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EpidemiologiaAcidentesAnimaisPeçonhentos_Rosany Bochner

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Epidemiologia dos Acidentes por 
Animais Peçonhentos
Rosany Bochner
Rio de Janeiro, 02 de abril de 2011.
O que são Animais Peçonhentos?
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno
que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde
o veneno passa ativamente. Portanto, peçonhentos são os animais que
injetam veneno com facilidade e de maneira ativa. Ex.: Serpentes,
Aranhas, Escorpiões, Lacraias, Abelhas, Vespas, Marimbondos e
Arraias.
Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não
possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando
envenenamento passivo por contato (lonomia ou taturana), por
compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu).
DESCOBERTA DA SOROTERAPIA ANTIPEÇONHENTA
A apresentação da descoberta da
soroterapia antipeçonhenta ocorreu na França, na
sessão da Sociedade de Biologia de 10 de
fevereiro de 1894, por pesquisadores de duas
instituições francesas: de um lado, Césaire
Phisalix e Gabriel Bertrand do Museu Nacional de
História Natural de Paris, e do outro, Albert
Calmette do Instituto Pasteur de Paris.
1894 - Sur la propriété antitoxique du sang des animaux vaccinés contre le 
venin de Vipère. (Phisalix, C. & Bertrand, G.)
Gabriel Bertrand
1867 -1962
Césaire Phisalix
1852 -1906
PESQUISADORES DO MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL
Albert Calmette
1863 - 1933
1894 – L’immunisation artificielle des animaux contre le venin des 
serpents, et la thérapeutique expérimentale des morsures venimeuses. 
(Calmette, A.)
PESQUISADOR DO INSTITUTO PASTEUR DE PARIS
1897 – VITAL BRAZIL ingressa no Instituto Bacteriológico como 
ajudante, denominação dada aos assistentes do Instituto.
1898 – Já nessa época VITAL BRAZIL confirmou que a especificidade 
dos soros antiofídicos estava relacionada ao gênero da serpente 
agressora.
1899 – VITAL BRAZIL é obrigado a interromper a pesquisa devido ao 
surto de peste bubônica em Santos.
1900 – Início dos primeiros trabalhos técnicos do Butantan.
1901 – Produção e entrega ao consumo dos primeiros frascos de soro 
antipestoso e antiofídico
SORO ANTIOFÍDICO NO BRASIL
Vital Brazil
1865-1950
Albert Calmette atribuía a seu soro
eficácia indiscriminada, afirmando que
protegia o indivíduo contra diversos tipos
de veneno. Tal fato foi contestado por
VITAL BRAZIL (1901), ao postular a
especificidade dos soros antiofídicos
conforme o gênero da serpente
agressora. Esta polêmica se prolongou
por vários anos, terminando com a
vitória do pesquisador brasileiro, quando
Maurice Arthus (1912) demonstra que o
efeito do soro de Calmette se limitava,
de fato, só aos envenenamentos
produzidos por serpentes Naja naja.
ESPECIFICIDADE DOS SOROS
Os primeiros dados 
epidemiológicos 
sobre Ofidismo no 
Brasil foram obtidos 
por VITAL BRAZIL
(1911) que, 
utilizando-se da 
remessa de 
formulário impresso
juntamente com as 
ampolas de soro, 
coletou 
informações sobre 
os atendimentos 
prestados.
DATA DO ACIDENTE
ESPÉCIE OU GÊNERO DA SERPENTE
TEMPO DECORRIDO ENTRE O ACIDENTE E O ATENDIMENTO
TIPO DE SORO
EVOLUÇÃO DO CASO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
LOCAL DA PICADA
SEXO
LOCAL DE RESIDÊNCIA
RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO
NÚMERO DE AMPOLAS
DIA, MÊS, ANO
1. Ano do Acidente
2. Mês do Acidente
3. UF Notificação
4. Região Metr Notificação
5. Região Metr Residência
6. Microrregião Notificação Br
7. Microrregião Residência Br
8. Município Notificação
9. UF Ocorrência
10. Município Ocorrência
11. Faixa Etária
12. Escolaridade
13. Raça
14. Sexo
15. Gestante
16. Tempo picada/atendimento
17. Tipo Serpente
18. Tipo Aranha
19. Tipo de Acidente
20. Classificação Final
21. Evolução caso
Coleta 60 variáveis
D
I
S
P
O
N
I
B
I
L
I
Z
A
1902 a 1921: 1.868 acidentes Letalidade: 5,9% tratados
30,0% não tratados
Kraus, 1923
CRISE NA PRODUÇÃO DOS SOROS ANTIOFÍDICOS NO BRASIL
1983 – Syntex do Brasil, empresa privada multinacional que produzia 
300 mil ampolas anuais, decide descontinuar a sua produção de 
imunobiológicos. 
