a inteligência dos roedores chega a rivalizar com a humana. Cientistas fizeram experiências em que estudantes universitários e ratos precisavam achar a saída de labirintos de desenho idêntico. Os humanos perderam de lavada: os roedores não só conseguiram acertar de primeira como gravaram mais rapidamente o percurso. No entanto, o desempenho dos estudantes melhorou com o tempo e, depois de muito treino, eles conseguiram trazer o troféu para a nossa espécie. Fatos Históricos No início do século XX, os cariocas trocavam roedores por dinheiro e ajudavam no combate à peste “Rato, rato, rato!” Ao ouvir esse grito no Rio de Janeiro no início do século XX, nada de olhar para o chão nem ficar em um pé só. O melhor seria correr atrás do rato, dar-lhe uma paulada e entregá-lo ao “ratoeiro”, provável autor do grito. Esse funcionário pagava a quem recolhesse ratos na rua e revendia os animais para o governo. A simples iniciativa tirou de circulação mais de 1,6 milhão desses animais entre 1903 a 1907, diminuindo os casos de peste bubônica. Mas também aguçou a malandragem dos cariocas: muitos chegaram a fabricar ratos de papelão e cera para vender. A esperteza desses enganadores não era o problema mais grave. Parte da população e até alguns cientistas se recusavam a aceitar que a cidade estava assolada pela mesma peste que aterrorizou a Europa na Idade Média e no início da Idade Moderna, com muito mais mortes que no Rio de Janeiro. Segundo o escritor Daniel Defoe (1659?-1731), só no ano de 1665, em Londres, a doença teria dizimado cerca de 68 mil pessoas de uma população total de 450 mil. Já no Rio de 1900, que tinha uma população de 690 mil habitantes, um pouco maior que a da capital inglesa no século XVII, 360 pessoas morreram em 1903, o pior ano da epidemia. Até 1907, foram duas mil mortes. Como era difícil estabelecer o diagnóstico e muitas famílias escondiam seus doentes, talvez este número tenha sido até maior, mas não o suficiente para impressionar a população e a comunidade científica. O governo do presidente Campos Sales (1898-1902) também demorou a admitir que a chegada da peste representava um perigo. A doença desembarcou no Brasil em outubro de 1899 pelo porto de Santos (SP), provavelmente trazida por algum viajante do Porto, em Portugal. A primeira vítima no Rio de Janeiro foi registrada em janeiro de 1900, mas o ministro da Justiça, Epitácio Pessoa (1865-1942), disse que o foco inicial na capital havia sido combatido “satisfatoriamente” e a doença “exterminada em seu nascedouro”. No entanto, o aparecimento de novos casos em abril, que vitimaram não só imigrantes vindos de Portugal, mas também brasileiros, levou o governo a reconhecer oficialmente, em 21 de maio, que a peste estava instalada na cidade. Os primeiros esforços para acabar com a doença foram pouco objetivos. A maior dificuldade era definir que tarefas cabiam à Higiene Municipal e à Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), órgão federal responsável pelo combate às grandes epidemias. O médico Nuno de Andrade (1851-1922), diretor da DGSP de 1897 a 1903, só podia dar ordens aos serviços de saúde municipais com autorização do prefeito, o que só ocorria nos momentos mais críticos das epidemias. A falta de integração entre os órgãos de saúde voltava a ser regra depois que os casos diminuíam. Diante dessas dificuldades, a estratégia do governo contra a peste foi a mesma usada para combater outra epidemia, a da febre amarela. Os doentes eram removidos e isolados, e suas casas e bens passavam por desinfecção ou eram destruídos. Essas medidas dificultaram a expansão da peste, mas não a exterminaram. A cada mês de agosto, um mês frio, quando as pessoas ficavam mais tempo juntas em casa, a doença voltava a atacar. Quando Rodrigues Alves (1848-1919) assumiu a Presidência da República em 1902, sua meta era o saneamento da capital federal. Naquele momento, o Brasil tinha como projeto político a sua modernização segundo os padrões europeus. As epidemias que atingiam o Rio de Janeiro, como a febre amarela, a varíola e a peste, eram vistas como indícios de atraso. Para mudar a situação, o presidente indicou para prefeito do Distrito Federal o engenheiro Francisco Pereira Passos (1836-1913), que comandou uma ampla reforma na cidade. O sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917) foi nomeado para a direção da DGSP, e assumiu o cargo em março de 1903 com total responsabilidade sobre o combate às doenças epidêmicas na capital. Além das medidas que já vinham sendo cumpridas, como as desinfecções e os isolamentos, Oswaldo Cruz combateu de maneira enérgica os vetores, isto é, os organismos que hospedam os vírus e as bactérias que causam as doenças. Criou as brigadas de mata-mosquitos para combater a febre amarela e a figura do caçador-comprador de ratos. Ele usou como base as descobertas do cientista franco-suíço Alexandre Yersin (1863-1943), que havia identificado o bacilo da peste em 1894, provando que sua transmissão ocorria pelas pulgas do rato. Mas a ideia de caçar esses roedores não era nova. Já havia sido testada e aprovada pelos americanos nas Filipinas. Os “ratoeiros” foram criados por um decreto de setembro de 1903. Eles tinham como obrigação recolher 150 ratos por mês, pelos quais recebiam 60 mil-réis, o que serviria para comprar uma cesta básica na época. O salário, considerado baixo, era um estímulo para que capturassem mais ratos, já que recebiam 300 réis por animal excedente, o que permitia comprar três cafezinhos. Por isso, não paravam de sair às ruas – principalmente na zona portuária, onde a incidência da peste era maior – munidos de ratoeiras, venenos e potes com creolina, onde colocavam os ratos capturados. E ainda levavam uma pequena corneta, que usavam para anunciar sua chegada. A medida criou um novo mercado e, é claro, virou tema de carnaval, como na polca “Rato, rato, rato”, composta por Casemiro da Rocha (1880-1912) em 1904. A música usava como refrão o pregão dos ratoeiros e terminava com uma alusão ao comércio dos roedores: “Rato, rato, rato/ Por que motivo tu roeste meu baú? Rato, rato, rato / Audacioso e malfazejo gabiru. Rato, rato, rato / Eu hei de ver ainda o teu dia final A ratoeira te persiga e consiga, / Satisfazer meu ideal. (...) Rato velho, descarado, roedor/ Rato velho, como tu faz horror! Vou provar-te que sou mau / Meu tostão é garantido Não te solto nem a pau.” A nova