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Microbiologia Caderno de estudos de bacteriologia 2 Genética bacteriana Importância do conhecimento dos mecanismos envolvidos em genética bacteriana o Genes função celular. o Sistemas simples interferência para outros organismos. o Isolamento e duplicação de genes de outros organismos. o Produtores de antibióticos, fermentações, plásticos, anti-tumorais e agentes de interesse industrial principal fonte de drogas antimicrobianas são as próprias bactérias. o Causadoras de doenças. o Combate à resistência adquirida aos antibióticos. Estruturas das proteínas o Estrutura primária: sequencia de aa. o Estrutura secundária: dobras feitas pelas proteínas (beta e alfa hélices) determinado pela sequencia dos aa. o Estruturas terciárias dobramentos maiores e interações entre as estruturas secundárias diversas. o Toda a informação de como uma proteína vai se dobrar está contida no DNA. o Formação de pontes di-sulfeto entre dois aa cisteínas. o Algumas alterações podem ser benéficas ou maléficas (causam a morte). Alterações genéticas bacterianas o Ocorrem comumente nas bactérias, com fins de garantir a sobrevivência das mesmas. o Podem ser: → Alterações fenotípicas: Ocorrem por regulação da expressão gênica. As bactérias produzem proteínas que já era capaz de produzir com seu material genético. → Alterações genotípicas: Ocorrem por mutação ou recombinação do material genético bacteriano já existente na bactéria. Consequentemente, essas alterações geram proteínas distintas das que eram produzidas anteriormente. → Variabilidade fenotípica: Todas as células possuem um potencial de genes, mas nem todos estão sendo expressos, fatores esses que podem ser alterados pelo meio ambiente. Mutações bacterianas o Alteração na sequencia de bases de um gene, sem adicionar novas informações ao gene. Podem ser selecionáveis (promover resistência às drogas) ou não. → Mutações bioquímicas: Mutações que causam um mudança na bioquímica da célula. A maioria das bactérias mutantes apresenta natureza bioquímica. Mutantes auxotróficos: as mutações bioquímicas podem inibir uma via biossintética (impedir a produção de sintetizar uma macromolécula essencial ex.: aa). Microorganismos que sofrem esse tipo de mutação são chamados de microorganismos auxotróficos para a molécula que não conseguem sintetizar (a cepa selvagem consegue). Mutantes de resistência: organismos que sofrem mutação e adquirem resistência a agentes microbianos, como drogas, metais pesados e bacteriófagos. o Processos de mutações bacterianas são raros e se acumulam ao longo dos processos de multiplicação populacional e, portanto, podem ser significativos. o Esses processos dificilmente criam um novo gene, com propriedades novas, apenas alteram as propriedades dos produtos que já existem. o As mutações que alteram genes que já existem nas bactérias promovem ouça variabilidade. A mutação deletéria resulta em morte da célula bacteriana o A célula morre e não gera descendente. o Se a quantidade de células que morrer for pouca, não há grandes consequências. o Uma mutação em um códon que resulta em substituição de um aminoácido pode resultar em alteração de forma da proteína ou até parada de tradução abrupta. Mutações que não interferem no fitnes e na sobrevivência das bactérias podem continuar sendo transferidas para as descendentes daquela células. Vai ser útil para ela? o Células vão se multiplicando defeituosas. o Podem gerar populações de resistência. o As mutações que possam trazer vantagens para uma bactéria seriam aquelas que alteram uma determinada proteína sem que ela comprometa demais a função da células, mas ao mesmo tempo traga uma vantagem para ela. o Ex: Resistência a droga por impermeabilidade ou alteração de alvo da droga. o Ex.: a tetraciclina age na proteína ribossomal → se ocorre uma mutação que altera a forma do ribossomo, mas sem causar a sua perda, ocorre a perda da função desse ribossomo. o Bactérias mutantes ao sofrerem uma pressão severa como um antimicrobiano, só