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https://www.eumedicoresidente.com.br/revisoes?utm_source=googleads&utm_medium=&utm_campaign=18292583228&utm_content=138925119737&utm_term=eu%20m%C3%A9dico%20residente&gclid=CjwKCAjwvsqZBhAlEiwAqAHEldn5sJodBizbGix8koItM-46maGebK1zME_5NTbEYcv5jfC7DDY2kxoCTDkQAvD_BwE ▪ Relembrar os principais tópicos de embriologia ▪ Aprender a circulação placentária e a fisiologia do líquido amniótico ▪ Entender a organogênese dos principais sistemas fetais de interesse para a obstetrícia ▪ Dominar o entendimento das modificações do organismo materno induzidas pela gestação ▪ O folículo maduro, de Graaf ou pré-ovulatório é composto por: Teca − Interna − Externa Antro (cavidade): − Recoberto pelas células da granulosa ▪ Ao redor do ovócito, há a corona radiata − Junto com o gameta, a corona radiata é ligada às células da granulosa pelo cumulus oophorus ▪ Lembrar que o gameta feminino apresenta meiose em etapas: Diplóteno da prófase da Meiose I → Nascimento Metáfase da Meiose → Ovulação Completar a segunda divisão → Fecundação ▪ Todo mês, durante o ciclo menstrual, há: Proliferação da coorte de folículos Produção de estrogênio Proliferação endometrial Pico de LH → ovulação Formação do corpo lúteo Produção de progesterona → aguardar fecundação Se fecundação não ocorre: − Corpo lúteo degenera − Redução dos hormônios − Descamação endometrial → menstruação − Novo ciclo se inicia Se a fecundação ocorre: − Surge o HCG, que mantém o corpo lúteo funcionando até que a placenta assuma a produção − Formação do embrião ▪ É o encontro do ovócito com o espermatozoide; ▪ Ocorre na ampola tubária; ▪ Dura de 12-24h ▪ Zigoto (ovo) → célula diploide. ▪ Clivagem ou segmentação: Começa cerca de 30h após a fecundação e é o processo de divisão celular; Formação da mórula (16 células) no 3º dia; É no estágio de mórula que ele atinge a cavidade endometrial. ▪ Blastulação: 4º dia: blastocisto → formação de cavidade preenchida com líquido; Folículo maduro Teca externa Teca interna Antro Células da granulosa Corona radiata Cumulus oophorus − Trofoblasto → camada externa do blastocisto; irá dar origem à placenta; − Embrioblasto → camada interna do blastocisto; irá dar origem ao embrião; No 5º dia a zona pelúcida se degenera permitindo a implantação do embrião na parede do endométrio. ▪ Nidação: Geralmente ocorre no 6º dia; É a fixação do blastocisto na parede endometrial que, em geral, ocorre na porção mais posterior e superior do útero (região mais vascularizada). Figura 3: https://www.biotadofuturo.com.br/embriologia-dafecundacao-ao-nascimento/ Após a nidação, o trofoblasto se divide em citotrofoblasto, que é responsável por dar origem a uma estrutura para ancorar o trofoblasto à decídua uterina, e em sinciciotrofoblasto, que é responsável pelas funções placentárias de troca de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. ▪ Fecundação do gameta feminino pelo masculino → fertilização ▪ Gameta masculino passa pela capacitação espermática: Reação acrossômica (Hialuronidase e Acrosina): − Membrana celular do espermatozoide e a membrana do acrossomo se fundem com liberação da Hialuronidase e Acrosina na corona radiata do ovócito → penetração do espermatozoide Hiperatividade da cauda do espermatozoide (mobilidade) Ligação à zona pelúcida (ZP) ▪ 1ª: Penetração ria Corona Radiata: Movimento da cauda + Hialuronidase ▪ 2ª: Penetração na ZP Espermatozoide + proteína ZP3 + movimento da cauda Estímulo à reação acrossômica (estearase, acrosina, neuraminidase) "Caminho" pela ZP ▪ 3ª: Fusão das membranas (E+0) Entra a