profissão também foi eternizada pelo escritor Paulo Barreto (1881-1921), que assinava com o pseudônimo João do Rio, em seu livro de crônicas A alma encantadora das ruas, de 1908: “A mais nova (...) dessas profissões, que saltam dos ralos, dos buracos, do cisco da grande cidade, é a dos ratoeiros, o agente de ratos, o entreposto entre as ratoeiras das estalagens e a Diretoria de Saúde. Ratoeiro não é um cavador – é um negociante. Passeia pela Gamboa, pelas estalagens da Cidade Nova, pelos cortiços e bibocas da parte velha da urbs, vai até ao subúrbio, tocando uma cornetinha com a lata na mão. Quando está muito cansado, senta-se na calçada e espera tranquilamente a freguesia, soprando de espaço a espaço no cornetim. ” Além de cantar e escrever sobre os ratos, alguns cariocas aproveitavam também para levar vantagem nesse comércio. Criavam os roedores em currais e até os “importavam” de cidades vizinhas, como Niterói. Entre os animais incinerados no Desinfetório Central estavam alguns feitos de papelão e cera. Um dos principais “empresários” deste ramo ganhou as páginas dos jornais da época. Conhecido apenas como Amaral, acabou preso pelo contrabando de ratos. Desvios como esse eram amplamente noticiados pelos jornais, que aproveitavam para criticar a iniciativa de Oswaldo Cruz. No entanto, os números comprovam que a campanha foi um sucesso. Nos primeiros meses em que esteve em vigor, de setembro a dezembro de 1903, de acordo com relatórios de Oswaldo Cruz, foram capturados e incinerados mais de 24 mil ratos. Já no ano seguinte, esse total chegou a quase 296 mil. Em 1907, quando a operação começou a diminuir, foi divulgado o número oficial de 1,6 milhão de ratos incinerados nos quatro anos anteriores. O cronista Luís Edmundo (1878-1961), entusiasta da reforma de Passos, afirmou que “só na zona dos bacalhoeiros da Rua do Mercado e na de certos trapiches da Saúde se conseguiu um número de ratos maior que o da população do Distrito”, que na época estava em torno de 800 mil pessoas.Toda essa caça teve resultados positivos: à medida que o número de ratos diminuía na cidade, a quantidade de óbitos por causa da peste declinava progressivamente, passando de 360 em 1903, quando a operação começou, para 73 em 1907. Mesmo com muita gente querendo se aproveitar da epidemia, a política foi um sucesso para a saúde pública. Noticia veiculada em 2007 pelo site terra.com: São Paulo tem 22% dos imóveis infestados por ratos Um levantamento da secretaria municipal de Saúde de São Paulo mostra que uma grande parte da cidade está infestada por ratos. Os dados apontam que cerca de 726 mil, ou 22% dos 3,3 milhões de imóveis da cidade, têm a presença de ratos. Os roedores se concentram nos extremos da cidade e a pesquisa mostra ainda que 54% dos casos de leptospirose - doença provocada pela urina dos ratos -, registrados entre 1998 e 2006, estão concentrados em 5% do território de São Paulo, em áreas de 19 subdistritos do município. As zonas leste e sul são as mais afetadas. São Paulo recebeu a visita de membros do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Atlanta (EUA), que participaram do evento "O Desafio do Controle de Roedores em Áreas Urbanas". Os americanos de Atlanta são reconhecidos mundialmente em prevenir doenças crônicas e infecciosas. Eles estão acompanhando a metodologia e os primeiros resultados do programa "Rato Fora", implementado pela prefeitura em 2005. O programa monitora a população de roedores na cidade. Por amostragem, os técnicos verificam a presença dos ratos dentro dos imóveis, seja residências, empresas ou espaços comerciais. No final deste ano, novo levantamento vai mostrar se as medidas adotadas para diminuir a população dos animais surtiram o efeito desejado, ou seja, diminuiram a população dos roedores. Os moradores e proprietários desses imóveis são orientados para que o combate seja feito com eficácia. De acordo com Maria das Graças Soares dos Santos, bióloga e coordenadora do Programa de Vigilância e Controle de Roedores, medidas simples, como reduzir o acesso a alimentos e água, além de bloqueios à entrada dos bichos, podem ajudar. "O rato só se instala em um local se tiver abundância de alimentos, caso contrário ele não fica. Fechar frestas e locais de acesso também pode ajudar", diz. Segundo ela, o levantamento não quantifica a população dos ratos em números absolutos. "Já ouvi números absurdos nesse sentido, que para cada habitante tínhamos não sei quantos ratos, mas não é possível fazer essa quantificação. Esse controle por imóveis é muito mais seguro e eficaz para que se possa fazer o combate", diz. Para a coordenadora, o índice de infecção predial foi a forma encontrada para se fechar o alvo, que é o combate à leptospirose. "Em uma cidade do tamanho de São Paulo, o mais importante é a saúde das pessoas. Com esse mapeamento, sabemos onde se concentra o problema e podemos adotar uma política mais eficaz de combate". Regularmente, os bairros que contém o maior número de ratos são visitados por equipes que localizam as tocas e espalham iscas com veneno para matar os animais. A Prefeitura de São Paulo realiza concurso público para a contratalção de mil novos agentes para o combate de roedores e controle de zoonoses. Para as mil vagas disponíveis, mais a procura superaram os 7,5 mil inscritos. As inscrições já foram encerradas. Tipos Comuns de Ratos Urbanos O Rato (plural: ratos) é uma designação comum para diversos pequenos mamíferos pertencentes à ordem dos roedores, assim como um nome genérico dado a diversos mamíferos roedores pertencentes às famílias Muridae, Cricetidae, Heteromyidae, Diatomyidae e Bathyergidae. Descrição Caracterizam-se por possuir focinho pontudo, orelhas pequenas e arredondadas, e uma longa cauda nua ou quase sem pêlos. As espécies mais conhecidas de rato são o Mus musculus, um típico rato doméstico, Rattus rattus e Rattus norvegicus, por vezes chamados de ratazanas e que habitam esgotos e córregos. Os ratos também são animais de estimação. Já em ambiente silvestre, a espécie mais comum é o ratos-do-campo ou rato do mato, espécie importante para a cadeia alimentar, pois são alimentos de grandes aves como falcões e águias. Os ratos domésticos possuem comportamentos furtivos, onde podem invadir casas e despensas de comida. O americano Peromyscus leucopus e o Peromyscus maniculatus vivem em ambientenão urbano, e são geralmente chamados