O setor entra em crise, a nível nacional, devido ao fato de que os três 
laboratórios governamentais (Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil
e Fundação Ezequiel Dias) se encontravam com deficiências em 
equipamentos, instalações e recursos humanos.
1984 – Transcorre sem alterações externamente visíveis, presumindo-
se que nesse período tinha ocorrido a utilização de estoques 
existentes junto aos usuários, ao mesmo tempo em que acontecia a 
expiração dos prazos de validade do soro remanescente nos serviços 
de saúde.
1985 – A crise, de forma extensa e grave, se exteriorizou em âmbito 
nacional. A amputação de braços e pernas de trabalhadores rurais e a 
ocorrência de óbitos decorrentes da falta de soro passaram a ser 
atribuídos pela imprensa nacional à inoperância do Governo Federal 
na questão.
CRISE NA PRODUÇÃO DOS SOROS ANTIOFÍDICOS NO BRASIL
maio de 1986 – Falecimento de uma criança em Brasília. O óbito 
foi atribuído à falta de soro. 
Correio Braziliense, 04 de maio de 1986
CRIAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE OFIDISMO
junho de 1986 – Ministério da Saúde define uma equipe técnica e 
designa os grupos de trabalho visando a “necessidade de 
estabelecer os mecanismos técnico-administrativos para o 
controle de acidentes ofídicos no território nacional”. 
Implantava-se, assim, o Programa Nacional de Ofidismo na 
antiga Secretaria de Ações Básicas em Saúde (SNABS/MS).
1986 – Acidentes ofídicos passam a ser de notificação 
obrigatória no país. 
1988 – Dados sobre Escorpionismo e Araneísmo começaram a 
ser coletados. 
Ministério da Saúde
Estados
Hospitais
Antiveneno
Informação
ESTRATÉGIA
ÓBITOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL, 1979 A 2008
Óbitos decorrentes de acidentes por animais 
peçonhentos segundo o Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM). Brasil, 1979 a 2005
0
50
100
150
200
250
300
350
Óbitos 289 310 272 277 297 274 292 292 251 236 205 201 178 169 160 163 180 134 137 152 124 117 143 154 166 152 159 116 131 139
79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
Programa Nacional de Ofidismo
Em julho de 2006 ocorre a disponibilização, na
Internet, do banco de dados do SINAN – tornando
possível o acesso às informações referentes às
doenças e agravos de notificação compulsória
ocorridas no país a partir de 2001, bem como o
retorno ao acesso às informações acerca dos
acidentes por animais peçonhentos.
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php?name
=Tnet
SINAN – DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL
Tipo de animal 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total
Serpente 18657 23725 26739 27625 28608 29215 154569
Aranha 10862 12981 15905 18097 19531 19119 96495
Escorpião 18179 22934 24546 30287 35943 38407 170296
Peixe 173 340 379 329 273 386 1880
Abelha 2093 2518 2992 3853 4443 4847 20746
Lonômia 408 240 242 343 343 361 1937
Outras lagartas 133 589 905 1427 1929 1847 6830
Outros animais 1752 1772 1623 2083 2442 2506 12178
Ign/Branco 2523 2571 2258 2971 2946 2753 16022
TOTAL 54780 67670 75589 87015 96458 99441 480953
Fonte: SINAN-Animais Peçonhentos/SVS/MS
Dados coletados em 01/06/2008
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Serpente
Aranha
EscorpiãoSÉRIE HISTÓRICA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 
NO BRASIL, 2001 - 2006
Inversão do perfil epidemiológico
NORDESTE
• Savana
• 33 hab/Km2
• PIB por habitante US$ 3.953
NORTE
• Floresta Amazônica
• 4 hab/Km2
• PIB por habitante US$ 5.211
CENTRO-OESTE
• Pantanal/Savana
• 8 hab/Km2
• PIB por habitante US$ 10.501
SUL
• Predominância de atividades humanas
• 46 hab/Km2
• PIB por habitante US$ 9.497
SUDESTE
• Predominância de atividades 
humanas
• 84 hab/Km2
• PIB por habitante US$ 11.122
BRASIL E SUAS REGIÕES
ESCORPIÃO
ESCORPIÃO
SERPENTE
SERPENTE
PIB porhabitante
Brasil  US$ 8.402
37,5
47,9
55,5
106,6
63,6
42,9
55,7
22,4
43,6
8,5
7,5 10,1
14,9
9,0
8,3
3,2
19,7
22,3
29,9
4,0
4,6
9,1
14,0
9,9
19,5
17,9
2,7
INCIDÊNCIA DO OFIDISMO POR UNIDADE FEDERADA. BRASIL, 2006
Crotalus durissus
Bothrops jararacussu
Bothrops jararaca
Micrurus corallinus
Lachesis muta
Região Norte
0
2000
4000
6000
8000
10000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Sepente
Aranha
Escorpião
Região Nordeste
0
5000
10000
15000
20000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Serpente
Aranha
Escorpião
Região Sudeste
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Serpente
Aranha
Escorpião
Região Sul
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Serpente
Aranha
Escorpião
Série histórica dos acidentes por animais 
peçonhentos por região, 2001 a 2006
Região Centro-Oeste
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Serpente
Aranha
Escorpião
País e Regiões Coeficiente de Letalidade (%)
Morbidade/100.000 hab.