cabeça e a cauda Bloqueio da poliespermia → nenhum outro espermatozoide se ligará ao gameta feminino após fusão − Rápido = despolarização − Lento = reação da zona (ZP2) ▪ 4ª: Formação e fusão dos pró-núcleos ▪ Quando o espermatozoide se liga ao gameta feminino, entram o pro-núcleo masculino e a cauda, a qual degenera ▪ Pró-núcleos masculino e feminino se juntam → junção dos cromossomos Divisão celular inicia Mórula (16 células) → blastocistos (forma cavidade) ▪ Blastocisto: Inicial: ainda possui zona pelúcida Tardio: sem zona pelúcida, com embrioblasto e trofosblasto ▪ Trofoblasto → citotrofoblasto e sincíciotrfoblasto ▪ Embrioblasto → disco bilaminar (epiblasto + hipoblasto) Epiblasto: formação da cavidade amniótica Hipoblasto: formação da vesícula vitelínica (uma parte é desprezada depois) ▪ Entre o hipoblasto e o citotrofoblasto, há o mesênquima extraembrionário → formação da cavidade coriônica ▪ Há um pedículo que une o embrião ao trofoblasto → formação do cordão umbilical ▪ Gastrulação → conversão do disco bilaminar do embrioblasto em trilaminar (folhetos germinativos) na 3ª semana Surge o terceiro folheto, o mesoderma, entre o ecto e o endoderma ▪ Neurulação → formação do tubo neural ocorre na 4ª semana Ocorre no ectoderma por invaginação e fusão das cristas neurais, formando o tubo neural Formação da crista neural que dará origem aos gânglios espinhais ▪ Os três folhetos embrionários dão origem a vários tecidos do corpo: Ectoderme Mesoderme Endoderme Tecido epitelial e nervoso Tecido conjuntivo, epitelial e muscular Tecido epitelial • Epiderme e anexos • Sistema nervoso • Glândulas mamárias • Derme • Músculos e ossos • Sistemas cardiovascular, urogenital e cardiovascular • Serosas • Revestimento interno do TGI e seus anexos • Sistema respiratório • Revestimento da bexiga • Tireoide ▪ Na fase embrionária, a placenta é dividida em duas partes: Corio frondoso → com vilosidades coriônicas (trocas materno-fetais) Corio liso → sem vilosidades, reveste o restante do saco gestacional ▪ Decídua - cavidade endometrial modificada pela gravidez: Decídua basal → trocas materno-fetais Decídua parietal → localizada na parte da parede uterina onde não aconteceu a implantação do embrião Decídua capsular → envolve o restante do saco gestacional ▪ Conforme o crescimento do saco gestacional, as decíduas parietal e capsular se fundem ▪ Funções da placenta: Imunológica Transporte Nutrição Endocrinológica → HLP (hormônio lactgênio placentário) envolvido na fisiologia do DM gestacional ▪ Implantação do embrião → sinciciotrofoblasto invade parede uterina → destruição de vasos → formação de circulação desorganizada→ fase lacunar → lacunas (cavidades cheias de sangue) fonte de nutrientes ▪ Final da 2ª semana até o 4º mês → formação da circulação placentária é mais eficaz: Vilos primários → trofoblasto invade lacunas Vilos secundários → trofoblasto + mesênquima Vilos terciários → trofoblastos + mesênquima + vasos → circulação feto-placentária estabelecida ▪ Sistema tambor (parte fetal da circulação): Vaso central do qual derivam-se outros vasos O vaso central se conecta ao cordão umbilical nos territórios arterial e venoso Há vários sistemas tambor que confluem para o cordão umbilical: ▪ Na parte materna da circulação placentária: Artéria uterina →artérias arqueadas entre o endo e o miométrio → artérias radiais → artérias espiraladas → vilosidades coriônicas → lacunas → sistema tambor do feto A circulação da mãe e do feto são isoladas uma da outra, não há contato direto entre as vilosidades e o sistema tambor do feto → BARREIRA PLACENTÁRIA ▪ Fora da gravidez, as artérias espiraladas são vasos de alta resistência, com camada muscular espessa ▪ Na gestação, há maior demanda por sangue na região Gestação normal: o trofoblasto invade as artérias espiraladas e Destrói a camada íntima desses vasos → 1ª onda de invasão trofoblástica (6-12 sem) Destrói camada média→ 2ª onda de invasão trofoblástica (16-20 sem) Isso origina vasos mais largos com baixa resistência → alto fluxo placentário Pré-eclâmpsia − Deficiência na 2ª onda de invasão trofoblástica ▪ Pré-clínico: Ausência 2ª onda de invasão (20 sem) Isquemia/Hipóxia placentária Estresse oxidativo: − Fatores inflamatórios/antiangiogênicos − Queda das prostaciclinas e óxido nítrico − Elevação do tromboxano A2 ▪ Clínico Lesão endotelial sistêmica HAS + lesões de órgão-alvo ▪ Funções: Movimentação e desenvolvimento fetal → desenvolvimento dos membros Regulação térmica Proteção mecânica → para o cordão e para o embrião Propriedades antibacterianas Proteção do cordão umbilical (compressões) Desenvolvimento de órgãos e sistemas → ex.: o fluxo de líquido amniótico nos pulmões fetais faz parte do desenvolvimento normal do pulmão fetal Avaliação da vitalidade fetal (informações indiretas) − Uma parte da produção do líquido amniótico deriva da função de filtração glomerular do rim fetal → se há insuficiência placentária, há redução de líquido amniótico pela redução da filtração glomerular → há menos urina para formar o líquido amniótico A membrana coriônica e a amniótica estão fundidas no meio para o final da gravidez ▪ Até 17 -22 semanas, o líquido amniótico é, basicamente, transudato do plasma A partir de 17-20 semanas → queratinização da pele fetal A partir de 20 semanas: − Diurese (inicia na 14ª semana) → produção de líquido amniótico − Deglutição → equilibra o volume de líquido amniótico ▪ Redução fisiológica do líquido amniótico ao final da gravidez Gestação avança → placenta perde vida útil e não funciona como antes→diminuição da filtração glomerular → queda da quantidade de líquido amniótico Também contribuem com o líquido amniótico: placenta, cordão, TGI e pulmão ▪ Há dois mecanismos relacionados à produção de líquido amniótico: Passagem intramembranosa − Transudação da face fetal da placenta, pele e cordão umbilical Passagem transmembranosa − Através das membranas fetais ▪ Volume do líquido amniótico pode ser medido por dois métodos: ILA (Índice de Líquido Amniótico) → medição dos o bolsão de líquido amniótico nos 4 quadrantes do abdome materno e soma desses valores MBV (Maior Bolsão Vertical) → medição do maior bolsão apenas ▪ Oligoâmnio = ILA 24 ou MBV > 8 Distúrbios da deglutição fetal Más formações do SNC Diabetes ▪ A fase embrionária acaba em torno da 8-9ª semana de gestação → a partir daí, o embrião agora será considerado feto ▪ A partir de 8-10ª semana de gestação → coração desenvolvido ▪ A partir da 12ª semana: Centros de ossificação, movimentos espontâneos e movimentos respiratórios Genitália externa (inicial) ▪ 16ª semana → diferenciação da genitália externa se completa ▪ 24ª semana: Órgãos funcionantes Início da produção de surfactante Viabilidade fetal extra-uterino é melhor a partir dessa idade gestacional para prematuros ▪ O desenvolvimento completo do sistema respiratório só ocorre no período pós-natal ▪ Seu desenvolvimento passa por fases: Período embrionário − Início 26-28 dias pós-fecundação Botão pulmonar→ 2 brotos pulmonares → segmentos broncopulmonares (até 6ª semana) Período pseudoglandular (fetal) − Condutos aéreos e ácinos primitivos, exceto unidades de trocas gasosas − Início da síntese