de camundongos. Esses, assim como outras espécies comuns de rato como roedores existentes em todo o mundo, também podem habitar ambientes humanos. Entretanto, muitos deles são de outro gênero. Gatos, cães, raposas, corujas, aves de rapina, cobras e até mesmo alguns tipos de artrópodes são os principais predadores dos ratos, principalmente as selvagens. No entanto, por causa de sua notável capacidade de adaptação a quase qualquer ambiente, o rato é um dos mais bem sucedidos entre o gênero mamíferos na Terra atualmente. Os ratos em alguns contextos são considerados pragas, quando danificam e destroem plantações e silos de armazenamento de grãos, onde também causam danos estruturais danificando fiações, estruturas, além de ser um vetor para diversas doenças, na maioria das vezes transmitidas pelas suas fezes ou através de seus parasitas que com seus hospedeiros como a Yersinia pestis, causam doenças como a peste bulbonica. Além disso, doenças como salmonelose, tifo murinho, escabiose e leptospirose também podem ser transmitidas pelas fezes dos ratos . Na América do Norte, diversos casos onde a vítima apenas respirou o pó gerado pelas fezes do rato, tem sido associada à hantavírus, o que pode levar à Síndrome Pulmonar por Hantavírus(HPS). A maioria dos ratos possuem hábitos noturnos; eles compensam suas limitações visuais com grande senso de audição, e confiam principalmente em seu sentido do olfato para localizar comida e evitar predadores. Os ratos são os principais animais usado para testes em laboratórios, seja para teste de medicações, como pesquisas mais desenvolvidas como células tronco e cardiológicas. Os ratos tem capacidade de construir complexos de tocas na natureza ou em ambiente humano. Estas tocas costumam ter longas entradas e estão equipados com túneis/rotas de fuga. Há alguma evidência de um novo estudo que indica que o projeto arquitetônico de uma toca é o resultado do que é pré-escrito no DNA de um rato. Reprodução Filhotes com apenas 1 dia de vida A idade de reprodução de um rato, é de cerca de 50 dias de idade em ambos os sexos feminino e masculino, embora as fêmeas possam ter seu primeiro cio entre 25 e 40 dias. Ratos possuem ciclo estral durante todo o ano, e a ovulação é espontânea. A duração do ciclo estral é de 4-5 dias e o estro em si dura cerca de 12 horas, ocorrendo durante a noite. Esfregações vaginais ajudam no acasalamentos para determinar a fase do ciclo estral. O acoplamento é geralmente noturno e pode ser confirmada pela presença de um sphragis na vagina até 24 horas após a cópula. A presença de esperma vaginal também é um indicador fiável de acasalamento. Camundongos fêmeas quando alojadas juntas tendem a não entrar em ciclo estral. Se exposto a um rato macho ou os feromônios de um rato macho, a maioria das fêmeas vai entrar em cio em cerca de 72 horas. Esta sincronização do ciclo estral é conhecida como o efeito de Whitten. A exposição de uma rata recém-criada aos feromônios de um rato macho desconhecido pode impedir a implantação, um fenômeno conhecido como o efeito Bruce. O período de gestação média é de 20 dias. Após o parto, cerca de 14–24 horas, o aleitamento é iniciado. A média de indivíduos em uma ninhada é de 10 a 12 indivíduos. Anatomia Comparativa Anatomia gástrica Os ratos não são capazes de vomitarem, devido o fato de que o vômito exige a ação de diversos músculos abdominais, do esôfago e do diafragma para expelir o conteúdo do estômago. Nos ratos a musculatura diafragmática é incapaz de produzir as contrações que seriam necessárias para exercer pressão sobre o estômago e provocar o vômito. Além de que a barreira que se situa entre o estômago e o esôfago no rato é rígido o bastante para impedir que o esôfago possa se contrair. Os ratos também não possuem no cérebro o "centro do vômito" que nós humanos possuímos. O centro do vômito serve para ligar e coordenar os nervos e músculos envolvidos no processo. Este sistema coordenado não existe nos ratos. Por todas essas razões, os ratos também não podem arrotar. Entretanto, os ratos possuem os sentidos mais desenvolvidos que evitam ingerir uma substância suspeita, outra estratégia é comer barro, o que ajuda a vincular algumas das toxinas nos alimentos que ingerem para que eles não podem exercer os seus efeitos nocivos Ratos de laboratório Ratos usados em testes de laboratório Ratos são os mais comuns animais de experimentos biológicos e psicológicos principalmente porque são mamíferos, e também porque eles compartilham um alto grau de homologia com os seres humanos. O genoma do rato foi sequenciado e contatado que praticamente todos os genes são homólogos aos humanos. Eles também são bastante comuns e podem ser manipulados de formas que seriam considerados pouco ético para alguns grupos de direitos dos animais. Há outras razões pelas quais os ratos são usados em pesquisas de laboratório. Ratos são pequenos, baratos, de fácil manutenção, e podem se reproduzir rapidamente. Várias gerações de ratos podem ser observadas num período relativamente curto de tempo. Ratos são geralmente muito dóceis. No entanto, algumas espécies têm sido reconhecidas por ser bastante temperamental. Camundongos e ratos têm os mesmos órgãos nos mesmos lugares, apenas de tamanho diferente. Espécies de Ratos Urbanos Os roedores estão classificados como: REINO: Animal RAMO: Chordata (VERTEBRADOS) CLASSE: Mammalia (MAMÍFEROS) ORDEM: Rodentia (ROEDORES) SUB ORDEM: Myomorpha FAMÍLIA: Muridae ESPÉCIES: Rattus norvegicus, Rattus rattus, Mus musculus Ratazanas, rato de esgoto, gabirú, rato pardo (Rattus norvegicus) O gênero Rattus abrange 56 espécies sendo que somente algumas poucas causam problemas ao homem. Estes roedores são tipicamente generalistas, exibindo ampla preferência por habitats e alimentos. São as espécies em maior número dentre os mamíferos presentes em várias regiões do planeta. O adulto possui corpo robusto com 18 a 25 cm de comprimento podendo pesar de 250 a 600 gramas. Com pêlos ásperos, orelhas pequenas e arredondadas, olhos de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas possuem calos lisos e membranas interdigitais. A cauda é grossa e peluda medindo 15 a 21 cm. São de hábito noturno e transitam com extrema cautela sendo difícil visualizar suas atividades. Possuem um raio de ação de 30-45m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 02 anos sendo sexualmente maduro entre 60-90 