irão sobreviver se houver uma base genética de resistência para aquela droga. Recombinação Bacteriana o Troca de genes entre genoma bacteriano e moléculas de DNA, de qualquer organismo, para formar uma nova combinação de genes no cromossomo bacteriano. São processos de transferência de material genético bacteriano seguido de recombinação. o As mutações contribuem para o aumento da variabilidade genética e serve de fonte de variação para evolução. o Os eucariotos possuem processo de meiose para reduzir os diplóides para haplóides e a fertilização para retornar ao estado diplóide o A recombinação ocorre quando a célula bacteriana capta fragmentos de DNA transferidos a ela por algum mecanismo (conjugação, transformação e transdução), os introduz no seu citoplasma e integra ao seu genoma. → Homologia: a integração do DNA exógeno no genoma bacteriano depende da homologia, que é a igualdade de 30 nucleotídeos em pelo menos duas regiões do fragmento de DNA e do cromossomo bacteriano sequencias palindrômicas. Todo processo de recombinação bacteriana ocorre somente depois de acontecer um processo de transferência de material genético. Nem todo processo de transferência resulta em uma recombinação. Recombinação homologa o Necessidade de pareamento de nucleotídeos (pelo menos 30), por homologia em duas regiões do fragmento de DNA e do cromossomo bacteriano. o A bactéria não consegue diferenciar a origem do DNA em termo de constituição (bases nitrogenadas, ligações). Logo, se um DNA entrar na células esse poderá ser incorporado ao genoma bacteriano. o Quem determina a proximidade do DNA para o da bactéria é a sequencia dos nucleotídeos essa sequencia vai encontrar ou não, na célula hospedeira, homologia (sequencias similares). o Se o DNA não houver a homologia necessária, após a multiplicação bacteriana nenhuma célula vai conter o DNA estranho. → O DNA estranho não é duplicado, sendo degradado e reciclado. → Os descendentes não terão DNA. o Se o DNA exógeno tiver a homologia necessária , o processo de recombinação acontecerá. → Homologia semelhança ente os DNAs. → Semelhança de 20 a 40 nucleotídeos. → Vai encontrar uma sequencia idêntica no material da bactéria. → As fitas do DNA se dissociam e paream com a fita exógena processo transitório. → A proteína rec A identifica o pareamento transitório das fitas, estabilizando esse processo ocorre recrutamento de endonucleases que irão quebrar o DNA próprio e ligar a fita estranha. → Para a recombinação ter sucesso a fita precisa ser fechada. 1. Primeiro evento: pareamento das fitas homologas, com a quebra das fitas de DNA cromossomal e religação da fita exógena. 2. Segundo evento: vai ocorrer na região de homologia do outro lado da sequencia exógena, o novo material genético, que não precisa ter homologia com cromossoma, é incorporado na fita de DNA cromossomal. o A partir dessa recombinação ocorre a transmissão para os descendentes. Transferência de material genético o Trata-se da forma de como o material genético é introduzido no interior do citoplasma da célula bacteriana, podendo resultar em recombinação ou não. o Os processos de transferência de material genético bacteriano, considerados processos sexuais bacterianos (mistura de genes de organismos distintos), são: Transformação → Incorporação de DNA livre no meio externo pela Bactéria, geralmente liberados pela lise de outras bactérias. As bactérias capturam trechos de DNAs e os incorporam ao próprio cromossomo por recombinação. → Quando uma célula receptora está em um estado fisiológico em quepode captar DNA, ela é dita competente. → É importante no trabalho de DNA recombinante. → Usado para comprovação de que o DNA é o principio transformante. → Se o DNA incorporado for eucarioto, dificilmente vai encontrar homologia para sofrer recombinação. → Os genes são transferidos de uma bactéria para outra como DNA nu em solução. Conjugação → Transferência unidirecional de DNA plasmidial de uma bactéria (F+, ou célula doadora) para outra (F-, ou células receptora) por meio do