do surfactante Período canalicular (16 a 26 semanas) − Bronquíolos terminais e capacidade de trocas rudimentar − Diferenciação de pneumocitos I e ll Período Sacular (26% até o termo) − Ductos alveolares e alvéolos − Vascularização e adelgaçamento do epitélio Período alveolar (após o nascimento) − Formação e maturação alveolar − Se completa após os 8 anos ▪ O sistema urinário primitivo é formado por: Pronefro (rudimentar) → involui em 2 semanas Mesonefro → funciona até a 5ª semana e degenera-se após 11ª semana Metanefro → começa a funcionar entre 9-12 semanas e dá origem aos rins ▪ Essas três estruturas estão ligadas à cloaca do feto na vida embrionária ▪ Conforme desenvolvimento do feto, algumas dessas estruturas regridem e sobra o matanefro junto com a parte externa do sistema urinário ▪ Haverá migração do rim primitivo em direção à glândula adrenal → estrutura completa ▪ Origem de outras estruturas do sistema urinário: Mesoderma → rins e ureteres Seio urogenital → bexiga e uretra Parte da bexiga → alantoide Embrião Feto Centros de ossificação, Genitália externa (inicial) Movimento espontâneos Movimentos respiratórios (11s) Órgãos funcionantes Início da produção de surfactante pulmonar Coração desenvolvido Genitália externa (diferenciada) ▪ O desenvolvimento do sistema reprodutor está muito ligado ao do sistema urinário ▪ Embrioblasto origina 3 folhetos: Mesoderma − Cista urogenital→ gônada indiferenciada; rim; ductos Wolf/ductos de Muller (participam da formação da genitália INTERNA) Endoderma − Seio urogenital na mulher →uretra, glândulas uretrais/parauretrais (Skene), 1/3 inferior da vagina, epitélio vaginal, glândulas vestibulares maiores (Bartholin), vestíbulo, hímen − Seio urogenital no homem → uretra e glândulas prostáticas e bulbouretral − O seio urogenital é responsável por formar as estruturas da genitália EXTERNA. Ectoderma − Origina a pele da genitália externa ▪ Formação da genitália interna Em fase embrionária precoce → genitália indiferenciada e mesonefro Ductos mesonéfricos (Wolff)→ passam no meio do mesonefro, e originam: − Ureter − Epidídimo − Vaso deferente − Ductos ejaculatórios − Vesícula seminal Ductos paramesonéfricos (Muller) → ao lado do mesonefro, originam: − Tubas uterinas − Útero − 2/3 superiores da vagina Ductos de Muller → ductos da Mulher Anti-Mulleriano → Anti-Mulheriano (regressão dos ductos da Mulher/Muller) ▪ Como saber se a genitália interna será feminina ou masculina? Geneticamente, a genitália interna em formação evoluiria passivamente para uma genitália feminina Isso não acontecerá caso exista o fator determinante testicular presente na região SRY do cromossomo Y do homem O fator determinante testicular faz com que a gônada se torne testículo − Testículo → testosterona = desenvolvimento dos ductos de Wolff − Testículo → hormônio anti-Mulleriano = regressão dos ductos de Muller que originariam a genitália feminina ▪ Formação da genitália externa: Deriva do seio urogenital, que é formado por 3 estruturas: − Tubérculo genital − Pregas urogenitais − Eminências labioescrotais Figura 11 - Uptodate 2020; Normal sex development Na mulher: − Tubérculo genital → clitóris − Pregas urogenitais → pequenos lábios − Eminências labioescrotais → grandes lábios No homem (testosterona + Diidrotestostenora – DHT): − Tubérculo genital → pênis − Pregas urogenitais → rafe peniana − Eminências labioescrotais → bolsa escrotal Se o embrião do sexo masculino produzir testosterona → testosterona convertida perifericamente em DHT (forma ativa) pela 5- alfa-redutase − O DHT torna o seio urogenital na