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 22 a 24 dias com 08 a 12 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 08 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Vivem em colônias que agregam até algumas centenas de indivíduos em territórios definidos, e com a presença de dois grupos distintos, os dominantes e os dominados. Em caso de competição com outras espécies (Rattus rattus) a espécie Rattus norvegicus geralmente predomina pelo maior porte e agressividade. Devido a falta de alimento pode ocorrer competição entre colônias. Seus ninhos geralmente se localizam em tocas ou galerias escavadas no subsolo, onde encontramos pêlos, fezes, restos de alimentos e outros detritos. Fazem suas trilhas ao ar livre formando sulcos no solo e desgastando a vegetação rasteira, buscando água e alimento. A planta dos pés é estreita e sem estrias. Encontramos mancha única de atrito corporal junto ao solo, paredes e muros. As fezes são em forma de cápsulas com extremidades rombudas. Pode-se encontrar sinais de roedura em alumínio, chumbo, argamassa, madeiras próximas ao solo. São animais onívoros e consomem diariamente 20 a 30g/dia de alimento, que pode ser lixo orgânico, cereais, raízes e carne. Consome de 15 a 30 ml de água/dia. São excelentes escavadores construindo galerias no subsolo com várias saídas. Devido ao hábito noturno deve-se remover diariamente o lixo e indisponibilizá-lo no período da noite evitando suas visitas ao local. Esta espécie é frequentemente encontrada em beira de córregos e rios, terrenos abandonados, jardins sem manutenção adequada, rede de esgoto e galerias fluviais, depósitos de lixo e entulhos diversos, próximo as linhas férreas. Característica É o mais comum dos roedores urbanos. Tem hábitos noturnos, sedentários e agressivos. Normalmente vivem em áreas externas das residências. Abrigam-se em tocas (ninheiras) e galerias que cavam sob as fundações, em depósitos de lixo, nos jardins, à beira de córregos ou valas. A rede de esgotos ou de escoamento pluvial, também serve como abrigo para esses roedores. No interior das residências abrigam-se entre pisos e paredes, nos espaços mortos de armários, etc. Rato de telhado, rato preto, rato de paiol, rato de forro, rato de navio (Rattus rattus) O adulto possui corpo esguio com 16 a 21 cm de comprimento podendo pesar de 80 a 300 gramas. Com pelagem delicada e dorso preto ou cinza, orelhas e olhos grandes e salientes em relação a cabeça. As patas possuem calos estriados e sem membranas interdigitais. A cauda é fina em chicote com poucos pêlos medindo 19 a 25 cm. São de hábito noturno e escalam com extrema facilidade. Possuem um raio de ação de 30-60m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 18 meses sendo sexualmente maduro entre 60-75 dias de idade. Agestação da fêmea dura de 20 a 22 dias com 04 a 08 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 07 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente acima do solo nos sótãos, forros das casas, arbustos, sacarias, frestas de muros, armazéns, porões de navios e nas áreas portuárias. Junto aos muros e madeiramento do telhado encontramos, muitas vezes, fezes e manchas de gordura causadas pelo atrito do corpo nestes locais. Em locais elevados, junto a vigas, canos e colunas encontramos mancha dupla nos locais de manobra para contornar obstáculos. As fezes são afiladas. De hábito onívoro consome diariamente de 15 a 30g de alimento/dia, concentrando sua dieta em legumes, frutas, cereais, raízes e pequenos insetos. Consomem de 15 a 30 ml de água/dia. Característica Abrigam-se acima do nível do solo. Em residências escondem-se no forro e no sótão. Nas áreas abertas preferem o topo das arvore. São onívoros, preferem frutas, legumes e cereais. Dificilmente abrigam-se em locais com distância superior a 45 m da fonte de alimento. Camundongo, catita, ratinho caseiro (Mus musculus) O adulto possui corpo delgado com 8 a 9 cm de comprimento podendo pesar de 10 a 21 gramas. Com pelagem delicada e sedosa, orelhas grandes e salientes em relação a cabeça afilada, olhos pretos e salientes de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas são escuras e sem membranas interdigitais. A cauda é fina e sem pêlos medindo 8 a 10 cm. São de hábito noturno e escondem-se com extrema facilidade em locais estreitos e de difícil acesso. Possuem um raio de ação de 03 a 09 m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 12 meses sendo sexualmente maduro entre 42-45 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 19 a 21 dias com 05 a 06 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 4 a 8 filhotes com uma média de sobrevivência de 30 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente terrestres e acima do solo, geralmente no interior de residências. Realizam seus ninhos em guarda-roupas, frestas de rodapés, prateleiras de livros e móveis em geral onde notamos a presença de pelos, restos de alimentos, fiapos de pano, papel e outros detritos. Escalam com facilidade abrigando-se em despensas, armários, espaços internos nas paredes e depósitos. Se alimentam de cereais, farelos, pão e queijos (3 g/dia) e possuem pouca exigência quanto ao consumo de água. As fezes são em forma de bastonete. As roeduras são delicadas, geralmente grãos parcialmente roídos e abandonados. Característica São onívoros. Tem preferência alimentar por cereais. Abrigam-se em espaços de paredes, de armários, de móveis, ou até mesmo entre os gêneros armazenados. Dificilmente distanciam-se mais do que 9 metros entre o local de abrigo e a fonte de alimentação. Geralmente são confundidos com filhotes de ratazanas ou de ratos. Reconhecimento da presença de ratos Existem alguns sinais que denunciam a presença de roedores em um imóvel: 1- Sons: É possível escutar à noite barulhos de corridas rápidas, ou de roeduras, nos forros de gesso ou madeira ou também em locais mais tranquilos do imóvel. 2- Fezes: As fezes dos camundongos têm aproximadamente 0,5 cm de comprimento e são afiladas nas pontas. As fezes de ratos de telhado têm o mesmo aspecto, porém com o comprimento maior (aproximadamente 1 cm). No caso das ratazanas, as fezes têm o comprimento de aproximadamente 1,5 cm e não tem as pontas afiladas. 3- Urina: Quando exposta à luz ultravioleta, a urina dos ratos emite fluorescência, mesmo depois de seca. 4- Trilhas: As trilhas usadas como comunicação das tocas ao alimento, quando feitas em um jardim, são facilmente reconhecidas, pois a vegetação se torna rala ou inexistente nesses locais. 