BRASIL
Serpente 14 0,39
Aranha 9 0,04
Escorpião 16 0,16
Região Norte
Serpente 49 0,49
Aranha 3 0,08
Escorpião 10 0,17
Região Nordeste
Serpente 13 0,48
Aranha 1 0,08
Escorpião 26 0,13
Região Sudeste
Serpente 10 0,25
Aranha 4 0,04
Escorpião 16 0,18
Região Sul
Serpente 10 0,19
Aranha 44 0,04
Escorpião 2 -
Região Centro-Oeste
Serpente 20 0,57
Aranha 2 0,08
Escorpião 9 0,29
Pequena diferença entre as 
letalidades dos acidentes por 
serpentes e por escorpiões
Maiores letalidades do país 
Fonte: MS/SVS/SINAN
CASOS – BRASIL, 2001 - 2006
ÓBITOS – BRASIL, 2001 - 2006
FAIXA ETÁRIA
Faixa Etária N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado
<5 4288 2,8 2,8 6479 6,7 6,7 13130 7,7 7,7
5-9 8793 5,7 8,5 5637 5,8 12,5 14848 8,7 16,5
10-14 13945 9,0 17,5 5700 5,9 18,4 14659 8,6 25,1
15-19 17922 11,6 29,1 7701 8,0 26,4 15573 9,2 34,2
20-39 58728 38,0 67,1 35772 36,9 63,3 57434 33,8 68,0
40-59 38471 24,9 92,0 25611 26,5 89,7 36711 21,6 89,6
>=60 12360 8,0 100,0 9809 10,1 99,9 17622 10,4 100,0
Ignorada 25 0,0 116 0,1 57 0,0
Total 154532 100,0 96825 62,7 170034 110,0
Serpente Aranha Escorpião
Faixa Etária N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado
<5 29 4,8 4,8 6 15,4 15,4 118 43,9 43,9
5-9 41 6,7 11,5 2 5,1 20,5 87 32,3 76,2
10-14 30 4,9 16,4 1 2,6 23,1 29 10,8 87,0
15-19 30 4,9 21,3 1 2,6 25,6 5 1,9 88,8
20-39 127 20,9 42,2 6 15,4 41,0 14 5,2 94,1
40-59 184 30,2 72,4 14 35,9 76,9 10 3,7 97,8
>=60 168 27,6 100,0 9 23,1 100,0 6 2,2 100,0
Total 609 100,0 39 100,0 269 100,0
Serpente Aranha Escorpião
Fonte: MS/SVS/SINAN
CASOS – BRASIL, 2001 - 2006
ÓBITOS – BRASIL, 2001 - 2006
SEXO
Fonte: MS/SVS/SINAN
Sexo N
o
% N
o
% N
o
%
Masculino 118881 76,9 47442 49,0 88283 51,9
Feminino 35515 23,0 49309 50,9 81606 48,0
Ignorado 136 0,1 74 0,1 145 0,1
Total 154532 100,0 96825 100,0 170034 100,0
Serpente Aranha Escorpião
Sexo N
o
% N
o
% N
o
%
Masculino 458 75,2 20 51,3 158 58,7
Feminino 150 24,6 19 48,7 111 41,3
Ignorado 1 0,2 - - - -
Total 609 100,0 39 100,0 269 100,0
Serpente Aranha Escorpião
ESCOLARIDADE
Escolaridade N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado
Nenhum ano concluído 17643 11,4 11,4 3465 3,6 3,6 10111 5,9 5,9
1 - 3 anos concluídos 30903 20,0 31,4 13147 13,6 17,2 20562 12,1 18,0
4 - 7 anos concluídos 41825 27,1 58,5 27674 28,6 45,7 32496 19,1 37,2
8 - 11 anos concluídos 10607 6,9 65,3 14952 15,4 61,2 14926 8,8 45,9
>= 12 anos concluídos 2253 1,5 66,8 6104 6,3 67,5 3940 2,3 48,2
