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Lia Rodrigues
Realizou nascida em São Paulo, onde realizou seus estudos no Colégio Equipe, espaço conhecido pelo pensamento crítico e de resistência política nos anos 60, ambiente este que determinaria o rumo de sua vida e carreira artística. Teve sua formação em Balé clássico na Escola de Bailados com a professora Nice Leite no fim dos anos de 1960. No mesmo período fez parte do movimento estudantil contra o choque da AI-5, a ditadura militar, e em 1977, frequentou a Faculdade de História na Universidade de São Paulo (USP), mas abandonou o curso seis meses antes de concluí-lo, devido ao seu envolvimento com a dança. No mesmo ano participou da criação do Grupo Andança.
Após assistir à primeira turnê brasileira da Companhia de Pina Bausch, a Tanztheater Wuppertal, decide ir para Europa. O intuito era trabalhar com Pina, na Alemanha, mas acabou na França e entre 1980 e 1982 residiu em Paris onde foi integrante da Cia. de Maguy Marin e fez parte da criação do espetáculo May B. (1981), um dos espetáculos mais conhecidos da Cia. 
Em 1983 retorna ao Rio de Janeiro, começa a coreografar espetáculos teatrais com diretores como Bia Lessa e Sérgio Mamberti. No fim da década de 80 monta o Atelier de Coreografia, junto ao parceiro e também coreógrafo e bailarino João Saldanha, realizando a coreografia Catar e em 1990 cria a Lia Rodrigues Companhia de Danças, estreando o espetáculo Gineceu. 
Em 1992, é convidada pela Divisão de Música do extinto Instituto Municipal de Arte e Cultura para organizar uma mostra de dança, que durante quatro semanas, receberia grupos e coreógrafos para apresentar suas produções, no Teatro Sérgio Porto e assim foi criado o Festival Panorama RioArte de dança, hoje denominado Festival Panorama da Dança, um dos maiores festivais de Dança Contemporânea do Brasil, onde dirigiu até 2004. 
Em 1998, Lia participou da criação do Grupo de Estudos em Dança do Rio de Janeiro, juntamente com Roberto Pereira, Silvia Soter, Beatriz Cerbino e Dani Lima, sendo esses importantes pensadores, críticos e coreógrafos da cena contemporânea carioca. 
Sua veia ativista sempre esteve aliada a sua vida artística e nos últimos anos tem sido militante em favor de uma política cultural eficiente no Brasil, ocupando um papel importante para a difusão, discussão e fomentação da dança e da cultura nacional. Além de outras ações, estabeleceu parceira com a ONG CEASM e atualmente com a ONG Redes – Rede de Desenvolvimento da Maré e desde 2007, mantém a sede de sua companhia na comunidade da Nova Holanda situada no conjunto de favelas do Complexo da Maré, denominado Centro de Artes da Maré, onde desenvolve atividades pedagógicas para a comunidade, além de palestras sobre arte e mostra dos espetáculos do seu repertório e de outros artistas. 
Seu trabalho dialoga com diversas obras e manifestações artísticas além da dança, como o cinema e as artes plásticas. Em seus espetáculos há referências à coreógrafa francesa Maguy Marin, com quem dançou, ao artista Oskar Schlemmer que inspirou seu espetáculo “Formas Breves”, aos cineastas Glauber Rocha e Jean-luc Godard, ao artista Tunga, Lygia Clark, além de diversos escritores que permeiam seu universo criativo como Mario de Andrade que inspirou os espetáculos "Folia I e II", de 1996 e 1997, respectivamente, Ítalo Calvino, Elias Canetti, Gilles Deleuze, Felix Guatarri, dentre outros. 
Reconhecida nacionalmente e internacionalmente Lia Rodrigues junto a sua Cia. produziu cerca de 14 diferentes espetáculos e performances tornando-se um dos ícones da Dança Contemporânea no país. 
Festival Panorama
Criado pela coreógrafa Lia Rodrigues em 1992, o Festival Panorama nasceu do desejo de se construir um espaço para apresentação e discussão da dança contemporânea no Rio de Janeiro. Ao longo dos seus 21 anos de história, o Panorama já reuniu mais de 350 companhias nacionais e internacionais, ficando reconhecido como um dos festivais centralizados na arte do corpo mais importantes da América Latina.
Sem fins lucrativos, o Festival Panorama se diferencia por possibilitar o acesso democrático ao universo da experimentação artística. Nayse López, diretora geral do Panorama explica que o mercado cultural precisa da indústria cultural, mas que ele só se renova e se alimenta nos espaços de experimentação. No entanto, devido ao pouco investimento dado a este âmbito da cultura no Brasil, é incomum vermos este tipo de arte tão acessível. 
“O Panorama inverte a lógica comum do nosso país e faz uma junção de produção artística de vanguarda e preços populares. O Rio de Janeiro não tem esse patamar de investimento cultural. Conseguir montar um festival popular voltado para as novidades, para a experimentação, é mérito da Lia.”, afirma.
O festival, que começou centralizado na dança, seguiu a própria tendência da dança contemporânea de mesclar linguagens e se tornou um evento multidisciplinar que contempla projetos em que a matéria-prima artística é o corpo. 
“O Panorama é focado na arte do corpo independente da linguagem”, diz Nayse.
Preocupado em expandir sua atuação também para a formação profissional e de público, o Festival Panorama constrói laços de parceria com universidades, escolas e organizações no intuito de promover o conhecimento artístico. Oferecendo palestras e propondo discussões, o festival trabalha com a preparação de crianças e jovens para o contato com o conteúdo de experimentação artística.

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