5- Marcas de gordura: Quando os ratos caminham por um local, geralmente o fazem roçando seus corpos nas paredes enquanto se deslocam. Utilizando-se do mesmo caminho, as paredes ficam marcadas com a gordura dos pelos do corpo. 6- Roeduras: Marcas de dentes embaixo das portas, em portas de armários, portas de gabinetes, denunciam a presença dos roedores. 7- Excitação de cães a gatos: Esses animais têm um olfato muito apurado e ficam especialmente agitados quando percebem a invasão do seu ambiente por roedores. 8- Ninhos: Muitas vezes são feitos com papéis, pedaços de tecidos, com a presença de grande quantidade de pelos, amontoados em um ponto do imóvel pouco utilizado. Formas de tratamento Para realizar um controle da população de roedores em um local, é necessário antes de mais nada identificar qual ou quais espécies estão convivendo no imóvel. Essa informação é de fundamental importância, pois será a partir dela que serão discutidas as estratégias de controle, baseados nos hábitos comportamentais da espécie em questão. Sempre é bom lembrar que o controle total da população de roedores é extremamente difícil de ser realizado, pois a dinâmica de uma população apresenta uma série de variáveis difíceis de serem controladas ao mesmo tempo. Além disso, o aporte de alimentos, água e abrigos que o homem fornece aos roedores é vastíssimo, tornando delicada a operação. Mas existem abordagens de tratamento que, juntamente com o apoio do cliente no cumprimento de medidas preventivas para evitar a entrada de roedores no imóvel, podem efetivamente reduzir a população no local ou nos arredores. Podem ser realizadas a instalação de iscas raticidas em pontos estratégicos, baseado no comportamento de procura de fontes alimentares dos roedores, uso de raticidas em pó de contato no interior das tocas, para que os ratos, incomodados com o pó impregnado em seus pelos, façam o uso da limpeza habitual lambendo-se a absorvendo o raticida. Ou também podem ser usadas placas de cola estrategicamente instaladas, para a captura de camundongos ou ratos maiores, em locais onde não é permitida a instalação de raticidas, como por exemplo áreas de produção em uma indústria. Medidas preventivas Para evitar a invasão de roedores em um imóvel, algumas medidas devem ser tomadas, como: Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de preparo de alimentos. Recolher os restos alimentares em sacos plásticos adequados, que serão posteriormente recolhidos pelo serviço de coleta urbana. Manter armários e depósitos livres de objetos em desuso. Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados Manter os terrenos baldios limpos e murados Manter limpas as instalações de animais domésticos Evitar frestas embaixo de portas e janelas Controle de Ratos Dentre os roedores, os ratos são os que mais causam prejuízos às pessoas tanto na agricultura como nas residências e, o que é pior, podem transmitir doenças tais como a leptospirose. É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão e também através da boca e olhos. Os sintomas da doença, geralmente, são: febre alta, fortes dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelão), diarréia ou coceira. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em casos severos a doença pode levar até a morte. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve -se evitar o contato com esses ambientes. O controle da população de ratos é uma das medidas para evitar-se a disseminação da leptospirose. O problema dos raticidas: o controle dos ratos mais conhecido é através de raticidas, embora eficientes, são substâncias químicas de alta periculosidade. O grande problema destes raticidas é acontaminação do meio ambiente e das pessoas e, especialmente, crianças que não tem noção do perigo que estão correndo e animais. Controle ecológico de ratos com feijão moído:circula na internet, uma mensagem que indica um controle ecológico de ratos bastante eficiente, já testado e aprovado por um amigo, residente na zona rural de Taquari, no RS. Como fazer: pegue uma xícara de qualquer feijão cru (sem lavar mesmo), coloque no multiprocessador, ou liquidificador (SEM ÁGUA) e triture até virar uma farofinha bem fininha, mas sem virar totalmente pó. Onde colocar: coloque em montinhos (uma colher de chá) nos cantos do chão, perto das portas, e janelas (sim, eles as escalam), atrás da geladeira, atrás do fogão, atrás de tudo! O que acontece: o rato come essa farofinha, mas ele não tem como digerir o feijão (cru), por falta de substâncias que digerem feijão cru, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Os ratos morrem em até 3 dias e, o mais importante, não tem contra-indicação: ao contrário dos tradicionais venenos, o rato morre e não contamina animais de estimação que por sua vez morreriam por terem comido o rato envenenado. E a quantidade de feijão que ele ingeriu e morreu é insuficiente para matar um cão ou gato, mesmo porque estes gostam de MATAR pra comer... mas morto eles não os comem. Se tiver crianças pequenas (bebês) num período que ainda engatinham, fase que colocam tudo na boca, não faz mal algum, pois o feijão para o ser humano, mesmo cru é digerido. Controle ecológico de ratos e outros insetos com hortelã: esta planta medicinal, muito conhecida, além de ser indicada na forma de chá como digestiva, calmante, descongestionante das vias respiratórias e vermífuga, também repele ratos e insetos-domésticos (mosquitos, formigas, piolhos e pulgas) e insetos-pragas de plantas (borboleta da couve e moscas brancas). Por isso, recomenda-se plantar hortelã ao redor dos canteiros, em volta da casa e/ou galpões. Controle ecológico de ratos com arruda: espalhar alguns recipientes com um pouco de água e ramos frescos de arruda nos cantos e passagens serve para espantar ratos e camundongos. Eles detestam o cheiro de arruda e a água aumenta o tempo de uso dos ramos. Controle ecológico de ratos com gatos: em casas e, em propriedades agrícolas com gatos, que são exímios caçadores de ratos, há um bom controle, desde que os gatos não sejam excessivamente alimentados por seus donos. Controle de ratos com ratoeira ecológica: a ratoeira ecológica é outra forma eficiente de controlar ratos. O Sr. Ernesto Ristow, de Ibirama, SC, comprovou a eficiência desta