Não se aplica 8729 5,6 9224 9,5 20595 12,1
Ignorado 42572 27,5 22259 23,0 67404 39,6
Serpente Aranha Escorpião
CASOS – BRASIL, 2001 - 2006
Fonte: MS/SVS/SINAN
CASOS – BRASIL, 2001 - 2006
ÓBITOS – BRASIL, 2001 - 2006
TEMPO DECORRIDO APÓS O ACIDENTE
Horas após o acidente N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado
0 - 1 36013 23,3 23,3 19737 20,4 20,4 68355 40,2 40,2
1 - 3 50915 32,9 56,3 16500 17,0 37,4 44978 26,5 66,7
3 - 6 26298 17,0 73,3 7982 8,2 45,7 15811 9,3 76,0
6 - 12 14976 9,7 83,0 11631 12,0 57,7 7999 4,7 80,7
>= 12 11702 7,6 90,5 26282 27,1 84,8 6327 3,7 84,4
Ignorado 14628 9,5 14693 15,2 26564 15,6
Total 154532 100,0 96825 62,7 170034 110,0
Serpente Aranha Escorpião
Horas após o acidente N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado N
o
% % Acumulado
0 - 1 52 8,5 8,5 4 10,3 10,3 67 24,9 24,9
1 - 3 103 16,9 25,5 1 2,6 12,8 71 26,4 51,3
3 - 6 107 17,6 43,0 2 5,1 17,9 50 18,6 69,9
6 - 12 115 18,9 61,9 7 17,9 35,9 41 15,2 85,1
>= 12 171 28,1 90,0 14 35,9 71,8 7 2,6 87,7
Ignorado 61 10,0 11 28,2 33 12,3
Total 609 100,0 39 100,0 269 100,0
Serpente Aranha Escorpião
Fonte: MS/SVS/SINAN
EVOLUÇÃO
CASOS – BRASIL, 2001 - 2006
Fonte: MS/SVS/SINAN
Evolução N
o
% N
o
% N
o
%
Cura 132776 85,9 90038 93,0 157547 92,7
Cura com sequela 2658 1,7 987 1,0 1243 0,7
Óbito 609 0,4 39 0,0 269 0,2
Ignorada 18489 12,0 5761 5,9 10975 6,5
Total 154532 100,0 96825 100,0 170034 100,0
Serpente Aranha Escorpião
Acidentes ofídicos registrados no Brasil no 
período de 2001 a 2006 distribuídos por mês
Acidentes ofídicos registrados nas regiões Norte e 
Nordeste no período de 2001 a 2006 distribuídos por mês
Norte
Nordeste
Acidentes ofídicos registrados nas regiões Sudeste e Sul 
no período de 2001 a 2006 distribuídos por mês
Sudeste
Sul
Acidentes ofídicos registrados na região Centro-Oeste no 
período de 2001 a 2006 distribuídos por mês
Centro-Oeste
PRINCIPAIS GÊNEROS DE SERPENTES
Número de acidentes por serpentes distribuído por gênero 
do animal. Brasil, 2001 a 2009
71% 47%
147%89%
PRINCIPAIS GÊNEROS DE SERPENTES
Até 2001 2001 a 2009*
• Bothrops (Jararacas)  90%  87%
• Crotalus (Cascavel)  8%  9%
• Lachesis (Surucucu)  1,5%  3%
• Micrurus (Coral verdadeira)  0,5%  1%
*Dados coletados em 28/03/2011
GÊNERO BOTHROPS
Características: coloração variada com padrão de desenhos 
semelhantes a um “v” invertido. Corpo fino medindo 
aproximadamente um metro de comprimento. Possui fosseta loreal. 
A cauda é lisa e afilada.