genitália externa masculina ▪ O corpo feminino prepara a mulher para sangrar no parto Parto normal = - 500ml de sangue Cesárea = - 1000ml de sangue ▪ Volume plasmático: Aumento de 45-50% → ocorre para preparar para hemorragias. Aumenta mais proporcionalmente do que os eritrócitos → anemia dilucionalda gestação ▪ Volume das hemácias Aumento de 30% Anemia fisiológica da gestação: Como a demanda materna e fetal de oxigênio está elevada, ocorre um aumento no volume das hemácias (20-30%). Entretanto, como o aumento do volume plasmático é proporcionalmente maior quando comparado às hemácias, ocorre queda do hematócrito, gerando a anemia fisiológica da gestação. ▪ Leucócitos: 5-14 mil/mm³ sem desvio. A gestação é um estado de imunossupressão − O feto tem metade do genoma de outro ser humano, por isso os leucócitos podem aumentar − 5-14 mil leucócitos é considerado valor normal Ocorre no 2º e 3º trimestre de gestação; ▪ Fatores de coagulação: Aumento nos fatores VII, VII, IX e vW (exceto XI e XIII) Aumento do fibrinogênio Esses aumentos evitam hemorragias, mas aumentam o risco tromboembólico na gestação Na gestação, não há aumento dos fatores XI e XIII. ▪ Viscosidade sanguínea e hematócrito diminuem: Pois plasma aumenta mais que quantidade de hemácias → anemia dilucional da gestação ▪ Quimiotaxia reduzida: Atração leucocitária reduzida na gestação, para que não reconheçam o feto como aloenxerto ▪ Sistema fibrinolítico reduzido A fim de evitar as hemorragias ▪ Placenta é shunt de baixa resistência vascular A PA no início da gestação é parecida com a PA antes da gestação No meio da gravidez, o shunt placentário faz com que haja queda da pressão, principalmente a PAD − Redução de 5-10mmHg na PAS e de 10-15mmHg na PAD − Reflete a baixa resistência vascular periférica (RVP) No final da gravidez, os níveis pressóricos costumam voltar aos níveis anteriores à gestação ▪ Aumento do débito cardíaco (50%) e FC (↑15-20 bpm) → estado hiperdinâmico da gravidez → aumenta aporte sanguíneo para o feto Pode surgir sopro sistólico de ejeção sem frêmito ▪ Aumento da pressão venosa MMII Ocorre devido à compressão das veias pélvicas e da veia cava inferior pelo útero. Faz com que surjam edema dos membros inferiores, varizes e doença hemorroidária ▪ PA = RVP X DC? Apesar do débito cardíaco aumentar, a PA sistêmica cai, pois, a queda da RVP causada pelo shunt placentário é muito mais pronunciada que o aumento do DC ▪ Coração: Desviado para cima, esquerda e anterior por causa do crescimento uterino Aumento do volume pelo estado hiperdinâmico ESV (extrassístoles ventriculares) e TPSV (taquicardia paroxística ventricular) → podem ser achados normais ▪ ECG Desvio do eixo 15-20º para esquerda, pelo crescimento do útero Alterações de onda Q, T e segmento ST Aumentam: FC, DC e pressão venosa dos membros inferiores. Diminuem: PA e RVP. ▪ Ocorre aumento do fluxo sanguíneo renal e, consequentemente, aumento da taxa de filtração glomerular (50%) → leva à ↓ dos níveis séricos de ureia e creatinina A reabsorção de glicose e proteína não aumenta na gestação → aparecimento de glicosúria (fisiológica) e proteinúria (fisiológica até 300mg) ▪ Progesterona promove ↓ do tônus vesical → aumenta a estase sanguínea e predispõe à ITU, além de dilatar ureteres e pelve renal. O crescimento do útero comprime o ureter e dificulta ainda mais o trânsito da urina ▪ Há ↓ da capacidade residual da bexiga → causa polaciúria e refluxo vesicoureteral. ▪ O útero cresce e limita a expansão do diafragma Para compensar, há aumento do diâmetro torácico e do volume corrente ▪ Há diminuição da