ratoeira, que é bastante simples. Como fazer (Figura 1): basta uma lata, um arame grosso, uma espiga de milho e água. Enche-se meia lata com água e coloca-se o arame transpassando a espiga, depois se coloca um suporte (ripa) para que os ratos possam chegar até a borda da lata. Quando eles forem comer o milho, escorregam, pois a espiga rola, e eles ficam presos na água. A armadilha também pode ser feita com garrafa pet para controlar camundongos em residências. Figura 1. Ratoeira ecológica (foto de Hernandes Werner) Você sabia? Que! - Os ratos são responsáveis pela perda de 30% da produção nacional de grãos e 4% da produção mundial. - A cada 3 dias há registro em hospitais e postos médicos de 1 pessoa com lesões por roedura de ratos. - O Brasil possui o maior número de espécies e subespécies de roedores na fauna silvestre. - A Suíça mantém 0,5 rato per capita, os EUA 2, enquanto no Brasil, nos grandes centros urbanos, existem 15 ratos/habitante, sendo a média nacional de 8. - O rato tem existência paralela à civilização de um povo, na Suíça a média de vida de um rato é de 6 meses, já no Brasil ele vive até 2 anos. - Se acasalarmos 1 casal de ratos em janeiro, em dezembro teremos 180 mil descendentes e no período de 10 anos serão 48 trilhões. - 30% dos incêndios em instalações industriais e comerciais de causas não definidas, são atribuídas à roedores. - Na Idade Média, através da transmissão da Peste Negra (peste bubônica e pneumônica), os ratos aniquilaram 25 a 50% da população europeia, dependendo do país atingido. - Atualmente os ratos e suas pulgas espalham diversos tipos de doenças como : tifo, febre da mordida, leptospirose, hantavírus, triquinose, salmonelose e outras. - O hantavírus (vírus letal transmitido pelos ratos) pode ser propagado, simplesmente pelo caminhar do indivíduo sobre superfície de poeira, através da inalação desta. A febre hemorrágica é o pior tipo da doença causada pelo vírus, provoca hemorragia pelos poros, olhos e liquefaz os órgãos internos com altíssimo grau de mortalidade. - Os ratos conseguem sobreviver e dar continuidade à espécie em qualquer ambiente, devido a sua extraordinária adaptabilidade, ex.: um rato da Sibéria, que possui pelagem de 11 cm, quando trazido para o Brasil, em 6 meses já produz descendentes com 1 cm de pelagem. - Os ratos têm neofobia, fobia pelo novo. Quando entram em contato com objetos ou alimentos recém-introduzidos em sua área, enviam os doentes e os idosos do seu grupo para testar o novo produto, depois de algum tempo, se não houver perigo, consomem o produto, por isso nenhum raticida pode ter efeito fulminante, pois seriam facilmente identificados e não consumidos. Ex.: é proibido a utilização de "chumbinho". - As colônias competem entre si e quando não há oferta de alimento suficiente, comem seus próprios filhotes. - Residências que possuem cães são atrativas para roedores, pois o cidadão brasileiro não é como o europeu ou americano que remove o restante da ração após ter alimentado seu animal, ficando a mesma a mercê dos ratos. - O crescimento ininterrupto dos seus dentes incisivos faz com que roam tudo que encontrar, para exercitar sua arcada dentária, atacando: chumbo, diversos metais, alumínio, cobre, madeira, plástico, fios eletrificados, etc. - Efeito Bumerangue ou Inversão de Efeito é quando não se obtém a diminuição de ratos em uma área, após um trabalho de desratização e sim inverte-se o efeito desejado aumentando a população existente, ex.: uma colônia que tenha 10 ratos adultos, o aparecimento do 11º rato inicia o canibalismo, os recém nascidos são abandonados pelas mães e comidos pelos adultos, as fêmeas diminuem sua frequência de cio e parem ninhadas reduzidas (as quais são canibalizadas), somente se ocorrer a morte de 1 dos 10 ratos dessa colônia é que a vaga é preenchida por algum filhote, dessa forma a colônia auto regula-se. Caso o homem intervenha nesse equilíbrio e consiga eliminar 4 indivíduos dessa colônia, as fêmeas gerarão 20 pequenos ratos, que vão se alimentar da porção de comida dos 4 adultos eliminados, haverá competição direta entre esses 20 filhotes que vão disputar a vaga em aberto na colônia, recompondo o número original, onde os 4 mais fortes tentam eliminar os 16 outros jovens mais fracos, porém esses 16 já não são tão desprotegidos, nem tão inábeis e assim salvam suas vidas fugindo do território e vão habitar as áreas contíguas, estabelecendo novas colônias, dessa forma ao invés da colônia anterior de 10 indivíduos, depara-se com 26 ratos. Principais doenças provocadas pelos ratos As estatísticas realizadas pela Organização Mundial de saúde revelam que mais de 200 doenças são transmissíveis pelos ratos. Entre elas as doenças mais conhecidas são: a leptospirose, tifo, peste bubônica, febre hemorrágica, salmonelose, nefrite epidêmica, sarnas e micoses. Os ratos são prejudiciais e causam sérios prejuízos: Na contaminação por fezes e urina nos alimentos armazenados em galpões e armazéns; Na contaminação por fezes e urina na ração de animais domésticos; Roem fios e cabos elétricos danificando a rede elétrica da cidade e das casas; Na criação de pequenos animais; Na agropecuária e na indústria; Nas refinarias, usinas e lavouras. Cuidados necessários: Não jogue lixo ou entulho nos córregos, praças, terrenos baldios e bueiros; Em casa, mantenha o lixo em localapropriado e com tampa; Coloque o lixo na rua pouco antes do horário da coleta; Mantenha portas e janelas fechadas à noite; Utilize ralo abre-e-fecha e mantenha-o sempre fechado; Instale telas em frestas e aberturas; Deixe sempre a tampa do vaso sanitário abaixada; Não deixe a ração e água do seu animal doméstico exposta durante a noite; Evite acumular caixas de papelão, caixotes, madeira, jornais velhos e entulho no quintal; Mantenha quintal, garagem, porões, sótãos, limpos e livres de tranqueiras; Deixe a comida sempre guardada na geladeira e os alimentos tampados nos armários. Leptospirose , Sintomas São parecidos com os de outras doenças como gripe, febre amarela, dengue, malária, hantavirose e hepatites. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna). Em 10% dos casos, pode ocorrer a forma grave da doença, com o aparecimento de icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas) por insuficiência hepática, manifestações hemorrágicas (equimoses, sangramentos em nariz, gengivas e pulmões) e comprometimento dos rins. A evolução para o coma e a morte pode ocorrer em cerca de 10% das formas graves. Os primeiros sintomas aparecem de dois a 30 dias depois do contato com a contaminação. Na maior parte dos casos, aparece sete a 14 dias após o contato. Transmissão A transmissão ocorre, principalmente, através do contato com a água ou lama de enchentes contaminadas com urina de animais portadores, sobretudo os ratos. A penetração da Leptospira no corpo, através da pele, é facilitada pela presença de algum ferimento ou arranhão. Também pode ser transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados. Prevenção Evitar o contato com água ou lama que possam estar contaminados pela urina de rato. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha. Medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas também ajudam na prevenção. “Os ratos são transmissores da leptospirose, doença que atinge o homem e animais através da urina desses roedores. Porém, nem todo o rato está infectado com a leptospirose. Na dúvida, evite o consumo de alimentos ou o uso de rações para animais contaminados pela urina de ratos, assim como o contato com águas de enchentes que são contaminadas por urina desses roedores que vivem nos esgotos.” Silvia C. Parisi é médica veterinária e este seu artigo foi publicado em www.vidadecao.com.br. Tifo Tifo é uma doença bacteriana dividida em dois tipos principais, endêmica e epidêmica. A doença acontece quando a bactéria entra em contato com humanos, normalmente através de vetores como pulgas, piolhos ou carrapatos que as adquiriram de animais como ratos, gatos, gambás, guaxinins e outros. Tipos Existem dois tipos principais de tifo, diferenciados pela bactéria que causou a infecção. São eles: Tifo endêmico, normalmente causado pela bactéria typhi Rickettsia, também é chamado de tifo murinho ou "febre de prisão". Ela acontece, normalmente, porque a região em que está tem a população de animais continuamente infectada com a bactéria, que pode passar incidentalmente para os humanos. Tifo epidêmico é a forma mais severa da doença, que também é conhecida como tifo recrudescente ou esporádico. É causado pela bactéria prowazekii Rickettsia. Também é transmitido por meio de animais e pode infectar um grande número de humanos dependendo das condições locais do ambiente, por exemplo, falta de higiene, extrema pobreza, superlotações, entre outros. Quando a bactéria é reativada no corpo da pessoa que já foi infectada anteriormente, ela contrai a doença de Brill-Zinsser, que é uma forma mais branda de tifo epidêmico. Causas Geralmente tifo acontece dentro de um ciclo de animais - como ratos, gatos, gambás, guaxinins - para vetores - como pulgas, piolhos e carrapatos. Quando os vetores estão próximos a áreas urbanas ou de comunidades rurais, eles podem acabar infectando humanos também. A picada ou mordida do vetor pode causar coceira, o que permite que a bactéria entre na pele quando a pessoa acaba coçando o local. A partir do momento em que a bactéria adentra o corpo, ela se desenvolve e espalha dentro dele. A transmissão indireta entre humanos é rara, mas pode acontecer se o vetor infectar uma pessoa que desenvolve a doença e então o vetor passa de pessoa em pessoa por contato direto ou por uso das mesmas roupas. Fatores de risco Dentre os fatores de risco para desenvolver tifo estão: Viver ou visitar locais onde a doença é endêmica, como cidades portuárias (onde há grande população de roedores) Estar em áreas onde há lixo acumulado e falta de higiene, como comunidades sem teto, zonas de desastre ou de extrema pobreza Nesses locais, é mais fácil contrair tifo nos meses de verão ou primavera, mas a infecção pode acontecer em qualquer época do ano. Esses são os mesmos tipos de locais que podem fazer com que haja epidemias de cólera, tuberculose, malária, dengue e doenças virais no geral. Sintomas Os sintomas de tifo variam de acordo com o tipo de bactéria que causou a infecção, mas costumam aparecer em uma ou duas semanas depois que a pessoa é infectada. Dentre os sintomas de tifo estão: Dor de cabeça Febre alta Indisposição Náusea e vômito Diarreia Calafrio Erupção cutânea Tosse Dor abominal Dor nas articulações Dor nas costas No tipo mais grave de tifo a pessoa ainda pode apresentar sensação de torpor, delírios, hipotensão e choques que podem causar a morte. Peste Negra Também chamada de peste bubônica, assim ficou conhecida a pandemia que, vinda da China em navios mercantes, entre 1347 e 1350, rapidamente se espalhou para diversos países com consequências desastrosas, reduzindo a população européia em aproximadamente um terço (cerca de 25 milhões de pessoas). A peste não escolhia vítimas, morriam mulheres, crianças, nobres, clérigos e camponeses. Durante este período a produção agrícola e industrial diminui muito, houve escassez de alimentos e de bens de consumo. Os efetivos militares diminuíram, a nobreza empobreceu e ocorreu a ascensão da burguesia, que detinha a exploração do comércio. Todos estes fatores provocaram grandes mudanças sociais. Devido à ignorância das pessoas naquela época, cogitava-se a possibilidade da peste ser um castigo de Deus. O causador da peste negra foi um bacilo chamado Pasturella pestis (descoberto posteriormente no final do século XIX) presente em roedores tais como ratos e suas pulgas (Xenopsilla cheopis). Estes foram os responsáveis pelo contágio de seres humanos. A peste era extremamente agressiva chegando a matar em três dias. Havia três formas da peste se manifestar: Peste bubônica - a mais comum, que se caracterizava pela inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço, virilhas e axilas, Pneumônica - atacava os pulmões Septicêmica - atacava o sangue, ocasionando hemorragias em diversas partes do corpo. A doença alastrava-se facilmente entre as pessoas através de espirros e tosse com pus e sangue. O aspecto dos doentes era horrível, os tumores secretavam sangue e pus, a urina, o suor, a saliva e o escarro apresentavam aspecto escurecido (daí o nome peste negra). Há relatos de que as pessoas acometidas pela peste fediam muito. Entre os sintomas é importante ressaltar a febre alta e dores fortíssimas. Na Idade Média, como não havia cura, as pessoas usavam vinagre pra tentar se defender, tendo em vista que tanto os ratos quanto as pulgas evitam seu cheiro. O número de mortos era tão grande que eram abertas enormes valas comuns. Com a descoberta