Habitat: é encontrada principalmente nas zonas rurais e periferia de 
grandes cidades, em lugares úmidos e em que haja roedores 
(paióis, celeiros, depósitos de lenha, etc.).
Distribuição geográfica: encontrada em todo o território brasileiro.
Sintomas após a picada: dor, inchaço e manchas arroxeadas na 
região da picada. Pode haver sangramento no local, e em outras 
partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos recentes e urina. É 
possível haver complicações, como infecção e morte do tecido 
(necrose) no local da picada. Nos casos mais graves, os rins param 
de funcionar.
Tipo de soro: Antibotrópico ou antibotrópico-laquético.
Bothrops jararaca (jararaca)
Alimentação: roedores e pequenas aves
Bothrops jararacussu (jararacuçu)
Serpente peçonhenta temida pela agressividade 
e quantidade de veneno que pode inocular.
Alimentação: roedores e rãs
Após cerca de 12 horas do
do acidente, podem surgir, no
local da picada, bolhas em
quantidade e proporções 
variáveis, com conteúdo 
seroso, hemorrágico, 
necrótico, ou mesmo purulento. 
Acidente Botrópico (Jararaca)
Bothrops alternatus (urutu cruzeiro, cruzeira)
Acidente Botrópico (Jararaca)
O sangramento no sítio de
inoculação do veneno é 
freqüentemente observado,
porém sua presença nem sempre
indica comprometimento sistêmico.
O processo inflamatório 
caracteriza-se clinicamente, nas 
primeiras horas após o acidente, 
por edema e dor na região da 
picada.
O edema pode em até 24 horas 
estender-se a todo o membro, 
apresentando, muitas vezes, 
tonalidade violácea em decorrência 
de sangramento subcutâneo.
GÊNERO CROTALUS
Características: coloração marrom amarelada e corpo robusto, 
medindo aproximadamente um metro. Possui fosseta loreal e 
apresenta como característica marcante chocalho ou guizo na 
cauda. Não tem por hábito atacar e, quando ameaçada,começa a 
balançar a cauda, emitindo o ruído do chocalho ou guizo.
Habitat: campos abertos, áreas secas, arenosas ou pedregosas. 
Encontrada em algumas plantações, como café e cana-de-açúcar. 
Distribuição geográfica: encontrada em quase todo o território 
brasileiro, com exceção da Floresta Amazônica, zona da Mata 
Atlântica e regiões litorâneas.
Sintomas após a picada: no local quase não há alterações. A vítima 
apresenta visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto 
sonolento. Pode haver dor muscular e a urina torna-se escura 
algumas horas depois do acidente. O risco de afetar os rins é maior 
do que nos acidentes com jararaca. 
Tipo de soro: Anticrotálico.
Crotalus durissus (cascavel)
Alimentação: roedores
Acidente Crotálico (Cascavel)
As manifestações decorrentes da
atividade neurotóxica do veneno
geralmente se tornam evidentes 
nas primeiras seis horas, quando 
se evidencia a ptose palpebral 
(olhar de peixe morto: a pessoa 
não consegue manter os olhos 
totalmente abertos) e flacidez
da musculatura da face.
Crotalus durissus (cascavel)
Acidente Crotálico (Cascavel)
Mioglobinúria: a 
urina fica escurecida 
devido à presença 
de mioglobina –
uma substância do
músculo semelhante
à hemoglobina (que
carrega oxigênio) 
do sangue. 
Crotalus (cascavel)
GÊNERO LACHESIS
Características: é a maior das serpentes peçonhentas das Américas, 
medindo até 3,5m. Possui fosseta loreal. As escamas da parte final 
da cauda são arrepiadas, com ponta lisa na forma de um espinho.
Habitat: florestas densas. 
Distribuição geográfica: encontrada na Amazônia e nas florestas da 
Mata Atlântica, do Estado do Rio de Janeiro ao Nordeste.
Sintomas após a picada: dor e inchaço no local; semelhante à 
picada da jararaca. pode haver sangramentos, vômitos, diarréia e 
queda da pressão arterial. 
Tipo de soro: Antilaquético ou antibotrópico-laquético.
Lachesis muta (surucucu pico de jaca)
Alimentação: roedores
GÊNERO MICRURUS
Características: são serpentes de pequeno e médio porte, com 
tamanho em torno de um metro. Não possuem fosseta loreal. Seu 
corpo é coberto por anéis vermelhos, pretos, brancos ou amarelos. 