complacência pulmonar (capacidade de expansão dos pulmões): Causada pela elevação do diafragma. É compensada pelo aumento do volume corrente. ▪ Volume corrente: está aumentado com frequência respiratória mantida → dispneia fisiológica Há aumento do volume inspiratório e do expiratório → aumento da pO2 (mais O2 para o feto) O aumento do tempo expiratório (hiperventilação) leva à excreção do CO2 (queda da pCO2 arterial) → alcalose respiratória O rim excreta bicarbonato para compensar = alcalose respiratória compensada Há duas fases na gestação: ▪ Fase anabólica (1ª metade) Mediado por Estrogênios e Progesterona Armazenamento de gordura, glicogênese hepática Transferência de glicose para o feto ▪ Fase catabólica (2ª metade) Mediado por hormônios contra insulínicos: GH, CRH, Progesterona e HLP → aumento da resistência periférica à insulina na mãe Gliconeogênese e aumento resistência periférica à insulina Lipólise → fonte de energia para à mãe ▪ A mãe vive em estado diabetogênico da gravidez Os tecidos fetais se “alimentam” exclusivamente de glicose: − Hipoglicemia de jejum → glicose vai para o feto por difusão facilitada − Hiperglicemia pós-prandial (aumento da resistência periférica à insulina) − Hiperinsulinemia compensatória → se o pâncreas não consegue compensar, a mãe desenvolve DMG por persistência da hiperglicemia ▪ Lipídeos: Mãe produz energia através dos lipídios para economizar glicose para o feto: os hormônios contrainsulínicos estimulam a lipólise e, consequentemente, ↑ a produção de triglicerídeos − Consumo de ácidos graxos e corpos cetônicos. Em algumas situações, há o risco de cetonúria. ▪ Tireoide: O HCG sobe no início da gravidez, sendo que o HCG tem semelhança molecular com o TSH → aumento do T4 Gravidez progride → estrogênio estimula a produção da proteína ligadora dos hormônios da tireoide (TBG) → o T4 se liga à TBG → redução das formas livres Gravidez progride → queda do HCG → TSH volta ao normal Resumindo: − Aumentam: produção e glicolisação (E) da TBG; aumento das formas ligadas à TBG (T3 e T4); estimulação dos receptores de TSH e volume da tireoide (controverso) − Diminuem: iodo sérico (pelo aumento da TFG e consumo dos hormônios da tireoide) e formas livres (T3 e T4 livres) ▪ Na gravidez, a tireoide aumenta, mas se houver bócio é patológico ▪ Progesterona lentifica Diminui o tônus do esfíncter esofagiano inferior → causa pirose ↓ do esvaziamento gástrico que, quando associado à redução do tônus do esfíncter esofagiano inferior, facilita o aparecimento de refluxo gastroesofágico. Também há distensão abdominal − Vesícula biliar: progesterona lentifica o seu esvaziamento, causando estase e favorecendo a litíase − Pode haver aumento fisiológico da FA (fosfatase alcalina na gestação) por produção placentária ▪ Com o aumento do peso, o centro de gravidade se desloca para frente (lordose lombar e aumenta a base de sustentação), adotando a marcha anserina (passos curtos e rápidos). Figura 12 - Zugaib Obstetrícia, 3ª edição ▪ Dor lombar e cervical ▪ A progesterona afrouxa ligamentos e das articulações facebook.com/Eu-Medico-Residente instagram.com/eumedicoresidente/ YouTube/eumedicoresidente WhatsApp: 55 (81) 98276-3620 contato@eumedicoresidente.com.br www.eumedicoresidente.com.br file:///C:/Users/André%20Luiz/Desktop/www.eumedicoresidente.com.br https://www.eumedicoresidente.com.br/revisoes?utm_source=googleads&utm_medium=&utm_campaign=18292583228&utm_content=138925119737&utm_term=eu%20m%C3%A9dico%20residente&gclid=CjwKCAjwvsqZBhAlEiwAqAHEldn5sJodBizbGix8koItM-46maGebK1zME_5NTbEYcv5jfC7DDY2kxoCTDkQAvD_BwE