dos antibióticos a doença antes tida como mortal, atualmente é facilmente controlada. São usados neste caso estreptomicina, tetraciclinas, clorafenicol, gentamicina e doxiciclina. Febre Hemorrágica de Marburg A febre hemorrágica de Marburg (FHM) trata-se de uma forma gravee rara de febre hemorrágica que acomete os seres humanos e primatas. O primeiro surto foi descrito no ano de 1967, nos laboratórios de Marburg e Frankfurt simultaneamente, na Alemanha e em Belgrado (na antiga Iugoslávia), após a importação de macacos verdes de Uganda, que levou a uma epidemia nas primeiras regiões. Tem como agente etiológico um RNA vírus pertencente à família Filovirus, a mesma do vírus do Ebola. Esses vírus compõem os patógenos mais virulentos que afetam os seres humanos. Pouco se conhece sobre o vírus da FHM, que causou surtos esporádicos desde a sua descoberta. Pessoas já contraíram este vírus na África; todavia, não se sabe a região nativa exata desse agente. Levando em consideração os surtos ocorridos até o momento, acredita-se que esta região inclui Uganda, Quênia e, talvez, Zimbabwe. É conhecido que o vírus é transportado por animais, porém o hospedeiro original deste patógeno não foi identificado até o momento. A forma como o animal transmite a doença para os seres humanos não é conhecida, mas sabe-se que os seres humanos transmitem o agente para outros de sua espécie através de fluídos e secreções corporais. O período de incubação do vírus dura entre 5 a 10 dias após o contato com o agente. As manifestações clínicas comumente incluem febre, calafrios, cefaleia e mialgia. Também podem ser observadas náuseas, vômitos, dor torácica ou abdominal. Lesões cutâneas maculopapulares surgem dentro de 5 dias após o início dos sintomas. No caso de agravamento da doença, pode haver pancreatite, icterícia, delírio e, por fim, choque e falência múltipla de órgãos. Por ser uma doença rara e com sintomas inespecíficos, o diagnóstico da FHM costuma ser difícil. Alguns exames laboratoriais como ELISA, PCR e isolamento do vírus podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico. Não existe um tratamento específico para esta doença. O tratamento é somente de suporte, abrangendo manutenção da circulação e da pressão arterial, além de regulação dos níveis de fluídos e eletrólitos sanguíneos. Em alguns casos pode ser necessário realizar transfusão sanguínea. Uma vez que ainda não se sabe qual o hospedeiro deste vírus, medidas preventivas contra a transmissão a partir do animal hospedeiro original ainda não foram estabelecidas. Medidas para a prevenção da transmissão secundária são similares às estabelecidas para outros tipos de febres hemorrágicas. Caso seja confirmado que um paciente esta infectado pelo vírus da FHM, algumas medidas devem ser adotadas para prevenir a infecção dos profissionais de saúde que estão em contato com esse paciente. Dentre essas medidas estão o uso de aventais de proteção, luvas e máscaras, além de esterilização ou descarte dos materiais utilizados no paciente. Conclusão Dentro desses conhecimentos obtidos para ganharmos a guerra contra a praga de ratos urbanos temos apenas que evitar atitudes que facilitem a proliferação dessas pragas. Como acumular lixo nos quintais, não deixar sobras de alimentos em cozinha ou outros lugares em nossa casa, não jogar lixo em rios, canais, córregos, terrenos baldios, os ratos se reproduzem muito rápido entre 25 a 40 dias, de acordo com o biólogos e especialistas de pragas urbanas, as baixas temperaturas da estação estimulam pequenos roedores, principalmente os camundongos, a invadirem casas e empresas a procura de locais quentes e com boa oferta de alimentos para habitarem e se procriarem em caso de infestação devemos chamar uma empresa responsável para efetuar o serviço, e não tentar resolver o problema, uma vez que não temos conhecimentos adequados para esse tipo de serviço e assim utilizar componentes químicos os quais podem causar danos a nossa saúde. Devemos combater as pragas em geral de forma a nos prevenir contra doenças e outros tipos de problemas. Referencias e Bibliografia https://pt.wikipedia.org/wiki/Rato Francisco Andrade do Carmo Junior - biólogo, técnico responsável da (Tecnomad) André Luís Fernandes - biólogo e especialista de pragas urbanas (Tecprag Controle de Praga) CARVALHO NETO, C. Manual Prático de Biologia e Controle dos Roedores. 5ª. Ed. NOVARTIS, São Paulo. 57p. MARICONI, F.A.M. Os Ratos. Em MARICONI, F.A.M. (coord). Insetos e outros Invasores de Residências. Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), 1ª. Ed. P. 285 – 302. SILVA, I.C., FERREIRA, M.C., LEITE, G.J. Ratos – Um Problema Universal. Revista Vetores e Pragas, Rio de Janeiro, nº 24, p. 8 – 10. março 2010. ZORZENON, F.J., JUSTI JR., J. Manual Ilustrado de Pragas Urbanas. 1ª. Ed. Instituto Biológico, 2006. 151 p. Fonte: revista Super interessante Edição 177 Junho de 2002 Dilene Raimundo do Nascimento é pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz e autora do livro As pestes do século XX (Editora Fiocruz, 2005). Matheus Alves Duarte da Silva é graduando em História pela UFRJ e bolsista de Iniciação Científica CNPq/Fiocruz, na Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. BENCHIMOL, Jaime. “Reforma urbana e revolta da vacina na cidade do Rio de Janeiro”. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. O Brasil republicano: o tempo do liberalismo excludente – da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. DEFOE, Daniel. Um diário do ano da peste. Porto Alegre: L&PM, 1987. EDMUNDO, Luís. O Rio de Janeiro do meu tempo. Brasília: Conquista, 2003. RIO, João do. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Por : Dilene Raimundo do Nascimento e Matheus Alves Duarte da Silva Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/caca-ao-rato http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias http://www.colegioweb.com.br/biologia/doencas-causadas-pelos-ratos.html#ixzz3l05Noftx https://www.bio.fiocruz.br/index.php/sintomas-transmissao-e-prevencao http://www.infoescola.com/doencas/peste-negra-bubonica/ http://www.infoescola.com/doencas/febre-hemorragica-de-marburg/ http://www.infoescola.com/doencas/salmonelose-salmonella/ http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tifo#23-collapse http://cultivehortaorganica.blogspot.com.br/2011/08/controle-ecologico-de-ratos http://g1.globo.com/pernambuco