pilus sexual da F+, que promove o contato entre as duas e funciona como canal para o plasmídio de F+, para F-. → Fator fertilidade (F): Permite uma célula bacteriana transferir seu DNA plasmidial para a outra. Ex.: Pode ser o gene que permite a formação do canal plasmidial. Isso poderia tornar a células receptora, uma doadora. → Conjugação de célula Hfr: Em algumas células com o fator F, o fator se integra no cromossomo, convertendo a célula F+ em uma célula Hfr (alta frequência de recombinação). Quando a conjugação ocorre entre uma célula Hfr e uma célula F-, o cromossomo da célula Hfr (com o fator F integrado) replica, e uma fita parental do cromossomo é transferida à célula receptora. Quando livre, o plasmídeo F só transfere a si mesmo. Isto não é muito útil do ponto de vista genético. Algumas vezes o plasmídeo F pode se incorporar ao cromossomo através de uma recombinação A bactéria passa a ser chamada de HFR que quer dizer alta frequência de recombinação. Bactérias HFR conjugam como as F+, mas elas levam uma parte do cromossoma para a célula F-. Plasmídeo conjugativo. A bactéria que recebe uma parte do cromossoma pode adquirir novas versões. No entanto, ela permanece como F-, pois não recebeu o fator F completo. → Pro si somente a conjugação promove variabilidade genética. → Requer o contato direto célula-célula. → As células doadoras devem transportar o plasmídio e as receptoras não. → Transferência de uma copia do filamento simples do DNA do plasmídio para o receptor, onde o filamento complementar é sintetizado. Transdução → Processo que envolve transferência de DNA bacteriano de uma célula para outra através de um bacteriófago (fago). → Bacteriófagos são vírus bacterianos. Eles consistem de um pequeno DNA dentro de um capsídeo proteico. A capsula proteica se liga à superfície bacteriana e injeta seu material genético para dentro da célula bacteriana. → O DNA viral assume o controle do metabolismo bacteriano e produz muitas partículas virais. → Pode ser de dois tipos: Generalizada: qualquer pedaço do genoma bacteriano pode ser transferido. Especializada: só pedaços específicos do cromossoma são tranferidos. → Vírus temperado: ciclo lítico (as células morrem liberando os novos bacteriófagos) e lisogênico. → Ciclo lítico do fago: 1. A fago adere e injeta seu DNA na célula bacteriana 2. O DNA do fago se replica → é transcrito emRNA → traduzido em proteínas do fado 3. Novas partículas são montadas 4. A célula é lisada liberando cerca de 200 partículas virais 5. Tempo total = 15 minutos. → É possível que alguns bacteriofagos encontrem o DNA bacteriano que está se integrando e que é do tamanho do DNA viral → formação de uma partícula viral com o DNA bacteriano. → Mecanismo: O fago adere e injeta seu DNA na célula bacteriana. A replicação do fago no interior da bactéria provoca a fragmentação do DNA bacteriano. No momento da montagem de novas partículas virais, fragmentos do DNA bacteriano acabam sendo incorporados por algumas partículas virais. Durante o ciclo lítico os fagos são liberados com o DNA bacteriano. Quando o fago com DNA bacteriano infectar outra célula, ele irá promover a integração deste DNA, e não do DNA viral original, ao DNA bacteriano da nova célula. A nova célula acaba por ter DNA bacteriano de uma célula diferente incorporado ao seu próprio genoma. Transdução especializada → Alguns fagos coneguem transmitir somente alguns genes específicos para outras bactérias. → Primeiro o fago se integra no genoma do hospedeiro em regios específicas ciclo lisogênico. E assim permanece enquanto houverem condições adequadas. → Em condições de estresse o fago se desintegra do genoma bacteriano, reassumindo o ciclo lítico do bacteriófago. → Na saída do cromossomo, os vírus carregam pedaços da bactéria → todas as partículas virais formadas carregam consigo pedaços de DNA bacteriano → esses vírus podem infectar outras bactérias carregado esse material genético para dentro delas. → Forma mais frequente de transferência horizontal de genes entre as bactérias.