Na Região Amazônica existem algumas espécies com padrão 
diferente, como por exemplo, branco e preto. Em todo o país 
existem serpentes não venenosas com coloração semelhante à das 
corais verdadeiras: são as falsas corais.
Habitat: vivem no solo sob folhagens, buracos, entre raízes de 
árvores, ambientes florestais e próximo de água. 
Distribuição geográfica: encontradas em todo o território brasileiro.
Sintomas após a picada: no local da picada não se observa 
alteração importante, porém a vítima apresenta visão borrada ou 
dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Pode haver aumento 
na salivação e insuficiência respiratória. 
Tipo de soro: Antielapídico.
Micrurus corallinus (coral verdadeira)
Serpente peçonhenta com o veneno mais potente no Brasil.
Alimentação: outras serpentes
Acidente Elapídico (Coral verdadeira)
Ptose palpebral bilateral, 
inicialmente leve, acompanhada ou 
não de limitação dos movimentos 
oculares.
Todo acidente por coral deve ser
considerado grave, seja pela
toxicidade da peçonha, seja pela
ação desta no sistema nervoso,
paralisando a respiração.
Micrurus corallinus (coral)
Serpentes
CONDUTAS IMEDIATAS
NO 
ACIDENTE OFÍDICO
Primeiros Socorros
Lave o local da 
picada com 
água e sabão. 
Mantenha a 
vítima deitada 
para não 
favorecer a 
absorção do 
veneno
Se a picada for 
na perna ou no 
braço, 
mantenha-os em 
posição mais 
elevada
Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Não amarre!
Impedindo a 
circulação do 
sangue, você 
pode causar 
gangrena ou 
necrose
Primeiros Socorros
Não corte o local 
da ferida! 
Não aplique 
folhas, pó de 
café ou terra 
sobre ela!
Isso evita 
infecção.
Não cortar o local do ferimento
Não dê pinga, 
querosene, 
álcool ou fumo 
à vítima!
Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Leve a vítima 
imediatamente 
ao serviço de 
saúde mais 
próximo, para 
que possa 
receber o soro 
em tempo
• Faixa etária;
• Local da picada;
• Tipo de envenenamento;
• Tempo entre acidente e atendimento;
• Intensidade de manifestações clínicas;
• Primeiros socorros e condutas médicas inadequadas.
FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES
 A dosagem depende da gravidade
 A dosagem para criança é a mesma para os adultos
 Não existe contra-indicação para gestante
 A via de administração é a intravenosa
 A soroterapia deve ser o mais precoce possível
 Dose única
PRINCÍPIOS DA SOROTERAPIA
SOROTERAPIA
Serpentes Escorpiões Aranhas Lagartas
Antibotrópico
(Bothrops)
Antiescorpiônico 
(Tityus)
Antiaracnídico 
(Tityus, Phoneutria ou 
Loxosceles)
Antilonômico
(Lonomia)
Antibotrópico-
laquético (Bothrops 
ou Lachesis)
Antiaracnídico 
(Tityus, Phoneutria ou 
Loxosceles)
Antiloxoscélico 
(Loxosceles)
Antibotrópico-
crotálico (Bothrops 
ou Crotalus)
Anticrotálico
(Crotalus)
Antielapídico
(Micrurus)
NOVE TIPOS DE ANTIVENENOS PRODUZIDOS E UTILIZADOS NO BRASIL
524.000 ampolas
= 
R$ 20.925.750,50
QUATRO LABORATÓRIOS PÚBLICOS PRODUTORES DE ANTIVENENOS
Centralização do 
Ministério da Saúde 
na aquisição
Descentralização na 
distribuição às 27 unidades 
federadas e, destas, para 3.156 
municípios (58%)
MATERIAIS PARA CONSULTA
1. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOS ACIDENTES POR 
ANIMAIS PEÇONHENTOS – Disponível em: 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manu_peconhentos.pdf
2. MANUAL DE CONTROLE DE ESCORPIÕES – Disponível em: 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_escorpioes_web.pdf
3. GUIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – CAPÍTULO 5: ACIDENTES POR 
ANIMAIS PEÇONHENTOS – Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Guia_Vig_Epid_novo2.pdf
Rosany Bochner
rosany@icict.fiocruz.br
Obrigada pela atenção!
www.icict.fiocruz.br
www.sinitox.icict.fiocruz.br
Fosseta loreal
Guiso ou chocalho
Cauda de surucucu (Lachesis)
Aspecto eriçado na parte ventral
Micrurus corallinus
Cobras corais verdadeiras
Micrurus albicinctus

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